21/2/2014 Aspirador de pó eletrônico - Saber Eletrônica Online

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Aspirador de pó eletrônico

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Uma das grandes vantagens para o projetista moderno está na possibilidade de contar com projetos praticamente
prontos, desenvolvidos pelos fabricantes dos componentes. Eles são os Reference Designs ou Projetos de
Referência, que já incluem praticamente tudo que o produto precisa, além de alguns serem testados antes da
divulgação. Veja agora um que pode ser interessante, seja pela sua atualidade, seja pela possibilidade de criar
produtos que estão bem dentro das necessidades atuais do mercado.

Em seu Application Note AN10496 a NXP, empresa fundada pela Philips, descreve uma interessante aplicação para
o microcontrolador P89LP901. Trata-se de um aspirador de pó eletrônico, onde o microcontrolador serve para
controlar o funcionamento do motor através de um TRIAC. A mesma aplicação pode servir de base para outros
aplicativos que tenham motores como furadeiras elétricas, liquidificadores, ventiladores e muito mais. Neste artigo
mostramos como é feito o controle do motor.

Nas aplicações modernas que fazem uso de motores alimentados pela rede de energia é comum que o controle
desses motores seja feito com recursos eletrônicos, basicamente utilizando TRIACs.

No entanto, a tendência atual é que o desempenho de tais controles seja otimizado com o emprego de
microcontroladores. Os microcontroladores podem disparar os TRIACs no ponto certo, evitando diversos problemas
como ruídos e interferência, melhor aproveitamento da energia e muito mais.

No caso específico deste artigo, em que se utiliza o P89LPC901 da Philips, descreve-se um projeto de referência de
um aspirador de pó. A idéia é fazer com que o microcontrolador forneça ao TRIAC os sinais que possibilitem
controlar a velocidade do motor.
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O uso do microcontrolador evita alguns problemas comuns nos sistemas não eletrônicos ou mais simples, que se
baseiam em componentes discretos como, por exemplo, a elevada corrente de partida, a produção de harmônicas
em motores com potências elevadas e a o característica indutiva do motor que faz com que pulsos intensos sejam
usados no disparo, consumindo energia adicional.

Com a utilização de um microcontrolador e um motor de 1800 W universal, além de um TRIAC apropriado pode-se
conseguir diversos recursos importantes, como os descritos no Application Note, que também conta com uma
placa de demonstração para essa finalidade.

Esses recursos são:

• Algoritmo de partida suave para reduzir o surto de corrente no momento em que o aparelho é ligado.
• Comutação suave quando se muda a velocidade do motor.
• Os pulsos de disparo do TRIAC são alterados para minimizar a geração de harmônicas.
• O controle de velocidade é robusto.

No circuito apresentado as três portas I/O do P89LPC901 são usadas para gerar a forma de onda que dispara o
TRIAC, e com isso controlar a velocidade do motor.

O TRIAC originalmente usado no projeto é o BT139-800, que precisa de 35 mA de corrente de disparo. Cada porta
pode gerar 20 mA, mas em conjunto temos o necessário para controlar o TRIAC. Evidentemente, podem ser
empregados TRIACs equivalentes, conforme a aplicação desejada.

Na figura 1 temos o diagrama de blocos básico da aplicação.

Para controlar a velocidade do motor são usadas duas teclas. O MCU lê as posições das teclas utilizado dois pinos
I/O e a partir da informação obtida, ajusta a velocidade.
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A alimentação do microcontrolador é conseguida diretamente da linha de energia. Um capacitor mais um resistor

diminuem a tensão para o valor apropriado. O valor do capacitor é importante para se chegar ao valor correto da
tensão. A retificação e filtragem da tensão de alimentação é feita com um simples diodo 1N4148 e um capacitor
adequado. A tensão de alimentação é de 3,9 V, valor determinado por um diodo zener.

A grande vantagem nessa configuração de fonte está na sua simplicidade e também no baixo custo dos
componentes colocados. Para reduzir ainda mais os custos, o próprio oscilador interno do microcontrolador é usado
para gerar o sinal de clock.

O controle de velocidade é baseado no tempo de condução do TRIAC dentro de um ciclo da tensão da rede de
alimentação. Trata-se, portanto, de um controle de fase na configuração tradicional, no qual o instante em que o
pulso de disparo é aplicado determina quanto do restante do semiciclo será conduzido e, por conseguinte, a
potência aplicada à carga, observe a figura 2.

Figura 2

Basta um pulso de disparo para que, mesmo depois que ele desapareça, o TRIAC continue conduzindo até o final
do semiciclo.

Para o TRIAC usado, BT139-800, o tempo de disparo precisa ser de pelo menos 2 ms. Já no caso de uma operação
robusta, foi escolhido um tempo de 200 ms.

No processo de disparo deve ser levado em conta que um motor universal, como o colocado no aspirador de pó e
em muitas outras aplicações, é uma carga altamente indutiva. Isso significa que existe uma defasagem entre a
corrente e a tensão nesse dispositivo.

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Assim, se o TRIAC for disparado perto da passagem da tensão por zero, ele poderá não entrar em condução como
desejado. Será preciso usar algum tipo de correção para que isso não ocorra, implementandoo pulso de disparo de
modo que ele não falhe no disparo do TRIAC.

Na aplicação sugerida, o que se faz é aplicar um pulso mais longo de disparo quando o ângulo atinge esse ponto.
Esse pulso terá uma duração de 400 µs, ou seja, duas vezes a duração do pulso nos ângulos de disparo maiores.
O pulso terá essa duração maior para ângulos menores do que 7 graus.

Na figura 3 temos então o circuito completo da aplicação, lembrando que ela não está isolada da rede de energia e
que deve ser tomado cuidado com eventuais contatos com as partes expostas.

Figura 3

Conclusão

No exemplo dado pelo Application Note da NXP temos o projeto de um aspirador de pó microcontrolado. Porém, a
idéia básica desse Reference Design serve para uma infinidade de outros aplicativos em que se deseja controlar um
motor universal com poucos componentes e de maneira eficiente.

informações sobre esse projeto podem ser obtidas no próprio Application Note AN10496 no site da NXP.

*Artigo originalmente publicado na revista Saber Eletrônica Ano 43 - Número 420 Janeiro 2008

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