Eva adivinha, ela concebe femininamente aquilo que lhe sugere uma
influência misteriosa, porque se desenvolve nela um dom de vidência que se
relaciona diretamente ao instinto. Deste à inteligência controlada, há uma
etapa que consiste na adivinhação. Eva aí é elevada, depois faz subir Adão,
porque a intelectualidade feminina não pode realizar um progresso sem que
a mentalidade masculina disso se beneficie em contrapartida.
Entre esses atores figura a serpente que, longe de ser maldita por
nossos longínquos ancestrais, aparece-lhes, ao
contrário, como digna de veneração. Adornando as
fontes que fazem jorrar a água vivificante do seio da
terra divinizada, os lígures estabeleceram uma
analogia entre o riacho serpeante através da pradaria
e a serpente deslizando entre as ervas, tanto fizeram
eles do réptil animal sagrado diretamente relacionado
com a vida. Partindo de uma concepção idêntica, os
gregos atribuíram mais tarde à serpente, um poder
curativo. Eles mantinham, nos templos de Esculápio,
ofídios cujo contado deveria curar os doentes. O Ouroboros, a imensa
serpente que morde a própria cauda, simbolizava, de outra parte, a via
geral, indestrutível, em seu eterno recomeço.
Eva adivinha, ela concebe femininamente aquilo que lhe sugere uma
influência misteriosa, porque se desenvolve nela um dom de vidência que
se relaciona diretamente ao instinto. Deste à inteligência controlada, há
uma etapa que consiste na adivinhação. Eva aí é elevada, depois faz subir
Adão, porque a intelectualidade feminina não pode realizar um progresso
sem que a mentalidade masculina disso se beneficie em contrapartida.
Eva não pode provar o fruto da árvore do discernimento sem partilhar com
Adão o novo alimento que ela considera excelente.