DIREITO ADMINISTRATIVO II
Aula 2: A disciplina da propriedade no
ordenamento constitucional brasileiro
Limitações Administrativas
Servidões Administrativas
Restritiva – O proprietário não perde a posse nem o domínio da propriedade, sofrendo, apenas,
restringe o uso.
Atenção
Características:
• Imposições gerais não atingindo pessoas determinadas, mas uma quantidade apenas determinável;
• Sempre veiculada através de normas dotadas de generalidade - leis ou atos administrativos normativos;
• Aspecto de definitividade.
Questões jurisprudenciais
A Constituição da República não faz referência
expressa às limitações administrativas.
Quanto à Indenização:
Deve-se comprovar o dano para que haja direito à indenização.
Atenção: Essa é a regra para todas as cinco formas de intervenção branda do Estado na
propriedade, diferentemente da desapropriação.
Se a empresa contratada pelo ente da federação deixa de pagar os encargos trabalhistas, previdenciários e
fiscais, a lei está dizendo que a responsabilidade é somente do contratado.
Fundamento: Art. 71, §1º , da Lei 8.666/93. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas,
previdenciários, fiscais e comerciais, resultantes da execução do contrato.
ADVERTÊNCIA:
Art. 71 § 1º, da lei 8666/93 entra em choque com o Enunciado 331 do TST:
“A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere
à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou
restringir a regularização e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis”.
Tome cuidado!
Essa é a posição predominante na doutrina:
Será o particular indenizado se comprovar efetivo dano causado pela atuação estatal, com
fundamento no art.37, 6º, da Constituição Federal.
Dica
Prescrição:
Prazo fatal para postular ação indenizatória – 5 anos.
Exceção
Indenização por desapropriação indireta, o prazo prescricional é de 10 anos (Posição do STJ).
Objeto
Geralmente, a limitação administrativa atinge bens imóveis (ex: restrição ao direito de
construir, pela fixação de gabaritos).
Particularidades:
Pode atingir atividades. Ex: Um determinado prefeito tentou limitar a venda de produtos
de supermercado em farmácias – Essa seria uma limitação de atividade.
Nas limitações positivas, o Poder Público impõe ao particular uma obrigação de fazer. Ex: o particular
tem a obrigação de manter a calçada em frente à testada do seu imóvel em ordem.
Exemplos:
• Fixação de gabaritos, que obriga o particular a não construir acima de certo número de andares.
• Obrigação de não desmatar o terreno além do permitido.
Nas limitações de permitir atingem mais as atividades do que as construções, e se fazem mais
comumente através das vistorias. Ex: fiscal de salubridade das atividades, fiscal de posturas.
STJ: Entende que a natureza jurídica das limitações administrativas é a de leis ou atos administrativos
de caráter geral que dão o contorno do próprio direito de propriedade.
Efeitos
Produção de efeitos ex nunc - respeitando situação anterior.
Considerações:
• Intervenção branda sobre a propriedade do particular;
• Atinge o uso exclusivo da propriedade;
• O proprietário é obrigado a dividir o uso do bem com o Poder Público;
• Todos os entes da Federação podem instituir servidão administrativa, especialmente porque
a lei que regula a desapropriação nos fala da possibilidade da servidão (DL 3365, art. 40).
Objeto
Quase todos afirmam que ela só recai sobre imóveis.
• STJ – Servidões que podem recair sobre serviço, admitindo servidão como direito pessoal
em favor do Poder Público. Ex: servidão administrativa instituída para o transporte gratuito
de militares e carteiros uniformizados em ônibus de empresas particulares.
• STF – A servidão só recai sobre imóveis, tendo até caráter de direito real.
Indenização
Fundamento:
Art. 40 do DL 3365 fala que o expropriante pode instituir servidões mediante indenização.
Cuidado
A servidão administrativa só vai ensejar a indenização se causar algum dano ou prejuízo ao
proprietário.
Exemplo de servidão:
Passagem de fio de alta tensão por terrenos particulares. Se aquilo não afeta a atividade
econômica do dono do terreno, não há porque haver indenização. Se afeta, se ele tiver de
interromper a exploração econômica daquela área, isso será um prejuízo, que deverá ser
indenizado pelo Poder Público.
Forma:
A servidão administrativa deve ser objeto de um decreto, declarando a utilidade pública de um
bem, para fins de servidão.
Há raros casos em que a servidão decorre de lei, como a que institui o tombamento.
Fundamento: O DL 25/37, que trata de tombamento, diz em seu art. 18 que, com o tombamento,
surgem servidões do bem tombado (que será o dominante) sobre os vizinhos (que serão os servientes),
que ficarão limitados em sua possibilidade de fazer obras que impeçam a visibilidade do imóvel.
Havia outro exemplo de servidão administrativa criado por lei, no DL 9760/46, art. 4º, que atinge os
terrenos marginais de rios. Até 15 metros da margem, havia servidão administrativa, não para que
qualquer um do povo entrasse lá, mas para que a polícia hídrica (polícia administrativa de águas
públicas) pudesse agir mais eficazmente.
ANOTE:
A servidão não será autoexecutória, a Administração não poderá impô-la.
Havendo dúvida sobre se há ou não indenização, ou sobre o valor da eventual indenização, a
Administração terá que ir a juízo para sacramentar a servidão.
Lembrete: Servidão administrativa tem que ser levada ao Registro de Imóveis, por qualquer dos
entes da Federação.
A importância do Tombamento;
Ocupação temporária;
Requisição;