Transporte
Balanco Diferencial de Energia
Ana Silvia Prata
Definições importantes
Trajetórias: caminho traçado por uma partícula de fluido em movimento (ref Lagrangiano).
Linhas de corrente: linhas traçadas no campo de escoamento de forma que, em um dado instante do
tempo, elas são tangentes à direção do escoamento em todos os pontos no campo de escoamento. Ou
seja, em um ponto a linha de corrente ‘e paralela ao vetor velocidade.
Classificação dos fluxos
A. Direção da trajetória: Laminar quando ele se move em filmes ou lâminas, ou seja, a trajetória de cada partícula do fluido segue uma linha de
corrente e essas linhas não se cruzam. Quando a velocidade aumenta o fluxo repentinamente perturba-se e passa a ser chamado de turbulento.
A estrutura do escoamento no regime turbulento é caracterizada pelo movimento tridimensional aleatório das partículas do fluido sobreposto ao
movimento médio do fluido
B. Viscosidade: quando os efeitos viscosos tornam-se importantes no escoamento do fluido: Escoamento viscoso: O fluido em contato direto com
uma superfície sólida tem a mesma velocidade que a superfície. Não há deslizamento na superfície !! Pode-se dividir o escoamento em duas
regiões distintas: na região adjacente à superfície, tensões de cisalhamento estão presentes (gradientes de velocidade, du/dy), e esta região é
denominada camada limite. Fora da camada limite o gradiente de velocidade é zero, e, nesta região, pode-se aplicar a teoria de escoamento
não viscoso para analisar o escoamento.
C. Espaco: Unidimensional: quando as propriedades e características do fluido dependem somente de uma variavel espacial. Pode-se então,
desprezar as variações das propriedades do fluxo na direção perpendicular á principal direção de escoamento
D. tempo: Permanente (Estacionário): as propriedades e características do fluxo são independentes do tempo. Isto significa que não existem
mudanças nas propriedades deste fluxo em um determinado ponto com o decorrer do tempo, mas pode haver mudança de um ponto a outro →
trajetórias e linhas de fluxo são idênticas no campo de escoamento (exemplo: escoamento em um tanque cujo o nível de líquido é reposta de
alguma maneira, e assim, as velocidades não variam com o decorrer do tempo em qualquer sessão analisada). Escoamento transiente: Quando
ao menos uma grandeza ou propriedade do fluido muda no decorrer do escoamento → trajetórias, raias e linhas de fluxo não coincidem no
campo de escoamento
E. Compressibilidade: Os fluidos incompressíveis são aqueles em que as variacoes de densidade são pequenas e podem ser desprezadas, logo,
a densidade é constante. Um critério importante para classificação dos fenômenos de fluxo que é a estrutura de fluxo interna. Assim eles podem
ser
F. Movimento de rotação: Rotacional é quando um elemento de fluido em cada ponto do espaço possui velocidade angular em relação a este
ponto. Irrotacional: As partículas se movimentam sem exibir movimento de rotação (na maioria das aplicações em engenharia despreza-se a
característica rotacional dos escoamentos
Lagrangeano vs. Euleriano
Lagrange: Segue cada particula.
Euler: avalia as mudanças em um volume de controle
As leis fisicas sao definidas para o referencial Lagrangeano, mas considerando uma identidade fixa. Como
o fluido se deforma continuamente, como aplicar as leis físicas? Reescreve-se estas leis a partir de
um referential Euleriano (Teorema de transports de Reynolds)
Teorema de Reynolds
No referencial Euleriano a velocidade numa posição (x0,y0,z0) coincide com a
taxa de deslocamento da partícula que passa por este ponto no mesmo
instante (conceito Lagrangeano). Podemos derivar a relacao entre as visoes
como:
∂ ( ρφ ) Dφ
+ div( ρφ u) = ρ
∂t Dt
Acumulo de
φ no elemento de fluido Taxa liquida de SEGUE A PARTICULA: Taxa de aumento de
φ para fora do elemento de fluido φ para uma particula de fluido
Dφ ∂φ ∂φ dx ∂φ dy ∂φ dz
= + + +
Dt ∂t ∂x dt ∂y dt ∂z dt
Dφ ∂φ
= + u.grad φ
Dt ∂t
• Com dx/dt=ux, dy/dt=uy, dz/dt=uz
Leis de Conservação
• Conservação de Massa - Equação da continuidade
m = 𝜌.V
• Segunda lei de Newton (mudança do momentum se iguala às
forças aplicadas sobre o fluido): Equação de Navier Stokes
momentum = m.𝜈
• 1 Lei da termodinamica (a energia de um sistema altera-se com
adicao/remocao de color e realização de trabalho) : Equacao
de concervacao de energia
Obs: Para todos os casos, o fluido e tratado como continuum. Para escalas de comprimento > 1µm, a
estrutura molecular pode ser ignorada. Nao considera o comportment individual das molecular (base da
Mecanica dos fluidos).
Elemento de fluido
Elemento de fluido: menor porção de fluido cuja hipótese do continuum continua
sendo válida.
δz
(x,y,z)
δy
δx
z
y
x
• No volume de controle infinitesimal todo o que afeta o movimento, terá
efeito sobre a transferencia de energia. Por exemplo, sabe-se que a
transferencia de calor e movimento estão inter-relacionadas.
• que implica em
=0
Eq. diferencial de QM
• 2a lei de Newton: taxa de mudança iguala-se as forças aplicadas
campo
Tensoes viscosas
⎛ τ xx τ xy τ xz ⎞
⎜ ⎟
τ = ⎜τ yx τ yy τ yz ⎟
⎜τ τ τ ⎟
⎝ zx zy zz ⎠
⎛ ∂u 2 ⎛ ∂u ∂v ⎞ ⎛ ∂u ∂w ⎞ ⎞
⎜ 2 µ − µ div u µ⎜ + ⎟ µ⎜ + ⎟ ⎟
⎜ ∂x 3 ⎝ ∂y ∂x ⎠ ⎝ ∂z ∂x ⎠ ⎟
⎜ ⎛ ∂u ∂v ⎞ ∂v 2 ⎛ ∂v ∂w ⎞ ⎟
= ⎜ µ⎜ + ⎟ 2 µ − µ div u µ⎜ + ⎟ ⎟
⎜ ⎝ ∂y ∂x ⎠ ∂y 3 ⎝ ∂z ∂y ⎠ ⎟
⎜ ⎛ ∂u ∂w ⎞ ⎛ ∂v ∂w ⎞ ∂w 2 ⎟
⎜ µ ⎜⎝ ∂z + ∂x ⎟⎠ µ⎜ + ⎟ 2µ − µ div u ⎟
⎝ ⎝ ∂z ∂y ⎠ ∂z 3 ⎠
Equação de N-Stokes
• Para apenas uma direção (x):
Notação vetorial
1a lei da Termo
[J/s]
Dos balanços anteriores
Taxa líquida de adição de
calor
∂q z 1
(q z + . δz )δxδy
∂q y 1 ∂z 2
(q y + . δy )δxδz
∂y 2
∂q x 1 ∂q x 1
(q x − . δx)δyδz (q x + . δx)δyδz
∂x 2 ∂x 2
z
y
x
∂q z 1 ∂q y 1
(q z − . δz )δxδy (q y − . δy )δxδz
∂z 2 ∂y 2
Condução
Trabalho realizado pelo
sistema sobre a vizinhança
Taxa de trabalho = força x velocidade na direção da força
[J/s]
[kg/m3][m3] [m/s][m/s2]
[kg.m/s2] [m/s]
[N] [m/s]
Trabalho realizado na
superficie x-direction
∂ (uτ zx ) 1
(uτ zx + . δz )δyδz
∂z 2 ∂ (uτ yx ) 1
∂ (uτ yx ) 1 − (uτ yx − . δy )δxδz
(uτ yx + . δy )δxδz ∂y 2
∂y 2
∂ (up ) 1
(up − . δx)δyδz ∂ (up ) 1
∂x 2 − (up + . δx)δyδz
∂x 2
∂ (uτ xx ) 1
− (uτ xx − . δx)δyδz ∂ (uτ xx ) 1
∂x 2 (uτ xx + . δx)δyδz
∂x 2
z
y
∂ (uτ zx ) 1
x − (uτ zx − . δz )δxδy
∂z 2
2) Trabalho contra as forças de superfície:
pressão viscosas
Acúmulo
[J/s]
[J/s]
[kg/m3][m/s][J/kg][m2]
Balanco de energia
diferencial
• Ao somar todos os termos, em todas as direcoes, e dividir pelo volume
differential (δxδyδz), obtem-se :
=
Em notação vetorial
1 2 3 4 5 6
1. Energia que entra e sai por condução e energia gerada
2. Trabalho realizado sobre o fluido devido a gravidade
3. Devido a pressão
4. Devido a forças viscosas
5. Acumulo de energia [J/s m3]
6. Energia que entra e sai por convecção
Especificando as energias
e (E/m), onde e é a soma das as energias: cinética (u2/2) e interna ũ . A
potencial (gz) esta entrando como parte de forca de campo
Simplificação do BDQM
BDQM para fluido incompressivel
e viscosidade constante:
multiplicar pela v:
• FLUXO
• Cilindro
• Esferas
Simplificações
• Para escoamentos incompressíveis, sem fonte de calor e k constante.
Mesmo vale para fluidos isobaricos (sem fonte de calor e k constante)
condutividade constante
DUÇÃO DE CALOR UNIDIMENSIONAL EM
REGIME ESTACIONÁRIO
2 incognitas, 2 condições de contorno
ÇÃO DE CALOR SEM GERAÇÃO DE ENERGIA
ana:
T s1 T s2
T oo 1
fluido frio
T oo2,h2
fluido quente
T oo 1,h1
x=0 x=L
ações:
Condições de contorno perfil de temperatura
dução unidimensional;
me permanente;
geração interna de calor
Resistência térmica - Paredes planas
T oo 1,h1
T s1
T s2
T oo 2,h2
x=0 x=L
1 L 1
h1A kA h2A
T∞1 − T∞ 2 1 L 1
q = R = + +
h1A kA h 2A
T∞1 − T∞ 2 1 L 1
qx =
Parede composta
Rt
Rt = + +
h1A kA h 2 A
Parede Composta:
T oo1 LA LB LC
T oo 4,h4
T s1 T2
T oo 1,h1 T3 T s4
kA kB kC
T oo4
1 LA LB LC 1
h1A kAA kBA kCA h4A
Ex: Paredes compostas
• Em regime permanente: q=q1=q2
Isolamento alvenaria l1
R1=
k1 A
T1
ΔT
qx=
T2 = ? ∑R l2
R2=
T3 k2 A
L1 L2
Ex: Paredes compostas
•
Por que pode ser representado por:
ΔT
qx=
T1 ∑R
dT
T2 = ?
• Tem-se qx= q1= q2 e qx= − k A
dx
T3
(T 2− T 1) T 2− T 1= qx R1
q1= − k 1 A
L1 L2 l1
+
(T 3− T 2) T 3− T 2= qx R2
q2= − k 2 A
l2
(T 1− T 3)
ΔT qx=
qx= lA lB
∑R ( +
k A A kB A
)
Ex: Paredes compostas
•
Resolução:
Isolamento Alvenaria ΔT
qx=
T1 = 25oC ∑R
(T 1− T 3)
T2 = ? qx=
lA lB
T3 = -15oC ( + )
k A A kB A
kp = 1.30 W
o Resposta: 18,57W/m2
m. C
Ex: Paredes compostas
•
E a temperatura da parede interna?
Isolamento Alvenaria
(T 2− T 1)
T1 = 25oC q1= − k 1 A
l1
T2 = ?
T3 = -15oC
W
ki = 0.05
m.o C
Li = 10cm Lp=20cm
W
kp = 1.30 Resposta:
m.o C -12,14 oC
• Uma câmara fria construída em alvenaria deve ser mantida a 5ºC. Para
isso, foi feito um revestimento de 5 cm utilizando uma fibra isolante.
Calcule: a) A temperatura da parede interna, da parede externa e na
interface alvenaria-isolamento. b) Compare o fluxo de transferência de
calor através do tijolo e do cimento. c) Considere a temperatura externa a
câmara igual a 35ºC e 1 m de parede (10 tijolos e 10 rejuntes)
Rsérie = ΣR
1 1
=Σ
R paralelo R
1
UA =
ΣRtotal
Caso 1 CONDUÇÃO DE CALOR
UNIDIMENSIONAL EM REGIME ESTACIONÁRIO
SEM GERAÇÃO DE ENERGIA
T1 T3
T2 T4
R1 R2 R3
qx
r2
r1
r3
T3
T1 T2
L
T1 T2 T3
qx
R1 R2
T∞ h
T1
r1
r2
T2
Coordenadas cilíndricas
• Transferência de calor entre as camadas cilindricas cuja temperatura ao
longo de z é constante: transferência radial
ri r
re z
r T
(r e− r i )
e e x
q. dr (r e− r i )
∫ = ∫ − k . dT
2π . r . z T
ri i
Coordenadas esféricas
A(r) = 4 π .r 2→ Área não é constante
r T (r e r i )
e e
q qr x
∫ 4.π .r 2
. dr= ∫ − k . dT (r e− r i )
ri T i
Coordenadas cilindricas
Tubo sem isolamento
Vapor
TB
T2 ln (r e /r i )
Ambiente T1 2k π L
TA ri
re Para o denominador também
hB e hA= coeficiente convectivo interno e ficar com uma área, x r/r
externo
(T A− T B)
A = área de T.C. = 2.π.r z qx=
z = comprimento do tubo re
r e ln ( )
1 ri 1
( + + )
h A Ae k Ae hB Ai
Coordenadas cilindricas
Ae (T A− T B)
qx= = U e Ae ΔT
re
r e ln ( )
1 ri re
( + + )
hA k hB r i
Ue= coeficiente global de
T.C. baseado na Área
externa de T.C., kcal/
h.m2.oC
Ue.Ae = Ui.Ai
Exemplo
• Tubo de 5cm de diâmetro externo com temperatura externa de 200ºC
exposto ao meio ambiente (20ºC; he = 3,0 W/m2ºC). Ao se utilizar amianto
como isolante (kisol = 0,17 W/moC), qual o raio crítico de isolamento e qual
a perda de calor?