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Aula 02

Direito Civil p/ PC-MG (Delegado) Pós-Edital


Professor: Paulo H M Sousa

01377082628 - WESLLEY DE OLIVEIRA SILVA


DIREITO CIVIL – PC/MG
Teoria e Questões
Aula 02 – Prof. Paulo H M Sousa

AULA 2
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL:
DIREITOS DA PERSONALIDADE

Sumário
Sumário .................................................................................................... 1
Considerações Iniciais ................................................................................ 2
TEORIA GERAL........................................................................................... 2
2. Direitos da personalidade ........................................................................ 2
1. Características .................................................................................... 2
2. Distinções ........................................................................................... 5
3. Direitos da personalidade e o Código Civil .............................................. 7
4. Pessoa jurídica .................................................................................. 15
Legislação pertinente ................................................................................ 17
Jurisprudência e Súmulas Correlatas .......................................................... 18
Questões ................................................................................................. 38
Questões sem comentários ..................................................................... 38
Gabaritos ............................................................................................. 59
Questões com comentários ..................................................................... 64
Resumo ................................................................................................ 101
Considerações Finais .............................................................................. 104

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Teoria e Questões
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AULA 02 – TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL:


DIREITOS DA PERSONALIDADE

Considerações Iniciais

Na aula passada, tratamos dos conceitos iniciais de Direito Civil, com algumas
das noções que formam a base de compreensão dos demais institutos de Direito
Civil, que costumam cair com grande frequência nas provas. Embora parecesse
apenas introdutória, compreender bem os temas que giram em torno das pessoas
naturais e jurídica é de suma importância para sua prova.
Hoje, trataremos, em continuidade, de um tema que orbita ao redor do tema das
pessoas: os direitos de personalidade. É uma parte da disciplina que começou a
cair com mais frequência nas últimas provas, especialmente tocante à
jurisprudência.
Você deve prestar atenção, porque são questões em geral mais fáceis, quando
voltadas ao CC/2002, mas às vezes temos questões mais “chatas”, quando
voltadas à jurisprudência recente assentada no STJ e no STF, em detalhe.
Lembro a você que após o levantamento que fiz em relação às questões das
provas de Nível Superior, A PARTE GERAL DO CÓDIGO CIVIL É A QUE TEM,
DISPARADO, O MAIOR NÚMERO DE QUESTÕES NAS PROVAS.
Nas provas das Carreiras Jurídicas, temos um número crescente de
questões envolvendo os direitos de personalidade nos últimos tempos.
No entanto, a PC/MG nada questionou, na última prova, sobre o assunto. Ainda
assim, como estão se tornando mais frequentes esses questionamentos e, em
certa medida, está a “na moda” fazer questionamentos sobre entendimentos
jurisprudenciais acerca dos direitos da personalidade, fique atento!

TEORIA GERAL
2. Direitos da personalidade
1. Características
Quando adquire personalidade, a pessoa passa a ter uma série de
direitos oriundos dessa personalidade. São os chamados direitos de
personalidade, que têm por objeto os bens e valores essenciais da pessoa.

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Os direitos da personalidade são direitos subjetivos e, portanto,


conferem à pessoa o poder de defender sua personalidade no aspecto
psicofísico amplo. A tutela dos direitos de personalidade também é bastante
ampla: internacional, constitucional, civil e penal; diferentes esferas, portanto,
protegem os diferentes direitos da personalidade de diferentes formas.
A base dos direitos de personalidade é o princípio reitor da CF/1988, o princípio
da dignidade da pessoa humana. O objetivo dos direitos de personalidade é a
adequada proteção e tutela da pessoa humana. São as características dos
direitos de personalidade, extraídas dos arts. 11 e ss. do CC/2002:

A. Absolutos

• Eficazes contra todos (erga omnes)


• No entanto, são os direitos da personalidade relativizados,
sobretudo aqueles que diretamente dependem da intervenção
estatal, como os chamados direitos subjetivos públicos (saúde,
educação, meio ambiente, moradia etc.)

B. Indisponíveis

• Insuscetíveis de alienação
• Porém, são disponíveis os efeitos patrimoniais de todos os direitos
de personalidade e os próprios direitos de personalidade são
disponíveis, a depender da situação, como o direito à imagem ou
ao corpo, por exemplo

2012 – CESPE – AGU – Procurador Federal


Considerando as características dos direitos da personalidade, julgue o item
abaixo.
O titular de um direito da personalidade pode dispor desse direito, desde que
o faça em caráter relativo.
Comentários
O item 121 está correto, conforme mencionamos acima.

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C. Irrenunciáveis

• Insuscetíveis de renúncia ou limite


• Mas, são renunciáveis os efeitos patrimoniais de todos os direitos
de personalidade e os próprios direitos de personalidade são
renunciáveis, a depender da situação (vacinação obrigatória,
renúncia de direito autoral)

D. Imprescritíveis

• Não há prazo para sua utilização e não deixam de existir pelo


simples decurso do tempo
• Já os efeitos patrimoniais dos direitos da personalidade
prescrevem, como, por exemplo, o dano moral

Lembra-se que, no início das nossas aulas, eu havia tratado da presunção de


morte sem prévio reconhecimento da ausência? Eram três situações, duas delas
previstas no CC/2002, e a outra na Lei 9.140/1995.
Essa Lei trata, em linhas gerais, do reconhecimento da
presunção de morte as pessoas desaparecidas, que
participaram ou foram acusadas de participar de
atividades políticas. Se, no período de 02/09/1961 a
05/10/1988 (período pré-Golpe, durante o regime de exceção e período pós-
Golpe, na aurora da redemocratização), essas pessoas tivessem sido detidas
por agentes públicos, achando-se, deste então, desaparecidas, sem que
delas haja notícias, podem ser reconhecidas como mortas.
A Lei prevê o pagamento de indenização aos familiares
dos presumidos mortos durante o Golpe de Estado
havido, no prazo de até 120 dias, contados da
promulgação da lei. Esse prazo foi reaberto por outros 120 dias, contados da
promulgação da Lei 10.536/2002, e novamente reaberto, por novos 120 dias,
contados da promulgação da Lei 10.875/2004.
Atente, pois essa Lei defere a indenização pela
presunção de morte dos agentes políticos
desaparecidos durante e regime de exceção em
ordem diversa da ordem sucessória. Prevê o art. 10 que a indenização
prevista é deferida às pessoas abaixo indicadas, na seguinte ordem:
I - ao cônjuge;
II - ao companheiro ou companheira, definidos pela Lei nº 8.971, de 29 de dezembro de
1994;
III - aos descendentes;
IV - aos ascendentes;
V - aos colaterais, até o quarto grau.

No entanto, em havendo acordo entre os familiares, a indenização pode ser paga


de maneira diversa, como afiança o art. 10, §2º.

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E. Extrapatrimoniais

• Não são avaliáveis em dinheiro


• Porém, em caso de indenização por violação, afere-se a violação
por indenização pecuniária

F. Inatos

• Nascem com a pessoa e morrem com ela, independentemente de


atuação
• No entanto, os direitos da personalidade se estabelecem ainda
antes da pessoa nascer, como é o caso da proteção da
personalidade do nascituro, e ainda perduram, mesmo com a
morte, como no caso da proteção do nome do falecido

Quanto a esta última característica, especificamente, o art.


12 estabelece que o interessado pode exigir que cesse
a ameaça ou a lesão a seu direito da personalidade.
Inclusive, pode ele reclamar perdas e danos, além das outras sanções previstas
em lei. Mas, e no caso do morto?
O parágrafo único, sanando essa dúvida, estabeleceu que
em se tratando de morto, a legitimidade para requerer
as medidas cabíveis recai sobre o cônjuge
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o quarto grau.

2. Distinções
Os direitos de personalidade são um todo unitário, mas dinâmico, que engloba
os valores essenciais da pessoa. É possível falar em um direito geral de
personalidade que se desdobra em direitos especiais da personalidade.
Esse direito geral de personalidade tutela a
personalidade de modo amplo, ao passo que os
direitos especiais de personalidade tutelam cada
aspecto específico dela.
Como diferenciar os direitos de personalidade dos direitos humanos e
dos direitos fundamentais? Segundo Anderson Schreiber todos esses termos
são unívocos, eis que tratam todos da proteção da pessoa, da proteção dos
diferentes atributos da personalidade humana merecedores de tutela jurídica.
O que os distingue, fundamentalmente, é o plano de
proteção em que essa personalidade se manifesta. No
plano internacional, temos os direitos humanos, cuja base
é a Declaração das Nações Unidas, de 1948. Geralmente,
esses direitos são associados à humanidade em geral e aos ataques à pessoa
humana por Estados do ponto de vista internacional.

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No plano constitucional, temos os direitos fundamentais, presentes na


CF/1988, especialmente no Título II da Carta. Geralmente, esses direitos estão
associados à defesa das liberdades públicas em face do Estado nacional, cujo
documento base fora a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão de 1789.
Mencione-se que os direitos fundamentais
estabelecidos pela CF/1988 têm eficácia direta e
imediata, tanto no plano público quanto no plano
interprivado.
No plano privado, temos, por fim, os direitos de personalidade, cuja base está
no CC/2002, mas não só, espraiando-se por outros microssistemas (vide CDC e
ECA) e leis extravagantes (vide o recente Estatuto da Pessoa com Deficiência ou
o Estatuto do Idoso). Geralmente, esses direitos estão voltados à proteção da
pessoa contra os demais particulares.
Todos eles, porém, têm um mesmo fundamento: a
dignidade humana, enxergada a partir de diferentes
facetas, pelo que, a rigor, essa diferenciação perde
importância e os direitos se aproximam, se entrelaçam. Numa perspectiva
mais dogmática, no entanto, todo direito de personalidade é também
fundamental e humano, mas nem todo direito humano e fundamental é da
personalidade (ao menos não diretamente, como o direito de greve).

• Declaração das Nações Unidas de 1948


• Plano internacional
Direitos Humanos • Humanidade em geral
• Pessoa X Estado internacional

• CF/1988
• Plano constitucional
Direitos Fundamentais • Liberdades Públicas
• Pessoa X Estado nacional

• CC/2002, CDC, Estatuto do Idoso etc.


Direitos da • Plano interprivado
Personalidade • Minudenciação dos direitos humanos e
fundamentais
• Pessoa X Pessoa

A partir daí se pode construir uma divisão, um tanto arbitrária, a partir da


doutrina clássica, dos direitos especiais de personalidade a partir da compreensão

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psicofísica. No entanto, uma classificação é desnecessária para sua prova, eis que
o examinador não fará questionamentos dessa ordem. Deve-se, ao contrário,
analisar os direitos de personalidade inscritos no CC/2002.

3. Direitos da personalidade e o Código Civil


Primeiro, o art. 13 limita atos de disposição do próprio corpo, quando
importarem diminuição permanente da integridade física, ou contrariarem os
bons costumes às situações em que há exigência médica. Excetuam-se os
casos de transplante de órgãos (art. 13, parágrafo
único) e de disposição gratuita do próprio corpo, no
todo ou em parte, para depois da morte, com objetivo
científico ou altruístico. Esses atos, porém, podem ser
livremente revogados a qualquer tempo.
Ainda quanto ao corpo, o art. 15 preceitua que não se pode constranger
alguém a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica. Nesse sentido, começa-se a permitir, no Brasil, o
estabelecimento de diretivas antecipadas de vontade
para tratamentos médicos, os chamados
“testamentos vitais”, por aplicação da Resolução CFM
1.995/2012, que assim dispõe em ser art. 1º:
Definir diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e
expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não,
receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente,
sua vontade.
Veja-se, porém, que ainda não há consenso legal sobre o assunto, que é tratado
apenas pela referida Resolução.

2009 – CESPE – DPE/ES – Defensor Público


De acordo com o Código Civil, julgue os itens seguintes.
O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a
intervenção cirúrgica com risco de morte.
Comentários
O item 71 está correto, nos termos do art. 15: “Ninguém pode ser constrangido
a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
cirúrgica”.
Quanto ao nome, o direito ao nome protege também o
prenome e o sobrenome (art. 16), além de apelidos ou
pseudônimos socialmente reconhecidos, desde que lícitos
(art. 19). Por isso, o nome da pessoa não pode ser
empregado por outrem em publicações ou representações que a
exponham ao desprezo público, ainda quando não haja intenção

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difamatória (art. 17). Do mesmo modo, sem autorização, não se pode usar
o nome alheio em propaganda comercial (art. 18).

FCC – PGE/SP – 2012 – Procurador do Estado


21. Sobre os direitos da personalidade, é correto afirmar:
(A) O uso de imagem de pessoa pública com fim jornalístico depende de sua
prévia autorização.
(B) É inconstitucional ato de disposição que tenha por objeto o exercício de
direitos da personalidade, por serem, sem exceção, intransmissíveis e
irrenunciáveis.
(C) É lícito ato altruístico de disposição do próprio corpo, total ou
parcialmente, para depois da morte.
(D) Herdeiro não pode pleitear perdas e danos por violação de direito da
personalidade de pessoa morta, por se tratar de direito personalíssimo,
intransmissível e que se extingue com a morte.
(E) O pseudônimo não goza de proteção legal em razão da proibição
constitucional ao anonimato.
Comentários
A alternativa A está incorreta, conforme estabelece o STJ, majoritariamente,
dado que o fim jornalístico retira a exigência.
A alternativa B está incorreta, eis que há evidentes exceções há
intransmissibilidade e irrenunciabilidade dos direitos sobre o próprio corpo, como,
por exemplo, os lutadores esportivos em relação aos danos físicos ou a
transmissão dos direitos em caso de morte.
A alternativa C está correta, na forma do art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte”.
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 12, parágrafo único: “Em
se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral
até o quarto grau”.
A alternativa E está incorreta, consoante regra literal do art. 19: “O pseudônimo
adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
De regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a alteração do nome, segundo
o art. 58 da Lei 6.015/1973, a Lei de Registros Públicos – LRP. Como exceção
tradicional, temos o caso de casamento, que permitia a alteração do nome da
mulher, para adicionar os apelidos de família do esposo. Atualmente, essa
exceção foi franqueada ao marido, que pode adicionar o sobrenome da
mulher, em vista da igualdade entre os gêneros.

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Mas não só. A LRP ainda prevê duas hipóteses de alteração do nome. O art. 58,
desde a redação da Lei 9.708/1998, permite a sua
substituição por apelidos públicos notórios. O
parágrafo único ainda prevê que a substituição do prenome
será ainda admitida em razão de fundada coação ou ameaça decorrente da
colaboração com a apuração de crime, por determinação, em sentença, de juiz
competente, ouvido o MP.
Além disso, o art. 55, parágrafo único, da LRP prevê que os oficiais do registro
civil não registrarão prenomes suscetíveis de expor ao
ridículo os seus portadores. Quando os pais não se
conformarem com a recusa do oficial, este submeterá por escrito o caso,
independente da cobrança de quaisquer emolumentos, à decisão do Juiz
competente.
Não é incomum que os filhos são apreciem os nomes dados pelos pais. O nome
tem essa peculiaridade bastante própria, já que se trata de algo imutável, mas
que escapa à nossa escolha. Nossos pais escolhem nosso nome à nossa revelia
(obviamente), porque é necessário haver essa individualização nominal desde o
início da vida extrauterina.
Por conta disso, o art. 56 da LRP prevê que a pessoa, no
primeiro ano após ter atingido a maioridade civil,
poderá, pessoalmente ou por procurador bastante,
alterar o nome, desde que não prejudique os apelidos
de família, averbando-se a alteração que será publicada pela imprensa.
Por outro lado, o filho socioafetivo, havendo motivo ponderável, poderá requerer
ao juiz competente que, no registro de nascimento, seja averbado o nome de
família de seu padrasto ou de sua madrasta, desde que haja expressa
concordância destes, sem prejuízo de seus apelidos de família (art. 57,
§8º). É o reflexo da multiparentalidade nos nomes, em consecução aos princípios
constitucionais.
Pela combinação dos arts. 1.618 do CC/2002 e do art. 47, §5º do ECA permitem
que haja alteração do nome do adotado, para que sejam incluídos os nomes de
família dos adotantes. Mais, podem os adotantes alterar o prenome do adotado,
enquanto for ele menor. O art. 1.627 estabelece que a decisão confere ao
adotado o sobrenome do adotante, podendo determinar a modificação
de seu prenome, se menor, a pedido do adotante ou do adotado.
Situação peculiar de possibilidade de alteração do nome ocorre no caso
de estrangeiros. O art. 43 da Lei 6.815/1980 – Estatuto do Estrangeiro, previa
que o nome do estrangeiro poderia ser alterado:
I - se estiver comprovadamente errado;
II - se tiver sentido pejorativo ou expuser o titular ao ridículo;
III - se for de pronunciação e compreensão difíceis e puder ser traduzido ou adaptado à
prosódia da língua portuguesa.
No entanto, o Estatuto foi revogado pela Lei 13.445/2017, a Lei de Migração.
Esta passou a prever, genericamente, em seu art. 71, §1º que no curso do

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processo de naturalização, o naturalizando poderá


requerer a tradução ou a adaptação de seu nome à
língua portuguesa. Conforme exige o §2º será mantido
cadastro com o nome traduzido ou adaptado associado ao nome anterior.
Permite-se ainda, conforme vasta jurisprudência a respeito do tema, a alteração
do prenome da pessoa transexual, incluindo a alteração do assento
quanto ao gênero, para que não seja esse o motivo de mais sofrimento à
pessoa.
O nome social, a designação pela qual a pessoa
travesti ou transexual se identifica e é socialmente
reconhecida, é igualmente protegido. O Decreto
8.727/2016, em vigor desde 28/04/2016, protege o uso do
nome social e o reconhecimento da identidade de gênero de pessoas travestis e
transexuais no âmbito da administração pública federal direta, autárquica e
fundacional.
Para tanto, o art. 2º, parágrafo único, expressamente veda o uso de
expressões pejorativas e discriminatórias para referir-se a pessoas travestis
ou transexuais. O objetivo é dar igual dignidade a todas as pessoas,
independentemente de sua identidade de gênero.
Seguindo no mesmo sentido, a OAB, por meio da Resolução
nº 5, de 07/06/2016 e DPU, por meio da Resolução nº
108, de 05/05/2015, também protegem o uso do
nome social. Veja o teor do art. 1º da Resolução da
DPU:
Art. 1º Fica assegurada a possibilidade de uso do nome social às pessoas trans, travestis e
transexuais usuárias dos serviços, aos Defensores Públicos, estagiários, servidores e
terceirizados da Defensoria Pública da União, em seus registros, sistemas e documentos,
na forma disciplinada por esta Resolução.
Parágrafo único. Entende-se por nome social aquele adotado pela pessoa, por meio do qual
se identifica e é reconhecido na sociedade, a ser declarado pela própria pessoa, sendo
obrigatório o seu registro.

2015 – FCC – DPE/SP – Defensor Público Estadual


Em relação ao direito ao nome,
(A) embora vigore em nosso ordenamento jurídico atual o princípio da
imutabilidade do nome, este pode ser superado em certos casos, mesmo
que não previstos expressamente na legislação, em observância aos
princípios da dignidade da pessoa humana, da identidade e da felicidade,
adotando-se a técnica da ponderação de interesses.
(B) nos termos dos arts. 56 e 58 da Lei no 6.015/73 (lei de registros
públicos), é possível ao titular, no prazo prescricional de um ano após atingir
a maioridade civil, requerer ao juiz a mudança de seu prenome,

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independentemente de motivo justo, mas os apelidos de família não podem


ser modificados nesta hipótese.
(C) o enteado ou enteada poderá, havendo motivo ponderável como, por
exemplo, a comprovação de uma paternidade socioafetiva, requerer ao juiz
competente que seja averbado em seu registro de nascimento o nome de
família de seu padrasto ou madrasta, desde que haja concordância destes e
dos pais biológicos, o que ocasionará prejuízo a seus apelidos de família
originários.
(D) a alteração judicial de prenome de pessoa transexual, que depende da
realização prévia de cirurgia de transgenitalização, tem por base o princípio
da dignidade da pessoa humana e o art. 55, parágrafo único, da Lei no
6.015/73, que impede o registro de prenomes suscetíveis de expor ao
ridículo seus portadores.
(E) nome social é o prenome que corresponde à forma pela qual a pessoa se
reconhece e é identificada, reconhecida e denominada por sua comunidade
e em sua inserção social. Atualmente existem disposições legais que
determinam o tratamento da pessoa pelo prenome indicado (nome social),
porém, dos atos oficiais escritos deverá constar somente o nome civil, sendo
vedado o uso do nome social.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme vimos acima, nas mais variadas situações
há permissão para alteração do nome.
A alternativa B está incorreta, eis que os mencionados dispositivos tratam da
alteração genérica do nome, não apenas do prenome.
A alternativa C está incorreta, já que a inclusão do nome de família do genitor
socioafetivo não pode causar prejuízo aos nomes de família do genitor biológico.
A alternativa D está incorreta, porque a base da previsão de alteração do nome
da pessoa não está no mencionado dispositivo da LRP; que trata apenas do
registro originário da pessoa.
A alternativa E está incorreta, pois, como vimos já há variados dispositivos
permitindo o uso do nome social mesmo em meios oficiais, como as regulações
da DPU e da OAB.
Por fim, o art. 20 do CC/2002 traz norma bastante restritiva em relação à
divulgação relativa a pessoa:
Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da
ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a
exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa
fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais.
Nesses casos, ainda que morto ou ausente não cessa a proteção, já que o
parágrafo único permite que em se tratando de morto ou de ausente, são
partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes
ou os descendentes.

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CUIDADO!!! Atente para uma sutil diferença existente entre os arts. 12 e


20, nos parágrafos únicos. Parece bobagem, mas tem prova que exige a
literalidade do caput de um artigo, combinando-o com o parágrafo único
do outro!!! Veja:

Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se


necessárias à administração da justiça
ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a da palavra, ou a publicação, a
ameaça, ou a lesão, a direito da exposição ou a utilização da imagem
personalidade, e reclamar perdas e de uma pessoa poderão ser proibidas,
danos, sem prejuízo de outras a seu requerimento e sem prejuízo da
sanções previstas em lei. indenização que couber, se lhe
atingirem a honra, a boa fama ou a
respeitabilidade, ou se se destinarem
a fins comerciais.

Parágrafo único. Em se tratando de


Parágrafo único. Em se tratando de
morto, terá legitimação para requerer
morto ou de ausente, são partes
a medida prevista neste artigo o
legítimas para requerer essa proteção
cônjuge sobrevivente, ou qualquer
o cônjuge, os ascendentes ou os
parente em linha reta, ou colateral
descendentes. .
até o quarto grau.

Ou seja, o art. 12 trata da ameaça ou lesão a direito


de personalidade; o art. 20 trata da transmissão,
divulgação/exposição de palavra, escrita e imagem.
São duas coisas diferentes! NO PRIMEIRO CASO, OS COLATERAIS ATÉ
QUARTO GRAU PODEM MANEJAR A MEDIDA
JUDICIAL; NO SEGUNDO CASO NÃO, SOMENTE
CÔNJUGES, ASCENDENTES E DESCENDENTES!!!

2015 – FCC – TJ/PI – Juiz Estadual Substituto


Em se tratando de morto, para exigir que cesse a ameaça ou a lesão a direito
da personalidade, e reclamar perdas e danos,
a. terão legitimação o cônjuge sobrevivente, os parentes afins na linha reta
e os parentes na linha colateral sem limitação de grau.
b. não há legitimado, porque essa ação é personalíssima.
c. somente o Ministério Público terá legitimação, porque a morte extingue os
vínculos de afinidade e de parentesco.

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d. terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha


reta ou colateral até o quarto grau.
e. terão legitimação somente o cônjuge ou companheiro sobrevivente e os
parentes em linha reta.
Comentários
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 20, parágrafo único: “Em se
tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.
A alternativa B está incorreta, por aplicação do parágrafo único e do próprio
caput do art. 12, parcialmente citado pelo enunciado: “Pode-se exigir que cesse
a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei”.
A alternativa C está incorreta, já que o MP não tem, salvo alguma especificidade,
interesse no feito.
A alternativa D está correta, pela literalidade do supracitado art. 20, parágrafo
único: “Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.
A alternativa E está incorreta, novamente, por aplicação do mencionado
dispositivo.
A liberdade de informação deve estar atenta ao dever de veracidade, pois a
falsidade dos dados divulgados manipula em vez de formar a opinião pública.
Além disso, deve ela atentar para o interesse público, pois
nem toda informação verdadeira é relevante para o convívio
em sociedade. Assim, não se viola a personalidade
quando se divulgam informações verdadeiras e
fidedignas a seu respeito e que, além disso, são do
interesse público.
No caso de direito à imagem, o dano é a própria utilização indevida da
imagem com fins lucrativos, não sendo necessária a demonstração do
prejuízo material ou moral. Ou seja, desnecessário fazer prova de dano que não
a utilização inadequada da imagem, sem autorização da pessoa.
Veja que a imagem tem uma dupla atribuição, a imagem-retrato e a
imagem-atributo ou qualificação. Ambas fazem parte do direito de imagem.
A primeira, a imagem-retrato, trata da representação da pessoa, seja de
maneira estática (fotografia) ou dinâmica (filmagem, voz), ou seja, trata de
uma perspectiva mais artístico-plástica, física. Pode-se violar a imagem de
alguém a retratando na publicidade de um conhecido produto de grande venda,
sem sua autorização.
A segunda, a imagem-atributo, é a forma como a pessoa é vista pelos
demais, sua “fama”, numa perspectiva mais histórico-social, psíquica. Viola-se
a imagem da pessoa ao se trazer uma perspectiva diversa, mesmo que lícita, da
perspectiva social que ela goza, como, por exemplo, o advogado de prestígio

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junto a grandes empresas que é supostamente contratado (por notícia


equivocada publicada) por um sindicato de empregados.
Veja-se que numa ou noutra situação pode haver violação da imagem – retrato
ou atributo – sem que se vincule a imagem a uma ilegalidade (produto regular,
patrocínio regular de causas, respectivamente). Ela, porém, é falseada.
O STJ também já estabeleceu que, na publicação de matéria jornalística, o veículo
de imprensa deve atentar para a vida privada de pessoas retratadas
potencialmente afetadas pela publicação das imagens. Assim, ao retratar
determinada situação, não pode ser violada a intimidade da vítima ou de
pessoas que a acompanham, que devem autorizar sua imagem, por
conseguinte.

2013 – CESPE – PGR – Procurador da República


Quanto ao direito de imagem, é correto dizer:
I - A imunidade profissional, indispensável ao desempenho independente e
seguro da advocacia (função essencial à Justiça), tendo por desiderato
garantir a inviolabilidade do advogado por seus atos e manifestações no
exercício profissional, exclui a responsabilização civil por dano à imagem.
II - A obrigação de reparação por dano à imagem decorre do próprio uso
indevido do direito personalíssimo, não sendo devido exigir-se a prova da
existência de prejuízo ou dano.
III - A honra e imagem dos cidadãos podem ser violados, mesmo quando se
divulgam informações fidedignas a seu respeito e que são do interesse
público, quando não houver sido concedida autorização prévia para tanto.
IV - A publicação de notícia jornalística de agressão e homicídio, motivados
por homofobia, praticados por "skinheads", é concernente à vida privada,
não autorizando a publicação do nome e foto do acompanhante da vítima.
Das proposições acima:
a) ( ) I e II estão corretas;
b) ( ) I e III estão corretas;
c) ( ) II e IV estão corretas;
d) ( ) I e IV estão corretas.
Comentários
O item I está incorreto, eis que, de maneira evidente, a imunidade profissional
não exclui a responsabilização civil por dano à imagem: “A imunidade
profissional, indispensável ao desempenho independente e seguro da advocacia
(função essencial à Justiça, com previsão constitucional no artigo 133), e que
tem por desiderato garantir a inviolabilidade do advogado por seus atos e
manifestações no exercício profissional, desde que dentro dos limites da lei,

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deverá ser exercida sem violar direitos inerentes à personalidade (igualmente


resguardados pela Constituição Federal), como a honra e a imagem, de quem
quer que seja, sob pena de responsabilização civil pelos danos decorrentes de tal
conduta (REsp 1065397/MT, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 04/11/2010, DJe 16/02/2011)”
O item II está correto, já que a violação da imagem, em si, já determinada o
dano.
O item III está incorreto, pois a divulgação de informações fidedignas e de
interesse público dispensa a autorização da pessoa, mas isso não inclui a situação
de violação de honra e imagem. A respeito do caso, o STJ: “A liberdade de
informação deve estar atenta ao dever de veracidade, pois a falsidade dos dados
divulgados manipula em vez de formar a opinião pública, bem como ao interesse
público, pois nem toda informação verdadeira é relevante para o convívio em
sociedade. 5. A honra e imagem dos cidadãos não são violados quando se
divulgam informações verdadeiras e fidedignas a seu respeito e que, além disso,
são do interesse público. 6. O veículo de comunicação exime-se de culpa quando
busca fontes fidedignas, quando exerce atividade investigativa, ouve as diversas
partes interessadas e afasta quaisquer dúvidas sérias quanto à veracidade do que
divulgará (STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1297567 RJ 2011/0262188-2)”.
O item IV está correto, porque a publicação de imagens deve resguardar a
intimidade das vítimas retratadas e de seus acompanhantes: “RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E POR VIOLAÇÃO DE
DIREITO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE FOTO E NOME DO
AUTOR, QUE ACOMPANHAVA A VÍTIMA QUANDO DE AGRESSÃO, DE QUE
RESULTOU A MORTE, PRATICADA POR "SKINHEADS" POR MOTIVAÇÃO
HOMOFÓBICA. 2. Julgada improcedente ação de indenização por danos morais.
ante a publicação de notícia jornalística de agressão e homicídio, motivado por
homofobia, praticado por "skinheads", contra jovem, que era acompanhado pelo
autor, em praça da capital paulista, é adequada, contudo, nas circunstâncias do
caso, concernente à vida privada, a procedência da ação pelo fato da publicação
não autorizada de foto e nome do autor (REsp 1235926/SP, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe 14/11/2012)”.
A alternativa C está correta, portanto.
Ao julgar a extensão da aplicação desse artigo, o STF, na
ADI 4815, julgou que não é necessária a autorização
de pessoa pública para a divulgação de biografia sua,
mas o biógrafo responde por eventuais danos, na forma da lei.

4. Pessoa jurídica
De modo a afastar qualquer dúvida, o art. 52 do CC/2002 estende às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade. Obviamente,
determinados direitos de personalidade não se aplicam à pessoa jurídica, como o
direito à liberdade sexual, à intimidade etc.

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A proteção da personalidade da pessoa jurídica tem um componente muito mais


patrimonial que efetivamente moral ou extrapatrimonial.

2015 – NC/UFPR – PGM/Curitiba (PR) – Procurador Municipal


Em relação aos direitos da personalidade, é correto afirmar:
a) Em última instância, compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir sobre
o balanceamento entre o direito à honra, à imagem, à intimidade, à vida
privada e à liberdade de informação.
b) Passados mais de cinquenta anos desde o golpe militar de 1964, as
pretensões de indenização por danos decorrentes de violação aos direitos da
personalidade durante o período da Ditadura Militar estão prescritas.
c) Os direitos da personalidade não podem ser considerados direitos
subjetivos, porque o conceito de direito subjetivo é dotado de alto grau de
abstração, o que o torna superado na compreensão do Direito Civil
contemporâneo, que tem matriz constitucional.
d) A Constituição Federal consagra uma cláusula geral de tutela dos direitos
da personalidade que prescinde de regulamentação para gozar de eficácia
imediata, até mesmo em relações interprivadas.
e) A proteção dos direitos da personalidade não se estende às pessoas
jurídicas, pois tais direitos têm por objetivo primordial a preservação do
respeito à dignidade da pessoa humana.
Comentários
A alternativa A está incorreta, eis que, como os direitos de personalidade foram
constitucionalizados na CF/1988, compete ao STF a guarda deles.
A alternativa B está incorreta, já que o STJ estabelece a imprescritibilidade
dessas ações: “ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO
NO RECURSO ESPECIAL. ALEGADA AFRONTA AO ART. 535 DO CPC/73
E IMPRESCRITIBILIDADE DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS, SOFRIDOS DURANTE O REGIME MILITAR. RAZÕES DE RECURSO
QUE NÃO IMPUGNAM, ESPECIFICAMENTE, OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. ACUMULAÇÃO DA REPARAÇÃO ECONÔMICA,
DEFERIDA ADMINISTRATIVAMENTE, COM A INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS, CONCEDIDA JUDICIALMENTE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO
STJ (AgInt no REsp 1583375/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 02/08/2016, DJe 16/08/2016)”.
A alternativa C está incorreta, pois, a despeito no nítido caráter constitucional
dos direitos da personalidade, são eles também direitos subjetivos, ainda que
esta categoria não seja imune à crítica.
A alternativa D está correta, conforme a doutrina majoritária aponta.

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A alternativa E está incorreta, por aplicação do art. 52: “Aplica-se às pessoas


jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

PGE/GO – PGE/GO – 2012 – Procurador do Estado


Acerca dos direitos da personalidade, está CORRETA a seguinte proposição:
a) Os direitos da personalidade têm correspondência patrimonial, são
transmissíveis e passíveis de penhora.
b) É válida a disposição remunerada do próprio corpo para uso em fins
científicos ou altruísticos para depois da morte.
c) É dispensado o consentimento do sujeito de direito em caso de
necessidade de tratamento médico ou intervenção cirúrgica que envolva
risco de vida.
d) Em caso de morto, terá legitimação para a tutela dos direitos da
personalidade o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta,
ou colateral até o quarto grau.
e) É vedada a proteção dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas.
Comentários
A alternativa A está incorreta, dado que os direitos de personalidade são
intransmissíveis e não são passíveis de penhora.
A alternativa B está incorreta, pois a disposição do corpo para fins científicos ou
altruísticos só pode ocorrer gratuitamente.
A alternativa C está incorreta, dá que o consentimento é necessário para tais
atos, como vimos.
A alternativa D está correta, na forma do art. 12, parágrafo único: “Em se
tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau.
A alternativa E está incorreta, porque as pessoas jurídicas gozam de proteção
dos direitos de personalidade, ainda que diferenciada em relação às pessoas
físicas.

Legislação pertinente

Quanto aos temas de hoje, não há muita legislação, mesmo dentro do CC/2002.
Mais importantes são algumas decisões proferidas pelo STJ e pelo STF a respeito
da operacionalização dos direitos da personalidade, seja quanto à sua limitação,
seja quanto à sua extensão. Foco, sempre!

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Jurisprudência e Súmulas Correlatas

Veja a ADI 4.815 julgada pelo STF, permitindo a publicação de biografias


não autorizadas:
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTS. 20 E 21 DA LEI N.
10.406/2002 (CÓDIGO CIVIL). PRELIMINAR DE ILEGITIMIDADE ATIVA REJEITADA.
REQUISITOS LEGAIS OBSERVADOS. MÉRITO: APARENTE CONFLITO ENTRE PRINCÍPIOS
CONSTITUCIONAIS: LIBERDADE DE EXPRESSÃO, DE INFORMAÇÃO, ARTÍSTICA E
CULTURAL, INDEPENDENTE DE CENSURA OU AUTORIZAÇÃO PRÉVIA (ART. 5º INCS. IV, IX,
XIV; 220, §§ 1º E 2º) E INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, VIDA PRIVADA, HONRA E
IMAGEM DAS PESSOAS (ART. 5º, INC. X). ADOÇÃO DE CRITÉRIO DA PONDERAÇÃO PARA
INTERPRETAÇÃO DE PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL. PROIBIÇÃO DE CENSURA (ESTATAL OU
PARTICULAR). GARANTIA CONSTITUCIONAL DE INDENIZAÇÃO E DE DIREITO DE
RESPOSTA. AÇÃO DIRETA JULGADA PROCEDENTE PARA DAR INTERPRETAÇÃO CONFORME
À CONSTITUIÇÃO AOS ARTS. 20 E 21 DO CÓDIGO CIVIL, SEM REDUÇÃO DE TEXTO. 1. A
Associação Nacional dos Editores de Livros - Anel congrega a classe dos editores,
considerados, para fins estatutários, a pessoa natural ou jurídica à qual se atribui o direito
de reprodução de obra literária, artística ou científica, podendo publicá-la e divulgá-la. A
correlação entre o conteúdo da norma impugnada e os objetivos da Autora preenche o
requisito de pertinência temática e a presença de seus associados em nove Estados da
Federação comprova sua representação nacional, nos termos da jurisprudência deste
Supremo Tribunal. Preliminar de ilegitimidade ativa rejeitada. 2. O objeto da presente ação
restringe-se à interpretação dos arts. 20 e 21 do Código Civil relativas à divulgação de
escritos, à transmissão da palavra, à produção, publicação, exposição ou utilização da
imagem de pessoa biografada. 3. A Constituição do Brasil proíbe qualquer censura. O
exercício do direito à liberdade de expressão não pode ser cerceado pelo Estado ou por
particular. 4. O direito de informação, constitucionalmente garantido, contém a liberdade
de informar, de se informar e de ser informado. O primeiro refere-se à formação da opinião
pública, considerado cada qual dos cidadãos que pode receber livremente dados sobre
assuntos de interesse da coletividade e sobre as pessoas cujas ações, público-estatais ou
público-sociais, interferem em sua esfera do acervo do direito de saber, de aprender sobre
temas relacionados a suas legítimas cogitações. 5. Biografia é história. A vida não se
desenvolve apenas a partir da soleira da porta de casa. 6. Autorização prévia para biografia
constitui censura prévia particular. O recolhimento de obras é censura judicial, a substituir
a administrativa. O risco é próprio do viver. Erros corrigem-se segundo o direito, não se
coartando liberdades conquistadas. A reparação de danos e o direito de resposta devem ser
exercidos nos termos da lei. 7. A liberdade é constitucionalmente garantida, não se podendo
anular por outra norma constitucional (inc. IV do art. 60), menos ainda por norma de
hierarquia inferior (lei civil), ainda que sob o argumento de se estar a resguardar e proteger
outro direito constitucionalmente assegurado, qual seja, o da inviolabilidade do direito à
intimidade, à privacidade, à honra e à imagem. 8. Para a coexistência das normas
constitucionais dos incs. IV, IX e X do art. 5º, há de se acolher o balanceamento de direitos,
conjugando-se o direito às liberdades com a inviolabilidade da intimidade, da privacidade,
da honra e da imagem da pessoa biografada e daqueles que pretendem elaborar as
biografias. 9. Ação direta julgada procedente para dar interpretação conforme à Constituição
aos arts. 20 e 21 do Código Civil, sem redução de texto, para, em consonância com os
direitos fundamentais à liberdade de pensamento e de sua expressão, de criação artística,
produção científica, declarar inexigível autorização de pessoa biografada relativamente a
obras biográficas literárias ou audiovisuais, sendo também desnecessária autorização de
pessoas retratadas como coadjuvantes (ou de seus familiares, em caso de pessoas falecidas
ou ausentes) (ADI 4815, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em
10/06/2015, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-018 DIVULG 29-01-2016 PUBLIC 01-02-2016).

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O STJ já definiu que o uso da imagem da pessoa em material de cunho


jornalístico independe de autorização prévia da pessoa retratada, sob pena
de se considerar havida censura prévia:
DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AMEAÇA DE VIOLAÇÃO À HONRA SUBJETIVA E À
IMAGEM. MATERIAL DE CUNHO JORNALÍSTICO. TUTELA INIBITÓRIA. NÃO CABIMENTO.
CENSURA PRÉVIA. RISCO DE O DANO MATERIALIZAR-SE VIA INTERNET. IRRELEVÂNCIA.
DISPOSTIVOS LEGAIS ANALISADOS: 5º, IV, V, X, XIII e XIV, E 220 DA CF/88; 461, §§ 5º
E 6º, DO CPC; 84 DO CDC; E 12, 17 E 187 DO CC/02 (REsp 1388994/SP, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/09/2013, DJe 29/11/2013).

Há presunção de dano à imagem no caso de utilização indevida dela, sem


autorização do titular:
DIREITO AUTORAL. DIREITO À IMAGEM. 2 LANÇAMENTO DE EMPREENDIMENTO
IMOBILIÁRIO. CÔNSUL HONORÁRIO DE GRÃO DUCADO. UTILIZAÇÃO SEM AUTORIZAÇÃO
DE SEU NOME E TÍTULO. PROVEITO ECONÔMICO. DIREITOS EXTRAPATRIMONIAL E
PATRIMONIAL. LOCUPLETAMENTO. DANO. PROVA. DESNECESSIDADE. HONORÁRIOS.
DENUNCIAÇÃO DA LIDE. DESCABIMENTO. AUSÊNCIA DE RESISTÊNCIA DA DENUNCIADA.
ENUNCIADO N. 7 DA SÚMULA/STJ. PRECEDENTES. RECURSO DESACOLHIDO. UNÂNIME. I
- O direito à imagem constitui um direito de personalidade, de caráter personalíssimo,
protegendo o interesse que tem a pessoa de opor-se à divulgação dessa imagem, em
proteção à sua vida privada. II - Na vertente patrimonial o direito à imagem opõe-se à
exploração econômica, regendo-se pelos princípios aplicáveis aos demais direitos
patrimoniais. III - A utilização da imagem de cidadão, com fins econômicos, sem a sua
devida autorização, constitui locupletamento indevido, ensejando a indenização. IV - Em se
tratando de direito à imagem, a obrigação da reparação decorre do próprio uso indevido do
direito personalíssimo, não havendo que se cogitar de prova da existência de prejuízo ou
dano. Em outras palavras, o dano é a própria utilização indevida da imagem com fins
lucrativos, não sendo necessária a demonstração do prejuízo material ou moral (REsp
45.305/SP, Rel. Ministro SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em
02/09/1999, DJ 25/10/1999, p. 83).

Veja o seguinte julgado do STJ a respeito da publicação não autorizada da


imagem e no nome de uma pessoa retratada em situação de ilicitude,
sem que estivesse ela envolvida na situação:
RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E POR VIOLAÇÃO DE
DIREITO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE FOTO E NOME DO AUTOR, QUE
ACOMPANHAVA A VÍTIMA QUANDO DE AGRESSÃO, DE QUE RESULTOU A MORTE,
PRATICADA POR "SKINHEADS" POR MOTIVAÇÃO HOMOFÓBICA. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO
DO ART. 535 DO CPC AFASTADA. ACÓRDÃO QUE AFASTOU PRETENSÃO A INDENIZAÇÃO
POR DANO MORAL, MAS CONDENOU POR USO INDEVIDO DE IMAGEM. ALEGAÇÃO DE
OFENSA AO ART. 460 DO CPC AFASTADA. CORREÇÃO MONETÁRIA INCIDENTE A PARTIR
DA DATA DA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO. FALTA DE INDICAÇÃO DE
DISPOSITIVO VIOLADO. SÚMULA 284 DO STJ. RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. I.- A
contradição passível de sanação por intermédio de Embargos de Declaração é a ocorrente
entre a fundamentação e o dispositivo da decisão, não se verificando, pois, a alegada
violação do art. 535 do CPC. 2.- Julgada improcedente ação de indenização por danos
morais, ante a publicação de notícia jornalística de agressão e homicídio, motivado por
homofobia, praticado por "skinheads", contra jovem, que era acompanhado pelo autor, em
praça da capital paulista, é adequada, contudo, nas circunstâncias do caso, concernente à

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vida privada, a procedência da ação pelo fato da publicação não autorizada de foto e nome
do autor (REsp 1235926/SP, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em
15/03/2012, DJe 14/11/2012).

O STJ permite que a pessoa transexual altere seu prenome, que lhe causa
vergonha e óbvios problemas na relação para com os demais, desde que feita a
cirurgia de redefinição de sexo (transgenitalização):
DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. TRANSEXUAL SUBMETIDO À CIRURGIA DE
REDESIGNAÇÃO SEXUAL. ALTERAÇÃO DO PRENOME E DESIGNATIVO DE SEXO. PRINCÍPIO
DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA.
- Sob a perspectiva dos princípios da Bioética ? de beneficência, autonomia e justiça ?, a
dignidade da pessoa humana deve ser resguardada, em um âmbito de tolerância, para que
a mitigação do sofrimento humano possa ser o sustentáculo de decisões judiciais, no sentido
de salvaguardar o bem supremo e foco principal do Direito: o ser humano em sua
integridade física, psicológica, socioambiental
b e ético-espiritual.
- A afirmação da identidade sexual, compreendida pela identidade humana, encerra a
realização da dignidade, no que tange à possibilidade de expressar todos os atributos e
características do gênero imanente a cada pessoa. Para o transexual, ter uma vida digna
importa em ver reconhecida a sua identidade sexual, sob a ótica psicossocial, a refletir a
verdade real por ele vivenciada e que se reflete na sociedade.
- A falta de fôlego do Direito em acompanhar o fato social exige, pois, a invocação dos
princípios que funcionam como fontes de oxigenação do ordenamento jurídico,
marcadamente a dignidade da pessoa humana ? cláusula geral que permite a tutela integral
e unitária da pessoa, na solução das questões de interesse existencial humano.
- Em última análise, afirmar a dignidade humana significa para cada um manifestar sua
verdadeira identidade, o que inclui o reconhecimento da real identidade sexual, em respeito
à pessoa humana como valor absoluto.
- Somos todos filhos agraciados da liberdade do ser, tendo em perspectiva a transformação
estrutural por que passa a família, que hoje apresenta molde eudemonista, cujo alvo é a
promoção de cada um de seus componentes, em especial da prole, com o insigne propósito
instrumental de torná-los aptos de realizar os atributos de sua personalidade e afirmar a
sua dignidade como pessoa humana.
- A situação fática experimentada pelo recorrente tem origem em idêntica problemática pela
qual passam os transexuais em sua maioria: um ser humano aprisionado à anatomia de
homem, com o sexo psicossocial feminino, que, após ser submetido à cirurgia de
redesignação sexual, com a adequação dos genitais à imagem que tem de si e perante a
sociedade, encontra obstáculos na vida civil, porque sua aparência morfológica não condiz
com o registro de nascimento, quanto ao nome e designativo de sexo.
- Conservar o ?sexo masculino? no assento de nascimento do recorrente, em favor da
realidade biológica e em detrimento das realidades psicológica e social, bem como
morfológica, pois a aparência do transexual redesignado, em tudo se assemelha ao sexo
feminino, equivaleria a manter o recorrente em estado de anomalia, deixando de reconhecer
seu direito de viver dignamente.
- Assim, tendo o recorrente se submetido à cirurgia de redesignação sexual, nos termos do
acórdão recorrido, existindo, portanto, motivo apto a ensejar a alteração para a mudança
de sexo no registro civil, e a fim de que os assentos sejam capazes de cumprir sua
verdadeira função, qual seja, a de dar publicidade aos fatos relevantes da vida social do
indivíduo, forçosa se mostra a admissibilidade da pretensão do recorrente, devendo ser
alterado seu assento de nascimento a fim de que nele conste o sexo feminino, pelo qual é
socialmente reconhecido.

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- Vetar a alteração do prenome do transexual redesignado corresponderia a mantê-lo em


uma insustentável posição de angústia, incerteza e conflitos, que inegavelmente atinge a
dignidade da pessoa humana assegurada pela Constituição Federal. No caso, a possibilidade
de uma vida digna para o recorrente depende da alteração solicitada. E, tendo em vista que
o autor vem utilizando o prenome feminino constante da inicial, para se identificar, razoável
a sua adoção no assento de nascimento, seguido do sobrenome familiar, conforme dispõe
o art. 58 da Lei n.º 6.015/73.
- Deve, pois, ser facilitada a alteração do estado sexual, de quem já enfrentou tantas
dificuldades ao longo da vida, vencendo-se a barreira do preconceito e da intolerância. O
Direito não pode fechar os olhos para a realidade social estabelecida, notadamente no que
concerne à identidade sexual, cuja realização afeta o mais íntimo aspecto da vida privada
da pessoa. E a alteração do designativo de sexo, no registro civil, bem como do prenome
do operado, é tão importante quanto a adequação cirúrgica, porquanto é desta um
desdobramento, uma decorrência lógica que o Direito deve assegurar.
- Assegurar ao transexual o exercício pleno de sua verdadeira identidade sexual consolida,
sobretudo, o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, cuja tutela consiste
em promover o desenvolvimento do ser humano sob todos os aspectos, garantindo que ele
d
não seja desrespeitado tampouco violentado em sua integridade psicofísica. Poderá, dessa
forma, o redesignado exercer, em amplitude, seus direitos civis, sem restrições de cunho
discriminatório ou de intolerância, alçando sua autonomia privada em patamar de igualdade
para com os demais integrantes da vida civil. A liberdade se refletirá na seara doméstica,
profissional e social do recorrente, que terá, após longos anos de sofrimentos,
constrangimentos, frustrações e dissabores, enfim, uma vida plena e digna.
- De posicionamentos herméticos, no sentido de não se tolerar ?imperfeições? como a
esterilidade ou uma genitália que não se conforma exatamente com os referenciais
científicos, e, consequentemente, negar a pretensão do transexual de ter alterado o
designativo de sexo e nome, subjaz o perigo de estímulo a uma nova prática de eugenia
social, objeto de combate da Bioética, que deve ser igualmente combatida pelo Direito, não
se olvidando os horrores provocados pelo holocausto no século passado (REsp 1008398/SP,
Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/10/2009, DJe
18/11/2009).

Uma decisão bastante interessante do STJ desnuda uma série de elementos


importantes na compreensão sobre o dano moral, relativamente à sua
conexão com os direitos de personalidade:
1. A dignidade humana é a essência dos direitos de personalidade;
2. Dano moral é violação de um bem jurídico de índole extrapatrimonial,
componente da personalidade;
3. Dano moral não significa dor ou padecimento, que são consequências dele;
4. Dano moral não necessariamente se vincula a alguma reação psíquica
individual;
5. A ausência de capacidade ou limitações de percepção não impedem a
visualização de dano moral.
Veja:
RECURSO ESPECIAL. CONSUMIDOR. SAQUE INDEVIDO EM CONTA-CORRENTE. FALHA NA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. SUJEITO
ABSOLUTAMENTE INCAPAZ. ATAQUE A DIREITO DA PERSONALIDADE. CONFIGURAÇÃO DO
DANO MORAL. IRRELEVÂNCIA QUANTO AO ESTADO DA PESSOA. DIREITO À DIGNIDADE.

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PREVISÃO CONSTITUCIONAL. PROTEÇÃO DEVIDA. 1. A instituição bancária é responsável


pela segurança das operações realizadas pelos seus clientes, de forma que, havendo falha
na prestação do serviço que ofenda direito da personalidade daqueles, tais como o respeito
e a honra, estará configurado o dano moral, nascendo o dever de indenizar. Precedentes do
STJ. 2. A atual Constituição Federal deu ao homem lugar de destaque entre suas previsões.
Realçou seus direitos e fez deles o fio condutor de todos os ramos jurídicos. A dignidade
humana pode ser considerada, assim, um direito constitucional subjetivo, essência de todos
os direitos personalíssimos e o ataque àquele direito é o que se convencionou chamar dano
moral. 3. Portanto, dano moral é todo prejuízo que o sujeito de direito vem a sofrer por
meio de violação a bem jurídico específico. É toda ofensa aos valores da pessoa humana,
capaz de atingir os componentes da personalidade e do prestígio social. 4. O dano moral
não se revela na dor, no padecimento, que são, na verdade, sua consequência, seu
resultado. O dano é fato que antecede os sentimentos de aflição e angústia experimentados
pela vítima, não estando necessariamente vinculado a alguma reação psíquica da vítima. 5.
Em situações nas quais a vítima não é passível de detrimento anímico, como ocorre
com doentes mentais, a configuração do dano moral é absoluta e perfeitamente
possível, tendo em vista que, como ser humano, aquelas pessoas são igualmente
detentoras de um conjunto de bens integrantes da personalidade. 6. Recurso
e
especial provido. (REsp 1245550/MG, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 17/03/2015, DJe 16/04/2015).

Em caso de obra, o artista, em regra, não transfere seu direito autoral. Se o


proprietário da obra, posteriormente, permite produção de material publicitário
sem consentimento do artista, há violação do direito de personalidade:
RECURSOS ESPECIAIS. 1. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE VIOLAÇÃO DE
DIREITO MORAL E PATRIMONIAL DO AUTOR DE OBRA ARQUITETÔNICA, REPRODUZIDA EM
LATAS DE TINTAS E MATERIAL PUBLICITÁRIO, SEM SUA AUTORIZAÇÃO E INDICAÇÃO DO
CRÉDITO AUTORAL. 2. AUTORIZAÇÃO DO PROPRIETÁRIO DA CASA RETRATADA, MEDIANTE
CORRELATA REMUNERAÇÃO (CONTRATO DE CESSÃO DE USO DE IMAGEM). IRRELEVÂNCIA.
ADQUIRENTE DA OBRA, EM REGRA, NÃO INCORPORA DIREITOS AUTORAIS. 3. ESCUSA DO
ART. 48 DA LEI N. 9.610/1998 (OBRA SITUADA EM LOGRADOURO PÚBLICO).
INAPLICABILIDADE. UTILIZAÇÃO DA OBRA COM FINALIDADE COMERCIAL. 4. SANÇÃO
CIVIL. SUBSUNÇÃO DO FATO À NORMA SANCIONADORA. NÃO VERIFICAÇÃO. 5. VIOLAÇÃO
DE DIREITO PATRIMONIAL DO AUTOR. RECONHECIMENTO. MENSURAÇÃO CERTA E
DETERMINADA DO DANO MATERIAL. NECESSIDADE. 6. VIOLAÇÃO DE DIREITO MORAL DO
AUTOR. AUSÊNCIA DO CRÉDITO AUTORAL. SUFICIÊNCIA PARA A CARACTERIZAÇÃO DE
DANO MORAL INDENIZÁVEL. 7. RECURSO ESPECIAL DA FABRICANTE DE TINTAS
IMPROVIDO; E RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO PELO AUTOR DA OBRA PARCIALMENTE
PROVIDO. 1. Especificamente em relação às obras arquitetônicas, o projeto e o esboço,
elaborados por profissionais legalmente habilitados para tanto, e a edificação são formas de
expressão daquelas. A construção consiste no meio físico em que a obra arquitetônica,
concebida previamente no respectivo projeto, veio a se plasmar. A utilização (no caso, com
finalidade lucrativa) da imagem da obra arquitetônica, representada, por fotografias, em
propagandas e latas de tintas fabricadas pela demandada encontra-se, inarredavelmente,
dentro do espectro de proteção da Lei de Proteção dos Direitos Autorais. 2. A aquisição, em
si, de uma obra intelectual não transfere automaticamente os direitos autorais, salvo
disposição expressa em contrário e ressalvado, naturalmente, o modo de utilização
intrínseco à finalidade da aquisição. Na hipótese dos autos, ante o silêncio do contrato, o
proprietário da casa, adquirente da obra arquitetônica, não incorporou em seu patrimônio
jurídico o direito autoral de representá-la por meio de fotografias, com fins comerciais,
tampouco o de cedê-lo a outrem, já que, em regra, a forma não lhe pertence e o aludido
modo de utilização refoge da finalidade de aquisição. Assim, a autorização por ele dada não
infirma os direitos do arquiteto, titular do direito sob comento. 3. Em razão de as obras
situadas permanentemente em logradouros públicos integrarem de modo indissociável o

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meio ambiente, a compor a paisagem como um todo, sua representação (por meio de
pinturas, desenhos, fotografias e procedimentos audiovisuais), por qualquer observador,
não configura, em princípio, violação ao direito autoral. A obra arquitetônica, ainda que
situada permanentemente em propriedade privada, sendo possível visualizá-la a partir de
um local público, integra, de igual modo, o meio ambiente e a paisagem como um todo, a
viabilizar, nesse contexto (paisagístico) a sua representação, o que, também, não conduziria
à violação do direito do autor. A hipótese, todavia, não é de mera representação da
paisagem, em que inserida a obra arquitetônica, mas sim de representação unicamente da
obra arquitetônica, com a finalidade lucrativa. Refoge, em absoluto, do âmbito de aplicação
do art. 48 da Lei n. 9.610/1998, a representação por terceiro de obra arquitetônica com
finalidade comercial, que, como detidamente demonstrado, consubstancia direito exclusivo
de seu autor. 4. O art. 103, da Lei n. 9.610/1998, veicula sanção civil específica pela
violação de determinado direito autoral (editar fraudulentamente obra sem autorização do
titular), e não, propriamente, um parâmetro de reparação pelo dano material percebido pelo
autor da obra. Na espécie, não houve edição/reprodução da obra, compreendida esta como
a confecção de cópia ou exemplar da obra em si, e, muito menos, reprodução fraudulenta
da obra, que pressupõe má-fé, ou seja, deliberado propósito de contrafação. 5. A
mensuração do dano material deve ser certa e determinada, não comportando meras
9
conjecturas. In casu, o autor deve obter a reparação pela violação de direito patrimonial,
consistente na remuneração pela representação de sua obra ajustada, devidamente
atualizada, nos exatos termos em que se deu a contratação entre a fabricante de tintas, de
renome no seguimento, e o suposto titular do direito autoral, os proprietários da casa
retratada. Inexiste razão idônea para compreender que esta contratação não observou a
praxe mercadológica para a concessão dos direitos de utilização da imagem, com a prática
de valores igualmente condizentes com o objeto contratado. 6. A criação intelectual é
expressão artística do indivíduo; a obra, como criação do espírito, guarda em si aspectos
indissociáveis da personalidade de seu criador. Nessa extensão, a defesa e a proteção da
autoria e da integridade da obra ressaem como direitos da personalidade do autor,
irrenunciáveis e inalienáveis. Por conseguinte, a mera utilização da obra, sem a devida
atribuição do crédito autoral representa, por si, violação de um direito da personalidade do
autor e, como tal, indenizável. 7. Recurso especial da fabricante de tintas improvido; e
recurso especial do autor da obra parcialmente provido. (REsp 1562617/SP, Rel. Ministro
MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 22/11/2016, DJe 30/11/2016).

O STJ já definiu que a indenização pelos danos ocorridos durante o Regime Militar
pelos agentes estatais conta-se de acordo com os prazos fixados na Lei Especial:
RECURSO ESPECIAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. PRISÃO, TORTURA
E MORTE DO PAI E MARIDO DAS RECORRIDAS. REGIME MILITAR. ALEGADA PRESCRIÇÃO.
INOCORRÊNCIA. LEI N. 9.140/95. RECONHECIMENTO OFICIAL DO FALECIMENTO, PELA
COMISSÃO ESPECIAL DE DESAPARECIDOS POLÍTICOS, EM 1996. DIES A QUO PARA A
CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL.
A Lei n. 9.140, de 04.12.95, reabriu o prazo para investigação, e consequente
reconhecimento de mortes decorrentes de perseguição política no período de 2 de setembro
de 1961 a 05 de outubro de 1998, para possibilitar tanto os registros de óbito dessas
pessoas como as indenizações para reparar os danos causados pelo Estado às pessoas
perseguidas, ou ao seu cônjuge, companheiro ou companheira, descendentes, ascendentes
ou colaterais até o quarto grau.
Na hipótese em exame, o reconhecimento, pela Comissão Especial dos Desaparecidos
Políticos, do falecimento, em 1973, de Jarbas Pereira Marques, pai e esposo das recorridas,
deu-se com a publicação do Extrato da Ata da Terceira Sessão Ordinária realizada em 08
de fevereiro de 1996 (fl. 250), dies a quo para a contagem do prazo prescricional.
Com efeito, o prazo de prescrição somente tem início quando há o reconhecimento, por
parte do Estado, da morte da pessoa perseguida na época do regime de exceção

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constitucional, momento em que seus familiares terão tomado ciência definitiva e oficial de
seu falecimento por culpa do Estado.
Dessarte, ante a ausência de qualquer reconhecimento oficial pelo Estado do falecimento
de Jarbas Pereira Marques até o ano de 1996, a prescrição deve ser afastada, uma vez que
o ajuizamento da ação se deu em 02 de fevereiro de 1993.No 10.536, DE 14 DE AGOSTO
DE 2002.
Ainda que assim não fosse, em se tratando de lesão à integridade física, deve-se entender
que esse direito é imprescritível, pois não há confundi-lo com seus efeitos patrimoniais
reflexos e dependentes.
"O dano noticiado, caso seja provado, atinge o mais consagrado direito da cidadania: o de
respeito pelo Estado à vida e de respeito à dignidade humana. O delito de tortura é
hediondo. A imprescritibilidade deve ser a regra quando se busca indenização por danos
morais consequentes da sua prática" (REsp n. 379.414/PR, Rel. Min. José Delgado, in DJ de
17.02.2003). Recurso especial não conhecido (REsp 449.000/PE, Rel. Ministro FRANCIULLI
NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em 05/06/2003, DJ 30/06/2003, p. 195).

No caso de violação dos direitos de personalidade durante o Regime


Militar de Exceção havido, há imprescritibilidade das ações que pretendem obter
indenização por danos morais do Estado:
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL.
ALEGADA AFRONTA AO ART. 535 DO CPC/73 E IMPRESCRITIBILIDADE DA
PRETENSÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS, SOFRIDOS DURANTE O REGIME
MILITAR. RAZÕES DE RECURSO QUE NÃO IMPUGNAM, ESPECIFICAMENTE, OS
FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. ACUMULAÇÃO DA
REPARAÇÃO ECONÔMICA, DEFERIDA ADMINISTRATIVAMENTE, COM A INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS, CONCEDIDA JUDICIALMENTE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO
STJ. INADEQUAÇÃO DO AGRAVO INTERNO PARA VEICULAR DIVERGÊNCIA ENTRE AS
TURMAS DESTA CORTE. AGRAVO INTERNO PARCIALMENTE CONHECIDO, E, NESSA
PARTE, IMPROVIDO. I. Agravo interno interposto em 24/03/2016, contra decisão publicada
em 21/03/2016. II. Interposto Agravo interno com razões que não impugnam,
especificamente, os fundamentos da decisão agravada - quanto à alegada afronta ao
art. 535 do CPC/73 e à imprescritibilidade da pretensão indenizatória por danos morais,
sofridos durante o regime militar -, não prospera o inconformismo, em face da Súmula 182
desta Corte. III. Na esteira da jurisprudência da Segunda Turma do STJ, "inexiste vedação
para a acumulação da reparação econômica com indenização por danos morais, porquanto
se trata de verbas indenizatórias com fundamentos e finalidades diversas: aquela visa
à recomposição patrimonial (danos emergentes e lucros cessantes), ao passo que esta tem
por escopo a tutela da integridade moral, expressão dos direitos da personalidade" (STJ,
AgRg no REsp 1.467.148/SP, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, DJe
de 11/02/2015). No mesmo sentido: STJ, AgRg no REsp 1.477.268/SP, Rel. Ministra
DIVA MALERBI (Desembargadora Convocada TRF/3ª Região), SEGUNDA TURMA, DJe de
24/05/2016; AgRg no REsp 1.564.880/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, DJe de 23/05/2016; AgRg no REsp 1.445.346/SP, Rel. Ministro
HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 21/10/2015. IV. Segundo o
entendimento pacífico nesta Corte, "o recurso de agravo regimental não tem a finalidade
de confrontar julgados ou teses dissonantes nem de dirimir eventual divergência acerca
da matéria em exame. Consoante dispõe o art. 266 do RISTJ, em recurso especial, caberão
embargos de divergência das decisões da Turma que divergirem entre si ou de decisão da
mesma Seção" (STJ, AgRg no REsp 1.403.417/MT, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, DJe de 19/08/2014). V. Agravo interno parcialmente conhecido, e, nessa
parte, improvido. (AgInt no REsp 1583375/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES,
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/08/2016, DJe 16/08/2016).

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A pessoa privada, ainda que em ambiente público, não deixa de ter sua
intimidade protegida quanto a exibição de sua imagem extrapola os limites
normalmente previstos:
RECURSO ESPECIAL. CIVIL. DIREITO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO DE FOTOGRAFIA.
MULHER DE BIQUÍNI NA PRAIA. EXATA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PESSOA. AUTORIZAÇÃO
PRÉVIA OU POSTERIOR. INEXISTÊNCIA. REVISTA DE CONOTAÇÃO ERÓTICA. PROVEITO
ECONÔMICO. USO INDEVIDO DA IMAGEM. DANO MORAL CONFIGURADO (SÚMULA
403/STJ). RECURSO PROVIDO. 1. No tocante à liberdade de imprensa, em situações
como a do presente caso, há de ser feita a devida ponderação entre os direitos
constitucionais em tensão, levando-se em consideração as premissas do caso concreto
firmadas pelas instâncias ordinárias. Tem-se, de um lado, a livre expressão da atividade
intelectual, artística e de comunicação e informação, com ampla liberdade de publicação
e abordagem de temas, assuntos, notícias e imagens de interesse, inclusive recreativo,
da coletividade (CF, art. 5º, IX), e, de outro lado, o direito à intimidade, abrangendo a
privacidade, a honra e a imagem da pessoa (CF, art. 5º, X). 2. No caso, soma-se à
circunstância da exposição, sem autorização, da imagem da pessoa em revista de
conotação erótica, a exibição do corpo feminino em traje de praia, em ângulo
provocante, com utilização de dizeres e linguagem ousada, compondo um contexto
realmente constrangedor e violador dos direitos da personalidade. 3. Não se pode deduzir
que a mulher formosa, que se apresente espontaneamente de biquíni na praia, ambiente
adequado, esteja a concordar tacitamente com a divulgação de sua imagem em revista
masculina de conteúdo erótico, e tenha ainda de considerar tal exposição como um
"elogio". 4. De acordo com a Súmula 403/STJ: "Independe de prova do prejuízo a
indenização pela publicação não autorizada de imagem de pessoa com fins econômicos ou
comerciais." 5. Recurso especial provido. (REsp 1243699/RJ, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO,
QUARTA TURMA, julgado em 21/06/2016, DJe 22/08/2016).

Situação muito comum de questionamento nas Cortes tem a ver com matérias
jornalísticas que imputam fatos criminosos a determinada pessoa.
Independentemente de a pessoa ser culpada ou não, evidente que tais matérias
podem causar “danos” à imagem do retratado. Ainda assim, entende o STJ que
se permite tais matérias, ainda que não se tenha certeza sobre a
culpabilidade da pessoa, desde que em retratações “comuns”, sem exageros.
Isso assume especial relevo quando a pessoa em questão é uma autoridade
pública ou celebridade, que naturalmente despertam maior interesse do público:
RECURSO ESPECIAL - CIVIL E PROCESSUAL CIVIL - AÇÃO CONDENATÓRIA - PRETENSÃO
DE COMPENSAÇÃO DOS DANOS EXTRAPATRIMONIAIS EXPERIMENTADOS EM VIRTUDE DE
MATÉRIA JORNALÍSTICA PUBLICADA EM REVISTA - INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS QUE
JULGARAM PROCEDENTE O PEDIDO PARA CONDENAR A REQUERIDA AO PAGAMENTO DE
INDENIZAÇÃO PELOS DANOS MORAIS - INSURGÊNCIA DA RÉ - RESPONSABILIDADE CIVIL
AFASTADA - ABORDAGEM DA MATÉRIA INSERTA NOS LIMITES DA LIBERDADE DE
EXPRESSÃO JORNALÍSTICA ASSEGURADA PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - RECURSO
ESPECIAL PROVIDO. 4. No que diz respeito à violação dos dispositivos da Lei de Imprensa,
em que pese declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da
ADPF 130/DF, esta Corte tem autorizado o conhecimento do recurso especial, a fim de
analisar a tese de inexistência de responsabilidade civil e a quantificação da indenização
arbitrada. Precedentes. 4.1. O teor da notícia é fato incontroverso nos autos, portanto
proceder a sua análise e o seu devido enquadramento no sistema normativo, a fim de obter
determinada consequência jurídica (procedência ou improcedência do pedido), é tarefa
compatível com a natureza excepcional do recurso especial, a qual não se confunde com o

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reexame de provas. Para o deslinde do feito mostra-se dispensável a reapreciação do


conjunto fático-probatório, bastando a valoração de fatos consignados pelo órgão julgador,
atribuindo-lhes o correto valor jurídico, portanto, descabida a incidência do óbice da Súmula
7 do STJ. 4.2. O mérito do recurso especial coloca em confronto a liberdade de imprensa
(animus narrandi e criticandi) e os direitos da personalidade. 4.2.1. A ampla liberdade de
informação, opinião e crítica jornalística reconhecida constitucionalmente à imprensa não é
um direito absoluto, encontrando limitações, tais como o compromisso com a veracidade
da informação. Contudo, tal limitação não exige prova inequívoca da verdade dos fatos
objeto da reportagem. Esta Corte tem reconhecido uma margem tolerável de inexatidão na
notícia, a fim de garantir a ampla liberdade de expressão jornalística. Precedentes. 4.2.2.
Não se olvida, também, o fator limitador da liberdade de informação lastrado na preservação
dos direitos da personalidade, nestes incluídos os direitos à honra, à imagem, à privacidade
e à intimidade. Assim, a vedação está na veiculação de críticas com a intenção de difamar,
injuriar ou caluniar. 4.2.3. Da notícia veiculada, muito embora aluda a fatos graves, não se
vislumbra outro ânimo que não o narrativo, visto que a reportagem se limita a afirmar que
o recorrido estaria sendo "investigado" pelas condutas tipificadas como crime ali descritas,
o que, efetivamente, não se distancia do dever de veracidade, porquanto incontroversa a
existência de procedimento investigativo. 4.3. A forma que fora realizada a abordagem na
matéria jornalística ora questionada está inserta nos limites da liberdade de expressão
jornalística assegurada pela Constituição da República, a qual deve prevalecer quando em
conflito com os direitos da personalidade, especialmente quando se trata de informações
relativas à agente público. 4.4. É sabido que quando se está diante de pessoas que ocupam
cargos públicos, sobretudo aquelas que atuam como agentes do Estado, como é o caso dos
autos, prevalece o entendimento de que há uma ampliação da liberdade de informação
jornalística e, desse modo, uma adequação, dentro do razoável, daqueles direitos de
personalidade. 4.5. Com efeito, se a notícia limitou-se a tecer comentários, ainda que
críticos, atribuindo a fatos concretamente imputados, por terceira pessoa, estas
identificadas e referidas como as autoras das informações divulgadas (animus
narrandi/criticandi), inclusive ante episódios que renderam a instauração de procedimento
de investigação, como é o caso dos autos, daí porque deve ser afastada a responsabilização
civil da empresa que veiculou a matéria, por se tratar de exercício regular do direito de
informar (liberdade de imprensa), bem como do acesso ao público destinatário da
informação. 5. Recurso especial provido para julgar improcedente o pedido veiculado na
demanda e afastar a multa imposta em sede de embargos de declaração (art. 538,
parágrafo único, CPC). (REsp 738.793/PE, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Rel.
p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em 17/12/2015, DJe
08/03/2016).

Eis aqui exemplo de situação na qual a matéria jornalística se excedeu na


narrativa dos fatos, incluindo dados protegidos sob sigilo judicial e trechos de
oitivas exclusivas de uma das partes beligerantes em processo judicial:
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. 1. REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS.
MATÉRIAS JORNALÍSTICAS COM RELATOS DE FATOS CONTIDOS EM AÇÃO DE SEPARAÇÃO
JUDICIAL. VIOLAÇÃO DO SEGREDO DE JUSTIÇA. NOTÍCIAS FUNDAMENTADAS APENAS NA
VERSÃO DE UMA DAS PARTES ENVOLVIDAS. JUÍZO DE VALOR NEGATIVO SOBRE O
COMPORTAMENTO DA RECORRIDA. PERDA DO CONTATO ENTRE MÃE E FILHA APÓS A
DIVULGAÇÃO DAS REPORTAGENS. ABUSO NO EXERCÍCIO DO DIREITO DE INFORMAÇÃO.
DEVER DE INDENIZAR. CONFIGURAÇÃO. 2. VALOR REPARATÓRIO. REVISÃO
EXCEPCIONAL. MONTANTE RAZOÁVEL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 7/STJ. 3. RECURSO
IMPROVIDO. 1. A regra geral é a liberdade de informação. Entrementes, esta não é absoluta,
encontrando restrições, entre outras hipóteses, na proteção dos direitos da personalidade.
Daí fazer-se mister a identificação de limites à livre manifestação da imprensa, a partir da
proteção dos direitos da personalidade, especialmente com fundamento na tutela da
dignidade humana. 2. No caso, concluíram as instâncias ordinárias que o recorrente expôs

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ao conhecimento público situações desprovidas de justificativa factual ou documental, além


de elementos obtidos de processos que se encontravam resguardados pelo segredo de
justiça. Descreveu o acórdão que as notícias aludiram à prática de crime de subtração de
incapazes pela recorrida, por haver supostamente fugido com a menor do País, insinuando
o suborno de magistrado com o objetivo de alcançar tal desiderato. Narraram que a genitora
não prestava a devida atenção à filha no exterior, expondo, ademais, aspectos inerentes à
vida privada da recorrida, formulando juízo de valor negativo sobre a sua intimidade, o que
motivou, por fim, a perda completa do contato da recorrida com sua filha, sendo necessário
que viesse a se submeter a tratamento terapêutico. Além disso, as notícias tiveram como
fonte apenas os depoimentos do pai da menor e dados obtidos na Ação de Separação
Litigiosa. Dessa forma, nos moldes traçados no acórdão e na sentença, evidente o abuso no
exercício do direito de informar e o consequente dever de indenizar. Precedentes. 3. No
tocante ao valor arbitrado à reparação, as instâncias ordinárias estabeleceram o patamar
de 300 (trezentos) salários mínimos - equivalente à R$ 139.500,00 (cento e trinta e nove
mil e quinhentos reais) à época. A análise dos precedentes desta Casa revela que o valor
estipulado não se distancia dos padrões de razoabilidade, notadamente considerando-se
que o recorrente imputou à recorrida condutas tipificadas como crime, divulgou informações
protegidas pelo segredo de justiça, relativas à intimidade da família, bem assim as
consequências nefastas ocasionadas à vítima, sendo, portanto, caso de aplicação do
enunciado n. 7/STJ. 4. Recurso especial a que se nega provimento. (REsp 1380701/PA, Rel.
Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 07/05/2015, DJe
14/05/2015).

Em se tratando de retratação de criança ou adolescente em matéria


jornalística de cunho criminal, há violação de direitos de personalidade,
sendo que o dano é in re ipsa, dispensando prova. Atente para a parte final do
acórdão, no qual se consigna que mesmo que efetivamente o adolescente tenha
participado da ação delituosa e mesmo já próximo de alcançar a maioridade, não
se mitiga o dever de indenizar:
RECURSO ESPECIAL - RESPONSABILIDADE CIVIL - AÇÃO CONDENATÓRIA
(INDENIZATÓRIA) - PRETENDIDA COMPENSAÇÃO DOS DANOS EXTRAPATRIMONIAIS
DECORRENTES DA VEICULAÇÃO DA IMAGEM (FOTOGRAFIA) DE ADOLESCENTE EM
MATÉRIA JORNALÍSTICA, NA QUAL SE NARROU A PRÁTICA DE ROUBO (ASSALTO) EM CASA
LOTÉRICA - INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS QUE JULGARAM PROCEDENTE O PEDIDO DEDUZIDO
NA INICIAL, RECONHECENDO A OBRIGAÇÃO DE INDENIZAR. INSURGÊNCIA RECURSAL DA
PESSOA JURÍDICA RÉ. LIBERDADE DE IMPRENSA/INFORMAÇÃO - CARÁTER NÃO ABSOLUTO
- LIMITES CONSTITUCIONAIS (ART. 220, § 1º, DA CF/88) E INFRACONSTITUCIONAIS -
NORMA DE PROTEÇÃO À CRIANÇA E ADOLESCENTE INSERTA NOS ARTIGOS 143 E 247 DA
LEI Nº 8.069/90 - POLÍTICA ESPECIAL DESTINADA À PRESERVAÇÃO DA IMAGEM DE
PESSOAS EM FASE DE DESENVOLVIMENTO - PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO INTEGRAL (ART.
227 DA CD/88) - VIOLAÇÃO - OFENSA AO DIREITO DE RESGUARDO - DANO À IMAGEM IN
RE IPSA. Pretensão ressarcitória visando à compensação de danos extrapatrimoniais
deduzida por adolescente que teve sua fotografia (imagem) veiculada em matéria
jornalística, em que se notificou a prática de roubo em casa lotérica, a despeito da expressa
vedação inserta no parágrafo único do artigo 143 do Estatuto da Criança e Adolescente (Lei
nº 8.069/90). Pedido julgado procedente pelo magistrado singular, ante a configuração dos
elementos da responsabilidade civil; entendimento mantido pela Corte de origem que, em
sede de apelação, deu-lhe provimento tão-somente para reduzir o quantum arbitrado para
a compensação dos danos extrapatrimoniais. 1. Violação ao artigo 535 do Código de
Processo Civil: inocorrência. A fundamentação utilizada pela Corte de origem para rechaçar
a pretensão recursal veiculada em apelação afigura-se clara e suficiente, revelando-se
desnecessário ao magistrado rebater cada um dos argumentos declinados pela parte. 2.
Responsabilidade Civil da empresa jornalística: por meio de uma interpretação sistemática
e sob a perspectiva do princípio da unidade da Constituição, infere-se que esta prescreve o

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caráter não absoluto da liberdade de informação jornalística, a ser mitigada nas hipóteses
previstas no artigo 5º e incisos ali enumerados, isto é, em se tratando de direitos e garantias
individuais relacionadas aos direitos de personalidade. A partir do parágrafo primeiro do
artigo 220 da Carta Magna, observa-se estar reservando à lei (infraconstitucional) a
possibilidade, dentro dos limites ali estabelecidos (direitos da personalidade), de disciplinar
tais restrições. 2.1 Especificamente quanto à hipótese dos autos - situação particular -,
envolvendo direitos de personalidade (a imagem) de crianças e adolescentes, concebidos
como pessoas em desenvolvimento, observa-se a existência de prévia eleição legislativa de
interesse prevalecente, decorrência da própria proteção constitucional a eles destinada,
consubstanciada na adoção da proteção integral e do melhor interesse (artigo 227 da
Constituição Federal) 2.2 Essa especial proteção à imagem e identidade das crianças e
adolescentes justifica-se na medida em que a personalidade infanto-juvenil tem
características distintas da personalidade adulta, porquanto as crianças e adolescentes
estão em fase de desenvolvimento. Com efeito, à preservação de sua dignidade, tornou-se
imperativa a proteção especial do ordenamento jurídico, consoante preceituado pela
Constituição Federal e positivado no âmbito infraconstitucional. 2.3 Trata-se, pois, de
verdadeira política pública eleita pelo Constituinte e incorporada, no âmbito
infraconstitucional, por meio do Estatuto da Criança e do Adolescente, o qual faz expressa
alusão à impossibilidade de veiculação da imagem de adolescentes a quem se atribua a
autoria de ato infracional, consoante prescrevem os artigos 143 e 247 do mencionado
diploma legal. 2.4 Os citados dispositivos têm por objetivo precípuo a proteção integral da
identidade da criança e do adolescente que cometem comportamento conflitante com a lei,
de modo a buscar, com isso, preservar não apenas seus nomes ou suas imagens, mas,
sobretudo, suas próprias pessoas, pois se encontram na condição peculiar de
desenvolvimento, fase em que seu caráter ainda está em formação. Ao editá-las, o
legislador houve por bem protegê-los/preservá-los de qualquer divulgação depreciativa de
sua imagem, de maneira a, pelo menos, minorar a repercussão negativa que atos dessa
natureza trazem ao psíquico de qualquer ser humano. 2.5 O direito à imagem protege a
representação física do corpo humano, de qualquer de suas partes ou, ainda, de traços
característicos da pessoa pelos quais ela possa ser reconhecida (identidade). Nesse sentido,
a imagem é objeto de um direito autônomo, embora sua violação venha associada,
frequentemente, à de outros direitos da personalidade, sobretudo à honra. A autonomia do
mencionado dano encontra respaldo, aliás, na própria Constituição Federal, ao preceituar,
no inciso X do artigo 5º ser "assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além
da indenização por dano material, moral ou à imagem". 2.6 Desse modo, em casos como o
ora em análise, considerando, sobretudo, a especial proteção concedida à imagem e
identidade das crianças e adolescentes, a violação da norma e a caracterização do ato como
ilícito encontram-se intrinsecamente relacionadas à própria configuração do dano, vale
afirmar, uma vez infringido o conteúdo da norma protetiva, vulnera-se a imagem da criança
ou do adolescente, violando o direito ao resguardo/preservação de sua imagem/identidade.
Essa é uma situação típica do chamado dano extrapatrimonial presumido (in re ipsa), caso
em que a prova do abalo psicológico ou de efetiva lesão à honra é completamente
despicienda. 2.7 Por fim, não se olvida que o caso em tela contenha peculiaridades, tais
como a efetiva participação do autor/adolescente no evento narrado, o fato de esse, à
época, estar próximo de completar dezoito anos, bem assim a tentativa de mitigação do
prejuízo pela divulgação de errata na edição posterior do Jornal. Contudo, essas
singularidades não são hábeis a afastar a obrigação de indenizar, conforme orientação
adotada ao longo deste voto. Efetivamente, referidas circunstâncias devem ser (e, neste
caso, foram) levadas em consideração quando do arbitramento da verba compensatória. 3.
RECURSO ESPECIAL DESPROVIDO. (REsp 1297660/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, Rel. p/ Acórdão Ministro MARCO BUZZI, QUARTA TURMA, julgado em
07/10/2014, DJe 16/10/2015).

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O STJ já fixou o entendimento de que mesmo o recém-nascido pode sofrer


dano moral, como na situação na qual a empresa contratada para coletar suas
células-tronco embrionárias não o faz:
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PERDA DE UMA CHANCE.
DESCUMPRIMENTO DE CONTRATO DE COLETA DE CÉLULAS-TRONCO EMBRIONÁRIAS DO
CORDÃO UMBILICAL DO RECÉM NASCIDO. NÃO COMPARECIMENTO AO HOSPITAL.
LEGITIMIDADE DA CRIANÇA PREJUDICADA. DANO EXTRAPATRIMONIAL CARACTERIZADO.
1. Demanda indenizatória movida contra empresa especializada em coleta e armazenagem
de células tronco embrionárias, em face da falha na prestação de serviço caracterizada pela
ausência de prepostos no momento do parto. 2. Legitimidade do recém nascido, pois "as
crianças, mesmo da mais tenra idade, fazem jus à proteção irrestrita dos direitos da
personalidade, entre os quais se inclui o direito à integralidade mental, assegurada a
indenização pelo dano moral decorrente de sua violação" (REsp. 1.037.759/RJ, Rel. Min.
Nancy Andrighi, TERCEIRA TURMA, julgado em 23/02/2010, DJe 05/03/2010). 3. A teoria
da perda de uma chance aplica-se quando o evento danoso acarreta para alguém a
frustração da chance de obter um proveito determinado ou de evitar uma perda. 4. Não se
exige a comprovação da existência do dano final, bastando prova da certeza da chance
perdida, pois esta é o objeto de reparação. 5. Caracterização de dano extrapatrimonial para
criança que tem frustrada a chance de ter suas células embrionárias colhidas e armazenadas
para, se for preciso, no futuro, fazer uso em tratamento de saúde. 6. Arbitramento de
indenização pelo dano extrapatrimonial sofrido pela criança prejudicda. 7. Doutrina e
jurisprudência acerca do tema. 8. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (REsp 1291247/RJ, Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 19/08/2014, DJe
01/10/2014).

Pouco tempo depois, o mesmo STJ definiu que mesmo o nascituro é detentor
de direitos de personalidade, pela proteção dada a ele pelo CC/2002, mesmo
antes do nascimento com vida. Assim, o nascituro também pode receber
indenização do DPVAT em caso de morte causada pelo aborto:
DIREITO CIVIL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. ABORTO. AÇÃO DE COBRANÇA. SEGURO
OBRIGATÓRIO. DPVAT. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO. ENQUADRAMENTO JURÍDICO DO
NASCITURO. ART. 2º DO CÓDIGO CIVIL DE 2002. EXEGESE SISTEMÁTICA. ORDENAMENTO
JURÍDICO QUE ACENTUA A CONDIÇÃO DE PESSOA DO NASCITURO. VIDA INTRAUTERINA.
PERECIMENTO. INDENIZAÇÃO DEVIDA. ART. 3º, INCISO I, DA LEI N. 6.194/1974.
INCIDÊNCIA. 1. A despeito da literalidade do art. 2º do Código Civil - que condiciona a
aquisição de personalidade jurídica ao nascimento -, o ordenamento jurídico pátrio aponta
sinais de que não há essa indissolúvel vinculação entre o nascimento com vida e o conceito
de pessoa, de personalidade jurídica e de titularização de direitos, como pode aparentar a
leitura mais simplificada da lei. 2. Entre outros, registram-se como indicativos de que o
direito brasileiro confere ao nascituro a condição de pessoa, titular de direitos: exegese
sistemática dos arts. 1º, 2º, 6º e 45, caput, do Código Civil; direito do nascituro de receber
doação, herança e de ser curatelado (arts. 542, 1.779 e 1.798 do Código Civil); a especial
proteção conferida à gestante, assegurando-se-lhe atendimento pré-natal (art. 8º do ECA,
o qual, ao fim e ao cabo, visa a garantir o direito à vida e à saúde do nascituro); alimentos
gravídicos, cuja titularidade é, na verdade, do nascituro e não da mãe (Lei n. 11.804/2008);
no direito penal a condição de pessoa viva do nascituro - embora não nascida - é afirmada
sem a menor cerimônia, pois o crime de aborto (arts. 124 a 127 do CP) sempre esteve
alocado no título referente a "crimes contra a pessoa" e especificamente no capítulo "dos
crimes contra a vida" - tutela da vida humana em formação, a chamada vida intrauterina
(MIRABETE, Julio Fabbrini. Manual de direito penal, volume II. 25 ed. São Paulo: Atlas,
2007, p. 62-63; NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal. 8 ed. São Paulo:
Revista dos Tribunais, 2012, p. 658). 3. As teorias mais restritivas dos direitos do nascituro
- natalista e da personalidade condicional - fincam raízes na ordem jurídica superada pela

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Constituição Federal de 1988 e pelo Código Civil de 2002. O paradigma no qual foram
edificadas transitava, essencialmente, dentro da órbita dos direitos patrimoniais. Porém,
atualmente isso não mais se sustenta. Reconhecem-se, corriqueiramente, amplos catálogos
de direitos não patrimoniais ou de bens imateriais da pessoa - como a honra, o nome,
imagem, integridade moral e psíquica, entre outros. 4. Ademais, hoje, mesmo que se adote
qualquer das outras duas teorias restritivas, há de se reconhecer a titularidade de direitos
da personalidade ao nascituro, dos quais o direito à vida é o mais importante. Garantir ao
nascituro expectativas de direitos, ou mesmo direitos condicionados ao nascimento, só faz
sentido se lhe for garantido também o direito de nascer, o direito à vida, que é direito
pressuposto a todos os demais. 5. Portanto, é procedente o pedido de indenização referente
ao seguro DPVAT, com base no que dispõe o art. 3º da Lei n. 6.194/1974. Se o preceito
legal garante indenização por morte, o aborto causado pelo acidente subsume-se à perfeição
ao comando normativo, haja vista que outra coisa não ocorreu, senão a morte do nascituro,
ou o perecimento de uma vida intrauterina. 6. Recurso especial provido. (REsp 1415727/SC,
Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 04/09/2014, DJe
29/09/2014).

O STJ ainda reconhece eficácia pós-morte dos direitos da personalidade:


RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. CONTRATO DE CARTÃO
DE CRÉDITO CELEBRADO APÓS A MORTE DO USUÁRIO. INSCRIÇÃO INDEVIDA NOS
ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. EFICÁCIA POST MORTEM DOS DIREITOS DA
PERSONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA DA VIÚVA PARA POSTULAR A REPARAÇÃO DOS
PREJUÍZOS CAUSADOS À IMAGEM DO FALECIDO. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 12,
PARÁGRAFO ÚNICO, DO CÓDIGO CIVIL. 1. Contratação de cartão de crédito após a morte
do usuário, ensejando a inscrição do seu nome nos cadastros de devedores inadimplentes.
2. Propositura de ação declaratória de inexistência de contrato de cartão de crédito,
cumulada com pedido de indenização por danos morais, pelo espólio e pela viúva. 3.
Legitimidade ativa da viúva tanto para o pedido declaratório como para o pedido de
indenização pelos prejuízos decorrentes da ofensa à imagem do falecido marido, conforme
previsto no art. 12, parágrafo único, do Código Civil. 4. Ausência de legitimidade ativa do
espólio para o pedido indenizatório, pois a personalidade do "de cujus" se encerrara com
seu óbito, tendo sido o contrato celebrado posteriormente. 5. Doutrina e jurisprudência
acerca do tema. 6. Restabelecimento dos comandos da sentença acerca da indenização por
dano moral. 7. RECURSO ESPECIAL PARCIALMENTE PROVIDO. (REsp 1209474/SP, Rel.
Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/09/2013, DJe
23/09/2013).

O cancelamento imotivado de serviço público essencial é violador dos


direitos da personalidade da pessoa:
ADMINISTRATIVO E CONSUMIDOR. CORTE NO FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA.
FRAUDE NO MEDIDOR. MERA SUSPEITA. INTERRUPÇÃO IMEDIATA PELO PREPOSTO DA
CONCESSIONÁRIA, SEM PRÉVIA DEFESA DO CONSUMIDOR. ILEGALIDADE. DANO MORAL
CONFIGURADO. INDENIZAÇÃO FIXADA EM VALOR RAZOÁVEL. AUSÊNCIA DE
EXORBITÂNCIA. SÚMULA 7/STJ. 1. Cuida-se, na origem, de Ação de Indenização por dano
moral decorrente da interrupção abusiva no fornecimento de energia elétrica, sob a
alegação de fraude na medição, o que, segundo a instância ordinária, não veio a ser
comprovado. 2. Alguns fatos incontroversos merecem destaque. Prepostos da recorrente
CEEE, ao suspeitarem da ocorrência de fraude no instrumento medidor, arrancaram-no da
parede onde estava instalado e efetuaram o corte da energia. A ofendida, pessoa idosa e
aposentada, buscou inicialmente contato com a empresa concessionária, mas, por duas
oportunidades, obteve a informação de que a fraude fora comprovada e que a situação
somente seria normalizada sob a condição de que fosse reconhecida a dívida, por suposta

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diferença no consumo, em montante superior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). O


restabelecimento do serviço apenas foi obtido por força de liminar concedida em Ação
Cautelar, após alguns dias de suspensão. Até então, a recorrida foi obrigada a se valer da
ajuda de vizinhos para preservar alimentos e tomar banho. 3. Consoante o contexto fático
delineado na origem, não houve comprovação de irregularidade no comportamento da
recorrida, mas mera suspeita levantada pelo fornecedor (fl. 266). Segundo o Tribunal a quo,
está evidenciada a "arbitrariedade do ato praticado pela ré", que agiu "sem oportunizar ao
consumidor qualquer meio de defesa". Por seu turno, a recorrente se insurge contra essa
conclusão e assevera encontrar-se atestada a fraude, de modo que o acolhimento da tese
recursal exige análise das provas dos autos, em flagrante afronta à Súmula 7/STJ. 8. Nos
dias atuais, não é preciso grande esforço retórico para demonstrar que a interrupção
arbitrária na prestação desse serviço público essencial causa séria ofensa à pessoa,
distúrbios em seu cotidiano, com inevitável abalo de sua paz de espírito e bem-estar, além
de provocar reflexos na vida privada, bem jurídico inviolável. 10. Recurso Especial
parcialmente conhecido e, nessa parte, não provido, em sentido divergente do
entendimento da eminente Relatora, que afastava o dano moral. (REsp 1105665/RS, Rel.
Ministra ELIANA CALMON, Rel. p/ Acórdão Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA,
julgado em 17/04/2012, DJe 02/02/2015).

No caso de pessoas públicas, o âmbito de proteção dos direitos da


personalidade se vê diminuído:
RECURSO ESPECIAL. OFENSA À HONRA. DANO MORAL. PESSOA PÚBLICA. ÂMBITO DE
PROTEÇÃO REDUZIDO. DOCUMENTO. JUNTADA APELAÇÃO. POSSIBILIDADE. SEGREDO DE
JUSTIÇA. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. 1. É possível a juntada de documentos em qualquer
fase do processo, desde que respeitado o contraditório e inexistente má-fé na conduta da
parte. Precedentes. 2. Não fere o segredo de justiça a notícia da existência de processo
contra determinada pessoa, somente se configurando apontado vício se houver análise dos
fatos, argumentos e provas contidos nos autos da demanda protegida. Precedente. 3. No
caso de pessoas públicas, o âmbito de proteção dos direitos da personalidade se vê
diminuído, sendo admitidas, em tese, a divulgação de informações aptas a formar o juízo
crítico dos eleitores sobre o caráter do candidato. 4. Recurso especial não conhecido. (REsp
253.058/MG, Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em
04/02/2010, DJe 08/03/2010).

As Jornadas de Direito Civil trazem alguns enunciados importantes aos temas da


aula de hoje:
Enunciado 275 – Arts. 12 e 20
O rol dos legitimados de que tratam os arts. 12, parágrafo único, e 20, parágrafo único, do
Código Civil também compreende o companheiro.

Enunciado 276 – Art. 13


O art. 13 do Código Civil, ao permitir a disposição do próprio corpo por exigência médica,
autoriza as cirurgias de transgenitalização, em conformidade com os procedimentos
estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina, e a consequente alteração do prenome e
do sexo no Registro Civil.

Enunciado 277 – Art. 14


O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo,
com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação

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expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto,
a aplicação do art. 4º da Lei n. 9.434/97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial
doador.

Enunciado 278 – Art. 18


A publicidade que venha a divulgar, sem autorização, qualidades inerentes a determinada
pessoa, ainda que sem mencionar seu nome, mas sendo capaz de identificá-la, constitui
violação a direito da personalidade.

Enunciado 279 – Art.20.


A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente
tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade
de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos
fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua
utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam
a divulgação de informações.

O tormentoso caso das situações nas quais o paciente pretende não ser tratado
medicamente começa a aparecer na jurisprudência. Talvez o caso mais antigo
que dá ensejo a essa discussão seja o da transfusão sanguínea em pacientes
que são Testemunhas de Jeová, crença que proíbe seus membros de
receberem hemácias humanas de terceiros, por razões que não nos cabem
comentar.
O que se fixou nesses casos?
Primeiro: paciente que chega ao hospital com risco de morte iminente,
deve receber sangue alheio, independentemente da idade e da crença
religiosa. Nesse caso, sobressai-se o direito à vida, tendo em vista o risco
real de a vida se perder. Mesmo que terceiros conclamem a escusa religiosa, a
transfusão deve ocorrer.
Segundo: paciente maior que chega ao hospital, sem risco de morrer
iminentemente, mas com potencial risco à saúde ou à vida. Nesse caso,
sobressai-se a liberdade de escolha, tendo em vista a possibilidade de a
pessoa refletir sobre os impactos da decisão posteriormente. Mesmo que isso
signifique risco real à vida, respeita-se a vontade do paciente.
Terceiro: paciente menor que chega ao hospital, sem risco de morrer
iminentemente, mas com potencial risco à saúde ou à vida, com os pais
ou responsáveis legais pretendendo a escusa de crença religiosa. Nesse
caso, sobressai-se o direito à vida, tendo em vista a incapacidade (jurídica)
do próprio paciente em refletir sobre os impactos da decisão posteriormente e
potencial de risco permanente à saúde.
De qualquer forma, em qualquer caso, caso estejam disponíveis tratamentos
alternativos à transfusão, eles devem ser ofertados e tentados, sob pena de
responsabilização de médicos e pacientes.

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Como o direito brasileiro não tem tantos outros casos envolvendo liberdade de
escolha e recusa de tratamentos médicos, utiliza-se, de regra, como padrão, as
decisões envolvendo a transfusão sanguínea para as Testemunhas de Jeová:
PROCESSO PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO. (1) IMPETRAÇÃO COMO SUCEDÂNEO
RECURSAL, APRESENTADA DEPOIS DA INTERPOSIÇÃO DE TODOS OS RECURSOS
CABÍVEIS. IMPROPRIEDADE DA VIA ELEITA. (2) QUESTÕES DIVERSAS DAQUELAS JÁ
ASSENTADAS EM ARESP E RHC POR ESTA CORTE. PATENTE ILEGALIDADE.
RECONHECIMENTO. (3) LIBERDADE RELIGIOSA. ÂMBITO DE EXERCÍCIO. BIOÉTICA E
BIODIREITO: PRINCÍPIO DA AUTONOMIA. RELEVÂNCIA DO CONSENTIMENTO ATINENTE À
SITUAÇÃO DE RISCO DE VIDA DE ADOLESCENTE. DEVER MÉDICO DE INTERVENÇÃO.
ATIPICIDADE DA CONDUTA. RECONHECIMENTO. ORDEM CONCEDIDA DE OFÍCIO. 1. É
imperiosa a necessidade de racionalização do emprego do habeas corpus, em prestígio ao
âmbito de cognição da garantia constitucional, e, em louvor à lógica do sistema recursal. In
casu, foi impetrada indevidamente a ordem depois de interpostos todos os recursos
cabíveis, no âmbito infraconstitucional, contra a pronúncia, após ter sido aqui decidido o
AResp interposto na mesma causa. Impetração com feições de sucedâneo recursal
inominado. 2. Não há ofensa ao quanto assentado por esta Corte, quando da apreciação de
agravo em recurso especial e em recurso em habeas corpus, na medida em que são trazidos
a debate aspectos distintos dos que outrora cuidados. 3. Na espécie, como já assinalado
nos votos vencidos, proferidos na origem, em sede de recurso em sentido estrito e
embargos infringentes, tem-se como decisivo, para o desate da responsabilização criminal,
a aferição do relevo do consentimento dos pacientes para o advento do resultado tido como
delitivo. Em verdade, como inexistem direitos absolutos em nossa ordem constitucional, de
igual forma a liberdade religiosa também se sujeita ao concerto axiológico, acomodando-se
diante das demais condicionantes valorativas. Desta maneira, no caso em foco, ter-se-ia
que aquilatar, a fim de bem se equacionar a expressão penal da conduta dos envolvidos,
em que medida teria impacto a manifestação de vontade, religiosamente inspirada, dos
pacientes. No juízo de ponderação, o peso dos bens jurídicos, de um lado, a vida e o superior
interesse do adolescente, que ainda não teria discernimento suficiente (ao menos em
termos legais) para deliberar sobre os rumos de seu tratamento médico, sobrepairam sobre,
de outro lado, a convicção religiosa dos pais, que teriam se manifestado contrariamente à
transfusão de sangue. Nesse panorama, tem-se como inócua a negativa de concordância
para a providência terapêutica, agigantando-se, ademais, a omissão do hospital, que,
entendendo que seria imperiosa a intervenção, deveria, independentemente de qualquer
posição dos pais, ter avançado pelo tratamento que entendiam ser o imprescindível para
evitar a morte. Portanto, não há falar em tipicidade da conduta dos pais que, tendo levado
sua filha para o hospital, mostrando que com ela se preocupavam, por convicção religiosa,
não ofereceram consentimento para transfusão de sangue - pois, tal manifestação era
indiferente para os médicos, que, nesse cenário, tinham o dever de salvar a vida. Contudo,
os médicos do hospital, crendo que se tratava de medida indispensável para se evitar a
morte, não poderiam privar a adolescente de qualquer procedimento, mas, antes, a eles
cumpria avançar no cumprimento de seu dever profissional. 4. Ordem não conhecida,
expedido habeas corpus de ofício para, reconhecida a atipicidade do comportamento
irrogado, extinguir a ação penal em razão da atipicidade do comportamento irrogado aos
pacientes. (HC 268.459/SP, Rel. Ministra MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA
TURMA, julgado em 02/09/2014, DJe 28/10/2014).

O STJ já acolheu na seara dos direitos da personalidade no Brasil, o


chamado “direito ao esquecimento”, ultimamente muito clamado, pouco
entendido e que se tenta aplicar (mal) a numerosas situações com as quais ele é
incompatível.
O direito ao esquecimento é, sinteticamente, uma limitação à liberdade de
informar. Isso ocorre em situações nas quais uma pessoa é exposta,

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publicamente, novamente, de maneira desnecessária, especialmente em


situações mais delicadas.
Ainda que a memória humana seja limitada e a capacidade de lembrar de fatos
pretéritos torne-se sempre mais diminuta, a mídia tem o poder de reacender
casos novamente (o bom e novíssimo ditado, o Google nunca esquece). Assim,
vítimas e ofensores (que já cumpriram a pena), são obrigados a reviver os fatos,
repetidamente.
Nesses casos, entende-se que há uma violação de um direito de
personalidade, não pela ilicitude do comportamento midiático, mas pelo
abuso de direito:
RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL-CONSTITUCIONAL. LIBERDADE DE IMPRENSA VS.
DIREITOS DA PERSONALIDADE. LITÍGIO DE SOLUÇÃO TRANSVERSAL. COMPETÊNCIA DO
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. DOCUMENTÁRIO EXIBIDO EM REDE NACIONAL. LINHA
DIRETA-JUSTIÇA. SEQUÊNCIA DE HOMICÍDIOS CONHECIDA COMO CHACINA DA
CANDELÁRIA. REPORTAGEM QUE REACENDE O TEMA TREZE ANOS DEPOIS DO FATO.
VEICULAÇÃO INCONSENTIDA DE NOME E IMAGEM DE INDICIADO NOS CRIMES.
ABSOLVIÇÃO POSTERIOR POR NEGATIVA DE AUTORIA. DIREITO AO ESQUECIMENTO DOS
CONDENADOS QUE CUMPRIRAM PENA E DOS ABSOLVIDOS. ACOLHIMENTO.
DECORRÊNCIA DA PROTEÇÃO LEGAL E CONSTITUCIONAL DA DIGNIDADE DA PESSOA
HUMANA E DAS LIMITAÇÕES POSITIVADAS À ATIVIDADE INFORMATIVA. PRESUNÇÃO
LEGAL E CONSTITUCIONAL DE RESSOCIALIZAÇÃO DA PESSOA. PONDERAÇÃO DE
VALORES. PRECEDENTES DE DIREITO COMPARADO.
1. Avulta a responsabilidade do Superior Tribunal de Justiça em demandas cuja solução é
transversal, interdisciplinar, e que abrange, necessariamente, uma controvérsia
constitucional oblíqua, antecedente, ou inerente apenas à fundamentação do acolhimento
ou rejeição de ponto situado no âmbito do contencioso infraconstitucional, questões essas
que, em princípio, não são apreciadas pelo Supremo Tribunal Federal.
2. Nos presentes autos, o cerne da controvérsia passa pela ausência de contemporaneidade
da notícia de fatos passados, que reabriu antigas feridas já superadas pelo autor e
reacendeu a desconfiança da sociedade quanto à sua índole. O autor busca a proclamação
do seu direito ao esquecimento, um direito de não ser lembrado contra sua vontade,
especificamente no tocante a fatos desabonadores, de natureza criminal, nos quais se
envolveu, mas que, posteriormente, fora inocentado.
3. No caso, o julgamento restringe-se a analisar a adequação do direito ao esquecimento
ao ordenamento jurídico brasileiro, especificamente para o caso de publicações na mídia
televisiva, porquanto o mesmo debate ganha contornos bem diferenciados quando
transposto para internet, que desafia soluções de índole técnica, com atenção, por exemplo,
para a possibilidade de compartilhamento de informações e circulação internacional do
conteúdo, o que pode tangenciar temas sensíveis, como a soberania dos Estados-nações.
4. Um dos danos colaterais da "modernidade líquida" tem sido a progressiva eliminação da
"divisão, antes sacrossanta, entre as esferas do 'privado' e do 'público' no que se refere à
vida humana", de modo que, na atual sociedade da hiperinformação, parecem evidentes os
"riscos terminais à privacidade e à autonomia individual, emanados da ampla abertura da
arena pública aos interesses privados [e também o inverso], e sua gradual mas incessante
transformação numa espécie de teatro de variedades dedicado à diversão ligeira" (BAUMAN,
Zygmunt. Danos colaterais: desigualdades sociais numa era global. Tradução de Carlos
Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, pp. 111-113). Diante dessas preocupantes
constatações, o momento é de novas e necessárias reflexões, das quais podem mesmo
advir novos direitos ou novas perspectivas sobre velhos direitos revisitados.

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5. Há um estreito e indissolúvel vínculo entre a liberdade de imprensa e todo e qualquer


Estado de Direito que pretenda se autoafirmar como Democrático. Uma imprensa livre
galvaniza contínua e diariamente os pilares da democracia, que, em boa verdade, é projeto
para sempre inacabado e que nunca atingirá um ápice de otimização a partir do qual nada
se terá a agregar. Esse processo interminável, do qual não se pode descurar - nem o povo,
nem as instituições democráticas -, encontra na imprensa livre um vital combustível para
sua sobrevivência, e bem por isso que a mínima cogitação em torno de alguma limitação
da imprensa traz naturalmente consigo reminiscências de um passado sombrio de
descontinuidade democrática.
6. Não obstante o cenário de perseguição e tolhimento pelo qual passou a imprensa
brasileira em décadas pretéritas, e a par de sua inegável virtude histórica, a mídia do século
XXI deve fincar a legitimação de sua liberdade em valores atuais, próprios e decorrentes
diretamente da importância e nobreza da atividade. Os antigos fantasmas da liberdade de
imprensa, embora deles não se possa esquecer jamais, atualmente, não autorizam a
atuação informativa desprendida de regras e princípios a todos impostos.
7. Assim, a liberdade de imprensa há de ser analisada a partir de dois paradigmas jurídicos
bem distantes um do outro. O primeiro, de completo menosprezo tanto da dignidade da
==2bde9==

pessoa humana quanto da liberdade de imprensa; e o segundo, o atual, de dupla tutela


constitucional de ambos os valores.
8. Nesse passo, a explícita contenção constitucional à liberdade de informação, fundada na
inviolabilidade da vida privada, intimidade, honra, imagem e, de resto, nos valores da
pessoa e da família, prevista no art. 220, § 1º, art. 221 e no § 3º do art. 222 da Carta de
1988, parece sinalizar que, no conflito aparente entre esses bens jurídicos de especialíssima
grandeza, há, de regra, uma inclinação ou predileção constitucional para soluções protetivas
da pessoa humana, embora o melhor equacionamento deva sempre observar as
particularidades do caso concreto. Essa constatação se mostra consentânea com o fato de
que, a despeito de a informação livre de censura ter sido inserida no seleto grupo dos
direitos fundamentais (art. 5º, inciso IX), a Constituição Federal mostrou sua vocação
antropocêntrica no momento em que gravou, já na porta de entrada (art. 1º, inciso III), a
dignidade da pessoa humana como - mais que um direito - um fundamento da República,
uma lente pela qual devem ser interpretados os demais direitos posteriormente
reconhecidos.
Exegese dos arts. 11, 20 e 21 do Código Civil de 2002. Aplicação da filosofia kantiana, base
da teoria da dignidade da pessoa humana, segundo a qual o ser humano tem um valor em
si que supera o das "coisas humanas".
9. Não há dúvida de que a história da sociedade é patrimônio imaterial do povo e nela se
inserem os mais variados acontecimentos e personagens capazes de revelar, para o futuro,
os traços políticos, sociais ou culturais de determinada época. Todavia, a historicidade da
notícia jornalística, em se tratando de jornalismo policial, há de ser vista com cautela. Há,
de fato, crimes históricos e criminosos famosos; mas também há crimes e criminosos que
se tornaram artificialmente históricos e famosos, obra da exploração midiática exacerbada
e de um populismo penal satisfativo dos prazeres primários das multidões, que simplifica o
fenômeno criminal às estigmatizadas figuras do "bandido" vs. "cidadão de bem".
10. É que a historicidade de determinados crimes por vezes é edificada à custa de vários
desvios de legalidade, por isso não deve constituir óbice em si intransponível ao
reconhecimento de direitos como o vindicado nos presentes autos. Na verdade, a permissão
ampla e irrestrita a que um crime e as pessoas nele envolvidas sejam retratados
indefinidamente no tempo - a pretexto da historicidade do fato - pode significar permissão
de um segundo abuso à dignidade humana, simplesmente porque o primeiro já fora
cometido no passado.
Por isso, nesses casos, o reconhecimento do "direito ao esquecimento" pode significar um
corretivo - tardio, mas possível - das vicissitudes do passado, seja de inquéritos policiais ou
processos judiciais pirotécnicos e injustos, seja da exploração populista da mídia.

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11. É evidente o legítimo interesse público em que seja dada publicidade da resposta estatal
ao fenômeno criminal. Não obstante, é imperioso também ressaltar que o interesse público
- além de ser conceito de significação fluida - não coincide com o interesse do público, que
é guiado, no mais das vezes, por sentimento de execração pública, praceamento da pessoa
humana, condenação sumária e vingança continuada.
12. Assim como é acolhido no direito estrangeiro, é imperiosa a aplicabilidade do direito ao
esquecimento no cenário interno, com base não só na principiologia decorrente dos direitos
fundamentais e da dignidade da pessoa humana, mas também diretamente do direito
positivo infraconstitucional. A assertiva de que uma notícia lícita não se transforma em ilícita
com o simples passar do tempo não tem nenhuma base jurídica. O ordenamento é repleto
de previsões em que a significação conferida pelo Direito à passagem do tempo é
exatamente o esquecimento e a estabilização do passado, mostrando-se ilícito sim reagitar
o que a lei pretende sepultar. Precedentes de direito comparado.
13. Nesse passo, o Direito estabiliza o passado e confere previsibilidade ao futuro por
institutos bem conhecidos de todos: prescrição, decadência, perdão, anistia, irretroatividade
da lei, respeito ao direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada, prazo máximo para
que o nome de inadimplentes figure em cadastros restritivos de crédito, reabilitação penal
e o direito ao sigilo quanto à folha de antecedentes daqueles que já cumpriram pena (art.
93 do Código Penal, art. 748 do Código de Processo Penal e art. 202 da Lei de Execuções
Penais). Doutrina e precedentes.
14. Se os condenados que já cumpriram a pena têm direito ao sigilo da folha de
antecedentes, assim também a exclusão dos registros da condenação no Instituto de
Identificação, por maiores e melhores razões aqueles que foram absolvidos não podem
permanecer com esse estigma, conferindo-lhes a lei o mesmo direito de serem esquecidos.
15. Ao crime, por si só, subjaz um natural interesse público, caso contrário nem seria crime,
e eventuais violações de direito resolver-se-iam nos domínios da responsabilidade civil. E
esse interesse público, que é, em alguma medida, satisfeito pela publicidade do processo
penal, finca raízes essencialmente na fiscalização social da resposta estatal que será dada
ao fato. Se é assim, o interesse público que orbita o fenômeno criminal tende a desaparecer
na medida em que também se esgota a resposta penal conferida ao fato criminoso, a qual,
certamente, encontra seu último suspiro, com a extinção da pena ou com a absolvição,
ambas consumadas irreversivelmente. E é nesse interregno temporal que se perfaz também
a vida útil da informação criminal, ou seja, enquanto durar a causa que a legitimava. Após
essa vida útil da informação seu uso só pode ambicionar, ou um interesse histórico, ou uma
pretensão subalterna, estigmatizante, tendente a perpetuar no tempo as misérias humanas.
16. Com efeito, o reconhecimento do direito ao esquecimento dos condenados que
cumpriram integralmente a pena e, sobretudo, dos que foram absolvidos em processo
criminal, além de sinalizar uma evolução cultural da sociedade, confere concretude a um
ordenamento jurídico que, entre a memória - que é a conexão do presente com o passado
- e a esperança - que é o vínculo do futuro com o presente -, fez clara opção pela segunda.
E é por essa ótica que o direito ao esquecimento revela sua maior nobreza, pois afirma-se,
na verdade, como um direito à esperança, em absoluta sintonia com a presunção legal e
constitucional de regenerabilidade da pessoa humana.
17. Ressalvam-se do direito ao esquecimento os fatos genuinamente históricos -
historicidade essa que deve ser analisada em concreto -, cujo interesse público e social deve
sobreviver à passagem do tempo, desde que a narrativa desvinculada dos envolvidos se
fizer impraticável.
18. No caso concreto, a despeito de a Chacina da Candelária ter se tornado - com muita
razão - um fato histórico, que expôs as chagas do País ao mundo, tornando-se símbolo da
precária proteção estatal conferida aos direitos humanos da criança e do adolescente em
situação de risco, o certo é que a fatídica história seria bem contada e de forma fidedigna
sem que para isso a imagem e o nome do autor precisassem ser expostos em rede nacional.
Nem a liberdade de imprensa seria tolhida, nem a honra do autor seria maculada, caso se

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ocultassem o nome e a fisionomia do recorrido, ponderação de valores que, no caso, seria


a melhor solução ao conflito.
19. Muito embora tenham as instâncias ordinárias reconhecido que a reportagem se
mostrou fidedigna com a realidade, a receptividade do homem médio brasileiro a noticiários
desse jaez é apta a reacender a desconfiança geral acerca da índole do autor, o qual,
certamente, não teve reforçada sua imagem de inocentado, mas sim a de indiciado.
No caso, permitir nova veiculação do fato, com a indicação precisa do nome e imagem do
autor, significaria a permissão de uma segunda ofensa à sua dignidade, só porque a primeira
já ocorrera no passado, uma vez que, como bem reconheceu o acórdão recorrido, além do
crime em si, o inquérito policial consubstanciou uma reconhecida "vergonha" nacional à
parte.
20. Condenação mantida em R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), por não se mostrar
exorbitante.
21. Recurso especial não provido.
(REsp 1334097/RJ, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em
28/05/2013, DJe 10/09/2013).

Por outro lado, recentemente, o STJ, ainda quanto ao direito ao esquecimento,


entendeu que não é possível obrigar um provedor de buscas a limitar as
“palavras-chave” no motor de pesquisas dos usuários, ainda que seja a
conduta imputada seja desabonadora. É o outro lado da moeda d“o Google nunca
esquece”:
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER.
PROVEDOR DE PESQUISA. DIREITO AO ESQUECIMENTO. FILTRAGEM PRÉVIA DAS
BUSCAS. BLOQUEIO DE PALAVRAS-CHAVES. IMPOSSIBILIDADE. - Direito ao esquecimento
como "o direito de não ser lembrado contra sua vontade, especificamente no tocante a
fatos desabonadores, de natureza criminal, nos quais se envolveu, mas que,
posteriormente, fora inocentado". Precedentes. - Os provedores de pesquisa não podem
ser obrigados a eliminar do seu sistema os resultados derivados da busca de determinado
termo ou expressão, tampouco os resultados que apontem para uma foto ou texto
específico, independentemente da indicação da página onde este estiver inserido. -
Ausência de fundamento normativo para imputar aos provedores de aplicação de buscas
na internet a obrigação de implementar o direito ao esquecimento e, assim, exercer função
de censor digital. - Recurso especial provido (AgInt no REsp 1593873/SP, Rel. Ministra
NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/11/2016, DJe 17/11/2016).

Quanto às pessoas públicas que atuam na política, entende o STJ que o


âmbito de proteção dos direitos de personalidade deve ser reduzido, dado
que as informações sobre essas pessoas são relevantes para a formação do juízo
crítico dos demais, eleitores:
RECURSO ESPECIAL. OFENSA À HONRA. DANO MORAL. PESSOA PÚBLICA. ÂMBITO DE
PROTEÇÃO REDUZIDO. DOCUMENTO. JUNTADA APELAÇÃO. POSSIBILIDADE. SEGREDO DE
JUSTIÇA. VIOLAÇÃO. INOCORRÊNCIA. 2. Não fere o segredo de justiça a notícia da
existência de processo contra determinada pessoa, somente se configurando apontado vício
se houver análise dos fatos, argumentos e provas contidos nos autos da demanda protegida.
Precedente. 3. No caso de pessoas públicas, o âmbito de proteção dos direitos da
personalidade se vê diminuído, sendo admitidas, em tese, a divulgação de informações
aptas a formar o juízo crítico dos eleitores sobre o caráter do candidato (REsp 253.058/MG,

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Rel. Ministro FERNANDO GONÇALVES, QUARTA TURMA, julgado em 04/02/2010, DJe


08/03/2010).

Questões
Questões sem comentários

As questões abaixo foram tratadas ao longo da aula. Na sequência, estão


elas sem comentários, secas, para você acompanhar. Adiante, estarão os
gabaritos dessas questões e, ao final, os comentários:

2015 – FCC – TJ/PI – Juiz Estadual Substituto


Em se tratando de morto, para exigir que cesse a ameaça ou a lesão a direito
da personalidade, e reclamar perdas e danos,
b. terão legitimação o cônjuge sobrevivente, os parentes afins na linha reta
e os parentes na linha colateral sem limitação de grau.
b. não há legitimado, porque essa ação é personalíssima.
c. somente o Ministério Público terá legitimação, porque a morte extingue os
vínculos de afinidade e de parentesco.
d. terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta ou colateral até o quarto grau.
e. terão legitimação somente o cônjuge ou companheiro sobrevivente e os
parentes em linha reta.

2015 – FCC – DPE/SP – Defensor Público Estadual


Em relação ao direito ao nome,
(A) embora vigore em nosso ordenamento jurídico atual o princípio da
imutabilidade do nome, este pode ser superado em certos casos, mesmo
que não previstos expressamente na legislação, em observância aos
princípios da dignidade da pessoa humana, da identidade e da felicidade,
adotando-se a técnica da ponderação de interesses.
(B) nos termos dos arts. 56 e 58 da Lei no 6.015/73 (lei de registros
públicos), é possível ao titular, no prazo prescricional de um ano após atingir
a maioridade civil, requerer ao juiz a mudança de seu prenome,

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independentemente de motivo justo, mas os apelidos de família não podem


ser modificados nesta hipótese.
(C) o enteado ou enteada poderá, havendo motivo ponderável como, por
exemplo, a comprovação de uma paternidade socioafetiva, requerer ao juiz
competente que seja averbado em seu registro de nascimento o nome de
família de seu padrasto ou madrasta, desde que haja concordância destes e
dos pais biológicos, o que ocasionará prejuízo a seus apelidos de família
originários.
(D) a alteração judicial de prenome de pessoa transexual, que depende da
realização prévia de cirurgia de transgenitalização, tem por base o princípio
da dignidade da pessoa humana e o art. 55, parágrafo único, da Lei no
6.015/73, que impede o registro de prenomes suscetíveis de expor ao
ridículo seus portadores.
(E) nome social é o prenome que corresponde à forma pela qual a pessoa se
reconhece e é identificada, reconhecida e denominada por sua comunidade
e em sua inserção social. Atualmente existem disposições legais que
determinam o tratamento da pessoa pelo prenome indicado (nome social),
porém, dos atos oficiais escritos deverá constar somente o nome civil, sendo
vedado o uso do nome social.

2015 – NC/UFPR – PGM/Curitiba (PR) – Procurador Municipal


Em relação aos direitos da personalidade, é correto afirmar:
a) Em última instância, compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir sobre
o balanceamento entre o direito à honra, à imagem, à intimidade, à vida
privada e à liberdade de informação.
b) Passados mais de cinquenta anos desde o golpe militar de 1964, as
pretensões de indenização por danos decorrentes de violação aos direitos da
personalidade durante o período da Ditadura Militar estão prescritas.
c) Os direitos da personalidade não podem ser considerados direitos
subjetivos, porque o conceito de direito subjetivo é dotado de alto grau de
abstração, o que o torna superado na compreensão do Direito Civil
contemporâneo, que tem matriz constitucional.
d) A Constituição Federal consagra uma cláusula geral de tutela dos direitos
da personalidade que prescinde de regulamentação para gozar de eficácia
imediata, até mesmo em relações interprivadas.
e) A proteção dos direitos da personalidade não se estende às pessoas
jurídicas, pois tais direitos têm por objetivo primordial a preservação do
respeito à dignidade da pessoa humana.

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2013 – CESPE – PGR – Procurador da República


Quanto ao direito de imagem, é correto dizer:
I - A imunidade profissional, indispensável ao desempenho independente e
seguro da advocacia (função essencial à Justiça), tendo por desiderato
garantir a inviolabilidade do advogado por seus atos e manifestações no
exercício profissional, exclui a responsabilização civil por dano à imagem.
II - A obrigação de reparação por dano à imagem decorre do próprio uso
indevido do direito personalíssimo, não sendo devido exigir-se a prova da
existência de prejuízo ou dano.
III - A honra e imagem dos cidadãos podem ser violados, mesmo quando se
divulgam informações fidedignas a seu respeito e que são do interesse
público, quando não houver sido concedida autorização prévia para tanto.
IV - A publicação de notícia jornalística de agressão e homicídio, motivados
por homofobia, praticados por "skinheads", é concernente à vida privada,
não autorizando a publicação do nome e foto do acompanhante da vítima.
Das proposições acima:
a) ( ) I e II estão corretas;
b) ( ) I e III estão corretas;
c) ( ) II e IV estão corretas;
d) ( ) I e IV estão corretas.

2012 – FCC – PGE/SP – Procurador do Estado


Sobre os direitos da personalidade, é correto afirmar:
(A) O uso de imagem de pessoa pública com fim jornalístico depende de sua
prévia autorização.
(B) É inconstitucional ato de disposição que tenha por objeto o exercício de
direitos da personalidade, por serem, sem exceção, intransmissíveis e
irrenunciáveis.
(C) É lícito ato altruístico de disposição do próprio corpo, total ou
parcialmente, para depois da morte.
(D) Herdeiro não pode pleitear perdas e danos por violação de direito da
personalidade de pessoa morta, por se tratar de direito personalíssimo,
intransmissível e que se extingue com a morte.
(E) O pseudônimo não goza de proteção legal em razão da proibição
constitucional ao anonimato.

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2012 – CESPE – AGU – Procurador Federal


Considerando as características dos direitos da personalidade, julgue o item
abaixo.
O titular de um direito da personalidade pode dispor desse direito, desde que
o faça em caráter relativo.

2012 – PGE/GO – PGE/GO – Procurador do Estado


Acerca dos direitos da personalidade, está CORRETA a seguinte proposição:
a) Os direitos da personalidade têm correspondência patrimonial, são
transmissíveis e passíveis de penhora.
b) É válida a disposição remunerada do próprio corpo para uso em fins
científicos ou altruísticos para depois da morte.
c) É dispensado o consentimento do sujeito de direito em caso de
necessidade de tratamento médico ou intervenção cirúrgica que envolva
risco de vida.
d) Em caso de morto, terá legitimação para a tutela dos direitos da
personalidade o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta,
ou colateral até o quarto grau.
e) É vedada a proteção dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas.

2009 – CESPE – DPE/ES – Defensor Público Estadual


De acordo com o Código Civil, julgue os itens seguintes.
O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a
intervenção cirúrgica com risco de morte.

As questões abaixo, agora sem comentários, não estão contidas na aula.


Elas orbitam em torno das questões acima e, por isso, apresentam
comentários não tão detalhados quanto as questões anteriores. É pra
você treinar! Adiante, seguem os gabaritos e, ao fim, os comentários.

1. 2016 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


No que se refere às pessoas, assinale a opção correta.

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A A declaração de ausência é a condição eficiente ao recebimento da


indenização do seguro de vida da pessoa desaparecida.
B Está consolidado o entendimento, na doutrina e na jurisprudência, que a
oposição de consciência ou de crença pode ser exercida por representante
legal de adolescente para impedir transfusão de sangue, ainda que urgente
e necessária.
C Dentre as pessoas jurídicas de direito público interno, estão as autarquias,
as associações públicas, as entidades de caráter privado que se tenha dado
estrutura de direito público.
D Conforme entendimento prevalente do STJ, a dissolução da sociedade
comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada, baste à
desconsideração da personalidade jurídica.
E A emancipação voluntária dos pais é ato revogável, com efeitos a partir do
ato de revogação.

2. 2016 – MPE – MPE/SC – Promotor de Justiça Substituto


De acordo com o Código Civil, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária. Todavia, alguns direitos excepcionam referida regra,
como por exemplo, o direito a imagem e o direito a honra.

3. 2016 –UECE/CEV – DER/CE – Procurador Autárquico


Quanto aos direitos da personalidade, assinale a afirmação correta.
a. Se necessário, qualquer indivíduo pode ser constrangido a submeter-se,
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
b. Mesmo com autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.
c. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos somente o
prenome.
d. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.

4. 2016 – FUNRIO – Trindade/GO –Procurador Municipal


Em atenção aos direitos da personalidade previstos no Código Civil, é correto
afirmar que:
a. São intransmissíveis, irrenunciáveis e absolutamente indisponíveis.

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b. O pseudônimo, qualquer que seja a sua origem e sua finalidade, goza da


proteção que se dá ao nome.
c. Com a morte cessam, também, os direitos da personalidade, não
subsistindo qualquer tipo de proteção jurídica.
d. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
e. O direito à imagem trata exclusivamente da imagem-retrato, isto é, da
projeção dos elementos visíveis que integram a personalidade humana.

5. 2016 – FAU – Chopinzinho/PR – Procurador Municipal


“Os direitos da personalidade são direitos considerados essenciais à pessoa
humana, que a doutrina moderna preconiza e disciplina, a fim de resguardar
a sua dignidade". Sobre a temática, assinale a alternativa CORRETA:
a. Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária, não comportando
exceção.
b. É inválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
c. Pode usar o nome alheio em propaganda comercial, prescindido prévia
autorização.
d. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
e. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
sem, contudo, poder reclamar perdas e danos.

6. 2016 – FUNRIO – PGM/ Trindade(GO) – Procurador Municipal


Em atenção aos direitos da personalidade previstos no Código Civil, é correto
afirmar que:
a. São intransmissíveis, irrenunciáveis e absolutamente indisponíveis.
b. O pseudônimo, qualquer que seja a sua origem e sua finalidade, goza da
proteção que se dá ao nome.
c. Com a morte cessam, também, os direitos da personalidade, não
subsistindo qualquer tipo de proteção jurídica.
d. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
e. O direito à imagem trata exclusivamente da imagem-retrato, isto é, da
projeção dos elementos visíveis que integram a personalidade humana.

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7. 2016 – CESPE – TCE/PA – Auditor de Controle Externo


Determinada associação civil ajuizou ação indenizatória em face de uma
sociedade empresária jornalística, com o intuito de receber indenização por
danos materiais e morais decorrentes de publicação de reportagem com
informações falsas, cujo único objetivo era macular a imagem e a
credibilidade da associação civil, conforme ficou provado no processo.
Considerando essa situação hipotética, julgue os item que se segue.
A proteção dos direitos da personalidade positivada no Código Civil é
aplicável, na medida do possível, à associação civil autora, que sofre dano
moral em caso de grave violação a sua imagem e honra objetiva.

8. 2016 – CESPE – FUNPRESP/EXE – Especialista/Área Judiciária


Acerca de pessoas naturais, pessoas jurídicas e empresário, julgue o item
subsequente.
O uso do nome em propaganda comercial, sem autorização, não constituirá
ilícito se esse fato não expuser a pessoa ao desprezo público.

9. 2015 – MPT – MPT – Procurador do Trabalho


Assinale a alternativa CORRETA:
a) Salvo previsão expressa em lei, os direitos de personalidade são
intransmissíveis e inalienáveis, estando sujeitos apenas às limitações
voluntárias.
b) Os empregados podem participar de propaganda comercial do
empregador, sem consentimento expresso, considerando os efeitos anexos
do contrato de trabalho.
c) A divulgação de escritos de autoria de terceiro para fins comerciais pode
ser proibida, a requerimento deste, sem prejuízo da indenização cabível.
d) Pessoa acometida de doença grave pode ser submetida sem seu
consentimento a realizar intervenção cirúrgica urgente, de acordo com
critérios médicos.
e) Não respondida.

10. 2015 – VUNESP – TJ/SP – Juiz Estadual Substituto

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No que tange aos direitos da personalidade, assinale a alternativa correta.


a. A transmissão da palavra de determinada pessoa poderá, sempre e em
qualquer circunstância, ser proibida a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingir a honra ou se destinada a fins
comerciais.
c. O pseudônimo licitamente utilizado goza da proteção que se dá ao nome.
c. A proteção dos direitos da personalidade aplica-se igualmente às pessoas
jurídicas.
d. É garantia legal a irrestrita liberdade de disposição do próprio corpo.

11. 2015 – TRT 8R – TRT 8ª Região (PA e AP) – Juiz do Trabalho


Substituto
Quanto aos direitos da personalidade no Código Civil Brasileiro, é CORRETO
afirmar que:
a. Os direitos da personalidade, sem exceção, são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b. A lei do país de nacionalidade da pessoa natural determina as regras sobre
o começo e o fim da sua personalidade.
d. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
d. O pseudônimo adotado para atividade de qualquer natureza goza da
mesma proteção que se dá ao nome.
e. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, de ofício, adotará
as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta
norma.

12. 2015 – TRT 16ª Região – TRT 16ª Região – Juiz do Trabalho
Substituto
A respeito da pessoa natural, assinale a opção CORRETA:
a) De acordo com a teoria natalista, adotada pelo Direito Civil brasileiro, a
personalidade jurídica do indivíduo surge desde o momento da sua
concepção, justificando, pois, a observância de todos os direitos da
personalidade e patrimoniais do nascituro. Dessa forma, ao nascituro é
reconhecida tanto a personalidade jurídica formal quanto a personalidade
jurídica material.
b) Uma vez judicialmente declarada a incapacidade por enfermidade ou
deficiência mental, os atos praticados pelo incapaz serão considerados

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inválidos, exceto quando os praticar em intervalos de perfeita lucidez,


ocasião em que serão considerados válidos.
c) O indivíduo reputado pródigo é carente de discernimento necessário para
a prática dos atos da vida civil. Por isso, a lei impõe ao pródigo a abstenção
de todos os atos que possam comprometer seu patrimônio, e a interdição do
pródigo deve ser requerida para declará-lo absolutamente incapaz.
d) As possibilidades de alteração do nome classificam-se, tomando como
parâmetro a motivação da iniciativa, em necessárias e voluntárias. As causas
necessárias são decorrentes da modificação do estado de filiação, enquanto
as voluntárias dividem-se em algumas hipóteses, dentre as quais o
casamento, que é a única que independe de autorização judicial.
e) O direito à imagem qualifica-se como direito de personalidade,
extrapatrimonial, de caráter personalíssimo. No entanto, quando ocorrer
lesão à imagem de pessoa falecida, terão legitimidade para promover a ação
indenizatória os descendentes, ascendentes, o cônjuge, o companheiro e os
colaterais até quarto grau.

13. 2015 – CEFET – MPE/BA – Promotor de Justiça Substituto


Assinale a alternativa CORRETA acerca dos direitos da personalidade:
a) Os direitos da personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo seu exercício sofrer limitação voluntária, sem exceções.
b) O cônjuge sobrevivente ou qualquer parente do morto, em linha reta, ou
colateral até o quarto grau, pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
c) É inválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
d) A pessoa humana pode ser constrangida a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica.
e) Todas as assertivas estão incorretas.

14. 2015 – MP/DFT – MP/DFT – Promotor de Justiça Substituto


Quanto aos direitos da personalidade, escolha a alternativa CORRETA:
a) A questão da personalidade jurídica do nascituro não demanda debates,
estando pacificada, pelas doutrinas jurídicas, desde a Constituição Federal
de 1988.

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b) A extinção da personalidade pode decorrer de condenação criminal,


correspondente à morte civil, resultando na perda do estado de livre ou
cidadão.
c) Com a nova ordem constitucional, não há mais distinção entre capacidade
de direito e capacidade de fato.
d) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo sofrer limitações.
e) É válida, com objetivo científico ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

15. 2015 – CEFET/BA – MPE/BA – Promotor de Justiça Substituto


Assinale a alternativa CORRETA acerca dos direitos da personalidade:
a) Os direitos da personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo seu exercício sofrer limitação voluntária, sem exceções.
b) O cônjuge sobrevivente ou qualquer parente do morto, em linha reta, ou
colateral até o quarto grau, pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
c) É inválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
d) A pessoa humana pode ser constrangida a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica.
e) Todas as assertivas estão incorretas.

16. 2015 – CESPE – AGU – Advogado da União


Entre os direitos ressalvados pela lei ao nascituro estão os direitos da
personalidade, os quais estão entre aqueles que têm por objeto os atributos
físicos, psíquicos e morais da pessoa.

17. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


O espólio possui legitimidade para postular indenização por danos morais
pelos prejuízos decorrentes de ofensa à imagem do falecido, em virtude da
contratação de cartão de crédito após a morte do usuário, com a inscrição
do seu nome nos cadastros de devedores inadimplentes.

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18. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias privadas
deve ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao esquecimento das
vítimas de crimes e, assim, preservar a dignidade da pessoa humana.

19. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


Caso determinada rede de rádio, por informações veiculadas em sua
programação, atinja a honra e a imagem do próprio Estado, será admitida,
nessa hipótese, ação indenizatória por dano moral pelo ente federativo em
desfavor da empresa de radiodifusão, devendo o locutor responder
regressivamente se tiver agido com dolo ou culpa. Nesse caso, se o locutor
for economicamente hipossuficiente, deverá a DP atuar na defesa dele.

20. 2015 – FGV – TJ/PI – Analista Judiciário


Bianca, ao ser informada sobre seu estado de saúde e sobre a necessidade
imediata de internação para a retirada integral de uma de suas mamas,
recusa-se a seguir as recomendações médicas e volta para casa. A situação
narrada está mais proximamente relacionada ao direito:
a. à imagem e à proteção da integridade da sua imagem corporal;
b. à honra e à proteção da sua integridade e reputação social;
c. à liberdade de expressão e à proteção do seu livre pensar;
d. ao corpo e à recusa às intervenções que impliquem risco à vida;
e. à privacidade e à proteção e preservação das partes íntimas do seu corpo.

21. 2015 – CESPE – TJ/DFT – Analista Judiciário


A respeito dos direitos da personalidade, do bem de família e das sucessões,
julgue o item a seguir.
Os direitos da personalidade são intransmissíveis, irrenunciáveis,
extrapatrimoniais e vitalícios, não podendo sofrer nenhum tipo de limitação
legal ou voluntária, uma vez que possuem fundamento constitucional.

22. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário

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O Código Civil brasileiro cuida de relações humanas que produzem efeitos


jurídicos, normatizando, entre outras situações, os direitos da pessoa
humana.
O nome da pessoa natural recebe proteção legal, que não se estende aos
pseudônimos quando utilizados em atividades lícitas.

23. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


No que diz respeito às pessoas naturais e aos direitos da personalidade,
assinale a opção correta.
Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, sendo que
o seu exercício não pode sofrer qualquer limitação. Por esses motivos, os
direitos da personalidade não podem ser objeto de reparação por perdas e
danos.

24. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


No que diz respeito às pessoas naturais e aos direitos da personalidade,
assinale a opção correta.
Em atendimento ao princípio da autonomia da vontade considera-se legítimo
o ato de disposição do próprio corpo que importe em diminuição permanente
da integridade física, firmado mediante benefício econômico em proveito do
doador, desde que oriundo de contrato escrito com cláusula de
irrevogabilidade e irretratabilidade.

25. 2015 – CESPE – Telebras – Advogado


Acerca dos direitos da personalidade, julgue o item que se segue.
O STF firmou o entendimento de que é permitida a publicação da biografia
de uma pessoa, sem a prévia autorização do biografado, sendo possível
posterior direito de resposta em caso de violação à honra do indivíduo
retratado e de abuso da liberdade de expressão.

26. 2014 – TRF – TRF 4ª REGIÃO – Juiz Federal Substituto


Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
O Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406/2002), na redação vigente, se ocupa,
nos artigos 11 a 21, da tutela jurídica dos chamados direitos da
personalidade, ou seja, da proteção jurídica de objetos de direito que

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pertencem à natureza do homem (direitos de humanidade). Mais adiante,


no artigo 52 atribui também às pessoas jurídicas a titularidade dos direitos
da personalidade, desde que compatíveis com os aspectos múltiplos das
atividades que desenvolvem. A partir dos referidos dispositivos legais, é
possível afirmar que:
I. O ato de disposição do próprio corpo, para fins de transplante, é admitido
pelo Código Civil de 2002, na forma estabelecida por lei especial. Sendo
assim, é permitido à pessoa plenamente capaz dispor, gratuitamente, de
tecidos, órgãos e partes de seu corpo vivo, para fins terapêuticos ou para
transplantes, desde que resguardada a sua integridade física e psíquica.
II. É válida, com objetivo científico ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, sendo que a livre
manifestação expressa do doador dos órgãos em vida prevalece sobre a
vontade de seus familiares.
III. Toda a pessoa natural tem direito ao nome, sendo que a forma
fundamental de aquisição do patronímico é a filiação. O atual Código Civil,
no entanto, permite que o marido adote o patronímico da esposa, na medida
em que a própria Carta Constitucional de 1988 equiparou os direitos e
deveres dos homens e mulheres.
IV. O direito ao nome empresarial (ou à denominação das sociedades
simples, associações e fundações) decorre da proteção que a Lei Civil
assegura às pessoas jurídicas, enquanto sujeitos do direito à identidade, ao
passo que, do ponto de vista da Ordem Pública, esses sujeitos de direito,
titulares do nome ou da denominação, têm a correlata obrigação de ter um
nome pelo qual possam ser identificados perante a sociedade e os Poderes
Públicos.
a. Estão corretas apenas as assertivas I e II.
b. Estão corretas apenas as assertivas II e III.
c. Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
d. Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
e. Estão corretas todas as assertivas.

27. 2014 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


A respeito dos direitos da personalidade, assinale a opção correta.
a. O divórcio restitui a situação de incapacidade aos menores de idade que
tenham conquistado a emancipação pelo casamento.
b. Não se admite declaração de morte presumida sem decretação de
ausência.
c. A comoriência pode ser reconhecida ainda que os óbitos não tenham
decorrido de um único acidente.

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d. Admite-se, no ordenamento jurídico brasileiro, limitação, temporária ou


permanente, dos direitos da personalidade, desde que por vontade expressa
de seu titular.
e. Os ausentes, desde que assim declarados por sentença judicial, são
considerados absolutamente incapazes pela lei.

28. 2014 – PUC-PR – TJ/PR – Juiz Estadual Substituto


Sobre personalidade e direitos de personalidade, é CORRETA a assertiva:
a. Consistem em direitos da personalidade, dentre outros: o direito à vida,
ao próprio corpo, à liberdade de pensamento e de expressão, à liberdade, à
honra, ao recato, à imagem e à identidade.
b. A personalidade civil começa com a concepção.
c. Os direitos de personalidade são, sem exceção, intransmissíveis,
irrenunciáveis e ilimitados.
d. Os direitos de personalidade perduram e podem ser exercidos pelo próprio
titular, ou representante, exclusivamente em vida.

29. 2014 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


Acerca da prescrição e da proteção jurídica à intimidade, assinale a opção
correta.
a. A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui
o direito ao esquecimento.
b. O interesse público na divulgação de casos judiciais sempre deverá
prevalecer sobre a privacidade ou intimidade dos envolvidos.
c. A exibição não autorizada de imagem de vítima de crime amplamente
noticiado à época dos fatos, ainda que uma única vez, gera, por si só, direito
de compensação por danos morais aos seus familiares.
d. A veracidade de uma notícia confere a ela inquestionável licitude, razão
pela qual não há qualquer obstáculo à sua divulgação, dado o direito à
informação e à liberdade de imprensa.

30. 2014 – TRT 8R – TRT 8ª Região (PA e AP) – Juiz do Trabalho


Substituto
Analise as afirmações a seguir e assinale a única alternativa CORRETA:

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a. O Código Civil vigente, ao salvaguardar os direitos do nascituro desde a


concepção, consagra a teoria concepcionista, vertente de pensamento
segundo a qual possuindo direitos legalmente assegurados, o nascituro é
considerado pessoa, uma vez que somente as pessoas são sujeitos de
direitos, tendo, portanto, personalidade jurídica.
b. A capacidade de direito ou de gozo é a aptidão que o ordenamento jurídico
atribui às pessoas, em geral, e a certos entes, em particular, estes formados
por grupos de pessoas ou universalidades patrimoniais, para serem titulares
de uma situação jurídica. Entretanto, por razões biológicas ou psicológicas,
nem todos podem exercer pessoalmente esses direitos, motivo pelo qual se
exige a capacidade de fato. Reunidos os dois atributos, fala-se em
capacidade civil plena.
c. Os absolutamente incapazes não possuem aptidão para praticar
pessoalmente quaisquer atos da vida civil e, em razão disso, estão isentos
de responsabilização patrimonial. Segundo o Código Civil vigente, a
incapacidade absoluta alcança os menores de dezesseis anos, os que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento
para a prática desses atos e aqueles que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
d. Construída a partir de uma concepção antropocêntrica do direito, a teoria
dos direitos da personalidade contemplada no Código Civil em vigor limita a
possibilidade de sua aplicação à pessoa natural, sendo o ser humano o único
titular da tutela de tais direitos.
e. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o terceiro grau.

31. 2014 – FCC – DPE/RS – Defensor Público Estadual


Os Direitos da Personalidade são direitos
(A) tutelados, em vida, pelo titular e por parentes em linha reta até o
segundo grau, pela via preventiva e repressiva.
(B) de defesa da integridade física, intelectual e moral, abrangendo o
resguardo do mínimo existencial, mas não o respeito pelas condições de
liberdade e de igualdade, dimensão reservada à proteção pelos direitos
fundamentais.
(C) subjetivos de natureza patrimonial e que têm como objeto os bens e os
valores essenciais da pessoa.

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(D) adquiridos pelo sujeito independentemente da vontade, mas seu


exercício admite limitação voluntária, desde que esta não ocorra de forma
geral e permanente.
(E) inerentes à dignidade da pessoa humana, razão pela qual sua proteção
não se aplica às pessoas jurídicas.

32. 2013 – VUNESP – TJ/SP – Juiz Estadual Substituto


Acerca da personalidade, é correto afirmar que
a) embora não exista mais o instituto romano da morte civil, é possível
renunciar-se a certos direitos da personalidade, na forma da lei.
b) a morte pode ser real ou presumida, havendo a primeira quando cessam
as funções vitais, e a segunda, somente quando alguém, desaparecido em
campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.
c) se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presume-se que
a morte do mais velho precedeu a do mais jovem.
d) não obstante a existência se extinguir com a morte, é tutelável a ameaça
ou lesão aos direitos de personalidade do morto.

33. 2013 – CESPE – BACEN – Procurador


No que se refere às pessoas naturais e jurídicas, assinale a opção correta.
A A participação da pessoa em tratamentos terapêuticos ou científicos não
ofende o direito à integridade física.
B A indenização por dano moral torna relativo o caráter extrapatrimonial dos
direitos da personalidade.
C Cooperativa que exerça atividade econômica visando ao lucro é
considerada sociedade empresária, e não simples.
D O estatuto das associações está legalmente impedido de instituir
associados com vantagens especiais, sob pena da quebra ao direito da
igualdade.
E A lei permite que um artista ceda o uso da sua imagem por tempo
indeterminado para publicação em determinada revista.

34. 2013 – CESPE – STF – Analista Judiciário

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Acerca das pessoas naturais, julgue os próximos itens.


É característica dos direitos da personalidade a sua oponibilidade erga
omnes.

35. 2012 – TRF – TRF 4ª Região – Juiz Federal Substituto


Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
I. Nome é um direito personalíssimo e, em princípio, é inalterável e imutável,
salvo as exceções em lei, sendo possível a supressão de um patronímico pelo
casamento, desde que não haja prejuízo à ancestralidade nem à sociedade.
II. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
III. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio
corpo quando importar diminuição permanente da integridade física ou
contrariar os bons costumes.
IV. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de
interesses com o representado se tal fato era ou devia ser do conhecimento
de quem com aquele tratou.
V. No caso de pessoas públicas, o âmbito de proteção dos direitos da
personalidade se vê diminuído, sendo admitida, em tese, a divulgação de
informações aptas a formar o juízo crítico dos eleitores sobre o caráter do
candidato.
a) Está correta apenas a assertiva V.
b) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, III, e IV.
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e V.
e) Estão corretas todas as assertivas.

36. 2013 – MPT – MPT – Procurador do Trabalho


Em relação aos direitos da personalidade, considere as assertivas abaixo:
I – Consoante o Código Civil, toda pessoa tem direito ao nome, nele
compreendidos o prenome, o sobrenome e o pseudônimo.
II – São direitos que circundam o indivíduo durante toda a sua vida, porém,
em relação a alguns direitos da personalidade, como os do corpo, à imagem
e o direito moral de autor subsistem efeitos post mortem (após a morte) ou
mesmo ad aeternum (eternamente).

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III – O atual Código Civil inovou em relação ao diploma civilista anterior ao


dedicar um capítulo para tratar “Dos direitos da personalidade”,
representando um progresso na legislação brasileira ao disciplinar, no
âmbito infraconstitucional, direitos da personalidade outrora consagrados na
Constituição Federal de 1988, e enfatizando outros atributos da
personalidade como o direito ao corpo, ao nome e à orientação sexual.
Assinale a alternativa CORRETA:
(a) apenas a assertiva I está correta;
(b) apenas a assertiva II está correta;
(c) apenas a assertiva III está correta;
(d) todas as assertivas estão corretas;
(e) não respondida.

37. 2013 – MPE/SP – MPE/SP – Promotor de Justiça Substituto


Por se tratar de direito da personalidade, é defeso o ato de disposição do
próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes, salvo na seguinte hipótese:
a) Em vida, com objetivo científico ou altruístico e de forma gratuita.
b) Para se submeter, mediante exigência da família e com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
c) Mediante escritura pública irrevogável.
d) Independentemente de exigência médica, visando salvar a vida de
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão.
e) Para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.

38. 2012 – FCC – DPE/PR – Defensor Público Estadual


É correto afirmar:
A pessoa jurídica, porque não titulariza direitos subjetivos referentes à
dignidade da pessoa humana, não é titular de direitos da personalidade,
embora possa sofrer dano moral.

39. 2012 – CESPE – DPE/AC – Defensor Público Estadual


Considerando os direitos relacionados à personalidade, aos alimentos, ao
divórcio e à evicção, assinale a opção correta.

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Prevalece, nos tribunais, a tese de que ao nascituro é garantida apenas a


expectativa de direito, tornando-se este efetivamente adquirido na
eventualidade de aquele nascer vivo; não tem, portanto, o nascituro direito,
por exemplo, aos danos morais decorrentes da morte do pai causada por ato
ilícito.

40. 2011 – PGR – PGR – Procurador da República


Em relação às afirmativas abaixo:
I. O direito ao nome não decorre do fato de estar ligado ao registro da pessoa
natural, mas de ser o sinal exterior que individualiza e reconhece a pessoa
na sociedade;
II. O agnome, termo atualmente em desuso, designa os títulos nobiliárquicos
ou honorificos, apostos antes do prenome;
III. O pseudônimo, em qualquer circunstância, goza da mesma proteção
legal conferida juridicamente ao nome;
IV. Na adoção, o filho adotivo pode conservar o sobrenome de seus pais de
sangue, acrescentando porém o do adotante.
Das proposições acima:
a) ( ) I e II estão corretas;
b) ( ) II e III estão corretas;
c) ( ) III e IV estão corretas;
d) ( ) Nenhuma está correta.

41. 2011 – PGR – PGR – Procurador da República


Quanto aos direitos da personalidade, pode-se afirmar que:
a) ( ) A personalidade é sujeito de direito e os seus caracteres são a
intransmissibilidade, a irrenunciabilidade e a indisponibilidade;
b) ( ) São direitos que se destinam a resguardar a dignidade da pessoa
humana, mediante sanções, que podem ser suscitadas pelo ofendido;
c) ( ) O lesado indireto, na indenização por morte de outrem, quando age
contra o responsável, procede em nome da vítima;
d) ( ) No dano moral, os lesados indiretos são aqueles que têm um interesse
relacionado a um valor de afeição que lhes representa o bem jurídico da
vítima.

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42. 2011 – INSTITUTO CIDADES – DPE/AM – Defensor Público


Estadual
Os direitos de personalidade ganham expressão no direito contemporâneo
como consectário da afirmação histórica dos direitos humanos. Sobre esses
direitos é correto afirmar:
a) os direitos da personalidade são absolutamente indisponíveis,
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo seu exercício sofrer limitação
voluntária.
b) até mesmo o morto é titular desses direitos e, devidamente representado,
tem legitimação para reclamar perdas e danos por violação dos seus direitos.
c) somente a pessoa natural é titular desses direitos, podendo dispor do
próprio corpo, vendendo órgãos ou membros dele, considerado o princípio
da autonomia privada.
d) o direito à intimidade da vida privada é inviolável, estando o juiz impedido
de adotar medidas para impedir ou fazer cessar o ato de violação,
resolvendo-se em perdas e danos.
e) são atributos específicos da personalidade e seu titular não pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou
intervenção cirúrgica.

43. 2009 – FCC – DPE/MA – Defensor Público Estadual


Os direitos de personalidade são direitos subjetivos
(A) intransmissíveis e irrenunciáveis em qualquer hipótese, não podendo o
seu exercício sofrer limitação voluntária.
(B) intransmissíveis e irrenunciáveis, embora excepcionalmente o seu
exercício possa sofrer limitação voluntária, mesmo sem expressa previsão
legal.
(C) e, por essa razão, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, em
qualquer hipótese, quando importar diminuição permanente da integridade
física, ou contrariar os bons costumes.
(D) fundamentais, razão pela qual a vida privada da pessoa natural é
inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
(E) fundamentais, razão pela qual é válida, com objetivo científico, ou
altruístico, a disposição onerosa do próprio corpo, no todo ou em parte, para
depois da morte.

44. 2007 – FJPF – DPE/RO – Defensor Público Estadual

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O ato de disposição do próprio corpo com objetivo científico ou altruístico


somente pode ser reputado válido se for nas seguintes condições:
A) espontâneo e honorífico
B) sem ônus e autoaplicável
C) sinalagmático e post mortem
D) gratuito e para depois da morte
E) oneroso e com eficácia inter vivos

45. 2006 – CETRO CONCURSOS – DPE/BA – Defensor Público


Estadual
No que concerne aos “direitos da personalidade”, a legislação vigente dispõe
que:
I. Todos os direitos da personalidade, sem qualquer exceção são
intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo apenas o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
II. Pode-se apenas exigir que cesse a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
A mera ameaça a direitos de personalidade não resta protegida pela
legislação.
III. É absolutamente defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons
costumes, ainda que haja pronunciamento médico favorável.
IV. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita ou
paga do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
V. O testamento vital é aceito pela legislação brasileira nos termos do Código
Civil fundado no princípio da dignidade humana e no art. 15 do citado
diploma legal ao dispor que “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se,
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”.
Analisando as assertivas acima, verifica-se que:
(A) Apenas I e III estão corretas.
(B) Apenas IV e V estão corretas.
(C) Apenas a V está incorreta.
(D) Todas estão corretas.
(E) Todas estão incorretas.

46. 2004 – PGE – PGE/MS – Procurador do Estado

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Leia atentamente e responda se falsa ou verdadeira as frases abaixo:


Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis;

Gabaritos

Gabaritos das questões com comentários ao longo da aula:

2015 – FCC – TJ/PI – Juiz Estadual Substituto


D

2015 – FCC – DPE/SP – Defensor Público Estadual


A

2015 – NC/UFPR – PGM/Curitiba (PR) – Procurador Municipal


D

2013 – CESPE – PGR – Procurador da República


C

2012 – FCC – PGE/SP – Procurador do Estado


C

2012 – CESPE – AGU – Procurador Federal


C

2012 – PGE/GO – PGE/GO – Procurador do Estado


D

2009 – CESPE – DPE/ES – Defensor Público Estadual


C

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Gabaritos das questões sem comentários ao longo da aula:

1. 2016 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


D

2. 2016 – MPE – MPE/SC – Promotor de Justiça Substituto


C

3. 2016 –UECE/CEV – DER/CE – Procurador Autárquico


D

4. 2016 – FUNRIO – Trindade/GO – Procurador Municipal


D

5. 2016 – FAU – Chopinzinho/PR – Procurador Municipal


D

6. 2016 – FUNRIO – PGM/ Trindade(GO) – Procurador Municipal


D

7. 2016 – CESPE – TCE/PA – Auditor de Controle Externo


C

8. 2016 – CESPE – FUNPRESP/EXE – Especialista/Área Judiciária


E

9. 2015 – MPT – MPT – Procurador do Trabalho


C

10. 2015 – VUNESP – TJ/SP – Juiz Estadual Substituto


B

11. 2015 – TRT 8R – TRT 8ª Região (PA e AP) – Juiz do Trabalho


Substituto

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12. 2015 – TRT 16ª Região – TRT 16ª Região – Juiz do Trabalho
Substituto
NENHUMA

13. 2015 – CEFET – MPE/BA – Promotor de Justiça Substituto


B

14. 2015 – MP/DFT – MP/DFT – Promotor de Justiça Substituto


D

15. 2015 – CEFET/BA – MPE/BA – Promotor de Justiça Substituto


B

16. 2015 – CESPE – AGU – Advogado da União


C

17. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


E

18. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


C

19. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


E

20. 2015 – FGV – TJ/PI – Analista Judiciário


D

21. 2015 – CESPE – TJ/DFT – Analista Judiciário


E

22. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário

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23. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


E

24. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


E

25. 2015 – CESPE – Telebras – Advogado


C

26. 2014 – TRF – TRF 4ª Região – Juiz Federal Substituto


E

27. 2014 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


C

28. 2014 – PUC-PR – TJ/PR – Juiz Estadual Substituto


A

29. 2014 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


A

30. 2014 – TRT 8R – TRT 8ª Região (PA e AP) – Juiz do Trabalho


Substituto
B

31. 2014 – FCC – DPE/RS – Defensor Público Estadual


D

32. 2013 – VUNESP – TJ/SP – Juiz Estadual Substituto


D

33. 2013 – CESPE – BACEN – Procurador

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34. 2013 – CESPE – STF – Analista Judiciário


C

35. 2012 – TRF – TRF 4ª Região – Juiz Federal Substituto


E

36. 2013 – MPT – MPT – Procurador do Trabalho


A

37. 2013 – MPE/SP – MPE/SP – Promotor de Justiça Substituto


E

38. 2012 – FCC – DPE/PR – Defensor Público Estadual


E

39. 2012 – CESPE – DPE/AC – Defensor Público Estadual


E

40. 2011 – PGR – PGR – Procurador da República


D

41. 2011 – PGR – PGR – Procurador da República


D

42. 2011 – INSTITUTO CIDADES – DPE/AM – Defensor Público


Estadual
E

43. 2009 – FCC – DPE/MA – Defensor Público Estadual


D

44. 2007 – FJPF – DPE/RO – Defensor Público Estadual

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45. 2006 – CETRO CONCURSOS – DPE/BA – Defensor Público


Estadual
E

46. 2004 – PGE – PGE/MS – Procurador do Estado


C

Questões com comentários

Aqui, as questões que foram comentadas ao longo da aula, com


comentários:

2015 – FCC – TJ/PI – Juiz Estadual Substituto


Em se tratando de morto, para exigir que cesse a ameaça ou a lesão a direito
da personalidade, e reclamar perdas e danos,
e. terão legitimação o cônjuge sobrevivente, os parentes afins na linha reta
e os parentes na linha colateral sem limitação de grau.
b. não há legitimado, porque essa ação é personalíssima.
c. somente o Ministério Público terá legitimação, porque a morte extingue os
vínculos de afinidade e de parentesco.
d. terá legitimação o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha
reta ou colateral até o quarto grau.
e. terão legitimação somente o cônjuge ou companheiro sobrevivente e os
parentes em linha reta.
Comentários
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 20, parágrafo único: “Em se
tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.
A alternativa B está incorreta, por aplicação do parágrafo único e do próprio
caput do art. 12, parcialmente citado pelo enunciado: “Pode-se exigir que cesse
a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei”.

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A alternativa C está incorreta, já que o MP não tem, salvo alguma especificidade,


interesse no feito.
A alternativa D está correta, pela literalidade do supracitado art. 20, parágrafo
único: “Em se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para
requerer essa proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.
A alternativa E está incorreta, novamente, por aplicação do mencionado
dispositivo.

2015 – FCC – DPE/SP – Defensor Público Estadual


Em relação ao direito ao nome,
(A) embora vigore em nosso ordenamento jurídico atual o princípio da
imutabilidade do nome, este pode ser superado em certos casos, mesmo
que não previstos expressamente na legislação, em observância aos
princípios da dignidade da pessoa humana, da identidade e da felicidade,
adotando-se a técnica da ponderação de interesses.
(B) nos termos dos arts. 56 e 58 da Lei no 6.015/73 (lei de registros
públicos), é possível ao titular, no prazo prescricional de um ano após atingir
a maioridade civil, requerer ao juiz a mudança de seu prenome,
independentemente de motivo justo, mas os apelidos de família não podem
ser modificados nesta hipótese.
(C) o enteado ou enteada poderá, havendo motivo ponderável como, por
exemplo, a comprovação de uma paternidade socioafetiva, requerer ao juiz
competente que seja averbado em seu registro de nascimento o nome de
família de seu padrasto ou madrasta, desde que haja concordância destes e
dos pais biológicos, o que ocasionará prejuízo a seus apelidos de família
originários.
(D) a alteração judicial de prenome de pessoa transexual, que depende da
realização prévia de cirurgia de transgenitalização, tem por base o princípio
da dignidade da pessoa humana e o art. 55, parágrafo único, da Lei no
6.015/73, que impede o registro de prenomes suscetíveis de expor ao
ridículo seus portadores.
(E) nome social é o prenome que corresponde à forma pela qual a pessoa se
reconhece e é identificada, reconhecida e denominada por sua comunidade
e em sua inserção social. Atualmente existem disposições legais que
determinam o tratamento da pessoa pelo prenome indicado (nome social),
porém, dos atos oficiais escritos deverá constar somente o nome civil, sendo
vedado o uso do nome social.
Comentários
A alternativa A está correta, conforme vimos acima, nas mais variadas situações
há permissão para alteração do nome.

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A alternativa B está incorreta, eis que os mencionados dispositivos tratam da


alteração genérica do nome, não apenas do prenome.
A alternativa C está incorreta, já que a inclusão do nome de família do genitor
socioafetivo não pode causar prejuízo aos nomes de família do genitor biológico.
A alternativa D está incorreta, porque a base da previsão de alteração do nome
da pessoa não está no mencionado dispositivo da LRP; que trata apenas do
registro originário da pessoa.
A alternativa E está incorreta, pois, como vimos já há variados dispositivos
permitindo o uso do nome social mesmo em meios oficiais, como as regulações
da DPU e da OAB.

2015 – NC/UFPR – PGM/Curitiba (PR) – Procurador Municipal


Em relação aos direitos da personalidade, é correto afirmar:
a) Em última instância, compete ao Superior Tribunal de Justiça decidir sobre
o balanceamento entre o direito à honra, à imagem, à intimidade, à vida
privada e à liberdade de informação.
b) Passados mais de cinquenta anos desde o golpe militar de 1964, as
pretensões de indenização por danos decorrentes de violação aos direitos da
personalidade durante o período da Ditadura Militar estão prescritas.
c) Os direitos da personalidade não podem ser considerados direitos
subjetivos, porque o conceito de direito subjetivo é dotado de alto grau de
abstração, o que o torna superado na compreensão do Direito Civil
contemporâneo, que tem matriz constitucional.
d) A Constituição Federal consagra uma cláusula geral de tutela dos direitos
da personalidade que prescinde de regulamentação para gozar de eficácia
imediata, até mesmo em relações interprivadas.
e) A proteção dos direitos da personalidade não se estende às pessoas
jurídicas, pois tais direitos têm por objetivo primordial a preservação do
respeito à dignidade da pessoa humana.
Comentários
A alternativa A está incorreta, eis que, como os direitos de personalidade foram
constitucionalizados na CF/1988, compete ao STF a guarda deles.
A alternativa B está incorreta, já que o STJ estabelece a imprescritibilidade
dessas ações: “ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO
NO RECURSO ESPECIAL. ALEGADA AFRONTA AO ART. 535 DO CPC/73
E IMPRESCRITIBILIDADE DA PRETENSÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS
MORAIS, SOFRIDOS DURANTE O REGIME MILITAR. RAZÕES DE RECURSO
QUE NÃO IMPUGNAM, ESPECIFICAMENTE, OS FUNDAMENTOS DA DECISÃO
AGRAVADA. SÚMULA 182/STJ. ACUMULAÇÃO DA REPARAÇÃO ECONÔMICA,
DEFERIDA ADMINISTRATIVAMENTE, COM A INDENIZAÇÃO POR DANOS

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MORAIS, CONCEDIDA JUDICIALMENTE. POSSIBILIDADE. PRECEDENTES DO


STJ (AgInt no REsp 1583375/SP, Rel. Ministra ASSUSETE MAGALHÃES, SEGUNDA
TURMA, julgado em 02/08/2016, DJe 16/08/2016)”.
A alternativa C está incorreta, pois, a despeito no nítido caráter constitucional
dos direitos da personalidade, são eles também direitos subjetivos, ainda que
esta categoria não seja imune à crítica.
A alternativa D está correta, conforme a doutrina majoritária aponta.
A alternativa E está incorreta, por aplicação do art. 52: “Aplica-se às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

2013 – CESPE – PGR – Procurador da República


Quanto ao direito de imagem, é correto dizer:
I - A imunidade profissional, indispensável ao desempenho independente e
seguro da advocacia (função essencial à Justiça), tendo por desiderato
garantir a inviolabilidade do advogado por seus atos e manifestações no
exercício profissional, exclui a responsabilização civil por dano à imagem.
II - A obrigação de reparação por dano à imagem decorre do próprio uso
indevido do direito personalíssimo, não sendo devido exigir-se a prova da
existência de prejuízo ou dano.
III - A honra e imagem dos cidadãos podem ser violados, mesmo quando se
divulgam informações fidedignas a seu respeito e que são do interesse
público, quando não houver sido concedida autorização prévia para tanto.
IV - A publicação de notícia jornalística de agressão e homicídio, motivados
por homofobia, praticados por "skinheads", é concernente à vida privada,
não autorizando a publicação do nome e foto do acompanhante da vítima.
Das proposições acima:
a) ( ) I e II estão corretas;
b) ( ) I e III estão corretas;
c) ( ) II e IV estão corretas;
d) ( ) I e IV estão corretas.
Comentários
O item I está incorreto, eis que, de maneira evidente, a imunidade profissional
não exclui a responsabilização civil por dano à imagem: “A imunidade
profissional, indispensável ao desempenho independente e seguro da advocacia
(função essencial à Justiça, com previsão constitucional no artigo 133), e que
tem por desiderato garantir a inviolabilidade do advogado por seus atos e
manifestações no exercício profissional, desde que dentro dos limites da lei,
deverá ser exercida sem violar direitos inerentes à personalidade (igualmente
resguardados pela Constituição Federal), como a honra e a imagem, de quem

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quer que seja, sob pena de responsabilização civil pelos danos decorrentes de tal
conduta (REsp 1065397/MT, Rel. Ministro MASSAMI UYEDA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 04/11/2010, DJe 16/02/2011)”
O item II está correto, já que a violação da imagem, em si, já determinada o
dano.
O item III está incorreto, pois a divulgação de informações fidedignas e de
interesse público dispensa a autorização da pessoa, mas isso não inclui a situação
de violação de honra e imagem. A respeito do caso, o STJ: “A liberdade de
informação deve estar atenta ao dever de veracidade, pois a falsidade dos dados
divulgados manipula em vez de formar a opinião pública, bem como ao interesse
público, pois nem toda informação verdadeira é relevante para o convívio em
sociedade. 5. A honra e imagem dos cidadãos não são violados quando se
divulgam informações verdadeiras e fidedignas a seu respeito e que, além disso,
são do interesse público. 6. O veículo de comunicação exime-se de culpa quando
busca fontes fidedignas, quando exerce atividade investigativa, ouve as diversas
partes interessadas e afasta quaisquer dúvidas sérias quanto à veracidade do que
divulgará (STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1297567 RJ 2011/0262188-2)”.
O item IV está correto, porque a publicação de imagens deve resguardar a
intimidade das vítimas retratadas e de seus acompanhantes: “RECURSO
ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E POR VIOLAÇÃO DE
DIREITO DE IMAGEM. PUBLICAÇÃO NÃO AUTORIZADA DE FOTO E NOME DO
AUTOR, QUE ACOMPANHAVA A VÍTIMA QUANDO DE AGRESSÃO, DE QUE
RESULTOU A MORTE, PRATICADA POR "SKINHEADS" POR MOTIVAÇÃO
HOMOFÓBICA. 2. Julgada improcedente ação de indenização por danos morais.
ante a publicação de notícia jornalística de agressão e homicídio, motivado por
homofobia, praticado por "skinheads", contra jovem, que era acompanhado pelo
autor, em praça da capital paulista, é adequada, contudo, nas circunstâncias do
caso, concernente à vida privada, a procedência da ação pelo fato da publicação
não autorizada de foto e nome do autor (REsp 1235926/SP, Rel. Ministro SIDNEI
BENETI, TERCEIRA TURMA, julgado em 15/03/2012, DJe 14/11/2012)”.
A alternativa C está correta, portanto.

2012 – FCC – PGE/SP – Procurador do Estado


Sobre os direitos da personalidade, é correto afirmar:
(A) O uso de imagem de pessoa pública com fim jornalístico depende de sua
prévia autorização.
(B) É inconstitucional ato de disposição que tenha por objeto o exercício de
direitos da personalidade, por serem, sem exceção, intransmissíveis e
irrenunciáveis.
(C) É lícito ato altruístico de disposição do próprio corpo, total ou
parcialmente, para depois da morte.

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(D) Herdeiro não pode pleitear perdas e danos por violação de direito da
personalidade de pessoa morta, por se tratar de direito personalíssimo,
intransmissível e que se extingue com a morte.
(E) O pseudônimo não goza de proteção legal em razão da proibição
constitucional ao anonimato.
Comentários
A alternativa A está incorreta, conforme estabelece o STJ, majoritariamente,
dado que o fim jornalístico retira a exigência.
A alternativa B está incorreta, eis que há evidentes exceções há
intransmissibilidade e irrenunciabilidade dos direitos sobre o próprio corpo, como,
por exemplo, os lutadores esportivos em relação aos danos físicos ou a
transmissão dos direitos em caso de morte.
A alternativa C está correta, na forma do art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte”.
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 12, parágrafo único: “Em
se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral
até o quarto grau”.
A alternativa E está incorreta, consoante regra literal do art. 19: “O pseudônimo
adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.

2012 – CESPE – AGU – Procurador Federal


Considerando as características dos direitos da personalidade, julgue o item
abaixo.
O titular de um direito da personalidade pode dispor desse direito, desde que
o faça em caráter relativo.
Comentários
O item 121 está correto, conforme mencionamos acima.

2012 – PGE/GO – PGE/GO – Procurador do Estado


Acerca dos direitos da personalidade, está CORRETA a seguinte proposição:
a) Os direitos da personalidade têm correspondência patrimonial, são
transmissíveis e passíveis de penhora.
b) É válida a disposição remunerada do próprio corpo para uso em fins
científicos ou altruísticos para depois da morte.

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c) É dispensado o consentimento do sujeito de direito em caso de


necessidade de tratamento médico ou intervenção cirúrgica que envolva
risco de vida.
d) Em caso de morto, terá legitimação para a tutela dos direitos da
personalidade o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta,
ou colateral até o quarto grau.
e) É vedada a proteção dos direitos da personalidade às pessoas jurídicas.
Comentários
A alternativa A está incorreta, dado que os direitos de personalidade são
intransmissíveis e não são passíveis de penhora.
A alternativa B está incorreta, pois a disposição do corpo para fins científicos ou
altruísticos só pode ocorrer gratuitamente.
A alternativa C está incorreta, dá que o consentimento é necessário para tais
atos, como vimos.
A alternativa D está correta, na forma do art. 12, parágrafo único: “Em se
tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau.
A alternativa E está incorreta, porque as pessoas jurídicas gozam de proteção
dos direitos de personalidade, ainda que diferenciada em relação às pessoas
físicas.

2009 – CESPE – DPE/ES – Defensor Público Estadual


De acordo com o Código Civil, julgue os itens seguintes.
O indivíduo não pode ser constrangido a submeter-se a tratamento ou a
intervenção cirúrgica com risco de morte.
Comentários
O item 71 está correto, nos termos do art. 15: “Ninguém pode ser constrangido
a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção
cirúrgica”.

Aqui, as questões que não foram tratadas ao longo da aula, com


comentários:

1. 2016 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto

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No que se refere às pessoas, assinale a opção correta.


A A declaração de ausência é a condição eficiente ao recebimento da
indenização do seguro de vida da pessoa desaparecida.
B Está consolidado o entendimento, na doutrina e na jurisprudência, que a
oposição de consciência ou de crença pode ser exercida por representante
legal de adolescente para impedir transfusão de sangue, ainda que urgente
e necessária.
C Dentre as pessoas jurídicas de direito público interno, estão as autarquias,
as associações públicas, as entidades de caráter privado que se tenha dado
estrutura de direito público.
D Conforme entendimento prevalente do STJ, a dissolução da sociedade
comercial, ainda que irregular, não é causa que, isolada, baste à
desconsideração da personalidade jurídica.
E A emancipação voluntária dos pais é ato revogável, com efeitos a partir do
ato de revogação.
Comentários
A alternativa A está incorreta, já que o declarado ausente morto não está, e se
o seguro é de vida, não há que se falar em recebimento da indenização, que só
ocorrerá com a decretação da presunção de morte, havida com a abertura da
sucessão definitiva do ausente, como vimos.
A alternativa B está incorreta, dado que o entendimento do STJ é exatamente
o inverso, ou seja, a escusa de consciência dos representantes legais é irrelevante
no caso dos incapazes, prevalecendo o tratamento médico urgente e necessário.
A alternativa C está incorreta, na literalidade do art. 41, inc. V: “São pessoas
jurídicas de direito público interno as autarquias, inclusive as associações públicas
as demais entidades de caráter público criadas por lei”.
A alternativa D está correta, conforme já vimos, já que a mera dissolução
irregular não caracteriza desvio de finalidade ou confusão patrimonial, requisitos
exigidos pelo art. 50 do CC/2002.
A alternativa E está incorreta, já que a emancipação é ato irrevogável, podendo
apenas ser invalidada em caso de vício de consentimento, avaliável pelo juiz.

2. 2016 – MPE – MPE/SC – Promotor de Justiça Substituto


De acordo com o Código Civil, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária. Todavia, alguns direitos excepcionam referida regra,
como por exemplo, o direito a imagem e o direito a honra.
Comentários

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O item está correto, na forma do art. 11: “Com exceção dos casos previstos em
lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.

3. 2016 –UECE/CEV – DER/CE – Procurador Autárquico


Quanto aos direitos da personalidade, assinale a afirmação correta.
a. Se necessário, qualquer indivíduo pode ser constrangido a submeter-se,
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
b. Mesmo com autorização, não se pode usar o nome alheio em propaganda
comercial.
c. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos somente o
prenome.
d. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
Comentários
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.
A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 18: “Sem autorização, não
se pode usar o nome alheio em propaganda comercial”.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 16: “Toda pessoa tem direito ao
nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”.
A alternativa D está correta, conforme o art. 19: “O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.

4. 2016 – FUNRIO – Trindade/GO –Procurador Municipal


Em atenção aos direitos da personalidade previstos no Código Civil, é correto
afirmar que:
a. São intransmissíveis, irrenunciáveis e absolutamente indisponíveis.
b. O pseudônimo, qualquer que seja a sua origem e sua finalidade, goza da
proteção que se dá ao nome.
c. Com a morte cessam, também, os direitos da personalidade, não
subsistindo qualquer tipo de proteção jurídica.
d. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.

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e. O direito à imagem trata exclusivamente da imagem-retrato, isto é, da


projeção dos elementos visíveis que integram a personalidade humana.
Comentários
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
A alternativa B está incorreta, conforme o art. 19: “O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
A alternativa C está incorreta, na dicção do art. 20, parágrafo único: “Em se
tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.
A alternativa D está correta, pela literalidade do art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.
A alternativa E está incorreta, já que a perspectiva da “fama” da imagem-
atributo é igualmente protegida.

5. 2016 – FAU – Chopinzinho/PR – Procurador Municipal


“Os direitos da personalidade são direitos considerados essenciais à pessoa
humana, que a doutrina moderna preconiza e disciplina, a fim de resguardar
a sua dignidade". Sobre a temática, assinale a alternativa CORRETA:
a. Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária, não comportando
exceção.
b. É inválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
c. Pode usar o nome alheio em propaganda comercial, prescindido prévia
autorização.
d. O pseudônimo adotado para atividades lícitas goza da proteção que se dá
ao nome.
e. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
sem, contudo, poder reclamar perdas e danos.
Comentários
A alternativa A está incorreta, na forma do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
A alternativa B está incorreta, pela previsão do art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte”.

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A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 18: “Sem autorização, não
se pode usar o nome alheio em propaganda comercial”.
A alternativa D está correta, conforme o art. 19: “O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
A alternativa E está incorreta, por aplicação da regra do art. 12: “Pode-se exigir
que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”.

6. 2016 – FUNRIO – PGM/ Trindade(GO) – Procurador Municipal


Em atenção aos direitos da personalidade previstos no Código Civil, é correto
afirmar que:
a. São intransmissíveis, irrenunciáveis e absolutamente indisponíveis.
b. O pseudônimo, qualquer que seja a sua origem e sua finalidade, goza da
proteção que se dá ao nome.
c. Com a morte cessam, também, os direitos da personalidade, não
subsistindo qualquer tipo de proteção jurídica.
d. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
e. O direito à imagem trata exclusivamente da imagem-retrato, isto é, da
projeção dos elementos visíveis que integram a personalidade humana.
Comentários
A alternativa A está incorreta, eis que os efeitos patrimoniais se sujeitam à
disposição, como vimos.
A alternativa B está incorreta, na forma do art. 19: “O pseudônimo adotado
para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 20, parágrafo único: “Em
se tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.
A alternativa D está correta, na literalidade do art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.
A alternativa E está incorreta, já que outros elementos característicos da
imagem são também protegidos pelo ordenamento privado.

7. 2016 – CESPE – TCE/PA – Auditor de Controle Externo


Determinada associação civil ajuizou ação indenizatória em face de uma
sociedade empresária jornalística, com o intuito de receber indenização por

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danos materiais e morais decorrentes de publicação de reportagem com


informações falsas, cujo único objetivo era macular a imagem e a
credibilidade da associação civil, conforme ficou provado no processo.
Considerando essa situação hipotética, julgue os item que se segue.
A proteção dos direitos da personalidade positivada no Código Civil é
aplicável, na medida do possível, à associação civil autora, que sofre dano
moral em caso de grave violação a sua imagem e honra objetiva.
Comentários
O item está correto, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que
couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

8. 2016 – CESPE – FUNPRESP/EXE – Especialista/Área Judiciária


Acerca de pessoas naturais, pessoas jurídicas e empresário, julgue o item
subsequente.
O uso do nome em propaganda comercial, sem autorização, não constituirá
ilícito se esse fato não expuser a pessoa ao desprezo público.
Comentários
O item está incorreto, de acordo com o art. 18: “Sem autorização, não se pode
usar o nome alheio em propaganda comercial”, sendo irrelevante o objetivo do
uso.

9. 2015 – MPT – MPT – Procurador do Trabalho


Assinale a alternativa CORRETA:
a) Salvo previsão expressa em lei, os direitos de personalidade são
intransmissíveis e inalienáveis, estando sujeitos apenas às limitações
voluntárias.
b) Os empregados podem participar de propaganda comercial do
empregador, sem consentimento expresso, considerando os efeitos anexos
do contrato de trabalho.
c) A divulgação de escritos de autoria de terceiro para fins comerciais pode
ser proibida, a requerimento deste, sem prejuízo da indenização cabível.
d) Pessoa acometida de doença grave pode ser submetida sem seu
consentimento a realizar intervenção cirúrgica urgente, de acordo com
critérios médicos.
e) Não respondida.
Comentários

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A alternativa A está incorreta, na literalidade da parte final do art. 11: “Com


exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária”.
A alternativa B está incorreta, como se extrai da parte final do art. 20,
mencionado abaixo.
A alternativa C está correta, nos termos do art. 20: “Salvo se autorizadas, ou
se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”.
A alternativa D está incorreta, conforme o art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.

10. 2015 – VUNESP – TJ/SP – Juiz Estadual Substituto


No que tange aos direitos da personalidade, assinale a alternativa correta.
a. A transmissão da palavra de determinada pessoa poderá, sempre e em
qualquer circunstância, ser proibida a seu requerimento e sem prejuízo da
indenização que couber, se lhe atingir a honra ou se destinada a fins
comerciais.
f. O pseudônimo licitamente utilizado goza da proteção que se dá ao nome.
c. A proteção dos direitos da personalidade aplica-se igualmente às pessoas
jurídicas.
d. É garantia legal a irrestrita liberdade de disposição do próprio corpo.
Comentários
A alternativa A está incorreta, aplicando-se o art. 20: “Salvo se autorizadas, ou
se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição
ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu
requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”.
A alternativa B está correta, na forma do art. 19: “O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
A alternativa D está incorreta, dado o art. 13. Salvo por exigência médica, é
defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.

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11. 2015 – TRT 8R – TRT 8ª Região (PA e AP) – Juiz do Trabalho


Substituto
Quanto aos direitos da personalidade no Código Civil Brasileiro, é CORRETO
afirmar que:
a. Os direitos da personalidade, sem exceção, são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.
b. A lei do país de nacionalidade da pessoa natural determina as regras sobre
o começo e o fim da sua personalidade.
g. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
d. O pseudônimo adotado para atividade de qualquer natureza goza da
mesma proteção que se dá ao nome.
e. A vida privada da pessoa natural é inviolável, e o juiz, de ofício, adotará
as providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta
norma.
Comentários
A alternativa A está incorreta, consoante o art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 7º da LINDB: “A lei do país em
que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família”.
A alternativa C está correta, haja vista a regra do art. 14: “É válida, com
objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo
ou em parte, para depois da morte”.
A alternativa D está incorreta, na forma do art. 19: “O pseudônimo adotado
para atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
A alternativa E está incorreta, pela previsão do art. 21: “A vida privada da
pessoa natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta
norma”.

12. 2015 – TRT 16ª Região – TRT 16ª Região – Juiz do Trabalho
Substituto
A respeito da pessoa natural, assinale a opção CORRETA:
a) De acordo com a teoria natalista, adotada pelo Direito Civil brasileiro, a
personalidade jurídica do indivíduo surge desde o momento da sua

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concepção, justificando, pois, a observância de todos os direitos da


personalidade e patrimoniais do nascituro. Dessa forma, ao nascituro é
reconhecida tanto a personalidade jurídica formal quanto a personalidade
jurídica material.
b) Uma vez judicialmente declarada a incapacidade por enfermidade ou
deficiência mental, os atos praticados pelo incapaz serão considerados
inválidos, exceto quando os praticar em intervalos de perfeita lucidez,
ocasião em que serão considerados válidos.
c) O indivíduo reputado pródigo é carente de discernimento necessário para
a prática dos atos da vida civil. Por isso, a lei impõe ao pródigo a abstenção
de todos os atos que possam comprometer seu patrimônio, e a interdição do
pródigo deve ser requerida para declará-lo absolutamente incapaz.
d) As possibilidades de alteração do nome classificam-se, tomando como
parâmetro a motivação da iniciativa, em necessárias e voluntárias. As causas
necessárias são decorrentes da modificação do estado de filiação, enquanto
as voluntárias dividem-se em algumas hipóteses, dentre as quais o
casamento, que é a única que independe de autorização judicial.
e) O direito à imagem qualifica-se como direito de personalidade,
extrapatrimonial, de caráter personalíssimo. No entanto, quando ocorrer
lesão à imagem de pessoa falecida, terão legitimidade para promover a ação
indenizatória os descendentes, ascendentes, o cônjuge, o companheiro e os
colaterais até quarto grau.
Comentários
A alternativa A está incorreta, já que o CC/2002 adotou, no art. 2º, a Teoria
Natalista, segundo a esmagadora maioria da doutrina e da jurisprudência.
A alternativa B está incorreta, pois, posteriormente à entrada em vigor do EPD,
as pessoas com deficiência são reputadas plenamente capazes.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 4º, inc. IV: “São incapazes,
relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer os pródigos”.
A alternativa D está incorreta, já que existem outras possibilidades de alteração
do nome sem intervenção judicial, como no caso do art. 56 da Lei 6.015/1973:
“O interessado, no primeiro ano após ter atingido a maioridade civil, poderá,
pessoalmente ou por procurador bastante, alterar o nome, desde que não
prejudique os apelidos de família, averbando-se a alteração que será publicada
pela imprensa”.
A alternativa E está incorreta, conforme o art. 20, parágrafo único: “Em se
tratando de morto ou de ausente, são partes legítimas para requerer essa
proteção o cônjuge, os ascendentes ou os descendentes”.

13. 2015 – CEFET – MPE/BA – Promotor de Justiça Substituto


Assinale a alternativa CORRETA acerca dos direitos da personalidade:

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a) Os direitos da personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis,


não podendo seu exercício sofrer limitação voluntária, sem exceções.
b) O cônjuge sobrevivente ou qualquer parente do morto, em linha reta, ou
colateral até o quarto grau, pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
c) É inválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
d) A pessoa humana pode ser constrangida a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica.
e) Todas as assertivas estão incorretas.
Comentários
A alternativa A está incorreta, nos termos do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
A alternativa B está correta, na conjugação do caput do art. 12 (“Pode-se exigir
que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e
danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei”) com seu parágrafo único
(“Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o quarto grau”).
A alternativa C está incorreta, conforme o art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte”.
A alternativa D está incorreta, de acordo com o art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.
A alternativa E está incorreta, portanto.

14. 2015 – MP/DFT – MP/DFT – Promotor de Justiça Substituto


Quanto aos direitos da personalidade, escolha a alternativa CORRETA:
a) A questão da personalidade jurídica do nascituro não demanda debates,
estando pacificada, pelas doutrinas jurídicas, desde a Constituição Federal
de 1988.
b) A extinção da personalidade pode decorrer de condenação criminal,
correspondente à morte civil, resultando na perda do estado de livre ou
cidadão.
c) Com a nova ordem constitucional, não há mais distinção entre capacidade
de direito e capacidade de fato.

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d) Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não


podendo sofrer limitações.
e) É válida, com objetivo científico ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
Comentários
A alternativa A está incorreta, porque a personalidade jurídica do nascituro é
objeto de discussão, ainda que esteja pacificado o entendimento de que, em
geral, aplica-se a norma do art. 2º do CC/2002, pela esmagadora maioria da
doutrina. De qualquer forma, me parece uma questão um tanto indutora de
raciocínio, já que dá a entender que a regra atual “demanda debates”.
A alternativa B está incorreta, dado que inexiste no ordenamento jurídico
brasileiro contemporâneo a morte civil.
A alternativa C está incorreta, pois o CC/2002 deixa claro a existência de
pessoas relativa e absolutamente incapazes, a despeito da capacidade jurídica
plena.
A alternativa D está incorreta, pela previsão da primeira parte do art. 11: “Com
exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária”.
A alternativa E está correta, pela literalidade do art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte”.

15. 2015 – CEFET/BA – MPE/BA – Promotor de Justiça Substituto


Assinale a alternativa CORRETA acerca dos direitos da personalidade:
a) Os direitos da personalidade são sempre intransmissíveis e irrenunciáveis,
não podendo seu exercício sofrer limitação voluntária, sem exceções.
b) O cônjuge sobrevivente ou qualquer parente do morto, em linha reta, ou
colateral até o quarto grau, pode exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a
direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras
sanções previstas em lei.
c) É inválida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
d) A pessoa humana pode ser constrangida a submeter-se, com risco de
vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica.
e) Todas as assertivas estão incorretas.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pela previsão da primeira parte do art. 11: “Com
exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são

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intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação


voluntária”.
A alternativa B está correta, de acordo com o art. 12, parágrafo único: “Em se
tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
(Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei) o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau”.
A alternativa C está incorreta, pela literalidade do art. 14: “É válida, com
objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo
ou em parte, para depois da morte”.
A alternativa D está incorreta, segundo o art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.
A alternativa E está incorreta, consequentemente.

16. 2015 – CESPE – AGU – Advogado da União


Entre os direitos ressalvados pela lei ao nascituro estão os direitos da
personalidade, os quais estão entre aqueles que têm por objeto os atributos
físicos, psíquicos e morais da pessoa.
Comentários
O item está correto, de acordo com a previsão do art. 2º do CC/2002, que põe
a salvo os direitos do nascimento, decorrentes da perspectiva objetiva dos
direitos de personalidade, que abrangem os aspectos psicofísicos da pessoa.

17. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


O espólio possui legitimidade para postular indenização por danos morais
pelos prejuízos decorrentes de ofensa à imagem do falecido, em virtude da
contratação de cartão de crédito após a morte do usuário, com a inscrição
do seu nome nos cadastros de devedores inadimplentes.
Comentários
O item está incorreto, dada a literalidade do art. 12, parágrafo único: “Em se
tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau”.

18. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual

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A exagerada e indefinida exploração midiática de crimes e tragédias privadas


deve ser impedida, a fim de se respeitar o direito ao esquecimento das
vítimas de crimes e, assim, preservar a dignidade da pessoa humana.
Comentários
O item está correto, conforme o entendimento esposado pelo STJ quanto ao
“direito ao esquecimento”.

19. 2015 – CESPE – DPE/PE – Defensor Público Estadual


Caso determinada rede de rádio, por informações veiculadas em sua
programação, atinja a honra e a imagem do próprio Estado, será admitida,
nessa hipótese, ação indenizatória por dano moral pelo ente federativo em
desfavor da empresa de radiodifusão, devendo o locutor responder
regressivamente se tiver agido com dolo ou culpa. Nesse caso, se o locutor
for economicamente hipossuficiente, deverá a DP atuar na defesa dele.
Comentários
O item está incorreto, de acordo com o STJ: “DIREITO CIVIL. INDENIZAÇÃO
POR DANOS MORAIS A PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO. A pessoa
jurídica de direito público não tem direito à indenização por danos morais
relacionados à violação da honra ou da imagem. REsp 1.258.389-PB, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, julgado em 17/12/2013”.

20. 2015 – FGV – TJ/PI – Analista Judiciário


Bianca, ao ser informada sobre seu estado de saúde e sobre a necessidade
imediata de internação para a retirada integral de uma de suas mamas,
recusa-se a seguir as recomendações médicas e volta para casa. A situação
narrada está mais proximamente relacionada ao direito:
a. à imagem e à proteção da integridade da sua imagem corporal;
b. à honra e à proteção da sua integridade e reputação social;
c. à liberdade de expressão e à proteção do seu livre pensar;
d. ao corpo e à recusa às intervenções que impliquem risco à vida;
e. à privacidade e à proteção e preservação das partes íntimas do seu corpo.
Comentários
A alternativa A está incorreta, dado que a imagem, no caso, é meramente
reflexa de outro direito de personalidade, ainda que intimamente a ele ligado.
A alternativa B está incorreta, já que a honra, seja objetiva, seja subjetiva,
pouca conexão tem com o caso.

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A alternativa C está incorreta, não errada completamente, mas “menos correta”


do que outro item, infracitado.
A alternativa D está correta, já que se relaciona a situação ao art. 15: “Ninguém
pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou
a intervenção cirúrgica”. Esse dispositivo se vincula ao “direto ao próprio corpo”.
A alternativa E está incorreta, igualmente, porque a situação narrada pouco tem
a ver com a proteção à privacidade.

21. 2015 – CESPE – TJ/DFT – Analista Judiciário


A respeito dos direitos da personalidade, do bem de família e das sucessões,
julgue o item a seguir.
Os direitos da personalidade são intransmissíveis, irrenunciáveis,
extrapatrimoniais e vitalícios, não podendo sofrer nenhum tipo de limitação
legal ou voluntária, uma vez que possuem fundamento constitucional.
Comentários
O item está incorreto, segundo o art. 11: “Com exceção dos casos previstos em
lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.

22. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


O Código Civil brasileiro cuida de relações humanas que produzem efeitos
jurídicos, normatizando, entre outras situações, os direitos da pessoa
humana.
O nome da pessoa natural recebe proteção legal, que não se estende aos
pseudônimos quando utilizados em atividades lícitas.
Comentários
O item está incorreto, na literalidade do art. 19: “O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.

23. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


No que diz respeito às pessoas naturais e aos direitos da personalidade,
assinale a opção correta.
Os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, sendo que
o seu exercício não pode sofrer qualquer limitação. Por esses motivos, os
direitos da personalidade não podem ser objeto de reparação por perdas e
danos.

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Comentários
O item está incorreto, segundo o art. 11: “Com exceção dos casos previstos em
lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.

24. 2015 – CESPE – TRE/RS – Analista Judiciário


No que diz respeito às pessoas naturais e aos direitos da personalidade,
assinale a opção correta.
Em atendimento ao princípio da autonomia da vontade considera-se legítimo
o ato de disposição do próprio corpo que importe em diminuição permanente
da integridade física, firmado mediante benefício econômico em proveito do
doador, desde que oriundo de contrato escrito com cláusula de
irrevogabilidade e irretratabilidade.
Comentários
O item está incorreto, na previsão do art. 13: “Salvo por exigência médica, é
defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.

25. 2015 – CESPE – Telebras – Advogado


Acerca dos direitos da personalidade, julgue o item que se segue.
O STF firmou o entendimento de que é permitida a publicação da biografia
de uma pessoa, sem a prévia autorização do biografado, sendo possível
posterior direito de resposta em caso de violação à honra do indivíduo
retratado e de abuso da liberdade de expressão.
Comentários
O item está correto, conforme disposto pelo STF na ADI 4815.

26. 2014 – TRF – TRF 4ª REGIÃO – Juiz Federal Substituto


Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
O Código Civil de 2002 (Lei nº 10.406/2002), na redação vigente, se ocupa,
nos artigos 11 a 21, da tutela jurídica dos chamados direitos da
personalidade, ou seja, da proteção jurídica de objetos de direito que
pertencem à natureza do homem (direitos de humanidade). Mais adiante,
no artigo 52 atribui também às pessoas jurídicas a titularidade dos direitos
da personalidade, desde que compatíveis com os aspectos múltiplos das

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atividades que desenvolvem. A partir dos referidos dispositivos legais, é


possível afirmar que:
I. O ato de disposição do próprio corpo, para fins de transplante, é admitido
pelo Código Civil de 2002, na forma estabelecida por lei especial. Sendo
assim, é permitido à pessoa plenamente capaz dispor, gratuitamente, de
tecidos, órgãos e partes de seu corpo vivo, para fins terapêuticos ou para
transplantes, desde que resguardada a sua integridade física e psíquica.
II. É válida, com objetivo científico ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte, sendo que a livre
manifestação expressa do doador dos órgãos em vida prevalece sobre a
vontade de seus familiares.
III. Toda a pessoa natural tem direito ao nome, sendo que a forma
fundamental de aquisição do patronímico é a filiação. O atual Código Civil,
no entanto, permite que o marido adote o patronímico da esposa, na medida
em que a própria Carta Constitucional de 1988 equiparou os direitos e
deveres dos homens e mulheres.
IV. O direito ao nome empresarial (ou à denominação das sociedades
simples, associações e fundações) decorre da proteção que a Lei Civil
assegura às pessoas jurídicas, enquanto sujeitos do direito à identidade, ao
passo que, do ponto de vista da Ordem Pública, esses sujeitos de direito,
titulares do nome ou da denominação, têm a correlata obrigação de ter um
nome pelo qual possam ser identificados perante a sociedade e os Poderes
Públicos.
a. Estão corretas apenas as assertivas I e II.
b. Estão corretas apenas as assertivas II e III.
c. Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.
d. Estão corretas apenas as assertivas II, III e IV.
e. Estão corretas todas as assertivas.
Comentários
O item I está correto, segundo o art. 13 (“Salvo por exigência médica, é defeso
o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente
da integridade física, ou contrariar os bons costumes”) e seu parágrafo único (“O
ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial”).
O item II está correto, por interpretação doutrinário-jurisprudencial ampliada do
art. 14: “É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do
próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte”.
O item III está correto, na forma do art. 1.565, §1º: “Qualquer dos nubentes,
querendo, poderá acrescer ao seu o sobrenome do outro”.
O item IV está correto. A despeito da redação confusa, por aplicação do art. 52,
aplica-se a regra do nome à pessoa jurídica, que serve tanto para que ela possa
se identificar quanto para que outros a identifiquem.

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DIREITO CIVIL – PC/MG
Teoria e Questões
Aula 02 – Prof. Paulo H M Sousa

A alternativa E está correta, portanto.

27. 2014 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


A respeito dos direitos da personalidade, assinale a opção correta.
a. O divórcio restitui a situação de incapacidade aos menores de idade que
tenham conquistado a emancipação pelo casamento.
b. Não se admite declaração de morte presumida sem decretação de
ausência.
c. A comoriência pode ser reconhecida ainda que os óbitos não tenham
decorrido de um único acidente.
d. Admite-se, no ordenamento jurídico brasileiro, limitação, temporária ou
permanente, dos direitos da personalidade, desde que por vontade expressa
de seu titular.
e. Os ausentes, desde que assim declarados por sentença judicial, são
considerados absolutamente incapazes pela lei.
Comentários
A alternativa A está incorreta, eis que como a emancipação é irrevogável e
irretratável, o divórcio, incapacitação ou morte do outro cônjuge não altera a
situação jurídica perfectibilizada.
A alternativa B está incorreta, pelo caput do art. 7º: “Pode ser declarada a
morte presumida, sem decretação de ausência”.
A alternativa C está correta, apesar de ser um tanto peculiar. Veja a dicção do
art. 8º: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão
simultaneamente mortos”. Morrem duas pessoas na mesma ocasião, sendo que
“ocasião” nesse caso, tem significado temporal “momento, instante” e não causal,
“circunstância, causa”. Ainda que improvável, possível.
A alternativa D está incorreta, na literalidade do art. 13: “Salvo por exigência
médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.
A alternativa E está incorreta, pois a ausência não é causa de incapacitação,
absoluta ou relativa.

28. 2014 – PUC-PR – TJ/PR – Juiz Estadual Substituto


Sobre personalidade e direitos de personalidade, é CORRETA a assertiva:

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a. Consistem em direitos da personalidade, dentre outros: o direito à vida,


ao próprio corpo, à liberdade de pensamento e de expressão, à liberdade, à
honra, ao recato, à imagem e à identidade.
b. A personalidade civil começa com a concepção.
c. Os direitos de personalidade são, sem exceção, intransmissíveis,
irrenunciáveis e ilimitados.
d. Os direitos de personalidade perduram e podem ser exercidos pelo próprio
titular, ou representante, exclusivamente em vida.
Comentários
A alternativa A está correta, dada a amplitude que os direitos de personalidade
têm no ordenamento jurídico brasileiro, mesmo que implícitos.
A alternativa B está incorreta, pela literalidade do art. 2º: “A personalidade civil
da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro”.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
A alternativa D está incorreta, pela previsão dos parágrafos únicos dos arts. 12
e 20, que permitem a terceiros a proteção da personalidade do morto.

29. 2014 – CESPE – TJ/DFT – Juiz Distrital Substituto


Acerca da prescrição e da proteção jurídica à intimidade, assinale a opção
correta.
a. A tutela da dignidade da pessoa humana na sociedade da informação inclui
o direito ao esquecimento.
b. O interesse público na divulgação de casos judiciais sempre deverá
prevalecer sobre a privacidade ou intimidade dos envolvidos.
c. A exibição não autorizada de imagem de vítima de crime amplamente
noticiado à época dos fatos, ainda que uma única vez, gera, por si só, direito
de compensação por danos morais aos seus familiares.
d. A veracidade de uma notícia confere a ela inquestionável licitude, razão
pela qual não há qualquer obstáculo à sua divulgação, dado o direito à
informação e à liberdade de imprensa.
Comentários
A alternativa A está correta, com escora na decisão do STJ anteriormente vista
(REsp 1.334.097).
A alternativa B está incorreta, segundo o art. 20: “Salvo se autorizadas, ou se
necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a
divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição

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ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu


requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a
honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais”.
A alternativa C está incorreta, já que o direito ao esquecimento, quando
permitido, exige circunstâncias bem mais específicas que as apontadas.
A alternativa D está incorreta, conforme já dito, por conta da possível
aplicabilidade da decisão sobre o direito ao esquecimento do STJ.

30. 2014 – TRT 8R – TRT 8ª Região (PA e AP) – Juiz do Trabalho


Substituto
Analise as afirmações a seguir e assinale a única alternativa CORRETA:
a. O Código Civil vigente, ao salvaguardar os direitos do nascituro desde a
concepção, consagra a teoria concepcionista, vertente de pensamento
segundo a qual possuindo direitos legalmente assegurados, o nascituro é
considerado pessoa, uma vez que somente as pessoas são sujeitos de
direitos, tendo, portanto, personalidade jurídica.
b. A capacidade de direito ou de gozo é a aptidão que o ordenamento jurídico
atribui às pessoas, em geral, e a certos entes, em particular, estes formados
por grupos de pessoas ou universalidades patrimoniais, para serem titulares
de uma situação jurídica. Entretanto, por razões biológicas ou psicológicas,
nem todos podem exercer pessoalmente esses direitos, motivo pelo qual se
exige a capacidade de fato. Reunidos os dois atributos, fala-se em
capacidade civil plena.
c. Os absolutamente incapazes não possuem aptidão para praticar
pessoalmente quaisquer atos da vida civil e, em razão disso, estão isentos
de responsabilização patrimonial. Segundo o Código Civil vigente, a
incapacidade absoluta alcança os menores de dezesseis anos, os que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento
para a prática desses atos e aqueles que, mesmo por causa transitória, não
puderem exprimir sua vontade.
d. Construída a partir de uma concepção antropocêntrica do direito, a teoria
dos direitos da personalidade contemplada no Código Civil em vigor limita a
possibilidade de sua aplicação à pessoa natural, sendo o ser humano o único
titular da tutela de tais direitos.
e. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade,
e reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista
neste artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou
colateral até o terceiro grau.
Comentários

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A alternativa A está incorreta, pela literalidade do art. 2º: “A personalidade civil


da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro”.
A alternativa B está correta, dispensando maiores explicações, já que a
alternativa sintetiza, em grande medida, a noção de capacidade fático-jurídica.
A alternativa C está incorreta. Atente porque a primeira parte está errada por
aplicação do art. 928: “O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as
pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem
de meios suficientes”.
A segunda parte está desatualizada, e, atualmente, errada, consequentemente,
pela aplicação das novas disposições sobre capacidade, trazidas pelo EPD, em
2016. Note que a questão é de 2014, pelo que essa segunda parte, à época
estaria correta.
De qualquer forma, como a primeira parte estava e está incorreta, ela é incorreta,
toda.
A alternativa D está incorreta, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
A alternativa E está incorreta, pela parte final do art. 12, parágrafo único: “Em
se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral
até o quarto grau”.

31. 2014 – FCC – DPE/RS – Defensor Público Estadual


Os Direitos da Personalidade são direitos
(A) tutelados, em vida, pelo titular e por parentes em linha reta até o
segundo grau, pela via preventiva e repressiva.
(B) de defesa da integridade física, intelectual e moral, abrangendo o
resguardo do mínimo existencial, mas não o respeito pelas condições de
liberdade e de igualdade, dimensão reservada à proteção pelos direitos
fundamentais.
(C) subjetivos de natureza patrimonial e que têm como objeto os bens e os
valores essenciais da pessoa.
(D) adquiridos pelo sujeito independentemente da vontade, mas seu
exercício admite limitação voluntária, desde que esta não ocorra de forma
geral e permanente.
(E) inerentes à dignidade da pessoa humana, razão pela qual sua proteção
não se aplica às pessoas jurídicas.
Comentários

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A alternativa A está incorreta, pela parte final do art. 12, parágrafo único: “Em
se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste
artigo o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral
até o quarto grau”.
A alternativa B está incorreta, já que a liberdade é também um direito de
personalidade.
A alternativa C está incorreta, pois os direitos de personalidade são
extrapatrimoniais, ainda que possam ter efeitos patrimoniais.
A alternativa D está correta, pela previsão do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Atente,
porém, porque tecnicamente a limitação voluntária, na dicção do artigo, só
poderia ocorrer nos casos previstos em lei, ao passo que o exercício pode passar
a ideia de ser uma possibilidade geral, “sempre que não ocorra de forma geral e
permanente”.
A alternativa E está incorreta, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

32. 2013 – VUNESP – TJ/SP – Juiz Estadual Substituto


Acerca da personalidade, é correto afirmar que
a) embora não exista mais o instituto romano da morte civil, é possível
renunciar-se a certos direitos da personalidade, na forma da lei.
b) a morte pode ser real ou presumida, havendo a primeira quando cessam
as funções vitais, e a segunda, somente quando alguém, desaparecido em
campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o
término da guerra.
c) se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo
averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presume-se que
a morte do mais velho precedeu a do mais jovem.
d) não obstante a existência se extinguir com a morte, é tutelável a ameaça
ou lesão aos direitos de personalidade do morto.
Comentários
Após refletir bastante a respeito dessa questão, tenho que ela teria de ser
anulada, já que a alternativa A também poderia ser compreendida como correta.
No entanto, a VUNESP não alterou o gabarito (aceitando as alternativas A e D),
nem anulou a questão. O art. 11 do CC/2002 é claro a respeito: “Com exceção
dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
Alguns (muitos) alegaram que a incorreção está no “embora não exista mais o
instituto romano da morte Civil”, já que alguns autores, notadamente Maria

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Helena Diniz, afirmam que ainda há resquícios no direito brasileiro


contemporâneo do instituto. A contraprova estaria no art. 1.816: “São pessoais
os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro excluído sucedem, como se
ele morto fosse antes da abertura da sucessão”.
De fato, o art. 1.816 trata o excluído da sucessão como se morto fosse. No
entanto, trata-se-o apenas de maneira pragmática no plano eficacial, sem que
isso tenha qualquer outro impacto para a pessoa. Assim, apesar de ser possível
reconhecer uma similitude entre as situações, a morte civil inexiste no
ordenamento jurídico nacional, e há tempos; o que há é apenas a
desconsideração da pessoa para fins sucessórios. E nada mais. Ponto.
É mais ou menos quando se compra no supermercado um queijo tipo cheddar.
Não é queijo cheddar. E ponto. É algo que parece, que tem um efeito semelhante,
em termos gustativos. Mas não é. O art. 1.816 é o equivalente a essa situação:
é tipo morte civil. Mas não é.
Vou utilizar um argumento safado para sustentar a incorreção da alternativa A,
que é muito mais um argumento Mandrake do que, de fato, apropriado. Em
resumo, é um argumento puramente linguístico...
A alternativa A está incorreta, porque o instituto da morte civil continua
existindo no direito romano, sendo que a questão não afirmou que ele exista
atualmente no ordenamento jurídico brasileiro.
A alternativa B está incorreta, pela previsão de outra hipótese no próprio art.
7º, inc. I do CC/2002: Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação
de ausência se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida”.
A alternativa C está incorreta, de acordo com o art. 8º: “Se dois ou mais
indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos
comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos”.
A alternativa D está correta, segundo o parágrafo único do art. 12: “Em se
tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo
(Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei) o
cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o
quarto grau”.

33. 2013 – CESPE – BACEN – Procurador


No que se refere às pessoas naturais e jurídicas, assinale a opção correta.
A A participação da pessoa em tratamentos terapêuticos ou científicos não
ofende o direito à integridade física.
B A indenização por dano moral torna relativo o caráter extrapatrimonial dos
direitos da personalidade.

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C Cooperativa que exerça atividade econômica visando ao lucro é


considerada sociedade empresária, e não simples.
D O estatuto das associações está legalmente impedido de instituir
associados com vantagens especiais, sob pena da quebra ao direito da
igualdade.
E A lei permite que um artista ceda o uso da sua imagem por tempo
indeterminado para publicação em determinada revista.
Comentários
A alternativa A está correta, consoante interpretação da regra do art. 13: “Salvo
por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons
costumes.”
A alternativa B está incorreta, já que os direitos de personalidade são
extrapatrimoniais, ainda que seus efeitos possam ter características e
consequências patrimoniais.
A alternativa C está incorreta, por razões que você verá no Direito Empresarial,
detalhadamente.
A alternativa D está incorreta, como veremos mais adiante, de acordo com o
art. 55: “Os associados devem ter iguais direitos, mas o estatuto poderá instituir
categorias com vantagens especiais.”
A alternativa E está incorreta, porque, do contrário, a pessoa estaria
renunciando ao direito à imagem, o que é vedado pelo art. 11. Com exceção dos
casos previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.

34. 2013 – CESPE – STF – Analista Judiciário


Acerca das pessoas naturais, julgue os próximos itens.
É característica dos direitos da personalidade a sua oponibilidade erga
omnes.
Comentários
O item está correto, já que não há mera eficácia interpartes nesse tipo de direito.

35. 2012 – TRF – TRF 4ª Região – Juiz Federal Substituto


Dadas as assertivas abaixo, assinale a alternativa correta.
I. Nome é um direito personalíssimo e, em princípio, é inalterável e imutável,
salvo as exceções em lei, sendo possível a supressão de um patronímico pelo
casamento, desde que não haja prejuízo à ancestralidade nem à sociedade.

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II. Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos de personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
III. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio
corpo quando importar diminuição permanente da integridade física ou
contrariar os bons costumes.
IV. É anulável o negócio concluído pelo representante em conflito de
interesses com o representado se tal fato era ou devia ser do conhecimento
de quem com aquele tratou.
V. No caso de pessoas públicas, o âmbito de proteção dos direitos da
personalidade se vê diminuído, sendo admitida, em tese, a divulgação de
informações aptas a formar o juízo crítico dos eleitores sobre o caráter do
candidato.
a) Está correta apenas a assertiva V.
b) Estão corretas apenas as assertivas I e II.
c) Estão corretas apenas as assertivas I, III, e IV.
d) Estão corretas apenas as assertivas II, III e V.
e) Estão corretas todas as assertivas.
Comentários
O item I está correto, conforme julgamento do STJ no REsp 1433187: “A
supressão devidamente justificada de um patronímico em virtude do casamento
realiza importante direito da personalidade, desde que não prejudique a plena
ancestralidade nem a sociedade”.
O item II está correto, pela previsão do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”.
O item III está correto, consoante regra do art. 13: “Salvo por exigência médica,
é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.
O item IV está correto, na forma do art. 119: “É anulável o negócio concluído
pelo representante em conflito de interesses com o representado, se tal fato era
ou devia ser do conhecimento de quem com aquele tratou."
O item V está correto, pela literalidade do entendimento do STJ no REsp 253.058
sobre os políticos em geral.
A alternativa E está correta, portanto.

36. 2013 – MPT – MPT – Procurador do Trabalho


Em relação aos direitos da personalidade, considere as assertivas abaixo:

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I – Consoante o Código Civil, toda pessoa tem direito ao nome, nele


compreendidos o prenome, o sobrenome e o pseudônimo.
II – São direitos que circundam o indivíduo durante toda a sua vida, porém,
em relação a alguns direitos da personalidade, como os do corpo, à imagem
e o direito moral de autor subsistem efeitos post mortem (após a morte) ou
mesmo ad aeternum (eternamente).
III – O atual Código Civil inovou em relação ao diploma civilista anterior ao
dedicar um capítulo para tratar “Dos direitos da personalidade”,
representando um progresso na legislação brasileira ao disciplinar, no
âmbito infraconstitucional, direitos da personalidade outrora consagrados na
Constituição Federal de 1988, e enfatizando outros atributos da
personalidade como o direito ao corpo, ao nome e à orientação sexual.
Assinale a alternativa CORRETA:
(a) apenas a assertiva I está correta;
(b) apenas a assertiva II está correta;
(c) apenas a assertiva III está correta;
(d) todas as assertivas estão corretas;
(e) não respondida.
Comentários
A assertiva I está incorreta, pela literalidade do art. 16: “Toda pessoa tem
direito ao nome, nele compreendidos o prenome e o sobrenome”.
A assertiva II está correta, sendo deferida, nesses casos, a proteção a terceiros,
como se extrai do art. 20, parágrafo único: “Em se tratando de morto ou de
ausente, são partes legítimas para requerer essa proteção o cônjuge, os
ascendentes ou os descendentes”.
A assertiva III está incorreta, eis que apesar de inovar (fracamente) em relação
ao CC/1916, o atual diploma não pode ser considerado progressista. Igualmente,
não disciplina os direitos fundamentais consagrados na CF/1988, mas trata de
elementos diversos, ainda que complementares (direitos fundamentais x direitos
da personalidade). Por fim, o CC/2002 é lacônico ao tratar da orientação sexual,
sendo, inclusive, discriminatório em variadas passagens.
A alternativa A está correta, portanto.

37. 2013 – MPE/SP – MPE/SP – Promotor de Justiça Substituto


Por se tratar de direito da personalidade, é defeso o ato de disposição do
próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes, salvo na seguinte hipótese:
a) Em vida, com objetivo científico ou altruístico e de forma gratuita.

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b) Para se submeter, mediante exigência da família e com risco de vida, a


tratamento médico ou a intervenção cirúrgica.
c) Mediante escritura pública irrevogável.
d) Independentemente de exigência médica, visando salvar a vida de
ascendente, descendente, cônjuge ou irmão.
e) Para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial.
Comentários
A alternativa A está incorreta, conforme o art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte)”.
A alternativa B está incorreta, de acordo com o art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.
A alternativa C está incorreta, já que os atos relativos ao próprio corpo são
revogáveis.
A alternativa D está incorreta, permitindo-se a disposição, nesses caso, desde
que exista exigência médica.
A alternativa E está correta, na literalidade do art. 13, parágrafo único: “O ato
previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma
estabelecida em lei especial”.

38. 2012 – FCC – DPE/PR – Defensor Público Estadual


É correto afirmar:
A pessoa jurídica, porque não titulariza direitos subjetivos referentes à
dignidade da pessoa humana, não é titular de direitos da personalidade,
embora possa sofrer dano moral.
Comentários
O item está incorreto, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas jurídicas, no que
couber, a proteção dos direitos da personalidade”.

39. 2012 – CESPE – DPE/AC – Defensor Público Estadual


Considerando os direitos relacionados à personalidade, aos alimentos, ao
divórcio e à evicção, assinale a opção correta.
Prevalece, nos tribunais, a tese de que ao nascituro é garantida apenas a
expectativa de direito, tornando-se este efetivamente adquirido na
eventualidade de aquele nascer vivo; não tem, portanto, o nascituro direito,

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por exemplo, aos danos morais decorrentes da morte do pai causada por ato
ilícito.
Comentários
O item está incorreto, segundo variadas decisões do STJ que garantem ao
nascituro proteção, incluindo indenização por danos morais.

40. 2011 – PGR – PGR – Procurador da República


Em relação às afirmativas abaixo:
I. O direito ao nome não decorre do fato de estar ligado ao registro da pessoa
natural, mas de ser o sinal exterior que individualiza e reconhece a pessoa
na sociedade;
II. O agnome, termo atualmente em desuso, designa os títulos nobiliárquicos
ou honorificos, apostos antes do prenome;
III. O pseudônimo, em qualquer circunstância, goza da mesma proteção
legal conferida juridicamente ao nome;
IV. Na adoção, o filho adotivo pode conservar o sobrenome de seus pais de
sangue, acrescentando porém o do adotante.
Das proposições acima:
a) ( ) I e II estão corretas;
b) ( ) II e III estão corretas;
c) ( ) III e IV estão corretas;
d) ( ) Nenhuma está correta.
Comentários
O item I está incorreto, pois, em que pese o nome ser sinal exterior que
individualiza e reconhece a pessoa na sociedade, como assenta a doutrina e a
jurisprudência uníssonas, não deixa de ser o nome direito decorrente do registro,
como se extrai do art. 55, 4º da Lei de Registros Públicos: “O assento do
nascimento deverá conter o nome e o prenome, que forem postos à criança”.
O item II está incorreto, dado que não se reconhecem títulos nobiliárquicos e
honoríficos no ordenamento jurídico brasileiro desde a Proclamação da República
em 15/11/1889 e a extinção do Cartório de Nobreza e Fidalguia.
O item III está incorreto, conforme o art. 19. O pseudônimo adotado para
atividades lícitas goza da proteção que se dá ao nome”.
O item IV está incorreto, nos termos do art. 47, §1º do ECA: “A inscrição
consignará o nome dos adotantes como pais, bem como o nome de seus
ascendentes”.
A alternativa D está correta, portanto.

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41. 2011 – PGR – PGR – Procurador da República


Quanto aos direitos da personalidade, pode-se afirmar que:
a) ( ) A personalidade é sujeito de direito e os seus caracteres são a
intransmissibilidade, a irrenunciabilidade e a indisponibilidade;
b) ( ) São direitos que se destinam a resguardar a dignidade da pessoa
humana, mediante sanções, que podem ser suscitadas pelo ofendido;
c) ( ) O lesado indireto, na indenização por morte de outrem, quando age
contra o responsável, procede em nome da vítima;
d) ( ) No dano moral, os lesados indiretos são aqueles que têm um interesse
relacionado a um valor de afeição que lhes representa o bem jurídico da
vítima.
Comentários
A alternativa A está incorreta, já que sujeito de direitos é a pessoa, e não a
personalidade.
A alternativa B está incorreta, segundo o gabarito oficial, de maneira altamente
criticável. Esss posicionamento está estampado no Código Civil Anotado de Maria
Helena Diniz: "Os direitos da personalidade destinam-se a resguardar a dignidade
humana, mediante sanções, que devem ser suscitadas pelo ofendido". Em outras
palavras, para o MPF o lesado DEVE reclamar seus direitos de personalidade, não
apenas PODE, o que, não apenas na prática, mas também logicamente, é
equívoco desmesurado. No entanto, a banca assim manteve a assertiva como
incorreta. Esse problema, inclusive, fora verificado na prova de 2008, que
manteve como correta assertiva que continha o termo DEVE.
A alternativa C está incorreta, e é só imaginar a ação de indenização por morte
do pai, movida pelo filho; este a move em nome próprio, não em nome do
falecido, que, a rigor, não tem mais direito indenizatório pela extinção de sua
personalidade.
A alternativa D está correta, por correlação com a alternativa anterior;
substitua-se morte por calúnia e o raciocínio é idêntico.

42. 2011 – INSTITUTO CIDADES – DPE/AM – Defensor Público


Estadual
Os direitos de personalidade ganham expressão no direito contemporâneo
como consectário da afirmação histórica dos direitos humanos. Sobre esses
direitos é correto afirmar:

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Teoria e Questões
Aula 02 – Prof. Paulo H M Sousa

a) os direitos da personalidade são absolutamente indisponíveis,


intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo seu exercício sofrer limitação
voluntária.
b) até mesmo o morto é titular desses direitos e, devidamente representado,
tem legitimação para reclamar perdas e danos por violação dos seus direitos.
c) somente a pessoa natural é titular desses direitos, podendo dispor do
próprio corpo, vendendo órgãos ou membros dele, considerado o princípio
da autonomia privada.
d) o direito à intimidade da vida privada é inviolável, estando o juiz impedido
de adotar medidas para impedir ou fazer cessar o ato de violação,
resolvendo-se em perdas e danos.
e) são atributos específicos da personalidade e seu titular não pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou
intervenção cirúrgica.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pela previsão do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Atente,
porém, porque tecnicamente a limitação voluntária, na dicção do artigo, só
poderia ocorrer nos casos previstos em lei, ao passo que o exercício pode passar
a ideia de ser uma possibilidade geral, “sempre que não ocorra de forma geral e
permanente”.
A alternativa B está incorreta, pois não é o morto em si a demandar proteção,
mas os vivos, na forma do art. 12, parágrafo único: “Em se tratando de morto,
terá legitimação para requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge
sobrevivente, ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau”.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 52: “Aplica-se às pessoas
jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade”.
A alternativa D está incorreta, na dicção do art. 21: “A vida privada da pessoa
natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta
norma”.
A alternativa E está correta, na forma do art. 15: “Ninguém pode ser
constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a
intervenção cirúrgica”.

43. 2009 – FCC – DPE/MA – Defensor Público Estadual


Os direitos de personalidade são direitos subjetivos
(A) intransmissíveis e irrenunciáveis em qualquer hipótese, não podendo o
seu exercício sofrer limitação voluntária.

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(B) intransmissíveis e irrenunciáveis, embora excepcionalmente o seu


exercício possa sofrer limitação voluntária, mesmo sem expressa previsão
legal.
(C) e, por essa razão, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, em
qualquer hipótese, quando importar diminuição permanente da integridade
física, ou contrariar os bons costumes.
(D) fundamentais, razão pela qual a vida privada da pessoa natural é
inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as providências
necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta norma.
(E) fundamentais, razão pela qual é válida, com objetivo científico, ou
altruístico, a disposição onerosa do próprio corpo, no todo ou em parte, para
depois da morte.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pela previsão do art. 11: “Com exceção dos casos
previstos em lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária”. Atente,
porém, porque tecnicamente a limitação voluntária, na dicção do artigo, só
poderia ocorrer nos casos previstos em lei, ao passo que o exercício pode passar
a ideia de ser uma possibilidade geral, “sempre que não ocorra de forma geral e
permanente”.
A alternativa B está incorreta, igualmente, na previsão do art. 11: “Com
exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária”.
A alternativa C está incorreta, segundo o art. 13: “Salvo por exigência médica,
é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes”.
A alternativa D está correta, na dicção do art. 21: “A vida privada da pessoa
natural é inviolável, e o juiz, a requerimento do interessado, adotará as
providências necessárias para impedir ou fazer cessar ato contrário a esta
norma”.
A alternativa E está incorreta, consoante regra do art. 14: “É válida, com
objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo
ou em parte, para depois da morte.”

44. 2007 – FJPF – DPE/RO – Defensor Público Estadual


O ato de disposição do próprio corpo com objetivo científico ou altruístico
somente pode ser reputado válido se for nas seguintes condições:
A) espontâneo e honorífico
B) sem ônus e autoaplicável

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C) sinalagmático e post mortem


D) gratuito e para depois da morte
E) oneroso e com eficácia inter vivos
Comentários
A alternativa A está incorreta, já que honorífico não é um requisito legal.
A alternativa B está incorreta, podendo haver revogação, a qualquer tempo, da
autorização.
A alternativa C está incorreta, inexistindo sinalagma nesse ato jurídico.
A alternativa D está correta, consoante regra do art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte”.
A alternativa E está incorreta, novamente, dada a onerosidade vedada por lei.

45. 2006 – CETRO CONCURSOS – DPE/BA – Defensor Público


Estadual
No que concerne aos “direitos da personalidade”, a legislação vigente dispõe
que:
I. Todos os direitos da personalidade, sem qualquer exceção são
intransmissíveis e irrenunciáveis, podendo apenas o seu exercício sofrer
limitação voluntária.
II. Pode-se apenas exigir que cesse a lesão, a direito da personalidade, e
reclamar perdas e danos, sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.
A mera ameaça a direitos de personalidade não resta protegida pela
legislação.
III. É absolutamente defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando
importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons
costumes, ainda que haja pronunciamento médico favorável.
IV. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita ou
paga do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.
V. O testamento vital é aceito pela legislação brasileira nos termos do Código
Civil fundado no princípio da dignidade humana e no art. 15 do citado
diploma legal ao dispor que “Ninguém pode ser constrangido a submeter-se,
com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica”.
Analisando as assertivas acima, verifica-se que:
(A) Apenas I e III estão corretas.
(B) Apenas IV e V estão corretas.
(C) Apenas a V está incorreta.

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(D) Todas estão corretas.


(E) Todas estão incorretas.
Comentários
O item I está incorreto, conforme art. 11: “Com exceção dos casos previstos em
lei, os direitos da personalidade são intransmissíveis e irrenunciáveis, não
podendo o seu exercício sofrer limitação voluntária.”
O item II está incorreto, de acordo com o art. 12: “Pode-se exigir que cesse a
ameaça, ou a lesão, a direito da personalidade, e reclamar perdas e danos, sem
prejuízo de outras sanções previstas em lei.”
O item III está incorreto, na dicção do art. 13: “Salvo por exigência médica, é
defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição
permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes.”
O item IV está incorreto, consoante regra do art. 14: “É válida, com objetivo
científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em
parte, para depois da morte.”
O item V estaria incorreto, em 2006. No entanto, com a publicação da Resolução
do CFM nº 1.995/2012, esse item poderia ser considerado correto.
A alternativa E está correta, portanto.

46. 2004 – PGE – PGE/MS – Procurador do Estado


Leia atentamente e responda se falsa ou verdadeira as frases abaixo:
Com exceção dos casos previstos em lei, os direitos da personalidade são
intransmissíveis e irrenunciáveis;
Comentários
O item está correto, conforme mencionado acima, eis que os direitos de
personalidade não admitem transmissão ou renúncia, salvo expressamente
permitido em lei, especificamente quanto a seus efeitos patrimoniais, em geral.

Resumo

Quais são as características dos direitos de personalidade?

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A. Absolutos

• Eficazes contra todos (erga omnes)


• No entanto, são os direitos da personalidade relativizados,
sobretudo aqueles que diretamente dependem da intervenção
estatal, como os chamados direitos subjetivos públicos (saúde,
educação, meio ambiente, moradia etc.)

B. Indisponíveis

• Insuscetíveis de alienação
• Porém, são disponíveis os efeitos patrimoniais de todos os direitos
de personalidade e os próprios direitos de personalidade são
disponíveis, a depender da situação, como o direito à imagem ou
ao corpo, por exemplo

C. Irrenunciáveis

• Insuscetíveis de renúncia ou limite


• Mas, são renunciáveis os efeitos patrimoniais de todos os direitos
de personalidade e os próprios direitos de personalidade são
renunciáveis, a depender da situação (vacinação obrigatória,
renúncia de direito autoral)

D. Imprescritíveis

• Não há prazo para sua utilização e não deixam de existir pelo


simples decurso do tempo
• Já os efeitos patrimoniais dos direitos da personalidade
prescrevem, como, por exemplo, o dano moral

E. Extrapatrimoniais

• Não são avaliáveis em dinheiro


• Porém, em caso de indenização por violação, afere-se a violação
por indenização pecuniária

F. Inatos

• Nascem com a pessoa e morrem com ela, independentemente de


atuação
• No entanto, os direitos da personalidade se estabelecem ainda
antes da pessoa nascer, como é o caso da proteção da
personalidade do nascituro, e ainda perduram, mesmo com a
morte, como no caso da proteção do nome do falecido

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Estabelece-se uma divisão arbitrária entre os direitos humanos, direitos


fundamentais e direitos da personalidade. Todos, porém, decorrem do
princípio reitor do sistema jurídico brasileiro, a dignidade humana.

• Declaração das Nações Unidas de 1948


• Plano internacional
Direitos Humanos • Humanidade em geral
• Pessoa X Estado internacional

• CF/1988
• Plano constitucional
Direitos Fundamentais • Liberdades Públicas
• Pessoa X Estado nacional

• CC/2002, CDC, Estatuto do Idoso etc.


Direitos da • Plano interprivado
Personalidade • Minudenciação dos direitos humanos e
fundamentais
• Pessoa X Pessoa

Como funciona a proteção do nome no direito brasileiro?

Proteção do prenome (nome) e sobrenome (nome de família ou patronímico)

Proteção de apelidos e pseudônimos lícitos e socialmente reconhecidos

Possiblidade de adição do nome do cônjuge

Possibilidade de substituição por apelido notório

Impossibilidade de registrar prenome ridículo

Possibilidade de alterar um ano após a maioridade

Possiblidade de filho socioafetivo incluir sobrenome, com concordância

Possibilidade de alteração do prenome do adotado menor

Possibilidade de alteração do nome do estrangeiro errado, difícil e


impronunciável

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Possiblidade de alteração do prenome de transexual

Proteção do nome social de transgênero

Considerações Finais
Chegamos ao final desta aula. Vimos os temas que orbitam ao redor dos Direitos
da Personalidade. São temas, atualmente, muito mais afeitos à jurisprudência do
que à legislação, dado que o CC/2002 é altamente lacunoso a respeito deles.
Quaisquer dúvidas, sugestões ou críticas entrem em contato conosco. Estou
disponível no fórum no Curso, por e-mail e, inclusive, pelo Facebook.
Aguardo vocês na próxima aula. Até lá!

Paulo H M Sousa

prof.phms@gmail.com

facebook.com/prof.phms

Fórum de Dúvidas do Portal do Aluno

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