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ZOUKDERNO

Ailton Zouk DelPol DF

2017
Parte V- (abril/ Junho)
(@waninedias)
TENTATIVA ABANDONADA (05/03/2017)

Art. 14, II CP descreve o crime tentado. O crime vai ser tentado quando o resultado não
ocorre por seguranças alheias a vontade do agente.
A tentativa é verificada qunado da prática dos atos executórios. Não tendo os atos
executórios iniciados, não tem que se falar em tentative.
Ex: Tício queria matar Mévio e fico atrás do poste com uma arma de fogo. A polícia
aborda Tício e pergunta que ele está fazendo. Isso não é tentative, mesmo que ele tenha a
intenção de matar, mas ele não iniciou os atos executórios.
No art. 15 tem a desistência voluntária e arrependimento eficaz. É o que chamamos de
ponte de ouro.
A gente desistir de prosseguir a ação diante dos atos executórios, tem-se a desistência
voluntária. A desistência não precisa ser espontânea.
Quando após os atos executórios, o agente adota uma postura para evitar a execução:
arrependimento eficaz.
Quando está nos atos executórios e ele desista, ele desiste da prática da conduta.
Quando ele desiste dos atos executórios (está na tentativa), temos a tentativa abandonada.
No arrependimento eficaz, o agente adota uma providência e evita a cinsumção do
resultado. Essa providência é adotada após iniciado os atos executórios.
Enquanto não ocorrer a consumação, temos um crime tentado. Quando se fala em
desitência voluntária é uma forma de tentativa abandonada. No arrependimento eficaz, a
providência do agente já é após os atos executórios, tem também a tentativa abandonada.

HOMICÍDIO CONEXIVO X CONTRAVENÇÃO PENAL X CRIME IMPOSSÍVEL (06/03/2017)

O homicídio é um crime repugnante e há maior reprovabilidade quando o agente


pratica o homicídio sem possibilidade de defesa da vítima, ou quando emprega veneno,
qunado ateia fogo nas vítimas.
No homicídio qualificado tem uma pena de 12 a 30 anos e o simples é de 6 a 20 anos.
No homicídio simples, a reprovabilidade da conduta é menor. A reprovabilidade da
conduta é o fundamento para criar as qualificadoras.
Entre as qualificadoras do homicídio, tem a prevista no art. 121, §2, V: para assegurar a
execução ou vantagem de outro crime.

Art. 121. Matar alguem:


Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro
crime:
Quando racioina no aart. 121, §2 trabalhamos com uma conexão (homicídio em
conexão com outro crime), po isso é chamado de homicídio conexivo.
Essas qualificadoras do inciso V são de ordem subjetiva, estão adstritas a motivação.

- Para assegurar a execução de um crime: Tício quer matar Mévio, grande empresário.
Mévio contratou Paulo para fazer sua segurança. Para matar Mévio, ele acaba matando
também Paulo. O homicídio do Paulo é qualificado. Ele vai responder por homicídio qualificado
pela conexão em relação a Paulo e por motivo fútil em relação ao Mévio.
Ex: Tem o Mévio, grande empresário, Paulo seu segurança e Tício que quer sequestrar
o Mévio. Ele mata Paulo para sequestrar o Mévio. O homicídio do Paulo e qualificado pela
conexão.
Essa conexão que ele mata para ter a execução de outro delito chama-se conexão
teleológica. É a motivação de ele ter matado.
Ex: Tìcio matou Paulo para sequestrar o Mévio. Quando ele foi sequestrar o Mévio, ele
desistiu (desistência voluntária) => essa desistência enseja retira a roupagem da qualificadora
de ordem subjetiva do homicídio qualificado pela conexão? Art. 4, CP: tempo do crime
considera que quando ele pratiou o homicídio ele tinha a intenção de praticar o outro delito,
por isso a qualificadora terá incidência sim.
Cuidado que, as vezes a lei pode dar tratamento específico ao caso do agente matar a
vítima para praticar outro delito, aí não deve ser jogado a qualificadora e tratar como o art.
121. Ex: Mévio quer subtrair o carro do Paulo e ele mata Paulo, a lei tem tratamento
específico, o latrocínio.

- Para asseguar a ocultação de outro crime: Tício matou o Mévio e estava escondendo
corpo. Paulo visualizou. Como Tício não quer que ninguém fique sabendo, ele para ocultar o
homicídio de Mévio, mata Paulo.

- Para assegurar a impunidade do crime: Tício pratica o delito de estupro com a vítima e
para que ficasse impune e não fosse reconhecido, ele mata a vítima. Outro exemplo é matar
uma testemunha de um crime. Esse homicídio do comparsa é qualificado pela conexão
consequencial.

- Para assegurar a vantagem de outro crime: Tìcio e Mévio praticaram um delito de


roubo. Eles estão com o dinheiro da prática do delito. Para assegurar a vantagem só para ele,
Tício decide matar Mévio. Esse homicídio do comparsa é qualificado pela conexão
consequencial.

Obs: Conexão consequencial entra a execução, a impunidade e a vatagem. A conexão


teleológica é somente para assegurar a execução de outro crime (tem a finalidade).
Tício foi comprar drogas na boca de fumo. Chegando ao local ele viu Mévio. Tício
lembra que na semana passada quando foi comprar droga de Mévio, ele vendeu talco e,
decide aproveitar a ocasião para mata-lo.
Ex: Tìcio abordou Mévio e subtraiu seus bens, se retirando do local. Ao sair, Tício
lembrou que Mévio o devia dinheiro e decide voltar e matá-lo. Essa morte não era necessária
para subtração da coisa. Chama-se de homicídio pela conexão ocasional, que não é
considerado qualificado. Tem-se o roubo consumado em concurso material com o homicídio
qualificado por motivo fútil. (Em prova discursiva: conexão ocasional não qualifica o
homicídio).

Pedra detoque: O homicídio vai ser qualificado pela conexão teleológica quando o
agente pratica o homicídio para assegurar a execução de outro crime.
Ex: Mévia terminou relacionamento com Tício, que fica perturbando. Mévia contrata
Paulo para fazer a segurança de sua casa. Tìcio, querendo perturbar Mévia, decide matar Paulo
para poder tirar a tranquilidade de Mévia. Tem um homicídio, mas não será qualificado pela
conexão teleológica (ele praticou um homicídio para assegurar a pratica de uma contravenção
penal, a de perturbação da tranquilidade- art. 65 LCP). Princípio da taxatividade e da
legalidade, não há de se falar em analogia in malam partem.
Ex: Tìcio ameaça de morte o Zouk. Zouk contrata Paulo para sua segurança. Zouk mata
Palo para matar o Zouk, entra na casa e atira para matar o Zouk, que já estava morto de
parada cardíaca (crime impossível). Esse homicídio ão é qualificado pela conexão teleológica.
A conexão é sequencial quando se pratica um utro crime para assegurar a ocultação,
impunidade ou vantagem de outro crime.

AMEAÇAS COM EMPREGO DE FORÇAS ESPIRITUAIS X EXTORSÃP (STJ) X TENTATIVA


SUPERTICIOSA OU IRREAL (09/03/2017)

Ex: Mévia está muito doente e começou a buscar a cura para sua doença. Nos jornais
Tícia dizia que fazia trabalho de curas para curar essa doença. Tícia sabe que os trabalhos que
realiza não cura ninguém (está induzindo a erro). Mévia procura Tícia, já induzida a erro, para
que seja curada. Mévia faz o pagamento. Mèvia verificando eu não estava sendo curada, diz a
Tìcia que não pagará mais porque acha que está sendo enganada.
Ao falar que uma pessoa precisando de cura, faz-nos pensar no crime do art. 284,
curandeirismo. Mas se tem intenção de induzir alguém a erro, não é curandeirismo,é
estelionato. Para ter o curandeirismo, a pessoa que faz o trabalho te que acreditar que seja ele
capaz de curar a pessoa.
Curandeirismo é um crime de ação vinculada e habitual.
Curandeirismo é crime vago, tem como sujeito passivo a coletividade.
O agente só responde no curandeirismo, quando ele sem a habilitação ara curar uma
pessoa, ele pratia essas ações do art. 284. O agente acredita que seja capaz de curar alguém.
Art. 284 - Exercer o curandeirismo:
I - prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância;
II - usando gestos, palavras ou qualquer outro meio;
III - fazendo diagnósticos:

De acordo com o exemplo, Tìcia tinha conhecimento que a prática de suas ações não
curava ninguém, assim, induziu Mèvia a erro para obter vantagem econômica=> Estelionato.
Quando Mévia diz que não quer mais os trabalhos de Tìcia por se sentir enganada e
manda ela interrompa os trabalhos, pois não irá mais pagar. Tícia diz que já fez uns trabalhos
para filhos de Mévia e que, portanto, ela a deve 32.000,00 para que ela desfaça o trabalho.
EXTORSÃO- Art. 158 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com
o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se
faça ou deixar de fazer alguma coisa:
Apesar de no exemplo não ter a violência, tem a ameaça de forças espirituais.
STJ decidiu que ameaça de mal espiritual, em razão da garantia da liberdade religiosa,
não pode ser considerada inidônea ou inacreditável. Para vítima e boa parte do povo brasileiro
existe a crença em forças sobrenaturais. Não há de se falar que sejam fantasiosas. Configura
sim grave ameaça a ensejar a elementar do art. 158. Resp. 129.9021

Quanto à grave ameaça, o STJ tem externado posicionamento bastante extensivo. STJ
entendeu num julgado recente que ameaça de destruir patrimônio configura grave ameaça
para caracterizar a extorsão.
Ex: Tício subtraiu veículo do Mévio, mediante violência, tendo um roubo. Depois Tício
liga para Mévio dizendo que roubou o carro dele e que só devolve se Mévio realizar o
pagamento de determinada quantia e que se ele não der, ele destruirá o veículo.
Ex: Um flanelinha que diz se Joã não der dinheiro irá amassar seu veículo, para o STJ
tem a grave meaça e configurada a extorsão.

Tentativa irreal/ supersticiosa: tem dois posicionamentos:


- Não configura crime impossível porque o crime impossível tem que analisar o meio.
(Ex: Um palito em relação a um adulto não pode provocar sua morte, é impossível, mas para
um recém-nascido,não).
- Configura crime impossível.
Ex: É um agente querendo matar Mévio e ele faz um ‘trabalho’ por acreditar nas forças
espirituais.
Não há de se enquadrar a conduta do agente na tentativa por esse meio jamais chegará
a um resultado.
Força sobrenatural apesar de configurar grave ameaça, não materializa atos de
execução para ensejar uma tentativa. Por isso chamado de tentativa supersticiosa. O meio é
ineficaz.
FRAUDES EM CERTAME DE INTERESSE PÚBLICO- ART. 311-A, CPB (16/03/2017)

Art. 311-A. Utilizar ou divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a


outrem, ou de comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
I - concurso público
II - avaliação ou exame públicos;
III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
IV - exame ou processo seletivo previstos em lei
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem permite ou facilita, por qualquer meio, o acesso
de pessoas não autorizadas às informações mencionadas no caput
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à administração pública:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
§ 3o Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) se o fato é cometido por funcionário público.

Tipifica a conduta a fraude em certames de interesse público.


É um crime de médio potencial ofensivo, não se submetendo ao rito da lei 9099,
mesmo assim é possível aplicar o art. 89 (suspensão condicional do processo), porque o
requisito de tal medida é de que a pena mínima não seja superior a um ano.
Como foi criado esse tipo penal? A lei 12.550/2011 autorizou o poder executivo a criar
uma empresa pública chamada empresa brasileira de serviços hospitalares (fenômeno da
hipertrofia do direito penal, onde o legislador está desesperado para dar uma satisfação à
sociedade, aproveitou essa lei e encaixou o art. 311).
Existia um procedimento que uma pessoa tomava conhecimento do gabarito das
quetões e através de ponto eletrônico passava a resposta para quem estava fazendo a prova.
Essa questão chegou ao STF, e o MP estava tipificando no art. 171 e 299 do CPP. STF firmou
jurisprudência que seria analogia in malan partem a cola eletrônica. O legislador, às pressas,
aproveitou a lei 12.550 e encaixou o art. 311 (tipificando uma conduta para dar uma resposta à
sociedade).
Essa questão da cola eletrônica é discutida. Será que alguém passar o gabarito para
uma pessoa configura o art. 311? Rogério Sanches acha que depende, pois se uma pessoa que
tem acesso ao gabarito pronto e passa para quem faz a prova, configura o art. 311-A; mas se
algúem entra no local de prova, realiza a prova e pega as respostas e passa através do ponto
eletrônico, o fato é atípico. Zouk, fazendo uma análise teleológica, discorda. Para Zouk, as
informações que o concurseiro coloca em seu caderno de prova já é sigiloso; só não vai ser
sigiloso quando os dois saem do local de prova e lá fora um passa o gabarito ao outro.
O objeto jurídico tutelado é a fé pública.
Objeto material: o primeiro é o concurso público; exame público (inciso II); provas de
vestibular.

Ex: Mévio está no terceiro período da faculdade, pega o gabarito da prova no armário
do professor e divulga para seus amigos. Divulgação de gabaritos de avaliações periódicas do
corpo discente não entra nesse artigo.
Inciso IV, ex: prova da ordem.

O tipo pena tem dois verbos, sendo misto ou alternativo: divulgar e utilizar.

Ex: Se Mévio descobriu o gabarito oficial da CESPE e divulgou para Zou que estava
realizando o concurso ara delegado. Zouk pega o gabarito, mas não utiliza porque não quer, é
fato atípico para ele porque o verbo fala utilizar!
Quem divulga e quem utiliza agem em concurso, segundo a teoria monista.
-É um crime de forma livre, não exige uma forma exata de passar o gabarito.
Conteúdo sigiloso é qualquer informação secreta ao público em geral.

- É elementar do tipo penal: ‘indevidamente’. A divulgação tem que ser indevida.


Ex: Ocorreu um concurso realizado pela Cespzouk. A cespezouk mandou a lista dos
aprovados para outra cidade, e um servidor não esperou a publicação no DO e saiu publicando.
A divulgação antecipada da lista de aprovados não é considerada conteúdo sigiloso.

-Sujeito ativo: é um crime comum, podendo ser qualquer pessoa.


Se for cometido por funcionário público, recebe uma pena maior. O funcionário público
tem que lançar mão das facilidades do cargo, comprometendo seu dever funcional.
Ex: Um delegado que está na banca, consegue informação do gabarito e passa ara
Mévio. Ele irá responder pelo art. 311-A com o aumento de penda.

- Elemento subjetivo do tipo: agente tem que agir com dolo. É um dolo específico, a fim
de beneficiar-se, a si ou a outrm, ou comprometer o certame.

O art. não admite forma culposa.


Ex: Zouk é delegado e faz parte da banca. Levando o gabarito para casa, para em um
bar para omar cerveja, derruba o gabarito e o mesmo é divulgado. Essa conduta é atípica para
ele, pois sua conduta é culposa.
Ex: Tício passa o gabarito para Mévio durante prova. Mévio fica nervoso e errou tudo.
Ele utilizou o gabarito, mas nã se beneficiou. Por ser crime de resultado formal/de resultado
cortado, entra no artigo. Basta que tenha a consumação para uma das pessoas. No caso, Tício
já divulgou (fato típico), se a outra pessoa utilizou (fato típico), se ela não utiliza por
cirscunstâncias alheias a sua vontade tem a tentativa.
O crime admite tentativa. Ex: Tício passa o gabarito para Mévio por email. A polícia
grapeia o email antes de Mévio ter acesso. Isso é a tentativa.
Ação penal é pública e incindicionada.
O caput é um crime de médio potencial ofensivo, cabendo portanto, suspensã
condicional do processo.
O §1° trata da figura equiparada. Isso é obvio porque adota-se a teoria monista e, se ele
colabora para a prática do delito, irá responder nas penas do delito na medida de sua
culpabilidade.
Há uma discursão quanto ao sujeito ativo do art. 311-A, pois parte da doutrina entende
que é um crime próprio, somente pratica o delito quem tem o dever de guarda da informação
sigilosa. Noutro giro, parte da doutrina (Cléber Masson) entende que não há que se falar em
crime próprio porque o legislador não mudou a pena.
§2° traz a qualificadora. Ocorre sempre essa tipificação quando é anulado qualquer
concurso público, pois sempre haverá o prejuízo para administração pública.
Ex: Tício fraudou o vestibular de uma niversidade privada (art. 311-A, III). Para Tício
pode ser aplicado a qualificadora de dano a adm. pública? Não!
A doutrina aponta que se o funcionário público pratica a conduta de faude em conc urso
público e recebe dinheiro para isso, além do delito do art. 311-A, responderá também pela
corrução passiva. (Cléber Masson).

No art. 325 tem o delito de violação de sigilo funcional. Ele é um crime subsidiário.
Violação de sigilo funcional

Art. 325 - Revelar fato de que tem ciência em razão do cargo e que deva
permanecer em segredo, ou facilitar-lhe a revelação:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa, se o fato não constitui crime
mais grave.
§ 1o Nas mesmas penas deste artigo incorre quem:
I – permite ou facilita, mediante atribuição, fornecimento e empréstimo de senha
ou qualquer outra forma, o acesso de pessoas não autorizadas a sistemas de informações ou
banco de dados da Administração Pública; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – se utiliza, indevidamente, do acesso restrito.
§ 2o Se da ação ou omissão resulta dano à Administração Pública ou a outrem:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.

A competência para julgar os delitos de fraude vai depender: se for fraude em concurso
federal, será da Justiça Federal; se for da polícia civil, será da Justiça Estadual. Tem que olhar a
ofensa ao bem jurídico.

AÇÕES PENAIS E INQUÉRITOS POLICIAIS EM CURSO X TRÁFICO PRIVILEGIADO-STJ


(17/03/2017)
A lei 11.343 inovou, trazendo uma causa de diminuição para o traficante de primeira
viagem, inicial. Considera esse traficante quando ele reunir cumulativamente: ser primário, de
bons antecedentes e não integrar atividade criminosa e nem se dedicar a ela. É o tráfico
privilegiado.
A lei 6368;76, aquele que ostentava condições de primário e bons antecedentes não
recebia esse benefício da causa de diminuição. A lei 11.343 aumentou a pena do tráfico, mas
trouxe esse benefício para o traficante privilegiado.
Entre esses requisitos, o de o agente não poder se dedicar a atividade criminosa:
Ex: Tício está respondendo por tráfico de drogas e a defesa diz que ele tem direito a
diminuição de pena por apresentra todos os requisitos. O juiz verificou que Tício tem diveros IP
e ações penais em curso e os considerou para afastar o benefício.
Pode considerar ações penais e IP em curso para identificar que a pessoa se dedicaa
atividade criminosa? E o princípio da presunção de inocência?
Essa questão é divergente no TJ. A 5 ª turma entende que seja possível utilizar IP e
ações penais em andamento para afastar a causa de diminuição. Por sua vez, a 6ª turma
entende que IP e AP não podem ser considerados para indicar a atividade criminosa do agente.
Foi evado à 3ª sessão do STJ essa divergência através de embargos de divergência no recurso
especial 1431091- SP (publicado dia /01/02/2017). A 3ª sessão entendeu que o benefício deve
ser conhecido para quem realmente merece, restringindo sua aplicação. Entendeu também
que IP e AP em curso não podem ser considerados como maus antecedentes na órbita das
circunstâncias judiciais quando da análise da dosimetria da pena (para fins de aumentar a pena
base). Que nesse caso não está sendo analisado para aumentar a pena base e sim para afastar
o benefício e que o princípio da presunção de inocência não pode ser interpretado de forma
absoluta.
Segundo STJ é possível a utilização de IP e ações penais em curso para formação da
convicção de que o réu se dedica a tividade criminosa, de forma a afastar o benefício legal
previsto no art. 33, §4 da lei 11.343.
Hj, STJ e STF, consideram que tráfio privilegiado não tem a rouapgem dos crimes
equiparados hediondo. Súmula 512 foi cancelada.

REITERAÇÃO DOS ATOS INFRACIONAIS GRAVES X INTERNAÇÃO (MUDANCA 6 TURMA


STJ) – 18/03/2017

Art. 121 ECA: A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado (na sentença), devendo sua
manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos.
Entre os parágrafos 2 e 3 parece haver um contrassenso. Esclarecendo, §2 quer dizer
que o juiz, ao aplicar a internação, ele não pode dizer que adolescente vai pegar um tempo
determinado de internação, ele apenas submete o infrator à internação, e a cada 6 meses será
feita uma reavaliação. A internação não comporta prazo na sentença.
Pedra de toque:No art. 122 tem as possibilidades de plicação da internação, em ro
taxativo.
Art. 122. A medida de internação só poderá ser aplicada quando:
I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa;
II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves;
III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta.

Ex: Tício menor de idade, nervoso, pega um ferro e com violência quebra o carro de
Mévio. Praticou ato infracional análogo ao crime de dano. Vai ser submetido a internação?
Não, porque o art. 122 diz que é grave ameaça ou violência a pessoa.

Internação provisória (antes da sentença) não pode ultrapassar 45 dias.


Internação como medida sócio educativa, que é submetida a adolescente no final do
procedimento, com contraditório, que não pode ultrapassar 3 anos.
Internação sanção (inciso III) que não pode ultrapassar 3 meses.
No incisi III: há necessidade da prática de trê atos? Há conflito entre as turmas do STJ.
5ª turma do STJ e o STF majoritariamente, entedem que não há necessidade da prática de três
atos. A 6ª turma do SJT, em 2014, entendima que haveria sim a necessidade de três atos, mas
mudou de posição e se filiou à 5ª turma do STJ e com o STF.
ECA afasta a concepção criminal dos seus procedimentos, porque a função é a proteção
e educação da criança e adolescente. Então, raciocinar com a necessidade da prática de mais
de dois atos, estaria instituindo a reincidência no procedimento dos atos infracionais.
Reincidência é instituto penal. Nada obsta da aplicação da medida de internação logo após o
segundo ato. A reiteração pode resultar do próprio segundo ato.

LATROCÍNIO (PLURALIDADE DE MORTES) X STJ E STF

Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça
ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de
resistência:
§ 3º Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo da
multa.

É considerado crime hediondo.


A resultância for de lesão corporal grave não é considerado hediondo.
Cuidado que na prova aparece que Tício aponta a arma para Mévio para subtrair o
veículo. Mévio diante do susto, acaba morrendo. Como a vítma morreu, na sua cabeça entra o
latrocínio. Muito se pensa em aplicar a súmula 610 STF, quando há uma subtração tentada e
uma morte tentada, quando irá considerar ol atrocínio consumado. Cuidado! Para que
entenda que é latrocínio, a morte tem que decorrer da violência e, não da grave ameaça.
Apontar a arma não tem latrocínio, isso é uma grave ameaça. Poderíamos ter uma tentativa de
roubo+ homicídio em concurso formal. Se a vítima tinah certa idade, ele ainda pode responder
por homicídio doloso porque ele assume o risco.
Latrocínio e crime contra patrimônio, logo, a competência é do juiz singular.
Súmula 610: Há crime de latrocínio, quando o homicídio se consuma, ainda que não
realize o agente a subtração de bens da vítima.
Subtração Tentada +morte consumada= latrocínio consumada.
Subtração tentada +morte tentada= latrocínio tentado.
Subtração consumada+ morte tentada= latrocínio tentado.
Subtração consumada + morte consumada= latrocínio consumado.

Ex: Tício aborda Mévio com arma de fogo. Subtrai seu veículo e reconhece Mévio ao
comprar droga em sua boca de fumo e não ter pagado. Em decorrência dessa dívida, Tício atira
em Mévio. A morte não foi para facilitar a subtração. Tem-se roubo consumado e um
homicídio pela conexão ocasional. Esse homicídio seria qualificado por ser considerado
conexivo?
A conexão qualifica o homicídio, mas a conexão teleológica ou consequêncial. A
conexão ocasional não qualifica o homicídio. Nesse caso ele não vai ser qualificado pela
conexão, mas não será simples, será qualificado pelo motivo torpe.
Por ser o latrocínio um crime contra o patrimônio, será que a cada morte contará como
um crime de latrocínio? Não, tem que verificar quantos patrimônios existem.
Ex: Tício entra na residência de u casal, e para subtração do patrimônio deles ele mata
marido e mulher, isso e somente um latrocínio, pois, subtraiu somente um patrimônio e a
quantidade de morte vai para dosimetria da pena. Posicionamento do STJ no HC 86005 SP.
Se forem subtraídos dois patrimônios e ele mata os dois donos dos dois patrimônios,
tem dois latrocínios.
Se o agente entra na casa para subtrair patrimônio do casal, e para isso mata o casal.
Subtraindo televisão, som e as alianças. Tem uma divergência nesse caso, porque o STJ
entende que a aliança é patrimônio individual, sendo caracterizados dois crimes de latrocínio.
O STF Entende que tem que ser analizado a intenção do agente, que queria subtrair o
patrimônio do casal, e isso que tem que srer levado em consideração, sendo somente u crime
de latrocínio.
Dia 08/11/2016 chegou um caso concreto na 1 turma do STF, onde o agente teria
praticado cárcere privado e latrocínio de duas vítimas + ocultação de cadáver. Recurso em HC
133575. Marco Aurélio entendeu que memso com pluralidade de mortes deveria ser
considerado crime único e não concurso formal impróprio. Divergindo desse entendimento, o
ministro Roberto Barroso e Rosa Veiber entendem que o agente deve responder por dois
crimes de latrocínio em concurso formal impróprio.
O ministro Luis Fux pediu vista dso altos
No dia 21/02/2017, a 1ª turma concluiu o julgamento, e Fux deu entendimento que
assistia razão o relaor Marco Aurélio, sendo o latrocínio um crime complexo e a pluralidade de
mortes é insuficiente para indicar que há concurso formal impróprio ou imperfeito de crimes,
tendo que levar em consideração o patrimônio. Não há de se falar em responder por diversos
latrocínios considerando apenas a pluralidade de mortes. HC 133575/PR.
Para o STJ, a pessoa que sai para praticar um delito de roubo com outa pessoa que sabe
portar arma de fogo, tem o domínio do fato e não há de se falar em desvio subjetivo de
condulta ou colaboração dolosa distinta. O comparsa assume o risco do resultado mais grave.
Não tem como ‘jogar’ no art. 29, §2 CP:
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este
cominadas, na medida de sua culpabilidade.
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á
aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido
previsível o resultado mais grave.
Para o STF é dolo eventual.
Teria colaboração dolosa distinta e desvio subjetivo de conduta se, dois agentes entram
numa residência e um, na posse de ara de fogo. Se na residência, um entra no quarto da vítima
e pratica crime sexual, não há de se falar em domínio final do fato em relação ao crime sexual.
Não era previsível o crime de estupro nessa situação.
CESPE vai colocar dois comparsar agindo e um realizando o disparo. Pergunta se os dois
respondem por latrocínio? Sim, para o STF o comparsa, mesmo não portando arma de fogo,
ele assume o domínio final do fato. O comparsa age com dolo eventual.

ERESP 1.431.041.091-SP-SÚMULA 444 CANCELADA???? (22/03/2017)

A 3ª sessão do STJ nalizando a divergência com a 5ª turma (entende que ações penais e
inquéritos em curso podem materializar fundamento para afastar o privilégio no sentido de
que o agente se dedica a atividade criminosa) e 6ª turma (entende que não é possível, devido
ao princípio da presunção de inocência , não pode ter ess certeza e afastar o privilégio se ainda
não tem uma prova concreta que venha a sistentar uma condenação com trânsito em julgado)
do STJ.
O art. 33, §4 aumentou a pena do tráfico e criou a minorante do tráfico privilegiado.
A 3ª sessão entendeu que ações penais em curso e inquérito penais em curso podem
sim ser considerados para afastar privilégio. Pode sim dizer que se dedica a atividade criminosa
o fato de ter diversos inquéritos ou ações penais em curso, não se pode querer alegar o
princípio da inocência, pois, há indícios fortes de se dedicar a atividade criminosa. A 3ª sessão
ainda diz que, pensar diferente seria tornar o princípio da presunção de inocência com uma
roupagem de direito constitucional absoluto. Os princípios constitucionais devem ser
interpretados de forma harmônica e, nenhum direito é absoluto. Tanto não é que, hoje tem-se
a possibilidade da relativização do princípio constitucional da presunção de inocência quando
se trata da execução provisória da pena em decisão de 2ª instância.
Com essa visão de não entender que há uma roupagem de direito absoluto, a 3ª sessão
entendeu que o juiz pode sim considerar ações penais e IP em curso para afastar o privilégio.
Estou considerando as ações penais em curso e IP para afastar o privilégio. Não os
considera para agravar a pena base. São coisas diferentes. Ações penais em curso e IP em
curso não constituem maus antecedentes.
Súmula 444/STJ - 26/10/2016. Pena. Fixação da pena. Pena-base. Inquéritos policial.
Ação penal em curso. Agravação da pena-base. Inadmissibilidade. CP, art. 59.
É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a
pena-base.
O egislador vai tentar fazer confundir o Eresp em curso com a súmula 444.
O IP e ações penais podem ser considerados para afastar o privilégio com base nos
maus antecedentes? ERRADO, eles não constituem maus antecendetes. Requisito seria outro,
o de se dedicar a atividades criminosas.

ARQUIVAMENTO IP X DEC REBUS SIC STANDIBUS X EXCLUDENTES DE ILICITUDE X STF


(24/03/2017)

No direito civil, quando é estabelecida uma relação contratual, tem que ter o equilíbrio
e a boa fé objetiva na relação.
Ex: Se Tício compra um veículo e fica estabelecido o pagamento de 1.000,00 por mês,
estava dentro de seu rçamento na época. Devido uma alteração econômica, o contrato se
tornou oneroso para ele. Aplica-se a concepção de que o contrato deve ser cumprido quando
ocorre fato imprevisível? Não seria uma injustiça? O direito não poderia abrir uma
possibilidade de rever o que foi decidido?
O direito está alerta para essas injustiças. Existe a cláusula rebus sic standibus que
materializa a teoria da imprevisão. É uma cláusula implícita aos contratos que possibilita
qualquer das partes, rever o que foi acordado por ter ocorrido um fato posterior que tornou
onerosa a relação contratual.
Aplicando a rebus sic standibus ao processo penal: quando uma decisão puder ser
revista. Decisão que arquiva IP pode ser revista? Sim, pois a decisão que homologa
arquivamento é uma decisão rebus sic standibus, pois pode ser revista. O surgimento de novas
provas (súmula 524) é um exemplo.
Uma prisão preventiva quando decretada, é outra hipótese de decisão que pode ser
revista.
Quando é possível rever uma decisão, diz, processualmente, que a decisão fez coisa
julgada apenas formal. Então, a rebus sic standibus é compatível com a coisa julgada formal.
A decisão que homologa o arquivamento do IP é uma decisão rebus sic standibus?
Certo!
A regra é que i IP pode ser desarquivado. Então em regra, a coisa julgada é apenas
formal. Há exceções, por exemplo, atipicidade do fato, onde o IP não pode ser desarquivado.
A decisão que arquiva IP com base na atipicidade do fato é uma cláusula rebs sic
standibus? Falso, não porque essa decisão faz coisa julgada formal e material.
A doutrina aponta também que uma decisão que arquiva IP com base em causa
extintiva de punibilidade também faz cosia julgada material. Ex: com base na prescrição. Não
há possibilidade de ser revista,pois faz cois a julgada material
Extiste causa extintiva da punibilidade, mesmo que reconhecida e arquivado o IP,
aquela decisão não vai fazer coisa julgada formal e material. O óbito do agente é uma causa
extintiva da punibilidade.
E:x Tício pratica um homicídio. Falsifica sua própria cetidão de óbito e pede que sua
mãe leve à delegacia para aquivar o IP contra ele sobre o homicídio. O delegado relata no IP a
morte de Ticio e manda o IP para o jui e o MP pede seu arquivamento. Depois é descoberto
que essa certidão de óbito era falsa, a decisão que homologou o arquivamento do IP com base
na causa extintiva de punibilidade baseada na morte do agente. Antigamente o STF entendia
que, mesmo o agente utilizando certidão falsa, declarada a extinção, fazia coisa julgada
material e o agente respondia somente por falsidade de documento. STF evoluindo, entende
agora que o agente não pode se beneficiar desse manto da coisa julgada, não é absoluto.
Revendo esse posicionamento, a declaração que reconhece a extinção de punibilidade com
base em documento falso não faz coisa julgada material e pode ser revista. Entende-se agora
que essa dcisão é rebus sic standibus.
O IP, uma vez arquivado, pode ser desarquivado com base na súmula 524:
Súmula 524, STF: Arquivado o inquérito policial, por despacho do juiz, a requerimento
do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada, sem novas provas.
Essa súmula dá esse reconhecimento de decisão rebus sic sandibus quando se fala em
IP.
Novas provas: existem provas substancialmente novas e formalmente novas. Tem que
ser aptas a produzir alteração no panorama probatório.
Substancialmente nova é quando se tem provas inéditas.
A prova formalmente nova é quando a prova já existia, só terá uma nova roupagem,
uma nova versão.
Ex: Tício matou o Mévio, e teve como testemunha o Zouk Lindo e Zouk Téo, que
negaram o fato ao testemunhar. Delegado relata o IP e MP opta pelo arquivamento. Depois,
Zouk Lindo e Zouk Téo vão à delegacia e confessam que viram o crime, mas negaram por estar
sendo ameaçados. As testemunhas já existiam, só mudram seu depoimento.
IP arquivado com base na atipicidade do fato geral coisa formal e material, não
podendo ser desarquivado.
Se Tício briga com Mévio, o esqueiaa e alega legítima defesa. O delegado ouvindo uma
testemunha que diz ter viso Tìcio se defendendo, acha notório uma excludente de ilicitude. E o
juizMP homologa essa decisão de arquivamento do IP com base na excludente de ilicitude.
Aparecendo uma testemunha com provas de que não foi legítima defesa, o delegado pode
solicitar desarquivamento?
Temos dois posicionamentos:
- STJ entende que arquivamento do IP com base na excludente de ilicitude faz coisa
julgada formal e material, não podendo ser desarquivado.
- STF entende que essa decisão faz somente coisa julgada apenas formal, podendo ser
revista. É uma decisão rebus sic standibus.
Atipicidade do fato, tanto para STJ como para STF, não é uma decisião rebus sic
standibus.

No HC 87395 (decisão de 23/03/2017) no caso em que 4 policiais, sendo um delegado


praticaram o delito de homicídio consumado, homicídio tentado e porte ilegal de arma de fogo
e fraude processual.
Cuidado com a fraude processual.
Ex: Tício praticou um delito de homicídio culposo na direção de veículo automotor. Ele
tentando se furtar de uma sanção penal, acabou induzindo juiz e peritos a erro, mexendo no
local. Não cai no art. 347, CCP (fraude processual). Cai no art.312 da lei 9.503. alteração de
provas, mas no trânsito.

Art. 347 - Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o


estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito:
Pena - detenção, de três meses a dois anos, e multa.
Parágrafo único - Se a inovação se destina a produzir efeito em processo penal, ainda
que não iniciado, as penas aplicam-se em dobro.

Art. 312. Inovar artificiosamente, em caso de acidente automobilístico com vítima, na


pendência do respectivo procedimento policial preparatório, inquérito policial ou processo
penal, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, a fim de induzir a erro o agente policial, o
perito, ou juiz
Penas - detenção, de seis meses a um ano, ou multa.

Se for acidente de trânsito, com vítima, não utiliza o art. 347.


Se o Tício joga o carro em cima da Mévia, com a intenção de lesioná-la. Há uma perícia
noo local e ele altera o local. Não cai no art. 312, e sim no art. 347. O art. 312 menciona ‘
acidente’, que ocorre na órbita da culpa. Tício jogar o carro com a intenção de lesionar, tem o
dolo!
No caso do julgado No HC 87395 o STF consolidou entendimento que arquivamento de
IP com base em excludente de ilicitude faz coisa julgada apenas formal, ou seja, pode ser
revista.
Nesse caso julgado, o delegado fez as testemunhas assinarem um depoimento que não
condizia com o que elas tinham dito, o que levava ao quadro de legítima defesa. Depois,
surgiram novos fatos e foi verificado que as testemunhas não tiham falado aquilo. Na
concepção do Zouk são provas substancialmente novas porque não seria mudança de versão e,
sim uma nova oitiva. STF entendeu que poderia sim desarquivar o IP.

ARQUIVO IMPLÍCITO DO IP X STJ E STF (26/03/2017)

Arquivamento implícito pode ser objetivo ou subjetivo.


Uma vez arquivado o IP, ele pode ser desarquivado.
A decisão que arquiva o IP é uma decisão rebus sic standibus, pois pode ser revista.
No direito civil teríamos a teoria da imprevisão.
Uma decisão que decreta uma prisão preventiva é rebus sic standibus, porque pode ser
revista.
Falou novamente em prova formalmente e substancialmente nova. (ler live passada).
A doutrina aponta três espécies de arquivamento: o propriamente dito, o implícito e
oindireto.
O propriamente dito: não se tem justa causa por opositura da ação penal.
Implícito: ele pode ser objetivo.
Ex: Tício e Mévio praticaram um estupro e roubo. Com provas claras, o delegado
indiciou os dois. O juiz recebeu o IP e abriu vista para o MP, que denunciou os dois somente
por roubo. O juiz recebeu a denúncia e se manteve silente (teria que ter utilizado o art. 28
CPP).
O MP denunciu somente por roubo e nada falou do estupro, pois ele não é vinculado
ao relat[orio do delegado. Tem-se a omissão por parte do MP. Essa omissão recai sobre fatos,
devendo o juiz aplicar o art. 28. A doutrina aponta que isso é um arquivamento implícito
objetivo.
EX: Tício e Mévio praticam o delito de roubo e estupro. O delegao manda o IP para o
juiz, que abre vistas ao MP. Mesmo com provas concretas, o MP acusa apenas o Mévio. O juiz
recebe a denúncia e não aplica o art. 28 em relação ao arquivamento do Tício. Tem-se agora a
omissão de sujeitos sendo, portanto, arquivamento implícito subjetivo.
Outro arquivamento apontado pela doutrina,é o indireto. Ex: Fato aplicado pelo
delegado e MP estadual diz não propor denuncia por não ter atribuição para tal e que seja do
MPfederal.. O juiz estadual não concorda com MP, e se acha sim competente. Fica essa ‘briga’
com MP estadual e juiz estadual. Isso enseja num declínio de competência solicitado pelo MP.
Nesse caso de arquivamento indireto, aplica-se o art. 28.
Na prova o legislador pega o arquivamento implícito e joga como arquivamento
indireto.
Em uma prova oral, falar que em sede de STJ e STF não há possibilidade de
arquivamento implícito, seja ele objetivo ou subjetivo.
DELITO DE ADULTERAÇÃO DE SINAL IDENTIFICADOR DE VEÍCULO AUTOMOTOR- ART.
311 DO CPB (28/03/2017)

Art. 311 - Adulterar ou remarcar número de chassi ou qualquer sinal identificador de


veículo automotor, de seu componente ou equipamento:(Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996))
Pena - reclusão, de três a seis anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.426, de
1996)
§ 1º - Se o agente comete o crime no exercício da função pública ou em razão dela, a
pena é aumentada de um terço. (Incluído pela Lei nº 9.426, de 1996)
§ 2º - Incorre nas mesmas penas o funcionário público que contribui para o
licenciamento ou registro do veículo remarcado ou adulterado, fornecendo indevidamente
material ou informação oficial.

É um crime de elevado potencial ofensivo, não havendo possibilidade da aplicabilidade


da lei 9099.
É um crime material.
Se o agente é flagrado adulterando um chassi, o delegado tem que lavrar o auto de
prisão em flagrante, e não pode arbitrar fiança porque a pena máxima é de 6 anos (o delegado
só pode quando é até 4 anos).
Se o agente está transportando um veículo com o número de chassi adulterado, ele não
está cometendo crime do art. 311, ele irá responder por receptação. O artigo não traz o verbo
transportar.
O art. 311 tem um objeto material, que é o número do chassi ou qualquer outro sinal
identificador.
O STF e STJ entendem que placas são sinais identificadores.
O objeto material é veículo automotor.
Os reboques há a necessidade de emplacamento. A lei 9513 dá tratamento
diferenciado, não considerando reboque veículo automotor. Então, se o agente adultera placa
de reboque, o fato é atípico.
Veícuo automotor é o veículo motorizado destinado a transportar pessoas e coisas.
È um tipo penal de ações múltiplas, ou conteúdo variado.
Adulterar é modificar ou alterar.
Troca de placas é adulteração? Para o STJ é que a troca de placas é considerada
adulteração.
Ex: Tìcio constrói uma moldura de ferro e ocultou o chassi. É fato atípico, porque o art.
311 não traz em seu bojo o verbo ocultar.
Ex: Tício coloca um saco preto em toda a placa, para se livrar da multa. Isso não é
adulteração. Tem-se atipicidade do fato.
STJ decididiu no HC 139199 SP que a ocultação de sinal identificador trata-se de fato
atípico.
O art. 311 decorreu da necessidade de dá roupaem criminosa as pessoas que não
tenham participado do roubo do veículo, acabavam adulterando a placa.
Bem jurídico tutelado é a fé pública.
Se o agente raspar o sinal identificador? Suprimir é adulterar? Existe divergência na
questão.
Quando o legislador quis usar a palavra suprimir, ele usou, no art. 16 da lei 10.826
(Suprimir ou alterar marca).
Mirabeti, Capez e Cléber Masson consideram fato atípico.
Embora esses nobres juristas venham a entender dessa forma, seguindo entendimento
diverso, a 5ª turma do STJ no Resp 103570/SP entendendo que suprimir ou raspar não é
considerado at preparatório e sim verdadeira alteração.

Adulteração de sinal identificador X Fita adesiva


Ex: Tício coloca fita adesiva na placa para escapar de multas e do rodízio de veículos, de
fomra temporária. STF, no HC 116371/DF entende que o tipo penal não demanda dolo
específico. Isso é crime previsto no art. 311.
A 6ª turma do STJ, no Resp 503960/SP de 2010 entende diferente, que deve ser utilizad
a permanência. Entende que fraude grotesca enseja crime impossível.
Mas em decisão mais recente da 6ª tutma,no Resp 1329449/SP de 2012 entende que a
utilização de fita adesiva constitui sim a infração do art. 311.
A doutrina majoritária entende que deve haver permanência.

Placa fria de carro de funcionário público utilizada em veículo particular não há de se


falar no art. 311. É somente infração administrativa.

Ex: Se um agente é encontrado conduzindo um veículo com número de cahssi ou sinal


identificador adulterado ou remarcado, caso não haja prova do envolvimento delena
adulteração ou remarcação, ele responde por receptação dolosa ou culposa.
Ex: Tício recebe um veículo, sabendo que tem origem criminosa e, posteriormente
efetua a adulteração de sinal identificador, ele responde por receptação e pela adulteração do
sinal identificador. Concurso material.
Ex: Tício compra um veículo sem saber que era produto de crime. Com o tempo ele
desconfiou que fosse, remarcou o sinal identificador para que ele continuasse com o carro.
Desde o momento que ele teve conhecimento que era produto de cirme e ele adulterou, ai ele
tem o dolo de ter para si uma coisa produto de crime. Tem a receptação dolosa materializada.
O dolo subsequente da roupagem dolosa à receptação.
Sujeito ativo do crime: é um crime comum, não há qualidade específica.
Na causa de aumento do §1, aí tem que ser funcionário público. Incide na 3ª fase de
Hungria.
Sujeito passivo é o Estado, pois ofende a fé pública.
Não há necessidade de dolo específico, basta apenas querer adulterar ou remarcar.
Consumação: crime forma, de consumação antecipada ou resultado cortaod. Se
consuma quando da adulteração ou remarcação.
Há necessidade de prova material porque é crime nõa transeunte, ou seja, deixa
vestígios.
Tentativa: é possível, pelo caráter plurisubsistente do crime.
É um crime de Ação Penal Pública Incondicionada.
É um crime de concurso eventual.
Crime unisubjetivo, porque o agente pode remarcar sozinho ou agir em concuro de
pessoas.
§2 trata da figura equiparada. Tem a participação punida a título de autoria, muito
embora tendo ato de auxílio.

Se um agente recebe dinheiro para adulterar o sinal identificador, responde por


coorruopção apssiva e adulteração de veículo.

DELEGADO DE POLÍCIA- POSSE DE ARMA DE FOGO X STJ (28/03/22017)

Recurso em HC 70.141/RJ reforçou uma jurisorudência que já vem sendo aplicada pelo
STJ.
Não basta ser policial para portar arma de fogo, ele tem que ter registro na polícia
federal se for de uso permitido, ou do comando do exército se for de uso restrito.
STJ analizou agra um caso que envolve um delegado de polícia que portava uma arma
de fogo e na casa dele ele tinha outra arma. A justiça epediu mandados de busca. Foi
encontrada a arma na casa do delegado e a que ele estava portando. O Delegado só tinha o
registro das armas na divisão de fiscalização de armas e explosivos, mas não tinha o registro da
polícia federal. Entendendo que o delegado necessita desse registro, o MP ofertou a ação
penal pela prática do delito do art. 12 (posse irregular) e art. 14 (porte ilegal de arma de fogo).
O fato de o delegado figurar no art. 144, o MP usou o art. 20 (causas de aumento de pena).
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da
metade se forem praticados por integrante dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6o, 7o e
8o desta Lei.
Um Delegado foi abordado na rua sem o registro da arma que está portando. Foi
levado à delegacia. O delegado de delegacia realizaria a prisão em flagrante, mas não poderia
arbitrar fiança, pois, tem que levar em consideração as causas de aumento (art. 14 c/c/ art.
20=> 4 anos + ½, ultrapassando os 4 anos que permite o arbitramento da fiança pelo
delegado).
Porte de arma de fogo de calibre diferentes responde por dois crimes, de uso permitido
e de uso restrito, entende STJ.

O art. 19 estabelece uma causa de aumento para o comércio ilegal e o tráfico de arma
de fogo.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a
arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.

Voltando paa o art. 12 e 14:


- Autorização para aquisição de arma de fogo é dada pelo SINARM.
Não basta somente a autorização do SINARM, tem que ter o certificado de registro da
PF. A defesa do delegado, entre outros requisitos, alegou que o delegado não ter registro é
mera irregularidade a ser resolvido no âmbito administrativo. Utilizou o princípio da
adequação social, e considerando o caráter fragmentário do direito penal, onde o agente só
pode ser punido quando não aceita socialmente, e a sociedade tolera um policial portar arma
de fogo tendo registro ou não, tendo que considerar essa conduta como atípica.
Para o STJ, utilizando o principio da lesividade, o porte se registro traz perigo a
sociedade, não havendo que se falar do princípio da adequação social. Há a necessidade de
constar nos bancos de dados do SINARM + o registro na PF.
Resumindo: o fato de ser policial, civil ou militar por si só não proporciona o porte de
arma sem registro; não basta somente a autorização no SINARM, tendo que ter o certificado
emitido pela PF.
Registro com data de validade vencida, STJ entende que é mera irregularidade
administrativa.

Art.155, §1 X ART. 155 §4 X STF

Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:


Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 1º - A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso
noturno.
Furto qualificado
§ 4º - A pena é de reclusão de dois a oito anos, e multa, se o crime é cometido:
I - com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II - com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III - com emprego de chave falsa;
IV - mediante concurso de duas ou mais pessoas.
O delito de furto, pena de reclusão de 1 a 4 anos, em teseé possível o sursi processual.
Caput é possível arbitramento de fiança, pois a Pmáx. não ultrapassa 4 anos.
Quando se subtrair aproveitando que as pessoas estão dormindo, durante repouso
noturno, a conduta é mais reprovável, tendo causa de incidência de aumento da pena.
Repouso noturno depende dos costumes locais.
§1 encontra-se abaixo do caput e acima das qualificadoras, tem uma corrente
doutrinária que considera o posicionamento topográfico da causa de aumento, sendo aplicada
somente ao furto simples. Que se o legislador quisesse aplicar ao furto qualificado, teria
colocado abaio das qualificadoras.
O STJ entende que não se deve lançar mão de posicionamento topográfico e sim
considerar a natureza jurídica. Para STJ a causa de aumento de repouso noturno aplica-se
também as qualificadoras.
STF, no HC 130.952 (13/12/2016) entendeu que e legítima a incidência da causa de
aumento de pena por crime comentido durante repouso noturno no caso de furto praticado
na forma qualificada.
A súmula 511 do STJ falados privilégios e qualificadoras.
“É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos
de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da
coisa e a qualificadora for de ordem objetiva”.
Ordem objetivo: meios de execução.
Ex: Tício com um alicate quebra a janela de Mérvia e entra em sua residência no
horário noturno. Responde por furto qualificado com a incidência de aumento.
Ex: Tício, durante reposuo noturno, usa uma chave de fenda para desparafusar a janela.
Incide a causa de aumento do horário noturnoo, mas desparafusar não configura rompimento
de obstáculo (assim como retirada de telhas). Responde por furto simples com a causa de
aumento de pena por repouso noturno.

Res nullius é coisa de ninguém. Se apropriar de coisa de ninguém, tem-se a atipicidade


do fato.
Res derelicta, coisa abandonada, é fato atípico também. Por furto é contra patrimônio
de alguém.
Coisa perdida tem dono, e passado prazo de 15 dias de se apropriar de coisa achada,
temse o crime a prazo.

LEI DE DROGAS X ART. 244-B ECA X STJ (30/03/2017)

Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 (dezoito) anos, com ele
praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la:
Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.
§ 1o Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali
tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da
internet.
§ 2o As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a
infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho
de 1990.
O art. traz a conduta de corromper menor.
Infração penal (crime e contravenção).
Induzir o menor é autoria mediata.

Súmula nº 500 STJ (anotada)


“A configuração do crime do art. 244-B do ECA independe da prova da efetiva corrupção
do menor, por se tratar de delito formal.”

Independe se o menor já praticava atos infracionais.


O agente que pratica um delito com o menor, responde pelo delito + corrupção de
menores.
Ex: Tem o furto, que menciona a qualificadora do §4 que se o furto é praticado
mediante concurso de 2 ou mais pessoas. Em sendo um menor, vai contar para incidência da
qualificadora e a corrupção de menores.

A lei 11.3434, legislador estabeleceu diversas circunstâncias em que, praticados os


delitos do art. 33 ao art. 37, a pena aumenta. (Ex: Agente que pratica tráfico e passa para outro
Estado).
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de
missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

O art. 40 tem muitas jurisprudências: CESPE adora esse artigo.


- Não há necessidadeque a droga saia do país.
- Não hhá necessidade de pessoa do outro país articipar.
Praticar tráfico junto com adolescente não há de aplicar o art. 244-B?
Responde pelo art. 33 com a causa de aumento do art. 40, VI+ corrupção? Ou somente
pelo art. 33 com a causa de aumento?Se fosse furto qualificado, ele iria responder pelo furto
qualificado a corrupção.
Essa questão foi levado ao STJ no Resp 1622781 (12/12/2016) e entendeu que o art.
244-B é crime formal, e o agente responde independente do menor estar corrompido. Não s
epode utilizar o fundamento de afastar o art. 244-B quando o agente pratica o tráfico com
menor que já pratica atos infracionais por ser um crime formal. Muito embora não pudesse
usar esse argumento, o STJ utilizou outro argumento para afastar o art. 244-B, quando for
visualizada a prática do delito dos arts. 33 a 37 da lei de drogas que envolver ou visar criança
ou adolescente, o agente vai responder somente pelo art. 33 + causa de aumento do art. 40, VI
pelo princípo da especialidade.
STJ só fez referência ao art. 40 (que fala dos arts. 33 a 37), então, fora esses arts, o
agente responde pelo crime + corrupção de menores, porque aí não tem a causa de aumento,
independente se o menor encontra-se corrompido.
Droga é somente o que tem na portaria da Anvisa. Cola de sapateiro e bebida alcóolica
responde no ECA, porque não estão elencadas na portaria.

AÇÃO DE POLICIAIS MILITARES NO RJ: LEGÍTIMA DEFESA X HOMICÍDIO QUALIFICADO


(31/03/2017)

Caso: Policiais militares alvejaram dois meliantes numa suposta troca de tiro. Segundo
os PM’s eles estavam em legítima defesa. Comparecendo à delegacia, os policiais receberam
voz de prisão, pois so delegado entendeu estar em flagrante, de homicídio qualificado por
impossibilidade dedefesa da vítima.
O art. 23, CP elenca as causas de excludentes de ilicitude. Entre elas tem a legítima
defesa (usando moderadamente os meios necessários, repele injusta agressão atual o
iminente). Na legítima defesa (LD) a agressão deve ser humana.
Se for um cão atacando um policial, e ele atira, tem-se, em tese, o estado de
necessidade. É uma agressão animal. Seria LD se uma outa pessoa instigasse o cachorro para
atacar o policial, pois o animal eria utilizado como instrumento meio.
Meios necessários são os meios disponíveis no momento. O emprego da arma de fogo
pode ser o único disponível no momento, anaçizando os outros requisitos.
Se o PM atira, para neutralizar o agente e após a utilização dos meios moderados ele
continua efetuando disparos, teremos o excesso.
Outro requisito da LD é que o agente tem que ter conhecicmento da situação
justificante. Ex: Tìcio atirou em Mévio, ele queria matá-lo. No momento que ele atirou, ele não
tinha conhecimento que Mévio estava sacando a arma para atirar em Pedro, desse jeito a
corrente majoritparia entende que não é LD. Corrente minoritária entende que sim, porque o
tipo penal do art. 25 não fala que teria que ter conhecimento da situação justificante.
Quanto ao aspecto subjetivo, a LD pode ser real ou putativa. A LD putativa recai sobre
uma discriminante putativa, o agente acha que está sendo agredido, quando não é verdade.
Ex: Tício caminha num local escur e encontra Mévio seu desafeto. Mévio coloca a mão no
bolso e Tício acha que ele ia atirar, e saca primeiro sua arma e atira, quando na verdade Mévio
estava pegando uma carta no bolso para entregar a Tício. È LD putativa decorrente de erro de
tipo. Local totalmente escuro, não tinha como saber que era uma carta, tem o erro de tipo
invencível (exclui dolo e culpa). Se o local tinha iluminação e dava para Tício ter verificado, o
erro de tipo é vencível e Tício responde por homicídio culposo.
A LD subjetiva é a q que decorre da exaltação de ânimo. Ex: Tícia foi agredida pelo
Mévio, estuprador. Mévio com uma faca começa a agredir Tícia para estupra-la. Tícia começa a
agredir Mévio e consegue tirar a faca dele, atingindo-o. Mévio já neutralizado, Tícia continua a
atingí-lo. Não se pode esperar outra reação de Tícia. Tem a LD subjetiva, decorrente do
excesso escusável. Essa LD não é real, pois decorre do excesso. Não sendo uma excludente
real, ela exclui a culpabilidade (exigibilidade de conduta diversa). Mévio agora pode agir em LD
contra o excesso da vítima de estupro, e será LD sucessiva.
Quanto a forma da LD, o que vem a ser a LD agressiva? A vítima é agredida e age
provocando uma lesão corporal em seu agressor.
Temos o excesso doloso (agente tem intenção de se exceder), o culposo (agente não
observa o dever jurídico de cuidado e acaba se excedendo) e o acidental.
Ex: Vítima age em LD e acaba neutralizando seu ofensor e acaba torcendo muito o
braço dele, sem querer. É um excesso culposo.
Excesso esculpante (exclui a culpabilidade) é o excesso da LD subjetiva.

De acordo com o caso concreto: a LG desafia agressão atual ou iminente. Quando o


policial chegou, já tirou a arma do meliante. O meliante mexe somoenos o rosto, não reagiu, e
o PM já atirou. Não se tinha agressão real, o que o PM pode tentar alegar é que eles pensaram
que o meliante iria atirar, entrando assim na falsa noção da realidade, errando no contexto
fático (LD putativa).
LD putativa vai entrar a ausência do dever jurídico de cuidado.
Em tese, os policiais vão alegar LD putativa decorrente de erro vencível, para responder
apenas por homicídio culposo.
Zouk: analisando as imagens, não vê erro de tipo vencível. Em momento algum o
meliante chegou a, se quer, esticar a mão. Analisando como técnico vê um disparo doloso, sem
possibilidade de defesa da vítima. EM relação ao segundo policial, o meliante nem arma perto
tinha e não se movimentou.
Policiais foram levados à delegacia. O delegado, para prender em flagrante, tem que ter
a justa causa robustecida (não com provas concretas, mas com base no acervo probatório
indiciável). Diante das imagens, o delegado agiu correto em prender os PM por homicídio
qualificado.
Se os policiais estivessem diante de LD real, o delegado pdoeria prender? Duas
correntes doutrinárias:
- 1ª O delegado teria que prender, inclusive quem age acobertado pela LD, pois esse
juízo quem tem que fazer é o juiz. Art.310, §único: Parágrafo único. Se o juiz verificar, pelo
auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos
I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal,
poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação.
Se for auto de prisão em flagrante, o agente tem que estar preso. É o juiz que tem que
analisar, até em situação flagrancial, se tem LD.
-2ª Diz que a liberdade é u direito constitucional e o art. 310 fala em juiz em
interpretação extensiva, devendo entender que o delegado também. O delegado entendendo
que agiu em LD pode conceder liberdade provisória, ele vai instaurar o IP, mas vai conceder a
liberdade provisória fazendo a interpretação extensiva.
Como se resolve isso?
Se fosse o Zouk, o agente agindo em LD e chegando em sua delegacia, não prendia,
chamaria a interpretensão extensiva.
Em prova objetiva, o art. 310 não fala em delegado, ou seja, somente o juiz.
A vedação da prisão em flagrante por representação foi afastada do CPP.
Ex: Vamos supor que os policiais agiram em LD. Depois de 2/3hr eles se apresentam na
delegacia. Delegado vai lavrar o flagrante? Não, porque os PM’s não se encontram nas
hipóteses do art. 302 (não há situação de flagrante) E NÃO PELAS EXCLUDENTES DE ILICUTDE!
GÊMEOS XIPÓFAGOS X HOMICÍDIO (02/04/2017)

Gêmeos xipófagos ou siameses.


Caso concreto: Os gêmeos, ligados por um órgão, e um deles praticou o homicídio
contra a vontade do outro. Como fica no âmbito penal?
O Brasil adota o princípio da individualização da pena, que deve recair somente no
autor da infração penal, na medida da sua culpabilidade. O princípio direciona a aplicação da
pena levando em consideração a personalidade do agente, a sua culpabilidade.
Os gêmeos são pessoas diferentes, embora estejam dividindo o mesmo corpo. Ao
aplicar a pena em um, o outro por reflexo também vai sofrer a pena.
Em sede constitucional também tem o princípio da intranscedência, onde a pena não
pode passar da pessoa do condenado. A reprovabilidade da conduta só cabe a quem pratica o
ato.
A responsabilidade penal é subjetiva, respondendo o agente somente se ele giu com
dolo ou culpa. Assim não cabe ao outro irmão.

Em 1811 há um relato de dois irmãos xipófagos, Cheng e Yeng, com vidas


completamente diferentes. Cada um se casou, tiveram seus filhos.
Essa deformidade não exclui a culpabilidade. Para excluir a culpabilidade tem-se a
imputabilidade. O agente no tempo do crime tem que entender caráter ilícito do fato e agir de
acordo com esse entendimento.
Tício e Mévio, siameses, e ambos querem matar João. Tício passa a arma para Mévio
que, atira. Temos o concurso de pessoas e ambos irão responder por homicídio consumado.
Como o direito penal se posiciona? O DP é direcionado a aplicar a pena de forma
individual, mesmo que ele tenhha agido e concurso, a pena é individual. O art. 29 deixa claro
que pode ter um partícipe com pena maior que um autor. Ex: Partícipe que auxiliou na prática
de u furto. Partícipe é dedicado ao crime e o autor iniciou agora sua atividade criminosa. Na
hora de individualizar a pena o partícipe pode ter pena maior, considerando sua culpabilidade.
No caso concreto, um irmão atirou contra a vontade do outro, temos duas correntes:
- 1ª Tem que ponderar bens jurídicos. Há interesse da sociedade em punir, mas e o
direito de liberdade do inocente? Assim é melhor deixar um culpado solto do que prender um
inocente. Não há possibilidade de aplicação da pena em quem efetuou o disparo, pois
ofenderia a individualização da pena, a intrancedência e a responsabilidade penal subjetiva.
-2ª Entende que é mais viável condenar o que realizou o disparo, mas só aplicar a pena
em eventual delito do inocente. Ex: Tício realiza o disparo de arma de fogo. Os dois são
condenados. Quando Mévio praticar um delito, prendem-se os dois. Cumprindo a pena do
crime que tem a menor pena.
Há quem enrenda ainda que deveria ocorrer a prescrição do delito (suspensão) e há
quem entenda que deveria aplicar a pena até que ocorra a prescrição.
A solução mais adequada é a da 1ª corrente.
Quando gêmeos xifópagos figuram quando vítima: Ex: Pedro atira para atingir Tício e
mèvio. Teríamos uma ação com pluralidade de resultado, tem o concurso formal
imperfeito/impróprio, aplicando-se o cúmulo material. Se Pedro realiza querendo atingir
somente o Mévio, tem-se dois homicídios, um com o dolo direto e outro com dolo eventual,
em concurso formal imperfeito. Dolo eventual porque ao atirar para eliminar Tício, pode
acasionar a morte de Mévio, assumindo o risco.
Se Pedro atira para matar Tìcio, que vem a óbito, mas é realizada uma cirurgia e Mévio
permanece vivo. Tem um homicídio consumado e uma tentativa, em concurso formal
imprório.
DENÚNCIA ANÔNIMA X PIC/ MINISTÉRIO PÚBLICO X STF

Notícias criminis inqualificada/Denúncia anônima: notícia de um crime onde não tem a


qualificação de quem está passando≠ Delatio Criminis postulatória ( tem uma delatio em um
crime de açãoo penal pública condicionada a representação=> o agente deleta equer uma
postura).
O MP hoje, conforme decisão do STF, tem plenos poderes investigatórios.
Parte da doutrina, capitaneada pela polícia judiciária, entende que o MP tem poderes
apenas para propor ação penal e, não para investigar, porque a CF assim não fez. E a polícia
judiciária invstigr os crimes. Essa corrente tem que ser mencionada em uma prova de
delegado!
Prevalece a teoria portuguesa: teoria dos poderes implícitos. Se o MP pode propor ação
penal (que é o mais), ele não pode investigar (que é menos)? Ou seja, quem pode mais, pode
menos.
MP não pode instaurar inquérito policial. MP pode requisitar a instauração de IP.
MP investiga através do procedimento de investigação criminal (PIC), instaurado no
âmbito do MP, com base na teoria dos poderes implícitos.
A atribuição é do delegado de indiciar. MP e juiz não pode mandar delegado indiciar.
Ato de indiciar demanda justa causa e o delegado dento da sua analise técnica e jurídica é que
vai entender se deve indiciar ou não.
O juiz pode mandar o delegado desindiciar, porque não é ato privativo do delegado. Se
o juiz entender que alguém está indiciado sem justa causa, e a defesa entrar com HC, o juiz
pode madar desindiciar.

Pedra de toque: MP estadual, após receber diversas denúncias anônimas da


prática de crimes e seus possíveis autores, procedeu investigações preliminares (oitivas
informais de testemunhas). Após essas investigações preliminares, o MP entendeu que
teria justa causa para instaurar um procedimento. MP instaurou um PIC e entendeu por
representar pela interceptação teefônica. O juiz deferiu a medida.
O art. 3 na lei 9296 dá legitimidade ao MP
Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser determinada pelo
juiz, de ofício ou a requerimento:
II - do representante do Ministério Público, na investigação criminal e na instrução
processual penal.

MP pode representar, tanto em fase de investigação, como em sede de instrução


processual.
Por força do art. 1, a representação deve ser dirigida a um juiz competente:
Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para
prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto
nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de
justiça.

* Cuidado com a aplicabilidade da teoria do juízo aparente: se o juiz, na época,


aparentava ser competente, e ao final da investigação descobriu que não era competente
desde o início, a prova é válida.
Ex: Delegado que representa por uma interceptção entendendendo se tratar de
um tráfico doméstico. O juiz estadual defere a representação. Ao final do relatório
descobriu-se que desde a época quando o delegado epresentou, era tráfico internaciona.
Ou seja, delegado não tinha atribuição e o juiz era absolutamente incompetente. Tráfico
internacional é justiça federal. Pela teoria, na época não tinha como o delegado saber que
era tráfico internacional, e o juiz estadual aparentava ser competente, aplica-se a teoria
do juízo competente e a interceptação é válida.
Se é um delegado que não tinha atribuição para investigar determinado fato, não
se fala em prova nula. Delegado não tem competência. Um flagrante feito pelo delegado
estadual de crime federal, o flagrante é válido e o juiz estadual declina para a justiça
federal. Não tem que falar em nulidade e ter que relaxar o flagrante.

Voltando a pedra de toque: MP que realizou q[o PIC e representou ela


interceptação telefônica, juntamente com outras provas levantadas, ofertou a ação penal.
A defesa pediu a nulidade do processo porque: não constam nos autos as provas de
investigação preliminares e o PIC intaurado foi com base somente em denúncias anônimas
e que durante as inestigações tinham sido deferidas diversas prorrogações, o que
vilipendiava a lei (que diz prorrogar por 15 dias, não permitindo diversas prorrogações). O
STF no HC 133148/ES (21/02/2017) entendeu que é possível a instauração de
procedimento de investigação, seja PIC ou IP, com base em denúncias anônimas, desde
ques sejam realizadas outras diligências (e o MP fez oitiva informal antes da instauração
do PI).
O que não é possível é instaurar exclusivamente com base em denúncias anônimas.
Ex: Tício liga para a delegacia e falapara o delegado que mataram Mévio. O
delegado instaura inquérito com base eclusivamente nessa denúncia, não pode. Temq eu
primeiro apurar a veracidade do fato.
Entra o que chamamos de VPI, muito questionado pelo MP. O delegado, antes de
instaurar IP, tem que verificar a procedência das informações (VPI).
Quando defesa alegou diversas prorrogações, o STF entende ser pacificado qeé
pos´sivel a concessão de diversas prorrogações, desde que, haja razoabilidade, que
demanda uma fundamentação.
Interceptação telefônica abrange os crimes apenados com reclusão. Tem que ter
indícios de autoria ou participação doa utor em infração penal, afastando a interceptação
prospectiva (interceptação realizada para apurar fatos futuros, com base em juízo de
periculosidade).

QUESTÕES CESPE PARA DELEGADOS- LEIS 10826/03 E 8072/90 (04/04/2017)

1) Delegado- PF- 2013: Um homem foi flagrado com arma de fogo de uso restrito,
tendo a perícia técnica posteriormente atestado a cabal impossibilidade de o instrumento
produzir disparos. Nessa situação, configura-se atípica a conduta de porte de arma, não
podendo ser considerado o uso desse artefato para a prática de outra infração como
majorante de pena pelo uso de arma.
R: Correto.
A lei 10826 dá tratamento homogêneo a porte ou posse de arma de fogo de uso
restrito, diferente de como trata porte e posse de uso permitido.
Sendo de uso permitido, para o porte ou possse, o delegado pode arbitrar fiança.
Se a arma é de uso permitido, mas está com o sinal raspado, não pode aplicar fiança
porque o agente responde como se de uso restrito fosse. Art. 16.
Se a arma está sendo portada por policial civil, maas não tem autorização legal (sem
registro), vai responder por porte ilegal. Não pode arbitar fiança na esfera policial, pois
considera as causas de aumento do art. 20.
Diferente não ter registro e ele está vencido!
A questão menciona que a arma é absolutamente inapta para realizar disparos não
entra no coneito técnico de arma, se compara a um simulacro, constituindo fat atípico.
Cuidado: se a arama tem uma uneta acoplada, o agente responde pelo acessório.
Arma de pressão: STJ entende que a importação é contrabando.
Não entra no conceito de arma de fogo portar arma de pressão, não é fato típico.
Para STF, Se portar arma de brinquedo, se for similar a arma de fogo, se estiver
importando considera-se contrabando.
NÃO é do estatuto do desarmamento importar arma de briquedo ou arma de pressão.
STF entende que importação de colete balístico é contrabando também.
Arma de brinquedo não pode ser considerada para majorar pena de um delito, a arma
configura grave ameaça.
Mara majorar, basta ser arma, não necessariamente tem que ser de fogo.

2) Delegado- MPAC- 22014: Segundo entendimento consolidade do STJ, a


potencialidade lesiva da arma é um dado dispensável para a tipificação do delito de prote
ilegal de arma de fogo, pois objeto jurídico tutelado não é a incolumidade física, mas a
segurança pública e a paz social, colocados em risco com a posse ou porte de armas.
R: Correta.
Os crimes elencados na lei 10826 são de perigo abstrato. Porte de arma desmuniciada,
para STJ e STF configura infração penal. Não só porte de arma de fogo desmuniciada, como
porte de acessório, porte de munição.
A regra é que não se aplica princípio da insignificância em porte de uma arma ou de um
acessório, pois são crimes de perigo abstrato.
Qual a potencialidade lesiva de arma desmunicada: é dispensada sua potencialidade
quando se raciocina com a configuração de crime de arma desmuniciada.

3) Delegado- MPAC- 2014: Se for possível, mediante o uso de processos físico-


químicos, recuperar numeração e arma de fogo que tenha sido raspada, estará
desconfigurado o crime de porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, devendo a conduta
ser classificada como porte ilegal de arma de fogo de uso permitido.
R: Errado.
Mesmo que se recupere a numeração da arma, o crime está materializado.
É possível arbitramento de fiança em porte ou posse de arma de fogo de uso restrito?
Sim. É possível arbitramento de fiança em todos os crimes do estatuto do desarmamento,
todos são afiançáveis. Até 4 anos são afiançáveis na esfera policial, acima de 4 anos, na esfera
judicial.
Se Tício porta uma arma de fogo de uso permitdo e através de oxidação alterou o sinal
de identificação dessa arma, será que ele vai responder por porte ilegal de uso restrito?
Depende. O direito penal adota a responsabilidade penal subjetiva. Tem que verificar se Tìcio
tem o conhecimento de que o sinal foi adulterado. Se ele tem conhecimento, ele responde por
porte ilegal restrito; se ele não sabe, responde por porte ilegal de uso permitido. Se Tício não
sabe da alteração e for responsável mesmo assim, estaríamos adotando a responsabilidade
objetiva no sentido de aplicar o art.16 em relação a oxidação; em relação ao porte é subjetiva
porque ele queria portar a arma de fogo.
No art. 16§único, V: menciona vender arma de fogo a criança ou adolescente, CUIDADO
para o legislador não dizer que é crime do ECA!
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar,
ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou
ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em
desacordo com determinação legal ou regulamentar:
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório,
munição ou explosivo a criança ou adolescente;

Um policial chega em casa e deixa a arma de fogo em cima da mesa para que o filho
dele pegue. O filho dele pega. Isso não é art. 13 porque nele é crime culposo. Se o policial
deixou a arma intencionado, tem o dolo. Cai no art. 16, §único, V. CUIDADO: tem que olhar se
ele deixou a arma culposa ou dolasamente com a intenção do filho dele pegar a arma.
Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que
esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:
Tem divergência na doutrina para que configure o art. 13 tem que acontecer o
aponderamento. Outra parte da doutrina ententende que não, porque a lei assim não faz.
Se o policial não tomou as cautelas necessárias, independe se teve aponderamento ou
não.
O art. 13 é um tipo híbrido, tem a modalidade culposa no caput e no §único tem que
ter o dolo. Um aluno perguntou quando começa a contar o prazo para apresentar para Polícia
FEDERAL? A letra da lei diz que depois de ocorrido o fato tem 24hrs (letra de lei). No contexto
fático, é a partir do conhecimento do fato que o tempo irá contar, para não admitir uma
responsabilidade objetiva do diretor ou responsável da empresa.
Há posicionamento da doutrina que pode registrar a ocorrência e comunicar a polícia
civil.*
Respondendo a qustão: ERRADA. Não desconfigura o delito de porte de arma de fogo
com sinal de identificação de sinal raspado.
OBS: Ficar ligado no porte de arma de fogo de uso permitido ou restrito; comércio
ilegal de arma de fogo e causa de aumento do art. 20 e a vedação de liberdade provisória do
art. 21 que foi considerada inconstitucional.

4) Delegado- MPAC-2014: Responde pelo crime de porte ilegal de arma de ilegal de


arma de fogo o responsável ilegal de empresa que mantenha sob sua guarda, sem
autorização, no interior de seu local de trabalho, arma de fogo de uso permitido.
R: ERRADO, o delito é posse irregular de arma de fogo. É crime próprio.
Tício trabalha em uma padaria. Seus colegas ficam sacaneando ele e Tìcio reslve levar
sua arma de fogo para padaria para se defender. Isso é porte de arma de fogo, porque Tìcio
não é o responsável legal da empresa.
Se o agente está com arma de fogo na sua cintura em sua residência, tem-se a posse de
arma de fogo (intra muros). Se ele está fora do quintal, tem extra muros, porte.
Tício te uma arma de fogo enterrada no quintal foi ocultada, e o art. 12 não traz o
verbo ocultar, cai no art. 14, respondendo pelo porte, mesmo sendo intra muros.
O art. 12 é possível fiança na esfera policial e não se aplica o art. 20.
Policial com arma de fogo em sua residência, sem o registro responde por posse
irregular de arma de fogo. Posse irregular de arma de fogo por policial não incide a causa de
aumento do art. 20 porque so se aplica do art. 14 ao 18, não se aplica aos art. 12 e 13.
Tício em seu caminhão é abordado em uma blitz e tinha uma arma no interior do
caminhão. Foi preso, delegado prendeu pelo porte. MP oferta ação pelo porte. Defesa alega
que o caminhão é local de trabalho sendo, portanto, posse de arma de fogo. STJ: não entende
caminhão como local de trabalho e, sim como instrumento de trabalho.

5) Delegado- PCPE- 2-16: Lucas, delegado de polícia de determinado estado da


Federação, em dia de folga, colidiu seu veículo contra outro veículo que estava parado em
um sinal de trânsito. Sem motivo justo, o delegado sacou sua arma de fogo e executou um
disparo para o alto. Imediatmente, Lucas fois abordado por autoridade policial que estava
próxima ao local onde ocorrera o fato. Nessa situação hipotética, a conduta de Lucas poderá
ser enquadrada como rime, com possibilidade de aumento de pena, devido ao fato de ele ser
delegado de polícia.
R: CERTA
Ao realizar um disparo em via pública, o fato de ser delegado de polícia, há sim
incidência de causa de aumento.
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas
adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como
finalidade a prática de outro crime:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.
É possível arbitramento de fiança na esfera policial, desde que, não tenha sido um
policial civil ou militar, pois irá incidir causa de aumento.
A vedação da fiança no art. 15§único foi considerada inconstitucional. É possível sim
liberdade provisória inclusive com fiança!
É possível a liberdade provisória com ou sem fiança.
Atenção as causas de aumento do art. 19.
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 e 18, a pena é aumentada da metade se a
arma de fogo, acessório ou munição forem de uso proibido ou restrito.
Comércio ilegal de arma de fogo e tráfico internacional de arma de fogo tem pena
aumentada da ½ se forem de uso proibido ou restrito.
Tício dá diversos tiros para o alto, 15 tiros. Responde por um crime só, a quantidade de
disparos é considerada na dosimetria da pena.
Disparo e Porte: se ele pega a arma de fogo e realiza disparos, o disparo vai absorver o
porte. CUIDADO: há entendimento de que tem que verificar se há contexto fático distinto.
Portar arma há muito tempo e em outra data ter efetuado disparos, responde pelos dois.

Pontos importantes:
- Súmula 711 do STF: se sai lei mias grave aumentando a pena do porte, passando de 2
a 6, e o agente está portando essa arma, aplica-se a lei mais gravosa. Crime continuado.
- Porte ou posse de arma de calibres diferentes responde por dois crimes.
- Conselheiro de tribunais de contas são equiparados aos magistrados, portnto, tem
direito ao porte de arma.
- Policial civil aposentado perde o direito ao porte funcional.
- Porte de arma de fogo não há necessidade da apreensão da arma e perícia, mas, se
apreender, tem que realizar a perícia.
- O praticante de tiro esportivo, em alteração recente, pode transportar essa arma
municiada.
- Agente recebe arma de fogo produto de crime responde por receptação e porte ilegal
de arma de fogo em concurso material. Não se aplicao o princípio da especialidade.

Porte de arma de fogo x legítima defesa:


Ex: Tício sacou uma arma de fogo que ele já portava há muito tempo e caminhava por
um local ermo e encontrou seu desafeto e ao ver seu desafeto sacar arma, Tício atira. Em
relação a tentativa de homicídio tem uma excludente, a legítima defesa. Em relação ao porte,
Tício responde.
O agente pode estar acobertado por duas excludentes de licitude ao mesmo tempo.
Egítima defesa e estado de necessidade simultâneo: é possível. O que não pode é com
estado de necessidade recíproco.
Ex: Tício tem um desafeto, que vem em sua direção e saca uma arma. Tìcio pega a arma
do policial e atira no desafeto. Tìcio está acobertado por duas excludentes: em relação ao
roubo da arma (estado de necessidade), em relação ao homicídio (legítima defesa simultânea).
Ex: Minha mãe está passando mal e eu tenho que leva-la ao hospital e não tenho carro.
Sei que ninguém vai querer parar o carro para me ajudar. EU corro na rua e aponto uma arma
para um carro que está vindo, só que dentro tinha um policial, que pega sua arma e atira em
mim.Quando eu fui subtrair o veículo era para salvar um bem jurídico, a vida da minha mãe,
uma situação real (estado de necessidade); o policial que atirou em mim pensou que minha
agressão era injusta e teve uma falsa noção darealidade, agindo em erro de tipo, ele encontra-
se em legítima defesa putativa. Essa legítima defesa dele é decorrente de tipo vencíve ou
invencível? Se vencível, ele responde por homicídio culposo, pois exclui o dolo. Se invencível,
exclui o dolo e a culpa.
Zaffaroni chama erro de tipo de cara negativa do dolo porque o dolo é sempre
negativo, é sempre excluído.

COMENTÁRIOS ACERCA DO DELITO DE DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA- ART. 339 DO CPB


PARTE 1 (10/04/2017)

Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,


instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente:
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de
nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

Esse delito é muito ligado às ocorrências que navegam em uma delegacia.


Pessoa que imputa a outra pessoa um fato criminoso ou contravencional, dando ensejo
a instaração de IP ou de um TCO.
Num primeiro momento, entende que o crime de denunciação caluniosa só ocorre se o
agente imputar um crime a uma pessoa e levar até uma delegacia de polícia e iniciar a
investigação. Aqui cabe crime (caput) e no §2º traz a contravenção.
§2º é a denunciação caluniosa privilegiada.
A lei 10.028 inclui a investigação administrativa, inquérito civil e a ação de improbidade
administrativa.
Parte da doutrina entende que esse é um crime complexo porque tem a calúnia
(imputar fato criminoso) e além dela, leva essa informação a uma delegacia, ensejado a
instauração de um procedimento. (Masson).
Noutro giro, parte da doutrina entende que não é crime complexo (pois teria que ter a
fusão de dois tipos penais) e sim um crime progressivo porque para chegar ao crime mais
grave (levar ao conhecimento de uma ação criminosa em que sabe ser o agete inocente) passa
pelo crime de calúnia para praticar um crime mais grave de denunciação. (Rogério Sanches).
É importante saber que esse delito é um crime contra a administração da justiça
porque pode ensejar um processo na falsa percepção da realidade.
Objeto jurídico tutelado: primeiramente tem a administração pública (imediato) na
órbita da justiça. De forma secundária tem a pessoa a quem foi imputado o fato criminoso.
Objeto material: investigação policial, investigação administrativa, inquérito civil ou
ação de improbidade administrativa.
Quando o legislador fala: instauração de investigação policial há referência a IP? Tício
que vai a uma delegacia e diz que Mévio praticou roubo, sabendo ser inocente. Há uma
investigação preliminar em curso (não tem ainda IP instaurado) e a corrente majoritária
entende que não há a necessidade de instauração de IP para configurar a denunciação
caluniosa.
É importante ressaltar que parte da doutrina minoritária (Nucci) só há denunciação
caluniosa consumada com IP instaurado e posterior indiciamento. Atribuição delituosa falsa
que não intaura IP não há que se falar no delito do art. 339.
Se Tício vai até uma delegacia e comunica o dlegado que évio está recebendo droga na
casa dela nesse momento. O delegado se dirige até a casa de Mévio, esse deslocamento se
considera investigação, já configurando a denunciação caluniosa pela corrente majoritária, par
a a minoritária, como não instauruou IP, tem somente tentativa
STF: Para configurar o art. 339 consumado, não há necessidade de indiciamento,
andando em conformidade com a corrente majoritária.

Ex: Um agente atribui uma falsa comunicação de uma conduta delituosa ligada a crime
contra o meo ambiente. Essa informação ainda não chegou a delegacia, foi levada direto ao
MP. MP resolve instaurar logo uma ação civil pública. Ação civil pública dá ensejo a processo
civil e não penal, mas quando a lei fala em processo judicial, engloba os dois (processo judicial
e processo civil).

- Investigação administrativa:
Tanto a instauração de investigação policial, quanto de processo judicial ou de
instauração de investigação administrativa tem que decorrer da atribuição do agente a uma
conduta delituosa a uma pessoa que ele sabe inocente, o de uma conduta contrvencional.
Ex: Tício chega a uma corregedoria e diz que Mévio trabalha muito mal, isso sendo
mentira. A corregedoria decide instaurar PAD para apurar falta disciplinar isso NÃO configura
denunciação caluniosa porque o PAD foi instaurado com base em fato atípico (não constitui
crime e nem contravenção).
Ex: Tício fala que Mévio, funcionário úblico, furtou objeto que estava na custódia da
administração, sabendo ser Mévio inocente. Tem aqui o crime peculato furto (se aproveitando
de suas funções para subtrari o bem). O fato ainda não chegou na delegacia, mas foi
instaurado uma sindicância. Durante a sindicância descobriu-se que a acusação era falsa.
Rogério Sanches entende que há consumação da denunciação caluniosa, mas o STJ e Masson
entendem que quando a lei fala de investigação administrativa refere-se a PAD e não
sindicância.
STJ: entende que tem que ter PAD instaurado para configurar a denunciação caluniosa.

- Inquérito civil:
Alei também faz referência ao inquérito civil, que é destinado para obter informação
para subsidiar uma ação civil pública. Então se um agente imputa fato criminioso a uma pessoa
que ele sabe ser inocente e esse fato dá ensejo a uma ação civil pública, tem-se materializado
a denunuciação caluniosa.
Ex: Agente atribui à prática de um delito da relação de consumo. MP instaura um
inquérito civil para propor defesa de direitos mea indiivsuais. Tem-se maerailizado o crime. É
difente se um agente diz que Tício está ofendendo direitos do consumidor, e a ofensa a esses
direitos não configuram crime contra a relação de consumo, e disso instaura um inquérito civil
(fato atípico, não vai configurar art. 339).

- Imprbidade administrativa:
Ação de improbidade administrativa não depende de IP instaurado.
Pode ter uma ação de improbidade administrativa decorrete de acusação falsa e não
venha ater a denunciação caluniosa configurada. Ex: Eu digo que um prefeito está usando da
publicidade para se promover (estou atribuindo um fato que não é verdadeiro). Isso dá ensejo
a ação de improbidade administrativa por atentar contra os princípios da adm. pública. Não vai
configurar art. 339 porque o fato atribuído ao prefeito é atípico.
O legislador vai jogar um fato e dizer que ensejou um inquérito civil, ou uma ação de
improbidade administrativa ou mesmo uma investigação administrativa, mas não vai dizer que
esse fato é atípico.

A lei 8429/92:
Art. 19. Constitui crime a representação por ato de improbidade contra agente público
ou terceiro beneficiário, quando o autor da denúncia o sabe inocente.
Pena: detenção de seis a dez meses e multa.
Quando esse fato for um fato típico, joga para o art. 339, CP; se esse fato for atípico, cai
aqui no art. 19.
Ex: Agente é acusado de ter praticado um delito da lei 8.666/90 e antes de ser
instaurado um IP é proposto ação de improbidade administrativ. Ao final concluir que o fato é
falso, cai no ar. 339 porque o fato atribuído é típico.

O crime de denunciação caluniosa é um crime de forma livre, pode ser por carta, email,
telefone.
Professor Flávio Queiroz de Moraes aponta uma situação em que um ato omissivo
configura uma denunciação caluniosa.
Ex: Tício e Mévio vão a uma delegacia para comunicar um fato. Chegando lá, Tício
começa a falar e diz que Paulo cometeu um homicídio (sabendo ser falsa) e Mévio ficou ‘na
sua’. Tício fala ainda que Mévio havia testemunhado. No momento em que Mévio ficou quieto,
ele ratifica a opnião de Tício. Configura-se o art. 339 decorrente do silêncio.

No art. 339, essa falsa imputação deve ser relacionada a crime/contravenção e pessoas
determinadas.
Ex: Mévio presenciou Tício subtraindo a bolsa da Mévia. Tício empurrou a Mévia e
levou a bolsa. Mévio vai até a delegacia e ralata o fato, dizendo inclusive que Tício apontou
uma arma de fogo. Mévio imputa o roubo com aumento da arma de fogo. Há de se falar em
art. 339 em relação a causa de aumento? Agravante que não existiu não se fala em art. 339,
por o caput fala que é atribuir crime/contravenção e não agravante.
Diferente se o agente pratica um furto e ao chegar à delegacia, Tício relata que foi um
roubo. Está se imputando um crime, que tem adequação típica.

- Falsidade da imputação:
Ex: Tício imputa à Mévio a prática de um homicídio de Paulo, pelo simples fato de Paulo
ter sumido. Chega ao delegado e diz o que não ocorreu. Isso é falsidade de imputação.
Outra hipótese que pode acontecer, é de um fato ter ocorrido, mas o Tício fala que foi
o Mévio, mas na verdade o autor é o Paulo.
Pode ocorrer que o Tício é autor de um furto com destreza e, Mévio na delegacia diz
que Tício bateu na vítima para subtrari a res. Não há de se falar em causa de aumento aqui. É
um furto e acusação é de roubo, havendo falsidade da imputação.

-Denunciação caluniosa x excludente de iliditude:


O delito do art. 339 traz imputação de crime, se atribuir conduta a uma pessoa e atribui
a essa conduta uma excludente, não se fala em denuniciação caluniosa. No conceito bipartido,
crime é fato típico e antijurídico, adicionando a excludente fica ‘capenga’ a estrutura do crime,
tendo somente o fato típico.
Ex: Tício, em legítima defesa comete um homicídio. Mévio chea até a delegadia falando
que Tìcio cometeu um homicídio.
Raciocinando com conceito tripartido, quando Tício imputa a Mévio a prática de crime,
sabendo que ele é inocente e louco, havendo instauração do IP não teria denunciação
caluniosa porque louco não tem culpabilidade. Se fosse no conceito bipartido, teria
configuração de denunciação caluniosa configurada.
Imputação de fato criminoso a uma pessoa louca, sabendo ser ele inocente. Instaurado
o IP, a depender do conceito de crime adotado, terá ou não configurado o art. 339. Resposta:
Na órbita do finalismo, raciocinando com o conceito bipartido, estaria configurado o ar. 339,
pois crime é fato típico e antijurídico. Ser louco é somente imputabilidade, elemento da
culpabilidade. Teríamo então atribuição de um crime se tiver ocorrido a investigação policial.
Ao raciociocinar co o conceito tripartido, crime é fato típico, antijurídico e culpável, mas o
louco não tem culpabilidade (pois falta a imputabilidade) e não pode praticar crime.

-Denunciação caluniosa em face de causa extintiva de punibilidade:


Ex: Um roubo ocorreu a 30 anos. Tício chega para o delegado e diz que esse roubo foi
cometido por Mévio. Há que se falar em denunciação caluniosa a atribuição de fato prescrito?
NÃO, fato prescrito não pode ensejar investigação.
De um fato prescrito não se pode ter uma denunciação caluniosa? Sim, se desse fato
rpescrito tem uma instauração de investigação administrativa, um inquérito civil ou uma ação
civil pública. Resposta: Em face da lei 10028/2000, essa questão do fato prescrito tem que
considerar os outros tipos de ações trazidos pela lei capazes de configurar denunciação
caluniosa.
O fato de prescrito por si só, no âmbito penal impede a materialização do delito de
denunciação criminosa. ERRADO.

Ex: Mévio chega para o MP e diz que Tício matou o filho ele na estrada ao perder a
direção do carro (homicídio culposo na direção de veículo automotor). MP propõe ação penal.
Juiz concede perdão judicial (causa extintiva de punibilidade).
Será que a concessão do perdão juidical iria desconfigurar o delito do art. 339? A
sentença que homologa perdão judicial demanda de processo, então foi instaurado o processo
e tem a condiguração do art. 339 materializado.

Ex: Mévio foi na delegacia e chegando lá quis atribuir fato criminoso a Tício, dizendo
que ele tinha praticado um homicídio. O advogado de Mévioliga para ele bem na hora do
depoimento e Mévio relata que está dizendo que Tício cometeu um homicídio. O advogado
manda que ele desista disso porque ele sabe que é mentira. Mévio diz ao delegado que quer
desisitir porque não foi o Tício. Mévio acredita estar desistindo dentro dos atos executórios,
tendo então uma desistência voluntária (chamada ponte de ouro, respondendo somente pelos
atos já praticados). Mévio vai responder só pela calúnia.
Ex: Tício vai à delegacia falar que Mévio está praticando jogo do bicho. O advogado liga
para ele e manda ele interromper o depoimento antes de ser instaurado IP. Tício diz ao
delegado que vai desistir voluntariamente. O delegado alega que o advogado o ligou.
Espontaneidade é diferente de voluntariedade. Desistência tem que ser voluntária, não fala
que tem que ser espontânea. Nesse exemplo Tício não vai responder por calúnia porque jogo
do bicho não é crime, é contravenção, então vai responder por difamação.

COMENTÁRIOS ACERCA DO DELITO DE DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA- ART. 339 DO CPB


PARTE 2 (11/04/2017)

Imputar a autria de contravenção a uma pessoa que se sabe ser inocente, ensejando a
uma investigação policial configura o art. 339 de forma privilegiada porque tem diminuição de
pena.
STF: Investigação administrativa tem que ser um processo administrativo. Sindicância
instaurada não configura o delito em comento.

Para configurar a denunciação caluniosa o fato imputado tem que ser típico.

-Arrependimento posterior:
Ex: Tício deu depoimento imputando crime a Mévio, iniciou-se a investigação e antes
do recebimento da denuncia ele se retratou. Causa de diminuição de pena. (Cleber Masson).

A denunciação caluniosa pode ser direta ou indireta.


Ex: Tício foi à delegacia e disse ao delegado que Mévio havia matado
Paulo.(denunciação caluniosa direta)
Ex: Tício liga para a delegacia e relata que Mévio matou paulo, se aproveitando do
anonimato e diz ser Zouk ao telefone. (denunciação caluniosa indireta).
Ex: Mévio pega um relógio e coloca no bolso de Tìcio, depois chama os policiais e o
acusa de furto. (indireta).
Ex: Zouk está ligado que João é filho de um delegado de polícia. Querendo que seja
desencadeada uma investigação, Zouk conversa com João falando que Tìcio havia matado
Paulo e quedeveria ser investigado. João chega em casa e comenta com o delegado, seu pai.
Terceira pessoa induzida a erro. (indireta).
Se Zouk só quiser ofender a honra objetiva de Tício e chega para João e fala que Tício
havia matado Paulo, mas a intenção não é de instauração de IP. Mesmo João indo ao seu pai e
relatadno o fato, Zouk não tinha dolo, então responde somente por calúnia.
Quem entende que é possível o dolo evental no art. 339, entende que no caso de Zouk
conversar com João com intenção de apenas caluniar, entende que responde por denunciação
caluniosa por assumir o risco (Rogério Sanches).
Doutrina majoritária e STF: denunciação caluniosa só admite dolo direto.

- Sujeito ativo do crime:


Via de regra é crime comum.
Ex: Tício pode chegar na delegacia e dizer que Mévio matou Paulo e a investigação ser
desencadeada. Mas se for um crime de ação penal pública condicionada a representação, ou
de ação penal privada (ex: ameaçar alguém), não tem como uma pessoa comum desencadear
a investigação se é um crime que submete a condição de procedibilidade. Assim, só vai ser
sujeito ativo a vítima de ameaça.
CUIDADO: Um prefeito ameaçou um funcionário. O IP não vai ser instaurado porque
demanda a representação do funcionário, mas, pode ter uma ação de improbidade
administrativa instaurada, sendo possível o art. 339.

- Sujeito passivo: Estado na figura da administração da justiça e a pessoa a qual é


imputada a conduta criminosa ou contravencional (será o sujeito imediato).
Menor de 18 anos pode configurar como vítma do art. 339? STJ: SIM, muto embora o
menor não venha a cometer crime e, sim ato infracional.
Pela corrente que adota conceito tripartido, mesmo se fosse ato infracional não
poderia pois o menor éimputável e não comete crime.
Pessoa jurídica pode figurar no polo passivo? Sim, Pode atribuir crime ambiental a uma
pessoa jurídica, sabendo ser a emrpesa inocente ou crime contra a ordem financeira.

- Art. 339 x advogado:


Um advogado que tem ciência de que a pessoa está imputado um fato criminoso a
outra pessoa e, ele subscreve a petição. Assim, vai responder pelo art. 339 juntamente com o
agente.

- Art. 339 x MP
MP propõe ação penal e ao final do processo conclui-se que aquela pessoa não é
autora do delito? Se a denúncia é feita de forma temerária, com abuso de poder, sem a
chamada justa causa e o MP sabe que o indivíduo é inocente, pode o MP responder pelo art.
339.

- Dolo:
STF: entende ter que ser o dolo direito (pois é imputar fato que sabe e, não que assume
o risco).
Ex: Um delegado federal foi cumprir um mandado de busca na casa de uma deputada.
A deputada foi ao MP dizer que o delegado tinha praticado abuso de autoridade. Foi
instaurado um procedimento investigativo e foi arquivado. O MPF propôs ação de denunciação
caluniosa em face dessa deputada. O STF entendeu que ela não agiu com dolo direto (o fato de
pedir a instauração de um procedimento em face de uma suposta conduta de uma autoridade,
não quer dizer que você está dizendo que essa pessoa é autora daqueles crimes). Para o STF a
deputada teria que saber que o delegado não tinha cometido nada e imputar esse fato a ele.
- Art. 339 em face de erro de tipo:
Ex: Tício vê uma pessoa com as características de Mévio e a camisa vermelha atirando
no Paulo. Chega à delegacia e diz que viu Mévio atirando em Paulo, ele está em erro de tipo
(excui o dolo). Como não tem o dolo, não tem o art. 339 materializado.

Se eu me utilizo de uma terceira pessoa que esteja em erro para praticar art. 339
Ex: Mévio chega para João, filho de um delegado, e fala que Tício matou Paulo. João
induzido a erro, provocado por terceiro, vai à delegacia e diz ao pai dele o que Mévio falou. É
uma denunciação por erro de terceiro. Quem está agindo em erro é um mero instrumento
(autoria mediata). Mévio responde pelo art. 339. O terceir tem que ser de boa fé, caso
contrário entra em coautoria com Mévio.

Ex: Zouk chega para João e diz que Tício matou Paulo, querendo somente ofender a
honra do Tício e não induzí-lo a erro. João vai contar ao pai na delegacia. Não se fala em art.
339, pois Zouk não queria, necessariamente, a instauração de uma investigação. ZOuk só
queria atribuir fato delituoso. Zouk responde por calúnia.

Obs:
A doutrina aponta que a síndrome se manifesta quando uma mulher, em decorrência
da rejeição atribui fato delituoso a pessoa que ela sabe ser inocente, dando ensejo a uma
investigação criminal.

COMENTÁRIOS ACERCA DO DELITO DE DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA- ART. 339 DO CPB


PARTE 3 (18/04/2017)

O art. 339 menciona dar causa a investigação, imputando-lhe crime que sabe ser
incocente. O caput menciona crime, mas contravenção penal também caracteriza o crime §2
do art. Alguns autores chamam de denunciação caluniosa privilegiada.
Prova: A imputação da denunciação caluniosa tem que ser objetivamente e
subjetivamente falsa. O crime do art. 339 demanda que a imputação seja objetiva e
subjetivamente falsa. Crime não pdoe ter sido cometido pela vítima (o fato tem que ser falso
ou o fato não pode ter ocorrido) e subjetivamente falsa (o agente que pratica a conduta te que
saber que está acusando um inocente.
Ex: Tício imputa ao Mévio uma conduta criminosa, um homicídio, que ele sabe ser
inocente, querendo que seja instaurado um IP. Chegou-se a conclusçao durante a investigação
que Mévio é sim autor ho homicídio, entãoo, a imputação era subjetivamente falsa, mas
objetivamente não é. Logo, não tem a denunciação caluniosa.
Ex: Mévio imputa a Tício a autoria de uma ação criminosa, mas não com a vontade de
falser a verdade, porque ele viu uma pessoa com as mesmas características de Tício atirando
na vítima. Após o fato, apura-se que Tício é incocente. Tem-se uma imputação subjetivamente
verdadeira e o fato objetivamente falso.
Quando se tem um dolo subsequente, tamém não altera o panorama. Ex: Mévio viu
uma pessoa com as características de Tício atirando em Paulo e vai a Delegacia e diz que Tício
matou Paulo. Tem-se uma imputação subjetivamente verdadeira, não tendo o crime do art.
339.
Ex: Mévio diz ao delegado que Tício matou Paulo. A investigação foi prosseguindo.
Mevio tomou conhecimento que um armazém havia filmado as imagens e Mévio vai atrás. Ao
analisar as filmagens Mévio verifica que Tício não matou Paulo e, mesmo assim, fica calado.
Esse dolo superveniente não enseja a caracterização do art. 339.
No delito de receptação é diferente. Ex: Tício compra veículo sem saber ser produto de
crime. Três dias depois ele descobre e, mesmo assim decide ficar com o veículo. Há um dolo
superveniente. Mas, Tício vai responder por receptação dolosa (dolo direto).

-Denunciação caluniosa x auto defea


Será que um agente que se encontra em uma instrução processual e em sua defesa ele
pode acusar outro inocente dando ensejo a uma investigação? Estaria acobertado pela
autodefesa?
Duas correntes:
- 1ª corrente majoritária: O delito do art. 339, mesmo que o agente venha imputar a
autoria de um delito à outra pessoa, ele vai responder pelo art. 339. A autodefesa não abarca a
prática da denunciação. Autodefesa é ampla, mas não é ilimitada.
-2ª corrente: Rogério Grecco- o agente pode sim, na sua defesa, lançar mão de uma
imputação a uma pessoa que ele sabe inocente.
Adotar a 1ª corrente.

- Consumação:
É um delito material, só caracterizando a consumação do delito quando ocorrer o
desencadeamento do Inquérito civil, da ação de improbidade, etc.

Ex: Um promotor de justiça recebeu um IP e tinha imputação falsa a determinada


pessoa, feita pelo Mévio. O MP pede o arquivamento em relação àquela pessoa que ele sabe
inocente, ainda teria atribuição para denunciar Mévio por denunciação caluniosa? O juiz será
competente para homologar o arquivamento e receber a denúncia? Posicionamento fire da
jurisprudências é que tanto MP tem atribuição, quanto o juiz tem competência.

É possível tentativa no art. 339? É um crime plurisubsitente. Ex: Tício acusa Mévio da
prática de uma ação criminosa, de ter matado Paulo. O delegado já sabe que quem matou
Paulo foi José. Isso é denunciação caluniosa tentada porque a investigação não foi iniciada.

- Ação Penal:
Pública incondicionada.
O caput é de elevado potencial ofensivo, não sendo possível aplicar a lei 9099.

- Denunciação privilegiada: quando a imputação recair na prática de Contravenção


penal.
É crime de médio potencial ofensivo.
É possível suspensão condicional do processo.

- Competência: vai depender de onde foi dada início a investigação.


Toda imputação de ato contravencional, sabendo ser a pessoa inocente,a competência
sempre vai ser da justiça estadual porque a a justiça federal não processa e nem julga
contravençõ penal.
- Denunciação caluniosa x calúnia
O crime do art. 339 é contra a justiça; calúnia é contra a honra.
No art. 339 o sujeito imputa crime ou contravenção; na calúnia só se imputa crime.
Imputação falsa de contravenção, tem uma difamação.
Denunciação caluniosa no caput é de alevado potencial ofensivo e o §2 é de médio
potencial. Calúnia, via de regra, é de menor potencial ofensivo.

-Denunciação caluniosa x concurso de crimes:


Ex: Mévio imputa homicídio a Tício, Zouk e Paulo, ele responderá por denunciação
caluniosa em concurso formal de crimes, concruso formal imperfeito de crimes (ele age com
designo autônomo). A intenção de Mévio era dar autoria a três pessoas.
Ex: Tício diz que Mévio sequestrou, matou e ocultou Paulo, sabendo ser falso. Tem-se
crime único, mesmo imputando três fatos. A multiplicidade de delitos será considerado na
dosimetria da pena.
Ex: Tício chega à delegacia em um dia e diz qe Mévio matou Paulo. Uma semana depois
diz que Mévio roubou José. E na terceira semana Tício diz que Mévio matou Luiz. São
momentos distintos, mesmo sendo três fatos distintos, tem concurso material.

O CPM prever a denunciação caluniosa quando ocorre no crime militar.


A lei 12850 no art. 19 tipifica quando no meio da delação começa a acusar alguém que
sabe não ter praticado delito.

TRÁFICO DE DROGAS COM EMPREGO DE ARMAS X LEGÍTIMA DEFESA X DECISÃO TJRS


(15/04/2017)

Art. 40 da lei de drogas estabelece as causas de aumento de pena.


A visão de reprovabilidade da conduta da pática do delito de tráfico em determinadas
circunstâncias, na lei 6368 (antiga lei de tráfico) já existia uma causa de aumento no art. 18 em
torno de 1/3 e 2/3 que se aplicavam a todos os tipo penais.
Com a lei 11.343/06 o examinador deu continuidade desse aumento quando o tráfico é
praticado em determinadas circunstâncias. O examinador além de colocar o art. 33, estendeu
a causa de aumento até o art. 37. Isso é importante quando se tem a questão da incidência do
art. 35 dá a possibilidade do aumento incidir na associação também não só no tráfico. Se a
associação visa um menor dentro da associação, aplica-se o art. 35 com a causa de aumento
prevista na lei de drogas (não há que se falar na incidência da corrupção de menores).
Fazendo uma comparação entre a causa de aumento do art. 40 d lei 11.343 e do art. 18
da antiga lei, verifica-se que a lei 11.343 no que se refere a causa de aumento é uma novation
legis in melius porque aqui a pena aumenta somente de 1/6.
Art. 40. As penas previstas nos arts. 33 a 37 desta Lei são aumentadas de um sexto a
dois terços, se:
I - a natureza, a procedência da substância ou do produto apreendido e as
circunstâncias do fato evidenciarem a transnacionalidade do delito;
II - o agente praticar o crime prevalecendo-se de função pública ou no desempenho de
missão de educação, poder familiar, guarda ou vigilância;
III - a infração tiver sido cometida nas dependências ou imediações de estabelecimentos
prisionais, de ensino ou hospitalares, de sedes de entidades estudantis, sociais, culturais,
recreativas, esportivas, ou beneficentes, de locais de trabalho coletivo, de recintos onde se
realizem espetáculos ou diversões de qualquer natureza, de serviços de tratamento de
dependentes de drogas ou de reinserção social, de unidades militares ou policiais ou em
transportes públicos;
IV - o crime tiver sido praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva;
V - caracterizado o tráfico entre Estados da Federação ou entre estes e o Distrito
Federal;
VI - sua prática envolver ou visar a atingir criança ou adolescente ou a quem tenha, por
qualquer motivo, diminuída ou suprimida a capacidade de entendimento e determinação;
VII - o agente financiar ou custear a prática do crime.

Podemos ter a incidência da causa de aumento em dois tipos penais simultaneamente.


Ex: Tício faz parte de uma associação para o tráfico e essa associação ainda pratica o tráfico de
drogas com roupagem da transacionalidade. Então vamos ter o tráfico com a causa de
aumento pela transnacionalidade e a associação também com aumento da transnacionalidade,
não havendo que se falar em bis in iden. STJ: A incidência de aumento de pena em dois tipos
penais não constitui bis in iden (HC 187. 241/SP)
Também é possível a incidência de duas causas de aumento no mesmo tipo penal. Ex:
Um agente pratica o tráfico com transnacionalidade e ainda se prevalece do exercício de uma
função pública.
Se a intenção é levar a droga para outro país, tem o tráfico transnacional memso que
não ocorra a transposição da fronteira.
Se uma droga sai do país A com destino a SP e é apreendida em Brasília, a competência
para processar e julgar é da PF de Brasília.
Para ser tráfico internacional, essa droga tem que ser considerada ilícita no país de
origem. Ex: Transprotar cloreto de etila da Argentia para o Brasil não configura, porque na
Argentina não é ilícito. Teremos então tráfico doméstico.

Saiu decisão do STF que a venda de drogas nas imediações dos complexos prisionais no
sentido de que não precisa visar detentos.
Causa de aumento do transporte público: STF e STJ entendem que tem que ocorrr a
pulverização da droga no transporte.
Tráfio interestadual: não há necessidade da transposição de fronteira. Ex: Tício está
levando uma droga para comercializar em Goiânia, mas foi abordado ainda em Brasília. Se tiver
elemento probatório que essa droga ia para Goiânia, tem o tráfico interestadual.
Uma droga que se destina à Brasília passou por Minas Gerais. A droga ter passado por
estado somente por ordem geográfica, não configura o tráfico interestadual.
Pode incidir transacionalidade e interestadual juntos.
O inciso IV traz a incidência de aumento se o crime tiver sido praticado com violência,
grave ameaça, emprego de arma de fogo, ou qualquer processo de intimidação difusa ou
coletiva. Ex: Tício vende droga em determinada localidade e avisa que quem avisar à polícia ele
irá mandar matar, ou utiliza de violência ou arma de fogo para proteger seu território.
O legislador utiliza aqui da interpretação analógia ao falar: ou qualquer processo de
intimidação difusa ou coletiva. O juiz vai decidir.
Se um grupo de traficantes utiliza arma de fogo para proteger a boca de fumo, incide a
causa de aumento. O agente não irá responder por tráfico + porte ilegal não. O emprego de
arma de fogo faz parte da cuasa de aumento, então vai ter tráfico com a incidência como causa
de aumento e não como delito autônomo de porte.
Se o agente emprega uma faca ameaçando as pessoas vai ter também a incidência da
causa de aumento porque o legislador fala de violência ou grave ameaça.

O TJRS: a decisão não condenou por porte ilegal de arma de fogo porque condenou por
tráfico com a incidência da causa de aumento. É errado falar que o TJ reconheceu uma
excludente de ilicitude de legítima defesa. A arma encontrada era produto de crime e o MP
denunciou por receptação e o TJ absolveu por entender que o dirieot penal nãoa dota a
responsabilidade penal objetiva. O TJ entendeu que a arma é empregada ao tráfico e a
denúncia deveria já ter inserido a causa de aumento.
Poderia ocorrer legítima defesa no tráfico? Sim. Ex: Tício é traficante e chega Mévio,
policial, e fica ao seu lado. Vem Caio, inimigo do Tício e saca uma arma de fogo. Tício pega a
arma do policial e atira, em legítima defesa, em Caio. Está Tìcio em estado de necessidade em
relação ao policial; e legítima defesa em relação a Caio.
ESCLARECENDO O JULGADO TJRS- TRÁFICO COM EMPREGO DE ARMA DE FOGO X
LEFGÍTIMA DEFESA (16/04/2017)

Há suposições a respeito da fundamentação da decisão do TJRS.


Lendo a decisão: conclui-se que o TJRS não reconheceu a excludente de ilicitude da
legítma defesa.
Ex: Tício foi preso e Mévio foi apreendido por PM. Tìcio é imputável e Mévio é um
adolescente. Tìcio estava com 16g de craques, munições de arma de calibre permitido e uma
arma na cintura de calibre permitido. Mévio estava com uma arma de fogo. Eles agem
conjuntamente. Feito auto de prisão em flagrante do Tìcio e Mévio encaminhado para DCA. O
inquérito foi para o juiz e essse converteu em preventia e abriu vistas ao MP. MP pode ofertar
a ação penal, requerer diligências ou o arquivamento. MP denunciou Tício por tráfico com
aumento das imediações de estabelecimento de ensino (art. 33 c/c 40, III) e porte ilegal de
arma de fogo (art. 14). Essa arma do Tício era produto de furto e o MP entendeu que se
enquadraria na receptação dolosa (art. 180). MP denunciou todos esses tipos em concurso
material de crimes. MP fez isso para haver um somatório das penas, por isso não usou a arma
para aumentar a pena e, jogou como delito autônomo para pegar uma pena maior. Na peça
acusatória não consta a causa de aumento de pena pela participação do menor. A defesa
apresentou suas razões: quantidade de droga por si só não indica que é traficante e a arma foi
utilizada para a legítima defesa dele, e solicitou a desclassificação para o art. 28 (uso) ou, não
entendendo assim, que afaste a majorante do inciso III porque tem que se verificar qual foi a
finalidade do legislador (via coibir a prática do tráfico das pessoas inseridas naquela órbita-de
ensino). A finalidade do legislador é dar maior reprovabildiade da conduta de quem vende no
âmbito escolar. A defesa ainda falou que se entendensse que era tráfico, além de afastar a
causa de aumento, que fosse considerado tráfico primário, eventual, de bons antecendentes
(art.33,§4). A defesa não falou nada em relação a arma.
O juiz decidiu que há incidência da causa de aumento por ter traficado drogas nas
imediações do ensino escolar (art. 40, III) e crime autônomo do art. 14 de porte ilegal. Quanto
a receptação, o juiz entendeu que não tinha provas suficientes para condenar.
MP não gostou da absolvição do art. 180 de receptação e apelou para o TJ.
A defesa também alegou e, no mérito queria a absolvição com base de elementos
probatórios.
O juiz singular condenou em 4 anos, 5 meses e 10 dias, não sendo possível a
substituição da PPL por PRD (porque tem pensa superior a 4 anos).
De acordo com o art. 617 CPP, quando somente a defesa apresenta recursso, a situação
do réu não pode piorar. Se MP apela, aí pode ocorrer a reformatio in pejus. Essa reformaçã é
vinculada, o tribunal fica preso ao pedido do MP. Se fosse matéria, mesmo não sendo
ventilada pela defesa, o TJ pode reconhecer de ofício.
O TJ/RS, quanto ao tráfico de drogas, considero o montande de 96 pedras de craque e o
modos operandi, como também o uso da arma para proteger o tráfico, entendendo como
tráfico e, não us. Quanto a venda nas imediações de estabelecimento de ensino, entendeu que
a defesa estava com a razão, que a simples venda nas imediações não enseja a majorante e
afastou a majorante do inciso III.
MP questionou apenas a absolvição d art. 180 e o TJ/RS, muito embora a defesa não
tendo alegado, mas como era para beneficiar o réu, analisou o art. 14, pois o juiz pode
reconhecer de ofício.
O TJ/RS: embora evidenciado que o réu portava arma de fogo, as circunstâncias da
apreensão não permite a manutenção da condenação (de porte ilegal de arma de fogo), isso
porque conforme ficou claro no curso do processo, a arma destinava-se ao guardecimento das
atividades de traficância, não podendo enxergar essa arma como porte ilegal de arma de fogo.
Em se tratando de um MP formar sua opnio delicti, no sentido da droga encontrada com réu se
destinava a entrega para terceiros, configurando o crime de fago, não deveria tê-lo
denunciado separadamente por porte ilegal, porque o tráfico prevê uma pena majorada
quando do emprego de arma.
Essa confusão levou muitos professores ao dizer que a arma estava sendo empregada
para proteção da traficância. Isso é o teor do art. 40, IV.
Empregar arma de fogo na traficância, quanto ao porte ilegal é atípic porque é
considerado uma causa de aumento.
O julgado ainda mencionou que não havia dúvidas que, no caso concreto, o armamento
constituía feramenta destinada a prática do tráfico. O uso da amra deve ser analisado no caso
concreto. No caso concreto a arma tinha que figurar como causa de aumento e, não como
delito autônomo. A imputação das condutas desvinculadas (tráfico +porte ilegal) é prejudicial
ao acusado, porque em caso de condenação será imposta pena maior em razão do concurso
material. De outro modo, para melhor explicar, caso houvesse entendido o representante do
MP estar diante do delito de posse de droga para uso pessoal, aí sim poderia ser denunciado
por droga para uso pessoal+ art. 14.
Ao analisar a receptação, foi dada razão ao juiz de piso pela absolvição, pois ele delito
demanda dolo direto, o que não pode ser presumido.
TJ/RS: afastada a majorante, mantenh a pena no mínimo legal (5 anos de reclusão) e
reconheceu o tráfico privilegiado, assim, a pena passou para 1 ano e 8 meses de reclusão,
sendo possível a substituição da PPL por PRD.
Se o MP tivesse incluído a causa de aumento de traficar drogas nas imediações de
ensino e a de envolver criança e adolescente, talvez o juiz não afas taria a da criança, o que
continuaria com uma causa de aumento e inviabilizava a possibilidade de substituição de PPL
por PRD.

BALEIA AZUL X CONSEQUÊNCIAS CRIMINAIS (20/04/2017)


O jogo: há registros que foi desenvolvido no leste europeu, na Rússia. Morreram 2
adolescentes, um se jogou de um prédio e a outra, cortou os pulsos. A investigação na Rússia
cheou a um ponto comum em relação a esses dois suicídios, que ambos participavam de uma
rede de jogos de computadores, o jogo da baleia azul. Descobriu que esse jogo seria dividido
em 50 etapasa serem desenvolvidas pelo adolescente. Durante a investigação verificou-se que
os adolescentes eram obrigados a assistir vídeos de terror durante a madrugada,
automutilações, e tinha como missõ final, a miissao de ceifar a própria via. Esses adolescentes
vítimas de jogo são pessoas que apresentam sinais suicidas, que possuem patologias de ordem
psicológicas, são pessoas ais vulneráveis. Essas atividades ocorrem com frequência em
comunidades fechadas que o adolescente recebe o convite. A comunidade na Rússia era
chamada de F57.
Aqui no Brasil temos a indicação de dois registros de adolescentes e o apuratório segue
no sentido de que eles participavam desse jogo.

Suicídio não é considerado crime (princípio da alteridade). Autolesão não é considerado


crime. O crim é participação em suicídio, art. 122 CPB.
Art. 122 tem a participação moral (induzimento, instigação) e participação material
(entrgar a arma de fogo para a pessoa se matar). Delito de conteúdo variado.
No jogo baleia azul tem a participação moral.
Ex: Tício fala para Mévio: Mévio por que você não se mata? No dia seguinte: E aí, por
que você não se matou? Temos primeiro que ele cria a ideia e depois ele instiga. Responde por
um crime só, desde que tenha como resultado a lesão grave ou morte da vitima.
Suicídio também chamado de autoscídio.
Suicídio é um ilícito, muito embora não seja crime, é antijurídico. A norma crima uma
excludente quando cria a possibilidade do constrangimento/coação à pessoa que quer
cometer suicídio.
O consentimento da vítima e nada é a mesma coisa, pois, o bem jurídico tutelado é a
vida.
A instigação tem que ser sério. Se é falado de forma que esteja brincando não configura
o crime.
A participação é condulta acessória, ele tem que participar. Se ele pratica atos
executórios tem conduta principal e ele responde por homicídio.
A instigação tem que ser direcionada a pessoa determinada.
Art. 122 é crime de resultado, tendo qe ter lesão grave ou morte.Não se fala em
tentativa. De participação de suicídio.

Baleia azul é um jogo, igualmente a roleta russa.


Roleta russa: se 4 pessoas se reúnem para brincar, os participantes respondem por
participação em suicídio, desde que ocorra a lesão grave ou morte da vítima.
Duelo americano: tem duas armas e só uma é municiada. Tem a participação ao
suicídio se o agente não pratica atos executórios. Se empregar a fraude, Ex: Mévio dá uma
arma para Tício dizendo que a arma não está municiada. A pessoa esta´induzindo a erro,
respondendo por homicídio.
Pacto de morte: também chamado de ambicídio. Ex: Tício e Mévia decidem que vão
morrer juntos. Eles compram veneno. Tício dá uma coolher de veneno para Mévia e Mévia dá
uma colher para Tìcio. Se ambos sobrevivem, tem tentativa de homicídio ara ambos (todos
dois praticaram atos executório).
Ex: Tício e Mévio decidem que cada um clocará na sua própria boca o veneneo.
Ocorrendo lesão grave e ambos sobrevivndo, tem participaçãp em suicídio para ambos. Mas,
se Tício morre, o ouro responde por participação em suicídio.
Ex: Câmara de gás. Mévio e Tício decidem se matar. Ambos abrem a torneira de gás.
Ambos sobrevivem, tem a tentativa de homicídio para ambos.Se somente
No ambicídio, quando um coloca veneno na boca do outro , muito embora a intenção
seja ceifar a própria vida, mas se um coloca veneneo na boca do outr e ambos sobrevivem,
tem-se a tentativa de homicídio para os dois.
Teria tentativa qualificada pelo emprego de veneno? Não, poraue o veneno tem que
ser meio insidioso. Não é meio cruel porque ninguém foi forçado a beber.

Teoria restritiva é a adotada no pacto de morte,e não a do domínio final do fato.

Art. 122, §único: causas de aumento.


- Crime praticado por motivo egoístico. Ex: Tício ocupa determinada função na empresa
e ganha uito bem. Mévio quer o lugar do Tício na empresa. Tício cheio de problemas , procura
Mévio para conversar. Mévio instiga Tício a se matar para resolver os problemas.
- Vìtima menor ou tem diminuída capacidade de resistência: Duas correntes explicam
quem seria esse menor.
1- Rogério sanches: menor de 18 anos.
2- Majoritária: maior de 14 anos e menor que 18 anos. O menor de 14 não tem
consentimento, e irá caracterizar o homicídio (autoria mediata).
Induzir menor de 14 anos a se matar tem o homicídio porque o consentimento do
menor e nada é a mesma coisa
Art. 217 trata do vulnerável.
Sempre o curador vai responder por participação em suicídio? Depende, se for um
menor de 14 anos ele irá responder por HOMICÍDIO.
Ex: Tício chega para Mévio, maior de idade em estado parcial de ébrio, e induz a
cometer ao ssuicídio, responde pela participação com o aumento da pena.
Ex: Tício, totalmente embriagada e é instigada por Mévio a cometer o suicídio, Mévio
responde por homicídio.

No jogo baleia azul, em tese tem o curador que convida os adolescentes para o grupo.
Se o menor for de 14 a 18, teríamos o homicídio, de acordo com a corrente majoritária.
Induzir menor de 18 anos a praticar lesão corporal, o agente nem vai responder.
O curador na baleia azul, se induzir menor de 14 anos, adotando a corrente majoritária,
responde por homicídio (autoria mediata).
A participação é crime autônomo, mesmo a cunduta sendo acessória.

Quando se tem diversos curadores, em um grupo associado, para induzir menores a


praticar suicídio, mesmo eles ainda não tendo iniciado o induzimento, irão responder por
associação criminosa, crime autônomo de consumação antecipada.

Ameaça: responde por ameaça quando um dos adolescentes quer sair do jogo e o
curador começa a ameaçar ele ou a família.

Competência da justiça estadual.

Durante a investigação conclui-se que esse grupo era formado por menores, não
configuraria a associação criminosa e, sim um análogo.

Eses crimes que podem ser praticados inclusive através da internet são chamados de
crimes cibernéticos abertos (podem ser cometidos pela internet ou não).
Crime eclusivamente cibernético: so pode ser praticado através do computador.

STJ X MANDADO JUDICIAL PARA ENTRADA EM RESIDÊNCIA (03/05/2017)

Ex: Tício estava em frente a sua casa, local conheicido por ser ponto de drogas. Os
policiais, achando ser ele um traficante, se aproximam. Avistando viatura, Tício correu para
dentro de casa. Polícia entra na casa e encontra diversas porções de craque e outros
equipamentos que davam um panorama do tráfico. MP denunciou. O juiz de piso condenou
pelo tráfico (4 anos e 2 meses de reclusão no semiaberto). O TJRS entendeu que a entrada da
polícia, sem madado, considerando que correu para dentro de casa, configuraria mera
intuição, o que não justifica a prática do crime, não entendendo ser ossível a polícia ter
entrado na casa, sendo essa prova produzida, ilícita. TJRS promoveu a absolvição do Tício. MP
recorreru, por entender ser situação flagrancial e ter encontrado drogas no local. O relator
Rogério ressalvou a boa fé da polícia, mas não entendeu como lícita a entrada da polícia por
mera intuição. STJ 6ª turma, no julgado Resp.1574681, não havendo possbilidade da entrada
dos policiais simplesmente por ter corrido para dentro de casa, mesmo sendo um crime
permanente, essa prova é considerada ilícita.
Relator: Mera intuição a cerca de eventual traficância, embora pudesse autorizar
abordagem policial em via pública, não configura por si só, autorizar o ingrresso em seu
domicílio sem autorização do morador ou determinação judicial. Entre esses direitos, está o de
não ter a residência invadida a qualquer hora e sem as cautelas dvidas, sob a única
jusitificativa, não amparadas em elemenos concretos de convicção.
Mera ituição não é elemento concreto.
STJ: não e possível entrada sdem mandato judicial.
STF: RE 63616 é uma decisão que possibilita a entrada sem mandado, mas, se presente
fundadas razões.
Ex: Maria, abordada ao sair da residência de Tício transportando drogas e afirma ser
para tráfico. Se Maria sai transportando drogas, é porque na casa de Tício é armazenado
drogas e, os policiais entram nessa residência. Aqui, não se tem mera intuição e, sim, fundadas
razões.
Pode entrar na casa, desde que, apresente fundadas razões. O fato de a pessoa correr
para casa não configura crime.
Se a polícia já tivesse investigando essa pessoa, teria que representar pelo mandato de
busca, pois, na investigação somente não é fundada razão.

NA INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA O QUE VEM A SER BARRIGA DE ALUGUEL E


RESULTADO DIVERSO DO PRETENDIDO (10/05/2017)

Nos crimes em que é possível a interceptação (punidos com reclusão), são chamados
de crime de Listel ou de Catálogo.
A interceptação vai ser possível em sede de investigação policial e de instrução
processual.
O delegado quando vai incluir determinados números no bojo da peça de
interceptação, el tem que fundamentar a inclusão de tais números. Ex: Delegado coiumento e
quer saber se sua namorada é fiel. Aproveita um pedido de receptação que está fazendo de
um caso e, inclui o número da namorada. Fazendo isso, ele induz o juiz a erro, fazendo que
venha a deferir a interceptação de um número que não tem nenhuma relação com os possíveis
autores. Delegado praica o delito configurado no art. 10 da lei 9296/96.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de
informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com
objetivos não autorizados em lei.

O delegado aproveita àquele ambiente (aquela barriga) para conseguir a interceptação.


Barriga de aluguel: introdução de números no requerimento de interceptação
telefônica que não tem relação com o objeto investigado.

O que vem a ser resultado diverso do pretendido em tema de interceptação telefônica?


É a teoria da serendipidade. Eu realizo a interceptação para buscar prova de um
homicídio e encontra determinados cartões de crédito em nome de outra pessoa e uma arma
de fogo sem qualquer conexão com esse homicídio, foi uma prova fortuita. A teoria da
serendipidade de 1° é quando o objeto encontrado mantém conexão com o objeto encontrado
fortuitamente; a dde 2° não tem nenhuma conexão.
Damásio de Jesus que chama a teoria da serendipidade de resultado diverso do
pretendido na órbita da interceptação telefônica.
Ex: Realizei a interceptação para encontrar uma faca empregada no homicídio e o que
foi encontrado na casa do suspeito foi uma arma de fogo. Essa arma foi diverso do pretendido.

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA REALIZADA PELA PM X LEGALIDADE DA PROVA


(16/05/2017)

Em sede constitucional, olhar o art. 144, §4 menciona:


Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é
exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos:
§ 4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem,
ressalvada a competência da União, as funções de polícia judiciária e a apuração de infrações
penais, exceto as militares.
E o CPM, art. 8 afirma que a investigação da PM fica adstrita a crimes militares.
Analizando o ordenamento jurídico, no CPP traz a atribuição do delegado captaniando
as investigações do delegado de polícia, assim como a lei 12.830 robustece, dando ao delegado
sua independência para conduzir as investigações no IP.
Muito embora tenha essa atribuição constitucional da Polícia civil para investigar
crimes militares, e o próprio CPM afirmando que a PM investigando fica adstrita a crimes
militares, veja que a PM em sede constitucional seu trabalho é ostensivo para manter a ordem
pública. Vem ocorrendo no Brasil um equíivoco quanto à investigação da PM.
Fatos chegam ao conhecimento de investigações de crimes comuns sendo realizadas
pela PM.
Atribuição para apurar crime comum é da PC. PM investigando crime comum ofende o
art. 144, CF.
Ofender norma que dá legistimidade a produção de provas para outra instituição, essa
prova se torna ilegítima, sendo revestida de ilicitude.
Provas produzidas na apuração de crimes comuns é ilegítima.
Analizando o CPP, art. 157:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas,
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
Há uma violação de norma constitucional. Tem-se uma ilicitude da prova considerando
que ela é ilegítima.
Alguns juízes não enchergam isso e estão deferindo representação busca e apreensão e
interceptação telefônica em crimes comuns, com provas de origem militar.
Existem promotores dando pareceres favoráveis a essas buscas e apreensão.
Em casos isolados, alguns juízes entendem igual a doutrina e ao STF: entende que no
caso que aconteceu em GO onde um juiz entendeu eferiu a preventiva de uns policiais que
entraram na residência baseado em suposta denúncia que os moradores estariam traficando.
Ocorreu um embate entre esses policiais e o suposto traficante e um adolescente de 16
morreu. Na decisão do juis: há uma notória usurpação de função pública por parte dos PM’s,
que estão exercendo funções não asseguradas pela CF pois, essa função é da PC.
No Mato Grosso tem uma resolução do secretário de Segurança que normatizou as
atividades da PM, entendendo que a PM não pode realizar investigação de crime comum. Esse
posicionamento recebeu a chancela do Ministério Público. PM só pode investiga crimes
militares.
A P2 (denomiado Serviço Revelado da PM) tem a finalidade de subsidiar decisões
estratégicas (onde esstá ocorrendo mais crimes, ou fazer um trabalho de campana para
investigar crimes militares, por exemplo).
Para o STF, a produção de provas no que se refereaà crimes comuns é atribuição
exclusividade da polícia judiciária, cabendo à polícia civil na apuração de crimes comuns a
produção de provas. Nao se pode ter uma investigação militarizada. Para o STF a investigação
cabem ao MP e aos policiais civis.
Hoje há uma discursão quanto ao TCO, pode ou não a PM lavrar? Para o Zouk, o TCO
configura uma investigação. Em prova de delegado, colocar que TCO é atribuição da polícia
civil, onde é normatizado pela lei 9099, que, na qual se refere à autoridade policial que tomar
conhecimento de uma infração penal de menor potencial ofensivo lavrará o TCO, não fazendo
menção ao PM.
Na órbitsa processual, autoridade policial é apenas o delegado. Quem entender que PM
é autoridade policial, ele pode lavrar o auto de prisão e flagrante. Nã é o posicionamento para
pova de delegado.
Hoje tem precedemte do STF, numa lei que foi levada ao STF em sede de ADI,
entendendo pela inconstitucionalidade, sendo a lavratura do TCO é atribuição exclusivada
polícia judiciária.
Parece que tem mais uma demanda em repercussão geral sobre o mesmo tema, tendo
agora o STF que definir se o PM ode ou não fazer TCO.
Os processualistas se posicionam robustecendo um garantismo. O professor Nicolitti
entende que numa questão de flagrante permanente, os PM’s não podem entrar numa
residência sem mandato. Para o STF é possível a entrada numa residência sem mandato
judicial desde que, estejam presentes razões.
Fundadas razões?
Ex: Uma pessoa vê a viatura da polícia e corre para dentro de casa e os policiais entram
também. Isso não é fundada razão, isso é mera suspeita. Em decisão recente do STJ entendeu
que mera intuição não justifica a entrada da polícia no interior da rsidência.
Ex: Pessoa saindo de dentro da casa conduzindo drogas. Ao ser abordado pela polícia, a
pessoa diz só está transportando, mas que saiu da cas de Mévio e que lá tem sim drogas
armazenadas. Aqui sim, tem-se fundadas razões.
Não é o fato de o crime ser permanente que justifica a entrada da polícia na residência.
Havendo a situação de permanência, a maioria dos processualistas entendem que o delegado
deve representar pela busca e apreensão.
Os processualistas entendem que a investigação da chamada P2 caracteriza usurpação
de função pública e essa prova produzida na investigação de crimes comuns está revestida da
ilicitude, ofendendo as normas constitucionais.

A interceptção telefônica é um meio de produção de provas muito utilizada pela polícia


judiciária. Permitida em crimes punidos com reclusão (chamados de crimes de catálago ou
crimes de listel).
OBS: Há possibilidade de interceptção em crime ounido com detenção: Sim, desde que
tenha conexão com crimes punidos com reclusão.
Na peça que o delegado representa pela interceptação, ele insere os números
vinculados às pessoas que estão sendo investigadas.
Quando o delegado insere número de pessoas que não figram com o objeto da
investigação, ele se enquadra a conduta do art. 10 da lei 9296, o que se denomina barriga de
aluguel.
A PM pode realizar interceptação telefônica? Sim, desde que seja para apurar crimes
militares. O art. 3 do CPPM (código processo penal militar) fala que os casos omissos no código
serão supridos pela legislação de processo penal comum e, como na órbita do CPPM não tem a
interceptação telefônica, na apuração de crimes militares punidos com reclusão irá lançar mão
da lei 9296, com fundamento no art. 3.
No caso em questão, o que pode ter ocorrido foi a PM que investigou o tráfico e
representou pela initerceptção, e o MP recebeu o pedido de interceptção (considerando mera
peça de informação) e representou em cima para antender a lei 9296. Se o juiz deferir, ao ver
do Zouk essa prova é ilícita.
Nessa interceptção também ocorreu a inclusão de números sem vinculação com os
denominados investigados, tendo então a barriga de aluguel em termo de interceptação
telefônica. Esses agentes e quem mandou, terão sua conduta enquadrada no art 10 da lei
9296. Hoje investiga-se se o governador sabia dessa investigação e colaborava, aplica-se a
teoria monista e art. 29, onde quem, de qualquer forma, contribui para o crime responde na
pena do crime na medida de sua culpabilidade.
A lei dá legitimidade ao delegado para respresentar pela receptação em sede de
investigação criminal e ao MP, tanto na investigação quanto na instrução processual penal.
Alguns promotores entedem que o delegado não te legitimidade para figurar numa
relação processual, por força do art. 129, I o MP é o titular da ação penal, não tendo o
delegado capacidade postulatória. Esse pensamento dos promotores, ao ver do Zouk é eivado
de vaidade, pois a lei dá legitimidade ao delegdo de polícia.
O juiz reconhce a capacidade postulatória do delegado ao mencionar que delegado
reprsentou pela medida.
Quem estuda para MP vai defender que o delegado não tem capacidade postulatória,
de acordo com o art. 129, I quem representa a sociedade é o MP e a representação do
delegado o MP recebe como mera informação.
Para pova de delegado, o delegado representa (não é mera peça de informação) e o MP
dá um parecer.
Muito embora tenha o posicionamento do STF e dos processualistas, tem juízes que
deferem mandato de busca e interceptção em crimes comuns representados por parte da PM.
Um advogado mais afiado vai dizer que essa prova é ilícita por ofender o art. 144, CF.

ATIPICIDADE BRANCA (19/05/2017)

A norma penal há a exigência que se encontre completa no preceito 1º e 2º. Quando


não se encontra completa no preceito 1º, denomina-se norma penal em branco. Quando o
preceito 1º está completo e o preceito 2º incompleto, tem-se a norma penal em branco
invertida (ao revés).
O que é norma penal em preto? É a norma penal completa!
O ideal é ter a norma penal em preto.
A lei de drogas é norma penal em branco, fazendo referências as substâncias
intorpecente, mas sendo necessário laçar mão de uma portaria para saber quais são essas
substâncias. È uuma norma penal em branco heterogênea, pois é uma portaria completando
uma lei.
A nomra penal em branco homogênea tem uma lei completando outra lei.
Vamos supor que o legislador tenha elaborado a lei 11.343 e a ANVISA não tenha ainda
elaborado a portaria das susbtâncias entorpecentes. Ex: Tício é abordado na rua conduzindo
cocína. Sendo levado À delegacia, o delegado diz não ter como autuar em flagrante por está
diante de uma atipicidade branca tem norma penal em branco e o complemento ainda não foi
elaborado).

COMENTÁRIOS ACERCA DO DELITOO DE FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME OU


CONTRAVENÇÃO- ART. 340, CP (25/05/2017)

Comunicação falsa de crime ou de contravenção


Art. 340 - Provocar a ação de autoridade, comunicando-lhe a ocorrência de crime
ou de contravenção que sabe não se ter verificado:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa

O art. menciona que é comunicação falsa de crime ou contravenção, ou seja, o agente


que vai à delegacia e comunica um fato que não ocorreu (ele não imputa o fato a uma pessoa
que ele saber ser inocente-denunciação caluniosa, art. 339).
Se o agente vai à delegacia e imputafat a uma pessoa que não existe, mesmo assim é
comunicação falsa de crime e não denunciação caluniosa.
O art. 340 é de menor potencial ofensivo, aplicando a lei 9099 e os isntitutos
despenalizadores (transação penal, sursi processual).

CUIDADO: O examinador pode fazer o seguinte: uma leitura apressada leva ao


estudante a entender que, numa imputação de contravenção não há de se falar em
denunciação caluniosa. Errado! Contravenção entra na denunciação caluniosa, pois o artigo
fala § 2º diz que a pena é diminuída se for prática de contravenção. O legislador ode pegar
essa causa de diminuição depena da denunciação caluniosa e levar para o delito de falsa
comunicação de crime, que já traz em seu caput a hipótese de contravenção (não sendo uma
causa de diminuição de pena). Nafalsa comunicação de crime, sendo crime ou contravenção, a
pena é a mesma.
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de processo judicial,
instauração de investigação administrativa, inquérito civil ou ação de improbidade
administrativa contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente: (Redação dada
pela Lei nº 10.028, de 2000)
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa.(crime de elevado potencial ofensivo)
§ 1º - A pena é aumentada de sexta parte, se o agente se serve de anonimato ou de
nome suposto.
§ 2º - A pena é diminuída de metade, se a imputação é de prática de contravenção.

Na denunciação calunioca, o § 2º a pena passa de 1 a 4 anos, sendo possível a lei 9.099


e a sursi processual revista nessa lei (pena mínima não superior a um ano).
Na falsa comunicação de crime, o agente se limita a comunicar um crime ou
contravenção que sabe não ter ocorrido, e essa ação provoca uma adoção de providências por
prte da autoridade. Pode ser atribuição de qualquer crime (se for crime militar, responde no
CPM e não no art. 340).
Comunicado fato que não existe ao delegado, não é necessária a instauração de
procedimento investigativo, podendo somente provocar uma ação da autoridade (ex:
delegado manda colher depoimento dele).
Ex: Tício levou um fato que sabe não existe ao delegado, que manda o agente registrar
uma ocorrência. Isso já é adotar uma providência.
Se Tício leva fato que não existiu ao delegado, que não adota qualquer providência por
circunstâncias alheias à vontade de Tício, tem-se a tentativa.
Há necessidade de IP, ou de uma investigação administrativa ou inquérito civil? Para
falsa denunciação de crime, não, basta provocar uma ação por parte da autoridade.
Presunção absoluta de prejuízo, havendo a necessidade de dar roupagem criminosa a
esse tipo de conduta.
Bem jurídico tutelado: administração da justiça.
Objeto material: recai na ação da autoridade que foi ilegalmente provocada paa adotar
uma conduta.
Quem é essa autoridade?
Ex: Tício chega a uma viatura da PM e fala que foi vítima de furto. A doutrina
majoritária entende que autoridade é quem tem adoção de providências para investigr o fato,
onde o PM não se enquadra.
O art. 340 é crime de ação livre, podendo o agente comunicar por uma carta,
oralmente ou mesmo lançar maõ de denúncia anônima.
CUIDADO: O legislador vai dizer que no crime de falsa comunicação, o agente tem pena
aumentada de 1/6 quando o agente e serve de anonimato ou de nome suposto. ERRADO.
Nesse crime, o anonimato ou nome suposto nã é causa de aumento, isso ocorrerá na
denunciação caluniosa.
CUIDADO: O legislador pode jogar causa de diminuição quando for contravenção não
entra na falsa comunicação de crime (entra na denunciação caluniosa) e querer aumentar a
pena quando o agente se utiliza de anonimato (o aumento de pena ocorre na denunciação).

O que é falsa comunicação?


Ex: Tício, sabendo que Mévio estava no trabalho, diz ao delegado que mataram Mévio.
Isso é fato inexistente, ocorre a materilização do crime do art. 340.
Ex: Tício visualiza um roubo e chega na delegacia dizendo que ocorreu um estupro.
Precisa que Tício tenha o dolo e saiba que não existiu o estupro.
Quando o agente comunica fato falso na delegacia para encobrir um delito praticado
por ele? Ex: Tício vai à delegacia e diz que foi vítima de tentativa de latrocínio e Mévio, que
estava com ele, foi vítima de latrocínio consumado. Ele cria esse fato para encobrir o homicídio
de Mévio que ele praticou. Nessa hipótese, temos duas correntes:
- 1ª Responde por homicídio e falsa comunicação de crimes, em concurso material.
- 2 Ele responde somente por homicídio, pois, quando ele fala que foi vítima de tentativa de
latrocínio e esse fato não existiu, a falsa comunicação de crime está acobertada pela ampla defesa.

A síndrome da mulher de potifar tem a denunciação caluniosa, pois, atribuiu fato a uma pessoa
determinada.

Sujeito ativo: em regra, qualquer pessoa, pois trata-se de um crime comum. Exceção:
Ex: Tício chega a delegacia e diz que xingaram a Mévia. Não se pode falar em art. 340, e sim em
injúria, pois, para o delegado adotar algum procedimento há necessidade dor equerimento. Teria então
um crime impossível.
Ações penais privadas e públicas condicionadas à representação, o sujeito ativo d crime só
pode ser a pesso que tem as qualidades para figurar no polo passivo.
Ex: Tício vai à delegacia e diz que Mévia e Zouk moram juntos e são companheiros e que, a
Mévia foi lesionada. O delegado pode tomar providências, porque Maria da Pensha lesão corporal é
incondicnionada, não depende da vítima.

Sujeito passivo: Estado.


Dolo: há necessidade de finalidade específica? Temos três correntes:
- 1ª Tem que ter a intenção de provocar uma ação por parte da autoridade, havendo finalidade
acrescida ao dolo.
- 2ª Basta a falsa comunicação de dolo geral, e se a autoridade não instaurou nada, tem a
tentativa.
- 3ª Independe do dolo, basta que a comunicação seja falsa.

Falsa comunicação de crime X Dùvida:


Ex: Tício saiu de casa e dentro do ônibus foi lhar o whastaap, momento em estava sem o
celular, mas não sabia se estava em casa ou onde estava. Vai à delegacia e diz que furtaram seu celular.
Não há falsa comunicação de crime, flta o dolo em saber que o crime não existiu, pois, ele está na
dúvida. Não há falsa comunicação de crime na forma culposa.
Ex: Tício coloca seu veículo na seguradora. Chega à delegacia dizendo que seu veiculo foi
furtado, para receber o seguro. A conduta de Tício se enquadra noa art. 171, §2, V (fraude para
recebimento de valor de seguro). Tício responde pelo delito de fraude para recebimento de seguro e +
a falsa comnicaççao de crime? Ou somente pela fraude, considerando que a falsa comunicação foi o
meio papra que ele materializasse àquela fraude (princípio da consunção)? Temos duas correntes:
-Consultando os manuais, verifica-se que cada doutrinador relata uma corrente como se fosse a
manjoritária. Seguindo Cléber Masson,
- 1ª: a corrente majoritária entende que Tício irá responder por um só crime, a fraude,
aplicando o princípio da consunção.
- 2ª: Noutro giro, a corrente minoritária considera que se tem dois sujeitos passivos, a
seguradora e a administração de justiça, não podendo se falar em consunção, sendo caso de concuro
material de crimes.

COMENTÁRIOS ACERCA DO DELITO DE FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME OU


CONTRAVENÇÃO- ART. 340 CPB (26/05/2017)

Falsa comunicação de crime ou contravenção identifica alguma semelhança á denunciaão


caluniosa. Na falsa comunicação, comunica-se um fato falso. Na denunciação, atribui à aluém a autoria
que se sabe ser inocente. Nos dois orbita o falso.
Eles têm em diferenças: na denunciação, o agente atribui um fato a uma pessoa que sabe
inocente, provocando a instauração de uma investigação policial. A falsa comunicação, o agente leva à
autoridade policial um fato que não existiu, mas não atribui à ninguém ou a uma pessoa inexistente.
A comunicação falsa de crime para encobir um delito:
Ex: Tício vai à delegacia e diz que foi vítima de tentativa de latrocínio e Mévio, que
estava com ele, foi vítima de latrocínio consumado. Ele cria esse fato para encobrir a autoria
do homicídio. Temos duas correntes:
-1ª Responde pelo homicídio e pela falsa comunicação de crime;
-2ª O agente responde somente pelo homicídio, com o fundamento no princípio da ampla
defesa. O agente lança mão da falsa comunicação de crime para encobrir a autoria do delito que
cometeu.

Ex: Tício pega um ônibus para ir ao trabalho. Ao colocar a mão no bolso para pegar o celular,
viu que o celular não estava. Tìcio não sabe se esqueceu do celular em casa ou se furtaram. Na dúvida,
ele vai à delegacia e comunica o furto. Ao chegar a casa ele vê que o celular estava em casa. Não há o
crime, poi, falta o dolo.
Ex: Tício compra veículo novo e coloca no seguro. Depois, com a finalidade de receber o seguro,
vai à delegacia e comunica o furto do veículo. Tício se utiliza d uma fraude para receber a indenização.
O art. 171, §2, V traz a fraude para recebimento de seguro. Tício vai responder pelo art. 171, §2, V ou
pela fraude + a falsa comunicação?
-1ª Corrente: responde somente pela fraude. Falsa comunicação de crime seria o meio.
Princípio da consunção. (Cléber Masson).
-2ª Corrente: o agente deve responde rpelos dois delitos, com fundamento de ser bens
jurídicos distintos (administração da justiça e a seguradora).

O delito de falsa comunicação de crime é um crime material, também chamado de causal. Para
que se tenha a consumação do delito, a autoridade deve adotar uma providência.

A competência: STJ entende ser do juízo onde a autoridade adotou a providência.

A tentativa é possível, pois, o crime é plurissubsistente.

-Denunciação caluniosa X Arrependimentoiação caluniosa eficaz:


Na denunciação caluniosa, atribui-se uma conduta criminosa a quem sabe ser inocente, com a
intenção de instauração de um procedimento de investigação.
Ao se arreender durante o depoimento, antes da instauração da investigação policial, ele
responde pelos atos já praticados, ou seja, calúnia.
Se Tício atribui uma contravenção ao Mévio, a quem sabe ser inocente. Durante o depoimento
ele se arrepende. Tício não responde por calúnia porque é atribuir um fato criminoso, como atribuiu
uma contravenção, respondendo por difamação.

- Falsa comunicação de crime X Arrependimento eficaz:


Ex: Tício comunica fato falso, mas antes do delegadoa dotar alguma medida, ele se arrepende.
Responde pelos atos anteriormente praticados, ou seja, é fato atípico.

- Comunicação falsa de crime X crime impossível:


Crime impossível, também chamada de tentativa inidônea ou inadequada.
Ex: Tício chega à delegacia e diz que quer comunicar que pegaram sua bicicleta, usaram e
colocaram no lugar. Aqui não tem falsa comunicação de crime e, sim, crime impossível, porque furto de
uso é crime impossível.
Falsa comunicação de fato atípico não há que se falar em falsa comunicação de crime.
Ex: Se Tício chega à delegacia e relata ter ocorrido um furto de sua bicicleta há 20 anos. O crime
encontra-se prescrito, logo, o crime de falsa comunicação é impossível.
Ex: Tício chega à delegacia e diz que Mévio foi dar ré em seu carro, não visualizou qye Tìcio
estava atrás, e amaçou o carro dele. Isso é um dano culposo, que na órbita do código penal é atípico (a
lei dos crimes ambintais admite dano culposo).
Ex: Zouk chega ao delegado e fala que Tìcio bateu no Mévio. Fato que não ocorreu. Nõa há que
se falar em falsa comiunicação de crime porque o delegado não podia adotar nenhuma providência,
precisando da representação da vítima. Assim, tem o crime impossível. Não é possível relatar crime de
ação penal privada, pois necessita da representação.

LEMBRAR: na denunciação caluniosa, quando se atribui uma contravenção penal, tem a


pena diminuída; na falsa comunicação de contravenção não tem a diminuição de pena.
A falsa comunicação de crime, é um crime material, para ter a consumação, a
autoridade tem que tomar uma providência, caso contrário teremos a tentativa materializada.
EX: Se Tício sabe que Mévio está viajando e chega na delegacia e falaque mataram
Mévio; ou Tìcio vê um estupro e chega na delegacia dizendo que ocorreu um roubo; isso é
falsa comunicação de crime.
Se há o elemento dúvida ou são figuras típicas aproximadas, não há que se falar em
falsa omunicação de crime.
EX: Tìcio verificou que Mévio subtraiu, mediante violência, coisa alheia de Pedro. Chega
à delegacia e diz que Mévio furtou o relógio de Pedro. São figuras típicas que, o delegado vi
saber que ele tá falando de roubo porque teve a violência, não há o dolo. O fato ocorreu, mas
não teve o dolo, não podendo se falar em falsa comunicação de crime.

COMENTÁRIOS ACERCA DO DELITO DE DESACATO- ART. 331 CP (30/05/2017)

Introdução de desacato realizado no final da aula anterior:


Há desacato entre funcionários públicos? Temos três correntes:
1ª entede não ser possível, pois, o desacato encontra-se no capítulo de particular
praticado contra a adm. pública.
2ª entende que é possível, desde que, a pessoa que é ofendida sustente uma posição
hierarquicamente superior a pessoa que profere a ofensa.
O problema dessa corrente é que o delito é desacato à funcionário público, ão sendo
necess´rio ser autoridade.
3ª entende que é possível porque o funcionário público qundo ofende outro
funcionário, se despede da sua função pública, agindo como se particular fosse.
EX: Tício está em casa e Mévio, delegado, passa na rua. Tício grita: Oh delegado
corrupto. Isso é desacato, pois tem que ter a presença, não sendo necessário ser cara a cara.
O desacato pode ocorrer em razão da função, não precisando está em exercício.

A 3ª sessão do STJ entende que não há que se falar em norma supra legal do controle
de convencionalidade.

Início da aula de Desacato do dia 30/05:

STJ entendeu que a conduta de desacato continua com a roupagem criminosa.

Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:


Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

O delito é desacato e não desacato a autoridade!!! Qualquer funcionário público pode


ser desacatado.
A escala penal de 6 meses a 2 anos e multa, trata-se de menor potencial ofensivo,
sendo possível aplicar os institutos despenalizadores.
A razão para criminializar esse tipo de conduta: o legislador visou a proteção do
exercício legítimo do cargo, buscando atender o interesse público.
Já que a finalidade é proteger o prestígio da função pública exercida em nome ou
delgação do estado. O objeto tutelado é a adm. pública primeiramente e depois o funcionário
que teve sua honra atingida.
Objeto material: essa conduta recai no funcionário público, contra quem se dirige a
ofensa.
O art. traz o verbo desacatar. Desacatar é humilhar, menosprezar o funcionário
públibco (FP) com a finalidade de atingir a dignidade e o prestígio da adm. pública.
Trata-se de um crime de ação livre: pode o desacato praticado por qualquer meio.
Muito embora se diga que opode ser praticado por qualquer meio, deve a ofensa ser
proferida na presença do FP.
EX: Policial realizando uma ronda e vai abordar, dentro da legalidade, uma pessoa e
essa pessoa empurra o policial. Tem que ter um contexto e prsenaça do FP.
Dizer que o FP tem que estar rpresente não é ter que ser face a face, basta estar
presente no local. EX: Tício passa pelo corredor da delegacia e grita: delegado corrupto, e o
delegado em outra sala escuta.
O delegado ser praticado por qualquer meio, EX: Delegado vai cumprimimentar uma
epssoa que chegou à delegacia, e essa pssoa não estende a mão. Desacato através de ato
omissivo. (Rogério Sanches).
Quando o delegado está no exercício da função, a ofensa não precisa ser proferida
levando em consideração a posição que ele ocupa (a agressão não precisa ser em relação a sua
função, basta que ele esteja no exercício da função- como delegado).
Se alguém ofender o delegado por telefone ou whastapp? Se há ofesa através desses
meios, teremos a injúria com aumento de pena por ter sido cometido contra FP em razão de
suas funções.
O delito do desacato menciona: no exercício da função ou em razão dela.
EX: Delegado está no gabinete e o agente profere ofensa ao delegado; Ou o delegado
está em diligência na rua. (em exercício da sua função).
EX: Delegado está de férias e Tìcio passa e o chama de delegado corrupto. (em razão da
função e a presença do delegado).
EX: Delegado de férias e Tício passa em frente à sua casa e grita do portão: delegado
corrupto e sai correndo. É uma ofensa, mas não foi na presença d delegado, então não é
desacato e sim injúria majorada.
O delegado não estando no exercício da função, estando de férias, para essa ofensa ser
caracterizado desacato tem que fazer alusão às suas funções, caso contrário, será configurado
a injúria.
Sujeito ativo: qualquer pessoa (crime comum ou geral).
FP ode ser sujeito ativo do delito de desacato? Existem três correntes:
-1ª entede não ser possível, pois, o desacato encontra-se no capítulo de particular
praticado em face da adm. pública. Para essa corrente, só pode praticar o crime o particular
(extraneus).
-2ª entende que é possível, desde que, o funcionário que é ofendido seja superior
hierarquicamente da pessoa que profere a ofensa. (defendida por Bento Farias, onde a
finalidade é proteger a autoridade. Aí onde ele falha, pois o crime é contra à adm. pública ,
pois, o cirme é somente de desacato).
-3ª entende que é possível porque o funcionário público quando ofende outro
funcionário, se despede da sua função pública, agindo como se particular fosse.
A doutrina majoritária, STF e STJ defendem a 3ª corrente, onde é possível o crime de
desacato entre FP, independentemente da posição que eles ocupem.

EX: Tício chega na repartição, querendo um processo, e diz que os funcionário do setor
não ‘querem nada’. Quantos crimes de desacato tem nessa situação? Somente um, porque a
adm. pública só foi atendida uma vez só. A quantidade de FP ofendidos é considerada na
órbita da reprovbilidade da condutam na dosimetria da pena.
EX: Tício, na fila da repartição pública e demoraram a atendê-lo. Tício começa a proferir
xingmentos e vai embora. No outro dia, Tício vai a utra repartição e xinga outro funcionário.
Nessa situação tem concurso material de crimes.

- Desacato X Exercício da advocacia:


A Lei 8906/94- Estatuto da ordem, diz que
Artigo 7º, par. 2º,
"o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou
desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo
ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que
cometer"

O STF, em sede de ADI entendeu pela inconstitucionalidade da expressão Desacato.


Isso quer dizer que o legislador qundo criou a ei 8906, na verdade estendeu a imunidade que já
existia no art. 142, I para injúria e difamação, incluindo o desacato, aí o STF menicona que a
imunidade é somente contra a honra, e o desacato é contra a adm. pública.
Advogado pode sim responder pelo desacato!

FINALIZANDO- DESACATO- ART. 331 CP (05/06/2017)

O art. 331 descreve a conduta do desacato.


Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa.

O agente desenvolve uma conduta desprestigiando a função pública. O agente acaba


atingindo o funcionário público, mas a finalidade é desprestigiar a função pública.
N desacato há a necessidade da presença do FP, mas sem a necessidade de ser face a
face.
EX: Tício está na delegacia e o delegado dentro do seu gabinete. Tício, sem ver o
delegado grita: delegado corrupto! Tem o desacato por não ter a necessidade de ser face a
face, mas seja na presença do delegado.
Vai ter desacato também se delegado está realizando diligências na rua, no exercício de
sua função e Tício grita.
Tem desacato também, estando o delegado de férias na praia e Tício passa e grita!É
uma ofensa em razão da função e na presença do delegado.
Difwrente seria se Tício passa em frente à casa do delegado, grita e sai correndo. Aqui
teria configurado a injúria majorada, por não ter sido na presença do delegado.
STF: entende que no desacato tem que ter uma finalidade específica. Tem que ofender
o FP com a finalidade de desprestigiar a função.
EX: Um policial civil vai realizar uma prisão, nesse momento Tìcio começa a chutar o
policial. Tício chuta com a finalidade de se opor ao desempenho da função do FP que age
dentro da legalidade. Aqui tem uma resistência e não um desacato.
EX: Tício passa na rua e tem um policial. Tício o vê e dá um chute, desprestigiando o
policial. Aqui tem desacato, menosprezando o policial.
Diferente é se Tício chuta com a finalidade de se opor a uma ação do policial (estando
Tício em flagrante delito policial), configura o delito de resistência.
STF entende que tem que ter dolo específico!
Quando o agente desenvolve essa conduta que se enquadra no art. 331, ele tem que
ter conhecimento de ser um FP.
EX:Tício chega a uma delegacia e vê um advogado, pensando em se tratar do delegado,
Tício começa a xingar. Tem o delito de desacato? Aqui tem erro no contexto fático (Tício
pensou que era um delegado), mas terminou ofendendo um advogado. Não há de se falar em
desacato, por o advogado não exercer função pública. Fica configuado então a injúria. Não há
de se falar em atipicidade do fato.
O delito de desacato demanda o dolo. Não há de se falar em desacato culposo.
Desacato é crime de forma livre, podendo ser praticado inclusive em conduta omissiva.
EX: Delegado estende a mão para o advogado, e advogado dolosamente não aperta a
mão do delegado. O advogado se omite. Teríamos o desacato com roupagem omissiva.

- Desacato com roupagem culposa:


EX: Delegado estende a mão para o advogado, que por estar ‘voando’, não percebe e
não cumprimenta o delegado. Não há que se falar em desacato porque a conduta do advogado
foi culposa.

- Desacato X Exceção da verdade


EX: Tício chama o delegado de corrupto. Se ele provar que o delegado é corrupto, teria
a exclusão da atipicidade da conduta? Não. Não há previsão legal de exceção da verdade no
desacato. O bem jurídico tutelado é a administração pública e a exceção da verdade é tratada
nos crimes contra a honra.

Reclamar do exercício da função ou criticar comportamento funcional não caracteriza o


desacato.
EX: Tício foi a uma repartição pública solicitar uma certidão, mas o pessoal era muito
lento e até hoje não enviou. Tício chega lá e diz que eles eram lentos. Não configura desacato.

- Desacato X Exaltação de ânimos


EX: Tício chega a uma repartição e começa a gritar. Não configura desacato. Gritar com
ofensas caracterizaria o desacato.

Ébrio pode responder por desacato? Na doutrina, prevaleceu por muito tempo que o
ébrio não responderia por desacato, pois, faltaria o dolo de desprestigiar. Tem-se uma
evolução no pensamento doutrinário ao verificar o art. 28, II, CP onde não exclui a
imputabilidade penal a embriaguez voluntária ou culposa (teoria actio libera in causa-> a
consciência da conduta vai ser verificada no momento da ingestão da bebida).
Prova discursiva: o entendimento hoje é que o ébrio responde. Não seria qualquer
ébrio! A teoria actio libera in causa, de origem italiana, foi desenvolvida visualizando a
embriagquez preordenada (bebe para realizar o crime), então a consciência do agente tem que
ser analisada no momento que ele ingere a bebida e, não no momento do crime.
Não se aplica essa teoria quando a embriaguez for fortuita ou de força maior.
Uma pessoa com alteração de ânimo, por si só, não configura o desacato. Mas, se ela
altera o ânimo e ofende um FP, aí sim tem o desacato.
Mas elenão estaria fora de si? O art. 28, I diz que não exclui a imputabilidade penal a
emoção ou paixão.

-Quando se tem o desacato consumado?


Desacato é crime unissubsistente. Basta que o agente venha a proferir palavras com
potencial ofensivo com a finalidade de desprestigiar a função que o FP exerce.
EX: Tício, embriagado, chama o delegado de corrupto. O delegado não se sente
ofendido. Tem o desacato? Sim, pois, basta que venha a proferir as ofensas, não havendo a
necessidade da pessoa se sentir ofendido ou não (porque o bem jurídico tutelado é a
dignidade da função pública).
Desacato é crime formal, de resultado cortado ou de consumação antecipada.

-O desacato desafia a publicidade para sua materialização?


Existe desacato quando um particular ofende um FP, estando somente os dois na sala?
Não há necessidade da publicidade para configurar o delito de desacato.
STJ: entende que entrar ou permanecer no gabinete do delegado de polícia sema asua
autorização configura crime de violação a domicílio.

- É possível a tentativa no desacato?


Quando se trata do desacato verbal, não pode visualizar uma tentativa, pois, é crime
unissubsistente.
Nas outras formas de desacato, para Magalhães de Noronha, quando o desacato
praticado através de arremeço de algo a um FP, poderia se falar em tentativa. Damásio de
Jesus entende não ser possível a tentativa do desacato.

Obs: Carta interceptada: não está na presença do FP. Mesmo tendo ofensa, teria a
injúria majorada.

Resp. 1640084/SP (15/12/2016) a 5ª turma do STJ entendeu que o Brasil adotou o


pacto San José da Costa Rica e os Tratados de Direitos Humanos ratificados pelo Brasil tem
força supra legal (abaixo da Constituição e acima da lei). Entre a lei e a norma supra legal tem
o controle de convencionalidade (onde uma norma inferior contrariando uma norma supra
legal, essa norma perde seus efeitos, ou seja, é destituída de validade).
Poderia falar de controle quando se trata de uma norma anterior à CF? Te que verificar
se essa norma foi recepcionada. Aqui entra o que chamamos de filtro constitucional. Vai entrar
no ordenamento jurídico se mantém uma compatibilidade com a CF nova.
A 5ª turma falou que o Pacto San José menciona no art. 13 mecaninsmos de proteção à
liberdade de pensamento e de expressão. Essa fomra de legislar dando roupagem criminosa a
essa conduta do particular que venha à expressar eu pensamento acerca do exercício de uma
função pública, ofende o direito de expressão Se fende o direito de expressão e esse dirieto
está consagrado em norma supra legal com status de direitos humanos, tem que considerar
que esse dispositivo é destituído de validade.
A 5ª turma entendeu que esse revestimento criminoso da conduta ofende o princípio
da isonomia, por prestigir mais o funcionário público do que o particular.
A Comissão Interamercicana de DH que recomenda aos países que ratificaram o Pacto
San José, que venha retirar de suas legislações essa figura típica do desacato.
Não é uma descriminalização da conduta, mas a pessoa iria responder pela calúnia ou
injúria.
O STJ entendeu que foi um controle de convencionalidade.
STJ considerando a repercussão que deu, entendeu em afetar o HC para sessão. O
relator segiu a concepção que prevaleceu na 5ª turma, entendendo que o desacato deveria ser
descriminalizado. Os outros ministros não entenderam assim, e por maioria o STJ entendeu
que a conduta do desacato continua com roupagem criminosa, não prejudicando a liberdade
de expressão, desde que o faça com civilidade e educação.
Não há que e falar em princípio da isonomia, pois se há excessso por parte do
funcionário público, tem a lei do abuso de autoridade. Tem a paridade.

ESTUPRO DE VULNERÁVEL- ART. 217-A, CP X STF (01/06/2017)

Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
(catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos.
§ 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que,
por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do
ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.
§ 2o (VETADO)
§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave
Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.
§ 4o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos

Um julgado da 1ª turma STF de março reforça o entendimento do STF e do STJ.


Nesse julgado, Mévio de 18 anos manteve relação sexual com Tícia de 13 anos, de
forma consentida. Ação penal foi proposta e a defesa entrou com HC trancativo para ação
penal entender não haver justa causa, pela atipicidade do fato (a vítma consentiu). Esse caso
foi para relatoria do Ministro Marco Aurélio, que assistiu razão à defesa por entender eu não
há de se falar que menor de 14 anos seja pessoa vulnerável, pois, tem que se considerar que a
menor deu o consentimento.
Os demais ministros da 1ª turma não seguriam esse entendimento e por maioria
entenderam por indeferir o HC. Eles entenderam que a vulnerabilidade é absoluta.
HC 122945 (21/03/2017) reafirmou o entendimento que o esturpo é presumido em
menor de 14 anos. Vulnerabilidade é absoluta, não importando se essa menor já teve
relacionamentos anteriores.
Para STF e STJ a vulnerabilidade é absoluta.
O art. 225, Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se mediante
ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada pela Lei nº 12.015, de 2009)
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública incondicionada
se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.]
Em regra, esturpo é de ação penal pública condicionada à representação, sendo
incondicionada quando a vítima é vulnerável e quando menor de 18.
Para responder sobre a denominada vulnerabilidade transitória: segundo STJ, essa
vulnerabilidade do §único é uma vulnerabilidadepermanente e, não transitória.
EX: Tício dá um soco na Mevia que cai no chão e desmaia, e ele pratica ato sexual com
Mévia. Há de se verificar se Mévia vai manifestr a vontade acerca do desencadeamento desse
processo, por ser uma vulnerabilidade transitória (ou seja ação penal pública condicionada à
representação).
Para o STJ, essa vulnerabilidade é permanente, sendo ação penal pública
incondicionada. Quando for transitória, irá falar em ação penal pública condicionada à
representação.
Vulnerabilidade permanente: deficiência mental.

STJ na contemplação lascívia:


Art. 213. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção
carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso:
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 10 (dez) anos. § 1o Se da conduta resulta lesão corporal de
natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (catorze) anos:
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.
§ 2o Se da conduta resulta morte:
Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009)
Atentado violento ao pudor.

Será que se eu aponto uma arma para determinada pessoa, sem qualquer contato
físico com ela, fazendo ela se masturbar para saciar minha lascívia, há de se falar em esturpo?
Para o STJ, a contemlação lascívia configura estupro. Não há necessidade do contato físico.
EX: Tìcio manda uma menina de 13 anos se masturbar para satisfazer sua lascívia, sem
tocer ou ameaçar ela. A menina consente e se masturba. O consentimento da menor e nada é
a mesma coisa. Irá configurar estupro de vulnerável.
Outro julgado importane é acerca da comprovação da menor idade dessa vítima. Pode
comprovar essa menor idade através da certidão de nascimento? STJ entende que a prova da
menor idade da vítima pode ser constatada através de outros meios que não necessariamente
a certidão. (Ex: testemunhas que virama vítima nascer).

REVISÃO JURISPRUDÊNCIA FLANELINHA X STF E STJ (04/06/2017)

Os flanelinhas que fazemtrabalho de guardar veículos: há necessidade de registro em


algum órgão? E se não é rebistrado, comete o art. 47 da lei de contravenções penais?
Art. 47. Exercer profissão ou atividade econômica ou anunciar que a exerce, sem
preencher as condições a que por lei está subordinado o seu exercício:
Pena - prisão simples, de quinze dias a três meses, ou multa, de quinhentos mil réis a
cinco contos de réis.
Existe lei que regulamenta o trabalho dos flanelinhas? Existe! A lei mencona no art. 1 a
necessidade do registro desses flanelinhas no órgão competente (superintendência regional do
trabalho e emprego).
Os flanelinhas que não stão registrados, a conduta pode ser enquadrada no art. 47 LCP?
Em tese, sim. Iriam se submeter a lei 90999.
Visão dos tribunais acerca dessa prátca: analisada a situação dos flanelinhas pelo STF,
muito embora ocorra a subsunção da conduta ao tipo formal, não há de se falar em tipicidade
material (entende pela aplicabilidade do princípio da insignificância).
Princípio da insignificância ou da criminalidade de bagatela: não basta a tipicidade
formal, não basta o enquandramento da conduta a um dos verbos do tipo, há ainda a
necessidade da lesão ao bem jurídico ou que o bem jurídico seja submetido a um risco d lesão
(o que chamamos de tipicidade material).
Para o STF, para aplicar o princípio da insignificância, considera: mínima ofensividade
da conduta, ausência do risco da ação, reduzido grau de reprovabilidade da conduta e
inexpressividade da lesão ao bem jurídico.
No julgado do STF no HC 115046 (19/03/2013), lança mão do princípio da
insignificância e o da subsidiariedade. O Direito penal é subsidiário, só podendo ser aplicado
quando não for possível a aplicação de outros ramos do direito, como por exemplo, do direito
administrativo para resolução daquele conflito.
O ministro entendeu que a contravenção é direcionada a impedir que pessoas não
habilitadas venha desenvolver determinada atividade, ex: o educador físico, o médico e, não as
atividades que não requer habilidade específica, como o flanelinha. Essa conduta ofende
minimamente o bem jurídico. O desenvolvimento da atividade de flanelinha muito embora,
não venha a preencher o requisito previsto na lei (registro no órgão competente) e tenhamos
uma adequação da conduta ao art. 47, não se tem atipicidade material por não ter de falar em
ofensa ao bem jurídico. Esse caso do flanelinha, o STF entende que o direito administrativo
pode resolver.
Ao falar do princípio da insignificância e do direito penal mínimo, falar que ele é última
ratio, sendo aplicado somente quando não for possível a aplicabilidade de outros ramos do
direito.
Segundo STF, numa situação de propositura de ação penal, no que se refere ao
cometimento da contravenção penal no exercício irregular da profissão, a denúncia deve ser
rejeitada com base no art. 395, II CPP (ausência de uma das condições da ação), a chamada
justa causa. A justa causa o fato tem que ser formalmente e materialmente típico.
O STJ caminha igualmente com o STF. Muito embora o STJ não falou claramente no
principio da insignificância, ele deixa transparecer tal princípio. No HC 190186 entende que a
atividade do flanelinha constitui uma perturbação mínima, que não enseja a justificativa da
intervenção do direito penal., podendo ser resolvido no âmbito do direito administrativo.

Numa prova oral: Mencionar que STF e STJ caminham juntos entendendo pela ausência
de justa causa, entendendo que a ação penal deve ser rejeitada com base no art. 395, II.
Entendem que o direito penal é mínimo. Quando menciona no princíio da insignificância,
lançar mão de Roxin e, falar que não basta somente a atipicidade formal (adequação da
conduta ao tipo), há a necessidade da ofensa ou perigo de ofensa a um bem jurídico.

EX: Um flanelinha exige que Tício pague determinada quantia, sob a ameaça de
quebrar o veículo dele.
Aqui não há de se falar em ausência de justa causa. Quando o flanelinha ameaça de
quebrar o veículo, exigidno determinada quantia, configura a extorsão, art. 158. A extorsão
pode ter a pena aumentada se tiver dois flanelinhas (causa de aumento da extorsão).
Pode ter também um ou dois flanelinhas que exigem determinada quantia sob ameaça
utilizando uma faca. Tem extorsão majorada por emprego de arma.
Se o flanelinha é usuário de craque e pratica essa conduta? Ele cometeu fato típico e
antijurídico, e a sua culpabilidade vai ser verificada fora da conduta do agente.

EX: Deixei meu veículo para o flanelinha cuidar e entreguei a chave. Quando eu
retornei, o flanelinha tinha levado o veículo. O flanelinha já tinha a intenção de ter a cosia para
si, o que vai caracterizar
Futo mediante fraude é diferente de estelionato. No estelionato, o agente utiliza o ardil
e a vítima entrega espontaneamente a coisa; no furto mediante fraude, o agente utiliza a
fraude para dimunnnuir a vigilância da vítima e subtrair a coisa.
EX: Tìcio chega em uma residência dizendo que é da NET e foi receber um pagamento
devido e a dona da casa entrega (entregou mediante erro: estelionato); mas se ele diz ser da
NET e pede para entrar para olhar o sinal, pede um copo de água,q uando ele se aproveita e
pega valores em dinheiro que estava em cima da mesa (ele subtraiu: furto mediante fraude).
No exmplo que Tício chega ao local e, o guardador já tinha a intenção de sair com carro,
se passa por flanelinha e Tício entrega a chave, teríamos estelionato, em tese. O
enquadramento, segundo a jurisprudência não é esse. Ela entende que é furto mediante
fraude (STJ). O STJ, nesse contexto, se afastou da técnica e se preocupou mais com o lado
econômico, pois, seguro não para estelionato.
Outro exemplo é o do Test Drive, que pode ser furto mediante fraude ou estelionato.
Para atender as concessionárias e diminuir o prejuízo enorme, será furto mediante fraude.
Numa prova oral: demonstrar a contradição e o posicionamento dos tribunais.
Numa prova objetiva: olhar se tem segundo STJ (colocar fraude); se for questão seca
(estelionato).

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