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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

RODRIGO LUIS DE MORAIS ALVES

CONCRETO PRODUZIDO COM RESÍDUOS DE


PAVIMENTO ASFÁLTICO

NATAL-RN
2017
Rodrigo Luis de Morais Alves

Concreto produzido com resíduos de pavimento asfáltico

Trabalho de Conclusão de Curso na modalidade


Artigo Científico, submetido ao Departamento
de Engenharia Civil da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos necessários para obtenção do Título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Paulo Alysson Brilhante


Faheina de Souza

Natal-RN
2017
Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN
Sistema de Bibliotecas – SISBI
Catalogação da Publicação na Fonte - Biblioteca Central Zila Mamede

Alves, Rodrigo Luis de Morais.


Concreto produzido com resíduo de pavimento asfáltico / Rodrigo Luis de
Morais Alves. - 2017.
17 f. : il.

Monografia (graduação) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte,


Centro de Tecnologia, Curso de Graduação em Engenharia Civil. Natal, RN,
2017.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Alysson Brilhante Faheina de Souza.

1. Concreto - Monografia. 2. Pavimentação - Monografia. 3. Resíduo -


Monografia. 4. Sustentabilidade - Monografia. I. Souza, Paulo Alysson
Brilhante Faheina de. II. Título.

RN/UF/BCZM CDU 691.32


Rodrigo Luis de Morais Alves

Concreto produzido com resíduos de pavimento asfáltico

Trabalho de conclusão de curso na modalidade


Artigo Científico, submetido ao Departamento
de Engenharia Civil da Universidade Federal
do Rio Grande do Norte como parte dos
requisitos necessários para obtenção do título
de Bacharel em Engenharia Civil.

Aprovado em 23 de novembro de 2017:

___________________________________________________
Prof. Dr. Paulo Alysson B. F. de Souza – Orientador

___________________________________________________
Prof. Dr. Leonardo Flamarion Marques Chaves – Examinador interno

___________________________________________________
Eng. Marx Daniel Mendonça Oliveira – Examinador externo

Natal-RN
2017
RESUMO

A preocupação com o meio ambiente vem se tornando cada vez maior, no ramo da
construção civil mais ainda, levando em conta a forte ligação entre as duas áreas. Portanto,
justifica-se o interesse por pesquisas que visem a sustentabilidade na construção civil. Com
isso, o presente estudo procura analisar os efeitos da incorporação de resíduo de pavimentação
asfáltica na produção de concreto. Tal resíduo é produzido em larga escala mediante a
necessidade de escavação de ruas e avenidas pavimentadas. A partir das escavações realizadas
em Natal/RN, o material foi coletado e britado para incorporação no concreto. Foram
produzidos seis traços de concreto, substituindo os agregados graúdos e miúdos por resíduo de
asfalto em percentuais de 0% a 100%, com variação de 20%. Foram avaliadas a trabalhabilidade
e a resistência à compressão axial, sendo esses ensaios realizados no laboratório de materiais
de construção da UFRN, tendo como base as normas da ABNT. Verificou-se que com o
aumento da concentração do resíduo de asfalto houve diminuição da trabalhabilidade e da
resistência do concreto. No entanto, essa substituição torna-se viável na produção de artefatos
de concreto que não demandem grandes resistências, tendo em vista que haverá um benefício
ecológico com o reaproveitamento do material asfáltico extraído das ruas.

Palavras-chave: Concreto. Pavimentação. Resíduo. Sustentabilidade.

ABSTRACT

The concern with the environment is becoming more and more, in the construction
industry even more, taking into account the strong connection between the two areas. Therefore,
the interest for research aimed at sustainability in civil construction is justified. Thus, the
present study aims to analyze the effects of the incorporation of asphalt pavement residue in
concrete production. Such waste is produced on a large scale through the necessity of
excavating streets and paved avenues. From the excavations carried out in Natal / RN, the
material was collected and crushed for incorporation in the concrete. Six traces of concrete were
produced, replacing the large and small aggregates by asphalt residue in percentages from 0%
to 100%, with a variation of 20%. The workability and the axial compressive strength were
evaluated, being these tests realized in the laboratory of construction materials of the UFRN,
based on the norms of the ABNT. It was verified that with the increase of the concentration of
the asphalt residue there was decrease of the workability and the resistance of the concrete.
However, this substitution becomes feasible in the production of concrete artifacts that do not
require great resistance, since there will be an ecological benefit with the reuse of the asphalt
material extracted from the streets.

Keywords: Concrete. Paving. Residue. Sustainability.


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1. INTRODUÇÃO

A indústria da construção civil é imprescindível para o desenvolvimento da sociedade,


uma vez que é produtora de habitações e da infraestrutura urbana. Devido a isso, é também a
uma grande consumidora de serviços e materiais. A utilização desses materiais traz à tona
assuntos recorrentes, como a discussão sobre o elevado consumo de recursos naturais.
Segundo John e Ângulo (2004), a construção civil chega a consumir de 15% a 50% dos
recursos naturais do planeta.
O concreto é o principal material utilizado pela indústria da construção e apresenta um
enorme potencial para absorver materiais alternativos provenientes de rejeitos industriais e
resíduos da construção, como: aglomerante, adição, finos ou agregados (METHA E
MONTEIRO, 1994). A NBR 12655 (ABNT, 2015) define concreto como um material formado
pela mistura homogênea de cimento, agregado miúdo e graúdo e água, com ou sem a
incorporação de componentes minoritários (aditivos químicos, pigmentos, metacaulim, sílica
ativa e outros materiais pozolânicos) que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da
pasta de cimento (cimento e água).
Os agregados constituem um componente importante no concreto, contribuindo com
cerca de 80% do peso e 20% do custo de concreto estrutural sem aditivos, de fck da ordem de
15 Mpa (BAUER, 2000). Com essa elevada porcentagem na massa de concreto e a possibilidade
de absorver agregados reciclados, o concreto se mostra uma alternativa relevante tanto na
questão ambiental, quanto na questão econômica.
Resíduos provenientes de obras demolidas e de processos metalúrgicos estão entre os
mais pesquisados e estão começando a serem utilizados na prática (SOUZA, 2007). Todavia, a
utilização de resíduos de pavimento asfáltico (RPA) no concreto se mostra um campo pouco
explorado, mesmo este sendo considerado como resíduos reutilizáveis ou recicláveis como
agregados, ou seja, os resíduos provenientes de pavimentação são classificados como de classe
A, segundo a resolução nº 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, art. 3º.
Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, o grande volume de resíduo de pavimento
asfáltico (RPA) - gerado devido às obras de saneamento realizadas pela Companhia de Águas
e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) em diversas zonas da cidade em frentes
simultâneas - está levantando questionamentos sobre suas possíveis maneiras de utilização. A
maior parte do material é destinada a aterros, não sendo estudado suas características e
possibilidades, como já começa a ser feito com os resíduos de construção e demolição (RCD),
por exemplo, em várias regiões do país.
A incorporação do RPA (resíduo de pavimento asfáltico) em concreto destina o material
de maneira ecologicamente responsável e agrega valor ao material.
Entretanto, conforme (PERA, 1996), para que um produto seja aceito no mercado, sem
restrições, é necessário conhecer muito bem o seu desempenho físico, químico e potencial de
utilização. No caso de resíduos é preciso avaliar também a possibilidade de impactos que
possam ser causados por ocasião do seu beneficiamento.
Assim, o presente trabalho tem como objetivo avaliar o comportamento mecânico do
concreto com substituição de agregados naturais por agregados reciclados provenientes de
resíduo de pavimento asfáltico, ou seja, analisar a influência nas principais propriedades do
concreto fresco e endurecido. De maneira específica visa caracterizar o resíduo; observar a
influência da substituição dos agregados pelo resíduo na consistência do concreto; medir a
resistência à compressão axial do concreto para as diferentes concentrações de resíduo em
diferentes idades.

* Autor: Rodrigo Luis de Morais Alves, Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
* Orientador: Paulo Alysson Brilhante Faheina de Souza, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), Dr.
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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. Agregados
Os agregados são materiais granulares, geralmente inertes, constituídos de partículas
com dimensões adequadas para as obras de engenharia. São amplamente utilizados como
material de enchimento inerte no concreto, ocupando cerca de 80% do volume total deste.
(Neville, 1997).
Os agregados podem ser classificados segundo suas dimensões, devido a elevada
diferenciação no comportamento, é a classificação mais difundida caracterizando-os como
agregados graúdos ou miúdos. É assim que a NBR 7211(ABNT,2009) o faz, e os define das
seguintes maneiras:
• Agregados graúdos: agregado cujos grãos passam pela peneira com
abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de
4,75 mm.
• Agregados miúdos: agregado cujos grãos passam pela peneira com
abertura de malha de 4,75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de
150 µm.
Podem ser classificados também por sua origem, podendo ser natural, artificial,
reciclado. Os reciclados são definidos como Material granular obtido de processos de
reciclagem de rejeitos ou subprodutos da produção industrial, mineração ou construção ou
demolição da construção civil, incluindo agregados recuperados de concreto fresco por
lavagem, para uso como agregado, conforme a NBR 9935(ABNT, 2011).
Outra classificação é de acordo com a massa específica, podendo o agregado ser leve,
médio ou pesado. Esta classificação é importante para a produção de concretos especiais, como
concretos leves, utilizados para produção de blocos para isolamento térmico, ou concreto
pesado, cuja principal aplicação está na indústria da energia atômica. Habitualmente se utiliza
agregados com massa específica média por serem os mais abundantemente encontrados na
natureza (SOUZA, 2007).
As propriedades do agregado são muito importantes, pois suas características
influenciam diretamente nas propriedades do concreto no estado fresco e endurecido. A
composição granulométrica, que é obtido pelo ensaio de peneiramento descrito na NBR NM
248 (ABNT, 2003), fornece importantes parâmetros: curva granulométrica que categorizará o
agregado, o módulo de finura importante na definição da quantidade de água a ser utilizada, a
dimensão máxima do agregado também é obtida nesse ensaio. Outras características
importantes são as massas específicas real que é a relação entre a massa do agregado seco e seu
volume, excluindo os poros permeáveis vide NBR NM 53 (ABNT, 2009), e a massa unitária
que é a relação entre a massa do agregado e o volume ocupado pelo mesmo, vide NBR NM 45
(ABNT, 2009).

2.2. Concreto

Na composição do concreto, utiliza-se tradicionalmente areia e pedra britada, como


agregado miúdo e agregado graúdo, respectivamente. O agregado miúdo atua na composição
do cimento favorecendo a coesão, enquanto que a principal função do agregado graúdo é
contribuir para a resistência mecânica. Um quarto componente pode integrar a composição
típica do concreto: o aditivo, que consiste numa substância química incorporada à massa em
pequenos teores, cujo objetivo é melhor as propriedades do concreto fresco e/ou endurecido
(SOUZA,2007).
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O concreto fresco possui como propriedades a trabalhabilidade, a consistência, a coesão


e a exsudação.
A American Society for Testing and Materials (ASTM) define, ainda, a trabalhabilidade
como sendo a propriedade como sendo a propriedade que determina o esforço necessário, para
manusear certa quantidade de concreto fresco com menor perda de homogeneidade, nos
processos de lançamento, adensamento e acabamento (METHA; MONTEIRO, 1994).
A consistência é uma propriedade que representa o grau de umidade do concreto,
intimamente relacionado com o grau de plasticidade da massa. A consistência é um dos
principais fatores que influencia a trabalhabilidade. A consistência depende principalmente da
quantidade de água da mistura. Aumentando a quantidade de água, a mistura fresca se torna
mais mole, mais plástica, mais trabalhável (GIAMMUSSO, 1992)
O concreto endurecido possui algumas propriedades relevantes para a pesquisa, são
elas: resistência à compressão axial, massa específica.
No concreto, denomina-se massa específica a massa da unidade de volume, incluindo
os vazios. Com relação ais valores dessas massas, destaca-se que esses variam entre 2.000
Kg/m³ a 2.800 Kg/m³ (PETRUCCI, 1978).
A resistência a compressão é a tensão necessária para causar a ruptura do material, ou
seja, é a tensão máxima que um dado concreto pode suportar sem entrar em colapso (MEHTA;
MONTEIRO, 2008)

2.3. Resíduo de pavimento asfáltico

Conforme definido na Resolução nº 307 do CONAMA: resíduos da construção civil são


os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e
os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos,
concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros,
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc.,
comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha.
A resolução ainda classifica esses resíduos, o resíduo de pavimento asfáltico se enquadra
na definição da classe A, que é: são os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como agregados,
tais como: a) de construção, demolição, reformas e reparos de pavimentação e de outras obras
de infraestrutura, inclusive solos provenientes de terraplanagem; b) de construção, demolição,
reformas e reparos de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, blocos, telhas, placas de
revestimento etc.), argamassa e concreto; c) de processo de fabricação e/ou demolição de peças
pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, meio-fio etc.) produzidas nos canteiros de obras.
No que se refere a origem, esse material vem das ruas do município de Nata, capital
norte Riograndense, devido as obras da CAERN, empresa geradora do resíduo e, portanto,
responsável pela sua destinação, para esse fim uma outra empresa foi contratada, tornando-se
responsável por esse processo.
A LOCMIX Ambiental, localizada no município de Parnamirim/RN, é especializada em
gestão de resíduos, locação e engenharia é a responsável pela coleta do material e sua destinação
final. A empresa é sólida no mercado e atende todas as exigências legais e normativas para
execução desse tipo de serviço.

3. MATERIAS E MÉTODOS – METODOLOGIA

3.1. Materiais

O cimento utilizado para a produção do concreto estudado foi o cimento CP II 32 Z RS,


único lote escolha por estar presente no comercio da região e ser utilizado em larga escala nas
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obras de construção civil. Foi utilizada água potável fornecida pela Companhia de Águas e
Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN)
Os agregados naturais utilizados foram submetidos a ensaio de massa específica
segundo as normas NBR 9776 (ABNT,1987) NBR NM 53(ABNT,2009), e massa unitária
seguindo os preceitos da NBR NM 45 (ABNT,2006).
O resíduo de pavimento asfáltico (RPA) foi doado pela LOCMIX Ambiental em um
total de aproximadamente 250 kg de material. Ele foi coletado de maneira natural em placas
nas ruas da cidade de Natal/RN, passa por uma triagem para retiradas de materiais estranhos
e/ou que possam ser danosos aos equipamentos e as pessoas, suas dimensões foram reduzidas
pelo britador da empresa, a seleção do material se deu de forma aleatória por considerar a
possibilidade do emprego do material em larga escala. Em laboratório houve a separação por
peneiramento peneiras 4,8mm e 50 mm, para separação do material em agregados miúdo e
graúdo, e eliminação de impurezas. Os agregados provenientes do RPA (resíduo de pavimento
asfáltico) foram submetidos a ensaio de massa específica real - NBR 9776 (ABNT,1987) e NBR
NM 53(ABNT,2009) - massa unitária NBR NM 45 (ABNT,2006) e composição granulométrica
NBR NM 248 (ABNT, 2003).
O material miúdo coletado apresentou-se com características homogêneas em análise
tátil-visual. Já o agregado graúdo apresenta variações em sua coloração e impurezas por conter
resíduos variados, como cerâmicas e cacos de telha por exemplo, provenientes do local de
coleta.
Para a produção dos concretos os agregados naturais e os agregados de RPA (resíduo
de pavimento asfáltico) foram secos em estufa por um período mínimo de 24 horas.

3.2. Métodos

Para a produção do concreto foi utilizado a proporção (traço) de 1:2:3 com relação
água/cimento de 0,60 nas seis misturas utilizadas, uma utilizada como referência e cinco com
diferentes porcentagens de substituição de agregado miúdo e graúdo natural por agregado
miúdo e graúdo proveniente do resíduo de pavimento asfáltico. O traço utilizado foi escolhido
por ser de uso recorrente na construção civil, pois é de simples execução e fornece um concreto
de boa qualidade. O concreto produzido com o traço de referência, que serve como base para
análise comparativa com os outros concretos, é constituído apenas por cimento Portland, areia
natural, brita natural e água. As demais produções foram feitas com a substituição de 20%,
40%, 60%, 80% e 100% em volume de agregados pelo agregado proveniente de resíduo de
pavimento asfáltico. Exposição dos traços na Tabela 1:

Tabela 1 – Formulação dos traços


Concreto Traço Traço do Fator Volume de Volume de
do concreto a/c agregado miúdo agregado graúdo
concreto aumentado (l) (l)
(Kg) Natural/RPA Natural/RPA
C-0% (REF.) 1:2:3 4:8:12 0,6 5,33/0,00 8,28/0,00
C-20% 1:2:3 4:8:12 0,6 4,26/1,06 6,62/1,66
C-40% 1:2:3 4:8:12 0,6 3,20/2,13 4,97/3,31
C-60% 1:2:3 4:8:12 0,6 2,13/3,20 3,31/4,97
C-80% 1:2:3 4:8:12 0,6 1,06/4,26 1,66/6,62
C-100% 1:2:3 4:8:12 0,6 0,00/5,33 0,00/8,28
Fonte: Autor, 2017

O concreto foi produzido de maneira manual seguindo o seguinte passo a passo:


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a) Em superfície plana e impermeabilizada mistura-se a seco o agregado miúdo


natural, quando houver adição de RPA (resíduo de pavimento asfáltico) a parcela
de agregado miúdo deverá ser inserida nesse passo, e cimento, de maneira a obter-
se coloração uniforme;
b) Adiciona-se e mistura-se o agregado graúdo, quando houver adição de RPA
(resíduo de pavimento asfáltico) a parcela de agregado graúdo deverá ser inserida
nesse passo;
c) Forma-se uma cratera, onde é colocada a água de amassamento e continua-se a
misturar até que o concreto adquira uma homogeneidade compatível com o
processo;
d) O concreto fresco é colocado em carrinho de mão, previamente tratado a fim de
evitar a absorção da água de amassamento por ele.
No concreto fresco foi realizado o ensaio de tronco de cone (slump test) segundo NBR
NM 67 (ABNT, 1998).
Os corpos de prova cilíndricos de 10 cm de diâmetro por 20 cm de altura, foram
produzidos num total de 7 para cada traço, totalizando 42 corpos de prova. Sendo 6 para ensaios
de resistência a compressão aos 7 e 28 dias. O corpo de prova restante foi considerado para a
reserva.
Os corpos de prova foram desmoldados após 24 horas em repouso e colocados no
processo de cura por imersão segundo a NBR 5738 (ABNT, 2015) de 7 a 28 dias, resultante do
tipo do ensaio.
O ensaio de resistência à compressão foi realizado aos 7 e 28 dias, segundo a norma
NBR 5739 (ABNT, 2007). Os corpos de prova foram capeados com enxofre, com o objetivo
de regularizar a superfície de carregamento das amostras e assegurar uma maior confiabilidade
nos resultados do ensaio.
Foi realizado também a pesagem dos corpos de prova e a verificação de medidas com
paquímetro para obtenção de suas massas específicas.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1. Agregados

4.1.1. Agregado miúdo


A areia trata-se de um agregado miúdo passante na peneira da série Normal
de 4,78 mm, com massa específica de 2,60 g/cm³ e massa unitária de 1,45 g/cm³,
diâmetro máximo de 2,4mm e módulo de finura de 1,73. Antes de sua utilização a
mesma foi submetida a secagem em estufa a 110ºC por período de 24 horas.

4.1.2. Agregado graúdo

A brita trata-se de um agregado graúdo passante na peneira da série Normal


de 75 mm, com massa específica de 2,64g/cm³ e massa unitária de 1,38 g/cm³,
diâmetro máximo de 19 mm. Antes de sua utilização a mesma foi submetida a
secagem em estufa a 110ºC por período de 24 horas.
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4.2. Resíduo de pavimento asfáltico

4.2.1. Agregado miúdo

Como observado na composição granulométrica do agregado miúdo de


RPA (resíduo de pavimento asfáltico) (figura 1), a distribuição granulométrica se
deu de forma contínua. O diâmetro máximo é de 4,8 mm e um modulo de finura
igual a 3,36. Para esse material a massa específica real foi 2,16 g/cm³ e a massa
especifica unitária é igual a 1,31 g/cm³.
No que se refere ao agregado miúdo de RPA (resíduo de pavimento
asfáltico) ele em muito se assemelha aos agregados utilizados em larga escala,
como a areia, que apresenta valores em torno de 2,6 g/cm³ e 1,5 g/cm³ para massa
especifica real e unitária, respectivamente, se apresentando ainda um pouco mais
leve do que esse.
Segundo a NBR 7211 (ABNT, 2009), a amostra do resíduo apresentou
resultados que variam entre a zonas ótimas dos limites inferiores e superiores como
material de construção. O diâmetro máximo e o módulo de finura se assemelham
ao de uma areia média-grossa

Figura 1 – Curva granulométrica agregado miúdo de RPA (resíduo de


pavimento asfáltico)

Fonte: Autor, 2017.

4.2.2. Agregado graúdo.

Com a composição granulométrica apresentada na figura 2 sua faixa


mostrou-se pouco graduada, tendendo a se caracterizar como uma faixa uniforme.
Obteve-se um diâmetro máximo igual a 25 mm e um módulo de finura de 4,02. A
massa específica real e unitária encontrada foi 2,42 g/cm³ e 1,18 g/cm³
respectivamente.
Quando comparado as britas o material possui uma redução de valores da
massa especifica real e aparente, entretanto em muito se assemelha aos valores de
britas recicladas de RCD (resíduo de construção e demolição).
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Quanto aos limites da composição granulométrica, segundo a NBR 7211


(ABNT, 2009), o material se enquadrou na zona 9,5/25, apesar de apresentar faixas
que se enquadrariam como de zona granulométrica 4,75/12,5.

Figura 2 – Curva granulométrica do agregado graúdo de RPA (resíduo


de pavimento asfáltico)

Fonte: Autor, 2017.

4.3. Consistência

O comportamento plástico do concreto fresco é apresentado na figura 3 evidenciando a


perda de trabalhabilidade à medida que é feita a substituição dos agregados naturais pelos
agregados de RPA (resíduo de pavimento asfáltico). A perda se dá de forma significativa com
a inserção do material no concreto como pode-se observar numa comparação entre os traços
REF. e o C-20%, diferente do que ocorre anteriormente e sucessivamente, o abatimento pouco
se altera entre o C-20% e C-40%. Já entre os traços C-40% e C-80% o comportamento mostra-
se quase que linear, e possui maior inclinação, ou seja, é onde ocorre a maior diminuição da
trabalhabilidade por substituição de agregados. Para uma substituição de 100% dos agregados,
o abatimento é nulo evidenciando a carência de água para o traço.
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Figura 3 – Gráfico de abatimento de tronco de cone dos tipos de traços

Fonte: Autor, 2017.

4.4. Massa específica do concreto

O gráfico mostrado na figura 4, permite destacar a diminuição da massa específica do


concreto a medida que o material é substituído seguindo uma linha de tendência, a não ser para
o traço C-40% que teve uma pequena variação em comparação ao traço C-20%.

Figura 4 – Gráfico densidade médias dos corpos de prova para tipos de traço

Fonte: Autor, 2017.


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4.5. Resistência à compressão axial

O ensaio de resistência à compressão axial foi realizado nos corpos-de-prova aos 7 e 28


dias, os resultados se deram conforme mostra a figura 6. Pode-se observar que houve uma certa
constância no crescimento da resistência entre os 7 e os 28 dias, com valores numa faixa entre
20% e 25%, para todos os traços, inclusive o traço de referência. Esse crescimento está próximo
ao crescimento esperado, que é para concretos simples próximo a 30% nesse período. Existe
uma pequena diferença entre o concreto C-20% e o C-40%, que se assemelham a diferença de
resistência entre o C-60% e o C-80%, uma maior diferença é observada entre o C-0% e o C-
20%, assim como entre o C-40% e o C-60%, e o C-80% e C-100%.

Figura 6 – Gráfico de resistência à compressão aos 7 e 28 dias do concreto com


diferentes porcentagens de substituição

Fonte: Autor, 2017.

4.6. Linha de ruptura

Pôde-se observar que a linha de ruptura no concreto passava por agregados graúdos e
que estes encontravam-se rompidos (figura 5), evidenciando sua baixa resistência, ou pelo
menos uma resistência inferior à da massa do concreto.
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Figura 5 – corpo de prova rompido

Fonte: Autor, 2017

5. CONCLUSÃO

O objetivo geral da pesquisa foi avaliar o comportamento do concreto produzido com


resíduos de pavimento asfáltico, com a finalidade de apresentar uma alternativa de utilização
de agregados reciclados.
Se tratando das propriedades do concreto no estado fresco, as análises realizadas neste
estudo demonstraram que a incorporação do RPA (resíduo de pavimento asfáltico) no concreto
diminui a plasticidade, e, portanto, sua trabalhabilidade. Esta redução é gradativa com o
aumento dos teores de incorporação do resíduo devido a diminuição das dimensões do agregado
graúdo e a absorção do material, que resultam num maior consumo de água.
A massa especifica no concreto endurecido sofreu uma redução considerável,
entretanto, não o suficiente para tornar o concreto normal em um concreto leve. Logo, o
concreto continua a ser classificado como concreto normal, segundo a NBR 12655 (ABNT,
2015).
Com a linha de ruptura passando pelo agregado graúdo, necessita um maior estudo do
agregado, a fim de obtenção de informações quanto a sua resistência através do ensaio de
abrasão “Los Angeles”.
A incorporação do RPA (resíduo de pavimento asfáltico) no concreto diminui a
resistência à compressão e a redução dessa resistência é maior com o aumento dos teores de
adição do RPA (resíduo de pavimento asfáltico). Não sendo uma alternativa viável para
concretos com finalidades estruturais ou que necessitem uma resistência elevada. Todavia, pode
ser utilizado em concretos que não demandem grandes resistências como em concretos não
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estruturais, os concretos utilizados para execução de artefatos, tendo em vista que haverá um
benefício ecológico com o reaproveitamento do material asfáltico extraído das ruas.
Foi percebido a alterações significativas nas propriedades do concreto a partir da
inserção do RPA (resíduo de pavimento asfáltico) com 20% de substituição, entretanto há uma
pequena variação entre essa taxa de substituição e a de 40%, quando comparadas com as
demais. Sendo assim, a proporção mais interessante para trabalho e utilização em larga escala
seria a de 40%, pois insere um volume considerável do resíduo sem grandes alterações quando
comparados com os valores de menores substituições.
Contudo, o trabalho obtido se mostrou satisfatório pela obtenção das informações e
resultados, e ampliou ainda mais o conhecimento sobre resíduos reciclados e/ou reaproveitados,
os provenientes de pavimento asfáltico mais especificamente. Porém, o material ainda necessita
de mais estudos, assim como as diferentes formas de aplicação, uma sugestão é a incorporação
dos agregados miúdos e graúdos do RPA (resíduo de pavimento asfáltico) de forma isolada no
concreto, e esse primeiro em argamassas.

AGRADECIMENTOS

Principais agradecimentos às seguintes instituições e pessoas, sem as quais o presente


trabalho teria sido impossível. Ao Laboratório de Materiais de Construção pela receptividade,
apoio técnico e administrativo; Ao Técnico Sandro R. S. Andrade pela incessante colaboração;
Aos bolsistas envolvidos na pesquisa pela incessante colaboração.
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REFERÊNCIAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004 – Resíduos sólidos:


classificação. Rio de Janeiro, 2004.

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12655 – Concreto de cimento


Portland — Preparo, controle, recebimento e aceitação — Procedimento. Rio de Janeiro, 2015.

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