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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS

CENTRO DE CIÊNCIAS DA VIDA


FACULDADE DE PSICOLOGIA

GIULIA TRIVELLATO
RAFAELA ANDOLFATI

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO GUSTATIVA,


OLFATIVA E TÁTIL

CAMPINAS
2017
GIULIA TRIVELLATO
RAFAELA ANDOLFATI

SENSAÇÃO E PERCEPÇÃO GUSTATIVA, OLFATIVA


E TÁTIL

Trabalho apresentado como exigência


parcial para aprovação na disciplina de
Fenômenos e Processos Psicológicos A
Prática, ministrada no 1º Período da
faculdade de Psicologia, da Pontifícia
Universidade Católica de Campinas.

Orientadora: Profa. Dra. Luciana Gurgel


Guida Siqueira

PUC-CAMPINAS
2017
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1 INTRODUÇÃO

Segundo Myers (2010), a sensação e a percepção se fundem em nossas


experiências cotidianas e são essenciais para a compreensão dos comportamentos
humanos. Dessa forma, o ser humano é capaz de receber e interpretar estímulos
do ambiente através destes dois processos, respectivamente. Para que isso seja
feito é utilizado todos os sentidos do nosso corpo: olfato, paladar, audição, visão e
tato.
Apesar de não ser essêncial para a preservação humana e ser o mais
primitivo dos sentidos, nenhum outro sentido tem ação tão imediata quanto o olfato.
Ao sentir um cheiro, a célula olfativa (neurônios receptores que se encontram na
cavidade nasal), envia um sinal ao cérebro, que atinge o sistema límbico,
responsável pelo reconhecimento dos cheiros pela memória. O olfato possui mais
de 10 mil odores diferentes e a todo momento uma pessoa está em contato com
inumeras moléculas que circulam o ar, chegando nas passagens nasais, portanto,
o tempo todo uma pessoa recebe, consciente ou incoscientemente, estímulos
olfativos. (FELDMAN, 2015).

A percepção olfativa é intrinsicamente ligada à gustativa, uma vez que


as duas se encontram em uma região do córtex cerebral que produz o sentido do
gosto. (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005). Responsável por despertar o apetite,
pelo prazer das refeições, e por dominar a sensação de sabor, é impossível sentir
o gosto de um alimento sem o olfato. Ele é o sentido que produz a saliva e, sem
saliva, consequentemente, não há reconhecimento do sabor por completo. O
principal orgão associado ao paladar, por exemplo, é o nariz. Uma pessoa resfriada
não consegue sentir o sabor de uma comida pois os aromas não conseguem subir
pela passagem nasal, dessa forma, nota-se a importância do olfato. (FELDMAN,
2015).

Por sua vez, o paladar, junto com o olfato, mostra o que se deve ou não
deve ser consumido para que possamos fazer a ingestão de alimentos que
contenham maior quantidade de nutrientes e os que possam ser prejudiciais ao
serem ingeridos. (DAVIDOFF, 2001). Segundo Hilgard (2012), o estímulo no
paladar é feito por uma substância solúvel na saliva. Os receptores são chamados
de papilas gustativas e são localizados na língua, a qual corresponde ao paladar,
3

que permite a identificação de gostos diferentes: doce, amargo, azedo e salgado.


Cada parte da língua é sensível a um desses gostos e, além disso, a grande
quantidade de sensores identificam também a temperatura, textura e, portanto, o
sabor do alimento. Em contrapartida, as papilas gustativas estão sempre se
desgastando devido a alta temperatura de alguns alimentos e bebidas ingeridos.
Por consequência disso, as papilas são sempre renovadas e substituídas com o
passar dos dias e, se não fossem, o humano perderia a capacidade de sentir o
gosto das coisas. (FELDMAN, 2015).

A percepção tátil possui três conceitos, a partir dos quais é possível


explicá-la: pressão, dor e temperatura.

A dor é um sistema de alerta que impede você de continuar


atividades que possam infligir danos. Quer a mensagem seja feita
para tirar a mão de um fogão quente, quer parar parar de correr
quando você machucou o tendão, a dor sinaliza que você tem de
parar de fazer o que quer que esteja fazendo.(...) Os receptores de
temperatura, toque e dor são neurônios sensórios que terminam na
camada mais externa da pele, a epiderme. Seus longos axônios
entram no sistema nervoso central pelos nervos espinhais ou
cranianos. (GAZZANIGA; HEATHERTON, 2005)

Desde o início da história humana, o tato é essencial para o


desenvolvimento. Os estímulos táteis, quando muito trabalhados, resultam em um
crescimento sensorial muito evidente. Inúmeros experimentos apontam que os
contatos na infância, por exemplo, traduzem trocas afetivas fundamentais para o
crescimento sadio dos bebês, criando uma capacidade de comunicar sentimentos
acima da expectativa. (MYERS, 2012).

Conclui-se portanto que os sentidos não só envolvem os aspectos inatos


mas como também os sociais. Pessoas com culturas diferentes e de diferentes
idades possuem sentidos mais habituados com certos estímulos que podem causar
estranhamento para outros que não estão acostumados com os tais, e assim
sucessivamente. Todos os sentidos se interagem e se integram ao interpretar o
mundo ao redor.
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2 PERCEPÇÃO OLFATIVA

2.1 Objetivos

-Experimentar diferentes estímulos por meio da percepção olfativa de


diferentes estímulos sem o auxílio da visão;
-Relacionar com a teoria.

2.2 Método

2.2.1 Situação

O experimento foi realizado no Centro de Ciências da Vida, na faculdade


de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no bloco C, sala
C23A, que é utilizada como laboratório da disciplina Fenômenos e Processos
Psicológicos. A sala é retangular, com mesas laterais contendo computadores que
permaneceram desligados durante o experimento. Possui 9 luminárias de
lâmpadas fluorescentes no teto, que ficaram acesas, e 6 ventiladores ligados. Ao
fundo da sala, janelas cobertas por cortinas azuis, e quatro armários. À frente, uma
lousa branca e ao centro uma mesa retângular rodeada de cadeiras que foram
ocupadas pelos alunos que observavam o experimento.

2.2.2 Participantes

Participante 1: J.G.B.P, 18 anos e 3 meses, sexo feminino;


Participante 2: R.M.F, 18 anos e 3 meses, sexo feminino;
Participante 3: J.G.B.P, 18 anos e 3 meses, sexo masculino.

2.2.3 Material

-Orégano
-Canela
-Álcool
-Essência de baunilha
5

-Cravo
-Manjericão
-Essência de laranja
-Curry
-Camomila
-Hortelã
-Cebolinha
-Essência de morango
-Venda
-Café

2.2.4 Procedimentos

Primeiramente, a temperatura estava muito alta e optou-se por manter


os ventiladores ligados, com exceção daquele que ficava exatamente acima dos
participantes durante o experimento, para que o vento não atrapalhasse. Os
participantes foram escolhidos voluntariamente e esperaram fora da sala até que
tudo estivesse preparado. Cada participante entrou com vendas sobre os olhos,
guiados por outra aluna voluntária até a mesa, onde ficaram de frente para os outros
alunos que iriam realizar as observações. Ao sentar-se, era colocado próximo ao
nariz do participante um cheiro de cada vez, sendo pedido a ele que falasse qual o
cheiro e o que ele o lembrava. Foi utilizado café como neutralizador, que era
oferecido pela professora que auxiliava o experimento. Finalmente, o participante
retira sua venda e analisa os materiais, seguido por uma discussão promovida entre
todos os alunos e a professora. Entra então o próximo participante, até que os três
tenham realizado o experimento por completo. O experimento foi concluído após o
esclarecimento de dúvidas pela professora.
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2.3 Resultados

Os resultados do experimento de percepção olfativa foram os seguintes:

QUADRO 1 – Resultados referentes à percepção olfativa


Material Participante 1 Participante 2 Participante 3
1.Orégano Cheiro de pomada Tempero ✓
ou alimento
2.Canela ✓ ✓ ✓
3.Álcool ✓ ✓ ✓
4.Baunilha Creme, doce, ✓ ✓
(Essência) xarope infantil
5.Cravo Chá, erva, ✓ ✓
conhece e não
lembra o nome
6.Manjericão Pimenta, acerola, ✓ ✓
laranja
7.Laranja Pêssego, gloss ✓ “Não faço ideia”,
(Essência) doce
8.Curry Chá, camomila Forte, tempero Tempero
9.Camomila Achocolatado, “coisa de fazer Chá, ervas
cítrico chá”
10.Hortelã ✓ ✓ ✓
11.Cebolinha Tempero ✓ ✓
12.Morango ✓ ✓ Doce, lembra
(Essência) groselha
Total de acertos 04 09 08
Legenda: ✓ - Acerto

De acordo com a tabela, as essências mais facilmente identificadas


foram a canela, o ácool e a hortelã. Por outro lado, os menos identificados foram o
curry e a camomila. A participante 2 obteve maior número de acertos, enquanto o
menor foi da participante 1.
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2.4 Discussão

As observações feitas mostram a facilidade de identificação das


essências de hortelã, canela e álcool. Isso ocorre devido a constante participação
delas no cotidiano, tornando-as mais reconhecíveis e marcantes.
Houveram alguns materiais cujos participantes reconheciam o cheiro,
mas precisavam da visão para identificá-los. O olfato atinge o sistema límbico do
cérebro, de forma a não haver esquecimento da maioria dos cheiros, portanto
tinham em sua cabeça a memória do cheiro mas não o seu nome, inclusive
disseram com frequência “se eu pudesse ver, eu saberia” e “conheço mas não sei
o nome”.
O olfato humano permite-nos detectar mais de 10 mil odores
diferentes. Também temos boa memória para odores, sendo que
fatos e lembranças – boas e más - há muito esquecidos podem ser
rememorados com uma simples lufada de um odor associado a ele.
(FELDMAN, 2015, p.108)

Uma das essências não identificadas por todos os participantes foi a


camomila, da qual os participantes conseguiam identificar sua origem e relações
(chá, ervas), mas não souberam lembrar seu nome . O curry, por sua vez, também
não foi identificado, devido a falta de lembrança e de vivência em relação a ele, por
ser um tempero que não é habitualmente utilizado na cultura brasileira e que,
portanto, não tiveram acesso anterior a ele.
Os três participantes se sentiram desconfortáveis e expostos ao utilizar
uma venda e deixar de lado o sentido da visão, o que pode ter interferido em suas
performances. Foi o que aconteceu com o participante 3, que ficou bastante
desnorteado com a venda, perdendo a noção de todos os sentidos e sem nem
saber qual tom de voz usar. Porém se descreveu como uma pessoa bastante
olfativa, que tem o costume de cheirar as coisas do cotidiano e que ajuda sua mãe
na cozinha, possuindo então uma facilidade na identificação dos cheiros,
principalmente temperos, como o cravo e o orégano.
A participante 2 também possui vivência histórica com cheiros, uma vez
que sua mãe é cozinheira e faz doces. Soube identificar os cheiros mais dificilmente
identificáveis, a essência de morango e de laranja, que evidencia a sua maior
sensibilidade com cheiros mais doces. Além disso, tentou colocar suas mãos por
ser uma pessoa bastante tátil.
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Em contrapartida, a participante 1, se descreve uma pessoa visual e


detalhista, e obteve um resultado inferior aos demais. Isso se deve ao fato de ter
acabado de mascar um chiclete, levando seu sentido olfativo a ter pequenos
deslizes, uma vez que o cheiro do chiclete é muito característico, e por ter um
histórico de vivências distante da cozinha e, consequentemente, de odores
diversos.
Por conta do sentido olfativo ser primitivo, o olfato é capturado pelos
cílios olfativos e, sem passar pelo tálamo, é recebido pelo bulbo cerebelar, onde
recebe informações do nariz e centros límbicos antigos, associados a memória e
emoção, o que explica o poder de evocar sentimentos e lembranças através do
cheiro. (MYERS, 2012)
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3 PERCEPÇÃO TÁTIL

3.1 Objetivos

-Experimentar diferentes estímulos por meio da sensação e percepção


tátil;
-Comparar a sensação e percepção tátil ativa e passiva;
-Refletir sobre a sensação e percepção tátil e relacioná-las com a teoria.

3.2 Método

3.2.1 Situação

O experimento foi realizado no Centro de Ciências da Vida, na faculdade


de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no bloco C, sala
C23A, que é utilizada como laboratório da disciplina Fenômenos e Processos
Psicológicos. A sala é retangular, com mesas laterais contendo computadores que
permaneceram desligados durante o experimento. Possui 9 luminárias de
lâmpadas fluorescentes no teto, que ficaram acesas, e 6 ventiladores ligados. Ao
fundo da sala, janelas cobertas por cortinas azuis, e quatro armários. À frente, uma
lousa branca e ao centro uma mesa retângular rodeada de cadeiras que foram
ocupadas pelos alunos que observavam o experimento.

3.2.2 Participantes

Participante 1: G.F.H.M.C, 22 anos e 8 meses, sexo masculino;


Participante 2: M.R.V, 20 anos e 1 mês, sexo feminino;
Participante 3: V.S.G.C, 20 anos e 5 meses, sexo masculino.

3.2.3 Material

-Venda
-Isopor
-Lixa
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-Esponja
-Vidro
-Algodão
-Palha de aço
-Lã
-Madeira
-Gesso
-Cortiça
-EVA
-Acrílico

3.2.4 Procedimentos

Os participantes foram escolhidos voluntariamente e esperaram fora da


sala até que tudo estivesse preparado. Cada participante entrou com vendas sobre
os olhos, guiados por uma aluna voluntária até a mesa, onde ficaram de frente para
os outros alunos que iriam realizar as observações. Ao sentar-se, era colocado
próximo ao participante um objeto de cada vez, sendo pedido a ele que falasse qual
o objeto e o que ele o lembrava. Houve o toque passivo, que consiste em apenas
encostar e friccionar o material com o polegar, e o toque ativo, no qual o participante
pôde segurar o material em suas mãos e sentí-lo melhor. Finalmente, o participante
retira sua venda e analisa os materiais, seguido por uma discussão promovida
pelos alunos e a professora. Entra então o próximo participante, até que os três
tenham realizado o experimento por completo. O experimento foi concluído após o
esclarecimento de dúvidas pela professora.
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3.3 Resultados

Os resultados do experimento de percepção tátil foram os seguintes:

QUADRO 2 – Resultados referentes à percepção tátil:


Material Participante 1 Participante 2 Participante 3
Passiva Ativa Passiva Ativa Passiva Ativa
1.Isopor Liso ✓ Pelúcia/ ✓ Liso ✓
toalha
2.Lixa Borracha ✓ Madeira Palito de ✓ ✓
sorvete
3.Espon- ✓ ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
ja
4.Vidro Borracha ✓ Duro, ✓ Liso, ✓
placa gelado
5.Algo- Pano ✓ ✓ ✓ ✓ ✓
dão
6.Palha ✓ ✓ Áspero e ✓ ✓ ✓
de aço mole
7.Lã Algodão, Estopa Pano Linha Macio ✓
bombril
8.Madei- Pedra ✓ Duro ✓ Áspero ✓
ra
9.Gesso Azulejo ✓ Duro Giz Duro Não sabe
10.Corti- Mole e ✓ Áspero e Tinta, Áspero, Couro
ça áspero mole couro fino
11.E.V.A Papel Isopor Liso e ✓ Liso, Enfeite
colorido mole macio de festa,
não sabe
o nome
12.Acríli- Sólido ✓ Liso e ✓ Não ✓
co duro sabe, liso
Acertos 02 09 02 08 04 09
Legenda: ✓ - Acerto

De acordo com a tabela, os objetos mais facilmente identificados foram


a esponja, a palha de aço e o algodão. Por outro lado, os menos identificados foram
o gesso, a cortiça e o EVA. Houve significante diferença entre o número de acertos
na percepção passiva e na ativa com todos os participantes. O participante 3 teve
o maior desempenho no experimento, com o dobro de acertos dos outros
12

participantes na percepçao passiva. Na ativa, seu resultado se igualou a do


participante 1.

3.4 Discussão

Na percepção ativa, as participantes tiveram maior resultado do que na


percepção passiva, pois a área de contato das mãos com o objeto era maior.
Também é importante ressaltar que o dedão é a área menos sensível para pressão.
Nessa direção, quanto maior a área de contato, maior a quantidade de receptores
sensoriais estimulados à percepção de textura, e até das formas, e dessa forma,
com mais características, melhor a interpretação feita pelo cérebro (HILGARD,
2012).
É importante notar que as características pessoais modificam a
interpretação, pois através do tato ativo pode-se identificar imediatamente objetos
que são familiares, como foi o caso da esponja e do algodão nesse experimento.
Em oposição, o E.V.A e a cortiça são materiais que os participantes possuem
menos vivências relacionadas a eles, e, muitas vezes, conhecem mas não
possuem referência do nome, e lembram de um objeto que possui uma superfície
de textura similar.
A percepção ativa permite identificar diversas características do material
com bastante precisão, dentre elas a temperatura, a textura, o peso e o formato.
Porém, o formato dos objetos acabaram interferindo muito na resposta dos
participantes, na maioria das vezes até atrapalhando, devido ao fato de focarem
mais nele que nas outras características. O gesso por exemplo, estava em um
formato compacto e portanto houve dificuldade em identificá-lo, apesar de ser um
material facilmente identificável e de comum vivência histórica entre as pessoas.
A participante 1 percebeu bastante as diversas características do
material, o que acabou facilitando sua percepção por meio de outras referências
além da textura. Houve uma grande facilidade na descrição das texturas, porém
deixou-se levar algumas vezes por conta do formato. Relatou que sentia-se
frustrada com apenas um dedo, pois era muito difícil sentir a textura sem poder
esfregar o dedo no objeto. Além disso, utilizou a audição pra ajudar na identificação
da madeira e do vidro.
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No caso da participante 2, relatou que estava muito nervosa e se


descreveu como uma pessoa bastante tátil, que tem mania de colocar a mão em
tudo. Também participava de feiras culturais, portanto soube identificar o E.V.A, por
exemplo, com mais facilidade.
O participante 3 teve um desempenho acima da média, acertando
inclusive o dobro das outras participantes na percepção passiva. Relatou estar
tranquilo e ter identificado a lixa por ser algo muito desprazeroso para ele.
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4 PERCEPÇÃO GUSTATIVA

4.1 Objetivos

-Experimentar diferentes estímulos por meio da sensação e percepção


gustativa;
-Comparar a sensação e percepção de diferentes estímulos gustativos
sem o auxílio da visão e do olfato;
-Relacionar com a teoria.

4.2 Método

4.2.1 Situação

O experimento foi realizado no Centro de Ciências da Vida, na faculdade


de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas, no bloco C, sala
C23A, que é utilizada como laboratório da disciplina Fenômenos e Processos
Psicológicos. A sala é retangular, com mesas laterais contendo computadores que
permaneceram desligados durante o experimento. Possui 9 luminárias de
lâmpadas fluorescentes no teto, que ficaram acesas, e 6 ventiladores ligados. Ao
fundo da sala, janelas cobertas por cortinas azuis, e quatro armários. À frente, uma
lousa branca e ao centro uma mesa retângular rodeada de cadeiras que foram
ocupadas pelos alunos que observavam o experimento.

4.2.2 Participantes

Participante 1: J.G.B.P, 18 anos e 3 meses, sexo feminino;


Participante 2: J.G.B.B, 18 anos e 3 meses, sexo masculino;

4.2.3 Material

-Venda
-Água
-Maçã
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-Água com sal


-Pepino
-Pêra
-Kiwi
-Água com limão
-Batata crua

4.2.4 Procedimentos

Os participantes foram escolhidos voluntariamente e esperaram fora da


sala até que tudo estivesse preparado. Cada participante entrou com vendas sobre
os olhos, guiados por outra aluna voluntária até a mesa, onde ficaram de frente
para os outros alunos que iriam realizar as observações. Ao sentar-se, esta aluna
colocava na boca dos participantes um alimento de cada vez, enquanto a
professora que auxiliava o experimento tampava o nariz deles. Era perguntado a
eles qual o alimento e o que ele os lembrava. Logo após ingerirem todos os
alimentos, o experimento era repetido com o auxílio do olfato, ou seja, sem ter o
nariz tampado. Foi utilizada água como neutralizadora, que era oferecida entre os
alimentos pela professora. Finalmente, o participante retira sua venda e analisa os
materiais, seguido por uma discussão promovida por todos os alunos e a
professora. Entra então o próximo participante, até que os três tenham realizado o
experimento por completo. O experimento foi concluído após o esclarecimento de
dúvidas pela professora.
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4.3 Resultados

Os resultados do experimento de percepção gustativa foram os seguintes:

QUADRO 3 – Resultados referentes à percepção gustativa:


Material Participante 1 Participante 2
Sem olfato Com olfato Sem olfato Com olfato
1.Maçã ✓ ✓ ✓ ✓
2.Água com sal ✓ (lembra ✓ ✓ ✓
shoyu)
3.Pepino Melancia “Já comi, não ✓ ✓
sei”
4.Pêra Mamão/melão Mamão/melão Fruta, não ✓
faz ideia
5.Kiwi Amargo Carambola Não sabe Fruta
6.Água com Meio amargo Mais familiar, ✓ ✓
limão não sabe
7.Batata crua Dura, não faz Abobrinha, Não sabe Rabanete
ideia pepino
Total de acertos 02 02 04 05
Legenda: ✓ - Acerto

De acordo com a tabela, os alimentos mais facilmente identificados


foram a maçã e a água com sal. Por outro lado, os menos identificados foram o kiwi
e a batata crua. A participante 2 obteve maior número de acertos, sendo maior com
a presença do olfato. Os acertos da primeira participante foram iguais nas etapas
com e sem a presença do olfato.
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4.4 Discussão

As estruturas receptoras do paladar são chamadas de botões gustativos,


seus órgãos receptores se encontram em toda a superfície interna da boca,
principalmente na língua, onde são encontradas papilas que se distinguem pela
forma, localização e função. Há uma grande diferença também da região lingual
que é estimulada: apesar de os quatro sabores primários (doce, azedo, amargo e
salgado) poderem ser traduzidos em grande parte da língua, cada região lingual
tem uma sensibilidade característica, para o amargo as áreas mais sensíveis são a
frente e, em especial, o palato mole (Collins, 1934); para o salgado, as laterais e a
frente; para o azedo principalmente as laterais posteriores; e para o sabor doce a
parte menos sensível é a dianteira. (SHIFFMAN, 2005).
A participante 1 estava nervosa com o experimento por esperar
alimentos aversivos. Teve dificuldade na identificação do kiwi, uma vez que não
gosta e, portanto, não tem o costume de ingerí-lo. Além disso, chegou a confundir
a pêra com a maçã, algo que é comum, principalmente na etapa sem o olfato.
Entre os sabores primários, o amargo foi evidente assim que a
participante 1 confundiu a água com sal com o shoyu, e ainda comentou que gosta
muito de shoyu e que o coloca em tudo. “Segundo Moncrief (1951), a sensação do
salgado e acidez são mais básicas, por que o desenvolvimento do paladar se deu
a partir da vida marinha.”. (SHIFFMAN, 2005).
A participante 2 relatou que cozinha bastante, que tem costume de
comer salada sem tempero e que gosta muito de frutas, apesar de não ter
identificado o kiwi.
É interessante argumentar a curta duração vital, de alguns dias, das
células gustativas, que em seguida são renovadas permanentemente. As mesmas
envelhecem muito depois, portanto as qualidades gustativas dos sabores doces e
salgados diminuem conforme a idade. (SHIFFMAN, 2005).
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5 REFERÊNCIAS

FELDMAN, Robert S., Introdução à psicologia. 10 ed.: AMGH Editora Ltds., 2015.

MYERS, David G., Psicologia. 9 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2012.

ATINKSON; HILGARD, Introdução à psicologia. 15 ed. São Paulo: Cengage


Learning, 2012.

SHIFFMAN, Harvey R., Sensação e percepção. 5 ed. Rio de Janeiro: LTC, 2005.

DAVIDOFF, Linda L., Introdução à psicologia. 3 ed. Pearson - Makron Books, 2000.

GAZZANIGA, Michael S.; HEATHERTON, Todd F., Ciência psicológica: mente,


cérebro e comportamento. 2 ed. Porto Alegre: Artmed, 2005.

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