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INSTITUTO DE FILOSOFIA E TEOLOGIA SANTA CRUZ

CURSO DE FILOSOFIA
ÉTICA I
PROF. PE. MÁRIO CORREIA

GABRIEL TOMÁS SILVA

ÉTICA: PERÍODO MEDIEVAL

No período antigo, as grandes cidades eram os pontos de referência para os que viviam
no período. Entretanto, o tempo foi passando e um novo movimento aparece naquele meio.
Atenas já não é mais a mesma e o fenômeno do cristianismo faz com que Jerusalém, por
exemplo, comece a despontar como um centro religioso.
O fenômeno do Cristianismo não só colaborou com o aparecimento de Jerusalém, mas
colaborou com a mudança do pensamento antigo que ainda aparecia. O pensamento mítico
começou a ser deixado de lado uma vez que o cristianismo apresentava uma visão mais
realista do mundo e da história.
Em um traço histórico, recordamos que o cristianismo não surgiu com tudo pronto e
acabado. Foi necessário três séculos de longa gestação (séculos I – III), até que após o século
IV d. C. desenvolve-se os Evangelhos, Credo e se organizasse os ensinamentos dos padres da
Igreja.
Dessa maneira, o Cristianismo não surge como uma afronta a filosofia grega e muito
menos como uma resposta. O Cristianismo surge como uma doutrina, com seus fundamentos
e noções, que, enquanto se desenvolvia, agregava a si as noções éticas e resinificava as
virtudes. Um novo tempo surge para o pensamento.
Dentre os Padres da Igreja que podemos destacar, surge o nome de Santo Agostinho.
Agostinho, influenciado, sobretudo pelo neoplatonismo, Cícero e pelos maniqueus, apresenta
um pensamento refletido em sua vida. No ocidente, Agostinho é conhecido como mestre da
interioridade justamente pelo trabalho de apresentar um sujeito voltado a si mas que se abre
ao mundo. Com esse olhar para dentro sem abandonar o que está fora, há um alargamento na
possibilidade do homem chegar à verdade que tanto procura.

Tarde te amei, beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! E eis que estavas dentro
de min e eu fora, e aí te procurava, e eu, sem beleza, precipitava-me nessas coisas
belas que tu fizestes. Tu estavas comigo e eu não estava contigo. Retinham-me
longe de ti aquelas coisas que não seriam, se em ti não fossem.(Conf., X, XXVII,38)
Nesta bela oração de Santo Agostinho encontramos um pouco do que já foi dito
anteriormente. Agostinho, na busca da felicidade e de algo que o satisfizesse, procurou fora
até que encontrou esse “algo” dentro e o encontrando não deixou de contemplar o belo que
estava fora.
Uma vez que o pensamento de Agostinho circunda o cristianismo, as noções de
Mundo e de Deus se fazem presentes também. Agostinho diz que “o maior de todos os seres
visíveis é o mundo; o maior dos invisíveis, Deus” (De Civ. Dei, IV, 1). Assim, os dois
elementos são investigados por Agostinho seguindo essa lógica filosófica da história da
salvação do homem.
Na busca pela ordenação da vida e da sociedade, Agostinho apresenta a figura da
Trindade com fonte de ordem e de paz, já que a sociedade e a vida do homem são
corrompidas pelo pecado. Viver segundo o Amor, ou seja, na paz e harmonia, significa
pertencer à Civitas Dei.
Ao apresentar as condições para pertencer à Cidade de Deus, evidencia-se a
problemática da liberdade possuída pelo homem. Este, usando de sua liberdade, pode escolher
viver segundo as paixões terrenas e habitar a Cidade Terrena. O problema do mal e da
desordem na vida do homem pode ser solucionado com remissão dos pecados concretizada
em Jesus Cristo, meio este, pelo qual Deus derrama a sua graça sobre a humanidade
corrompida.
De Agostinho muito se pode dizer, dado que muito contribuiu para o pensamento
ético. A busca incessante pela verdade faz de Agostinho um grande homem a ser estudado e
conhecido.
De Agostinho, o Mestre da Interioridade, vamos a Santo Tomás de Aquino, o Doutor
Angélico. Mas tal transição não pode ser feita sem passar pelo período monástico e o
surgimento das universidades.
Em meio a solidificação do cristianismo, o modelo de vida ascética e reclusa tornou-se
conhecido. O estilo de vida monástico nasceu no Egito como forma de fugir dos grandes
centros para viver uma vida isolada. O movimento não surge somente com homens (Padres do
deserto), mas registra-se o movimento de mulheres por volta do ano 200. Santo Antão tornou-
se modelo para as gerações seguintes como símbolo da vida monástica. Antão era eremita e
anacoreta, ou seja, não tinham convívio social e viviam em locais completamente
despovoados, como os desertos.
Depois de algum tempo surge os monges cenobitas, que ao contrário dos anacoretas,
formavam as comunidades para vivência das virtudes evangélicas. Como expoente da vida
cenobítica, aparece a figura de São Basílio Magno, que pautado na Regra do Mestre,
desenvolve o modelo de vida comunitária.
Após o ano de 348, ano da morte de São Pacômio, já podia se registrar a existência de
3 à 7 mil mosteiros espalhados na Palestina. Ao contrário do que muitos pensam a expressão
de vida religiosa não surge com São Bento e sim com os cônegos agostinianos, embora São
Bento dê uma guinada na vida religiosa.
São Bento nunca teve a pretensão de ser padre ou bispo. Viveu toda a sua vida como
um irmão, primeiro como eremita e depois na construção de cenóbios. Bento se apoiava na
Regra do Mestre e em São Pacômio e assim o fenômeno dos mosteiros se espalhava cada vez
mais.
A queda do império romano em 476 fez com que muitas pessoas se refugiassem para o
entorno dos mosteiros. Os monges se tornam para o povo que passa a residir em volta, modelo
de vida e conduta. A regra que antes eram código de vivência para os monges, vê-se com
sustento para a vida dos que moravam próximo ao mosteiro. Além dos serviços ativos e
contemplativos, os monges conservavam um serviço valioso: conservar os ensinamentos e
cuidar da transição do mundo antigo para o medieval. Por conseguinte, os mosteiros tornam-
se centros de ensinamentos e acolhimento.
Com a morte de São Bento, São Gregório tenta uma uniformização da vida monástica
como maneira de propagar a Regra de São Bento, visto que esta já estava se perdendo. Com
Carlos Magno (678) acontece a consolidação da regra beneditina. Carlos Magno percebe que
muitos monges estavam se corrompendo e propõe a retomada às origens beneditinas.
Com a retomada das origens beneditinas, surgem as diversas expressões monásticas:
cartuxos, cistercienses e etc. Até então os monges eram somente irmãos. Com São Bento de
Ariane os monges podem tornar-se sacerdotes, mas não como regra obrigatória e nem
objetivo primeiro dos que ingressavam nos mosteiros.
O surgimento das universidades, datado do século XII, inaugura o trunfo do
pensamento medievo-católico na Idade Média. O que caracterizava as universidades neste
período era a forma como se organizavam e os conteúdos os quais eram estudados.
Pode-se destacar os três pensamentos exponenciais do período: 1) O pensamento do
monge que atribuía o reto uso da razão como manifestação da vontade de Deus (destaca-se
Santo Anselmo); 2) O pensamento do filósofo que anula a razão e sobrepõe a intenção
(destaca-se Abelardo); 3) O pensamento do frade que pensava uma inclinação para o bem no
ser (destaca-se São Boaventura).
Visto o período de transição, passemos ao pensamento ético de Tomás de Aquino.
Santo Tomás de Aquino estrutura o seu pensamento ético a muitas recorrências na Ética a
Nicômaco de Aristóteles como na moral cristã. Dessa maneira, a ética tomista é uma
reelaboração da tradição grega – Aristóteles - e da teologia Cristã – Santo Agostinho.
Para Lima Vaz, a ética tomista se divide em 3 pontos: 1) Estrutura do agir ético, em
que todo agente age pelo bem; 2) Estrutura da Vida Ética e 3)Realização histórica da vida
ética. Os dois últimos pontos estão ligados as virtudes cardeais e teologais que por sua vez
possuem ligação íntima com os dons do Espírito Santo.
Com os grandes embates entre as filosofias de Tomás de Aquino e Agostinho,
desponta uma decadência do pensamento e um novo período da ética começa a surgir. O
pensamento moderno começa a dar sinais de surgimento e conceitos como Vontade,
Liberdade, Pobreza começam a ser questionados. Assim, como em todos os períodos e
movimentos apareceram seus expoentes, neste período de início de transição não foi diferente.
Duns Scotus, Guilherme de Ockam e Francisco de Assis aparecem com os pensamentos e
movimentações que abalaram o pensamento da época.
Enfim, o período medieval foi um tempo de estruturação e formação de bases para o
pensamento ocidental. Tais bases permanecem até os nossos tempos, sendo questionadas e
provadas.

REFERÊNCIAS

BENTO, São. Regra do Glorioso Patriarca São Bento. Trad. Dom João Evangelista, OSB.
Disponível em: <http://www.asg.org.br/imagens/Regra_de_Sao_Bento.pdf>. Acessado em 22
de Maio de 2018.
AQUINO, Tomás. Suma Teológica. Disponível em: <permanência.org.br>. Acessado em 22
de Maio de 2018.

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