PROCESSO Nº 883/17-c
3ªSECÇÃO
Iº DOS FACTOS
1º
Em boa verdade, a requerente e o requerido contraíram matrimónio civil
ao 26 de Janeiro de 2007, na Conservatória do registo Civil de Luanda,
Maianga, conforme Assento de casamento.
2º
O matrimónio supra, veio a ser dissolvido em consequência da acção de
Divórcio Litigioso sob número 73/2015-A, que correu seus trâmites na
3ª secção da sala de família do tribunal provincial de Luanda.
3º
Fruto do matrimónio entre a requerente e o requerido nasceram dois
menores, nomeadamente: Kiamy leston de Mingas Cordeiro e Tciamy
Reine Mingas Cordeiro.
4º
É consensual o vertido no articulado 6º da PI sobre inventário de partilha
de bens, quando afirma que o matrimónio contraído entre a requerente e
o requerido baseou-se no regime económico de comunhão de adquiridos.
5º
Contrariamente aos bens elencados no articulado 7º da PI do inventário
de partilha de bens, a requerente e o requerido adquiriram na constância
do casamento os seguintes bens e direitos:
A) Um apartamento, sito na zona do Talatona, Condomínio dos
Astros, Prédio hydra, 5º Andar, fracção 50-B, fruto do crédito
bancário solicitado pela requerente no BAI (Banco Angolano de
Investimento), no dia 18 de Fevereiro de 2010, cujos descontos
contituam a ser retira na conta bancária exclusiva da requerente,
até a presente data.
A.1) Os 4 aparelhos de ar condicionados e os equipamentos da
cozinha fazem parte do contrato promessa de compra e vendam
celebrado com a a MF/PV.
A.2) os demais equipamentos da residência supra foram adquiridos
na constância do matrimónio.
B) Uma vivenda edificada no prédio rústico da requerente, sito no
Benfica, Bairro Kifica, construída durante a constância do
casamento fruto do dinheiro vindo da venda da sua viatura de
marca hyunday, modela guetz e das rendas da vivenda sito no
condomínio Conchas, lote 16-A, Rua corais de Talatona que é um
bem próprio da requerente.
B.1) Contrariamente o articulado 7º da PI, concretamente a alínea
c, do inventário de partilha de bens, a verdade é que a mobília do
quarto do casal foram vendidos pela irmã do senhor Ricardo ao
passo que, a mobília do quarto de criança foram vendidas pela
Leonor Van-Dunem, prima da Dona Laura, numa fase que a dona
Laura já não coabitava com o senhor Ricardo. O equipamento da
cozinha foi montado por jovens ou técnicos que a dona Laura
desconhece, também numa altura em já não coabitava com o sehor
Ricardo.
C) A loja de conveniência na parte frontal do condomínio dos astros
foi adquirido pela dona Laura numa fase em que já não coabitava
com o senhor Ricardo, ou seja , nesta altura havia entre o casal
separação de facto.
D) Uma viatura de marca Mitsubishi, modelo pajero, com a chapa de
matrícula LD-20-59-FA.
E) Uma viatura de marca Toyota, modelo Hilux, com a chapa de
matrícula LD-32-51-DJ em nome do requerido.
6º
Quanto a vivenda sita na zona do Talatona deve-se dizer que a
requerente teve acesso a mesma com base no contrato promessa
de compra e venda celebrado antes do matrimónio, isto é, no dia
20 de Dezembro de 2006. Doc. 1.
7º
O referido imóvel foi constituído hipoteca pelo Banco BFA (Banco
de Fomento Angola)
8º
Entretanto, até a presente data, a requerente continua a pagar as
prestações ligadas ao cotrato supra que só poderá vencer no dia 30
de Junho de 2035
9º
No que toca a loja de conveniência localizada na parte frontal do
condomínio dos Astros, sito no Talatona, a requerente adquiriu e
doou de imediato, ainda na constância do casamento aos menores
Kiamy e Tchiamy, filhos da requerente que fez com o requerido.
Doc. 2.
IIº Do Direito
10º
Tal como ficou demonstrado, a requerente e o requerido decidiram
adoptar o regime económico de comunhão de adquiridos.
11º
O regime económico de comunhão de adquiridos está consagrado
no Código da Família, concretamente no artigo 51º que estipula a
seguinte ideia:
A) São bens comuns dos cônjuges, os bens e direitos adquiridos a
título oneroso, durante a constância do casamento
B) Os salários, pensões ou quaisquer outros frutos ou rendimentos
regulares, recebidos por qualquer do cônjuge, durante o
casamento.
12º
Ora, relativamente a vivenda sita na zona do talatona,
Condomínio Conchas de Talatona, lote 16-A, Rua dos corais de
talatona, importa dizer que, a requerente teve acesso ao direito
do contrato promessa de compra e venda com a MF/PV-
promoções imobiliárias, consultoria e serviços, Lda., no dia 20
de dezembro de 2006, ou seja, antes da celebração do
matrimónio.
13º
Outrossim, a requerente até a data presente não possui direito
de propriedade sobre o imóvel porque ainda não cumpriu com o
estipulado pelo contrato celebrado, tal como prevê o artigo 762º
do CC.
OS ADVOGADOS