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Sérgio Buarque, o
“Homem Cordial” e uma
crítica inepta
Por Iná Camargo Costa
16-21 minutos

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Há algo curioso nas diatribres de Jessé de


Souza contra Sérgio. O estridente
sociólogo, que tanto se orgulha de ter lido
Hegel, parece ter caído em cilada…
Por Iná Camargo Costa

LEIA TAMBÉM:
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A pretexto de atacar conservadorismo,
Jessé de Souza investe contra intelectuais
que ajudaram a construir pensamento crítico
brasileiro. Ignorância? Ou simples desejo de
espalhafato? 
Por Iná Camargo Costa

É suspeito aferrar-se ao sentimento e ao


coração
contra a racionalidade pensada, contra o
direito, o dever e a lei.

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Suspeito porque no sentimento o que há de


adicional
é somente a subjetividade particular, a
futilidade e o arbítrio.
Só egoístas, maus e mal intencionados
prendem-se ao particular.
Os que se sentem injustiçados por não
terem os seus caprichos
atendidos são a corporificação da injustiça.
HEGEL, Enciclopédia das ciências
filosóficas III
Quem não conhece os escritos políticos de
Hegel, dos quais a Filosofia do Direito é a
expressão máxima, está condenado a
interpretar de modo cordial, ou subjetivo, o
conceito de homem cordial que Sérgio
Buarque de Holanda expôs em Raízes do
Brasil. Este tem sido, há mais de 80 anos, o
destino predominante de uma reflexão
crítica extremamente esclarecedora da
situação política brasileira, tendo por objeto
as diversas frações das nossas classes

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dominantes, desde os tempos coloniais


absoluta e definitivamente incapacitadas
para a democracia e a liberdade. Não por
acaso, o destino de livro treslido foi pautado
pela recepção inepta de primeira hora por
parte dos intelectuais católicos, com Tristão
de Ataíde à frente.
Cerca de 20 anos depois da Revolução
Francesa, mais ou menos resignado com a
constatação de que a burguesia alemã não
cumpriria, ao contrário da francesa e da
inglesa, a tarefa histórica de conquistar a
sua própria liberdade (em relação às
heranças do feudalismo), Hegel formulou as
proposições básicas de que Sérgio Buarque
de Holanda se apropriou para elaborar seu
conceito de homem cordial. A principal
delas diz respeito às diferentes relações que
a sociedade pode ter com o Estado,
dependendo das origens deste último. No
caso dos gregos e dos romanos da
Antiguidade, o Estado foi produto das

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energias dos cidadãos e como tal era


reconhecido: obra deles próprios. Já em
países que foram colonizados (como a
região da Europa medieval onde hoje se
situa a Alemanha e o Brasil da época
moderna) não existem cidadãos. Nestes
casos, o Estado é uma instância exterior
que domina o conjunto da sociedade e esta,
por sua vez, é constituída não por cidadãos,
mas por súditos. Para quem não se lembra,
a palavra súdito significa subjugado,
submetido; portanto são homens que
desconhecem a liberdade e a confundem
com mandos e desmandos. Não são livres,
mesmo que tenham escravos. Para o
Estado colonizador, o bem supremo do
súdito é ser-lhe útil. O bem supremo deste
súdito, na vida política, é o ganho, a
autopreservação, o privilégio, e
eventualmente a vaidade. Aqui grassa o
interesse individual; não existe a
experiência da liberdade, da criação de leis

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a serem livremente obedecidas. Súditos não


sabem que a liberdade verdadeira é política,
só existe onde for conquistada e atende
pelo nome de democracia.
Não custa nada insistir: súditos não são
cidadãos, mesmo que sejam senhores de
escravos, pois estão, assim como os seus
escravos, a serviço de um Estado que lhes
é exterior e os domina. Ignorando a
experiência e o conceito de liberdade,
súditos reduzem o seu alcance à liberdade
individual e subjetiva, que Hegel (seguindo
a lição de Kant) definiu como arbítrio ou
capricho. O professor Fernando Novais
avançou mais alguns passos na
caracterização das razões materiais da
esquizofrenia sociopolítica dos súditos de
Portugal no Brasil: senhores de terras
doadas pela Coroa; senhores de escravos
comprados; aristocratas privilegiados pelo
rei, ou vassalos, e ao mesmo tempo
burgueses que produzem para o mercado e

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nele se abastecem da mercadoria que


assegura a sua condição de senhor. Mas
não nos precipitemos. [1]
A grande contribuição de Kant para o
debate alemão sobre liberdade no plano
político está justamente na definição de
liberdade como direito e arbítrio como
privilégio. Não-cidadãos reivindicam
privilégios em nome da liberdade, tanto
mais ambicionados quanto mais exclusivos.
Cidadãos reivindicam direitos, que são, por
definição, universais. Para distinguir
privilégio de direito, Kant formulou seu
famoso “imperativo categórico”, que é tão
simples quanto impossível de ser entendido
pelos caçadores de privilégios, mesmo os
imaginários: antes de fazer alguma
reivindicação, devo me perguntar se ela
pode ser universalmente estendida a toda a
humanidade, nem mais nem menos, pois é
isto que significa universal no sentido
rigoroso. Se a resposta for afirmativa, estou

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reivindicando um direito; se negativa, é um


privilégio. É muito simples: se estiver
reivindicando um direito, devo inclusive lutar
por ele; se for privilégio, estarei me
comportando como súdito mesquinho e não
como cidadão. Quem disputa privilégios não
é livre, pois ou a liberdade é para todos ou
se está reivindicando privilégio e privilégio é
arbítrio, ou a liberdade usurpada por
poucos.
Para ilustrar a diferença entre a consciência
da própria liberdade que tinha o cidadão
grego e a inconsciência da servidão por
parte dos alemães, Hegel poderia ter
sugerido a leitura da Constituição de
Atenas, de Aristóteles. Este livro mostra,
melhor que a República de Platão, como
fazia parte do cotidiano do cidadão
ateniense a conversa sobre seu próprio
Estado, sua história, suas constituições e
leis vigentes. [2] Para contrastar com esta
realidade, contemporânea das tragédias

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gregas, Sófocles expõe na tragédia


Antígone a dificuldade de submissão às leis
por parte dos sobreviventes e defensores da
realidade superada pela existência do
Estado. Esta personagem representa,
segundo Hegel na Filosofia do direito, as
forças e valores de um passado no qual
reinava o poder absoluto e arbitrário das
famílias. Em nome destes valores e
descumprindo a lei vigente, Antígone faz as
honras fúnebres a um irmão que morreu em
guerra contra seu próprio Estado (ainda por
cima aliando-se a inimigos externos; seria
preciso acrescentar que em países como o
Brasil até hoje artistas e público se
identificam com Antígone em nome do
“amor fraterno” e contra o Estado
“autoritário”?).[3]
Sem ignorar os riscos de incompreensão
que corria, Sérgio Buarque de Holanda usou
o exemplo (Antígone) e o argumento de
Hegel para caracterizar o homem cordial: é

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um súdito, ignorante do que seja liberdade,


cidadania e esfera pública em país que se
dizia República. Ainda nos tempos coloniais,
objetivamente a serviço do rei (de Portugal,
no caso do Brasil), este súdito se
considerava senhor absoluto de gentes e
terras. Era inclusive chefe militar, privilégio
que só perdeu quando o Estado Português
se transferiu para cá, mas que mesmo
assim permaneceu exercendo com os seus
exércitos de jagunços que entraram pelo
século XX afora – e seus herdeiros
continuam barbarizando até hoje. É este o
homem cordial, e não o povo brasileiro,
como queriam os Tristões de Ataíde,
Cassianos Ricardos e demais
simpatizantes, inclusive Gilberto Freyre. O
povo brasileiro sempre foi e continua sendo
vítima dos desmandos destes súditos ou
vassalos que apoiavam (e apoiam) seus
atos em argumentos irracionais, como são
os do “coração”, no caso de sentimentos

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benevolentes, ou do fígado, no caso dos


ódios e vendetas. A própria “indignação
moral” faz parte deste jogo hipócrita e
sentimentaloide. Este tipo de argumentação
é hipócrita porque os mais mesquinhos
interesses costumam estar mascarados sob
alegações sentimentais. Nas palavras de
Hegel: “o hipócrita propriamente dito tem
consciência da diferença entre o que diz e o
que pensa ou sente”.
Sendo um fato objetivo que dispensa
demonstração a ausência quase completa
de Kant e Hegel no pensamento brasileiro
(mesmo à esquerda), não é de admirar que
a leitura de Raízes do Brasil seja ela mesma
predominantemente cordial, isto é, arbitrária
e sentimental. Pois sem o imperativo
categórico, tal como formulado por Kant, e
sem a crítica à subjetividade sentimental,
arbitrária, hipócrita e anticidadã elaborada
por Hegel, desaparece o terreno teórico
onde Sérgio Buarque enraíza o homem

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cordial na versão brasileira. Isto sem falar


nas exigências mínimas, estabelecidas pela
ciência moderna, para o debate a sério das
teorias.
O capítulo do diálogo Hegel-Buarque de
Holanda pode ser encerrado com uma
deliberada mistura das suas vozes: onde
não há liberdade política não pode haver
interesse pelo Estado, porque só temos
interesse por aquilo em que atuamos e em
sua defesa. Na ausência da cidadania, ou
da esfera pública que assegure o livre
debate das ideias, o objetivo da vida passa
a ser meramente ganhar o pão de cada dia,
com maior ou menor grau de conforto ou
luxo. O interesse pelo Estado passa a ser
meramente egoísta: fica confinado à
esperança de que sua continuidade
assegure a realização dos nossos objetivos
mesquinhos ou mesmo que os realize por
nós. Cria-se um estado de espírito favorável
a qualquer religião que promova a

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passividade a virtude suprema e transforme


o autodesprezo e a condição de desgraçado
em motivo de glória e orgulho. Lutar e
morrer por um direito pressupõe apoiar esse
direito.
É uma disposição estranha numa sociedade
oprimida, em que até a propriedade é um
favor [4].
Passemos a palavra ao Sérgio Buarque de
Raízes do Brasil. As citações serão
seguidas das páginas da edição
comemorativa do 80.º aniversário de
publicação desta obra [5] e, quando
estiverem sem aspas, correspondem a
textos adaptados.
A grande herança dos tempos coloniais é a
família patriarcal. Esta “fornecia a ideia mais
normal do poder, da respeitabilidade, da
obediência e da coesão entre os homens.
Como resultado, temos o predomínio, na
vida social, dos sentimentos próprios à
comunidade doméstica, naturalmente

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particularista e antipolítica; uma invasão do


público pelo privado, do Estado pela família”
(133). Com o predomínio do poder da
família patriarcal herdada da colônia, fica
explicada a nossa impossibilidade de
termos um Estado democrático (193).
A justificação para esta anomalia (do ponto
de vista da cidadania, da liberdade ou da
democracia) provém do século XIX, mas
deita raízes na teologia. Trata-se da “tese
romântica de que o Estado é uma evolução
da família. A verdade histórica demonstra o
oposto, a saber, que o Estado é uma
transgressão da ordem doméstica e familiar.
No Estado, o indivíduo se torna cidadão,
contribuinte, eleitor, elegível, recrutável e
responsável perante as leis da Cidade. […]
O Estado é o triunfo do geral sobre o
particular, do intelectual sobre o material, do
abstrato sobre o corpóreo. A ordem familiar
é abolida pelo Estado” (245). Restou à
família (moderna) o execrável papel de

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escola de inadaptados, sociopatas e


psicopatas. É ela a esfera dos “laços de
sangue e do coração”, de onde provém o
homem cordial, incapaz de ultrapassar os
limites mesquinhos da vida privada
(251-256).
Foram estes homens cordiais, também
conhecidos como “filhos-família”, os que nos
tempos do Império e da República Velha
desempenharam o desprezível papel de
funcionários patrimonialistas no Estado
brasileiro. Entendiam funções, empregos e
benefícios como privilégios, como assuntos
do seu interesse particular (252). Se o
comportamento atravessou o século XX,
cabe aos historiadores e sociólogos
explicarem a patologia. Quem sabe
ficaremos devendo esta explicação a algum
bom leitor de Sérgio Buarque que se
disponha a fazer a pesquisa empírica e
documental.
Especificando mais um pouco, o indivíduo

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cordial se afirma como indiferente à lei geral


sempre que esta contrarie suas afinidades
emotivas. Seu interesse está sempre
voltado para si mesmo, para aquilo que o
distingue dos demais, do resto do mundo
(273). E o intelectual cordial, por sua vez, é
este indivíduo por assim dizer voltado para
o trabalho cerebral que apresenta, se não
todas, algumas das seguintes marcas:
presunção de que talento é de nascença e
espontâneo porque trabalho e estudo são
ofícios vis; voluntário alheamento do mundo
circundante; crença mágica no poder das
ideias (280); concepção de saber como
instrumento para elevar seu portador acima
dos comuns mortais; cultivo do saber para o
autoenaltecimento; prática da erudição
sobretudo formal; citar em língua estranha
para deslumbrar o leitor, como se exibisse
uma coleção de pedras preciosas; prestigiar
teorias com endosso de nomes estrangeiros
e difíceis; concepção simplificada do mundo

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para colocar tudo ao alcance de raciocínios


preguiçosos (288). Os fascistas, como
expressão mais radical do tipo, são
“ignorantes e idiossincráticos” (329). Mas,
acrescentemos, entre o homem cordial e o
fascista há algumas mediações, das quais a
mais importante, dado o seu peso material,
são as forças de proteção e segurança da
propriedade privada – exército, polícias e
milícias – das quais provém o seu
contingente armado.
Como já está em Sérgio Buarque de
Holanda o alerta para a ampla
caracterização de um tipo sociológico que
vai do latifundiário aos fascistas, vale a
pena encerrar este capítulo passando a
palavra a Brecht, o alemão que, como
Sérgio Buarque, teve a experiência da fera
rosnando em seus calcanhares: “É hipócrita
toda manifestação contra o fascismo que
evite mencionar as relações sociais das
quais ele resulta (…). Os que não querem

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renunciar à propriedade privada dos meios


de produção, longe de se livrar do fascismo,
terão necessidade dos seus serviços. A
cara do fascismo é a da escroqueria vulgar,
a mais cínica corrupção, a mais brutal
covardia. Antes de sair de cena, a burguesia
assume a aparência mais repugnante”.[6]
Notas
[1] Quem se interesse pelos pormenores da
reflexão de Fernando Novais, pode ler com
extremo proveito o ensaio “Condições de
privacidade na Colônia”, presente no
volume Aproximações, publicado em 2005
pela editora Cosac Naify. A dialética aqui
referida está na página 216.
[2] Entre outros textos, na História da
filosofia Hegel avisa que não tem cabimento
cobrar de Aristóteles o fato de em seu
tempo haver escravos em Atenas, pois só
na época moderna surgiram a experiência e
o conceito de liberdade a que se refere.

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Trata-se agora, e antes de mais nada, de


entender que o homem é livre em-e-para-si.
Este conhecimento só foi possível com a
ciência moderna, que passou a explicar o
universo e a pensar por conta própria, isto
é, com autonomia, sem depender da religião
e da teologia. O primeiro capítulo desta
história foi escrito por Descartes, que
inclusive explicou ser a própria fé produto
da razão e por isso até hoje é demonizado
pela Igreja Católica e seus teólogos que
passam por filósofos, inclusive Heidegger.
[3] As teses de Hegel são desenvolvidas por
Engels no livro A origem da família, da
propriedade privada e do Estado. Mas o
argumento de Engels avança por assim
dizer recuando, pois seu exemplo é ainda
mais eloquente, retirado que foi da tragédia
de Ésquilo Sete contra Tebas. Aqui se trata
do mesmo assunto mas fica mais claro o
papel de “traidor da pátria” desempenhado
pelo irmão de Antígone. A obra de Ésquilo

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foi encenada em 467 AEC e a de Sófocles é


de cerca de 441 AEC.
[4] Para os que estendem a cordialidade
genérica ao povo brasileiro, vale a pena
lembrar que a falta de propriedade e de
poder que define os pobres faz toda a
diferença.
[5] Cf. BUARQUE DE HOLANDA, Sérgio.
Raízes do Brasil. Edição crítica. São Paulo:
Companhia das Letras, 2016.
[6] Brecht, Bertolt. (Ensaios sobre o
fascismo, 1933-1939) in Écrits sur la
politique et la société. Paris: L’Arche, 1970,
p. 146.

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Bio
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Sérgio Buarque, o “Homem Cordial” e uma crítica inepta about:reader?url=https://outraspalavras.net/brasil/sergio-buarque-...

Professora aposentada da FFLCH da USP,


é autora de vários ensaios e livros sobre o
teatro brasileiro e reconhecida pesquisadora
sobre a obra de Bertolt Brecht. Militou em
vários grupos de teatro de São Paulo; é
assessora da Coordenação de Cultura do
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem
Terra (MST).

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