GEOMETRIA ANALÍTICA
Conceito de vetor
Definição 1
Definição 2
Dizemos que os segmentos orientados (A, B) e (C, D) têm o mesmo
comprimento.
Suponha (A, B) e (C, D) não nulos. Então dizemos que (A, B) e (C, D) têm
a) Se as retas AB e CD são distintas, dizemos que (A, B) e (C, D) têm mesmo sentido
b) Se as retas AB e CD coincidem, tome (A', B') tal que A' não pertença à reta AB e
(A', B') tenha mesma direção, e mesmo sentido que (A, B). Então dizemos que (A, B)
e (C, D) têm mesmo sentido se (A', B' ) e (C, D) têm mesmo sentido. Se não, dizemos
Definição 3 .
a) (A , B) ∼ (A , B) (reflexiva)
relação de equivalência.
Definição 4
→ → → → →
é paralelo a um representante de y (e portanto a todos). Se x // y , x e y
→ →
têm mesmo sentido se um representante de x e um representante de y têm
Observação
→ →
O vetor BA é chamado vetor oposto do vetor AB e eles só diferem no sentido (se
A≠ B), já que seus representantes (A,B) e (B,A) têm mesma direção, mesmo
→
comprimento e sentido contrário. O vetor oposto do vetor AB é indicado também
→ → →
por - AB ; o vetor oposto de um vetor x é indicado por - x .
ADIÇÃO DE VETORES
→ →
Sejam os vetores u e v representados pelos segmentos orientados AB e BC.
→ →
Os pontos A e C determinam o vetor soma dos vetores u e v
Propriedades da adição
Diferença de vetores
→ → → → →
Chama-se diferença de dois vetores u e v , e se representa por d = u - v , ao
→ →
vetor u + ( - v ) .
→ →
Dados dois vetores u e v , representados pelos segmentos orientados AB e AC,
→ →
respectivamente, e construído o paralelogramo ABCD verifica-se que a soma s = u
→
+ v é representada pelo segmento orientado AD (uma das diagonais) e pela
→ → →
diferença d = u - v é representada pelo segmento orientado CB (a outra diagonal)
Observações:
→ → → → →
a) Se k = 0 ou v = 0 , o produto é o vetor 0 , isto é k v = 0 .
→ → → →
b) Dados dois vetores u e v , colineares, sempre existe k ∈ R tal que u = k v .
−2 → −5
Exemplo: se u =
→
⇒ →
v = 2
→
5 v u
1
→ → →
c) O versor de um vetor v ≠ 0 é o vetor unitário u = →
v v ou
→ → →
v v v
→ →
→ →→ →
v
Daí, concluí-se que v = u isto é, o vetor v é o produto de seu módulo pelo
→
vetor unitário de mesma direção e mesmo sentido de v
→ → → → → →
M1) α ( u + v ) = α u + α v , ∀ α ∈ R , ∀ u , v ∈ V3 (distributiva
Observação
→
→ v 1 →
Se α ∈ R e v ∈ V , com α ≠ 3
0, significa α v
α
Soma de ponto com vetor
→
Cada ponto P ∈ E3 e cada vetor v ∈ V3 associa um único ponto Q de E3
→ → →
indicado por P + v e chamado soma de P com v . Assim: ∀ P ∈ E3 , ∀ v ∈ V3 :
→ →
P+ u =Q ⇔
→ →
PQ = u donde P + PQ =Q
Observação:
→ →
A notação P - v indica a soma do ponto P com o vetor oposto do vetor v
→ →
Assim: P - v = P + ( −v )
P+ u = P + v ⇒ u + v
→ → → →
P2
→ → → → → →
Seja Q = P + u = P + v por def. decorre PQ = u e PQ = v
→ →
Logo u = v
→ → → → → →
P3 ( P + u ) + v = P + ( u + v ) ∀ u , v ∈ V3 ∀ P ∈ E3
→ → → →
Sejam A = P + u e B = A + v ( logo B = (P + u ) + v )
→ → → →
por def. decorre que PA = u e AB = v somando, temos:
→ → → → → → → → → →
PA + AB = u + v mas, PA + AB = PB , portanto temos PB = u + v
→ →
Pela definição de soma de ponto com vetor, temos: B = P ( u + v )
→ → → →
e portanto: (P + u ) + v = P + ( u + v )
P4
→
A+ v = B+ v
→
⇒ A=B
A + v = B + v ⇒ (A + v ) - v = (B + v ) - v ⇒
→ → → → → → P3
→ →
P5 (P- v)+ v =P
→ → → → P3 → → → P1
( P - v ) + v = [P + ( - v ) ] + v ⇒ P + [ - v + v ] = P + 0 ⇒ P
Dependência Linear
→ → → →
Dados n vetores v ,v1 2
, v 3 →
,....., v n
chama-se combinação linear dos n
→ →
vetores a qualquer vetor da forma: a v 1
1 + a2 v 2
+ ....+ an v n
em que a1 , a2 ,
Exemplo:
→
No triângulo ABC, M é o ponto médio de BC. Escrever o vetor AM como
→ →
combinação linear de AB e AC
B M C
Solução:
Traçar pelo ponto M, paralelas aos lados AB e AC. Pelo teorema de Pitágoras → P e
P N
B M C
→ 1 → 1 →
portanto: AM = 2 AB
+ 2 AC
Condições para que um vetor possa ser dado como combinação linear de outros
vetores.
Proposição 1 (para dois vetores)
→ → → →
Dados um vetor v , não nulo, e um vetor u , tais que u // v , então existe um único
→ →
número real m tal que u = m v
→
a) Se o vetor u for nulo, basta fazer m = 0.
→
b) Se o vetor u também também não for nulo, teremos:
→
u
→ → → →
u = m v ⇒ u = m v ⇒m = ± → , sendo m > 0
v
→ → → →
se u e v têm mesmo sentido e m < 0 se u e v têm sentidos contrários.
Geometria Analítica Espacial 10
CEFET-SP Uned Cubatão
Tecnólogo em Automação e Controle de Processos Industriais Contínuos
→ →
tomemos os três vetores aplicados em um mesmo ponto A e seja AP = w
B P
→ →
v w
→
A u C
→ →
Traçando-se por P paralelas a u e a v forma-se o quadrilátero ABPC
→ → →
paralelogramo ∴ AP = AB + AC
→ → → → → →
Como AC // u , existe um número real m tal que AC = m u e como AB // v ,
→ → → → →
Existe um número real n tal que AB = n v e, portanto: w = m u + n v .
→ →
• Pela definição da operação adição de dois vetores pode-se afirmar que “ w = m u
→ → → → → → →
+ n v então u , v e w são coplanares” pois w, mu e n v possuem
representantes que são lados de um triângulo, sendo portanto coplanares e,
→ → →
conseqüentemente w , u e v também são coplanares.
“Três vetores são coplanares se e somente se um deles é igual a uma combinação
linear dos outros dois”.
Exemplo:
→ → → → → →
θ = 600 C P
→
w
→
v
θ θ
→
A u B
→ →
Por P traça-se // a u e a v . Assim, ABPC é um paralelogramo sendo que o triângulo
ABP é eqüilátero.
→ → → →
AB = 3 u e AC = 2 v , logo:
→ → →
AP = AB + AC
→ → →
w = 3u + 2 v
• Dados três vetores coplanares, sendo dois deles LI, o outro poderá ser expresso
como combinação linear dos dois primeiros.
• Como essa combinação linear sempre existe, dando um vetor em função dos outros
dois pode-se dizer que existe uma dependência linear entre eles ou seja, o conjunto
formado por três vetores coplanares é LD.
• O conjunto formado por três vetores não coplanares é LI.
• Dois vetores LI formam uma base para o conjunto de todos os vetores coplanares
→ → →
com eles isto é, todo vetor w , coplanar com u e v , LI , pode ser sempre escrito
→ →
como combinação linear de u e v .
conveniente.
→ →
c) Se o vetor r for paralelo a v , basta fazer m = 0 e p = 0 e encontrar o n
conveniente.
→ →
d) Se o vetor r for paralelo a w , basta fazer m = 0 e n = 0 e encontrar o p
conveniente.
→
e) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, mas
→ →
for coplanar a u e v , basta fazer p = 0 e encontrar m e n convenientes.
→
f) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, mas
→ →
for coplanar a v e w , basta fazer m = 0 e encontrar n e p convenientes.
→
g) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, mas
→ →
for coplanar a w e u , basta fazer n = 0 e encontrar m e p convenientes.
→
h) Se o vetor r não for nulo, nem paralelo a nenhum dos outros três vetores, nem
→ → → → →
Seja AP = r . Traçando por P paralelas a u , a v e a w obtemos, assim, um
paralelogramo.
→ → → →
Portanto: AP = AB + BC + CP
→ → → → → →
Como AB // u existe um número real m tal que AB = m u ; AD // v existe um
→ → → → →
número real n tal que AD = n v ; AE // w existe um número real p tal que AE = p
→ → → → →
w ∴ r = mu + nv + pw
E
P
→ →
w r
→ →
u A v D
B C
“ Dados quatro vetores no espaço, sempre um deles é combinação linear dos outros
três” – Os vetores são LD.
Exemplo:
→ → → → →
Solução:
→ →
E w r
P
→ → → →
w r u v
→ →
u A v D
B C
→ → →
Tracemos por P, paralelas a u , v e w .
Obtemos, assim, um cubo de aresta 6 logo:
→ → → → → → → → → →
AB = 6 u AD = 3 v AE = 2 w portanto r = 6 u + 3 v + 2 w
Base
→ →
Chama-se base de V3 a qualquer trinca ordenada de vetores LI. Assim, se ( u , v
→ → → → →
, w ) é uma base de V3 então qualquer vetor r de V3 é gerado por u , v , w , ou
→ → → →
seja, existem números reais m, n e p tais que r = m u + n v + p w . Como esses
números são únicos, associamos a cada vetor de V3 uma única trinca de números
→
reais ( m, n, p). Esses números são chamados de coordenadas de vetor r em relação
→ → → → → → →
à base ( u , v , w ) ; os vetores m u , n v e p w são componentes do vetor r .
Exemplos:
→ → →
Fixada uma base E = (
e e e
1
,
2
,
3
)
→ →
a) u = (1, 2, 3) e v = ( 2, 1, 1)
1 2 3 → →
2
≠ 1
≠ 1
eles não são proporcionais ∴ ( u , v ) é LI
→ → 1 7 1
b) u = (1, 7, 1) e v = ( 2
, 2
, 2
)
1 7 1
1 = 7 = 1 são proporcionais - fator de proporcionalidade: 2
2 2 2
→ → → →
u=2 v ∴ ( u , v ) é LD
→ → →
3) Sejam: f 1
=2
e 1
-
e 2
→ → → →
f 2
=
e e 1
-
2
+2
e 3
→ → →
f 3
=
e 1
+2
e 3
→ → →
Mostre que ( f 1
, f 2
, f 3
) é LI e portanto base de V3
Resolução:
→
Tem-se: f 1
= (2 , - 1 , 0 )
→
f 2
= (1, - 1, 2 )
→
f 3
= ( 1, 0, 2 )
2 -1 0
Geometria Analítica Espacial 16
CEFET-SP Uned Cubatão
Tecnólogo em Automação e Controle de Processos Industriais Contínuos
→ → →
1 -1 2 = -4 ≠ 0 logo ( f 1
, f 2
, f 3
) é LI
1 0 2
→
4) Calcule as coordenadas do vetor v = ( 1, 1, 1 )E na base F do exercício
anterior.
Resolução:
→ → →
Sabemos que: f 1
=2
e 1
-
e 2
→ → → →
f 2
=
e e 1
-
2
+2
e 3
→ → →
f 3
=
e 1
+2
e 3
→ → →
Resolvendo as equações acima com relação a
e e e
1
,
2
,
3
temos:
→ → → → → →
f 2
= f 3
-
e 2
∴
e 2
= f 3
- f 2
→ → → → → → → → → →
f 1
=2
e 1
-
e 2
∴ f 1
=2
e 1
-( f 3
- f 2
) ∴ f 1
+ f 3
- f 2
=
→
2
e 1
→ → → →
1 1 1
∴
e 1
= 2 f 1
- 2 f 2
+ 2 f 3
→ → → → → → → →
1 1 1 1
f 3
=
e 1
+2
e 3
∴ f 3
-
e 1
= 2
e 3
∴ 2 f 3
- 2
( 2 f 1
- 2
→ → →
1
f 2
+ 2 f 3
)=
e 3
→ → → →
1 1 1
∴
e 1
= 2 f 1
- 2 f 2
+ 2 f 3
→ → →
e 2
= - f 2
+ f 3
→ → → →
1 1 1
e 3
= - 4 f 1
+ 4 f 2
+ 4 f 3
→ →
→ → →
como v = ( 1, 1, 1 )E , temos v =
e 1
+
e 2
+
e 3
e, portanto:
→ → →
→ 1 5 7
v = 4 f 1
- 4 f 2
+ 4 f 3
donde
→ 1 5 7 → 1 5 7
v = ( 4 , - 4 , 4 ) isto é, as coordenadas de v na base F são: 4 , - 4 , 4
BASE
→ → →
Chama-se base V3 a qualquer tripla ordenada E = (
e e e
1
,
2
,
3
) LI de vetores de
→ → → → →
V3. Se ( ) é uma base de V3, todo vetor de V3 é gerado por
e e e
1
,
2
,
3 e e 1
,
2
→
e
e 3
→
, isto é, para todo v ∈ V3, existem escalares a,a ,a
1 2 3
, tais que
→ → →
→
v = ae 1 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3
.
e 3
e 2
e 1
Essa tripla ( a , a , a 1 2 3
) de escalares é única.
→
Escolhida uma base E de V3 fica associada univocamente a cada vetor v uma tripla
ordenada de escalares ( a, a 1 2
, a 3
). Essa tripla é denominada tripla de
→
coordenadas do vetor v em relação à base E. Observe que é importante a ordem dos
→
escalares a a a 1
, 2
, 3
; trata-se de uma tripla ordenada ∴
→
v = ae
1 1
+ a 2
→ →
e 2
+ a e 3 3
. A notação utilizada para indicar que a, a 1 2
, a 3
são
→
coordenadas (nessa ordem) do vetor v em relação à base E é
→
v =( a , a ,a
1 2
)
3 E
ou
→
v =( a , a ,a
1 2 3
)
a) Adição: Se u = (
→
a , a , a ) e v = (b , b , b
1 2 3
→
1 2 3
) então
=(a + b , a + b , a + b )
→ →
u+ v 1 1 2 2 3 3
De fato:
→ → →
→
u = ( a a a
1
, 2
, 3
) ⇒ u =
→
ae 1 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3
→ → →
→
v = ( b b b
1
, 2
, 3
) ⇒
→
v = b e 1 1
+ b e 2 2
+ b e
3 3
Logo:
→ → →
→
u+ v =(
→
a b e 1
+ 1
)
1
+ ( a 2
+ b e 2
)
2
+( a 3
+ b e 3
)
3
ou seja:
→
u+ v =(
→
a +b , a
1 1 2
+ b ,a 2 3
+ b 3
)
→ →
Para o procedimento acima é essencial que u e v estejam referidos a uma mesma
base.
λ u = (λ
→
a ,λ a 1 2 ,λ a 3)
De fato:
→ → →
→
u =( a a a
1
, 2
, 3
)⇒ u =
→
ae 1 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3
→
⇒λ u = λ ( a 1
→ → →
e 1
+ a e 2 2
+ a e 3 3
)=
→ → →
= (λ a )e 1 1
+ (λ a )e 2 2
+ (λ a )e3 3
⇒ λ u = (λ
→
a ,λ a
1 2 ,λ a 3)
→ → →
Observação: u = 0 ⇔ u = ( 0, 0, 0 )
Vamos reexaminar em termos de coordenadas o conceito de dependência e
independência linear.
Proposição 1: Os vetores u = (
→
x , y , z1 ) e
1 1
→
v =( x , y , z 2 ) são LD se
2 2
Proposição 2: u = ( x , y , z1 ) , v = ( x , y , z 2 ) , x,y
→ → →
1 1 2 2 w =( 3 3
,
z 3 ) são LI se e somente se x y z1
1 1
x y z2 2 2
≠ 0
x y z3 3 3
Proposição 3:
→ → →
unitários ( e
1 = e 2 = e 3 = 1) e dois a dois ortogonais.
e 3
→
0
e 2
e
1
→ → → →
→ →
Proposição 4: Se E = (
e e e
1
,
2
,
3
) é base ortonormal, e u = x
e 1
+y
e 2
+
→ →
= √ x2 + y2 + z2
z
e
3
então u
→ →
Seja os vetores não nulos u e v . Tomemos um ponto 0 ∈ E3 e, sejam P, Q ∈
→ → → →
E3 tais que u = OP , v = OQ . Seja θ a medida em radianos (graus) do ângulo
θ θ
→ →
0 v Q 0 v Q’
→ →
Se tivéssemos tomado outro ponto 0’ ∈ E3 em lugar de 0, e P’, Q’ com u = OP ,
→ →
v = OQ obteríamos que a medida em radianos [graus] de P’Ô’Q’, ainda seria θ
(como na figura)
Definição 1
→ →
O número θ se chama medida em radianos [graus] do ângulo u e v .
→ →
Para encontrar uma expressão que forneça θ em termos de u e v fixa-se uma base
x , y , z1 ) e x , y , z2 )
→ → → → →
ortonormal ( i , j , k ) e sejam u = ( 1 1 v =( 2 2
Observação:
1) Uma base no espaço é ortonormal se os vetores forem unitários e dois a dois
forem ortogonais.
2) Sendo a base ortonormal a norma de qualquer vetor pode ser calculada
→
→
w = ( a, b, c ) ⇒ = √ a2 + b2 + c2
w
θ
→
0 v Q
(x x y y z
→ → → → →
2 2 2 2
QP = OP - OQ = u + v = 1
- 2
, 1
- 2
, 1 -
z) = 2
2
=(x -x ) y -y z -z x
2 2 2 2
x y y + z 2 - 2(
2 2
1 2
2
+( 1 2
)2 +( 1 2 )2 = 1
+ 1
+ z1 + x2 + 2 1
x + y y + z1 z 2 )
2 1 2
Substituindo em ( 1 ), resulta
x x + y y + z1 z 2
→ →
u v cos θ = 1 2 1 2
(2)
2 2
y
→
x
2
expressão esta que nos permite calcular cos θ , pois u =√ 1
+ 1
+ z1 e
2 2
y
→
+ z2
2
v =√ x 2 + 2
Definição 2:
→ → → →
Chama-se produto escalar dos vetores u e v ao número u • v dado por:
→ → → →
0 se u = 0 ou v = 0
→ →
u • v
→ →
→ → → →
u v cos θ se u ≠ 0 ou v ≠ 0
→ →
sendo θ a medida do ângulo entre u e v .
Desde que as coordenadas usadas se referirem a uma base ortonormal podemos
escrever: u • v =
→ →
x x + y y + z1 z 2
1 2 1 2
→ → → →
Da definição, resulta que se u ≠ 0 ou v ≠ 0 então:
→ →
cos θ = u • v
→
→ →
Observe que decorre da própria definição que: u = √u •u
x x y y z z
2 2 2
→ →
y
→
pois u • u = 1 1
+ 1 1
+ 1 1 = x
1
+ 1
+ z 1
= u 2
proposição 1
→ → →
Quaisquer que sejam u , v , w de V3 e qualquer que seja λ real, tem-se:
→ → → → → → →
1) u • ( v + w ) = u • v + u • w
→ → → → → →
2) u • ( λ v ) = (λ u ) • v = λ ( u • v )
→ → → →
3) u • v = v • u
→ → → → → →
4) u • u ≥ 0 ; u • u = 0 ⇔ u = 0
proposição 2
→ → → →
u ⊥ v ⇔ u • v =0
Demonstração
→ →
Se u ou v é nulo, é imediato.
→ → π → →
Se u • v = 0 ⇔ cos θ = 0 ⇔ θ = 2 ⇔ u ⊥ v ( lembre-se que 0 ≤ θ ≤
π )
Observação:
→ → →
“ uma condição necessária e suficiente para que uma tripla (
e 1
,
e 2
,
e 3
) de
e
→ → → → → →
• • •
e 1 e 2
=
e 1 e 3
=
e 2 e 3
=0
→ →
• e
resumindo:
e i j
= 1, se i = j
0, se i ≠ j
Atenção:
→ → → → →
Evite o erro seguinte: sendo u • v = u • w , cancelar u e concluir que
→ →
v = w . ISTO É FALSO
→ → → → → → → → → → → → →
u • v = u • w ⇔ u • v - u • w = 0 ⇔ u •(v - w)= 0 ⇔ u ⊥ (v -
→
w)
Exemplos:
É fixada uma base ortonormal
→ →
1) Ache a medida em radianos do ângulo entre os vetores u = (2, 0,-3) e v =
(1, 1, 1).
Resolução:
→ →
u • v = (2, 0, -3) • (1, 1, 1) = 2 . 1 + 0 . 1 + (-3) . 1 = -1
→
u = ( 2,0,−3) = √ 22 + 02 + (-3)2 = 13
→
v = (1,1,1) = √ 12 + 12 + 12 = 3
→ →
∴ cos θ = u • v = -1 = -1
→ →
u v 13 3 39
−1
∴ θ = ARC COS ( 39
)
→
2) Ache a medida em graus do ângulo entre os vetores u = (1, 10, 200) e
→
v = ( -10, 1, 0)
Resolução:
→ →
u • v = (1, 10, 200) • ( -10, 1, 0) = 1 . (-10) + 10 . 1 + 200 . 0 = 0
→ →
Logo: u ⊥ v , e θ = 900 (em graus)
3) Demonstre a desigualdade de Schwarz:
→ → → →
u • v ≤ u v
Resolução:
→ →
Se u ou v é nulo, é imediato, pois ambos os membros se anulam.
→ → → →
Se u ≠ 0 e v ≠ 0 , então a desigualdade de Schwarz resulta imediatamente de
→ →
cos θ = u • v e │ cos θ │≤ 1
→ →
u v
Observe que a igualdade vale se e somente se um dos dois vetores é nulo ou, caso
contrário, se │ cos θ │≤ 1
→ → → → → → →
4) O ângulo entre a e b mede 1200 . Sendo a = 4, b = 3, u = a + b e
→ → → → →
v = a - 2 b , o ângulo entre u e v é agudo, reto ou obtuso?
Solução:
→ → → → → → → → → → → → → →
u X v = (a + b ) X (a - 2 b ) = a X a - 2 a X b + b X a - 2 (b X b ) ⇒
→ → → → → →
⇒u X v = a 2 –2 b 2 - a Xb
→ → →→ −1
Mas, a X b = a b cos 1200 = 4 . 3 . 2
= -6 Assim,
→ →
u X v = 16 – 2 . 9 – ( -6) = 4.
→ → →
Como o produto escalar entre u e v é positivo, concluímos que o ângulo entre u e
→
v é agudo.
→ →
a) u X v = ( m, 2, 3 ) X ( 2, -1, 2 ) = 2m –2 + 6 = 0 ⇒ m = -2
→ →
b) r X s = ( m, 3, 4 ) X ( m, -2, 3 ) = m2 –6 + 12 = ⇒ m2 + 6 = 0 ⇒
⇒ não existe m real, ou seja, os vetores nunca são ortogonais, para um mesmo
valor de m real.
Solução:
(1,2,2) X (1,−4,8) 9 1
a) cos θ 3. 9
= 27
⇒ θ = arc cos 3
≅ 710
Ângulos diretores
Os ângulos que um vetor forma com os eixos coordenados são chamados de
ANGULOS DIRETORES. Eles são assim chamados porque fornecem a direção do
vetor (e também o sentido)
→
Como os eixos coordenados possuem a mesma direção e sentido dos vetores i ,
→ →
j e k.
Assim, temos: z
→ → → →
v = (a, b, c) = a i + b j + ck
→
então: γ v
( a, b, c ) a
cos α = →
v X (1, 0, 0) ⇒ cos α = → 0 α y
v
( a , b, c ) b
cos β = →
v X (0, 1, 0) ⇒ cos β = → x
v
Geometria Analítica Espacial 27
CEFET-SP Uned Cubatão
Tecnólogo em Automação e Controle de Processos Industriais Contínuos
( a, b, c ) c
cos γ = →
v X (0, 0, 1) ⇒ cos γ = →
v
PROPRIEDADES:
→ → →
a) Seja o vetor v = ( a, b, c ). Designando o versor de v por u , vem:
→ →
v a b c v
→
u = →
v
=( →
v , →
v , →
v ) ⇒ →
v
ou
→
u = ( cos α , cos β , cos γ )
Portanto, as componentes do versor de um vetor são os cossenos diretores deste
vetor.
→
b) Como o versor de v é um vetor unitário, o módulo de um versor é igual a 1,
assim temos:
cos α , cos β , cos γ = 1
mas, cos α , cos β , cos γ = √ cos2 α + cos2 β + cos2 γ
logo:
√ cos2 α + cos2 β + cos2 γ = 1 ⇒ cos2 α + cos2 β + cos2 γ =1
Exemplos:
→ → → →
1) Achar os ângulos diretores do vetor v = i -2 j + 2 k = (1, -2, 2)
1 1
Solução: cos α = 3
⇒ α = arc cos 3
⇒ α ≅ 710
−2 −2
cos β = 3
⇒ β = arc cos 3
⇒ β ≅ 1320
2 2
cos γ = 3
⇒ γ = arc cos 3
⇒ γ ≅ 480
2 1 2
cos2 α + 2 + =1
2
2
2 1 1 1 1
cos2 α = 1 - 4
- 4
⇒ cos2 α = 4
⇒ cos α = ± 4
⇒ cos α = ± 2
→ → → → → →
u u- c u- c u
→
v
→ → → →
c c = 0 c
→ →
O vetor c é chamado de vetor-componente ou vetor-projeção de u na direção de
→ →
v , v não nulo.
→ → →
Para encontrarmos o vetor c , conhecidos u e v , basta observarmos que:
→ → → → →
( i ) c // v e ( ii ) u - c ⊥ v
→ →
De ( i ) , vem; existe m ∈ ℜ tal que c = m v
De ( ii ) , vem:
→ → → → → → → → → →
(u - c ) X v = 0 ⇒ ( u - m v ) X v = 0 ⇒ u X v -m( v X v)=0 ⇒
→ → → → → → → → →
⇒u X v =m( v X v) ⇒ m= u X v = u X v . Temos assim o vetor c
→ → →
v 2
v X v
→ → → →
isto é, c = u X v . v ⇒
→ →
v X v
→ →
v v
→ →
⇒ c = ( u X →
v
). →
v
→ → →
Exemplo: Decompor o vetor u = ( 6, -3, 9 ) em dois vetores c e d , sendo
→ → → → →
c paralelo a v e d ortogonal a v , onde v = ( 1, 2, 2).
Solução:
Veja a figura
→ → →
u d v
→
Decompor um vetor u é encontrar
→
vetores que somados dão, como c
→
resultante o vetor u
→ → → → → →
Neste caso, u = c + v sendo c o vetor-componente de u na direção de v e o
→ → → → → →
vetor d o vetor-diferença entre u e c , isto é: d = u - c . Assim, temos:
→ (1,2,2) (1,2,2)
c = [ ( 6, -3, 9 ) X 3
] . 3
→ (1,2,2) → → → →
c =6. ⇒ c = (2, 4, 4) = 2 i +4 j + 4k
3
→ → → → → →
d = u - c = (6, -3, 9) – (2, 4, 4) = (4, -7, 5) = 4 i -7 j + 5 k
Observações:
→ →
( i ) Os vetores c e d , do exemplo acima, são as componentes ortogonais do vetor
→ → →
u , tendo c a direção de v
→
( ii ) O módulo do vetor-componente ou vetor-projeção c será dado por
→
→ → v
c = u X →
v
que é o módulo da expressão que está dentro dos colchetes, na
→
segunda indicação da fórmula do vetor-componente c .
Projeção de um Vetor
→ → → →
Sejam os vetores u e v , com u ≠ 0 e v ≠ 0, e θ o ângulo por eles
→ → →
formado. Deve-se calcular o vetor w que representa a projeção de u sobre v .
Observe a figura:
→ →
u u
θ θ
→ → → →
w v w v
→ →
Como w e v têm a mesma direção, segue-se que:
→ →
w =k v, k∈ℜ
Então:
→ →
w = k v ou
→
→
→
→ uXv →
1 uXv 1 2
→
uXv →
→
→ →
k= w →
v = →
→
v ∴ k = logo: w =
→ v
2
v v v
→ → → →
Portanto, o vetor projeção de u sobre v ( proj. → u = w ) é:
v
→
→ → v
→ u v
proj. → u=
X →
→
v
v v
→→
uXv →
→
ou proj. → u = →→ v
v vXv
Exemplos:
→ →
1) Determinar o vetor projeção de u = ( 2,3,4 ) sobre v = ( 1, -1, 0 )
Solução:
→→
→ uXv →
Utilizando a fórmula proj. → u = →→ v obtem –se:
v vXv
→ ( 2,3,4) X (1,−1,0) 2 −3 +0
proj. → u=
(1,−1,0) X (1,−1,0)
(1, -1, 0) = 1 + 1 + 0 (1, -1, 0)
v
→ 2 −3 1 1 1
proj. → u = 2 ( 1, -1, 0 ) = - 2 ( 1, -1, 0 ) = ( - 2 , 2 , 0 )
v
→ → → → → → → → → →
2) Dada a base ortonormal B = ( i , j , k ), sejam u = 2 i -2 j + k e v = 3 i - 6 j
→ →
a) Obtenha a projeção ortogonal de v sobre u
→ → → → → → →
b) Determine p e q tais que v = p + q , sendo p paralelo e q ortogonal a
→
u
Solução:
→ →
a) Em relação a B, u = ( 2, -2, 1 ) e v = ( 3, -6, 0 ).
→
→ →
Logo, u 2 = 22 + (-2)2 + 12 = 9 e v X u = 3 . 2 + ( -6) (-2) + 0 . 1 = 18
Geometria Analítica Espacial 31
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→
→
vXu
→ →
2
→ 18
Logo, proj. → v = u = ( 2, -2, 1 ) = ( 4, -4, 2 )
u u 9
→ → → →
b) O vetor p é a projeção ortogonal calculada em ( a ), e q é a diferença v - p .
→ → →
Portanto q = v - p = ( 3, -6, 0 ) – ( 4, -4, 2) = ( -1, -2, -2 )
PRODUTO VETORIAL
Definição:
→ → → →
Dados os vetores u = a i + b j + c k e
→ → → →
v = d i + e j + f k , definimos produto vetorial dos vetores
→ →
u e v como sendo o vetor dado pelo determinante formal:
→ → →
i j k
→ → → → →
u ^ v = a b c = b c . i - a c . j + a b . k
d e f e f d f d e
Exemplo:
→ → →
i j k
→ → →
a) ( 1, 3, 5 ) ^ ( 1, 1, 1 ) = 1 3 5 = -2 i + 4 j -2 k
1 1 1
→ → →
i j k
→ → →
b) ( 1, 1, 1 ) ^ ( 1, 3, 5 ) = 1 1 1 = 2i -4 j + 2k
1 3 5
→ → →
i j k
→ → → →
c) ( 0, 0, 0 ) ^ ( 2, 1, 7 ) = 0 0 0 = 0i +0 j + 0k = 0
2 1 7
→ → →
i j k
→ → → →
d) ( 2, 4, 6 ) ^ ( 3, 6, 9 ) = 2 4 6 = 0i +0 j + 0k = 0
3 6 9
Propriedades:
→ → →
P1. u X u = 0 ( o determinante possui duas linhas iguais)
→ → → → → →
P2. u ^ v = - v ^ u ∀ u , v ∈ V3 Anti-comutativa
→ → → → → → → → → →
P3. u ^ ( v + w ) = u ^ v + u ^ w ∀ u , v , w ∈ V3 Distributiva
→ → → → → → → →
P4. m . ( u ^ v ) = ( m u ) ^ v = u ^ ( m v ) ∀ u , v ∈ V3 e m ∈ ℜ
Associativa com um número real
→ → → → → → →
P5. a) Se u = 0 ou v = 0 ⇒ u ^ v = 0 ;
→ → → → → → → → →
b) Se u ≠ 0 ou v ≠ 0 , u ^ v = 0 ⇒ u // v
→ → → → → → → → →
P6. Se u e v são LI, isto é, u ^ v ≠ 0 então ( u ^ v ) é ortogonal a u e a v ,
ao mesmo tempo.
→ → → → → →
P7. u ^ v 2 = u 2 . v 2 – ( u X v ) Identidade de Lagrange
→ → → → → → → → → →
P8. u ^ v = u . v . sen θ ∀ u , v ∈ V3 com u ≠ 0 , v ≠ 0 e
→ →
θ o ângulo entre u e v
→ → → → → →
P9. Se u e v são L I é habitual afirmar-se que os vetores u , v e u ^ v
possuem orientação positiva ou dextrógira (regra da mão direita).
Observação:
1) Se dois vetores são LD, isto é, paralelos ou pelo menos um deles nulo,
então o produto vetorial deles será o vetor nulo;
→ →
2) Se dois vetores, u e v são LI, isto é, o ângulo entre suas direções não é zero,
então o produto vetorial deles será um vetor não nulo, tal que:
→ →
Direção: a direção de u ^ v será perpendicular a um plano que contenha
→ →
representantes de u e v ;
→ →
Módulo: o módulo de u ^ v será numericamente igual ao produto dos módulos de
→ → → →
u e de v multiplicado pelo seno do ângulo entre u e v ;
→ →
Sentido: Supondo que o plano, que contém representantes de u e v , seja horizontal
e que o ângulo entre eles seja percorrido no sentido anti-horário, quando
→ → → →
vamos de u para v , nessas condições, o sentido de u ^ v será para
cima.
Solução:
→ → → →
Como o vetor u ^ v tem direção perpendicular a u e a v , então todos vetores que
→ → → →
forem ortogonais a u e a v serão paralelos a u ^ v . Assim, o conjunto será
→ →
formado pelos vetores m ( u ^ v ).
→ → →
i j k
→ →
u ^ v = 2 -2 1 = ( 2, 4, 4 )
2 0 -1
Assim, temos o conjunto: { m . ( 2, 4, 4 ), m ∈ ℜ }. Um vetor unitário pode ser o
( 2,4,4) 1 2 2
versor do vetor ( 2, 4, 4 ), isto é, = ( 3
, 3
, 3
).
6
Observação importante:
→ → → →
Se conhecemos um vetor w ortogonal a u e a v , então w é paralelo ao vetor
→ → → → → → → → →
u ^ v , isto é: w ⊥ u e w ⊥ v ⇒ w // ( u ^ v )
Área do paralelogramo
Consideremos o paralelogramo ABCD, cujos lados AB e AC são representantes dos
→ →
vetores u e v , respectivamente.
Exemplo:
Calcular a área do triângulo ABC, onde A = ( 2, 0, 3 ), B = ( 8, 8, -3 ) e C = ( 2,
2, 2 )
Solução:
É preciso encontrar os vetores cujos representantes C
são os lados do triângulo ABC.
B – A = ( 6, 8, -6 ) e C – A = ( 0, 2, -1 )
A área do triângulo será: A B
→ → →
i j k
1 1 1
S= 2
. ( B – A ) ^ ( C – A )= 6 8 -6 = 2
. ( 4, 6, 12 )= 2
. 14
0 2 -1
⇒ S = 7 unidades quadradas.
Observação:
O cálculo da área do triângulo não depende dos lados escolhidos. Assim, no exemplo
acima, poderíamos ter escolhido os lados AB e BC ou, então, os lados AC e BC.
Produto Misto
→ → → → → → → →
Dados os vetores u = x1 i + y1 j + z1 k , v = x2 i + y2 j + z2 k e
→ → → →
w = x3 i + y3 j + z3 k , tomados nessa ordem, chama-se produto misto dos
→ → → → → → →
vetores u , v e w ao número real u . ( v X w ). Indica-se o produto misto por ( u
→ →
, v , w ). Tendo em vista que:
→ → →
i j k
→ → → → →
v X w = x2 y2 z2 = i y2 z2 - j x2 z2 + k x2 y2
x3 y3 z3 y3 z3 x3 z3 x3 y3
e levando em consideração a definição de produto escalar de dois vetores, o valor de
→ → →
u . ( v X w ) é dado por:
→ → →
( u , v , w ) = x1 y2 z2 - y1 x2 z2 + z1 x2 y2
y3 z3 x3 z3 x3 y3
ou
x1 y1 z1
→ → →
(u , v , w ) = x2 y2 z2
x3 y3 z3
Exemplo:
→ → → → → → → →
Calcular o produto misto dos vetores u = 2 i + 3 j + 5 k , v = - i + 3 j + 3 k e
→ → → →
w = -4 i -3 j + 2 k .
2 3 5
→ → →
( u , v , w ) = -1 3 3 = 27
-4 -3 2
Geometria Analítica Espacial 37
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Observação:
Solução:
→ → →
Os três vetores são coplanares se: ( u , v , w ) = 0
3 -1 4
→ → →
mas, (u , v , w ) = 1 0 -1 = -5 ≠ 0
2 -1 0
Logo, os vetores não são coplanares.
→ →
2) Qual deve ser o valor de m para que os vetores u = ( m, 2, -1 ) , v = ( 1,
→
-1, 3 ) , w = ( 0, -2, 4 ) sejam coplanares?
Solução:
→ → → → → →
Para que u , v e w sejam coplanares, deve-se ter: ( u , v , w ) = 0
Isto é: m 2 -1
1 -1 3 = 0
0 -2 4
ou: -4m + 6m –8 + 2 = 0 ⇒ 2m –6 = 0 ⇒ 2m = 6 ⇒ m = 3
→ → →
Geometricamente, o produto misto u . ( v X w ) é igual, em módulo, ao volume
→ → → → →
do paralelepípedo de arestas determinadas pelos vetores u = AD , v = AB e w
→
= AC .
→ → → →
E, em conseqüência: u . a = u a cos θ (2)
Comparando ( 1 ) e ( 2 ), temos:
→ →
V = u . a
→ → → → → →
Logo: V = u . ( v X w ) = ( u , v , w )
Volume do tetraedro
Todo paralelepípedo é equivalente a dois prismas triangulares iguais. Como todo
prisma triangular equivale a três pirâmides (que no caso são tetraedros) de base e
altura equivalentes à base e à altura do prisma, o volume de cada uma destas
1
pirâmides é 6
do volume do paralelepípedo.
Sendo A, B, C e D quatro pontos do espaço, não situados num mesmo plano, e três
a três não colineares, as arestas do paralelepípedo são determinadas pelos vetores
→ → → 1 → →
AB , AC , AD e, portanto, o volume do tetraedro ABCD é V= 6
( AB , AC ,
→
AD )
Exemplos:
→ → →
1) Dados os vetores u = ( x, 5, 0 ) , v = ( 3, -2, 1 ) e w = ( 1, 1, -1 ), calcular o valor
→ → →
de x para que o volume do paralelepípedo determinado por u , v e w seja 24 u.v.
(unidades de volume).
Solução:
→ → →
O volume do paralelepípedo é dado por: V = ( u , v , w ) e, no caso presente,
→ → →
deve-se ter: ( u , v , w )= 24 mas,
x 5 0
→ → →
(u , v , w) = 3 -2 1 = x + 20
1 1 -1
logo: x + 20 = 24
pela definição de módulo, implica duas hipóteses:
x + 20 = 24 ou -x –20 = 24
portanto: x = 4 ou x = - 44
2) Calcular o volume do tetraedro cujos vértices são: A ( 1, 2, 1 ), B ( 7, 4,
3 ), C ( 4, 6, 2 ) e D ( 3, 3, 3 )
Solução:
1 → → →
O volume do tetraedro é dado por: V = 6
( AB , AC , AD )
→ → →
mas: AB = ( 6, 2, 2), AC = ( 3, 4, 1 ) , AD = ( 2, 1, 2 )
e: 6 2 2
→ → →
( AB , AC , AD ) = 3 4 1 = 24
2 1 2
1
Portanto, o volume do tetraedro é: V= 6
. 24 = 4 u. v.
Observação:
Tendo em vista que o produto vetorial não é associativo, em geral
→ → → → → →
u X ( v X w) ≠ (u X v ) X w
→ →
= ai
v
→ → →
w = bi + cj (2)
→ → → →
u = xi + yj + zk
Por outro lado:
→ → →
i j k
→ → →
v X w = a 0 0 = ac k
Geometria Analítica Espacial 43
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b c 0
e
→ → →
i j k
→ → → → →
u X (v X w) = x y z = acy i - acx j
0 0 ac
ou:
→ → → → → → →
u X ( v X w ) = acy i - acx j + abx i - abx i
→ → → → → →
u X ( v X w ) = ai ( bx + cy ) - ax ( bi + cj )
exemplo:
→ → → → → → → → → → →
Se u = 3 i - 2 j - 6 k , v = 2 i - j e w = i +3 j + 4 k , temos:
→ →
u . v = 3 x 2 – 2 x ( - 1) – 6 x 0 = 8
→ →
u . w = 3 x 1 – 2 x 3 – 6 x 4 = - 27
logo:
→ → → → → → →
u X (v X w) = v w = v w
Geometria Analítica Espacial 44
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→ → → →
u .v u .w 8 - 21
→ → → → → → → → → →
u X ( v X w ) = - 21 v - 8 w = - 21 (2 i - j ) – 8 ( i + 3 j + 4 k )
→ → → → → → → → → → →
u X ( v X w ) = - 42 i + 21 j - 8 i - 24 j - 32 k = - 50 i - 3 j - 32 k
comparando
→ → → → → →
u X (v X w) e w X ( u X v ) , verifica-se que :
→ → → → → →
u X (v X w) ≠ w X( u X v)