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Obj 1

A insulina é um dos mais importantes hormônios que coordenam a utilização de combustíveis


pelos tecidos. Seus efeitos metabólicos são anabólicos, favorecendo, por exemplo, a síntese de
glicogênio, de triacilgliceróis e de proteínas. A biossíntese envolve dois precursores inativos, a
pré-pró-insulina e a pró-insulina, que são clivados sequencialmente para formar o hormônio
ativo mais o peptídeo C. (Nota: o peptídeo C é essencial para a organização correta da molécula
de insulina. Além disso, devido a sua meia-vida mais longa no plasma, o peptídeo C é um bom
indicador da produção e da secreção de insulina.) A insulina é degradada pela enzima insulinase,
presente no fígado e, em menor quantidade, nos rins. A insulina possui uma meia-vida
plasmática de aproximadamente seis minutos. Essa curta duração de ação permite alterações
rápidas nos níveis circulantes desse hormônio. A secreção da insulina pelas células β das ilhotas
de Langerhans do pâncreas está intimamente coordenada com a liberação do glucagon pelas
células α pancreáticas. As quantidades relativas de insulina e glucagon liberadas pelo pâncreas
são reguladas de modo que a velocidade de produção hepática da glicose é mantida igual à
velocidade de utilização da glicose pelos tecidos periféricos. Em vista do seu papel de
coordenadora, não surpreende que a célula β responda a uma variedade de estímulos. Em
especial, a secreção de insulina é aumentada por:

a. Glicose. As células β são os mais importantes sensores corporais de glicose. Assim como
o fígado, as células β possuem transportadores de glicose do tipo GLUT-2 e apresentam
atividade glicocinase, e, portanto, podem fosforilar a glicose em quantidades
proporcionais à sua concentração sanguínea real. A ingestão de glicose ou de uma
refeição rica em carboidratos leva a um aumento na glicose sanguínea, o que é um sinal
para um aumento na secreção de insulina (assim como para diminuição na síntese e
liberação de glucagon). A glicose é o estímulo mais importante para a secreção de
insulina além de favorecer a expressão do gene da insulina.)
b. Aminoácidos. A ingestão de proteínas causa um aumento transitório nos níveis
plasmáticos de aminoácidos, os quais, por sua vez, induzem imediata secreção de
insulina.
c. Hormônios gastrintestinais. A maioria dos hormônios gastrintestinais estimula a
liberação de insulina. Os peptídeos intestinais colecistocinina e o polipeptídeo inibitório
gástrico (peptídeo insulinotrópico dependente de glicose) aumentam a secreção de
insulina em resposta à glicose oral. Esses hormônios são liberados pelo intestino
delgado após a ingestão de alimentos e causam um aumento antecipatório nos níveis
de insulina. Isso pode ser responsável pelo fato de que a mesma quantidade de glicose
administrada por via oral induz uma secreção muito maior de insulina do que a
administrada por via intravenosa.

A liberação de insulina dependente de glicose na corrente sanguínea é mediada por aumento


na concentração de cálcio na célula β. A glicose captada pela célula β é metabolizada, com
formação subsequente de ATP, que, por sua vez, causa fechamento dos canais de potássio
sensíveis a ATP, despolarização da membrana plasmática, ativação dos canais de cálcio operados
por voltagem e, finalmente, influxo de cálcio para a célula. O cálcio promove liberação pelas
células β de insulina contida nas vesículas. A síntese e a liberação de insulina estão diminuídas
quando existe escassez de combustíveis da dieta e também durante períodos de estresse (p. ex.,
febre ou infecção). Esses efeitos são mediados principalmente pela adrenalina, que é secretada
pela medula adrenal em resposta ao estresse, ao trauma ou ao exercício intenso. Nessas
condições, a liberação de adrenalina é controlada especialmente pelo sistema nervoso. A
adrenalina possui um efeito direto sobre o metabolismo energético, causando uma mobilização
rápida de combustíveis produtores de energia, incluindo a glicose hepática e os ácidos graxos
provenientes do tecido adiposo. Além disso, a adrenalina pode impedir a liberação normal de
insulina estimulada pela glicose. Assim, em situações de emergência, o sistema nervoso
simpático substitui em grande parte a concentração plasmática de glicose como influência
controladora da secreção das células β.

Efeitos metabólicos da insulina

1. Efeitos sobre o metabolismo dos carboidratos. Os efeitos da insulina no metabolismo


da glicose promovem seu armazenamento e são mais proeminentes em três tecidos:
fígado, músculo e tecido adiposo. No fígado e no músculo, a insulina aumenta a síntese
de glicogênio. No músculo e no tecido adiposo, a insulina aumenta a captação de glicose
por aumentar o número de transportadores de glicose (GLUT-4) na membrana da célula.
Assim, a administração intravenosa de insulina causa uma diminuição imediata na
concentração de glicose no sangue. No fígado, a insulina diminui a produção de glicose
por inibir a glicogenólise e a gliconeogênese.
2. Efeitos sobre o metabolismo de lipídeos. O tecido adiposo responde dentro de minutos
à administração de insulina, a qual causa uma importante redução na liberação de
ácidos graxos:
A) Diminuição na degradação de triacilgliceróis. A insulina diminui os níveis de ácidos
graxos livres circulantes por inibir a atividade da lipase sensível a hormônio, a qual
degrada triacilgliceróis no tecido adiposo. A insulina age promovendo a desfosforilação
e, portanto, a inativação da enzima.
B) Aumento na síntese de triacilgliceróis. A insulina aumenta o transporte e o
metabolismo da glicose nos adipócitos, fornecendo o substrato glicerol-3-fosfato para a
síntese de triacilgliceróis. A insulina também aumenta a atividade da lipase lipoproteica
no tecido adiposo, por aumentar a síntese da enzima, fornecendo, assim, ácidos graxos
para esterificação. (Nota: no fígado, a insulina promove a conversão de glicose em
triacilgliceróis.)
3. Efeitos sobre a síntese proteica. Na maioria dos tecidos, a insulina estimula a entrada
de aminoácidos nas células e a síntese de proteínas. (Nota: a insulina estimula a síntese
proteica por meio da ativação de fatores necessários para a tradução.)

O glucagon é um hormônio polipeptídico secretado pelas células α das ilhotas de Langerhans


pancreáticas. O glucagon, juntamente com a adrenalina, o cortisol e o hormônio do crescimento
(os "hormônios contrarreguladores"), se opõe a muitas das ações da insulina. Em especial, o
glucagon age na manutenção dos níveis de glicose sanguínea, pela ativação da glicogenólise e
da gliconeogênese hepáticas. O glucagon é sintetizado como uma grande molécula precursora
(pré-pró-glucagon), que é convertida no glucagon por meio de uma série de clivagens
proteolíticas seletivas, similares àquelas na biossíntese da insulina. Ao contrário da insulina, o
pré-pró-glucagon origina vários produtos em diferentes tecidos. A célula α é responsiva a uma
variedade de estímulos que sinalizam uma hipoglicemia real ou potencial. A secreção do
glucagon é aumentada por:

1. Glicemia baixa. Uma diminuição na concentração plasmática de glicose é o principal


estímulo para a liberação de glucagon. Durante um jejum noturno ou prolongado, os
níveis elevados de glucagon previnem a hipoglicemia (veja a seguir a discussão sobre
hipoglicemia).
2. Aminoácidos. Os aminoácidos provenientes de uma refeição que contém proteínas
estimulam a liberação de glucagon e de insulina. O glucagon impede efetivamente a
hipoglicemia, que de outra forma ocorreria como resultado da secreção aumentada de
insulina após uma refeição rica em proteínas.
3. Adrenalina. Níveis elevados de adrenalina circulante, produzida pela medula adrenal, ou
de noradrenalina, produzida pela inervação simpática do pâncreas, ou de ambas,
estimulam a liberação de glucagon. Assim, durante períodos de estresse, trauma ou
exercício intenso, os níveis elevados de adrenalina podem sobrepor-se aos efeitos dos
substratos circulantes sobre as células a. Nessas situações - independentemente da
concentração de glicose no sangue - os níveis de glucagon se elevam em antecipação ao
aumento na utilização de glicose. Em contraste, os níveis de insulina são reduzidos.

Efeitos metabólicos do glucagon

1. Efeitos sobre o metabolismo dos carboidratos. A administração intravenosa de glucagon


leva a um aumento imediato na glicemia. Isso resulta de um aumento na degradação do
glicogênio hepático (não do muscular) e de um aumento na gliconeogênese.
2. Efeitos sobre o metabolismo dos lipídeos. O glucagon ativa a lipólise no tecido adiposo.
Os ácidos graxos liberados são captados pelo fígado e oxidados a acetil-CoA, a qual é
usada para a síntese de corpos cetônicos. (Nota: as catecolaminas também ativam a
lipólise.)
3. Efeitos sobre o metabolismo proteico. O glucagon aumenta a captação de aminoácidos
pelo fígado, resultando em aumento na disponibilidade de esqueletos carbonados para
a gliconeogênese. Como consequência, os níveis plasmáticos de aminoácidos estão
diminuídos.

Obj 2

A via glicolítica é utilizada em todos os tecidos para a quebra da glicose, com o objetivo de
fornecer energia (na forma de ATP) e intermediários para outras vias metabólicas. A glicólise é
o centro do metabolismo dos carboidratos, pois, no final das contas, praticamente todos os
glicídeos - provenientes tanto da dieta como de reações catabólicas ocorrendo no organismo -
podem ser convertidos em glicose. O piruvato é o produto final da glicólise nas células com
mitocôndrias e fornecimento adequado de oxigênio. Essa série de 10 reações é denominada
glicólise aeróbia, pois é necessário o oxigênio para a reoxidação do NADH formado durante a
oxidação do gliceraldeído-3-fosfato. A glicólise aeróbia prepara as condições necessárias para a
descarboxilação oxidativa do piruvato a acetil-CoA, o principal combustível do ciclo do ácido
cítrico. A glicose não é capaz de difundir diretamente para dentro das células. Portanto, ela
utiliza um dos dois seguintes possíveis mecanismos de transporte:

1) Transporte por difusão facilitada, independente de Na+. Esse sistema é mediado por
uma família de 14 transportadores de glicose encontrados nas membranas celulares.
Eles são designados GLUT-1 a GLUT-14. A glicose extracelular liga-se ao transportador,
que, então, altera sua conformação, transportando a glicose através da membrana
celular. (GLUT-1: hemácias, barreira hemato-encefálica, alguns nos músculos; GLUT-2:
fígado, rim e células β-pancreáticas; GLUT-4: tecido adiposo e músculo esquelético –
pode ter sua expressão aumentada sob influência da insulina; GLUT-5: transporta
frutose no intestino delgado e nos testículos)
2) Sistema de cotransporte monossacarídeo-Na+. Esse processo requer energia e
transporta a glicose contra o gradiente de concentração. Esse sistema é um processo
mediado por um carreador, em que o movimento da glicose está acoplado ao gradiente
de concentração do Na+, que é transportado concomitantemente à glicose para o
interior da célula. Esse tipo de transporte ocorre nas células epiteliais do intestino, dos
túbulos renais e de uma parte do plexo coroide.

A quebra da glicose em duas moléculas de piruvato ocorre em 10 etapas, sendo que as primeiras
5 constituem a fase preparatória. Nessas reações, a glicose é inicialmente fosforilada no grupo
hidroxil ligado ao C-6 (etapa ➊). A D-glicose-6-fosfato assim formada é convertida a D-frutose-
6-fosfato (etapa ➋), a qual é novamente fosforilada, desta vez em C-1, para formar D-frutose-
1,6-bifosfato (etapa ➌). Nas duas reações de fosforilação, o ATP é o doador de grupos fosforil.
Todos os açúcares formados na glicólise são isômeros D. A frutose-1,6-bifosfato é dividida em
duas moléculas de três carbonos, a di-hidroxiacetona-fosfato e o gliceraldeído-3-fosfato (etapa
➍); essa é a etapa de “lise” que dá nome à via. A di-hidroxiacetona- fosfato é isomerizada a uma
segunda molécula de gliceraldeído-3-fosfato (etapa ➎), finalizando a primeira fase da glicólise.
Note que duas moléculas de ATP são consumidas antes da clivagem da glicose em duas partes
de três carbonos; haverá depois um bom retorno para esse investimento. Resumindo: na fase
preparatória da glicólise, a energia do ATP é consumida, aumentando o conteúdo de energia
livre dos intermediários, e as cadeias de carbono de todas as hexoses metabolizadas são
convertidas a um produto comum, o gliceraldeído-3-fosfato. O ganho de energia provém da fase
de pagamento da glicólise. Cada molécula de gliceradeído-3-fosfato é oxidada e fosforilada por
fosfato inorgânico (não por ATP) para formar 1, 3-bifosfoglicerato (etapa ➏). Ocorre liberação
de energia quando as duas moléculas de 1,3-bifosfoglicerato são convertidas a duas moléculas
de piruvato (etapas ➐ a ➓). Grande parte dessa energia é conservada pela fosforilação acoplada
de quatro moléculas de ADP a ATP. O rendimento líquido são duas moléculas de ATP por
molécula de glicose utilizada, já que duas moléculas de ATP foram consumidas na fase
preparatória. A energia também é conservada na fase de pagamento com a formação de duas
moléculas do transportador de elétrons NADH por molécula de glicose. Nas reações da glicólise,
três tipos de transformações químicas são particularmente notáveis: (1) a degradação do
esqueleto carbônico da glicose para produzir piruvato; (2) a fosforilação de ADP a ATP pelos
compostos com alto potencial de transferência de grupos fosforil, formados durante a glicólise;
e (3) a transferência de um íon hidreto (próton) para o NAD+, formando NADH. Cada um dos
nove intermediários glicolíticos entre a glicose e o piruvato são fosforilados, e os grupos
fosforil parecem ter três funções.

1. Como a membrana plasmática geralmente não tem transportadores para açúcares


fosforilados, os intermediários glicolíticos fosforilados não podem sair da célula; além disso, eles
são muito polares para difundir através da porção lipídica das membranas. Depois da
fosforilação inicial, não é necessária energia adicional para reter os intermediários fosforilados
na célula, apesar da grande diferença entre as suas concentrações intra e extracelular.

2. Os grupos fosforil são componentes essenciais na conservação enzimática da energia


metabólica. A energia liberada na quebra das ligações de fosfoanidrido (como aquelas do ATP)
é parcialmente conservada na formação de ésteres de fosfato, como glicose-6-fosfato.
Compostos de fosfato de alta energia formados na glicólise (1,3-bifosfoglicerato e
fosfoenolpiruvato) doam grupos fosforil ao ADP para formar ATP.

3. A energia de ligação resultante do acoplamento de grupos fosfato ao sítio ativo de enzimas


reduz a energia de ativação e aumenta a especificidade das reações enzimáticas (Capítulo 6). Os
grupamentos fosfato do ADP, do ATP e dos intermediários glicolíticos formam complexos com
Mg2+, e os sítios de ligação ao substrato de muitas enzimas glicolíticas são específicos para esses
complexos. A maior parte das enzimas da glicólise requer Mg2+ para sua atividade.

➊ A fosforilação da glicose. Na primeira reação preparatória da glicólise, a glicose é ativada para


as reações subsequentes, pela fosforilação no C-6 formando glicose-6-fosfato, com ATP como
doador de grupo fosforil. Esta reação, irreversível em condições intracelulares, é catalisada pela
hexocinase (cinases são enzimas que catalisam a transferência do grupo fosforil terminal do ATP
a um aceptor nucleofílico). O aceptor no caso da hexocinase é uma hexose, geralmente a D-
glicose, embora a hexocinase também catalise a fosforilação de outras hexoses comuns, como
D-frutose e D-manose, em alguns tecidos. A hexocinase, como muitas outras cinases, requer
Mg2+ para sua atividade, já que o verdadeiro substrato da enzima não é ATP4-, mas sim o
complexo MgATP2-. O Mg2- protege as cargas negativas do grupo fosforil do ATP, tornando o
átomo de fósforo terminal um alvo mais fácil para o ataque nucleofílico por um grupo -OH da
glicose. A hexocinase sofre uma profunda mudança na sua conformação quando ela se liga à
molécula de glicose; dois domínios da proteína aproximam-se um do outro quando o ATP se liga.
Esse movimento aproxima o ATP de uma molécula de glicose também ligada à enzima e bloqueia
o acesso de água, que, caso contrário, poderia entrar no sítio ativo e atacar (hidrolisar) as
ligações fosfoanidridas do ATP. A hexocinase é inibida pelo produto da reação, a glicose-6-
fosfato, que se acumula quando a metabolização dessa hexase-fosfato está reduzida. A
hexocinase também funciona como um sensor de glicose nos neurônios do hipotálamo,
desempenhando um papel-chave na resposta adrenérgica à hipoglicemia. Assim como as outras
nove enzimas da glicólise, a hexocinase é uma proteína solúvel e citosólica. A hexocinase está
presente em praticamente todos os organismos. O genoma humano codifica quatro hexocinases
diferentes (I a IV), e todas elas catalisam a mesma reação. Duas ou mais enzimas que catalisam
a mesma reação, mas são codificadas por genes diferentes, são chamadas de isoenzimas. Uma
das isoenzimas presente em hepatócitos e nas células β-pancreáticas, a hexocinase IV (também
chamada de glicocinase), difere de outras formas de hexocinase com relação à cinética e às
propriedades regulatórias. Nas células β, a glicocinase funciona como sensor de glicose,
determinando o limiar para a secreção de insulina. No fígado, a enzima facilita a fosforilação da
glicose durante uma hiperglicemia. A glicocinase funciona apenas quando a concentração
intracelular de glicose no hepatócito está elevada, como durante o breve período que se segue
ao consumo de uma refeição rica em carboidratos, quando altas quantidades de glicose são
levadas até o fígado por meio da veia porta. A glicocinase apresenta alta velocidade ação,
permitindo que o fígado remova eficientemente o excesso de glicose fornecido pela circulação
porta. Isso impede que grandes quantidades de glicose cheguem à circulação sistêmica após
uma refeição rica em carboidratos e, assim, minimiza a hiperglicemia durante o período
absortivo. A atividade da glicocinase não é inibida diretamente pela glicose-6-fosfato como são
as demais hexocinases; mas, em vez disso, é inibida indiretamente pela frutose-6-fosfato (que
está em equilíbrio com a glicose-6-fosfato, um produto da glicocinase) e é estimulada
indiretamente pela glicose (um substrato da glicocinase), pelo mecanismo a seguir. A proteína
reguladora da glicocinase (PRGK), nos hepatócitos, regula a atividade da glicocinase por meio
de uma ligação reversível. Na presença de frutose-6-fosfato, a glicocinase é translocada para o
núcleo, onde se liga fortemente à proteína reguladora, inativando essa enzima. Quando
aumentam os níveis de glicose no sangue (e também no hepatócito, em consequência da função
do GLUT-2), a glicose induz a liberação da glicocinase a partir da proteína reguladora, e a enzima
retorna ao citosol, onde fosforila a glicose, dando glicose-6-fosfato.

➋ A conversão de glicose-6-fosfato a frutose-6-fosfato. A enzima fosfo-hexose-isomerase


(fosfoglicose-isomerase) catalisa a isomerização reversível da glicose-6-fosfato (aldose) a
frutose-6-fosfato (cetose). O mecanismo dessa reação envolve um intermediário enediol. A
reação ocorre facilmente em ambos os sentidos, como previsto pela variação relativamente
pequena da energia livre padrão. As reações de abertura e fechamento do anel são catalisadas
por um resíduo de His do sítio ativo (um ácido fraco). O próton (em vermelho-claro) inicialmente
em C-2 torna-se mais facilmente removível pela retirada do elétron pelo grupo carbonila do C-1
e pelos grupos hidroxila vizinhos. Após a transferência do próton do C-2 para o sítio ativo, ele é
livremente trocado com a solução ao redor, formando um enol. Um próton da hidroxila do C-2
se dissocia, formando a frutose-6-fosfato e fechando o anel.

➌ A fosforilação da frutose-6-fosfato a frutose-1,6-bifosfato. Na segunda das duas reações


preparatórias da glicólise, a enzima fosfofrutocinase-1 (PFK-1) catalisa a transferência de um
grupo fosforil do ATP para a frutose-6-fosfato, formando frutose-1,6-bifosfato. A enzima que
forma a frutose-1,6-bifosfato é chamada de PFK-1, para distingui-la de uma segunda enzima
(PFK- 2), que catalisa a formação de frutose-2,6-bifosfato a partir de frutose-6-fosfato em uma
via distinta. A reação com PFK-1 é essencialmente irreversível em condições celulares, e essa é
a primeira etapa “comprometida” da via glicolítica; a glicose-6-fosfato e a frutose-6-fosfato têm
outros destinos possíveis, mas a frutose-1,6-bifosfato é direcionada para a glicólise. A
fosfofrutocinase-1 está sujeita a uma complexa modulação alostérica; sua atividade estará
aumentada sempre que o suprimento de ATP da célula estiver baixo ou quando ocorrer acúmulo
de AMP (já que existe um mecanismo rápido de conversão de 2 ADP em 1 ATP + 1 AMP por meio
da adenilato cinase). A enzima estará inibida sempre que a célula tiver muito ATP e estiver bem
suprida por outro combustível, como ácidos graxos. Em alguns organismos, a frutose-2,6-
bifosfato (produto da reação de frutose-6-fosfato com fosfofrutocinase-2 após a alimentação)
é um ativador alostérico potente de PFK-1. A ribulose-5-fosfato, intermediário da via das
pentoses-fosfato também ativa indiretamente a fosfofrutocinase.

➍ A clivagem da frutose-1,6-bifosfato. A enzima frutose-1,6-bifosfato-aldolase, ou aldolase,


catalisa uma condensação aldólica reversível. A frutose-1,6-bifosfato é clivada para a formação
de duas trioses-fosfato diferentes, a aldose gliceraldeído-3-fosfato e a cetose di-hidroxiacetona-
fosfato. Embora a reação da aldolase tenha uma variação da energia livre padrão fortemente
positiva no sentido de clivar a frutose-1,6-bifosfato, nas baixas concentrações dos reagentes
presentes na célula a variação real da energia livre é pequena, e a reação da aldolase é
prontamente reversível. A aldolase se liga e abre o anel da frutose-1,6-bifosfato. A Lisina do sítio
ativo ataca a carbonila da frutose-1,6-bifosfato no C-2, levando à formação de um intermediário
tetraédrico. O rearranjo desse intermediário leva à formação de uma base de Schiff protonada
dentro da enzima. O movimento de elétrons do C-3 ao C-2 permite a clivagem da ligação
covalente entre o C-3 e C-4 leva à liberação do gliceraldeído-3-fosfato. O intermediário formado
é isomerizado e a base de Schiff é hidrolisada no C-2, formando di-hidroxiacetona-fosfato.

➎ A interconversão das trioses-fosfato. Apenas uma das duas trioses-fosfato formada pela
aldolase, o gliceraldeído-3-fosfato, pode ser diretamente degradada nas etapas subsequentes
da glicólise. O outro produto, a di-hidroxiacetona-fosfato, é rápida e reversivelmente convertida
a gliceraldeído-3-fosfato pela quinta enzima da sequência glicolítica, a triose-fosfato-isomerase.
O mecanismo de reação é similar ao da reação promovida pela fosfo-hexose-isomerase na
conversão de glicose-6-fosfato a frutose-6-fosfato. Apesar de serem necessárias 9 di-
hidroxiacetona-fosfato para entrarem em equilíbrio com 1 gliceraldeído-3-fosfato, como o
gliceraldeído é rapidamente consumido na próxima reação, há uma constante desvio do
equilíbrio para a formação de mais gliceraldeído.
➏ A oxidação do gliceraldeído-3-fosfato a 1,3-bifosfoglicerato. A primeira etapa da fase de
pagamento é a oxidação do gliceraldeído-3-fosfato a 1,3-bifosfoglicerato, catalisada pela enzima
gliceraldeído-3-fosfato-desidrogenase. Esta é a primeira das duas reações de conservação de
energia da glicólise que no final leva à formação de ATP. O gliceraldeído-3-fosfato é
covalentemente ligado à desidrogenase durante a reação. O grupo aldeído do gliceraldeído-3-
fosfato reage com o grupamento -SH de um resíduo de Cisteina no sítio ativo, produzindo um
tio-hemiacetal. Um NAD+ é reduzido a NADH, oxidando o grupo carboxila e uma molécula de
água, tirando um próton de cada. O grupo –OH da água então se liga então ao C-1, formando
um composto tio-éster intermediário, que guarda boa parte da energia liberada da oxidação do
gliceraldeído-3-fosfato. Esse composto agora sofre fosforólise (ataque por fosfato inorgânico)
no C-1, formando o 1,3-bifosfoglicerato. A maior parte da energia livre de oxidação do grupo
aldeído do gliceraldeído-3-fosfato é conservada pela formação do grupamento acil-fosfato no
C-1 do 1,3-bifosfoglicerato. Como a quantidade de NAD+ em uma célula é muito menor que a
quantidade de glicose metabolizada em poucos minutos. Sendo assim, a via glicolítica pararia se
o NADH formado nesta etapa da glicólise não fosse continuamente reoxidado e reciclado.

➐ A transferência de grupo fosforil de 1,3-bifosfoglicerato a ADP. A enzima fosfoglicerato-


cinase transfere o grupo fosforil de alta energia do grupo carboxila do 1,3-bifosfoglicerato para
o ADP, formando ATP e 3-fosfoglicerato. Observe que a fosfoglicerato-cinase tem esse nome
devido à reação inversa (gliconeogênese), na qual ela transfere um grupo fosforil do ATP para o
3-fosfoglicerato. Como todas as enzimas, ela catalisa a reação em ambos os sentidos. A reação
dessa cinase repõe as duas moléculas de ATP consumidas na formação inicial de glicose-6-
fosfato e frutose-1,6-bisfosfato. Em hemácias, parte do 1,3-BPG é convertida em 2,3-BPG pela
ação da bisfosfoglicerato-mutase, aumentando a liberação de oxigênio. O 2,3-BPG é hidrolisado
por uma fosfatase, dando 3-fosfoglicerato.

➑ A conversão de 3-fosfoglicerato a 2-fosfoglicerato. A enzima fosfoglicerato-mutase catalisa


o deslocamento reversível do grupo fosforil entre C-2 e C-3 do glicerato; Mg2+ é essencial para
essa reação. A reação ocorre em duas etapas. O grupo fosforil de um resíduo de Histidina da
fosfoglicerato-mutase é transferido a um grupo hidroxila no C-2 do 3-fosfoglicerato, formando
2,3-bifosfoglicerato (2,3-BPG). O grupo fosforil em C-3 do 2,3-BPG é então transferido para o
mesmo resíduo de Histidina, produzindo 2-fosfoglicerato e regenerando a enzima fosforilada.
Isso aproxima o grupo fosfato do grupo carboxila, criando uma tendência à saída do grupo
fosfato.

➒ A desidratação de 2-fosfoglicerato a fosfoenolpiruvato. Na segunda reação glicolítica que


gera um composto com alto potencial de transferência de grupamento fosforil (a primeira foi a
etapa ➏), a enolase promove a remoção reversível de uma molécula de água do 2-fosfoglicerato
e redistribui a energia dentro da molécula do 2-fosfoglicerato, resultando na formação do
fosfoenolpiruvato (PEP), que contém um enol fosfato de alta energia. O mecanismo da reação
da enolase envolve um intermediário enólico estabilizado por Mg2+. A retirada do H do C-2
(ligado ao fosfato) aumenta ainda mais a tendência de saída do grupo fosfato.

➓ A transferência de um grupo fosforil do fosfoenolpiruvato para ADP. A última etapa na


glicólise é a transferência do grupo fosforil do fosfoenolpiruvato ao ADP, catalisada pela
piruvato-cinase, que exige K+ e Mg2+ ou Mn2+. Nesta fosforilação no nível do substrato, o
piruvato resultante aparece inicialmente em sua forma enólica, depois tautomeriza de modo
rápido e não enzimático à sua forma cetônica, que predomina em pH 7,0. A reação global tem
grande variação negativa da energia livre padrão, devido, em grande parte, à conversão
espontânea da forma enólica do piruvato à forma cetônica. No fígado, a piruvato-cinase é
ativada pela frutose-1,6-bisfosfato, o produto da reação da fosfofrutocinase-1. Essa regulação
por proação (em vez da mais comum, por feedback) tem o efeito de unir as atividades das duas
cinases: o aumento na atividade da fosfofrutocinase-1 resulta em níveis elevados de frutose-1
,6-bisfosfato, ativando a piruvato-cinase. Quando os níveis sanguíneos de glicose estão baixos,
um aumento no glucagon provoca elevação nos níveis intracelulares de AMPc, levando à
fosforilação e à consequente inativação da piruvato-cinase. Desse modo, o fosfoenolpiruvato
não consegue prosseguir na via glicolítica, entrando, então, na via da gliconeogênese. Isso
explica, em parte, a inibição da glicólise hepática e a estimulação da gliconeogênese observadas
em resposta ao glucagon. A desfosforilação da piruvato-cinase por uma fosfoproteína- fosfatase
resulta na reativação da enzima. Um eritrócito maduro normal não apresenta mitocôndrias e é,
portanto, completamente dependente da glicólise para a produção de ATP. Esse composto de
alta energia é necessário para satisfazer as necessidades energéticas do eritrócito e também
para alimentar as bombas necessárias para a manutenção da forma bicôncava e flexível dessa
célula, o que permite que ela force seu caminho por capilares muito estreitos.

Na maior parte dos organismos, outras hexoses além da glicose podem sofrer glicólise após a
conversão a um derivado fosforilado. A D-frutose, presente na forma livre em muitas frutas e
formada pela hidrólise da sacarose no intestino delgado de vertebrados, é fosforilada pela
hexocinase. Esta é a principal via de entrada da frutose na glicólise nos músculos e nos rins. No
fígado, a frutose entra por uma via diferente. A enzima hepática frutocinase catalisa a
fosforilação da frutose em C-1 em vez de C-6. A frutose-1-fosfato é então clivada a gliceraldeído
e di-hidroxiacetona-fosfato pela frutose-1-fosfato-aldolase. A di-hidroxiacetona-fosfato é
convertida a gliceraldeído-3-fosfato pela enzima glicolítica triose-fosfato-isomerase. O
gliceraldeído é fosforilado pelo ATP e pela triose-cinase a gliceraldeído-3-fosfato. Assim, os dois
produtos da hidrólise da frutose-1-fosfato entram na via glicolítica como gliceraldeído-3-fosfato.
A D-galactose, produto da hidrólise da lactose, passa, pela corrente sanguínea, do intestino para
o fígado, onde é primeiro fosforilada em C-1, à custa de ATP, pela enzima galactocinase. A
galactose-1-fosfato é então convertida ao seu epímero em C-4, a glicose-1-fosfato, por um
conjunto de reações nas quais que o difosfato de uridina (UDP) funciona como coenzima
transportadora de grupos hexoses. A epimerização envolve primeiro a oxidação do grupo ¬OH
em C-4 para uma cetona, em seguida a redução da cetona para um ¬OH, com inversão da
configuração em C-4. NAD é o cofator tanto para a oxidação como para a redução. A deficiência
de qualquer uma das três enzimas dessa via causa galactosemia em humanos. Na galactosemia
por deficiência de galactocinase, altas concentrações de galactose são encontradas no sangue e
na urina. Os indivíduos afetados desenvolvem catarata durante a infância, causada pela
deposição no cristalino de um metabólito da galactose, o galactitol. A D-manose, liberada na
ingestão de vários polissacarídeos e glicoproteínas dos alimentos, pode ser fosforilada em C-6
pela hexocinase. A manose-6-fosfato é isomerizada pela fosfomanose-isomerase, gerando
frutose-6-fosfato, intermediário da glicólise.

O ciclo ocorre totalmente na mitocôndria e, portanto, está bastante próximo das reações de
transporte de elétrons, que oxidam as coenzimas reduzidas geradas pelo ciclo. O ciclo do ácido
cítrico é uma via aeróbia, pois o O2 é necessário como aceptor final dos elétrons. A maior parte
das vias catabólicas do organismo converge para o ciclo do ácido cítrico. O piruvato, produto
final da glicólise aeróbia, deve ser transportado para dentro da mitocôndria antes que possa
entrar no ciclo do ácido cítrico. Esse transporte é efetuado por um transportador específico para
o piruvato, que ajuda esse composto a cruzar a membrana mitocondrial interna. A reação geral
catalisada pelo complexo da piruvato-desidrogenase (PDH) é uma descarboxilação oxidativa,
um processo de oxidação irreversível no qual o grupo carboxil é removido do piruvato na forma
de uma molécula de CO2, e os dois carbonos remanescentes são convertidos ao grupo acetil da
acetil-CoA. A combinação de desidrogenação e descarboxilação do piruvato ao grupo acetil da
acetil-CoA requer a ação sequencial de três enzimas diferente - piruvato-desidrogenase (E1), di-
hidrolipoil-transacetilase (E2) e di-hidrolipoil-desidrogenase (E3) - e cinco coenzimas
diferentes ou grupos prostéticos – pirofosfato de tiamina (TPP), dinucleotídeo de flavina-
adenina (FAD), coenzima A (CoA), dinucleotídeo de nicotinamida-adenina (NAD) e lipoato
(ácido lipoico). Quatro vitaminas diferentes essenciais à nutrição humana são componentes
vitais desse sistema: tiamina (no TPP), riboflavina (no FAD), niacina (no NAD) e pantotenato (na
CoA). A coenzima A tem um grupo tiol reativo (-SH) que é crucial para a função da CoA como
transportador de acilas em diferentes reações metabólicas. Grupos acil são covalentemente
ligados ao grupo tiol, formando tioésteres. Devido às energias de ativação padrão relativamente
altas, os tioésteres têm um alto potencial para a transferência do grupo acil e podem doar estes
grupos a diversas moléculas aceptoras. O grupo acil unido à coenzima A pode, portanto, ser
considerado “ativado” para transferência.

Na etapa ➊ o C-1 do piruvato é liberado como CO2, e o C-2, que no piruvato está no estado de
oxidação de um aldeído, é unido ao pirofosfato de tiamina como um grupo hidroxietil. A primeira
etapa é a mais lenta e, consequentemente, limita a velocidade da reação global. Na etapa ➋, o
grupo hidroxietil é oxidado ao nível de um ácido carboxílico (acetato). Os dois elétrons
removidos nessa reação reduzem a –S-S- de um grupo lipoil em E2 a dois grupos tiol (-SH). O
acetil produzido nesta reação de oxi-redução é primeiramente esterificado a um dos grupos -SH
do lipoil e, então, transesterificada a CoA para formar acetil-CoA (etapa ➌). Na etapa ➍, a di-
hidrolipoil-desidrogenase (E3) promove a transferência de dois átomos de hidrogênio dos
grupos lipoil reduzidos de E2 ao FAD de E3, restaurando a forma oxidada do grupo lipoil-lisina
de E2. Na etapa ➎, o FADH2 reduzido de E3 transfere um íon hidreto ao NAD+ e libera outro íon
hidreto, formando NADH + H+. O complexo enzimático está agora pronto para outro ciclo
catalítico. As etapas ➍ e ➎ são transferências de elétrons necessárias para a regeneração da
forma oxidada (dissulfeto) do grupo lipoil de E2, preparando o complexo enzimático para um
novo ciclo de oxidação. Os elétrons removidos do grupo hidroxietil derivado do piruvato são
passados ao NAD+ pelo FAD.

As duas enzimas reguladoras que fazem parte do complexo ativam e inativam a E1


alternadamente, por meio de modificação covalente: a PDH-cinase independente de AMPc
fosforila e, desse modo, inibe a E1, enquanto a PDH-fosfatase desfosforila e ativa a E1. A cinase
é ativada alostericamente por ATP, acetil-CoA e NADH. Portanto, na presença desses sinais de
alta energia, o complexo da piruvato- desidrogenase tem sua ação diminuída. O piruvato
também é um inibidor potente da piruvato-desidrogenase-cinase. Desse modo, se a
concentração de piruvato aumentar, a E1 apresentará sua atividade máxima. O cálcio é um forte
ativador da PDH-fosfatase, estimulando a atividade da E1. Isso é especialmente importante no
músculo esquelético, onde a liberação de Ca2 + durante a contração estimula o complexo da
piruvato-desidrogenase e, consequentemente, a produção de energia. (Nota: embora a
regulação covalente pelas enzimas cinase e fosfatase tenha um papel-chave, o complexo
também está sujeito à inibição pelo produto [NADH, acetil-CoA].)

➊ Formação do citrato. A primeira reação do ciclo é a condensação de acetil-CoA e oxaloacetato


para a formação do citrato, catalisada pela citrato-sintase: A reação catalisada pela citrato-
sintase é fundamentalmente uma condensação de Claisen, envolvendo um tioéster e uma
cetona (oxaloacetato). Nessa reação, o carbono do metil do grupo acetil é unido ao grupo
carbonil (C-2) do oxaloacetato. Citroil-CoA é o intermediário formado no sítio ativo da enzima.
Esse intermediário é rapidamente hidrolisado em CoA livre e citrato, que são liberados do sítio
ativo. A hidrólise desse intermediário tio éster de alta energia torna a reação direta altamente
exergônica. A grande e negativa variação de energia livre padrão da reação da citrato-sintase é
fundamental para o funcionamento do ciclo, pois a concentração de oxaloacetato normalmente
é muito baixa. A CoA liberada nessa reação é reciclada para participar da descarboxilação
oxidativa de outra molécula de piruvato pelo complexo PDH.

➋ Formação de isocitrato via cis-aconitato. A enzima aconitase (aconitato-hidratase) catalisa


a transformação reversível do citrato a isocitrato, pela formação intermediária do ácido
tricarboxílico cis-aconitato, o qual normalmente não se dissocia do sítio ativo. A aconitase pode
promover a adição reversível de H2O à ligação dupla do cis-aconitato ligado à enzima de duas
maneiras diferentes, uma levando a citrato e a outra a isocitrato: Embora a mistura em equilíbrio
a pH 7,4 e 25°C contenha menos de 10% de isocitrato, na célula a reação é deslocada para a
direita porque o isocitrato é rapidamente consumido na próxima etapa do ciclo, o que diminui
sua concentração no estado estacionário. A aconitase contém um centro de ferro-enxofre, que
atua tanto na ligação do substrato ao sítio ativo quanto na adição ou na remoção catalítica de
H2O.

➌ Oxidação do isocitrato a α-cetoglutarato e CO2. Na próxima etapa, a isocitrato-


desidrogenase catalisa a descarboxilação oxidativa do citrato para formar α-cetoglutarato. Em
todas as células, existem duas formas diferentes de isocitrato-desidrogenase, uma que exige
NAD+ como aceptor de elétrons e outra que exige NADP+. As reações gerais são, em outros
aspectos, idênticas. Em células eucarióticas, a enzima dependente de NAD encontra-se na matriz
mitocondrial e participa do ciclo do ácido cítrico. A principal função da enzima dependente de
NADP, encontrada na matriz mitocondrial e no citosol, possivelmente seja a produção de
NADPH, essencial para as reações redutoras anabólicas. O isocitrato é oxidado pela
transferência de hidretos ao NAD+ ou NADP+, liberando NADH + H+ ou NADPH + H+. A
descarboxilação é facilitada pela remoção dos elétrons pela carbonila que está ao lado da
carboxila e pelo Mg2+. O rearranjo do enol intermediário gera o α-cetoglutarato.

➍ Oxidação do α-cetoglutarato a succinil-CoA e CO2. A etapa seguinte é outra descarboxilação


oxidativa, na qual o α-cetoglutarato é convertido a succinil-CoA e CO2 pela ação do complexo
da α-cetoglutarato-desidrogenase; NAD+ é o aceptor de elétrons e CoA é o transportador do
grupo succinil. A energia da oxidação do a-cetoglutarato é conservada pela formação da ligação
tioéster da succinil-CoA: Essa reação é essencialmente idêntica à reação da piruvato
desidrogenase. O complexo α-cetoglutarato-desidrogenase é bastante semelhante ao complexo
da PDH em estrutura e função. O complexo α-cetoglutarato-desidrogenase incorpora três
enzimas homólogas às E1, E2 e E3 do complexo da PDH, e também contém TPP e lipoato ligado
à enzima, FAD, NAD e CoA. Am Embora os componentes E1 dos dois complexos sejam
estruturalmente similares, suas sequências de aminoácidos diferem e, naturalmente, eles
apresentam especificidades de ligação diferentes: E1 do complexo da PDH liga-se ao piruvato, e
E1 do complexo da α-cetoglutarato-desidrogenase liga-se ao α-cetoglutarato. Os componentes
E2 dos dois complexos também são muito similares, ambos contendo lipoil ligado
covalentemente. As subunidades E3 são idênticas nos dois complexos enzimáticos.

➎ Conversão de succinil-CoA a succinato. A succinil-CoA, como a acetil-CoA, tem uma ligação


tioéster com uma energia livre padrão de hidrólise grande e negativa. Na próxima etapa do ciclo
do ácido cítrico, a energia liberada pelo rompimento dessa ligação é utilizada para impelir a
síntese de uma ligação fosfoanidrido no GTP ou ATP. A enzima que catalisa essa reação reversível
é chamada de succinil-CoA-sintetase (inversa) ou succinato-tiocinase (direta). Essa reação que
poupa energia envolve uma etapa intermediária, na qual a própria molécula da enzima é
fosforilada em um resíduo de Histidina no sítio ativo. Esse grupo fosfato, que tem alto potencial
de transferência de grupo, é transferido ao ADP (ou GDP) para a formação de ATP (ou GTP). As
células animais têm duas isoenzimas da succinil-CoA-sintetase, uma específica para ADP e outra
para GDP. Na etapa ➊, a CoA da succinil-CoA ligada à enzima é substituída por um grupo fosfato,
formando um acil-fosfato de alta energia. Na etapa ➋, o succinil-fosfato doa o grupo fosfato
para um resíduo de His da enzima, originando uma fosfo-histidil-enzima de alta energia. Na
etapa ➌, o grupo fosfato é transferido do resíduo de His ao fosfato terminal do GDP (ou ADP),
formando GTP (ou ATP). A formação de ATP (ou GTP) à custa da energia liberada pela
descarboxilação oxidativa do a-cetoglutarato é uma fosforilação ao nível do substrato, como a
síntese de ATP nas reações glicolíticas catalisadas por gliceraldeído-3- -fosfato-desidrogenase e
piruvato-cinase. O GTP formado pela succinil-CoA-sintetase pode doar o grupo fosfato terminal
ao ADP para formar ATP, em uma reação reversível catalisada pela nucleosídeo-difosfato-
cinase.

➏ Oxidação do succinato a fumarato. O succinato formado a partir da succinil-CoA é oxidado a


fumarato pela flavoproteína succinato-desidrogenase: Em eucariotos, a succinato-
desidrogenase está firmemente ligada à membrana mitocondrial interna. A enzima contém três
grupos ferro-enxofre diferentes e uma molécula de FAD covalentemente ligada. Os elétrons do
succinato passam pelo FAD e pelos centros de ferro-enxofre antes de entrarem na cadeia de
transportadores de elétrons da membrana mitocondrial interna. O fluxo dos elétrons do
succinato ao longo desses transportadores até o aceptor de elétrons final, O2, é acoplado à
síntese de aproximadamente 1,5 molécula de ATP por par de elétrons (se fosse de NADH, o par
geraria 2,5 ATP).

➐ Hidratação do fumarato a malato. A hidratação reversível do fumarato a L-malato é


catalisada pela fumarase (formalmente, fumarato-hidratase). O estado de transição dessa
reação é um carbânion: Essa enzima é altamente estereoespecífica; ela catalisa a hidratação da
ligação dupla trans do fumarato, e não da dupla cis do isômero do fumarato.

➑ Oxidação do malato a oxaloacetato. Na última reação do ciclo do ácido cítrico, a L-malato-


desidrogenase ligada ao NAD catalisa a oxidação de L-malato a oxaloacetato: Essa reação produz
o terceiro e último NADH do ciclo. A reação é endergônica, mas a reação anda no sentido da
formação de oxalacetato devido à reação altamente exoergônica da citrato-sintase, que
converte oxaloacetato e acetil-CoA em citrato.

Em contraste com a glicólise, que é regulada principalmente pela fosfofrutocinase, o ciclo do


ácido cítrico é controlado pela regulação de diversas atividades enzimáticas. As mais
importantes dessas enzimas reguladas são aquelas que catalisam reações muito exergônicas: a
citrato-sintase, a isocitrato-desidrogenase e o complexo da a-cetoglutarato-desidrogenase. Os
equivalentes redutores necessários para a fosforilação oxidativa são produzidos pelo complexo
da piruvato-desidrogenase e pelo ciclo do ácido cítrico, e ambos os processos são estimulados
em resposta a um aumento na concentração de ADP.

A membrana mitocondrial interna pode ser rompida, produzindo cinco complexos proteicos
separados, denominados Complexos I, II, III, IV e V. Os Complexos de I a IV contêm parte da
cadeia transportadora de elétrons. Cada complexo aceita ou doa elétrons, que são trocados
entre esses complexos e carreadores de elétrons relativamente móveis, como a coenzima Q e o
citocromo c. Cada carreador, na cadeia transportadora de elétrons, pode receber elétrons de
um doador e, posteriormente, pode doá-los para o próximo carreador na cadeia. Os elétrons
combinam-se, no final, com o oxigênio e com prótons, formando água. Essa necessidade de
oxigênio dá ao processo de transporte de elétrons a denominação de cadeia respiratória,
responsável pela maior parte da utilização de oxigênio no organismo. O complexo V é um
complexo de proteínas que contém um domínio (F0) que atravessa a membrana mitocondrial
interna e um domínio (F1) que se projeta como uma esfera para dentro da matriz mitocondrial.
O complexo V catalisa a síntese de ATP e, desse modo, é denominado ATP-sintase.

O NADH libera o seu par de elétrons ricos em energia para o complexo 1, que usa essa energia
para bombear 4H+ da matriz para o espaço intermembranar. Esses elétrons são atraídos pelo
O2, que tem o maior potencial padrão de redução. A ubiquinona leva esse par de elétrons até o
complexo 3, que usa a energia dos elétrons para bombear mais 4H+ para o meio
intermembranar. O citocromo c então leva o par de elétrons para o complexo 4, mas o par de
elétrons só possui energia suficiente para fazer o complexo 4 bombear 2H+. Os 2 pares de
elétrons se encontram com o O2, formando água. Agora que foi criado um gradiente elétrico
pelo excesso de H+, o Pi usa um H+ para entrar para a matriz por meio do carreador de fosfato.
Além disso, 3H+ voltam para a matriz por meio do complexo 5/F1F0ATPase/ATP-Sintase, que faz
esse complexo proteico rotacionar, e essa energia cinética rotacional é usada para unir um Pi a
um ADP, formando 1 ATP. Dessa forma, o NADH bombeou 10 H+, mas a cada 4 apenas 1 ATP é
produzido, o que gera um saldo de 2,5 ATP/NADH. O FADH2 libera o seu par de elétrons menos
ricos em energia para o complexo 2, e a ubiquinona libera o par para o complexo 3, que usa a
energia para bombear 4H+. O citocromo c leva para o complexo 4, onde a energia só é disponível
para bombear 2H+. O processo seguinte é igual ao do NADH, porém foram bombeados apenas
6H+, mas continuam sendo necessários 4H+ para produzir 1 ATP, gerando um saldo de 1,5
ATP/FADH2.

Da glicólise até o fim do ciclo de Krebs, foram produzidos 10 NADH (100H+ e 25 ATP), 2 FADH2
(12H+ 3 ATP) e 4 ATP de forma direta, gerando um montante hipotético de 32 ATP, mas há
custos durante esse processo. Em qualquer tipo celular, a formação de ATP durante a formação
dos 2 succinil gastou 2 Pi, mas para eles entrarem usaram 2 H+. Como 2 dos NADH foram
produzidos no citosol, e a membrana interna da mitocôndria não tem transportador para NADH,
os elétrons do NADH entram na mitocôndria por 2 lançadeiras diferentes: Malato-aspartato e
Glicerol-fosfato. No circuito malato-aspartato, o 2 aspartatos citosólicos são convertidos em 2
oxaloacetatos citosólicos, que recebe 2 pares de elétrons de 2 NADH e 4 H+, se convertendo em
2 malatos citosólicos. Esses 2 malatos são lançados para dentro da matriz mitocondrial pelo
transportador de malato-a-cetoglutarato. Daí os 2 pares de elétrons energéticos são pegos por
2 NAD+ dentro da matriz, virando 2 NADH e formando 2 oxaloacetatos (que faz parte do ciclo
de Krebs, pela enzima malato-desidrogenase). Esses 2 oxaloacetatos são convertidos em 2
aspartato que são lançados para fora da mitocôndria pelo transportador de glutamato-
aspartato pelo custo de 2 H+. Isso ocorre principalmente nos hepatócitos, reduzindo o saldo em
4 H+ (1 ATP), gerando apenas 31 ATP, mas também no coração e nos rins. No circuito glicerol-
fosfato, que é presente no musculo esquelético e no encéfalo (e nas plantas), 2 NADH entregam
seus elétrons para 2 di-hidroxiacetona-fosfato, que são convertidas em 2 glicerol-3-fosfato por
meio da glicerol-3-fosfato-desidrogenase citosólica. No espaço intermembranar 2 glicerol-3-
fosfato entregam esses elétrons para 2 FADH e são convertidos em 2 di-hidroxiacetona-fosfato
por meio da glicerol-3-fosfato-desidrogenase mitocondrial. Gerando assim um saldo de 8 NADH
(80 H+ e 20 ATP), 4 FADH2 (24 H+ e 6 ATP) e 4 ATP de forma direta. A formação de ATP durante
a formação dos 2 succinil gastou 2 Pi, mas para eles entrarem usaram 2 H+, assim como nas
células dos rins, coração e do fígado. Dessa forma, o saldo final é de 4 ATP de forma direta + 25,5
ATP de forma indireta (102 H+).

Obj 3

Em condições de hipoxia (pouco oxigênio) – assim como no músculo esquelético muito ativo,
nos tecidos vegetais submersos, nos tumores sólidos ou nas bactérias lácticas – o NADH gerado
pela glicólise não pode ser reoxidado pelo O2. A falha na regeneração de NAD+ deixaria a célula
carente de aceptor de elétrons para a oxidação de gliceraldeído-3-fosfato, e as reações
geradoras de energia da glicólise cessariam. Portanto, NAD+ deve ser regenerado de outra
forma. As células primitivas que viviam em uma atmosfera praticamente desprovida de oxigênio
tiveram que desenvolver estratégias para extrair energia de moléculas combustíveis em
condições anaeróbias. A maioria dos organismos modernos reteve a capacidade de regenerar
NAD+ continuamente durante a glicólise anaeróbia pela transferência de elétrons do NADH para
formar um produto final reduzido, como lactato ou etanol. Quando tecidos animais não podem
ser supridos com oxigênio suficiente para realizar a oxidação aeróbia do piruvato e do NADH
produzidos na glicólise, NAD+ é regenerado a partir de NADH pela redução do piruvato a lactato.
Como mencionado antes, alguns tecidos e tipos celulares (como os eritrócitos, que não possuem
mitocôndria e, portanto, não podem oxidar piruvato até CO2) produzem lactato a partir de
glicose mesmo em condições aeróbias. A redução do piruvato por essa via é catalisada pela
lactato-desidrogenase, que forma o isômero L do lactato em pH 7. Na glicólise, a
desidrogenação de duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato derivado de cada molécula de
glicose converte duas moléculas de NAD+ a duas de NADH. Como a redução de duas moléculas
de piruvato em duas de lactato regenera duas moléculas de NAD+, não ocorre variação líquida
de NAD+ ou NADH. O lactato formado pelo músculo esquelético em atividade (ou pelos
eritrócitos) pode ser reciclado; ele é transportado pelo sangue até o fígado, onde é convertido
em glicose durante a recuperação da atividade muscular exaustiva. Quando o lactato é
produzido em grande quantidade durante a contração muscular vigorosa (p. ex., durante uma
arrancada), a acidificação resultante da ionização do ácido láctico nos músculos e no sangue
limita o período de atividade vigorosa. Os atletas mais bem condicionados só podem correr por
um minuto em velocidade máxima.

Leveduras e outros microrganismos fermentam glicose em etanol e CO2, em vez de lactato. A


glicose é convertida a piruvato pela glicólise, e o piruvato é convertido a etanol e CO2 em um
processo de duas etapas. Na primeira etapa, o piruvato é descarboxilado em uma reação
irreversível catalisada pela piruvato-descarboxilase. Essa reação é uma descarboxilação simples
e não envolve a oxidação do piruvato. A piruvato-descarboxilase requer Mg2+ e contém uma
coenzima fortemente ligada, a tiamina-pirofosfato. Na segunda etapa, Zn2+ do sítio ativo da da
álcool-desidrogenase polariza o oxigênio do carbonila do acetaldeído, permitindo a
transferência de um íon hidreto do NADH. O intermediário reduzido adquire um próton do meio
para formar etanol. A álcool-desidrogenase está presente em muitos organismos que
metabolizam etanol, incluindo o homem. No fígado ela catalisa a oxidação do etanol ingerido ou
produzido por microrganismos intestinais, com a concomitante redução de NAD+ a NADH. Nesse
caso, a reação segue no sentido oposto àquele envolvido na produção de etanol pela
fermentação.

Obj 4

A hipoglicemia é caracterizada por 1) sintomas do sistema nervoso central (SNC), incluindo


confusão, comportamento atípico ou coma; 2) simultaneamente, nível de glicose sanguínea
igual ou inferior a 40 mg/dL; e 3) sintomas resolvidos em minutos após a administração de
glicose. Uma hipoglicemia transitória pode causar disfunção cerebral, ao passo que uma
hipoglicemia grave e prolongada causa morte cerebral. Assim, não surpreende que o corpo
possua múltiplos mecanismos sobrepostos para prevenir ou corrigir a hipoglicemia. As
alterações hormonais mais importantes no combate à hipoglicemia são a elevação de glucagon
e adrenalina, juntamente com a diminuição na liberação de insulina.

Os sintomas de hipoglicemia podem ser divididos em duas categorias.

Os sintomas adrenérgicos - ansiedade, palpitação, tremor e sudorese - são mediados pela


liberação de adrenalina regulada pelo hipotálamo em resposta à hipoglicemia. Normalmente,
os sintomas adrenérgicos (i. e., sintomas mediados por adrenalina elevada) ocorrem quando os
níveis de glicose sanguínea caem bruscamente. A segunda categoria de sintomas hipoglicêmicos
é neuroglicopênica. A neuroglicopenia – diminuição na chegada de glicose no encéfalo - resulta
em prejuízo da função cerebral, causando cefaleia, confusão, fala arrastada, convulsões, coma
e morte. Os sintomas neuroglicopênicos resultam com frequência de um declínio gradual de
glicose sanguínea, geralmente para níveis inferiores a 40 mg/dL. O declínio lento na glicose priva
o SNC de combustível, mas falha em disparar uma resposta adequada da adrenalina.

O ser humano possui dois sistemas sobrepostos de regulação da glicose que são ativados por
hipoglicemia: 1) as ilhotas de Langerhans, que liberam glucagon, e 2) os receptores no
hipotálamo, que respondem a concentrações anormalmente baixas de glicose no sangue. Os
glicorreceptores hipotalâmicos podem disparar tanto a secreção de adrenalina (mediada pelo
sistema neurovegetativo) quanto a liberação do hormônio adrenocorticotrópico (ACTH) e do
hormônio do crescimento pela hipófise anterior.

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