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Ficha de leitura 10 – Profa.

Luciane Klein (pode cair)


“O diálogo entre o tribunal permanente de revisão e os tribunais constitucionais
nacionais: o mecanismo da opinião consultiva e o direito mercosurenho de
terceira dimensão”.
 A autora chama atenção, inicialmente, para as diversas dimensões de
direitos humanos/fundamentais, chamando atenção para os de terceira
dimensão (ambientais/consumeiristas), numa perspectiva de
solidariedade e fraternidade, que transcende o indivíduo, na medida em
que expressam uma preocupação com o coletivo, com o bem-estar
comum, sendo, portanto, chamados de direitos transindividuais ou direitos
metaindividuais (difusos).
 O MERCOSUL, nesse sentido, vem buscando regulamentar instrumentos
comunitários de proteção ao consumidor transfronteiriço, bem como que
determinem a proteção do meio ambiente para as presentes e futuras
gerações.
 Assim, se busca garantir uma série de políticas regionais de
desenvolvimento sustentável que ao mesmo tempo zelem pelo
estabelecimento de um padrão ou standard mínimo de proteção ao sujeito
vulnerável da relação internacional de consumo.
 Necessidade de busca de soluções em nível global/transnacional para a
questão ambiental, pois o comportamento ambiental de um país pode
causar impactos de várias montas para diversos outros países;
 Os acordos comerciais firmados entre países, ou no âmbito comunitário
do MERCOSUL e da UE frequentemente levam em consideração a
questão da sustentabilidade, dada a necessidade de se levar em
consideração o impacto provocado pelas atividades humanas ao meio
ambiente.
 Agenda 2030 da ONU: preocupação com o consumo e a produção
responsáveis, entre outras ações destinadas a enfrentar a mudança
global do clima e a promover o desenvolvimento de uma agricultura
sustentável, a disponibilização de energia limpa e acessível, o combate a
pobreza, etc.
 Necessidade do MERCOSUL atentar para a questão ambiental, dada a
diversidade biológica da região;
 Por conta disso, o CMC do MERCOSUL aprovou a decisão 26, que busca
a) alcançar o adequado desempenho ambiental para a melhoria da
competitividade e eficiência dos setores produtivos; otimizar os recursos
naturais, matérias-primas e insumos; c) substituir materiais por outros
menos contaminantes, a fim de minimizar a emissão de gases e resíduos;
d) implementar e aplicar metodologias e tecnologias ambientais
preventivas; e) desenvolver produtos e serviços que gerem menor
impacto ambiental, etc.
 Histórico de formação do MERCOSUL. Ideia de cooperação
latinoamericana, para solucionar os conflitos e desenvolver a economia
se formou em 1979, com o Acordo Tripartite sobre Corpus e Itaipu.
 Assim, Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai formam, em 1991, por meio
do Tratado de Assunção, o Mercosul, com o objetivo de alcançar as quatro
liberdades de circulação (pessoas, mercadorias, serviços e investimentos
estrangeiros), coordenar políticas macroeconômicas e harmonizar a
legislação dos Estados-partes.
 No preâmbulo do Tratado de Assunção, a integração é mencionada como
condição para a aceleração do desenvolvimento econômico, mediante o
aproveitamento mais eficaz dos recursos disponíveis, a preservação do
meio ambiente, e a ampliação da oferta e da qualidade dos bens e
serviços disponíveis, como medidas destinadas a melhorar a qualidade
de vida dos habitantes da região.
 A autora chama atenção para os problemas de assimetria política no
MERCOSUL, que levam a outros de monta jurídica e econômica, como a
uniformização das leis e o comércio internacional intra bloco.
 Falta de aplicação e interpretação uniformes do direito gerado no âmago
do MERCOSUL.
 Para a autora, se cada juiz interpreta o direito do Mercosul conforme os
seus próprios interesses nacionais e sem uma pauta de interpretação
comum, a efetividade do sistema estará em risco e os destinatários diretos
das decisões estarão submersos numa esfera de instabilidade e
insegurança jurídica. (!)
 Existencia do TJ da UE que, por meio de questão prejudicial formulada
por quaisquer magistrados do Bloco, verifica e decide qual norma
comunitária deve ser aplicada ao caso concreto, sendo tal resposta
vinculante a todos os membros da UE. Os efeitos desse TJ foram
amplamente positivos, dado o surgimento de princípios do direito
comunitário, como o efeito direto, a aplicabilidade imediata e a primazia
do direito da União, contribuindo para o considerável estágio de
desenvolvimento que a UE hoje apresenta.
 Em 2005, surge o Tribunal Permanente de Revisão (TPR) do Mercosul,
sediado em Assunção, tendo quatro competências jurisdicionais, quais
sejam, a) dar opiniões consultivas; b) intervir, por acesso direto, nas
controvérsias que um estado possa ter contra outro; c) entender nos
recursos de revisão de laudos arbitrais emitidos pelos tribunais arbitrais
ad hoc; d) ditar medidas excepcionais e de urgência contra um estado
parte, baseadas em eventual descumprimento das normas jurídicas do
Mercosul, a fim de evitar danos irreparáveis ao estado peticionante. A
primeira delas é a mais importante e a menos levada a cabo.
 A opinião consultiva constitui-se como um instrumento que tem por
objetivo alcançar a unificação da interpretação do Direito
mercosurenho, descobrindo o seu alcance e o sentido das normas
regionais, para unificar critérios hermenêuticos e gerar um maior
clima de previsibilidade e certeza jurídica, já que o Direito do bloco
terá, por esta via, uma aplicação idêntica em todas as jurisdições
nacionais onde produz os seus efeitos.
 Importância da OC: a pluralidade de interpretações à que fica submetido
o direito mercosurenho conduz a uma falta de unidade interpretativa que
poderia violentar princípios que sustentam o processo”, devido às
contradições às quais se pode chegar. Afinal, quando as instancias
nacionais podem interpretar a seu arbítrio os textos comunitários, existe
o perigo de fracionar tal ordenamento e de que se gerem contradições
que não conduzam aos resultados esperados.
 Reg. do Protocolo de Olivos: competência para fixar normas para que os
estados parte solicitem OC ao TPR é do Conselho do Mercado Comum
(CMC);
 Se a consulta provir dos estados parte em conjunto ou de um órgão
decisório do Mercosul, como o CMC, o GMC e a Comissão de Comércio
do Bloco, deve ser aplicado o Reg. do Prot. De Olivos, decisão 37/2003,
o que é estendido ao Parlasur, embora este último não possua
capacidade decisória.
 Por outro lado, se o Poder Judiciário dos Estados Partes quiserem solicitar
OC ao TPR, deverão obedecer à Decisão CMC 02/2007, que prevê quais
são os órgãos de cada Estado Parte que podem elevar OC ao TPR. No
Brasil, o órgão competente é o STF.
 Objetos da OC: a OC deve se referir exclusivamente à interpretação
jurídica do Tratado de Assunção, do Protocolo de Ouro Preto, dos
protocolos e acordos celebrados no âmbito do Tratado de Assunção, das
Decisões do CMC, das Resoluções do GMC e das Diretivas do CCM. Em
suma, só podem tratar do Direito do Mercosul, devendo esse ser
aplicado no caso concreto pelo juiz nacional, se tratar de pedido do PJ de
algum estado parte.
 Juízes de inferiores instâncias podem encaminhar solicitações de OC,
desde que figure como legitimado ativo o órgão do PJ definido pelo
Estado-Parte para tanto. A regulamentação para tanto é competência dos
próprios Estados-partes. No Brasil, esse procedimento é regulado pela
Emenda Regimental 48, do STF.
 A OC não é um mecanismo obrigatório, como é a questão prejudicial na
UE, bem como a resposta da OC não é vinculante, nem obrigatória.
 Preâmbulo do TA prevê que o desenvolvimento econômico do Mercosul
deve observar a preservação do meio ambiente.
 Declaração Conjunta sobre Meio Ambiente, de 1991, trata sobre a
conservação da diversidade biológica e dos recursos hidrobiológicos,
prevenção de acidentes e catástrofes, tratamento de dejetos e produtos
nocivos ou perigosos, desertificação, atividade humana e meio ambiente,
insumos agrícolas, saneamento, resíduos sólidos, contaminação
transfronteiriça, entre outros temas.
 Declaração de Canela, de 1992, estabeleceu posições comuns aos
Estados partes sobre meio ambiente e desenvolvimento. Nesse mesmo
ano, foi criada a Reunião Especializada em Meio Ambiente (REMA).
 Em 1995, foi criado pelo GMC o Subgrupo de Trabalho n° 6 sobre “Meio
Ambiente”, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável na
região, mediante ações que garantam a transversalidade da temática
ambiental no processo de integração, para adoção de medidas
ambientais efetivas, economicamente eficientes e socialmente
equitativas.
 Em 2001, foi firmado o Acordo-Quadro sobre Meio Ambiente do
Mercosul, que é a principal norma ambiental do bloco. Tal acordo
estabelece seis princípios gerais destinados à promoção do meio
ambiente (rodapé), demonstra a preocupação com a tomada de
medidas destinadas ao desenvolvimento sustentável para a melhoria
da qualidade de vida da população e dá população e dá prioridade à
cooperação entre os Estados para a prevenção para a prevenção do
dano ambiental. Tal acordo recebeu um protocolo adicional, em
2004, prevendo medidas para que os Estados possam prestar auxílio
recíproco quando ocorrer uma emergência que tenha consequências
efetivas ou potenciais ao meio ambiente ou à população de seu
território.
 Porém, desde então não houveram significativos avanços na legislação
comunitária ambiental do Mercosul, não tendo o desenvolvimento
esperado, e não regulando temáticas centrais para o contexto da região,
como a responsabilidade civil internacional por danos ambientais
transfronteiriços.
 Ainda, no que tange a matéria ambiental, não há muitas causas que
registram uso da solução de controvérsias, e não houve, até o momento,
nenhuma solicitação de opinião consultiva ao TPR sobre a temática.
 No direito do consumidor, por outro lado, a atividade do Mercosul tem se
mostrado mais intensa.
 Em 1995, foi Criado o Comitê Técnico n° 7, com a tarefa de estabelecer
propostas de harmonização legislativa que resultem em padrões elevados
de proteção ao consumidor que atua no mercado integrado, tendo tal
comitê já empregado diversas metodologias legislativas de hard e soft
law.
 Em matéria de soft law, destacam se a Declaração Conjunta dos
Presidentes de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, de 2000, que prevê
que os direitos humanos incluem, em seu bojo, os direitos do consumidor,
e, nessa mesma feita, foi aprovada a Declaração dos Direitos
Fundamentais dos Consumidores do Mercosul, que elenca a necessidade
de proteção eficaz da vida, da saúde, da segurança do consumidor e do
meio ambiente contra os riscos provocados por práticas no fornecimento
de produtos e serviços.
 A título de hard law, a primeira matéria do Mercosul foi a Res. 126/94, que
constitui o verdadeiro pedestal da política de proteção ao consumidor, na
medida em que recomenda a adoção de normas que sejam compatíveis
com os padrões internacionais e afirma que o processo de harmonização
legislativa deve em consideração o consumidor como agente econômico
vulnerável. Tal resolução, ademais, é a única norma mercosurenha que
contém normas de DIPriv do Consumidor, pois indiretamente indica a lei
do mercado de destino dos produtos e serviços como a aplicável aos
conflitos envolvendo o consumidor transfronteiriço.
 Resoluções oriundas das propostas do CT n°7 – p. 153.
 No campo do conflito de normas, o CT n° 7 produziu o Protocolo de Santa
Maria sobre Jurisdição Internacional em Matéria de Relações de
Consumo, em 1996. Tal protocolo, dentre outras regras, adota o domicílio
do consumidor como regra geral para estabelecer a jurisdição
internacional, reconhecendo as dificuldades e os riscos de um processo
judicial levado a cabo no estrangeiro. Porém, tal legislação não entrou em
vigor por estar condicionada ao Regulamento Comum de Defesa do
Consumidor.
 Em guisa de aplicação, está o Projeto de Decisão do CMC n° 15/2012,
que visa abordar a condição do consumidor transfronteiriço passivo
(aquele que não sai do domicílio de seu país para contratar) e ativo
(consumidor turista). Ademais, permite o emprego da autonomia da
vontade para a escolha da lei que regerá o contrato, limitando-a a um rol
de direitos preestabelecidos, que ficam à disposição do , fazendo especial
preferência pela escolha do direito do Estado de domicílio do consumidor,
condicionando a efetividade da eleição realizada a que o direito escolhido
seja mais favorável à parte vulnerável do contrato.
 Ainda, está em trâmite um projeto de Estatuto da Cidadania do Mercosul,
que pretende aprofundar, em matéria consumerista, a legislação
comunitária.
 Porém, como boa parte dessas normas não se encontra em vigor, o
quadro de defesa do consumidor no Mercosul hoje é bem precário, o que
é péssimo para a circulação financeira entre os Estados Partes, o que
requer a atenção dos países do bloco, especialmente no que tange o
consumo sustentável, dada a defasagem legislativa já apresentada em
matéria ambiental.
 Por fim, a autora afirma que, no Mercosul, as opiniões consultivas podem
ser a cristalização do sistema de precedentes, desde que, obviamente,
passem a ser utilizadas.

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