Esses são alguns seres que podem ser familiares, mas claro que existem
vários outros, basta procurar. Vamos então à parte prática de obtenção
de um familiar.
PRIMEIRA PRÁTICA: Obtenção de um Gnomo.
Como eu havia dito, todas as técnicas do livro foram testadas por mim,
sendo assim, eu posso lhe garantir sua eficácia. Mas lembre-se: O que
funciona pra um, pode não funcionar pra outro, então tente todas as
técnicas e encontre a que melhor se adequa pra você. E não se
esqueça: Sinta-se livre para fazer modificações, faça com que a técnica
faça sentido pra você.
Mas de modo geral, todos os seres podem fazer tudo que a bruxa
mandar.
Isso não significa que você deve maltrata-lo, mas que também não deve
passar a mão na cabeça dele. Dê uma ordem, diga que ele será
recompensando se a cumprir, e se não a cumprir, será punido. Não
tenha pena, seja duro na punição. Pulso firme! Você deve fazê-lo te
respeitar como o Mestre dele. Uma boa punição para o gnomo é
invocar ele dentro do cristal e então colocar num local com ferro e/ou
plástico, pois se diz que eles não gostam. Caso o familiar não seja um
gnomo, pesquise coisas que a raça do seu familiar não gosta e use
contra ele quando necessário. Essas dicas acima, da ordem, punição e
controle valem pra todos os seres espirituais que você venha a
trabalhar com eles, inclusive deuses. Já ouviu falar sobre santos
mergulhados de cabeça para baixo em copos d'água? Pois então, o
mesmo vale para deuses.
A forma usada aqui para se ter pleno controle do seu gnomo, ou de
qualquer familiar no geral, é descobrindo seu nome e seu sigilo. Eu
recomendo que você só pergunte o nome dele quando a relação entre
ambos estiver devidamente estabelecida, quando houver respeito e
parceria, porque assim você terá mais chances de saber o nome dele. A
forma mais simples de saber é meditando com seu gnomo, segure o
invólucro dele, chame-o, visualize-o e peça que revele seu nome.
Tendo o nome do familiar, você terá controle sobre ele, mas só isso não
é suficiente. É necessário ter uma representação simbólica dele, isso te
dará mais controle ainda sobre ele. Para isso, é simples, crie um sigilo
com o nome que você escolheu para ele. Adicione desenhos que
remetem aos gnomos, use letras de alfabetos mágickos, adicione
símbolos. Enfim, faça o sigilo como quiser, só digo que, se for fazer algo
bem elaborado, então que você decore bem como é o sigilo, pois você
poderá estar em algum lugar onde seu gnomo será necessário e ter
esquecido de algum elemento do símbolo.
Então, recomendo que faça algo simples para melhor lembrar. Feito o
sigilo, você terá agora que linkar ele ao gnomo. Faça uma psi-ball e
coloque ao redor da pedra com suas mãos, visualize o gnomo ali dentro
e veja que uma linha de energia verde sai do peito do gnomo e vai até o
centro da psi-ball, leve essa psi-ball, mantendo a visualização do fio
energético se esticando, até o sigilo. Abaixe a esfera de energia até o
desenho e veja a ponta da linha no centro da esfera se grudando no
sigilo, veja claramente a linha conectando o gnomo ao sigilo, e então
diga:
Com o sigilo, você poderá convocar seu familiar para qualquer lugar
que você estiver quando não estiver com o invólucro. Desenhe ele em
algum local, faça uma psi-ball, coloque acima do sigilo e então se
comunique com o gnomo. Você pode até mesmo trazê-lo para onde
você está, e então depois mandá-lo de volta ao invólucro. Um aviso: O
nome do seu gnomo e o sigilo dele não devem ser conhecidos por mais
ninguém, somente por você. Evite inclusive falar que tem um gnomo,
ou um familiar de forma geral. Sabendo o nome do seu gnomo e o sigilo
dele, qualquer um pode ter controle e fazer o que bem quiser com ele,
inclusive bani-lo.
Talvez o gnomo volte por algum motivo, como para se vingar caso você
tenha sido um mestre sádico e malvado. Mas caso não, então não se
preocupe. Se quiser, antes de banir, converse com ele, se despeça,
explique porque está encerrando a conexão entre ambos. Deixe uma
oferenda para ele no mato.
Muito bem, digamos que você escolheu no que seu servidor lhe
auxiliará e por quanto tempo. Agora, você precisa especificar como.
Você deve deixar sua intenção clara, específica e direta, sem margem
para erros ou dúvidas. Seja bastante claro, e lembre-se que se você
direcioná-lo somente para uma finalidade, será somente aquela
finalidade, a menos que você o reprograme (mais abaixo constará a
reprogramação).
Por exemplo, se eu quiser que meu servidor realize minha proteção, ele
servirá somente para a minha proteção, e a de mais ninguém. É preciso
especificar neste momento como será a atuação, de uma forma que
abranja tudo o que você necessita com o servidor.
É preciso definir qual a energia ele será feito. É com esta energia que
você o construirá, e moldará sua existência. Você pode retirar esta
energia da natureza - água, terra, fogo ou ar -, ou de arquétipos.
Geralmente cria-se os servidores com elementos, pois você precisará
apenas acessar essas energias puras e brutas e moldar. Veja mais
abaixo para compreender como isto será feito.
Por exemplo, você pode alimentá-lo com luz solar, com elementos
(vento, chuva, vapor, fogo, terra), com sentimentos como amor e ódio,
com as energias negativas que lhe enviam, enfim. Pode ser algo mais
abstrato ou algo físico, é de sua escolha.
Criando um servidor: Prática!
Se você já fez todos os itens citados acima, é hora de criá-lo. Este será
um exemplo de ritual bem explicado para criar seu servidor da maneira
mais simples e funcional.
Um objeto que sirva para representar a energia que você utilizará para
moldar o servidor (vela para fogo, incenso para ar, copo d'água para
água, um cristal, sal ou terra para terra)
Coloque o objeto que você escolheu para ser o corpo físico do servidor
em seu altar ou no local que estiver realizando o ritual, e atrás dele, o
objeto que represente o elemento. Se seu servidor será de elemento
terra, coloque um pouco de sal, um cristal ou a terra. Se ele será de
fogo, coloque uma vela acesa, e assim por diante.
Enquanto faz isto, diga ao servidor qual será seu nome, onde ele
atuará, para que você precisa dele, quando ele se ativará, por quanto
tempo ele existirá, como ele se alimentará, e todos os outros detalhes
importantes. Tudo o que estiver citado nos tópicos lá em cima deve ser
citado para o servidor. Quando terminar de moldá-lo, pegue os sigilos
que você criou para os comandos que seu servidor deve seguir.
Neste momento, seu servidor estará pronto para começar a agir. Defina
os últimos detalhes, caso ainda falte alguma coisa para acertar. Ao
terminar, agradeça ao elemento que você utilizou para criá-lo, e
também pela presença de todos os elementais/quadrantes. Desfaça o
círculo no sentido contrário que traçou, e faça um aterramento para
livrar-se das energias que podem ter permanecido ainda.
CONSIDERAÇÕES FINAIS E DICAS IMPORTANTES SOBRE
SERVIDORES:
Servidores não são brinquedos! São uma ferramenta mágica, que deve
ser tratada com seriedade, como qualquer outra forma de magia. E
como ferramenta, tem um tempo de vida limitado, que não deve ser
prolongado.
A controlar o caos,
Antes de tudo, tenha uma figura, como uma estátua, que será o
invólucro do seu familiar. A imagem deve ser da mesma forma que ele,
mas não é algo obrigatório.
Para começar, desenhe nas suas palmas algum símbolo que irá atrair a
energia que você que que sua forma-pensamento tenha, e desenhe um
triângulo ao redor do símbolo. Caso não consiga desenhar direito na
mão esquerda, faça somente na direita, a mão projetiva. Não esqueça
de consagrar o símbolo. A energia que será liberada deve vir do seu
"terceiro olho", o chakra da testa. Eu associo a cor azul ao plano
mental e tudo relacionado a mente, então essa será a cor da energia
que irá sair. Use qualquer cor que faça sentido pra você. Iremos usar a
energia desse chakra porque queremos criar uma forma-pensamento
inteligente, que saiba fazer várias coisas. Se quiser algo mais
animalesco, use a energia do chakra da sua área genital.
Quando sentir que a esfera já está bem feita, comece a modelar ela na
forma do animal, ou criatura, que você quer que seu familiar tenha.
Não há limites para isso, faça com bem entender, lembre-se das
criaturas híbridas da Inquisição. Quando tiver feito, respire fundo e
assopre em direção a forma criada, e enquanto expira, veja sua
respiração sendo de cor verde, pois verde é a cor que eu associo com a
vida (você pode visualizar a cor que você associa com a vida), pensando
enquanto faz "Eu te trago à existência pelo sopro da vida. Erga-se!".
Respire fundo novamente e repita o processo, faça isso três vezes. Veja
a criatura viva, te observando, atenta para suas palavras.
Como iremos ver, cada animal familiar tem regência sobre determinada
direção, que tem regência sobre determinado elemento, que tem
regência sobre determinados animais que fazem parte daquele
elemento, ou que pelo menos tem relação com o animal familiar
regente da direção. Sendo assim, propus um rito de comunicação com
o familiar animal de determinado quadrante, pedindo que ele nos
conceda um espírito animal que esteja dentro da regência daquela
direção/elemento/direção, tornando-o assim nosso familiar. O espírito
animal então irá habitar um invólucro como todo familiar no geral.
Dando um exemplo, digamos que eu queira ter um rato como familiar,
eu poderia pedir ajuda do familiar animal do sul, a Lebre Branca, já que
o rato é um animal terrestre. Ou eu quero ter uma borboleta, eu
poderia falar com o Corvo Negro, já que a borboleta é um animal aéreo.
E assim vai. É interessante que você escolha um animal que tenha
"propriedades" para te ajudar, para isso, aqui há uma lista rápida de
associações com animais, se quiser algo mais profundo, basta procurar:
Como podem ver, o familiar animal pode ser escolhido pelo seu
significado, como também simplesmente pela sua forma. Não há uma
obrigação de ter que escolher um familiar que você não quer só porque
ele se encaixa melhor nas suas necessidades, todos os animais podem
te ajudar numa variedade de coisas, a diferença é que cada um tem sua
especialidade em algo.
- Um ramo florido que será usada como varinha, então ela deve ser
colhida com o caule, e não apenas as pétalas. A planta escolhida será
uma simbologia para a estação que está sob a regência daquela
direção:
- Fósforo;
O Rito:
O Corvo Negro:
Você está num bosque escuro e frio, as árvores ao seu redor são negras
e de um marrom escuro. Tudo que tem com você é a vela e o invólucro
que você escolheu. Tudo que se ouve é o som do vento forte, pois o céu
está nublado, ameaçando chover, mas tudo que se sente no momento é
frio e o vento gelado passando por seu corpo. Você olha para cima em
direção de um enorme galho de uma árvore, fica observando até ver
que um enorme corvo negro pousou ali. Ele te observa e ouve. Diga a
ele qual animal aéreo, ou elemental do ar, você gostaria de trabalhar
com e torná-lo seu espírito familiar. Explique porque você quer, a
importância que tem pra você. Seja sincero, não minta, e queira ter um
familiar, isso é essencial para se ter um. Quando terminar de falar,
espere um momento e observe a cena. Se ele aceitar seu pedido, logo
você verá o animal aéreo escolhido vindo em sua direção e então
entrando no invólucro que você escolheu. Caso ele não aceite seu
pedido, você o verá virando as costas e indo embora, e isso vale para
todos os outros. Seja respeitoso, sincero, tenha um bom motivo para
ter o familiar. Fazendo isso, não tem como ele não aceitar e não lhe
conceder um espírito.
A Serpente Vermelha:
A Lebre Branca:
O Sapo Cinzento:
Se chegar um dia em que você não quer mais trabalhar com seu
familiar animal, você pode mandá-lo de volta para onde veio. Para isso,
faça o mesmo processo do rito, mas dessa vez altere as palavras do
encantamento de convocação, e peça que o familiar de tal direção
venha buscar um espírito animal. Mostre ao espírito regente o seu
familiar animal, diga porque não quer mais trabalhar com ele, etc. O
animal familiar do quadrante irá então pegar o animal. O sapo vai
engolir ele com a língua, da forma que se alimentam, e pular na lagoa;
O corvo vai agarrar o espírito com as garras e voar para longe; A lebre
vai abocanhar o espírito e levar para sua toca; E a serpente irá se
enrolar nele e arrasta-lo para o mato. Agradeça, feche o círculo e está
feito.
Dicas:
• Não se contenha ao escolher qual espírito animal você quer, pode ser
desde uma formiga até uma baleia (no caso de espírito familiares
aquáticos é interessante que você adeque o ambiente para ele. Se você
tem um peixe como familiar, por exemplo, coloque o invólucro dele
dentro de uma aquário com água. Existem animais aquáticos que
podem andar na terra também, como o sapo, então é interessante que
você pesquise as necessidades físicas do animal que irá escolher como
familiar, isso fará com que ele se afeiçoei mais de você por ver que você
se preocupou nesse ponto).
- Cura;
- Mensageiro;
- Levar um feitiço;
- Divinação;
Entre outras coisas. Converse com ele, pergunte no que ele pode te
ajudar, faça testes. Anote quanto tempo ele demora para realizar as
tarefas, estude-o. Saiba seu nome, sigilo, torne-o seu amigo e aliado.
Epílogo
- The Plant Spirit Familiar: Green Totems, Teachers and Healers on the
Path of the Witch, por Christopher Penczak.
Os demais livros da lista são a parte histórica dos familiares, como eram
vistos, a relação com os animais xamânicos, o familiar dado pelo diabo,
coisas do gênero. São leituras essenciais para se aprofundar no tema.