Anda di halaman 1dari 2

VII MTCC 2018

7º Seminário Música, Teoria Crítica e Comunicação

SESSÃO #1
30 DE MAIO / 15H / SALA MULTIUSOS 2, ED. I&D – NOVA FCSH

LITERATURA, CRÍTICA E MÚSICA - PORTUGAL E PORTUGUESES NO SÉC. XX


Mariana Calado, Bruno Caseirão, Tânia Valente, Filipa Cruz e Isabel Pina

Moderação: Luísa Cymbron e Maria José Artiaga

MARIANA CALADO
Crítica musical em periódicos de Lisboa nas décadas de 1920-40
Até à generalização de páginas, sites e redes sociais na internet que permitem a publicação de textos escrito ou de vídeos de
comentário e crítica a álbuns de música e espectáculos musicais, a crítica musical estava restrita ao universo um pouco mais
circunscrito da imprensa periódica (antes do advento da internet já programas de rádio e de televisão podiam ter segmentos de
crítica musical, mas não possuo dados que me permitam analisar essa prática). No período de tempo a que tenho dedicado a
minha investigação de Doutoramento, entre 1926-1945, a crítica musical espalhava-se por uma série diversificada de géneros
de imprensa – imprensa noticiosa, imprensa cultural, imprensa literária e artística, imprensa musical, etc. Cada um destes géneros
de imprensa possui características específicas de conteúdo, de temas e assuntos abordados, de grafismo e de periodicidade às
quais a crítica musical (ou quem escrevia a crítica) se adaptava. Considero que conhecer os jornais e revistas que publicavam a
crítica musical contribui para uma melhor interpretação da mesma. Ou seja, quando se estuda crítica musical (ou outras formas
de opinião sobre música), o meio em que esta é publicada não deve ser negligenciado. Nesta comunicação irei apresentar algumas
observações sobre a relação da crítica musical com diferentes periódicos do segundo quartel do século XX, em Portugal.
Mariana Calado encontra-se a realizar o Doutoramento em Ciências Musicais Históricas com um projecto de investigação que incide no
estudo da crítica musical publicada na imprensa periódica de Lisboa entre os finais da I República e o estabelecimento do Estado Novo
(1945). Terminou o Mestrado em Musicologia na FCSH NOVA em 2011 com a apresentação da dissertação Francine Benoît e a cultura
musical em Portugal: estudo das críticas e crónicas publicadas entre 1920’s e 1950. É membro do SociMus – Grupo de Estudos
Avançados em Sociologia da Música e do NEGEM – Núcleo de Estudos em Género e Música e coordenadora do NEMI – Núcleo de
Estudos em Música na Imprensa, do CESEM. Foi bolseira de Doutoramento da FCT (2015-2017).

BRUNO CASEIRÃO
Ecos de Bayreuth: Como Viana da Mota divulga - na Alemanha - o legado de Richard Wagner
José Viana da Mota foi não só um dos maiores pianistas do seu tempo como um dos maiores e mais completos artistas de
Portugal. Aluno de Franz Liszt e Hans vonnBülow, Viana da Mota foi um profundo conhecedor do Drama Musical Wagneriano,
frequentador do Festival de Bayreuth, tendo privado com alguns dos membros do restrito círculo wagneriano como, entre outros,
Mathilde Wesendonk, Karl Klindworth ou Siegfried Wagner. O grande músico português foi colaborador de publicações
periódicas como, por exemplo, as Bayreuther Blätter. Realizou inúmeras conferências, em diversas cidades da Alemanha, sobre
a Tetralogia, o Tristão e Isolda, Os Mestres Cantores de Nuremberga e o Parsifal. Publicou, em Bayreuth, em 1897, uma
“Introdução ao derradeiro drama wagneriano”.
Bruno Caseirão, licenciado em Ciências Musicais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa,
doutorando em Estudos Artísticos na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, investigador do Centro de Estética e Sociologia
da Música - CESEM na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, especialista em Ensino da Música e
formador pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua. Investigador e docente no Conservatório de Música da
Metropolitana, é colaborador assíduo da RDP – Antena 2, Do Teatro Nacional de São Carlos, Centro Cultural de Belém, Casa da Música,
Centro Nacional de Cultura e do Jornal de Letras. Colabora ainda com Ephemera – Biblioteca e Arquivo de José Pacheco Pereira, onde
prepara um livro sobre instituições e personalidades musicais determinantes em meados do século XX.

TÂNIA VALENTE
Saramago e a Música
José Saramago dizia: “Antes de escrever escuto a música que há nas palavras”. A relação entre a escrita de Saramago e a música
é uma relação importante, porém pouco estudada. A importância desta relação está não apenas nas referências musicais nos
seus romances, mas também nos seus diários, entrevistas e na própria técnica de escrita narrativa do escritor. Existem romances
de Saramago onde a “literatura tem todo o ar de conviver com a música na mais perfeita harmonia” (AsIntermitências da Morte).
Noutras obras, as referências musicais são mais subtis mas, enriquecem o subtexto, como n’O ano da morte de Ricardo Reis.Nesta
conferência pretendemos falar desta relação, tendo como mote as palavras do escritor, tanto as ditas como as escritas em obras
como “As intermitências da Morte”, obra onde Saramago procura passar a mensagem de que a música é uma arte capaz de
“humanizar” até a própria Morte.
Doutorada em Música e Musicologia pela Universidade de Évora, a cantora Tânia Valente divide a sua carreira artística com a de docente
do Conservatório Nacional e de investigadora no CESEM (NOVA-FCSH). Fez os seus estudos musicais no IGL e na ESML (Licenciatura
em Canto). Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas: Estudos Ingleses e Alemães (FLUL). É autora do livro“A Língua Portuguesa
no Canto Lírico: contexto histórico e relações entre técnica e fonética”. Em 2017 lançou o seu primeiro disco, dedicado ao compositor
Gustavo Romanoff Salvini. Para além de se apresentar regularmente em recitais, é membro do Coro Gulbenkian.
VII MTCC

FILIPA CRUZ
A “música” como signo na obra poética de Fernando Pessoa
Fernando Pessoa constitui um dos raros exemplos de figuras da cultura novecentista portuguesa que abordaram de forma crítica
e aprofundada o campo da estética e, em especial, a temática da relação entre as artes. A sua obra ensaística ambicionava
apresentar-nos uma visão sistemática das artes, das suas funções, limitações e hierarquias. Desta forma, considerando que o
poeta demonstra ser um ponto de partida pertinente para o estudo da relação entre música e literatura na cultura portuguesa,
pretendemos abordar a poesia pessoana — ortónimo e heterónimos — com o intuito de entender de que forma o conceito musical
atua na sua obra, refletindo ou não o seu discurso ensaístico, qual o seu papel e de que forma o mesmo nos informa sobre
algumas das ideias centrais à filosofia da música na primeira metade do século XX português.
Filipa Cruz frequenta o Mestrado em Ciências Musicais, vertente de Musicologia Histórica e é colaboradora do Grupo de Teoria Crítica
e Comunicação do CESEM, sendo atualmente bolseira no projecto “Euterpe unveiled: Women in Portuguese musical creation and
interpretation during the 20th and 21st centuries”. As suas áreas de investigação englobam a música portuguesa do século XX e o estudo
de intermedialidades, em particular a relação entre música e literatura.

ISABEL PINA
Joly Braga Santos e os órgãos de imprensa estado-novista: Diário da Manhã e Panorama
Entre a colaboração de Joly Braga Santos na imprensa periódica portuguesa podem contar-se os seus escritos publicados em
Arte Musical, Gazeta Musical, Boletim da Juventude Musical Portuguesa, O Século e Diário de Notícias. Destacam-se, contudo,
pelo comprometimento político que lhes poderão estar inerentes, as suas colaborações como crítico ou cronista em periódicos
oficiais da União Nacional ou órgãos de propaganda do Estado Novo, concretamente o Diário da Manhã, em que Joly Braga
Santos participou regularmente desde o ano de 1955 ao desaparecimento deste jornal em 1971, e a revista Panorama: revista
portuguesa de arte e turismo, editada
pelo Secretariado da Propaganda Nacional, para a qual Joly Braga Santos escreveu pontualmente entre 1966 e 1972.
Percorrendo os artigos assinados por Joly Braga Santos nestes dois periódicos, pretende-se uma análise do pensamento do
compositor, talvez tentando, assim, começar a desbravar as relações do mesmo com os ditames do regime salazarista, através
dos seus discursos sobre a música em Portugal no século XX.
Isabel Pina é doutoranda em Ciências Musicais Históricas e bolseira de doutoramento FCT, investigando de momento, sob a orientação
de Paulo Ferreira de Castro, música e pensamento / música e ideologia / música e legado ou escola de composição, em torno das figuras
de Luís de Freitas Branco, Fernando Lopes-Graça e Joly Braga Santos. É investigadora do CESEM, fazendo parte do Grupo de Teoria
Crítica e Comunicação, do SociMus, e co-coordenando o NEMI, Núcleo de Estudos em Música na Imprensa. Em 2016 defendeu a tese
de mestrado com o título “Neoclassicismo, nacionalismo e latinidade em Luís de Freitas Branco, entre as décadas de 1910 e 1930”.

LUÍSA CYMBRON MARIA JOSÉ ARTIAGA


Luísa Cymbron doutorou-se em Ciências Musicais pela Maria José Artiaga fez a licenciatura e realizou o mestrado em
Universidade Nova de Lisboa, onde também ensina. Desde 2007 Musicologia, com a dissertação “A disciplina de canto coral no período
é membro do CESEM. As suas áreas de investigação centram-se do Estado Novo: contributo para a história do ensino da educação
na música portuguesa do século XIX e na recepção do repertório musical em Portugal”, no Curso de Ciências Musicais da Universidade
italiano e francês em Portugal e nas relações musicais entre Nova de Lisboa, tendo frequentado durante um ano, como aluna
Portugal e o Brasil, durante o mesmo período. É autora, em Erasmus, a Freie Universität em Berlim. Doutorou-se em Musicologia
colaboração com Manuel Carlos de Brito, de História da Música no Royal Holloway da Universidade de Londres com a tese
em Portugal (1992) e organizou na Biblioteca Nacional de Portugal “Continuity and Change in Three Decades of Portuguese Musical Life
a exposição Verdi em Portugal 1843-2001. Em 2012 publicou o 1870 – 1900”. Foi professora coordenadora na Escola Superior de
volume de ensaios Olhares sobre a música em Portugal no século XIX: Educação do Instituto Politécnico de Lisboa onde leccionou o Curso
ópera, virtuosismo e música doméstica (CESEM – Edições Colibri). de Música na Comunidade e foi presidente do Departamento de
Tem colaborado em diversos projectos de investigação em Línguas e Artes. Actualmente pertence à linha de investigação
Portugal e no estrangeiro, como por exemplo: The Opera Orchestra “Música no Período Moderno” do CESEM e preside à Sociedade
in 18th- and 19th- Century Europe (Musical Institutions and the Portuguesa de Investigação em Música (SPIM). A sua investigação,
Circulation of Music and Musicians in Europe 1600-1900) da assim como as suas publicações têm incidido, nos últimos anos, sobre
European Science Foundation, “The Teatro de S. Carlos: o período entre 1870 e 1926. Participou nos seguintes projectos
Performing Arts in Portugal”, “Theater of Laughter: Musical financiados: “‘Teatro para Rir’: A comédia musical em teatros de língua
Comedy in Portuguese-speaking Theaters (1849-1900)” e “La portuguesa (1849-1900)”, “‘A música no meio’”: o canto em coro no
Recepción de la Ópera Italiana y Francesa en España (1790-1870)” contexto do orfeonismo (1880-2012)”, “Euterpe revelada: Mulheres
da Universidade de Salamanca. É autora de vários artigos na composição e interpretação musical em Portugal nos séculos XX e
publicados em livros e revistas nacionais e internacionais. Tem XXI”.
realizado em Portugal concertos comentados e outras actividades
de divulgação procurando captar novos públicos para os
fenómenos e repertórios que estuda.

COORDENAÇÃO
Paula Gomes Ribeiro e Paulo Ferreira de Castro

ORGANIZAÇÃO
Fábio Rodrigues, Joana Freitas, Marcelo Franca
e Paula Gomes Ribeiro

Anda mungkin juga menyukai