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e Montenegro Maga foe! Zamorano Bezerré Presidaria da Repco ile Vana Rone Miistro da Cuhura Ministre Jaca Ferri Irae Broo de Musevs (BRAM Present Cao Reber Brndie Museu Hitérice Nacional Dirt Pale Kn Los do Museu Hisiriso Nacional aviewreis no Bio de Joraito 250 ance Cxganizagto Aine Publicagdo Mase Hitrico Neconal (MIN) Edigbo ECON | Prodagio de Conte Daniels Rin Coordenagée Eder e Copidescagem BECONN | Produgio de Couto awl Tortato Revisdo Editi {Colaboragde] Rovio (Porgus] BECONN | Produgio de Conteddo Tro [Espanhol ECON | Produ de Cont Tredugdo tls ECON | Produ de Conese Maca Cantre Soares Diagramarso ECON | Produ de Conese sik Somme Imogem do Capa BICHEBOIS, Louis Pierre Alphonse Innere, 1H Impressdo RECON | Produgio de Cones Tiragem 1.000 exempares Os vice-teis no Rio de Janeiro 250 anos / Aline Montenegro Magalhaes; Rafael Zamorano Bezerra (org.). Rio de Janeiro: Museu Histérico Nacional, 2015, 496 p. il: 22,5 em. Livro baseado no Seminario Intemacionzal Os vice-reis no Rio de Janeiro - 250 anos, realizado de 07 & 10 de outubro de 2013. ISBN: 978-85-67337-02-9 1. Rio de Janciro século XVIIL. 2. Brasil Colénia. 3. Historia, 4. Meméria. 5. Historia econdmica, 6, Histéria Politica, 7. Historia Militar 8. Historia Social. I. Os vice-reis no Rio de Janeiro - 250 anos, II. Série Livros do Museu Hist6rico, CDU 069 Fick dada aa ira Mien Miki de Soon CR 00 A opines cm ite et pb nin regina ss ses i fn nse» ne Ma Hie Nari poi rpm, ded qed fe pr fi nce Um novo modelo de defesa do territério: no tempo dos vice-reis ‘Adler Homero Fonseca de Castro* proposta do presente artigo é abordar a forma como era feita a organizagio militar — em especial as defesas fixas, as fortificagdes ~no Brasil Colonial Conforme discutiremos, a questo de uma politica defensiva, estabelecida ja nos primeiros anos da exploragao do territério, no inicio do século XVI, passou por uma proposta de alteragao radical em meados do século XVIII, justamente no periodo em que houve a transferéncia da sede do governo do Brasil, © vice-reinado, para 0 Rio de Janeiro, Essa mudanga, a nosso ver, pode ser vista como um sintoma dessa reorganizagao e ndo sua causa, e para expor nossos argumentos, consideramos necessirio retroagir no tempo, vendo como era a proposta de defesa do territério nos primeiros 250 anos de sua histéria, para entio, tentar mostrar como se deu a tentativa de se alterar, de forma radical, esse sistema, resultando em uma nova proposta de ago em termos militares que, contudo, nao se consolidou. Voltando no tempo, podemos dizer que a expansio maritima portuguesa no final do século XV e inicio do XVII foi feita com base em novo modelo de organizagio, com relagio as priticas medievais: sustentada na autoridade do Rei, frotas equipadas e financiadas pelo govemo foram lentamente expandindo 0 conhecimento das costas afticanas, Foram montadas feitorias, administradas por funciondrios do rei, que comerciavam, tendo em vista a obtengaio de lucros para * Histriador, mesre em hstra,pesauisador do IPHAN,curador de armas ports do Museu Militar Conde de Linhares, autor do iro ‘Murahas de pede, canes de bronze, homens de ero” sobre fotiiasbes do Basil {Us nove moosLo DE DEFESA 00 TERETORO: NO TEAFO DOE CEES os cofres da monarquia: uma situagdo sem par no periodo, quando os Estados nacionais ainda no estavam formados e, portanto, no tinham condiges de montar empreendimentos de vulto semelhante, 0 mesmo se dando com relagaio a iniciativa privada. Nessa situago, devemos observar que o esforgo inicial portugués foi muito grande, mas ainda assim, se acelerou de forma marcante com a descoberta do caminho maritimo para as indias: em situagdo de desvantagem numérica e de poder militar terrestre em relago aos grandes impérios asiaticos, o segundo governador da india, Afonso de Albuquerque, elaborou e implantou um plano. que hoje poderia ser considerado como megalomaniaco, especialmente quando comparamos os recursos e populagao disponiveis para Portugal em face de seus opositores, desvantagem que era maximizada pela questo da distancia que havia entre a Europa e 0 Oriente, dificultando qualquer envio de socorros ou mesmo a correspondéncia regular com as autoridades em Lisboa O projeto portugués sempre foi baseado na construgao de fortificagdes ¢ feitorias ao longo do caminho maritimo para as Indias, mas Afonso de Albuquerque ampliou esse conceito, atacando € ocupando pontos estratégicos na Asia: a ilha de Socotora, na boca do Mar Vermelho, Ormuz, na entrada do Golfo Pérsico, Sofala (no canal de Mogambique) e Aden, na Peninsula Arabica. Além disso, Albuquerque criou bases no continente indian, como em Goa, e fez aliangas com os ‘govemos da Pérsia, Vijayanagar, 0 sultio de Melinde e os Rajas de Cochin e Cananor, todos na India’. Destes locais, onde se estabeleceriam bases navais, os portugueses controlavam o trfico maritimo na regido, por meio da emissio de licengas de navegagao (Cartazes)", o comprimento dessa medida por parte dos comerciantes nao portugueses era garantido pela existéncia de uma frota patrulhando a regio, com o objetivo de fazer valer 0 monopélio da coroa portuguesa’ Esse esquema comercial militar tinha diversas vantagens: os portugueses nao precisavam conquistar vastas éreas de territrio onde se produziam as mercadorias de comércio — as especiarias =, bastava controlar somente alguns dos pontos por onde elas eram comercializadas. Dessa maneira, os recursos utilizados poderiam ser, em termos absolutos, bem reduzidos e, sendo um empreendimento governamental, os imensos lucros auferidos com a atividade mercantil-militar retomavam diretamente para a coroa, que poderia reinvestir na empresa. O esquema portugués na Asia gerou, portanto, um sistema proprio, sem que houvesse uma 1 PINTO, Joao Resha, O vento, fer ¢ a murals: a eonstgo do império sitio no sdculo XVI (1498-1848) In: CHANDEIGNE, Michel (Org) Lisboa wiramarina: 1415-1580: ainvengSo do mundo polos navegadores portugues. Rio de Jancio: Jorge Zaha, 1992-9. 203 e NEWITT, Malyn. Plunder and the rewards of Offs inthe Portuguese Empire. In: DUFFY, Michael (Ed) The Miltary Revolution ‘andthe State 1501800. Exeter: Exar University, 1986p. 2HONER,C. R. The Pormuete seaborne empire: 415-1825, Harmondsworth: Penguin, 1973. p29. 3 MURIAS, Manuel sistora breve da colonizagd portguea, Lisbox: Agincia Geral das Clini - 86520 de propaganda e recep, 19. p81 Museu HsTORCO NACIONAL *° tentativa de colonizagao do espago, com a implantagio de nacleos coloniais europeus naquela regio: as bases e feitorias continuaram a ter uma populagdo em maioria denativos locais eoimpacto da cultura lusitana nao foi total ou mesmo muito forte, em termos de assimilago das populagies nativas. As bases continuaram a ser cidades asiaticas, controladas por uma elite portuguesa. Como colocamos acima, esse esforgo de criagdo de um sistema colonial lusitano & tinico ~ nenhum outro Pais Europeu teve condigdes de fazer algo parecido no século XVI, como se observa nas iniciativas espanholas, feitas pelos conquistadores, na verdade especuladores privados que se envolviam em empresas militares de conquista, em busca do lucro pessoal, 0 governo de Castela* se beneficiando dos resultados apenas por meio dos impostos. Podemos dizer que 0 enorme esforgo portugués na Asia foi excessivo, certamente nao sobravam recursos para serem desperdigados em areas onde um possivel retomo financeiro para os investimentos feitos nao compensasse a coroa, especialmente face aos imensos lucros obtidos com © comércio das especiarias, Essa era a situago do Brasil no inicio do século XVI, um tertitério vvasto, mas sem nenhum atrativo comercial maior: nao havia metais preciosos ou produtos agricolas de alto valor. O proprio potencial da exploragio do territério era reduzido, ja que nfo havia uma populagao de nativos que pudessem ser facilmente explorados em transagSes comerciais, como era 0 caso no subcontinente indiano, Dai se entende a abandono do territério americano por um longo periodo de tempo — foram implantadas apenas duas feitorias fortficadas e enviadas algumas expedigdes navais para patrulhar o Brasil. As expedigdes guarda-costas, que impiedosamente atacavam todos aqueles considerados como “invasores” de um espago que, apesar de todo 0 discurso e acordos entre as coroas ibéricas, efetivamente ndo pertencia a Portugal, pois este no fizera nenhum esforgo de ocupagao do territério, 'S6 que, ao longo século XVII, a crescente presenga de estrangeiros no territério que a coroa considerava como sendo seu, era sentida como sendo uma ameaga real, como foi percebido quando a feitoria existente em Igaragu, Pemambuco, foi tomada e saqueada por franceses em 1532'- a ‘outra feitoria feita por ordens do Rei, a do Rio de Janeiro’, jtinha sido destruida anos antes, por indigenas. Desta forma, se decidiu fazer um esforgo efetivo de ocupagdo do territorio americano, s6 que essa agdo foi implantada em termos bem diferentes do que ocorria no mesmo periodo nas 4 Un sina das difrenasregonas entre Espanhae Portugal é ue a conguita das Indias fi eta peo reno de Cases: pena deter hai tuna unio cote Castla ¢ Aragte casa eeftivou ao scl XVI, da ous do temo “castelhanos” para designs nosos Vizihoe ma ‘Amrca do Stl, Ot ss, i se pod dizer qe o efor decolonizagio espantoltenha sid eta pla Espanta coma sn pas 'SVARNHAGEN, Francisco Adalfo de. istota Geraldo Bras sas desta separasioeindependéacia de Portugal. Bolo Horizont: Ed atin: So Paulo: Eeitora da Universidade de Sto Palo, 1981... p 137 (OTHEWET, Ande, ds sigularidadss da Franga Antartica. Belo Noize aii; S80 Paulo: EDUSP, 1978p. Museu HsTORCO NACIONAL {Us nove moosLo DE DEFESA 00 TERETORO: NO TEAFO DOE CEES possesses portuguesas na Africa e Asia: ao invés de 0 governo manter uma presenga militar e comercial, a escolha foi por uma “terceirizagio” da defesa, uma “parceria piblico-privada”, para uusarmos o termo de hoje, Neste novo proceso, o rei de Portugal abria mo de alguns aspectos da soberania que tinha nas conquistas ultramarinas em favor de particulares, que deveriam, por sua parte, ocupar e desenvolver economicamente a coldnia americana, auferindo quase integralmente 0s lucros dessa atividade, com excegaio de impostos Do ponto de vista militar, 0 novo esquema, o das capitanias hereditarias, implantado em 1534, implicava na aceitagao, por parte dos capities donatirios, a obrigagdo de que teriam que defender, com recursos proprios, 0 terrtério, E esse ponto é de fundamental importancia, apesar de nfo ser enfatizado nos livros de historia, devido ao fracasso da maior parte das capitanias & sua répida substituigdo, em 1548, pelo govemo geral. Em uma leitura simplista, o govemno geral seria uma intervengao do governo, assumindo as fungdes administrativas do Brasil, inclusive a questo de defesa do terrtério, s6 que, em termos militares, a ideia da privatizago dos esforgos bélicos seria mantida ao longo de todo 0 periodo colonial, De fato, aleumas de suas caracteristicas permaneceriam até a Regéncia, em 1831. De forma muito genérica, a base do sistema militar brasileiro foi a divisto do territirio em diversas capitanias — a Ultima delas, a do Xingu, criada em 1685 — onde os donatirios ou capitaes- mores eram responsaveis pela defesa local, mobilizando, para isso, os moradores. Era um esquema descentralizado, sem apoio exter: como dissemos, o governo metropolitano nao tinha interesse maior em dispender recursos em uma area cujo retomo financeiro era muito reduzido. O proprio govemo geral, na Bahia, que pode parecer uma medida de centralizagao e de ago mais direta do rei sobre a questo administrativa, quando foi criado tinha pouquissimas condigies de fazer algo efetivo, ja que nao recebia recursos vindos de Portugal e sua base de arrecadagao efetiva era a de apenas uma capitania, a da Bahia. Na verdade, o proprio regimento de Tomé de Souza, 0 primeiro govemador do Brasil, deixa claro que o esquema de “privatizago das defesas”, continuava determinando que cada um deveria se equipar e se preparar em termos militares, determinando que cada morador que tivesse uma casa, deveria possuir “ao menos besta, espingardas, espada, langa ou chugo [..”, a0 mesmo tempo em que previa que os donatrios de capitanias tivessem uma grande quantidade de material de artitharia e ordenava que cada engenho de agiicar fosse defendido por “uma torre ou casa forte da feigdo e grandura que Ihe declarardes nas cartas [..., além de obriga lo a ter quatro pequenos canhes e dez.espingardas. Naturalmente, colocar a responsabilidade da defesa nos donatario e moradores tinha suas 7 RUGIMENTO DE TOME DE SOUZA, 17 de dezombro de 1848. pd TAPAJOS, Vicon, Histdria ébmmsraina do Brox ol I Rio de Jancito: DASP.-Sorvigo de Documentaso, 196. p. 103 dem, Museu HsTORCO NACIONAL repercussdes: de inicio, nfo custa repetir 0 que jé se disse a exaustdo em outras fontes, que falar em um exército brasileiro no periodo colonial é um anacronismo, S6 que além de ndo haver um Pais reconhecido como tal, ndo havia sequer um exército portugués no Brasil: cada capitania tinha suas proprias forgas militares, autonomas e independentes, nao havendo contatos maiores entre as tropas. Essa descentralizago implicava que, apesar das forgas militares coloniais quase terem um efetivo comparavel ao do exército portugués na metrépole, em meados século XVIIP, de forma pritica, as tropas no Brasil estavam espalhadas demais para reagir no caso de uma invasio, e os recursos efetivos eram apenas aqueles que podiam ser mobilizados em cada capitanial”. Isso no tocante as chamadas “tropas pagas”, aquelas mobilizadas permanentemente. Na verdade, 0 miicleo tedrico da defesa colonial deveria ficar nas ordenangas, um sistema de mobilizagio da populago, pelo qual todos os homens entre vinte e sessenta anos deveriam se alistar obrigatoriamente e sem remuneragao, sob o comando de oficiais eleitos pelas cdmaras locais — um sistema que dava ainda mais autonomia as administragdes locais, em detrimento daquela dos funcionirios govemamentais"’. No século XVIII, 0 sistema foi complementado pela criago das tropas de auxiliares (a partir de 1793, chamadas de milicias). Estas também eram compostas por moradores locais, que deveriam se alistar sem remunerago, mas tendo um capittio ¢ um major pagos, encarregados de supervisionar 0 treinamento de seus soldados, enquanto o restante de seus oficiais era recrutado, sem pagamento, entre as elites das capitanias, resultando, inevitavelmente, em um reforgo da autoridade local, em oposigo a dos governadores. De qualquer forma, sem treinamento, essas forgas de ordenangas e auxiliares nunca tiveram condigdes de cumprir seu objetivo, de dar uma protegio efetiva aos moradores — servem mais como uma demonstrago de como o govemo, passava aos cidadaos privados, o que deveria ser uma obrigagio. Compondo o problema dos efetivos militares, deve-se levar em conta que Portugal adotou uma politica especifica para suas tropas no Brasil: todas as poténcias europeias com colénias nas Américas tinham 0 costume de enviar unidades completas de suas metropoles, substituindo-as com ‘Ait ode sabe, nto existe um ext sbreoendrcio colonial mas um levantaento rive feito por née aponta que hava regimertos

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