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ARTIGO

APLICAÇÃO DO CRITÉRIO
DE RUPTURA DE HOEK-BROWN
NA ANÁLISE DE ESTABILIDADE
DE TALUDES
RESUMO Paulo Gustavo C. Lins reduzem estas propriedades com
Os taludes em rocha quando não Universidade Federal da Bahia base nas características das descon-
possuem a cinemática condicionada Salvador, Bahia tinuidades no maciço rochoso (Hoek
pelas descontinuidades podem ser plins@ufba.br et al., 2002). Para ligar o critério empí-
analisados como um meio contínuo rico com as observações geológicas,
equivalente e neste caso um crité- Rômulo S. Vilares Filho os autores utilizaram inicialmente a
rio de ruptura apropriado deve ser Universidade Federal da Bahia classificação geomecânica RMR. O
utilizado. O critério de Hoek-Brown Salvador, Bahia critério sofreu diversas atualizações,
permite representar a resistência do romulovilares@hotmail.com sendo que a versão apresentada por
maciço rochoso adequadamente. A Hoek et al. (2002) será utilizada como
determinação dos paramentos de re- Daniel Santos de Santana referência neste trabalho. O critério
sistência do critério de Hoek-Brown Universidade Federal da Bahia de Hoek-Brown vem sendo utilizado
pode ser realizada facilmente com o Salvador, Bahia por diversos pesquisadores na área
conhecimento da resistência a com- daniel.santana.engminas@gmail.com de Mecânica das Rochas.
pressão simples da rocha, da litologia O presente trabalho descreve a im-
e da condição do maciço rochoso, re- plementação computacional do
presentada pelo fraturamento e con- método de Bishop com o critério de
dição das descontinuidades. O mé- o equilíbrio de momentos. O critério ruptura de Hoek-Brown, que é não li-
todo de Bishop simplificado é muito de ruptura utilizado na formulação near. O algoritmo utilizado nesta im-
utilizado na análise de estabilidade original de Bishop (1955) é o critério plementação foi modificado a partir
de taludes, entretanto sua formula- de Mohr-Coulomb. Para a análise de do que foi proposto por Wyllie e Mah
ção original utiliza o critério de rup- taludes em rocha é necessário um cri- (2004), neste algoritmo a expressão
tura de Mohr-Coulomb. O presente tério que seja capaz de representar a de Hoek-Brown é linearizada e em-
trabalho descreve a implementação resistência do maciço rochoso de for- pregada nas equações das hipóteses
computacional de uma variação da ma apropriada. de Bishop.
formulação do método de Bishop Esse critério de ruptura de Hoek-­
simplificado que considera o critério Brown foi proposto por Hoek e Brown 2 CRITÉRIO DE HOEK-BROWN
de ruptura de Hoek-Brown lineariza- (1980a) e Hoek e Brown (1980b) em Segundo Hoek et al. (2002), o critério
do em função da tensão normal na uma tentativa de prover dados de de Hoek-Brown generalizado é dado
base da fatia. O programa implemen- entrada para análises requeridas pela expressão:
tado reproduziu bem dados da litera- para o projeto de escavações subter-
tura técnica. râneas em rocha competente. O cri-
tério foi criado a partir dos resultados
1 INTRODUÇÃO de pesquisas sobre a ruptura frágil de
O método simplificado de análise de rocha intacta conduzidas por Evert Na equação anterior σci é a resistên-
estabilidade de taludes proposto por Hoek e estudos sobre o comporta- cia a compressão simples da rocha
Bishop (1955) é um dos mais utiliza- mento de maciços rochosos fratura- intacta. Para representar ao aumento
dos em aplicações práticas. O método dos conduzidos por Edwin T. Brown. da resistência da rocha intacta com o
calcula o fator de segurança para um O critério parte de propriedades de aumento do confinamento é utilizado
círculo potencial de ruptura e garante rocha intacta e introduz fatores que o parâmetro mi, valores de referência

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para mi são apresentados na Tabela confinada no entorno do túnel, reco- escritos ainda em termos do crité-
1.Para o maciço rochoso é utilizado menda-se valor de D = 0. rio de ruptura de Mohr-Coulomb,
um parâmetro mb que é um valor Para escavação mecânica ou manual e é necessário determinar ângulos
reduzido da constante do material mi, em maciço de qualidade pobre (sem de atrito e coesões equivalentes
e é dado por: desmonte) resultando em perturba- para o maciço rochoso e uma faixa
ção mínima ao maciço do entorno, de tensões.
recomenda-se D = 0. Para a mesma Hoek et al. (2002) realizaram isto ajus-
condição de escavação sem arco in- tando uma relação linear média a cur-
As constantes para o maciço rochoso s vertido, quando problemas de defor- va gerada pela solução da equação do
e a dadas pelas seguintes relações: mação lenta (squeezing) resultarem critério de Hoek-Brown generalizado
em significativo levantamento do para a faixa de tensões definida por
piso, a perturbação pode ser severa a σt<σ´3< σ´3max, como ilustrado na
menos que um arco invertido provi- Figura 1. O processo de ajuste envol-
sório seja executado, assim recomen- veu o balanceamento de áreas acima
da-se D = 0,5. e abaixo do gráfico de Mohr-Coulomb.
Para desmonte de qualidade muito
ruim em rocha dura resulta em dano
local severo, excedendo 2 ou 3 metros
O parâmetro GSI (Geological Strength no maciço do entorno, recomenda-se
Index) foi proposto por Hoek (1994) D = 0,8.
e Hoek et al. (1995) em substituição Para taludes de engenharia civil de
ao RMR para relacionar o critério de pequena escala resultam em dano
ruptura com as observações geoló- modesto no maciço rochoso, particu-
gicas de campo. O GSI passou por larmente se desmonte controlado é
muitas atualizações, uma atualiza- utilizado, quando se obtém um bom
ção recente é a de Hoek et al. (2013) desmonte recomenda-se D = 0,7. En-
que apresentaram um ábaco no qual tretanto, se o alívio de tensões resulta
o GSI pode ser estimado a partir da em alguma perturbação, e o desmon-
estrutura (fraturamento) do maci- te for pobre, recomenda-se D = 1,0.
ço e da qualidade das descontinui- Em minas a céu aberto muito profun-
dades, o qual está apresentado na das, os taludes podem sofrer perturba-
Figura 2. Hoek et al. (2013) possibi- ção significativa devido a desmonte de
litam quantificar a estrutura do ma- produção pesada e também a alívio de
ciço pelo RQD, e para quantificar a tensões pela remoção da sobrecarga,
condição das descontinuidades pe- se for utilizado desmonte de produção,
los pesosda classificação RMRpara a recomenda-se D = 1,0. Em algumas ro-
condição das descontinuidades de chas brandas a escavação pode ser rea-
Bieniawski (1989), denominados de lizada por escarificação e transporte e
JCond89, e apresentados na Tabela o grau de dano ao talude é menor, nes-
2. Assim, o GSI pode ser determina- te caso recomenda-se D = 0,7. Figura 1 – Relações entre as tensões princi-
do pela relação: A resistência à compressão simples pais maior e menor para o critério de Hoek-­
do maciço rochoso é obtida fazendo Brown e critério de Mohr-Coulomb equiva-
lente (Hoek et al., 2002)
σ´3=0 na equação do critério de Hoek-­
Brown generalizado, fornecendo:
O parâmetro D é um fator que de- As expressões para o ângulo de atrito
pende do grau de perturbação que o Φ’ e a coesão c’ estão na Figura 3. Para
maciço rochoso foi submetido devi- utilizar aquelas expressões é necessá-
do ao dano causado pelo desmonte A resistência a tração é obtida fazendo rio definir:
e relaxação de tensões. O parâmetro σ´1 = σ´3 = σt na equação do critério de
D varia de 0 para maciços não per- Hoek-Brown generalizado, fornecendo:
turbados até 1 para maciços muito
perturbados. Hoeket al. (2002) apre-
sentam orientações para seleção do
parâmetro D, estas orientações são
apresentadas a seguir. 3 CRITÉRIO DE
Para desmonte de excelente qualidade MOHR-COULOMB Hoeket al. (2002) destacam que o valor
ou escavação por tuneladora resultan- Hoek et al. (2002) sustentam que de σ´3max, o valor do limite superior
do em mínima perturbação da rocha muitos programas geotécnicos são da tensão confinante sob a qual a re-

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Figura 2 – Quantificação do GSI pela condição das descontinuidades e RQD (Hoek et al., 2013)

Tabela 1 – Valores da constante mi para a rocha intacta, por grupo de rochas. Note-se que os valores entre parênteses são
estimativas (HOEK, 2007)

Tipo de Textura
Classe Grupo
Rocha Grossa Média Fina Muito Fina
Conglomerado * Siltito / 7±2 Argilito / 4±2
Clástica (21±3) Arenito / 17±4 Grauvaca / Folhelho / (6±2)
Brecha / (19±5) (18±3) Marga / (7±2)
Calcário Calcário Calcário
SEDIMENTAR

Dolomita /
Carbonatas Cristalino Esparítico Micrítico
(9±3)
(12±3) (10±2) (9±2)
Não-Clás-
Evaporíticas Gipsita / 8±2 Anidrita / 12±2
tica
Calcário
Orgânica Biogênico
7±2

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Tipo de Textura
Classe Grupo
Rocha Grossa Média Fina Muito Fina
Hornfels / (19±4)
Não- Quartizito /
METAMÓRFICA
Mármore / 9±3
-foliada Metarenito / 20±3
(19±3)
Levemen- Migmatito /
Anfibolito / 26±6
te foliada (29±3)
Foliada ** Gnaisse / 28±5 Xisto / 12±3 Filito / 7±3 Ardósia / 7±4

Granito / 32±3 Diorito / 25±5


Ácida
Plutônica Granodiorito / (29±3)
Gabro / 27±3
Básica Dolerito / (16±5)
Norito / (20±5)
ÍGNEA

Porfirito / Diabásio / Peridotito /


Hipabissal
(20±5) (15±5) (25±5)
Riolito / (25±5) Dacito / (25±3) Obsidiana /
Lava
Andesito / 25±5 Basalto / (25±5) (19±3)
Vulcânica
Aglomerado /
Piroclásticas Brecha / (19±5) Turfa / (13±5)
(19±3)

* Conglomerados e brechas podem apresentar uma ampla extensão de valores de mi dependendo da natureza do material cimentante e do grau de cimen-
tação, assim eles podem ter limites de valores similares a arenito até valores usados para sedimentos de granulação fina.
** Estes valores são para amostras de rocha intacta ensaiadas na direção normal do acamamento ou da foliação. Os valores de mi serão significativamente
diferentes caso a ruptura ocorra ao longo do plano de fraqueza.

Tabela 2 – Pesos para as condições das descontinuidades, JCond89 (Bieniawski, 1989)


SUPERFÍCIES SUPERFÍCIES SUPERFÍCIES SUPERFÍCIES PREENCHI-
MUITO POUCO POUCO ESTRIADAS OU MENTO
RUGOSAS. RUGOSAS. RUGOSAS. PREENCHI- >5 MM.
CONDIÇÃO DAS NÃO PERSIS- ABERTURA <1 ABERTURA <1 MENTO OU
DESCONTINUIDADES TENTES. MM. MM. <5 MM. ABERTURA >5
FECHADAS. PAREDES PAREDES OU MM.
PAREDES SEM LEVEMENTE MUITO ABERTURA DE PERSISTENTES
ALTERAÇÃO ALTERADAS ALTERADAS 1-5 MM.
PERSISTENTES
PESOS 30 25 20 10 0
Recomendações para a classificação da condição das descontinuidades.
PERSISTÊNCIA <1 M 1-3 M 3-10 M 10-20 M >20 M

PESOS 6 4 2 1 0
ABERTURA NENHUMA <0,1 MM 0,1-1,0 MM 1-5 MM >5 MM

PESOS 6 5 4 1 0
RUGOSIDADE MUITO RUGOSA RUGOSA POUCO RUGO- SUAVE ESTRIADAS
SA
PESOS 6 5 1 0
3
PREENCHIMENTO NENHUM DURO, <5 MM DURO, >5 MM MOLE, <5 MM MOLE, >5 MM

PESOS 6 4 2 2 0
ALTERAÇÃO NÃO-ALTERADA POUCO MODERADA ALTAMENTE DECOMPOSTA

PESOS 6 5 3 1 0

FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS • 49


lação entre o critério de Hoek-Brown e ção da superfície de ruptura devem ser novo valor de σ’ na base de cada fatia,
o critério de Mohr-Coulomb é conside- equivalentes. utilizando a equação de Bishop.
rada, deve ser determinado para cada Estudos para taludes, utilizando o 5) Com base nestes novos valores
caso individual. Orientações sobre a método de Bishop, para superfícies de σ’, calcular novos valores para Φ’ e c’.
seleção de valores para taludes são ex- de ruptura circulares para um amplo 6) Calcular um novo fator de se-
postas no item 5. leque de geometrias de taludes e pro- gurança para os novos valores de Φ’ e c’.
priedades do maciço rochoso, levaram 7) Se a diferença entre o primei-
A resistência ao cisalhamento de a equação: ro e o segundo fator de segurança for
Mohr-Coulomb τ, para uma dada ten- maior que 0,001, retorne ao passo 4 e
são normal é encontrada substituindo repita a análise, utilizando o novo fator
os valores de Φ’ e c’ na equação: de segurança como entrada. Repita
este procedimento até que a diferença
entre fatores de segurança sucessivos
seja inferior a 0,001.
O gráfico equivalente, em termos de Onde H é a altura do talude. Segundo Wyllie e Mah (2004), cerca de
tensões principais maior e menor, é dez iterações serão necessárias para
definida por: 6 ANÁLISE DE ESTABILIDADE que a tolerância requerida seja alcan-
A equação do método simplificado de çada no cálculo do fator de segurança.
Bishop (1955) pode ser encontrada rees-
crita para possibilitar a representação do 7 TESTES DO PROGRAMA
critério de ruptura de Hoek-Brown em Para testar o programa implementa-
Wyllie e Mah (2004). As convenções uti- do foi selecionado um caso analisado
4 RESISTÊNCIA DO MACIÇO lizadas por Wyllie e Mah (2004) para uma por Hammah et al. (2005). O exemplo é
ROCHOSO fatia e para o problema como um todo um talude de 10 metros de altura, com
Hoek et al. (2002) destacam o concei- estão representadas na Figura 3. uma inclinação de 45º, em um maciço
to de resistência do maciço rochoso, A expressão para o fator de segurança (FS) rochoso homogêneo. Os parâmetros do
esta resistência pode ser determinada está apresentada na Figura 3. Note-se que critério de ruptura de Hoek-Brown ge-
a partir da relação de com os parâme- esta expressão é função da tensão normal neralizado, utilizados por Hammah et al.
tros de Mohr-Coulomb pela expressão: na base da fatia (σ). Para o método de (2005), estão apresentados na Tabela 3.
Fellenius, a expressão para tensão normal Hammah et al. (2005) realizaram análises
na base da fatia (σ) é direta. Já para o mé- com métodos de equilíbrio limite conven-
todo de Bishop a expressão para tensão cionais e realizaram a determinação do fa-
normal na base da fatia (σ) é função do tor de segurança com análises por elemen-
próprio fator de segurança, o que pode tos finitos com a técnica de RRC (Redução
Com f’ e c’ determinados para uma faixa ser resolvido por um método iterativo. da Resistência ao Cisalhamento).
de tensões de σt<σ´3<σ´ci/4, obtendo: Na técnica de redução da resistência
6.1 Algoritmo utilizado ao cisalhamento com elementos fini-
Um procedimento para cálculo do fa- tos são realizadas várias análises, em
tor de segurança com o método sim- cada umaos parâmetros de resistência
plificado de Bishop é apresentado por são divididos por um valor. Esse valor
Wyllie e Mah (2004). Este algoritmo foi que leva o deslocamento de um pon-
onde: implementado em um programa Pascal to de controle a uma variação muito
no Ambiente Integrado de Desenvolvi- grande define o fator de segurança. A
mento Lazarus (Lazarusand Free Pascal Figura 4 mostra os contornos de má-
Team, 2014). O algoritmo é apresenta- xima deformação cisalhante para o
do a seguir, com as pequenas modifica- talude na análise que define a ruptura,
ções com que foi implementado: os contornos revelam o mecanismo de
1) Calcular a tensão normal efe- ruptura previsto pela técnica da redu-
tiva σ’ atuando na base de cada fatia ção da resistência ao cisalhamento.
5 DETERMINAÇÃO DE σ´3max por meio da equação de Fellenius. Os fatores de segurança obtidos por
Hoek et al. (2002) apresentam uma discus- 2) Utilizando os valores de s’, cal- Hammah et al. (2005) são apresenta-
são sobre a determinação de valores apro- cular Φ’ e c’ para cada fatia. dos na Tabela 4. Os resultados são para
priados de σ´3max, e por consequente 3) Substituir estes valores de Φ’ análises com a envoltória de Mohr-­
σ3n, para uso nas equações para determi- e c’ na equação do fator de segurança Coulomb equivalente, além de análi-
nação do ângulo de atrito Φ’ e da coesão c’, para obter a primeira estimativa do fa- ses com o critério de ruptura de Hoek-­
dependendo da aplicação específica. tor de segurança. Brown generalizado diretamente.
Para estudos de taludes o fator de se- 4) Utilizar esta estimativa do O mesmo exemplo foi analisado com o
gurança calculado e a forma e localiza- fator de segurança para calcular um programa desenvolvido para este tra-

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Tabela 3 – Propriedades do maciço
rochoso do exemplo estudado por
Hammah et al. (2005)
PROPRIEDADE VALOR
YOUNG, E (MPA) 5000
POISSON, ν 0,3
γ (MN/M ) 3
0,025
σCI (MPA) 30
GSI 5
PARÂMETRO MI 2
FATOR PERTURBAÇÃO, D 0
PARÂMETRO MB 0,067
PARÂMETRO S 2,5E-5
PARÂMETRO A 0,619

Tabela 4 – Fatores de segurança obti-


dos por Hammah et al. (2005)
MÉTODO FS
EF TÉCNICA RRC
HOEK-BROWN GENE- 1,15
RALIZADO
MOHR-COULOMB 1,15
EQUIVALENTE
EQUILÍBRIO LIMITE
BISHOP SIMPLIFICA- 1,153
DO
MÉTODO DE SPENCER 1,152

Um destaque que deve ser feito é que


Figura 3 – Método de Bishop simplificado, para um material que utiliza o critério de Hoek-Brown existem pequenas diferenças nos resul-
(Wyllie e Mah, 2004) tados descritos neste trabalho com re-
lação aos resultados de uma versão an-
terior, em Fortran, do programa que foi
balho. Para análises com a envoltória de nifica um erro de -2,9% em relação relatada por Santana e Lins (2014). As di-
Mohr-Coulomb equivalente às equa- ao resultado obtido pelo método de ferenças devem-se principalmente a refi-
ções do item 5 e da Figura 3 forneceram Bishop simplificado por Hammah et namentos na busca da superfície crítica.
σ´3max = 0,189 MPa, Φ’ = 20,89º e c’ = al. (2005). O programa convergiu após Nesta versão do programa, a busca pela
0,02 MPa. O fator de segurança obtido quatro iterações. superfície de ruptura crítica é realizada
com estes parâmetros foi de 1,172. Isto
significa um erro de 1,6% em relação ao
resultado obtido pelo método de Bishop
simplificado por Hammah et al. (2005).
O programa convergiu após quatro ite-
rações. Esta análise serve para confirmar
também que a equação do fator de se-
gurança da Figura 3 foi implementada
de forma adequada.
Na análise com o critério de Hoek-­
Brown generalizado o fator de segu-
rança obtido foi de 1,119, o que sig- Figura 4 – Contornos de máxima deformação cisalhante na ruptura para o talude (Hammah et al., 2005)

FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS • 51


Figura 5 – Círculo crítico na análise com o critério de Hoek-Brown generalizado

em uma malha de centros, considerando B.C. e Curran, J.H. (2005).The Shear


que o círculo crítico passa por um ponto Strength Reduction Method for the
no pé do talude. Os contornos de igual Generalized Hoek-Brown Criterion.
fator de segurança devem definir um 40th U.S. Symposium on Rock Mecha­
fundo de vale onde se identifica o fator nics. Anchorage, Alaska.
de segurança mínimo. A Figura 5 ilustra o Hoek, E. e Brown, E.T. (1980a).Empirical
círculo crítico obtido para a análise com strength criterion for rock masses.Jour­
critério de Hoek-Brown generalizado. nal of Geotechnical Engineering Division,
ASCE, v.106, No. GT9, p.1013-1035.
8 CONCLUSÕES Hoek, E. e Brown, E.T. (1980b) Un­
O trabalho descreve a formulação para derground Excavations in Rock.
o critério de Hoek-Brown e procedi- London,Institution of Mining and Met-
mentos para estimativa de parâmetros allurgy. UK.527p.
do mesmo, permitindo a determina- Hoek, E. (1994) Strength of rock and
ção de parâmetros que caracterizem rock masses. ISRM News Journal, v.1,
a resistência do maciço rochoso em n.2, p.4-16.
situações onde se deseja realizar análi- Hoek, E.; Kaiser, P.K. e Bawden, W.F. (1995)
ses de estabilidade de taludes. Support of underground excavations in
Um programa computacional foi im- hard rock.Rotterdam, Balkema. 215p.
plementado utilizando um algoritmo Hoek, E.;Carranza-Torres, C. e Corkum,
que lineariza a envoltória de Hoek-­ B. (2002). Hoek-Brown criterion – 2002
Brown para utilização em uma nova edition.5th North American Rock Me­
formulação das hipóteses do método chanics Symposium. Toronto, Canada.
de Bishop simplificado. Vol. 1, p.267-273.
Os testes do programa indicaram erros in- Hoek, E. (2007) Practical Rock Engineer­
feriores a 3% quando os resultados foram ing. Disponível em: <http://www.rocs-
comparados com dados da literatura. cience.com/education/hoeks_corner>.
A linearização da equação de Hoek-­ Acesso em: 3 de fevereiro de 2015.
Brown no algoritmo implementado é fei- Hoek, E.; Carter, T.G. e Diederichs, M.S.
ta para um intervalo de tensões secantes (2013) Quantification of the Geological
a envoltória não linear. Uma crítica deve Strength Index Chart. 47th U.S. Sympo­
ser feita, sugere-se para estudos futuros sium on Rock Mechanics. San Francisco,
que seja implementado uma linearização California.
tangente a envoltória de Hoek-Brown, e Lazarus and Free Pascal Team (2014)
a posição da tangente seja definida pela Lazarus.Disponível em: <http://www.
tensão normal a base da fatia. lazarus.freepascal.org/>. Acesso em 13
de março de 2014.
REFERÊNCIAS Santana, D. S. e Lins, P. G. C. (2014). Aná­
Bieniawski, Z.T. (1989) Engineering rock lise de Estabilidade de Taludes Consideran­
mass classifications.New York, Wiley.251p. do a Envoltória de Ruptura de Hoek-Brown
Bishop, A.W. (1955) The use of the slip em 2D. In: VI SBMR – Simpósio Brasileiro
circle in the stability analysis of slopes. de Mecânica das Rochas, Goiânia.
Géotechnique, v.5, n.1, p.7-17. Wyllie, D.C. e Mah, C.W. (2004). Rock slope
Hammah, R.E.; Yacoub, T.E.; Corkum, engineering. London, Spon Press. 431p.

52 • FUNDAÇÕES & OBRAS GEOTÉCNICAS


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