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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

Registro: 2018.0000460922

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Embargos de Declaração nº


1045242-63.2017.8.26.0100/50000, da Comarca de São Paulo, em que é embargante
CLERES RAMOS COSTA CORREIA, é embargado FUNDAÇÃO SAÚDE ITAÚ.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 4ª Câmara de Direito Privado do


Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Rejeitaram os embargos. V.
U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores ENIO ZULIANI


(Presidente) e MAURÍCIO CAMPOS DA SILVA VELHO.

São Paulo, 20 de junho de 2018.

Alcides Leopoldo
Relator
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Processo n.: 1045242-63.2017.8.26.0100/50000
Comarca: São Paulo (10ª Vara Cível Central)
Embargante: Cleres Ramos Costa Correia
Embargados: Fundação Saúde Itaú S/A.
Juíza: Andrea de Abreu Braga
Voto n. 13.177

EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - Inexistência de


omissão, contrariedade ou obscuridade a serem sanados - O efeito
modificativo somente pode se dar como consequência do
suprimento da omissão, aclaramento da obscuridade, afastamento
da contradição ou correção do erro material, sendo inadequada a
presente via para reforma do julgado - Decisão embargada em
entendimento firmado pelo STJ - Recurso rejeitado.

Trata-se de embargos de declaração ao Acórdão de fls.


1047/1052, afirmando o embargante que contraria o art. 31 da Lei n.
9.656/98, no sentido de que tem direito a permanecer com o plano nas
mesmas condições de quando estava na ativa, com o pagamento integral da
mensalidade (cota parte do funcionário mais a do empregador), sendo notório
que estamos falando do mesmo plano que usufruía na vigência do contrato de
trabalho, apenas com assunção do valor subsidiado pelo empregador,
aduzindo ainda que, se permitido o reajuste por faixa etária, este não poder
ser em valor abusivo.

É o Relatório.

Conforme consolidado no Superior Tribunal de Justiça a


infringência pode ocorrer apenas quando a alteração da decisão decorra da
própria complementação do julgado, afastando-se a omissão, a contradição ou
a obscuridade (EDARMC 7648/SE, EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO
AGRAVO REGIMENTAL NA MEDIDA CAUTELAR 2003/0236915-0,
Embargos de Declaração nº 1045242-63.2017.8.26.0100/50000 -Voto nº 13.177 2
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Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, data do julgamento:


05/08/2004, DJ 23.08.2004 p.00226; RESP 582009/SP, RECURSO
ESPECIAL 2003/0129539-7, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI,
TERCEIRA TURMA, data do julgamento: 03/08/2004, DJ 23.08.2004
p.00234).
Pelos embargos de declaração “não se procura a
reparação de erro ou injustiça da sentença”1, da decisão monocrática ou do
Acórdão, mas a exatidão ou a complementação da decisão pelo órgão judicial
que a proferiu e desta forma são inadequados para obter-se a reforma do que
foi decidido.
Era explícito o CPC/1939, quando no parágrafo 4º do art.
862 dispunha: “se os embargos (declaratórios) forem providos, a nova
decisão se limitará a corrigir a obscuridade, omissão ou contradição”.

Em comentário a este artigo, leciona PONTES DE


MIRANDA2: "A sentença nos embargos de declaração não substitui a outra,
porque diz que a outra disse. Nem pode dizer algo menos, nem diferente, nem
mais. Se o diz, foi a outra sentença que o disse. É a antinomia - que nos vem
do fundo das ciências entre a proposição existencial e o existente".

Não há omissão, contradição ou obscuridade a serem


sanadas. Há contradição quando a decisão apresenta proposições entre si
inconciliáveis, o que não é o caso.

A decisão recorrida está fundamentada no entendimento


atual do STJ no sentido de que: "Ao aposentado deve ser assegurada a
manutenção no plano de saúde coletivo empresarial, com as mesmas
1 Lopes da Costa, Alfredo de Araújo. Direito Processual Civil Brasileiro. Vol. III. 2ª ed. Rio de Janeiro:
Forense, 1959, p.320.
2 MIRANDA, Pontes. Comentários ao Código de Processo Civil. vol. V. Rio de Janeiro: Forense, 1949,

p.345.
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condições e qualidade de assistência médica. Entretanto, não há falar em


direito adquirido do aposentado ao regime de custeio do plano vigente à
época do contrato de trabalho. 2.1 Para a continuidade do plano de saúde o
beneficiário não tem o direito de despender apenas os valores de contribuição
vigentes ao tempo do ajuste, devendo assumir o pagamento integral da
prestação, a qual poderá variar conforme as alterações promovidas no plano
paradigma, sempre em paridade com o que a ex-empregadora tiver que
custear, evitando assim o colapso do sistema (exceção da ruína), porém,
desde que não haja onerosidade excessiva ao consumidor e a discriminação
ao idoso" (REsp 1558456/SP, Rel. Ministro MARCO BUZZI, QUARTA
TURMA, julgado em 15/09/2016, DJe 22/09/2016), e ainda que: "6. Não há
ilegalidade na migração de inativo de plano de saúde se a recomposição da
base de usuários (trabalhadores ativos, aposentados e demitidos sem justa
causa) em um modelo único, na modalidade pré-pagamento por faixas etárias,
foi medida necessária para se evitar a inexequibilidade do modelo antigo, ante
os prejuízos crescentes, solucionando o problema do desequilíbrio contratual,
observadas as mesmas condições de cobertura assistencial. Vedação da
onerosidade excessiva tanto para o consumidor quanto para o fornecedor (art.
51, § 2º, do CDC). Função social do contrato e solidariedade intergeracional,
trazendo o dever de todos para a viabilização do próprio contrato de
assistência médica. 7. Não há como preservar indefinidamente a sistemática
contratual original se verificada a exceção da ruína, sobretudo se
comprovadas a ausência de má-fé, a razoabilidade das adaptações e a
inexistência de vantagem exagerada de uma das partes em detrimento da
outra, sendo premente a alteração do modelo de custeio do plano de saúde
para manter o equilíbrio econômico-contratual e a sua continuidade,
garantidas as mesmas condições de cobertura assistencial, nos termos dos

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arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656/1998" (REsp 1479420/SP, Rel. Ministro


RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, TERCEIRA TURMA, julgado em
01/09/2015, DJe 11/09/2015).

Não há ilegalidade na cobrança das mensalidades pela


unificação das Carteiras de empregados ativos e inativos ou inclusão do
reajuste por faixa etária.

O efeito modificativo somente pode se dar como


consequência do suprimento da omissão, aclaramento da obscuridade,
afastamento da contradição ou correção do erro material, sendo inadequada a
presente via para reforma do julgado.

Como se colhe da lição de Arlete Inês Aurelli3: "os


embargos de declaração têm por finalidade precípua integrar a decisão
omissa, esclarecer contradições ou obscuridades. Não visam à reforma da
decisão injusta ou errada", aduzindo que "a infringência do julgado deve se
dar apenas como um efeito reflexo, que, para integrar o pronunciamento
judicial, forçosamente tenha de ocorrer modificação do julgado".

Inexiste violação aos arts. 31 da Lei n. 9.656/08 e 39, V e


X, e 51, IV, X, XV, § 1, III, do CDC.

Pelo exposto, REJEITAM-SE os embargos de


declaração.

Alcides Leopoldo
Relator
Assinatura Eletrônica

3
AURELLI, Arlete Inês. Comentários ao Código de Processo Civil: arts. 926 a 1.072 Parte Especial.
Coord. Cássio Scarpinella Bueno. Vol. 4. São Paulo: Saraiva Jur, 2017, p. 478.
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