Respostas das questões apresentadas nos capítulos 
Capítulo 23  •  Avaliação Funcional de Comportamento Problemático  1
23 Avaliação Funcional de
Comportamento
Problemático
Respostas [e Níveis] de Questões
para Aprendizagem
1. Q: Quais são as duas perguntas feitas em uma
avaliação funcional das causas de um comportamen-
to problemático? [Nível 1/Co]
R: (a) Quais são os antecedentes do comportamento;
(b) quais são as consequências imediatas do compor-
tamento?
2. Q: A que se refere o termo avaliação funcional?
[Nível 1/Co]
R: Refere-se a uma variedade de abordagens para
tentar identificar os antecedentes e as consequências
para os comportamentos problemáticos.
3. Q: Defina o termo análise funcional. [Nível 2/C]
R: Trata-se da manipulação sistemática de eventos
ambientais para testar experimentalmente seu papel
como antecedentes ou como consequências no
controle e na manutenção de comportamentos
problemáticos.
4. Q: Descreva brevemente as quatro condições no
delineamento multielementos usado por Iwata et
al. (1982, 1994) na análise funcional que conduziram
sobre comportamento autolesivo. [Nível 2/C]
R: (a) Em uma condição de atenção, uma criança e um
adulto estavam em um recinto onde havia brinque-
dos disponíveis. O adulto fungia estar manipulando
papéis e somente interagia com a criança depois das
ocorrências de comportamento autolesivo. (b) Em
uma condição de demanda, o adulto e a criança
estavam juntos em um recinto, e o adulto incenti-
vava a criança a realizar uma tarefa difícil para ela.
Se a criança se engajasse no comportamento auto-
lesivo, o adulto parava de fazer demandas para a
criança durante 30 segundos. (c) Em uma condição
de isolamento, a criança ficava sozinha em um re-
cinto onde havia um espelho e brinquedos disponí-
veis. (d) Em uma condição de controle, a criança e
um adulto ficavam em um recinto juntas, com
brinquedos disponíveis, e o adulto reforçava o com-
portamento de brincar apropriado da criança.
5. Q: Discuta brevemente, com exemplos, o que os
resultados da pesquisa de Iwata et al. sugerem para
o tratamento do comportamento autolesivo grave.
[Nível 4/An]
R: Sugerem que, embora a forma de comportamento
autolesivo possa ser bastante similar entre os indi-
víduos, o tratamento deve se basear na função do
comportamento, e não na forma. Por exemplo, se
uma análise funcional indica que um comportamen-
to problemático de uma criança é mantido pela
atenção de um adulto, então o tratamento reco-
mendado corresponderia a retirar a atenção logo
depois das ocorrências do comportamento e dar
atenção para o comportamento desejável. Contudo,
se uma análise funcional indicasse que um compor-
tamento problemático era mantido pela fuga das
demandas, então o tratamento recomendado inclui-
ria períodos mais numerosos ou mais prolongados
sem demanda ao trabalhar com o indivíduo e, talvez,
persistência com as demandas quando um compor-
tamento problemático ocorria a uma demanda.
6. Q: Descreva três limitações de análise funcional.
[Nível 2/C]
R: (a) Se os comportamentos problemáticos forem
pouco frequentes, a análise funcional experimental
requer um tempo significativo para que se possa
obter dados suficientes para tirar conclusões válidas;
(b) ela não pode ser aplicada no caso de comporta-
mentos extremamente perigosos, como ameaças de
suicídio; (c) como requer algumas sessões observa-
cionais, as exigências em termos de despesas e mão
de obra podem ser proibitivas.
7. Q: Descreva brevemente como cada uma das três
limitações da análise funcional foi abordada na ten-
tativa de superar essas mesmas limitações. [Nível 2/C]
R: (a) Uma maneira de reduzir o tempo exigido para
a análise funcional é usar apenas uma ou duas re-
petições de cada condição e/ou diminuir a duração
da sessão. Uma segunda opção, se houver suspeita
de reforço sensorial, é empregar uma condição de
isolamento como fase de triagem. Se o comporta-
mento problemático persistir durante o reforço
sensorial, então testes adicionais podem ser omiti-
dos.
(b) Se a análise funcional não for possível porque os
comportamentos problemáticos são extremamente
perigosos, então podem-se procurar comportamen-
tos precursores inócuos aos comportamentos peri-
gosos, fazer uma análise funcional desses precurso-
res e, então, tratar e eliminá-los para verificar se o
comportamento grave também é eliminado.
(c) Quando de um comportamento problemático
raro, em que a análise funcional típica levaria vários
dias ou semanas para ser concluída, esperar que o
comportamento problemático ocorra, momento no
2  Modificação de Comportamento | O Que É e Como Fazer
qual se iniciaria, então, uma análise funcional, po-
deria render resultados significativos.
8. Q: Descreva resumidamente três abordagens de
avaliação funcional, ou seja, três formas de identi-
ficar as variáveis controladoras do comportamento
problemático. [Nível 2/C]
R: (a) Fazer uma série de perguntas relevantes para
pessoas familiares ao cliente, a fim de experimentar
e descbrir os antecedentes e as consequências que
controlam o seu comportamento problemático (uma
avaliação com questionário); (b) Observar o compor-
tamento problemático do cliente em seus contextos
naturais e descrever os antecedentes e as consequ-
ências imediatas (uma avaliação observacional); (c)
Avaliar experimentalmente quais antecedentes e
consequências têm influência direta sobre o com-
portamento problemático de um cliente (uma
análise funcional experimental).
9. Q: Quais são os três indicadores de que um com-
portamento problemático provavelmente esteja
sendo mantido pela atenção social que a ele se se-
gue? [Nível 2/C]
R: (a) A atenção segue de modo confiável o compor-
tamento; (b) o indivíduo olha ou se aproxima de um
cuidador pouco antes de se engajar no comporta-
mento; e (c) o indivíduo sorri pouco antes de se
engajar no comportamento.
10. Q: Quais foram os resultados da análise funcional
das causas das declarações delirantes excessivas
emitidas pelo sr. Jones, e qual foi o tratamento
das declarações delirantes, com base nos resul-
tados da análise funcional? [Nível 2/C]
R: Os resultados obtidos com o sr. Jones mostraram
que afirmações bem mais delirantes ocorreram
na condição de atenção em comparação às
condições de isolamento, demanda ou controle.
Portanto, o tratamento envolveu reforçar o Sr.
Jones com atenção quando ele dizia coisas ra-
zoáveis, mas ignorá-lo por cerca de 10 segundo
quando fazia uma afirmação delirante.
11. Q: Qual a outra denominação para “reforço sen-
sorial” e em qual hipótese se baseia? [Nível 2/C]
R: “Reforço automático”, porque se considera que o
comportamento em si é automaticamente re-
forçado sem produzir nenhuma consequência
que outra pessoa possa detectar ou controlar.
12. Q: Qual é um indicador de que um comportamen-
to problemático está sendo mantido por refor-
ço autoestimulante? [Nível 2/C]
R: O fato de que o comportamento continua não
identificado a uma taxa estável, embora não
tenha efeito evidente sobre outros indivíduos
ou o meio ambiente externo.
13. Q: Descreva como Rincover e Devaney aplicaram
a extinção a um problema que parecia ser man-
tido por reforço autoestimulante. [Nível 2/C]
R: Rincover e Devaney aplicaram a extinção a um
problema de arranhar a face que estava sendo
mantido por reforço sensorial interno positivo,
por meio da eliminação das sensações táteis
produzidas pela arranhadura. As mãos da jovem
menina foram cobertas diariamente com luvas
de borracha, que não a impediam de se arranhar,
porém eliminavam a estimulação sensorial (e o
dano cutâneo). Houve uma diminuição imedia-
ta na frequência das arranhaduras (eliminadas
em 4 dias). O acompanhamento consistiu na
remoção das luvas por 10 minutos ao dia e,
então, por períodos cada vez maiores, até se
tornarem desnecessárias.
14. Q: Qual é um indicador de que um comportamen-
to problemático está sendo reforçado por esti-
mulação sensorial externa não social? Dê um
exemplo que o ilustre. [Nível 3/Ap]
R: O comportamento ainda não diminuiu, embora
pareça não ter consequências sociais sobre nu-
merosas ocasiões. Por exemplo, no caso da
criança que jogou a joia no vaso sanitário e deu
descarga, ela aparentemente gostava de fazê-lo
mesmo quando estava sozinha. Qualquer exem-
plo apropriado é aceitável.
15. Q: Quais foram as duas explicações plausíveis para
o comportamento da criança de jogar joias no
vaso sanitário e dar descarga? [Nível 2/C] Como
o tratamento considerou ambas as possibilida-
des? [Nível 2/C]
R: (a) É possível que o comportamento tenha sido
mantido em virtude de um reforço sensorial
externo positivo (i. e., a aparência da joia giran-
do dentro do vaso sanitário pode ter atuado
como reforçador sensorial). Ele pode ter sido
mantido como uma ligação em uma cadeia
comportamental reforçada pela atenção dispen-
sada pela mãe quando a criança lhe disse sobre
jogar a joia no vaso sanitário e dar descarga. (b)
O tratamento foi responsável por ambas as
possibilidades, no sentido de que estabeleceu
uma nova cadeia incluindo pegar a joia e colocá-
-la em uma jarra na cozinha (em vez de jogá-la
no vaso sanitário), o que produziu um som au-
dível de tilintar como reforçador sensorial, e a
nova cadeia foi altamente reforçada pela aten-
ção materna.
16. Q: Qual é um forte indicador de que um compor-
tamento problemático está sendo mantido como
uma forma de fugir de demandas? [Nível 2/C]
Dê um exemplo que o ilustre. [Nível 3/Ap]
R: O indivíduo se engaja no comportamento somente
quando certos tipos de pedidos lhe são feitos.
Por exemplo, Suzy se tornava autoabusiva quan-
do a equipe lhe pedia para fazer coisas, mas não
quando lhe deixavam sozinha. Outros exemplos
apropriados são aceitáveis.
1R: (a) Remover a função de fuga do comportamento
por meio da continuação das demandas à crian-
ça, até que esta pare de chorar; e (b) ensinar à
criança uma alternativa de comunicar (p. ex.,
erguer a mão) que a tarefa é aversiva e que ela
não quer realizá-la.
 Respostas das questões apresentadas nos capítulos
Capítulo 23  •  Avaliação Funcional de Comportamento Problemático  3
18. Q: Descreva resumidamente como uma análise
funcional indicou que o comportamento auto-
lesivo de Susie provavelmente era mantido por
permitir que ela fugisse dos adultos exigentes.
[Nível 2/C] Como a condição do tratamento
confirmou a análise funcional? [Nível 2/C]
R: No caso de Susie, a equipe comparou diretamente
a frequência de seu autoabuso sob três condi-
ções: (a) quando era seguido da atenção de três
adultos bem intencionados; (b) quando permitia
a Susie fugir de realizar várias tarefas; e (c)
quando não havia consequências programadas.
O autoabuso de Susie era maior quando lhe
possibilitava fugir de uma condição de demanda.
A conclusão de que o comportamento de abuso
dela era mantido por condicionamento de fuga
foi confirmado por meio de um programa de
extinção de fuga. Em vez de recuar diante das
demandas impostas à Susie em seguida às ocor-
rências de autoabuso, a equipe continuou a
requerer que ela atendesse às demandas. Sob
essas condições, o autoabuso diminuiu para
quase zero.
19. Q: Descreva como o reforço sensorial interno ne-
gativo poderia ser a causa de alguns casos de
compulsão alimentar. [Nível 2/C]
R: Pesquisadores forneceram evidência de que alguns
casos de compulsão alimentar podem ser man-
tidos por levarem à diminuição (ao menos
temporariamente) de respostas emocionais de-
sagradáveis.
20. Q: Descreva um exemplo de como o reforço sen-
sorial externo negativo poderia produzir um
comportamento indesejável. [Nível 2/C]
R: Por exemplo, uma criança pode tirar os calçados
repetidas vezes, por estes estarem apertando
demais seus dedos. Qualquer exemplo apropria-
do é aceitável.
21. Q: Quais são os dois indicadores principais de que
um comportamento problemático é um compor-
tamento respondente eliciado por estímulos
prévios vs. um comportamento operante man-
tido por consequências reforçadoras? [Nível 2/C]
Dê um exemplo que ilustre estes indicadores.
[Nível 3/Ap]
R: O comportamento ocorre consistentemente em
determinada situação ou quando há certos es-
tímulos, jamais sendo seguido de qualquer
consequência reforçadora identificável. Um
exemplo poderia ser um indivíduo que, de ma-
neira consistente, mostra sinais de nervosismo
quando lhe fazem uma pergunta em uma ampla
variedade de contextos e de modo independen-
te das consequências de agir assim. Outros
exemplos apropriados são aceitáveis.
22. Q: Descreva os principais componentes no trata-
mento da raiva de Joel. [Nível 2/C]
R: O principal componente no tratamento da raiva de
Joel foi o contracondicionamento. Joel foi ensi-
nado a relaxar, estado no qual lhe apresentavam
um CS para raiva a partir de uma das várias ca-
 
tegorias. Um segundo componente foi que,
junto a cada uma das várias categorias, os CS
que induziram raiva foram organizados em uma
hierarquia desde aqueles que causaram menos
raiva até os que causaram mais raiva, e os con-
tracondicionados em ordem hierárquica.
23. Q: O que é o diagnóstico comportamental? [Nível
2/C] Em que sentido esse termo é mais amplo
do que a avaliação funcional? [Nível 2/C]
R: Os diagnósticos comportamentais compreendem
uma abordagem de avaliação comportamental
em que o terapeuta diagnostica o problema após
examinar os antecedentes e as consequências
do paciente, bem como as variáveis médicas e
nutricionais como potenciais causas dos compor-
tamento problemáticos. Esse conceito é mais
amplo que avaliação funcional não só por incluir
o ambiente externo, como também os fatores
médicos internos.
24. Q: Destaque, em uma frase cada uma, as seis
causas principais de comportamentos proble-
máticos operantes descritas neste capítulo.
[Nível 2/C]
R: Os comportamentos problemáticos podem ser au-
mentados e mantidos por: (a) atenção dos outros
(reforço social positivo)
(b) reforço sensorial interno positivo (autoestimulação
positivamente reforçada)
(c) reforço sensorial externo positivo (consequências
ambientais não sociais externas)
(d) fuga das demandas (reforço social negativo)
(e) fuga de eventos sensoriais internos (reforço senso-
rial interno negativo)
(f) fuga de estímulos sensoriais externos aversivos
(reforço sensorial externo negativo).
Respostas [e Níveis] de Questões
Adicionais
1. Q: Descreva os dois significados do termo análise
funcional do comportamento. [Nível 2/C]
R: Um significado restrito de análise funcional diz
respeito àquele em que o termo se refere à desco-
berta de antecedentes e reforçadores específicos
para um dado comportamento de um indivíduo. Já
seu significado mais amplo consiste em descobrir
cientificamente a relação entre duas variáveis – uma
variável independente e uma dependente.
2. Q: Descreva um princípio comportamental que não
seja condicionamento respondente e que se adeque
ao segundo sentido de análise funcional do com-
portamento. Explique como esse princípio se ajusta
ao segundo sentido, e não ao primeiro. [Nível 4/An]
R: Por exemplo, o princípio da extinção operante es-
tabelece que, em uma dada situação, se um indiví-
duo emitir um comportamento previamente refor-
çado e este não for seguido de um reforçador, então
essa pessoa tenderá menos a emitir o comportamen-
to da próxima vez que encontrar uma situação simi-
lar. Esse princípio se ajusta ao segundo significado
de análise funcional, no sentido de que se refere a
4  Modificação de Comportamento | O Que É e Como Fazer
uma relação existente entre uma variável indepen-
dente (retirada de um reforçador em seguida a uma
resposta) e uma dependente (a resposta diminui). O
princípio não se ajusta ao primeiro significado de
análise funcional, pelo fato de não identificar a re-
tirada de um reforçador em seguida ao comporta-
mento específico de um indivíduo específico que
leva a uma diminuição de tal comportamento. Po-
dem ser usadas afirmações apropriadas para qual-
quer princípio comportamental.
3. Q: Discuta como e por que a abordagem analítica
funcional dos analistas comportamentais aplicados
e terapeutas comportamentais difere da abordagem
usada por muitos psicólogos e psiquiatras tradicio-
nais. [Nível 4/An] Dê um exemplo. [Nível 2/C]
R: Muitos psicólogos e psiquiatras tradicionais enfocam
a forma ou a topografia de um comportamento
problemático, em vez de sua causa. A abordagem
de análise funcional é vantajosa por identificar as
variáveis controladoras de um comportamento
problemático, enquanto a topografia de um com-
portamento em geral diz pouco ou nada sobre a sua
causa. Por exemplo, dois indivíduos podem estar
exibindo comportamento autolesivo similar e, mes-
mo assim, a causa subjacente ser completamente
diferente. A abordagem tradicional provavelmente
levaria ao mesmo tratamento para os dois indivídu-
os, enquanto o tratamento analítico comportamen-
tal para ambos seria diferente, ainda que as topo-
grafias de seus comportame=ntos fossem iguais.
Qualquer exemplo apropriado é aceitável.