que estejam submetido à esta, de forma que só lhes podem ser exigido fazer ou deixar de
fazer algo em virtude de lei (art. 5º, II, CF). Esta é a plena e basilar manifestação do Estado
de Direito Democrático, e garante aos cidadãos ou estrangeiros em território nacional, sejam
submetidos à normatividade de legislações resultantes da manifestação de vontade dos
soberanos, o povo.
A mera previsão da legalidade já seria suficiente para garantir que os tributos não
fossem instituído, se não por meio de lei. Contudo, o legislador constituinte, no exercício de
sua valoração acerca dos estados de coisas ideais assumidos para a nova ordem constituída,
perfilhou-se no sentido de direcionar disposição específica da legalidade em matéria tributária
(art. 150, inciso I, da CF).
11
p. 220.
A base de cálculo, como já dito, da mesma forma é elemento integrante da garantia da
estrita legalidade tributária, na medida em que integra elementos essenciais da tributação. Por
que integra? Porque a base de cálculo é índice seguro para a identificação do aspecto
material da hipótese de incidência, que confirma, afirma ou infirma a coerência interna da
norma que o instituiu, figurando-se, assim, como garantia do contribuinte de que está sendo
tributado nos termos da constituição, pois existente correlação lógica entre a base de cálculo e
a hipótese de incidência.
12
Edvaldo Brito.
Questão interessante é a da restrospectividade da lei tributária, i.e., certos impostos se
consubstanciam de forma complexa, pois resultante de um conjunto de fatos praticados
concatenadamente, exemplo evidente é o imposto de renda; assim, poder-se-ia questionar a
aplicação de lei nova ao fato imponível que já tenha se iniciado, em outras palavras, se a lei
nova exerceria efeitos retrospectivos. Sobre o tema, CARAZZA afirma que a nova lei não
exerce efeitos retrospectivos, devendo-se aplicar a lei antiga, em vigor no início da cadeia
complexa de fatos imponíveis13.
13
P. 324.
emersão da obrigação origina de lei, mediante simples preenchimento da hipótese de
incidência, i.e., prática do fato gerador. Trata-se, portanto, de obrigação ex lege.
Casos como o imposto de renda, cuja obrigação tributária origina de fato gerador
continuado, quando existente modificação normativa no interstício do preenchimento da
hipótese de incidência, provocaram inúmeras discussões doutrinárias sobre qual seria a norma
aplicável, opinando majoritariamente tais teóricos pela opção de que a incidência da nova
norma tratava-se de falsa retroatividade, na medida em que não preenchida a hipótese
normativa em momento anterior, mesmo com a prática dos atos, não haveria retroatividade.
Amaro afirma que tal forma compreensão do fato gerador continuado, o reduz o fato
continuado ao mera fato instantâneo, desconsiderando os fatos jurígenos perpetrados a partir
de considerações normativas pelo contribuinte.
dizer que são irrelevantes esses fatos (...) é fechar os olhos à evidência de
que a maior expressão de eficácia dessas normas (que incidiram sobre tais
fatos) está na circunstância de terem determinado e condicionado
efetivamente o comportamento do Fisco e do contribuinte” Essas conclusões
são desdobramento indeclinável dos princípios fundamentais do Estado
democrático e republicano, expostos ao longo do estudo de Geraldo Ataliba
e Cléber Giardino.
→ Inciso II do artigo 118; a tributação também não se submete aos efeitos dos
fatos preenchedores da hipótese de incidência. Neste ponto, há a necessidade
de se interpretar a disposição normativa em conjunto com o artigo 116, isso
porque se os efeitos do fato gerador integrarem a hipótese de incidência do
tributo, na ausência destes ter-se-á por não aperfeiçoado o fato gerador.