A leitura é um exercício de imaginação – é uma pauta de piano
é como um livro – intenso trabalho de imaginação que segue as indicações
dadas pelo autor. A que experiência concreta aquilo se refere. Todo conceito abstrato que você possa definir, você só compreende o conceito quando é capaz de compor imaginativamente a experiência da qual foi abstraído. A leitura de um livro de filosofia precisa de mais imaginação do que qualquer outra. Transcendental – aquilo que é anterior a experiência e determina o quadro da experiência, mas só aparece para nós no curso da experiência. Molda a possibilidade de ter a experiência.
Ex.: noção de antes e depois – modo de perceber a anterioridade
e a posterioridade, senão, não seria capaz de acompanhar uma série de acontecimentos. Ela é prévia, mas só é capaz de vê-la na própria experiência- e uma condição prévia. Obs.: O livro: crítica da razão pura é só a análise dos transcendentais. Tarefa: pegar um dicionário de filosofia e tentar referir a aquilo na realidade.
A filosofia é desmontar o conceito para achar a raiz na
experiência. Dissolver os conceitos na sua raiz de experiência próxima da realidade. Só existe conceito preciso quando se inventa o que se conceitua, ele é claro pois não se confronta com o real e suas nuances. A filosofia é um tipo especifico de obra literária, por isso tem os seus problemas próprios.
Quanto mais construtivista uma mente, mais claro é o
pensamento dela. Porém, tem menos raiz no real. Impulso construtivista (de forma um esquema) e o impulso de ficar aberto para a realidade, temos sempre essa tensão. Um símbolo é uma matriz de intelecção. Nunca abandone a tensão e ficar só com um impulso. Qualquer coisa que você conclua admite uma continuação através do Jogo de oposições – dialética. Sempre se deixa levar pelo autor e depois leia outro livro e se deixa conduzir. A LEITURA E IMAGINAÇÃO – O SE DEIXAR CONDUZIR É COMO LER UMA PARTITURA DE PIANO, O QUE DEVE SER TOCADO ESTÁ ALI, MAS HÁ UM ESFORÇO PESSOAL PARA INTERPRETAÇÃO DA PEÇA, AO MESMO TEMPO QUE É DEIXADO LEVAR PELO COMPOSITOR. A PARTITURA NÃO VAI SE TOCAR POR SI MESMO. A MÚSICA NÃO É PASSIVA, O PIANISTA TEM QUE TOCAR. De la cultura y sus artificis – Honorario Delgado Antigamente o conhecimento chegava pelo ouvido, portanto, um esforço de memória gigante. Onde há fumaça, há fogo –de um indicio você conclui uma presença. Tudo o que traz o progresso do conhecimento, traz também o progresso da ignorância, você ganha uma coisa e perde outra – esperando que as coisas que você esqueceu não sejam importantes. Tudo que te ajuda fazer alguma coisa, tira algo de você que já fazia sem aquele instrumento. A leitura tem lá os seus problemas. Puxe também pela memória. Nunca leia nada que você não pretende guarda na memória para sempre – ou seja- leia menos. Só coisas suficientemente valiosas, pois elas se impregnam na memória e vai lançar luz sobre uma situação de vida. É mais importante do que qualquer técnica de leitura. Motivação: vitalmente importante – incorporo aquilo no meu modo de ser. Espirito – é toda dimensão da veracidade e da falsidade, é sempre espiritual, nunca é psíquica ou física. O reino do espirito é a verdade, o reino da verdade é o espirito. O que a sua mente produz é a representação dos objetos. Tanto que a sua mente pode criar uma representação verdadeira ou falsa.
Puramente construída ou puramente formal não tem nada a ver
com a realidade. Memória 100 vezes mais potente que a sua. As catedrais de ideias chamadas de sumas. Esses caras interconectam tudo. Cada pedaço que você leu, tem que estar retido para entender o que está adiante. Reconstruir mentalmente a estrutura que estão lendo, logo a estrutura lhes escapa. Estudar, pensar e contemplar – Hugo de são Vitor
1.Pensar - é transitar de uma ideia para outra
2.Meditar – caminho inverso, é rastrear a ideia até a sua origem 3.Contemplar – é observar simultaneamente todo uma rede de meditações – como se fosse uma catedral – como uma estrutura inteira. O apreende um conjunto num relance.
A filosofia tende a unificação sempre
Tentar na sua experiência a experiência do outro.
Símbolo – não esgota o seu significado.
As obras nos fazem ver, nem está escrito nele, mas te levam para longe. Potencial revelador infinitamente maior do que está escrito nele, compreensão contemplativa. Inclusive aumenta a capacidade de antecipar o que você está lendo.
O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO QUANDO ESTÁ LENDO UM
LIVRO? ESTÁ TENTANDO INCORPORAR PERCEPÇÕES E EXPERIENCIAS DE OUMA OUTRA PESSOA, COMO SE ELA ESTIVESSE PRESENTE CONTANDO AQUILO. A PARTIR DO MOMENTO QUE VOCÊ INCORPORA, ELA É SUA, AGORA FAZ PARTE DA SUA CONSCIENCIA, ENTÃO É UM PROCESSO DE FECUNDAÇÃO NA ALMA. PROCESSO TRANSFORMADOR. CUIDADO COM LER PARA TER INFORMAÇÃO, POIS VOCÊ PERDE 90% DA LEITURA. SE DEIXE CONDUZIR. Tem que criar uma empatia com texto, sintonizar com ele.
Compromisso temporário com o autor.
Ele está dando a pauta, mas é você que está inventando a imagem – sempre haverá diferenças. Não fora colocada no texto, mas está lá de algum modo. Quando você lê, você dá a sua alma outro órgão de percepção.
Quanto mais órgão você cria, mais capacidade de receber outros
órgãos você tem, como uma progressão geométrica. Logos divino – é a verdade de tudo, não porque a percebe, mas porque as criou. Confusão entre figura de linguagem com expressão literal é muito comum. O autor tem fé pública enquanto você está lendo. O problema não é um livro, são escolas inteiras que você nunca mais sai. É como Alice no país das maravilhas, você entra num buraco, mas não deixa de ser um buraco, você que diminuiu de tamanho.
Nunca ache que você é um iniciado, que os outros estão por
fora, os outros são idiotas. É mais fácil você ser idiota. Todo mundo sabe algo que você não sabe – essa sensação de ser iniciado é enganosa. Você não sabe os segredos do universo. Todos nós somos caipiras e será para o resto da vida até que prove o contrário. Sempre tem alguém que sabe mais que você .