Contém:
Todo efeito tem uma causa. Todo efeito inteligente tem uma causa inteligente.
O poder da causa inteligente está na razão da grandeza do efeito.
JANEIRO
À S. A. o Príncipe G. 11
Sr. Adrien, Médium Vidente 20
O Louquinho de Bayonne 25
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Chaudruc-Duclos 35
Diógenes 38
Os Anjos-da-Guarda 41
Uma Noite Esquecida – Frédéric Soulié – (cont.) 43
Aforismos Espíritas 49
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – Aviso 50
FEVEREIRO
Escolhos dos Médiuns 51
Os Agêneres 61
Meu Amigo Hermann 68
Espíritos Barulhentos. Como se Livrar Deles 74
Dissertação de Além-Túmulo – A Infância 77
Correspondência – Carta do Dr. Morhéry 80
Uma Noite Esquecida – Fréderic Soulié – conclusão 82
MARÇO
Estudo Sobre os Médiuns 89
Médiuns Interesseiros 94
Fenômeno de Transfiguração 96
Diatribes 101
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Paul Gaimard 104
Sra. Reynaud 110
Hitoti, Chefe Taitiano 117
Um Espírito Travesso 120
Plínio, o Moço 123
ABRIL
Quadro da Vida Espírita 131
Fraudes Espíritas 143
Problema Moral – Os Canibais 146
A Indústria – Dissertação 149
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Benvenuto Cellini 150
Girard de Codemberg 158
Sr. Poitevin, Aeronauta 160
Pensamentos Poéticos 167
Sonâmbulos Assalariados 168
Aforismos Espíritas e Pensamentos Avulsos 169
Aviso 170
MAIO
Cenas da Vida Privada Espírita 171
Música de Além-Túmulo:
Mozart 187
Chopin 188
Mundos Intermediários ou Transitórios 191
Ligação Entre Espírito e Corpo 193
Refutação de um Artigo do “Univers” 196
O Livro dos Espíritos Entre os Selvagens 208
Aforismos Espíritas e Pensamentos Avulsos 211
JUNHO
O Músculo Estalante 213
Intervenção da Ciência no Espiritismo 225
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Humboldt 232
Goethe 240
O negro pai César 243
Variedades: Princesa de Rébinine 245
JULHO
S.P.E.E. – Discurso de Encerramento do Ano Social 255
Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas 274
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Notícias da Guerra275
O Zuavo de Magenta 276
Um Oficial Morto em Magenta 283
Resposta à Réplica do Abade Chesnel no “Univers” 287
Variedades: Lorde Castlereagh e Bernadotte 290
O Que é o Espiritismo? – Nova obra do Sr. Allan Kardec 294
AGOSTO
Mobiliário de Além-Túmulo 297
Pneumatografia ou Escrita Direta 309
Um Espírito Serviçal 316
O Guia da Sra. Mally 322
Conversas Familiares de Além-Túmulo: Voltaire e Frederico 327
Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas 333
Ao Sr. L..., de Limoges 340
SETEMBRO
Processos para Afastar os Espíritos Maus 341
Confissão de Voltaire 353
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Um Oficial do Exército da Itália362
O General Hoche 364
Morte de um Espírita 368
Tempestades – Papel dos Espíritos nos Fenômenos
Naturais 375
Intimidade de uma Família Espírita 377
Aforismos Espíritas e Pensamentos Avulsos 380
OUTUBRO
Os Milagres 381
O Magnetismo Reconhecido pelo Poder Judiciário 386
Médiuns Inertes 394
Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas 399
Sociedade Espírita no Século XVIII 409
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
O Pai Crépin 412
Sra. E. de Girardin, Médium 416
As Mesas Volantes 419
NOVEMBRO
Deve-se Publicar Tudo Quanto Dizem os Espíritos? 423
Médiuns sem Saber 427
Urânia – Fragmentos de um Poema Espírita 430
Swedenborg 437
A Alma Errante 447
O Espírito e o Jurado 449
Advertências de Além-Túmulo:
O Oficial da Criméia452
Os Convulsionários de Saint-Médard 455
Observação a Propósito da Palavra Milagre 459
Aviso 460
DEZEMBRO
Resposta ao Sr. Oscar Comettant 461
Efeitos da Prece 469
Um Espírito Que Não se Acredita Morto 475
Doutrina da Reencarnação entre os Hindus 480
Conversas Familiares de Além-Túmulo:
Sra. Ida Pfeiffer 483
Privat d'Anglemont 494
Dirkse Lammers 498
Michel François 500
Comunicações Espontâneas obtidas em sessões da Sociedade 502
Um Antigo Carreteiro 510
Boletim da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas 515
Os Convulsionários de Saint-Médard 532
Aforismos Espíritas e Pensamentos Avulsos 534
Nota Explicativa 537
Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
ANO II JANEIRO DE 1859 No 1
À S. A. Príncipe G.
Príncipe,
16
JANEIRO DE 1859
19
R E V I S TA E S P Í R I TA
menos material pode ainda nos dar razão desse fenômeno. Todos
sabemos que a verve de um orador é excitada pela simpatia e pela
atenção do auditório; que, ao contrário, se ele for distraído pelo
barulho, pela desatenção e pela má vontade, seus pensamentos já
não serão livres: dispersam-se, afetando o seu raciocínio. O
Espírito, que é influenciado por um meio absorvente, encontra-se
no mesmo caso: em vez de dirigir-se a um ponto único, sua
irradiação dissemina-se e perde a sua força.
O Louquinho de Bayonne
Em nosso último número dissemos algumas palavras a
respeito dessa estranha manifestação. Tais informações nos tinham
sido dadas de viva voz e muito sucintamente por um de nossos
assinantes, amigo da família onde os fatos ocorreram. Ele nos havia
prometido detalhes mais circunstanciados e devemos à sua cortesia
as informações que nos transmitiu por carta.
23 de abril de 1855.
X – Quem és tu?
Invisível – Sou teu irmão Eliseu.
X – Gostaria de ver-te.
Invisível – Estou diante de ti.
26 de abril.
7 de maio de 1855.
10 de maio de 1855.
16 de maio de 1855.
4 de junho de 1855.
***
1. Evocação.
Resp. – Estou aqui.
23. E a penúltima?
Resp. – Na Terra.
25. Sem nos revelar essa existência, poderíeis dizer que relação
possuía com a que conhecemos, porquanto uma deve ser a conseqüência da
outra?
Resp. – Não exatamente uma conseqüência, mas um
complemento; eu tinha vida infeliz, pelos vícios e defeitos que se
modificaram bastante, antes que viesse animar o corpo que
conhecestes.
26. Poderemos fazer alguma coisa que vos seja útil e agradável?
Resp. – Ah! Pouco; hoje estou muito acima da Terra.
Diógenes
1. Evocação.
Resp. – Ah! Como venho de longe!
Retrato
Os anjos-da-guarda2
Comunicação espontânea obtida pelo Sr. L..., um dos médiuns da Sociedade.
41
R E V I S TA E S P Í R I TA
penosa missão. Sim, onde quer que estejais, estarão convosco. Nem
nos cárceres, nem nos hospitais, nem nos lugares de devassidão,
nem na solidão, estais separados desses amigos a quem não podeis
ver, mas cujo brando influxo vossa alma sente, ao mesmo tempo
que lhes ouve os ponderados conselhos.
Aforismos Espíritas
Sob esse título daremos, de vez em quando,
pensamentos avulsos que em poucas palavras resumirão certos
princípios essenciais do Espiritismo.
Allan Kardec
50
Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
ANO II FEVEREIRO DE 1859 No 2
haverem vencido aquele que se julgava forte. Foi assim que vimos
aniquilarem-se e perderem-se as mais preciosas faculdades que, sem
isso, se teriam tornado os mais poderosos e úteis auxiliares.
Os Agêneres
Já nos referimos diversas vezes à teoria das aparições.
Em nosso último número a recordamos, a propósito dos estranhos
fenômenos que relatamos. Para melhor compreensão do que se
segue, rogamos aos nossos leitores que a eles se reportem.
7. Podem procriar?
Resp. – Deus não o permitiria. Seria contrário às leis
que estabeleceu na Terra e elas não podem ser derrogadas.
Dissertação de Além-Túmulo
A INFÂNCIA
Comunicação espontânea do Sr. Nélo, Médium, lida na
Sociedade em 14 de janeiro de 1859.
Mas não foi apenas por elas que Deus lhes deu esse
aspecto; foi também e sobretudo por seus pais, cujo amor é
necessário à sua fraqueza; e esse amor seria singularmente
enfraquecido à vista de um caráter intolerante e impertinente, ao
passo que, supondo os filhos bons e meigos, dão-lhes toda a sua
afeição e os cercam das mais delicadas atenções. Mas quando as
crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que
lhes foi prodigalizada durante quinze ou vinte anos, seu caráter real
e individual reaparece em toda a sua nudez: permanece bom, se for
fundamentalmente bom, mas se irisa sempre de matizes que se
ocultavam na primeira infância.
meio esse novo ser, que vem com paixões completamente diversas
das que possuís, com inclinações e gostos inteiramente opostos aos
vossos? Como quereríeis que se incorporassem em vossas fileiras
de modo diferente do que Deus o quis, isto é, pelo crivo da
infância? Aí se vêm confundir todos os pensamentos, todos os
caracteres, todas as verdades de seres engendrados por essa
multidão de esferas onde se desenvolvem as criaturas. Vós mesmos,
ao morrer, vos encontrais numa espécie de infância, em meio a
novos irmãos. E, em nova existência fora da Terra, ignorais os
hábitos, os costumes e as relações desse mundo tão novo para vós;
manejareis com dificuldade uma língua que não estais habituados a
falar, língua mais viva do que o vosso pensamento atual.
Correspondência
Loudéac, 20 de dezembro de 1858.
81
R E V I S TA E S P Í R I TA
VII
FIM
Allan Kardec
88
Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
ANO II MARÇO DE 1859 No 3
90
MARÇO DE 1859
lhes desconheciam as regras. Isso vem provar uma vez mais que os
Espíritos têm livre-arbítrio e que é inútil tentar submetê-los aos
nossos caprichos.
Médiuns Interesseiros
Em nosso artigo sobre os escolhos dos médiuns
colocamos a cupidez no rol dos defeitos que podem dar guarida
aos Espíritos imperfeitos. Alguns desenvolvimentos sobre esse
assunto não serão inúteis. É preciso colocar na linha de frente dos
médiuns interesseiros aqueles que poderiam fazer de sua faculdade
uma profissão, dando o que se denomina de consultas ou sessões
remuneradas. Não os conhecemos, pelo menos na França, mas
como tudo pode tornar-se objeto de exploração, nada haveria de
surpreendente em que um dia quisessem explorar os Espíritos.
Resta saber como eles enfrentariam o fato, caso se tentasse
introduzir uma tal especulação. Mesmo parcialmente iniciado no
Espiritismo, compreende-se quanto seria aviltante semelhante
especulação; entretanto, quem quer que conheça um pouco as
difíceis situações enfrentadas pelos Espíritos para se comunicarem
conosco, sabe quão pouco é necessário para os afastar, assim como
conhece sua repulsa por tudo quanto represente interesse egoísta;
por isso, jamais poderão admitir que os Espíritos superiores se
submetam ao capricho do primeiro que os venha evocar, em tal ou
qual hora; o simples bom-senso repele essa suposição. Não seria
também uma profanação evocar o pai, a mãe, o filho ou um amigo
por semelhante meio? Sem dúvida pode-se obter comunicações
deste modo, mas só Deus sabe de que procedência! Os Espíritos
levianos, mentirosos, travessos, zombadores e toda a corja de
Espíritos inferiores vêm sempre; estão sempre dispostos a
responder a tudo. Outro dia São Luís nos dizia, na Sociedade:
Evocai um rochedo e ele vos responderá. Aquele que deseja
comunicações sérias deve, antes de tudo, instruir-se sobre a
natureza das simpatias do médium com os seres de além-túmulo.
Ora, aquelas que são dadas mediante pagamento não podem
inspirar senão uma confiança bem medíocre.
Fenômeno de Transfiguração
Extraímos o seguinte fato de uma carta que nos foi
escrita em setembro de 1857, por um de nossos correspondentes
de Saint-Etienne. Após referir-se a diversas comunicações de que
foi testemunha, acrescenta:
100
MARÇO DE 1859
Diatribes
Certamente algumas pessoas esperam encontrar aqui
uma resposta a certos ataques pouco respeitosos, dos quais a
Sociedade, nós pessoalmente, e os partidários do Espiritismo, em
geral, temos sido vítimas nos últimos tempos. Pedimos que se
reportem ao artigo sobre a polêmica espírita, que encabeça o nosso
número de novembro último, em que fizemos profissão de fé a esse
101
R E V I S TA E S P Í R I TA
úteis, no limite das forças que Deus nos concedeu. Por mais
modesta seja a nossa posição, contentamo-nos com aquilo que para
muitos seria mediocridade; não ambicionamos posição, nem
honras, nem fortuna; não procuramos o mundo nem os seus
prazeres; o que não podemos ter não nos causa nenhum desgosto
e o vemos com a mais completa indiferença. Visto não fazerem
parte de nossos gostos, não invejamos aqueles que possuem tais
vantagens, se vantagens há, o que aos nossos olhos é um problema,
porquanto os prazeres efêmeros deste mundo não asseguram
melhor lugar no outro; pelo contrário. Nossa vida é toda de labor
e de estudo e consagramos ao trabalho até os momentos de
repouso. Aí nada há que cause inveja. Como tantos outros,
trazemos a nossa pedra ao edifício que se levanta; entretanto,
coraríamos se disso fizéssemos um degrau para alcançar o que quer
que fosse. Que outros tragam mais pedras que nós; que outros
trabalhem tanto e melhor que nós e os veremos com sincera
alegria. O que queremos, antes de tudo, é o triunfo da verdade,
venha de onde vier, pois não temos a pretensão de ver sozinho a
luz; se disso deve resultar alguma glória, o campo a todos está
aberto e estenderemos a mão a quantos nesta rude caminhada nos
seguirem com lealdade, abnegação e sem segundas intenções
particulares.
1. Evocação.
Resp. – Eis-me aqui. Que desejas?
por sua calma e por sua firmeza ele soube livrar-se das garras de
uma tribo de antropófagos que o haviam surpreendido no interior
de uma ilha da Oceania.
Sardou
SRA. REYNAUD
1. Evocação.
Resp. – Eis-me aqui. O que desejais de mim?
1. Evocação.
Resp. – Que quereis?
UM ESPÍRITO TRAVESSO
1. Evocação.
Resp. – Que queres de mim?
10. Isso não tem relação com o que me foi dito pelos
Espíritos superiores.
Resp. – Fui mandado à tua casa e já conheces a razão.
Estás satisfeito?
Plínio, o Moço
CARTA DE PLÍNIO, O MOÇO, A SURA – LIVRO VII – CARTA 27
1. Evocação.
Resp. – Falai; eu responderei.
Allan Kardec
129
Revista Espírita
Jornal de Estudos Psicológicos
ANO II ABRIL DE 1859 No 4