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DOMINGO, 24 DE ABRIL DE 2016 13:03
CMA Series 4
ondas gravitacionais
Simulação mostra possível distribuição (em púrpura) da energia escura no universo; galáxias em branco
Após 1ª detecção, começou a corrida
GABRIEL ALVES para achar mais ondas gravitacionais
DE SÃO PAULO
24/04/2016 02h03
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Depois da provável detecção de ondas gravitacionais, anunciadas no último
mês de fevereiro, a física pode ter ficado um pouco mais completa. Por outro
lado, uma estranha energia, que constitui quase 70% do Universo –e que tem
por característica "anular" a gravidade– ainda permanece quase totalmente siga a folha
desconhecida.
O nome é energia escura e não ainda existe uma maneira de detectála RECEBA NOSSA NEWSLETTER
diretamente –ela não emite partículas ou luz, pelo menos não da forma como
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conhecemos.
Conhecêla, pois, é o objetivo da pesquisadora Flávia Sobreiro, do Instituto de
Física Teórica da Unesp e de muitos outros cientistas no mundo.
Com tanta abundância no Cosmo, ela não poderia "não fazer nada". A ideia foi
batizada e começou a ganhar força em 1998, quando foi descoberto que o
universo está se expandindo de forma acelerada.
EM CIÊNCIA
A medição histórica viu que uma supernova (explosão de uma estrela
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moribunda), estava mais distante do que se imaginava. Especialmente em
física, contra dados, não há argumentos. A teoria que explica o Universo tinha Cientistas varrem céu para entender
que ser atualizada. 1 teia cósmica de energia escura
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que ser atualizada.
Foi um baque para a teoria do "Big Crunch" –até então se pensava que o Telescópio caçador de planetas flagra
Universo, em um dado momento, por causa da gravidade, "implodiria". 2 explosão de estrela
Alguns insights sobre a natureza dessa energia bizarra: 'Hobbits' foram extintos antes do que se
3 pensava e a culpa não é do homem
1) Ela seria uma propriedade do espaço vazio (que não seria tão vazio assim);
Após 1ª detecção, começou a corrida
2) Ela poderia ser composta de partículas "virtuais", que surgiriam e
4 para achar mais ondas gravitacionais
desapareceriam muito rapidamente;
3) Uma energia dinâmica que permeia todo o Universo, mas que, por acaso, Declínio dos dinossauros começou 40
tem um efeito oposto ao da energia "convencional". 5 milhões de anos antes do esperado
Pode parecer um tanto frustrante não saber praticamente nada sobre o
assunto, mas ao mesmo tempo, essa é uma das fronteiras do conhecimento
que o esforço humano busca conquistar.
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A melhor ideia até agora para tentar tirar uma casquinha informativa da
energia escura foi a varrer o céu em busca de galáxias, e tentar medir a
distância entre elas.
Esse é o tema de pesquisa de Flávia. Junto com outros colaboradores, ela
busca "criar formas probabilísticas e estatísticas para explorar
simultaneamente várias imagens observadas e criar mapas de galáxias cada
vez maiores e mais precisos".
A energia escura seria a responsável pela distribuição das galáxias no
universo. "Vistas de longe, galáxias são agrupadas em filamentos que se
cruzam e se conectam rodeados por grandes vazios. O tamanho desses
filamentos e o vazio entre eles são influenciados pela energia escura", explica
Flávia.
O projeto ao qual Flávia está filiada é o DES, Dark Energy Survey (busca de
energia escura, em tradução livre). Que vai estudar um oitavo do céu.
A meta é que daqui a dois anos, para quando está previsto o fim da varredura,
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A meta é que daqui a dois anos, para quando está previsto o fim da varredura,
haja um mapeamento de 300 milhões de galáxias, 30 mil aglomerados de
galáxias, e 2.000 supernovas.
Para isso, os físicos e astrônomos dispõem de uma supercâmera de 570
megapixels acoplada a um telescópio de 4 metros de diâmetro localizado no
Chile.
"A análise de dados do DES certamente irá trazer contribuições que irão
mudar a maneira como interpretamos o Universo. Esperamos encontrar dicas
de como projetar futuros experimentos para melhorar nossa compreensão
sobre as leis da física", afirma Flávia.
Apesar da semelhança no nome, o conceito de energia escura e de matéria
escura são bem diferentes.
A matéria escura ocupa vazios e exerce gravidade –o que é observável, por
exemplo quando ela altera a trajetória da luz. Ela, que ocupa 27% do
Universo, porém, também está longe de ser totalmente compreendida pela
ciência.
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