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Prevalência e etiologia
O transtorno global do desenvolvimento é decorrente de múltiplas
etiologias, podendo também apresentar atraso no desenvolvimento
neuropsicomotor e perda de funções anteriormente adquiridas e estudos
epidemiológicos sugerem uma prevalência entre 5% a 10% (Fombonne, 1999).
Paula, Ribeiro, Fombonne e Mercadante (2011) realizaram um estudo
epidemiológico transversal, em Atibaia (São Paulo), com uma população de
1470 crianças entre 7 e 12 anos de idade que foram avaliadas com um
instrumento de varredura (o ASQ – Autism Screening Questionnaire). Destas,
12 preencheram critérios para transtorno do espectro autista associados a
problemas de comportamento como TDAH e distúrbio de conduta. Este
resultado aponta uma frequência de 0,82% do total de crianças; porém quando
especialistas em autismo foram avaliar as crianças, apenas 4 realmente
preenchiam critérios para o espectro autista, implicando em uma prevalência
de 0,272% (ou 0,3%).
O fato do autismo ser quatro vezes mais frequente em meninos do que em
meninas pode ser explicada por uma maior vulnerabilidade biológica a
disfunções neurológicas ou até mesmo por um viés dos profissionais da saúde
diagnosticarem meninos quando apresentam problemas fora do que é
considerado normal (HALLAHAN et. all., 2012).
Hallahan e colaboradores (2012) apresentam dois argumentos referentes
ao aumento na prevalência do autismo na população. O primeiro é que não
houve um aumento real de casos de autismo, mas pessoas que antes eram
classificadas como tendo deficiências de linguagem ou intelectual agora são
classificadas como apresentando autismo. O segundo argumento é de que
embora os fatores anteriormente citados possam contribuir para o aumento de
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Características
As pessoas com autismo apresentam déficit de interação social e
comunicação, padrões de comportamento repetitivos ou estereotipados, déficit
cognitivo e algum grau de percepção sensorial anormal. Frequentemente
apresentam prejuízo na responsividade social, extrema dificuldade em se
relacionar com os outros e dificuldade para entender ou expressar emoções, o
que talvez seja a característica mais marcante de quem apresenta esta
dificuldade. (HARDMAN, DREW, EGAN, 2005).
A dificuldade de comunicação pode ser entendida como a dificuldade em
utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal. Isto
inclui gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na
linguagem verbal (DE MELO, 2007).
Hardman e colaboradores (2005) apontam que aproximadamente metade
das crianças não desenvolve o discurso e aquelas que o desenvolvem,
costumam apresentar problemas em relação à linguagem como a ecolalia, que
pode ser imediata (repetir simplesmente o que lhes foi dito) ou tardia (crianças
que repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes).
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drasticamente problemas de conduta (DE MELO, 2007). Este método tem sido
bem aceito em vários lugares do mundo, pois não demanda materiais
complexos ou caros, é relativamente fácil de aprender, pode ser aplicado em
qualquer lugar e quando bem aplicado apresenta resultados efetivos na
comunicação através de cartões em crianças que não falam e na organização
da linguagem verbal em crianças que falam, mas que precisam organizar esta
linguagem (DE MELO, 2007).
O método dos Movimentos Sherborne – “Relation Play” vem sendo
aplicado em alguns países, principalmente na Europa, tanto por fisioterapeutas
como por professores de educação física. Foi idealizado por Veronica
Sherborne, uma professora de educação física nascida na Inglaterra que
acreditava que esta técnica poderia beneficiar qualquer tipo de criança,
inclusive crianças com problemas de desenvolvimento (DE MELO, 2007). O
método visa o desenvolver o auto-conhecimento da criança através da
consciência de seu corpo e do espaço que a cerca, pelo ensino do movimento
consciente (DE MELO, 2007).
O uso de recursos tecnológicos como computador, tablets, smartphones e
vídeo-games como Kinect® ou Wii® como apoio a crianças com autismo é
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Referências
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION (APA). Diagnostic and Statistical
Manual of Mental Disorders (DSM – V) Disponível em:
http://www.dsm5.org/ProposedRevision/Pages/proposedrevision.aspx?rid=94#
Acesso em: 02 de junho de 2012.
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