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CONTABILIDADE

E. S. T. G. F.

SOLICITADORIA

Docentes:

Amélia Carvalho
Nuno Ferreira

PROGRAMA DE CONTABILIDADE

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Custos e operações com pessoal
- Conceitos
- Contribuições, impostos e outros encargos sobre remunerações
-O processo escritural dos custos com o pessoal e assimilados.
- Remunerações; encargos, subsídios, indemnizações e honorários
-
Estado e outros entes públicos:

- Breve enfoque sobre IRS, IRC, IVA

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4
1.Fundamentos da Contabilidade

Evolução e o papel da Contabilidade

Qual o seu papel no passado?

Surge com a necessidade de preencher deficiências de memória.


Classificação e registo lembrariam as variações de determinadas
grandezas.
Utilizada com meio de prova entre partes discordantes.
Papel de natureza jurídico.

Qual o seu papel no presente?


Fonte de informação.
Regista factos patrimoniais existentes.
Dá-nos a posição devedora/credora da empresa.
Composição e valor do património.
Origem e causa dos encargos e rendimentos.
Natureza e importância dos resultados...........

5
História da Contabilidade

O período moderno foi a fase da pré-ciência. Devem ser


citados eventos importantes que ocorreram neste período,
tal como a descoberta da América em 1492 e do Brasil
em 1500, o que representou um enorme potencial de
riquezas para alguns países europeus.

“A Contabilidade tornou-se uma necessidade para se


estabelecer o controlo das inúmeras riquezas que o Novo
Mundo representava.”

O aparecimento da obra de Frei Luca Pacioli,


contemporâneo de Leonardo da Vinci, que viveu na
Toscana, no século XV, marca o início da fase moderna
da Contabilidade.

História da Contabilidade

FREI LUCA PACIOLI


Pacioli foi matemático, teólogo, contabilista
entre outras profissões.
Considerado o pai da Contabilidade

... escreveu Tratactus de Computis et Scripturis


(Contabilidade por Partidas Dobradas), publicado em 1494, enfatizando
que a teoria contabilistica do débito e do crédito corresponde à teoria dos
números positivos e negativos.

Deixou muitas obras, destacando-se a aritmética, geometria,


proporcionalidade, na qual está inserido o seu tratado sobre Contabilidade
e Escrituração.

6
História da Contabilidade

O ensino de contabilidade e administração em Portugal,


remonta ao tempo do Rei D. José I.

Com efeito, foi criada, pelo Marquês de Pombal em


19/05/1759, a "Aula do Comércio", com a finalidade de
formar indivíduos competentes para a organização de
negócios.

Funções da Contabilidade

Registo dos factos patrimoniais que alteram o património


(através do tratamento contabilístico dado aos documentos)

Controlo da actividade económica da empresa


(através de cálculos de rentabilidade , solvabilidade e
autonomia)

Avaliação dos bens produzidos ou armazenados


(com a ajuda da contabilidade interna)

Análise dos resultados obtidos


(através dos mapas fornecidos pela contabilidade)

Previsão futura da situação económico-financeira


(através de elementos necessários para os orçamentos)

7
Noção de Contabilidade

Strictu Sensu / Latu Sensu

Strictu Sensu : Escrituração; Técnica de Registo do


Património; Composição e Valor do Património

Latu Sensu: Processos descritivo-quantitativo dos


factos de gestão; Quantifica os factos patrimoniais

Livros Obrigatórios
SOCIEDADES COMERCIAIS
Os livros obrigatórios para as sociedades por quotas, em nome
colectivo e em comandita simples:
– Inventário e Balanços (selado)
– Diário (selado)
– Razão (selado)
– Actas (selado)
– Livro de registo de vendas a prestações, se for caso disso

Sociedades Anónimas:
– Inventário e Balanços (selado)
– Diário (selado)
– Razão (selado)
– Balancetes do razão (selado)
– Balancetes de contas correntes (selado)
– Livro de registo de acções (não selado)
– Livro de registo de obrigações (não selado)
– Livros de actas para:
– Assembleia Geral (selado) –Conselho de Administração (selado)
– Conselho fiscal (selado)

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• A informação financeira é um elemento do processo de
tomada de decisões económicas e da envolvente
económica.

• A IF é um elemento determinante no processo de


tomada de decisão;
• Essencial para o funcionamento dos mercados;

•A utilidade da IF é condicionada pela rapidez com que é


difundida
- OPORTUNIDADE
- ECONOMICIDADE
- INTERACTIVIDADE
- COMODIDADE

-No POC as Características da Informação Financeira :

RELEVÂNCIA
COMPARABILIDADE
FIABILIDADE
+ Conceitos + Princípios + Normas Adequadas
=
I . V. A.

- No Código do Valores Mobiliários (CVM)


* Características da IF (art.º 7.º):
COMPLETA
VERDADEIRA
ACTUAL
CLARA
OBJECTIVA
LÍCITA

9
Características da Informação Financeira
O ponto 3.2. do POC refere que
“A qualidade essencial da informação financeira
proporcionada pelas demonstrações financeiras é a de
que seja compreensível aos utentes”
sendo a sua utilidade determinada pelas seguintes
características:
Relevância ; Fiabilidade; Comparabilidade.

A Estrutura Conceptual para a Preparação e


Apresentação das Demonstrações Financeiras, do
IASB, refere que “as características qualitativas são
atributos que tornam a informação proporcionada nas
demonstrações financeiras útil aos utentes. O IASB
indica quatro características qualitativas são a
compreensibilidade, a relevância, a fiabilidade e a
comparabilidade.”

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INFORMAÇÃO FINANCEIRA

RELEVÂNCIA

A informação deve influenciar as decisões económicas dos utentes.


Ajuda os utentes na avaliação de eventos passados, presentes ou futuros
ou confirmando, ou corrigindo, as avaliações efectuadas no passado.
Relevância: natureza e materialidade
Há factos ou situações que são relevantes por si só, independentemente
da sua materialidade.
Outras que apenas são relevantes pela sua materialidade

FIABILIDADE
A informação deve estar isenta de erros materiais e preconceitos
i) representem fidedignamente os resultados e a posição financeira da
empresa;
ii) reflictam a substância económica de eventos e não meramente a forma
legal;
iii) sejam neutras, isto é que estejam isentas de preconceitos;
iv) sejam prudentes;
v) sejam completas em todos os aspectos materialmente relevantes

COMPARABILIDADE
A informação deve ser comparável no tempo e no espaço (com outras
empresas)
•O desempenho é melhor que o do ano passado (tempo)?
•O desempenho é melhor do que os das outras empresas ou os do sector
(espaço)?

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2. Normalização Contabilística

Normalização Contabilística
- Com o grande desenvolvimento do comércio internacional e a
inter-relação entre as empresas

necessidade de compreensão entre as unidades


produtivas.

Assenta em:
Informação obtidas a partir de métodos e procedimentos
conhecidos e aceites por todas as unidades, para
elaborarem documentos susceptíveis de interpretação e
comparação.

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Organismos que contribuíram para o processo de
Harmonização Contabilista Internacional :

IASC (International Accounting Standards Committee)


Deu origem ao:
IASB (International Accounting Standards Board)
- Emissão de normas contabilistas internacionais NIC

IFAC (International Federation of Accountants)


- Auditorias

OCDE (Org. Coop. e Desenv. Eco.).

ONU (Org. Nações unidas)

CCE (Comissão Comunidades Europeias)

O IASB foi precedido pelo IASC, que operou de 1973 até


2001.
IASC foi fundado em junho 1973 em consequência de um
acordo de organismos contabilísticos da Austrália,
Canadá, França, Alemanha, Japão, México, os Países
Baixos, o Reino Unido e o Irlanda e os Estados Unidos, e
estes países constituíram o quadro formal do IASC.
As actividades profissionais foram organizadas e
orientadas pelo International Federation of Accountants
(IFAC) em 1977.

Em 1981, IASC e IFAC concordaram que IASC teria a


autonomia completa em ajustar os padrões internacionais
de contabilidade. Esta ligação da sociedade foi
interrompida em maio 2000 quando a constituição do
IASC foi mudado e reorganizado.

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IASB (International Accounting Standards Board) organismo gere as
Normas de Internacionais de Contabilidade, sediado no Reino
Unido tem tido vários esforços na harmonização mundial.

A União Européia, numa conferência em Bruxelas em 1990, aderiu


ao IASB (denominado como IASC até março de 2001),
delegando a este organismo a exclusividade das iniciativas em
busca da uniformização contabilística.

Quase sempre são feitas incursões abrangendo a OMC


(Organização Mundial do Comércio), procurando globalizar
profissões, tendo como primeiro objectivo a Contabilidade.

Debate-se o rumo ou direcção das nossas empresas, que sonham


lançar seus Valores Mobiliários nos Estados Unidos, como outras
tantas já o fizeram, com a possibilidade de aceder ao excelente
mercado de capitais dos Estados Unidos. Para isso, os relatórios
contabilisticos precisam estar de acordo com os Princípios
Contabilisticos Geralmente Aceites nos Estados Unidos (USGAAP
- United States Generally Accepted Accounting Principles).

Na Contabilidade Interna a normalização é utópica pois


não há receitas únicas para todas as empresas.

Mas na Externa é necessário uma definição de um


conjuntos de princípios e critérios na contabilidade para
todas as entidades.

Regras:
Nomenclatura das contas (quadro de contas).
Valorização de elementos.
Regras de movimentação.
Determinação de resultados.
Princípios contabilísticos.
Demonstrações financeiras.
Critérios de Valorimetria ...Etc.

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♦ Comissão de Normalização Contabilística criada em 1977
♦ Aprovação e Publicação do POC em 1977 (até aqui só as
Seguradoras e Bancos tinham normalização Contabilista)
♦ Adesão de Portugal na Comunidade Europeia
cumprimento da 4ª ,7ª e 8ª Directivas do Conselho.
- Harmonizar a apresentação, preparação, auditoria e
publicidade das sociedades.
- Contas Consolidadas.
- Habilitação dos ROC`s.
- Código de Contas , Balanço e Demonstração Resultados
- Obrigação de Contabilidade Organizada

Vantagens
• Para a empresa uma análise económico-financeira dos
dados, quotas de mercado, estruturas de custos e
proveitos.

• Regras de procedimentos para os profissionais.

• Critérios válidos das estatísticas para o entendimento da


economia.

• Fácil controlo dos elementos fiscais.

• Linguagem comum para a comunidade.

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HARMONIZAÇÃO CONTABILÍSTICA

É uma necessidade imperiosa actual

Questões prévias a equacionar:

Diferentes culturas dos países;


Diferentes sistemas económicos, políticos e jurídicos;
Grau de (in)dependência da contabilidade face à
fiscalidade.

Movimentos de diversos países da UE no sentido da


adopção dos IAS

3. Conceitos Básicos da Contabilidade


e
Estrutura Conceptual

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Conceitos Básicos
Património : Bens, Direitos e Obrigações
Património = Σ bens e direitos- Σ obrigações
Capital Próprio = Activo – Passivo

Conta : Conjunto de elementos patrimoniais


com características semelhantes, expressas
em unidade de valor.
Tem um Título que dá a conhecer a natureza
e função dos elementos nela agrupados.

Inventário:
Inventário Documento com elementos
patrimoniais quantificados, datados e
valorados.

Conceitos Básicos
Balanço:
Balanço Igualdade entre dois membros,
numa data representando o património duma
empresa em composição e valor.

Variações Patrimoniais:
Patrimoniais Património em
constante mutação *
- Permutativas ou qualitativas: Alterações
da composição do património.
- Modificativas ou quantitativas:
Alterações na composição e no valor.
Demonstração de Resultados:
Resultados
R.L.E = Proveitos – Custos

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BALANÇO - É um quadro (mapa, gráfico, etc.) onde é
demonstrada a situação económico/financeira da
empresa na data a que o balanço diz respeito.

O balanço avalia a riqueza, isto é, o valor da empresa,


mas não demonstra o seu resultado, apenas o
apresenta em valor total, sendo a sua demonstração
feita num outro documento chamado «demonstração
de resultados».
O balanço é composto por duas partes, que se
encontram sempre em equilíbrio:
Activo = Capital Próprio + Passivo

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Situação Patrimonial
A > P => S.L.Activa A= P + S.L.Activa

A < P => S.L.Passiva P= A + S.L.Passiva

A = P => S.L.Nula A=P+O

Título Activo

Débito Crédito Ei -

Passivo / Capital Próprio Resultados

- Ei Custos Proveitos

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Exemplo nº 1

Levantamento do Caixa de 500 € para depósito no Banco

11 Caixa 12 Depósitos à Ordem


500 € 500 €

Exemplo nº 2

Pagamento a um fornecedor através de Cheque uma divida de 1000 €

22 Fornecedores 12 Depósitos à Ordem


1000 € 1000 €

Equação Fundamental da Contabilidade

A = P + CP

A + SLP = P + SLA

1º Membro 2º Membro
do Balanço do Balanço

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Registo Contabilístico

Sistema de Partidas Dobradas ou Digráfico


Σ dos Débitos = Σ dos Créditos
Saldos Credores = Saldos Devedores

Fórmulas Digráficas dos Factos Patrimoniais:


- Uma conta devedora e uma credora
- Uma conta devedora e várias credoras
- Várias devedoras e uma credora
- Várias devedoras e várias credoras

Natureza dos Movimentos

Abertura Valores iniciais das contas


Lançamentos de Abertura:
Correntes Registo de operações durante o exercício
Lançamentos Correntes:
Estorno Rectificação de contas nas omissões,
Lançamentos de Estorno:
duplicações e erros
Lançamentos de Regularização:
Regularização Rectifica saldos que não
correspondem à realidade, realizados antes do fim do exercício
económico
Apuramento Transferir saldos de
Lançamentos de Transferência e Apuramento:
custos e proveitos e apurar resultados
Encerramento Fechar as contas que apresentam
Lançamentos de Encerramento:
saldos após o apuramento e balanço
Reabertura As existências finais do ano anterior são
Lançamentos de Reabertura:
transformadas em existências iniciais do exercício seguinte

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Grupos Homogéneos Classe P.O.C
( Nova Versão )

1 Disponibilidades
Contas de Balanço 2 Terceiros
3 Existências
4 Imobilizações
5 Capital, Reservas e
Resultados

Contas de Resultados 6 Custos e Perdas


7 Proveitos e Ganhos
8 Resultados

Outras Contas 9 Contabilidade de Custos


0 Livre

Composição do Balanço

IMOBILIZADO (Activo Fixo)


ACTIVO Existências
CIRCULANTE Dividas de Terceiros
Disponibilidades

DIVIDAS A TERCEIROS CURTO PRAZO


PASSIVO
DIVIDAS A TERCEIROS MÉDIO E LONGO PRAZO

INICIAL
CAPITAL
PRÓPRIO Em Exercícios Anteriores
ADQUIRIDO
No Exercício

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ACTIVO - Conjunto dos bens e direitos que a entidade possui. O Activo poderá ser
dividido de acordo com várias ópticas:
Activo Bruto e Activo Líquido
Activo Fixo e Activo Circulante
Disponibilidades + Existências + Dívidas de Terceiros + Imobilizações

ACTIVO BRUTO - No activo bruto os valores dos diversos bens e direitos são
registados ao custo histórico, ou seja, sem qualquer correcção ao valor inicial
excepto no caso dos imobilizados que podem já Ter sido alvo de reavaliação.

ACTIVO LÍQUIDO - No activo líquido os valores dos bens e direitos são registados
registados líquidos das amortizações e das provisões.

Activo Bruto - (Amortizações + Ajustamentos) = Activo Líquido

ACTIVO FIXO - É parte do activo formada pelos valores que se encontram


imobilizados, ou seja, que não entram no ciclo de exploração servindo apenas para
apoiar a actividade da empresa. Estão neste caso os Imobilizados.

ACTIVO CIRCULANTE - São os outros activos que não os fixos, ou sejam: As


disponibilidades; as dívidas de terceiros as existências. Este nome advêm do facto
de estes três grupos se relacionarem num circulo fechado.

Balanço
Activo Capital Próprio
R.L.E

Passivo
Demonstração de Resultados
Custos Operacionais Proveitos Operacionais
Custos e Perdas Proveitos e Ganhos
Financeiros Financeiros
Custos e Perdas Proveitos e Ganhos
Extraordinários Extraordinários
R.L.E

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CLASSIFICAÇÃO DO BALANÇO

- Disposição : Horizontal e Vertical

- Classificação quanto à :

Elaboração: Fundação, Liquidação, Gestão (rle; património)

Especialização: Inicial, Final/Ordinário,


Intermédio/ Extraordinário

Natureza: Histórico, Previsional (estimativas)

Estrutura: Sintético e Analítico

O balanço patrimonial - Numa óptica patrimonial, o balanço é uma


síntese que descreve, no final de cada exercício, a situação patrimonial
da empresa, relevando os seus bens e direitos no activo, as suas
obrigações para com terceiros no passivo e as obrigações para com os
sócios na situação líquida (capitais próprios).

O balanço financeiro – Numa perspectiva financeira, o activo


representa as aplicações dos fundos disponíveis; o capital próprio e o
passivo representam as origens de fundos aplicados no activo.

O Activo descreve bens e direitos da empresa financiados por capitais


alheios - passivo - e por capitais próprios.
O Passivo representa os recursos postos à sua disposição por terceiros
- os credores.
Os Capitais Próprios representam os fundos disponibilizados pelos
sócios da empresa.
Na data do encerramento, o balanço descreve no 1º membro os
recursos da empresa e no 2º membro, a origem e a situação dos fundos
vindos dos seus sócios e credores.

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Existem 3 técnicas de análise das DF:

A ANÁLISE ESTÁTICA pode ser feita com base num único balanço, ou a
partir de vários balanços consecutivos. A comparação de balanços
sucessivos designa-se, frequentemente, por análise estática comparativa.

A ANÁLISE DINÂMICA é suportada na análise de fluxos financeiros. A


comparação de 2 balanços consecutivos, na medida em que identifica
fluxos, permite análises dinâmicas, mas não esgota, nem sequer é o seu
suporte mais representativo.

A DR, a DOAF e a DFC, na medida em que registam fluxos, são os


documentos base da análise dinâmica.

Os RÁCIOS representam relações entre rubricas das demonstrações


financeiras; a técnica dos rácios é das mais utilizadas na análise
económica das empresas, estabelecendo a sua evolução no tempo e
comparando o seu desempenho em relação a outras empresas.

Custo: São consumos e utilizações de bens e serviços,


independentemente da sua aquisição.

Despesa: São obrigações de carácter financeiro,


aquisições de bens e serviços, independentemente do
seu pagamento ou consumo.

Pagamento: Realização financeira

Proveito: Produção de bens ou serviços


independentemente da sua venda.

Receita: são direitos de caracter financeiro, vendas de


bens ou serviços independentemente do seu
recebimento ou formação.

Recebimento: Realização financeira

25
4. Demonstrações Financeiras

Demonstrações Financeiras
A denominação de DF não é consensual surgindo na
literatura contabilística outras expressões como
demonstrações contabilísticas, peças finais, mapas finais,
demonstrações contabilístico-financeiras, documentos de
síntese, documentos de prestação de contas.

Análise no POC
As DF, previstas no POC, são:
- Balanço (dois modelos + consolidado);
- Demonstração dos resultados por natureza (dois modelos
+ consolidado);
- Demonstração dos resultados por funções;
- ABDR (dois modelos);
- Demonstração das variações dos fundos circulantes.
A DC n.º 14 acrescenta a demonstração dos fluxos de
caixa e o anexo à demonstração dos fluxos de caixa.

26
O DL n.º 410/89 estipula no seu artigo 3.º que:
“As empresas reguladas pelo Código Comercial, EIRL; S.A
;sociedades por quotas, e as cooperativas que, à data do
encerramento das contas, não tenham ultrapassado dois
dos três limites referidos no artigo 262.º do CSC poderão
apresentar somente os modelos menos desenvolvidos de
indicados no POC.

Artigo 262.º do CSC:


As sociedades que não tiverem conselho fiscal devem
designar um ROC para proceder à revisão legal desde
que, durante dois anos consecutivos, sejam ultrapassados
dois dos três seguintes limites:
a) Total do balanço: 1 500 000€;
b) Total das vendas líqu.e outros proveitos:3.000.000€;
c) Número de trabalhadores empregados em média
durante o exercício: 50

PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS

OS PCGA E A DC N.º 18 DA CNC:

HIERARQUIA
1.º Os constantes do POC
2.º Os constantes das DC
3.º Os constantes das normas internacionais do IASB

C - No POC

Referenciados no Capítulo 4
São SETE (7) a saber:

27
PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
CONTINUIDADE
“Considera-se que a empresa opera continuadamente, com duração
ilimitada. Desta forma entende-se que a empresa não tem intenção nem
necessidade de entrar em liquidação ou de reduzir significativamente o
volume das suas operações.”
Exemplo: Uma empresa “A” lançou uma campanha de marketing com um
impacto de 3 anos, segundo a sua estimativa. Assim deverá reconhecer
esta despesa como um custo plurianual (3 anos)

CONSISTÊNCIA
“Considera-se que a empresa não altera as suas políticas contabilísticas
de um exercício para o outro. se o fizer e a alteração tiver efeitos
materialmente relevantes, esta deve ser referida de acordo com o anexo.”

Exemplo: Os critérios de valorimetria devem ser os mesmos de exercício


para exercício e indicados na nota 3 do ABDR. Caso estes sejam
alterados deve-se fazer constar na nota 1 do Anexo.
.

PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
CUSTO HISTÓRICO
“Os registos contabilísticos devem basear-se em custos de aquisição ou
de produção, quer em unidades monetárias nominais, quer em unidades
monetárias constantes.”

Exemplo: Aquisição de um móvel por 500 €. É este valor que constará na


contabilidade.

ESPECIALIZAÇÃO (OU DO ACRÉSCIMO)


“Os proveitos e os custos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos,
independentemente do seu recebimento ou pagamento, devendo incluir-
se nas demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.”

Exemplo: Pagamento de um seguro automóvel respeitantes ao período


1/5/n a 30/4/n+1, no valor de 600 €. Na contabilidade referente ao ano n
deverá constar o valor respeitante a 8 meses – 400€. Os restantes 200
devem ser diferidos para o ano seguinte.

28
PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
PRUDÊNCIA : “Significa que é possível integrar nas contas um grau de
precaução ao fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza
sem, contudo, permitir a criação de reservas ocultas ou provisões
excessivas ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por defeito
ou de passivos e custos por excesso. Devem também ser reconhecidas as
responsabilidades incorridas no período em causa ou anterior, mesmo que
tais responsabilidades se tornem patentes entre a data a que reporta o
balanço e a data em que este é elaborado ”

Exemplo: A empresa X adquiriu em 5/11/n um lote de 100 acções a


250€/cada, com intenção de vender logo que fosse adequado. Em 31/12/n
o valor de mercado de cada uma dessas acções era de 235€. Na
contabilidade, referente a 31/12/ n, deverá constar o valor de mercado das
acções.
Deve-se fazer-se um ajustamento no valor de (250-235)*100 = 150 €.

Este principio remete-nos para a distinção entre Provisão e Ajustamento

PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS

O DL n.º 35 /2005 de 17 de Fevereiro que permitiu a transposição da


Directiva 2003/51/CE e que visa dar aos E.M a possibilidade de permitir ou
exigir a aplicação de reavaliações e do justo valor em consonância com a
evolução a nível internacional.
Provisões: têm por objecto reconhecer as responsabilidades cuja
natureza esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de
ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor e data. O
montante das Provisões não podem ultrapassar as necessidades. As
provisões não podem ter por objectivo corrigir os valores dos elementos
Activos.
Os Activos devem ser apresentados pelo respectivo valor em obediência
aos critérios valorimétricos subjacentes pelo que não é adequado
apresentá-los ao custo histórico abatido de “provisões” que traduzem
diferenças para o justo valor. Deverão ser apresentados aos valores
líquidos de correcções.
Ajustamentos: reconhecimento das diferenças entre as quantias
registadas a custo histórico e as decorrentes da avaliação a preço de
mercado se inferior àquele.

29
PRINCÍPIOS CONTABILÍSTICOS
SUBSTÂNCIA SOBRE A FORMA
“As operações devem ser contabilizadas atendendo à sua substância
e à realidade financeira e não apenas à sua forma legal.”
Exemplo: A empresa X adquiriu um computador, em regime de
locação financeira. De acordo com este princípio o computador deverá
ser contabilizado como um activo.

MATERIALIDADE
“As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos
que sejam relevantes e que possam afectar avaliações ou decisões
pelos utentes interessados.”

Exemplo: Em 31/12/n existe em material de escritório (lápis, canetas,


borrachas) 200 euros, de acordo com o princípio da especialização
dos exercícios este valor deveria ser diferido para o ano seguinte. Mas
de acordo com o princípio da materialidade a administração pode optar
por não fazer na medida em que não é materialmente relevante.

Para além dos princípios que se encontram explicitamente


definidos no POC, se atenderemos às DF verifica-se a
aplicação de outros princípios como:

Recuperação do custo das existências


As existências devem ser quantificadas no Balanço pelo
custo de recuperação na venda ou consumo.
Identidade
Os activos e passivos da empresa devem ser destacados
dos bens que pertencem a outras entidades – empresas ou
detentores de capital.
Não compensação de saldos
Devem ser apresentados os débitos e créditos efectivos e
não os correspondentes saldos.
Correspondência de balanços sucessivos
Os valores de abertura de um Balanço correspondem ao
encerramento do Balanço do período anterior.

30
A PREPARAÇÃO DE DF
As DF`s servem para representar :
- Posição Financeira
- Desempenho
- Fluxos de Caixa
- Item 2.11 do POC -
Na apresentação das demonstrações financeiras não se
torna necessária a inclusão dos códigos da CEE e do POC,
nem das contas que não apresentem saldos.
Também se considera suficiente que, nessa apresentação,
as quantias sejam indicadas em euros, sem fracções.
As demonstrações financeiras anuais podem também ser
apresentadas euros.

A PREPARAÇÃO DE DF
ALGUNS ASPECTOS PRÁTICOS DE ELABORAÇÃO
– Não compensação de saldos (v.g., Estado, D.O.)
– Saldos atípicos devedores no Activo e credores no Passivo
(v.g., clientes, fornecedores)
– Referência à expressão dos valores (v.g. milhares de euros)
– Dar a conhecer a ligação entre os elementos do balanço e as notas.
– Substituir N e N-1 pelo ano de referência e anterior;

31
A PREPARAÇÃO DE DF
Análise no POC
Demonstração Resultados por Natureza 3 MODELOS:

• Demonstração dos Resultados


• Demonstração dos Resultados (art.º 3.º do DL 410/89, de 21/11) – art.º
262.º, n.º 2 do CSC
• Demonstração Consolidada dos Resultados

• Demonstração dos Resultados por Funções – DL 44/99, 12/2

Aspectos práticos:
– Referência à expressão dos valores (v.g. milhares de euros)
– Dar a conhecer a ligação entre os elementos da DR e as notas.

A PREPARAÇÃO DE DF
CONTEÚDO E DIVISÃO DO A.B.D.R.
Dois tipos de ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS
RESULTADOS:
Anexo Desenvolvido – Contém 48 notas numeradas de 1 a 48
Anexo Abreviado (empresas que não atinjam dois dos limites previstos no
art.º262.º do CSC) – Mantém a numeração de 1 a 48. Porém, há 15 notas
não susceptíveis de serem preenchidas (n.os 8, 9, 16, 18, 19, 20, 21, 26,
27, 33, 36, 37, 44, 45 e 46)

NOTAS:
1 e 2 - sobre os princípios contabilísticos em geral
3 a 5 - sobre os critérios valorimétricos em geral
6 a 40 - sobre o balanço
41 a 46 - sobre a demonstração dos resultados
47 - sobre informações exigidas por diplomas legais
48 - sobre outras informações consideradas relevantes para melhor
compreensão da situação financeira e dos resultados

32
A PREPARAÇÃO DE DF
A IMPORTÂNCIA DO Anexo ao Balanço e à DR

- FUNÇÃO DE COMPLEMENTARIEDADE

- É OBRIGATÓRIO FACE AO POC

- É UM DOCUMENTO SOBRE O QUAL O ROC EMITE O SEU


PARECER SOB A FORMA DE "CERTIFICAÇÃO (LEGAL) DAS
CONTAS"

- É UM DOCUMENTO SUJEITO A REGISTO (ART.º 42.º DO CRC)

- É UM DOS DOCUMENTOS A CONSTAR DO DOSSIER FISCAL


(P 359/00, 20/6)

Demonstrações dos fluxos de caixa;


A Demonstração de Fluxos de Caixa é um mapa de fluxos que releva a entradas
e as saídas de caixa, durante um exercício e é estruturada em 3 actividades –
Operacionais, Investimento e Financiamento.
As demonstrações de fluxos de caixa podem ser apresentadas por 2 métodos
alternativos: pelo Método Directo e pelo Método Indirecto.

Pelo método directo, a DFC descreve os valores brutos dos principais


componentes dos recebimentos e pagamentos; estes valores são obtidos a partir
dos registos da contabilidade, por 2 vias alternativas:
• Adopção de rúbricas apropriadas em subsistemas contabilísticos criados
para esse efeito;
• Ajustamento das rúbricas de demonstração de resultados.

Pelo método indirecto, o resultado líquido do exercício é corrigido de forma a


serem eliminados os custos e os proveitos que não determinaram saídas e entradas
de dinheiro, respectivamente.

33
Demonstrações dos fluxos de caixa;

A DFC regista a Origem dos Recebimentos e o Destino dos Pagamentos


realizados numa empresa durante um determinado período de tempo (em geral
um ano ou um semestre). Ou seja, a forma como a empresa gera e utiliza o
dinheiro num dado intervalo de tempo.

• As demonstrações financeiras – DR, DOAF e DFC são demonstrações de


fluxos financeiros.

• A DR, a DOAF e a DFC, na medida em que registam fluxos, são os


documentos base da análise dinâmica suportada na análise de fluxos financeiros.

• A DFC regista os recebimentos e pagamentos realizados num período temporal,


facultando informação numa perspectiva diferente. Não representa, por isso,
uma alternativa ao DOAF.

Demonstrações dos Fluxos de Caixa;


MÉTODO DIRECTO MÉTODO INDIRECTO

34
Demonstração de Alterações dos Capitais Próprios
• Uma empresa deve apresentar, como um componente separado das suas
demonstrações financeiras, uma demonstração que mostre:
mostre
(a) O resultado líquido do período;
(b) Cada item de rendimento e de gasto, de ganho ou de perda que seja
reconhecido directamente no capital próprio.
(c) Alterações de políticas contabilísticas e a correcção de erros
fundamentais descritos nos tratamentos de referência da IAS.

• Deve apresentar, quer nesta demonstração quer nas notas:


(a)Transacções de capitais com proprietários e distribuição a
proprietários;
(b) O saldo de lucros ou perdas acumulados no início do período e à data
do balanço, e os movimentos do período;
(c) Uma reconciliação entre a quantia escriturada de cada classe de
capital próprio, e prémios de acções e de cada reserva no início e no fim
do período, divulgando separadamente cada movimento.

As alterações no capital próprio de uma empresa entre duas datas do balanço


reflectem o aumento ou diminuição nos seus activos líquidos ou riqueza durante o
período.

Demonstração de Alterações dos Capitais Próprios


Capital Prémios Reserva de Reserva de Lucro
por acções de acções Revalorização Transposição Acumulado Total
Saldo em 31/12/N X X X (X) X X
Alterações nas políticas contabilísticas (X) (X)
Saldo reexpresso X X X (X) X X
Excedentes de revalorização de propriedades X X
Défice na revalorização de investimentos (X) (X)
Diferenças de transposição monetárias (X) (X)
Ganhos e perdas líquidos não reconhecidos na DR X (X) X
Lucro líquido do período X X
Dividendos (X) (X)
Emissão de capital acções X X X
Saldo em 31/12/N+1 X X X (X) X X
Défice de revalorização de propriedades (X) (X)
Excedente na revalorização de investimentos X X
Diferenças de transposição monetárias (X) (X)
Ganhos e perdas líquidos não reconhecidos na DR (X) (X) (X)
Lucro líquido do período X X
Dividendos (X) (X)
Emissão de capital acções X X X
Saldo em 31/12/N+2 X X X (X) X X

N N-1
Excedentes/(défice) na revalorização de propriedades (X) X
Excedentes/(défice) na revalorização de investimentos X (X)
Diferenças de câmbio na transposição das DF de
entidades estrangeiras (X) (X)
Ganhos líquidos não reconhecidos na DR X X
Lucro líquido do período X X
Total de ganhos e de perdas reconhecidos X X
Efeito de alterações nas políticas contabilísticas (X)

35
Relato intercalar;

Um relatório financeiro intercalar é um relatório financeiro que contém um conjunto


completo e condensado de demonstrações financeiras relativas a um período mais
curto do que um ano financeiro completo de uma empresa, aplica-se lhe for exigido que
publique um relatório financeiro intercalar de acordo com as Normas Internacionais de
Contabilidade.

Relatório Financeiro Intercalar :


- Proporciona uma actualização do último conjunto de demonstrações financeiras anuais.
- Dá ênfase a novas actividades, acontecimentos e circunstâncias mas não duplica
informação previamente relatada.
- O seu conteúdo mínimo passa por divulgações, os princípios contabilísticos de
reconhecimento e de mensuração que devam ser aplicados.
- A frequência de relato de uma empresa — anual, semestral, ou trimestral —não deve
afectar a mensuração dos seus resultados anuais.

A IAS 1 define um conjunto completo de demonstrações financeiras:


(a) balanço;
(b) demonstração dos resultados;
(c) Demonstração das alterações no capital próprio;
(d) demonstração de fluxos de caixa;
(e) políticas contabilísticas e notas explicativas.

Mudanças nas políticas contabilísticas;


• Os utentes necessitam de poder comparar as demonstrações financeiras de uma
empresa ao longo de um período de tempo para identificar tendências na sua posição
financeira, no seu desempenho e nos seus fluxos de caixa. Por isso, em cada período,
são normalmente adoptadas as mesmas políticas contabilísticas.

• Uma alteração na política contabilística só deve ser feita se for exigida por estatuto, ou
por uma organização de normalização contabilística, ou ainda se a alteração resultar
numa apresentação mais apropriada de acontecimentos ou transacções nas
demonstrações financeiras da empresa.

36
Acontecimentos que ocorrem após a data do balanço
Acontecimentos após a data do balanço são aqueles acontecimentos, não só
favoráveis mas também desfavoráveis, que ocorram entre a data do
balanço e a data em que as demonstrações financeiras forem autorizadas
para emissão.

Podem ser identificados dois tipos de acontecimentos:

(a) aqueles que proporcionem prova de condições que existiam à data do


balanço (acontecimentos após a data do balanço que dão lugar a
ajustamentos).

(b) aqueles que sejam indicativos de condições que sugiram após a data do
balanço (acontecimentos após a data do balanço que não dão lugar a
ajustamentos).

Acontecimentos que ocorrem após a data do balanço


_Exemplos

(a) uma importante concentração de actividades empresariais após a data do balanço ou


a alienação de uma importante subsidiária;
(b) anúncio de um plano para descontinuar uma unidade operacional, alienação de
activos ou liquidação de passivos atribuíveis a uma unidade operacional em
descontinuação ou celebrar acordos vinculativos para vender tais activos ou liquidar
tais passivos ;
(c) compras e alienações importantes de activos, ou expropriações de activos
importantes pelo governo;
(d) a destruição por um incêndio de uma importante instalação de produção após a data
do balanço;
(e) anúncio, ou início de implementação, de uma reestruturação importante (ver IAS 37,
Provisões, Passivos Contingentes e Activos Contigentes);
(f) alterações após a data do balanço nas suas demonstrações financeiras
anormalmente grandes em preços de activos ou taxas de câmbio;
(g) alterações em taxas fiscais ou leis fiscais decretadas ou anunciadas após a data do
balanço que tenham um efeito significativo (ver a IAS 12, Impostos sobre o
rendimento);
(h) celebrar compromissos significativos ou passivos contigentes, por exemplo, pela
emissão de garantias significativas; e
(i) iniciar litígios importantes que provenham unicamente de acontecimentos que
ocorreram após a data do balanço.

37
5. O Plano Oficial de Contas
Estudo das Contas

11 - Caixa: Inclui os meios de pagamento, tais como notas


de banco e moedas metálicas de curso legal, cheques e
vales postais, nacionais ou estrangeiros.

119 - Transferências de caixa: Relativamente às


empresas que utilizem várias subcontas de caixa, prevê-se
o uso desta conta para as transferências entre elas.

12 - Depósitos à ordem: Respeita aos meios de


pagamento existentes em contas à vista nas instituições de
crédito.

13 - Depósitos a prazo;

14 - Outros depósitos bancários: As operações a incluir


nestas contas serão estabelecidas de acordo com a
legislação bancária. (P.e. depósitos de garantia)

38
Caixa - O saldo de caixa em 31/Dez na contabilidade, deve
conferir, como é lógico, com a existência física em "cofre"
As disponibilidades em moeda estrangeira são expressas no
balanço do final do exercício ao câmbio em vigor nessa data.

Regularizações de caixa
• Sobras e falhas de Caixa – O ajuste de caixa aos valores
em cofre é feita por contrapartida de contas de custos ou
proveitos extraordinários (698 ou 798).

• Existindo em caixa, moeda estrangeira, o seu valor é


ajustado ao câmbio de 31/12, por contrapartida das contas de
diferenças de câmbio . As diferenças de câmbio apuradas são
contabilizadas nas contas 685 "Custos e perdas financeiros -
Diferenças de câmbio desfavoráveis" ou 785 "Proveitos e
ganhos financeiros - Diferenças de câmbio favoráveis".
Critério valorimétrico definido no ponto 5.1.1. do POC e deve
constar na nota 3 do ABDR as taxas de câmbio utilizados

Títulos Negociáveis
15 - Títulos negociáveis: Inclui os títulos adquiridos com o
objectivo de aplicação de tesouraria de curto prazo, ou seja,
por um período inferior a um ano.
18 - Outras aplicações de tesouraria: Compreende outros
bens não incluídos nas restantes contas desta classe, com
características de aplicação de tesouraria de curto
prazo.(C.A; quotas cp; BT; metais preciosos; medalhistica;
obras de arte)
19 - Ajustamentos para aplicações de tesouraria: Esta
conta serve para registar as diferenças entre o custo de
aquisição e o preço de mercado das aplicações de
tesouraria, quando este for inferior àquele.
O Ajustamento será constituído ou reforçado através da
correspondente conta de custos, sendo debitada na medida
em que se reduzirem ou deixarem de existir as situações
para que foi criado.

39
Relativamente a cada um dos elementos específicos dos
títulos negociáveis e das outras aplicações de tesouraria,
serão utilizados os critérios definidos para as existências,
na medida em que lhes sejam aplicáveis:

Sendo o critério de valorimetria das aplicações de


tesouraria (títulos negociáveis e outras aplicações de
tesouraria) o do mais baixo do custo ou do mercado, a
diferença entre o preço de custo e o preço de mercado é
reconhecido no correspondente ajustamento, como aliás é
referido pelo POC.

5.3.11.Como métodos de custeio das saídas adoptam-se


p.ex:
b) Custo médio ponderado;
c) FIFO;
d) LIFO;

CLASSE II - TERCEIROS

40
Grupo Natureza das Operações
Vendas de bens e serviços 21 a 218
Transacções -
- Compras de bens e serviços 22
Correntes - Adiantamento de clientes 219 e 269
- Adiantamento a fornecedores 229 e 37
-Compras de imobilizado 261
Investimentos e
-Vendas de imobilizado 268
Desinvestimentos -Adiantamento p c imobilizado 2619, 447 a 449
Empréstimos bancários 23
Operações -
- Empréstimos correntes 25 ou 26
Financeiras - Empréstimos de financiamento 413
-Subscrições de capital, acções, quotas e obrigações
25, 264, 265 e 266
-Adiantamento por conta de lucros 25
Distribuição de
-Atribuição e distribuição de resultados 25
Resultados
- Contribuições, impostos e taxas 24
Outras Operações
-Acréscimos e diferimentos 27
-Outras operações 25 e 26

21 .1 Clientes c / c

Facturas Pagamentos de clientes


Saques de letras e outros
Notas de Débitos ( encargos) Notas de crédito
Devolução de Vendas
Anulação de Letras Dividas de cobrança duvidosa
( reforma, devolução,recambio) Anulação de adiantamentos

41
ADIANTAMENTOS
229 ADIANTAMENTO A FORNECEDORES 37 ADIANTAMENTO POR CONTA DE COMPRAS

Regista entrega feita pela empresa a terceiros Regista entrega feita pela empresa a terceiros
C OMP R A S

por fornecimentos posteriores a efectuar. por fornecimentos posteriores a receber.


Sem fixação prévia de preço. Com fixação prévia de preço.
229 Adianta/ a Fornecedor D / 11Caixa C 37 Adianta/ por c/ Compras D / 11Caixa C
Sujeitos a IVA: 2432 IVA Ded D Sujeito a IVA : 2432 IVA Ded D
Regularização: 229 C / 24342 C / 22 D Regularização: 37 C / 24342 C / 22 D

219 ADIANTAMENTO DE CLIENTES 269 ADIANTAMENTO POR CONTA DE VENDAS


Regista entrega feita por terceiros por Regista entrega feita por terceiros por
fornecimentos posteriores a serem efectuados. fornecimentos posteriores a serem efectuados.
VENDAS

Sem fixação prévia de preço. Com fixação prévia de preço.


219 Adianta/ de Cliente C / 11Caixa D 269 Adianta/ de Cliente C / 11Caixa D
Sujeitos a IVA: 2433 IVA Liq C Sujeitos a IVA: 2433 IVA Liq C
Regularização: 219 D / 24341D / 21C Regularização: 269 D / 24341D / 21C

Comerciais Financeiros

Dentro
da Registado na conta 686 - Desconto de Pronto
Factura Regista-se a Venda pelo valor liquido da factura Pagamento Concedidos.

Registado na conta 718 - Desconto e


Fora Registado na conta 686 - Desconto de Promto
Abatimento em Vendas e efectuar a
Pagamento Concedido e efectuar a
da correspondente Regularização de IVA,
correspondente Regularização de IVA, utilizando
Factura utilizando para tal a conta 24341- para tal a conta 24341- Regularização a Favor da
Regularização a Favor da Empresa.
Empresa. Documento de suporte: Nota de Crédito
Documento de suporte: Nota de Crédito

42
Comerciais Financeiros

Dentro
da Regista-se a Compra pelo valor liquido da Registado na conta 786 - Desconto de Pronto
Factura factura Pagamento Obtidos.

Registado na conta 318 - Desconto e


Fora Abatimento em Compras e efectuar a Registado na conta 786 - Desconto de Pronto
da correspondente Regularização de IVA, Pagamento Obtido e efectuar a correspondente
Factura utilizando para tal a conta 24342- Regularização de IVA, utilizando para tal a conta
Regularização a Favor do Estado. Nota de 24342- Regularização a Favor do Estado.
Crédito

DEVOLUÇÕES DE MERCADORIAS
317 Devolução de Compras
COMPRAS

Regista a devolução de mercadoria feita pela


empresa aos fornecedores.
Devolução de CMP:
317 C / 24342 IVA reg. F. Estado C / 22 FND D

717 Devolução de Vendas


VENDAS

Regista a devolução de mercadoria feita pelos


clientes à empresa.
Devolução de VND:
717 D / 24341 IVA reg. F. Empresa D / 21Cliente C

43
Operações com Letras
Letra : Titulo de Crédito onde o sacador (emitente) ordena
ao sacado o pagamento de uma quantia (valor nominal), a
si ou a outra pessoa (tomador), numa determinada data
(vencimento).

Sacador: Credor
Sacado: Devedor

Operações: Saque; Endosso; Aceite; Desconto;


Reforma; Recâmbio; Protesto

Saque :
Ordem de pagamento, emissão da letra ou ordenar o
pagamento numa data, efectuado pelo sacador.

21.1 Cliente c/c 21.2 Cliente- Titulos a Receber

100 € 100 €

Emissão do Saque

44
Cobrança Directa:
O sacador fica com a letra em carteira
e na data de vencimento ela é paga.

Desconto Bancário:
O sacador recorre ao banco para receber a letra antes da
data de vencimento.

Endosso: Transmissão da letra a outrem pelo portador.


Endossante: Quem transmite a letra o outrem;
Endossado: Quem a recebe por endosso

Reforma :
Substituição da letra antes do vencimento por outra ou outras
com vencimento posterior.
Reforma Parcial: O aceitante paga uma parte do valor nominal e
aceita uma nova pelo restante.
Reforma Total: O aceitante substitui a letra antiga por uma nova
no valor total numa nova data.

o As despesas da operação e do desconto bancário da nova


letra são debitadas ao aceitante na data da reforma.
o Nestes casos a taxa de juro reporta-se ao momento que
decorre entre a data de vencimento e a data de saque da
primeira letra.
o Existem mais encargos e taxas superiores.

45
Recâmbio
Na data do vencimento o aceitante não paga, esta será
devolvida ao sacador por incobrabilidade. As despesas de
recâmbio da letra serão debitadas ao aceitante.

Protesto
A falta de aceite ou pagamento levará ao protesto na
repartição notarial dessa letra, efectuada no 3º ou 4º dias
úteis seguintes ao vencimento.
Os encargos são por conta do devedor devendo os débitos
serem considerados de cobrança duvidosa.
Acção judicial sobre o cliente, as despesas são debitadas ao
cliente, e o valor de conta corrente é transferido para
cobrança duvidosa:

APURAMENTO DE IVA
2435 – IVA Apuramento

2432- IVA DED 2433 IVA Liquidado

24341- IVA REG F Emp


24342- IVA REG F Estado

SC = IVA a Pagar SD = IVA a Recuperar

E.S.T.G.F
Ciências Empresariais

46
APURAMENTO DE IVA
2435 – IVA Apuramento

2436- IVA a Pagar 2437 IVA Recuperar

SC = IVA a Pagar SD = IVA a Recuperar


E.S.T.G.F
Ciências Empresariais

24 – Estado e Outros Entes Públicos

Registam-se as relações com o Estado, Autarquias, e outros,


que tenham característica de imposto ou taxa.
241 Imposto sobre o Rendimento

Pagamento por conta RLE Positivo ano n-1

Pagamento Especial p/ conta RLE Negativo ano n-1

47
Processamento de Remunerações
262x – Pessoal - Remunerações 642x – Custo com pessoal
Remunerações
R. Liquida

263x – Sindicatos

Quota sindical
R. Iliquida
242x- Retenção IR

Taxa IRS s/ R Iliquida

245x-Contribuições Seg. Social

11% s/ R Iliquida

Processamento dos Encargos 645x – Custo com pessoal


245x- Contribuições Seg. Social Encargos s/ Remunerações

23,75% s/ R. Iliquidas

Sobre os salários, ordenados e outras remunerações as empresas são obrigadas a


descontar, pelo regime geral, 23.75% para a Segurança Social.

48
Pagamentos de Remunerações e Restantes Entidades
262x – Pessoal - Remunerações 11- Caixa ou
12- Depósitos à Ordem
R. Liquida

263x – Sindicatos
Pagamentos:
IRS
Quota Seg. Social
Sindicato
242x- Retenção IR Remunerações liquidas

IRS

245x-Contribuições Seg. Social

Seg. Social
11% + 23,75%

Processamento de Honorários
12/11/268- Terceiros ou Cx
622x – Honorários
VB-IRS+IVA
1000-200+210
2432 – IVA Ded

IVA
s/ Base Valor base
242x- Retenção IR
VB
Taxa IRS s/ Base
1000
20%* 1000

49
27.1 – Acréscimos de Proveitos
Serve de contrapartida aos proveitos a registar no próprio
exercício, ainda que não tenham documentação vinculativa,
cuja receita só venha a realizar-se em exercícios posteriores.

Proveitos: n Receitas: n + 1

Exemplos:
§ - Juros de depósitos a prazo relativos ao exercício que o
banco creditará apenas no exercício seguinte.
§ - Bónus, comissões, descontos especiais respeitantes ao
exercício em curso mas que serão apenas recebidos no
exercício seguinte.
§ - Devoluções de compras efectuadas no exercício, mas
cuja nota de crédito do fornecedor só é emitida no exercício
seguinte.

27.1 – Acréscimos de Proveitos


7x- Proveitos 27.1x- Acréscimos Proveitos 11/12-Caixa/D.O

a a b b
Registo no Registo, no
exercício seguinte,
exercício do da importância
proveito a receber recebida
(n) (n+1)

50
27.2 – Custos Diferidos
Compreende as despesas ocorridas no exercício cujo custo deve ser
considerado no exercício seguinte.

Despesa: n Custo: n + 1

Exemplos: Encargos com rendas adiantadas;

Prémios de seguro antecipados;

Juros antecipados;

Desconto de letras e outros títulos;

Publicidade adiantada;

27.2 – Custos Diferidos


11/12 Caixa/ D.O 27.2x-Custos Dif 6x -Custo

a a b b
Registo, no Registo, no
exercício seguinte,
exercício da reposição do
realização da custo
despesa (n+1)
(n)

51
27.3 – Acréscimo de Custos

Serve de contrapartida aos custos a registar no próprio


exercício, ainda que não tenham documentação vinculativa,
cuja despesa só venha a realizar-se em exercícios posteriores.

Custo: n Despesa: n + 1

Exemplos: Consumo(s) de água, energia, telefone


respeitante(s) ao(s) último(s) mês de cada exercício.

Remunerações a liquidar

Juros relativos ao exercício a processar no exercício seguinte.

27.3 – Acréscimo de Custos


11/12-Caixa/D.O 27.3x- Acréscimos Custo 6.x Custos

a a
Registo, no
b Registo, no b
exercício do custo
exercício seguinte efectivo
do pagamento do (n)
encargo
(n+1)

52
27.4 –Proveitos Diferidos
Comprende as receitas ocorridas no exercício ou exercícios
anteriores, cujo proveito deve ser considerado em exercícios
seguintes.

Receita: n Proveito: n + 1

xemplos: Rendas recebidas antecipadamente;

Facturas emitidas sobre produtos a fornecer no ano seguinte;

Subsídios para a cobertura de investimentos;

Prémios de emissão de obrigações;

27.4 –Proveitos Diferidos


7x- Proveitos 27.4x- Proveitos Diferido 11/12-Caixa/D.O

a a b b
Registo, no Registo, no
exercício da
exercício seguinte importância
do proveito recebida
efectivo (n)
(n+1)

53
Ajustamentos e Provisões
19 – Ajustamentos de aplicações de tesouraria:
actualização do activo pela diferença entre o preço
de aquisição e o de mercado.
28 - Ajustamentos de Dividas a Receber : têm por fim
a cobertura de créditos resultantes da actividade normal
que, no fim do exercício, possam ser consideradas de
cobrança duvidosa.

29 – Provisões : provisões que se destinam a fazer


face a obrigações e encargos derivados de processos
judiciais em curso por factos que determinariam a sua
inclusão entre os custos do exercício.

39 - Ajustamentos de existências : ajustamentos que


se destinam a cobrir as perdas de valor das existências;

49 - Ajustamentos de Investimento Financeiros

Significa que é possível integrar nas contas um grau de precaução


ao fazer as estimativas exigidas em condições de incerteza sem,
contudo, permitir a criação de reservas ocultas ou provisões
excessivas ou a deliberada quantificação de activos e proveitos por
defeito ou de passivos e custos por excesso.

Este principio remete-nos para a distinção entre Provisão e Ajustamento

A sua constituição deve respeitar apenas às situações a que


estejam associados riscos e em que não se trate apenas de uma
simples estimativa de um passivo certo, atendendo sempre à
conveniência de não considerar indevidamente custos ou
proveitos.

54
O DL n.º 35 /2005 de 17 de Fevereiro que permitiu a transposição da
Directiva 2003/51/CE e que visa dar aos E.M a possibilidade de permitir ou
exigir a aplicação de reavaliações e do justo valor em consonância com a
evolução a nível internacional.
Provisões: têm por objecto reconhecer as responsabilidades cuja
natureza esteja claramente definida e que à data do balanço sejam de
ocorrência provável ou certa, mas incertas quanto ao seu valor e data. O
montante das Provisões não podem ultrapassar as necessidades. As
provisões não podem ter por objectivo corrigir os valores dos elementos
Activos.
Os Activos devem ser apresentados pelo respectivo valor em obediência
aos critérios valorimétricos subjacentes pelo que não é adequado
apresentá-los ao custo histórico abatido de “provisões” que traduzem
diferenças para o justo valor. Deverão ser apresentados aos valores
líquidos de correcções.
Ajustamentos: reconhecimento das diferenças entre as quantias
registadas a custo histórico e as decorrentes da avaliação a preço de
mercado se inferior àquele.

Ajustamentos / Provisões
19/28/29/39/49 contas de Ajust. e Prov.

Diminuição Aumentos : Constituição e Reforço

No final de cada ano a 31/12 compara-se o saldo inicial de cada ano


com aquilo que é necessário nesse momento.

55
3 situações são possíveis:

1 – Ajustamento necessário > Saldo Inicial => Reforço pela diferença

2 – Ajustamento necessário < Saldo Inicial => Redução pela diferença


para a conta 77 -Reversões de Ajustamentos

3 - Ajustamento necessário = Saldo Inicial => Não há lugar a registo

COBRANÇA DUVIDOSA

O Regime Fiscal das Provisões para créditos de cobrança


duvidosa, encontra-se estabelecido nos artigos 34.º, n.º 1, alínea a)
e 35.º do Código do IRC.

São créditos de cobrança duvidosa, para efeitos da constituição da


respectiva provisão, os resultantes da actividade normal em que o
risco de incobrabilidade se considere devidamente justificado, o
que se verifica nos seguintes casos:
a) O devedor tenha pendente processo especial de
recuperação de empresa e protecção de credores ou processo de
execução, falência ou insolvência;
b) Os créditos tenham sido reclamados judicialmente;
c) Os créditos estejam em mora há mais de seis meses desde a
data do respectivo vencimento e existam provas de terem sido
efectuadas diligências para o seu recebimento.

56
O montante acumulado da provisão (ajustamento) para cobertura de
créditos de cobrança duvidosa não pode ser superior às seguintes
percentagens dos créditos em mora:

a) 25% para créditos em mora entre 6 e 12 meses;


b) 50% para créditos em mora há mais de 12 meses e até 18 meses;
c) 75% para créditos em mora há mais de 18 e até 24 meses;
d) 100% para créditos em mora há mais de 24 meses.

No caso de se tratarem de créditos reclamados judicialmente, o


ajustamentos pode ser, desde logo, constituída pela totalidade do
crédito independentemente do tempo de mora do mesmo

De acordo com o Artigo 39.º do CIRC- Créditos incobráveis

Os créditos incobráveis podem ser directamente considerados


custos ou perdas do exercício na medida em que tal resulte de
processo especial de recuperação de empresa e protecção de
credores ou de processo de execução, falência ou insolvência,
quando relativamente aos mesmos não seja admitida a constituição
de provisão ou, sendo-o, esta se mostre insuficiente.

57
Ajustamento de existências

De acordo com o Artigo 36.º esta provisão (ajustamento)


corresponde à diferença entre o custo de aquisição ou de produção
das existências constantes do balanço no fim do exercício e o
respectivo preço de mercado referido à mesma data, quando este
for inferior àquele.

Nota 34 do ABDR

Esta nota tem por objectivo evidenciar os movimentos ocorridos


em cada uma das contas de provisões já que o balanço não
apresenta os saldos iniciais destas contas.

Clientes de Cobrança Duvidosa


21.1 Cliente – C/C 21.8 Cliente Cobrança Duvidosa

80 80

Se o cliente não pagar definitivamente:

692 Dividas incobraveis 21.8 Cliente Cobrança Duvidosa

80 80

58
CLASSE III - EXISTÊNCIAS

Classe III - Existências


De acordo com a norma internacional de contabilidade (do IASC) nº. 2,
a classe das existências engloba a classe dos artigos tangíveis que:
a) sejam detidos para venda no decurso regular das operações
empresariais.
b) Estejam no processo de produção para venda.
c) Se destinarem a ser consumidos na produção de bens e serviços
para venda.

No POC a seriação das contas de razão desta classe é:


31 - Compras
32 - Mercadorias
33 - Produtos Acabados e Intermédios
34 - Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
35 - Produtos e trabalhos em curso
36 - Matérias primas
37 - Adiantamentos por conta de compras
38 - Regularização de existências
39 - Ajustamentos de existências

59
Classe III - Existências
Valorimetria - ASPECTOS DE NATUREZA CONTABILÍSTICA

De acordo com o POC podemos resumir da seguinte forma os critérios


de valorimetria das existências: considera-se que as existências devem
ser valorizadas à data de referência do balanço ao seu custo de
aquisição/produção ou ao preço de mercado.

O custo de aquisição de um bem é a soma do respectivo preço de


compra com os gastos suportados directa ou indirectamente para o
colocar no seu estado actual e no local de armazém.

O custo de produção de um bem é a soma dos custos das matérias-


primas e outros materiais directos consumidos.

O preço de mercado pode ser visto sobre duas ópticas: a do custo de


reposição e a do valor realizável líquido. (dos dois o mais baixo)

O conceito de preço de mercado aplica-se a bens adquiridos para a


produção, nomeadamente, matérias-primas e materiais diversos.

Classe III - Existências


CONTROLO INTERNO

O controlo físico das existências faz-se através da sua inventariação ou


contagem. Esta deve merecer a maior atenção por parte das empresas já
que é fundamental para a determinação dos resultados e posterior análise
financeira.

As contagens físicas podem ser anuais ou cíclicas.

Quando a empresa segue o sistema de inventário periódico ou


intermitente, a contagem física só ocorrerá no final do ano. A existência
do sistema de inventário intermitente impossibilita o conhecimento dos
resultados ao longo do ano.

Uma empresa que utilize o critério de inventário permanente não


necessitará de efectuar a contagem física das suas existências no final do
ano.

60
Classe III - Existências
INVENTÁRIO PERMANENTE
O decreto-lei n.º 44/99, de 12 de Fevereiro, veio tornar obrigatória a
adopção do sistema de Inventário Permanente e a elaboração da
Demonstração dos resultados por funções para as entidades às
quais é aplicável o Plano Oficial de Contabilidade com excepção de:
Entidades que não atinjam dois de três parâmetros previstos no art.º
262 do Código das Sociedades (dispensa automática):
Total do Balanço: 1.500.000 €
Total das vendas líquidas e outros proveitos: 3.000.000 €
Número de trabalhadores empregados em média durante o
exercício: 50

Não sendo obrigado a adoptar o sistema de inventário permanente


deverá dispor então do sistema de inventário intermitente.
A obrigatoriedade referida torna-se efectiva a partir do segundo ano
seguinte (inclusive) àquele em que forem atingidos dois dos três
limites previstos no art.º 262 do Código das Sociedades Comerciais.
Cessa a obrigação sempre que as entidades deixem de ultrapassar, durante
três exercícios consecutivos, dois dos limites referidos

Classe III - Existências


INVENTÁRIO PERMANENTE

No SIP a conta 32–Mercadorias apresenta permanentemente o saldo


das mercadorias em existência, já que é debitado pelas entradas e
creditada pela saída de mercadorias.

Não há assim (neste caso) necessidade de efectuar, no final do


exercício, qualquer lançamento relacionado com as existências, com
excepção de eventualmente, regularizar diferenças entre as
quantidades constantes dos registos e as quantidades que na
realidade existem.

61
Classe III - Existências
Valorimetria

Os princípios contabilísticos ligados à valorimetria das existências são:


- Principio da Prudência (daí a criação do Ajustamento)
- Principio da Uniformidade ou Consistência
- Principio do Custo Histórico

Método de Custeio de Entradas

As existências serão valorizadas a custo histórico, sendo este o


custo de aquisição = preço de compra + gastos acessórios de
compra (estes, mesmo que contabilizados na conta 62 - FSE,
devem onerar os stocks para efeitos de inventário), ou custos de
produção = Mão-de-Obra + Matéria-prima + Gastos gerais de
fabrico.
O custo de produção não engloba os custos de administração, os
custos de distribuição e os custos financeiros.

Classe III - Existências


Métodos de Custeio de Saídas

Com o método de custeio de saídas o POC adopta os seguintes:


- Custo específico
- Custo médio ponderado
- FIFO
- LIFO
- Custo Padrão

FIFO permite resultados mais elevados, o custo das existência


vendidas é função de preços antigos e as existências valorizadas
aos preços mais recentes. sobretudo em períodos de acentuada
deflação.
LIFO em períodos de acentuada inflação, a utilização deste critério
origina margens de lucro mais baixas, dado o custeio mais elevado
das vendas e as existências ao preço mais antigo, havendo ainda o
risco de subavaliação dos stocks.
Custo Médio Ponderado é um critério intermédio sendo muito
utilizado.

62
Classe III - Existências
As existências poderão ser avaliadas ao Custo Padrão se este for
apurado de acordo com os princípios técnicos e contabilísticos
adequados; de contrário, haverá desvios que equivalem a custos
reais.

Nas empresas industriais as existências podem ser valorizadas a


custos reais e/ou custos pré-determinados. Os custos pré-
determinados são custos que, terminada a produção, se vão
comparar com os custos históricos (reais) para apurar desvios entre
as previsões efectuadas e a realidade verificada.

Os custos estimados não passam de previsões de custo mais ou


menos fundamentadas e falíveis, (por exemplo, o custo real do ano
anterior, uma estimativa do custo dos diversos componentes do
produto, etc.), os custos padrões resultam de estudos técnicos
fundamentados e/ou das sucessivas rectificações de custos
estimados.

Classe III - Existências


Abates

A deterioração de existências ou de elementos do activo imobilizado, ou


mesmo a sua obsolescência tecnológica ou comercial (“produtos fora de
moda”) que originem o seu abate físico, não implica a liquidação do IVA,
desde que, devidamente comprovado através de auto de abate.

Se as existências em stock são obsoletas, não tendo qualquer valor de


mercado e pretende encerrar a actividade procede-se ao abate desses
bens. Não se justifica a constituição, nesse mesmo exercício, de qualquer
provisão para depreciação de existências.

Comunicação prévia às Finanças para, caso o desejem, possam estar


presentes para testemunhar a ocorrência.

O auto de destruição deverá conter a data, hora e local de abate, assim


como lista dos bens para abate. Posteriormente, este documento deverá
ser conservado devidamente assinado, pelo menos por duas testemunhas
que presenciaram o acto. (Ofício-Circulado 35 264, de 24/10/1986 SIVA.)

Em termos de IRC, caso exista prova do abate, o custo é aceite


fiscalmente.

63
Classe III - Existências
SISTEMA INVENTÁRIO SISTEMA INVENTÁRIO
INTERMITENTE PERMANENTE
OPERAÇÕES

COMPRA 31 CMP D 2432 IVA DED D 31 CMP D 2432 IVA DED D


22 FND/12 D.O /11 CX C 22 FND/12 D.O /11 CX C
Final Periodo ( M;T;S;A ): Após cada operação:
31CMP C 32 MCD D 31CMP C 32 MCD D

71 VND C 2433 IVA LIQ


VENDA 71 VND C 2433 IVA LIQ C C
21 CLT / 11 CX D 21 CLT / 11 CX D
Final Periodo ( M;T;S;A ): Após cada operação:
61 CMVMC * D 32 MCD C 61 CMVMC D 32 MCD C

Classe III - Existências


SISTEMA INVENTÁRIO SISTEMA INVENTÁRIO
INTERMITENTE PERMANENTE
OPERAÇÕES

DEVOLUÇÃO 22 FND D 22 FND D


317 Dev. de CMP C 24342 IVA REG Est
317 Dev. de CMP C 24342 IVA REG Est C C
A
FORNECEDOR
ES Final Periodo ( M;T;S;A ): Após cada operação:
(DE COMPRAS) 317 D 32 MCD C 317 D 32 MCD C

DEVOLUÇÃO 21 CLT C 21 CLT C


717 Dev.de VND D 24341 IVA REG
717 Dev.de VND D 24341 IVA REG D D
DE CLIENTES Final Periodo ( M;T;S;A ): Após cada operação:

( DE VENDAS ) 717 C 71 D 61C (C.M.Dev.) 32D 717 C 71 D 61C (C.M.Dev.) 32D

64
Classe III - Existências
SISTEMA INVENTÁRIO SISTEMA INVENTÁRIO
INTERMITENTE PERMANENTE

OPERAÇÕES

SOBRAS 38 REG. EXIST. D 38 REG. EXIST. D


766 Sobra normal C 766 Sobra normal C
E OFERTAS DE FND 7932 Sobra Anormal C 7932 Sobra Anormal C
765 Oferta de FND C * 765 Oferta de FND C *
Final Periodo ( M;T;S;A ): Após cada operação:
38 C 32 D antes do apura/ da 61
CMVMC 38 C 32 D

QUEBRAS E OFERTAS A
CLIENTES 38 REG. EXIST. C 38 REG. EXIST. C
656 Quebra normal D 656 Quebra normal D
6932 Quebra Anormal D 6932 Quebra Anormal D
654 Oferta a CLT D * ( 2433 C / 6312
D) 654 Oferta a CLT D * ( 2433 C / 6312 D )
Final Periodo ( M;T;S;A ): Após cada operação:
38 D 32 C antes do apura/ da 61
CMVMC 38 D 32 C

Classe III - Existências

Em 31/12 apura-se o CEVMC em Sistema de Inventário Intermitente


a fórmula será:

CEVC= Ei + CMP- EF +_ Regularizações (sobras; quebras; ofertas


de FND e a Clientes)

65
CONTABILIZAÇÃO DOS SUBSÍDIOS

SUBSÍDIOS
A problemática da contabilização dos subsídios continua a
suscitar algumas dúvidas de interpretação quanto à:
1 - Definição de “ subsídio ou subvenção “
2 - Ligação dos subsídios ao rédito
3 - Condição de reconhecimento
4 - Dupla abordagem de Contabilização e Classificação.

Contas associadas aos Subsídios:

2745--- Subsídios para Investimentos


575 --- Reservas – Subsídios
74 --- Subsídios à exploração
7983--- Em subsídios para investimentos

66
SUBSÍDIOS
1 - Subsídios ou subvenções

Os subsídios atribuídos pelos Governos visam a dinamização da


actividade produtiva das empresas que, de uma forma geral, terão de
obedecer a certas contrapartidas definidas nos contratos.

No POC é utilizada a palavra “subsídios” ao passo que no CIRC é


usada a expressão “ subsídios ou subvenções”.

Temos de recorrer à NIC n.º 20, que estabelece: “subsídios do


Governo são auxílios na forma de transferência de recursos para uma
empresa em troca do cumprimento passado ou futuro de certas
condições operacionais da empresa”.

SUBSÍDIOS
2 - Os Subsídios e o Rédito

Os subsídios não reembolsáveis, independentemente, da sua natureza,


são proveitos mas não são réditos, pois todos eles são gerados
externamente e não resultam de actividades ordinárias da empresa.

O rédito é o influxo bruto, durante o período contabilístico, de


benefícios económicos obtidos no decurso das actividades ordinárias
de uma entidade, quando esses influxos resultem em aumento de
capital próprio.

O conceito de rédito é menos amplo que o de proveito, na medida em


que aquele tem de ser gerado internamente, enquanto o proveito pode
não o ser.

Os réditos são realizados quando bens e serviços forem trocados por


dinheiro ou por direitos ao mesmo (contas a receber).

67
SUBSÍDIOS
3 - Condições de reconhecimento do subsídio

Os subsídios devem ser reconhecidos, na medida em que:


Não exista, normalmente, correspondência entre os valores
recebidos e o grau de realização de formação;
Existem acções de formação de duração plurianual;
A determinação do valor anual a subsidiar está normalmente
dependente do cumprimento dos objectivos inicialmente previstos,
os quais serviram de base à aprovação do financiamento à
formação;
O não cumprimento dos objectivos e/ou a não satisfação dos
requisitos legalmente estabelecidos podem determinar a suspensão
do financiamento ou mesmo a evolução de quantias
antecipadamente recebidas.

SUBSÍDIOS
4 - Dupla abordagem de contabilização

A NIC 20 estabelece duas grandes abordagens no tratamento


contabilístico dos subsídios governamentais:

Abordagem pelo CAPITAL- o subsídio é directamente creditado ao


capital próprio;

Abordagem pelos resultados - o subsídio é levado a resultados numa


base sistemática e racional durante os períodos contabilísticos
necessários para os balancear com os custos associados.

68
SUBSÍDIOS
4 - Classificação dos subsídios

A NIC 20 estabelece que o reconhecimento nos resultados dos


subsídios do Governo na base de recebimentos não está de acordo
com o principio contabilístico de acréscimo.

A NIC determina que os subsídios relacionados com ACTIVOS


DEPRECIÁVEIS são geralmente reconhecidos durante os períodos
com rédito e na proporção em que os gastos de depreciação desses
activos são debitados.

Relativamente aos subsídios relacionados ACTIVOS NÃO


DEPRECIAVEIS podem também requer o cumprimento de certas
obrigações e serão reconhecidos como rédito durante os períodos que
suportam o custo de satisfazer as obrigações.

SUBSÍDIOS
Normalização Contabilística
Poc Subsídios à Subsídios Subsídios que não
exploração Investimentos se destinam a
amortizáveis investimentos
amortizáveis,
nem à
exploração
POC/77 “74- subsídios _
destinados à _
exploração”
POC/89 “74 subsídios à “ 2745- Proveitos “ 575- Reservas-
exploração” diferidos subsídios Subsídios”
para
investimentos”

69
SUBSÍDIOS
Norma Interpretativa n.º 6/97, sob o titulo “contabilização dos subsídios”
que visou completar as insuficiências de informação do POC/77:

Subsídios reembolsáveis - Deverão ser contabilizados em


“empréstimos obtidos”;
Subsídios associados com activos - os que geralmente são
concedidos pelo Governo mediante a condição fundamental de que
a empresa que a eles se proponha deverá comprar, construir ou de
qualquer forma adquirir activos imobilizados. São de contabilizar
como receita com proveito diferido e à medida que forem
contabilizados as amortizações e reintegrações serão transferidos,
numa base sistemática, os correspondentes proveitos para
“Resultados Extraordinários do exercícios outros ganhos
extraordinários subsídios para imobilizações”;
Subsídios não associados com activos - Devem ser
contabilizados como proveitos ou ganhos a que se respeitarem,
excepto se forem de considerar como acréscimo dos capitais
próprios, a contabilizar então como reservas;
Subsídios que dependem de contingências - Quando existem
expectativas fundadas de que os subsídios venham a ser
restituídos, deverá ser constituída provisão para o efeito.

SUBSÍDIOS

A - Subsídios à Exploração, como exemplos destes subsídios podemos


apresentar:

Subsídios para criação de postos de trabalho;


Subsídios para inserção de jovens na vida activa;
Subsídios para compensar ou manter preços de venda insuficientes ou
para fazer face a encargos de exploração;
Subsídios para abate de animais;
Subsídios para a redução da produção.

70
SUBSÍDIOS
Exemplo em que o subsídio à exploração terá de ser diferido

Exemplo n.º1

Em 6 de Fevereiro de 2001, a empresa “ABC” recebeu um subsídio não


reembolsável de 8978,36€ para a criação de três postos de trabalho.
Nos termos de contrato, a empresa comprometeu-se a manter os postos
de trabalho por um período de três anos.

Do ponto de vista contabilistico:


12-dep. À Ordem - D
2744 – Proveito Diferido - C-----------8978,36€

A imputação a cada um dos três anos:

2744 - Proveito Diferido - D


74 - Subsídio à Exploração - C ------------------------- 2992,79€

SUBSÍDIOS
B - Subsídios para investimentos amortizáveis

Enquadram-se neste tipo de subsídios, os atribuídos ao abrigo dos


vários programas da EU, como por exemplo, o PEDIP, o PEDAP, o
SIR, o PROCOM, etc.

Estes subsídios são atribuídos de uma forma geral ao imobilizado


corpóreo e incorpóreo.

São os designados “subsídios associados a activos” que são diferidos


por vários exercícios, de acordo com o principio da especialização, e,
normalmente, ao ritmo das reintegrações e amortizações inerentes aos
activos subsidiados.

A compensação dos proveitos é efectuada por uma conta de resultados


extraordinários - conta 7983- outros proveitos e ganhos extraordinários
- em subsídios para investimento - como refere a nota explicativa da
conta 2745- proveitos diferidos - subsídios para investimento.

71
SUBSÍDIOS
Exemplo n.º2

Em5/2/1999 a empresa ABC recebeu de um organismo estatal um


subsídio de 6 mil € para a aquisição de uma maquina.
A maquina foi adquirida em 7/3/1999 por 10 mil € sujeito a IVA , foi
amortizada à taxa de 20 % (Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de
Janeiro). A sua utilização ocorreu a partir da data de aquisição e foi
paga a pronto.

Movimentos contabilisticos:
05/02/1999 Atribuição do subsídio 26/12 D 2745 C.........6000€
07/03/1999 Aquisição da maquina:
423D 10.000€ 2432D 1900€ 12 C 11900€
Em 31/12/1999:
Amortização da maquina 6623 D 4823 C 2000€ ( 10000x20%)
Compensação dos proveitos pela amortização:
2745 D 7983 C... 1200€

SUBSÍDIOS
C - Subsídios que não se destinem a investimentos amortizáveis nem
à exploração

Como ponto de partida consideramos o conteúdo da nota explicativa da


conta “575- Reservas- Subsídios” do POC.
Para uma melhor apreciação dos subsídios enquadráveis nesta
disposição contabilística, consideramos útil a divisão em dois tipos de
subsídios:

C1 - Subsídios para investimentos não amortizáveis;


C2 - Subsídios não destinados à exploração.

72
SUBSÍDIOS
C1) Subsídios para investimentos não amortizáveis

O Legislador pretendeu referir-se ao imobilizado não reintegrável ou


amortizável, o imobilizado com essas características, são p.e os
terrenos.
Movimento Contabilistico do subsidio:
575 C
12/268 D pelo valor do subsidio

SUBSÍDIOS
C2) Subsídios não destinadas à exploração

Relativamente aos subsídios não destinados à exploração, exemplos:

- Saneamento financeiro;
- Implantação de empresas em regiões desfavorecidas;
- Cobertura de prejuízos de actividades quer o estado reconhece que
deve manter em certas regiões desfavorecidas;
- Acções de formação;
- Criação de postos de trabalho

De notar que estes subsídios são contabilizados na conta “575” pelo


que constituem variações patrimoniais positivas não reflectidas no
resultado liquido que são incluídas no lucro tributável do IRC.

73
SUBSÍDIOS
Considerações Gerais
Os subsídios ou subvenções para serem reconhecidos como proveitos
a empresa deverá cumprir as condições a eles associados e terá de
haver razoável certeza de que serão efectivamente recebidos;

Face ao teor da DC n.º 26 – Rédito os “subsídios não reembolsáveis”


são considerados proveitos mas não são réditos;

Os “subsídios reembolsáveis” não constituem “subsídios” na verdadeira


acepção da palavra, pois representam empréstimos obtidos ( relevados na
conta “23 – Empréstimos obtidos” ) e, como tal, não se incluem no lucro
tributável do IRC;

Os “subsídios não reembolsáveis”, seja qual for a sua natureza, são


incluídos no lucro tributável de um ou mais exercícios, dependendo das
condições contratuais subjacentes, em obediência ao princípio da
especialização (ou acréscimo);

SUBSÍDIOS

Os subsídios à exploração são tributados em IRC por via da aplicação


conjunta dos art.º . 20.º, n.º1, alínea h) e art.18.º

Os subsídios não destinados à exploração, quer estejam ou não


associados a activo imobilizado (amortizáveis ou não) ou a outras
finalidades não ligadas a activo imobilizado nem à exploração, são
tributadas num ou mais exercícios, dependendo, igualmente, das
condições contratuais definidas.

Os subsídios que não se destinem a investimentos amortizáveis nem à


exploração são registados na conta “575 – Reservas – Subsídios”, o
que representa uma variação patrimonial quantitativa positiva não
reflectida no resultado líquido que entra para o apuramento do lucro
tributável do IRC, pois não consta das excepções no art.21.º do CIRC.
Porém, o eventual deferimento da tributação dos subsídios deve
obedecer às regras previstas no art.21.º, n.º1, alínea b)

74
IMOBILIZADO

Bibliografia

Aspectos Contabilísticos e Fiscais do Imobilizado


Prof. Doutor José Alberto Pinheiro Pinto

Imobilizações Incorpóreas
No património da empresa temos que ter em conta a distinção entre os
elementos do activos (positivos) e os elementos do passivo (negativos).

Activo Activo Circulante


Activo Fixo

A diferença está relacionada com o tempo de permanência se prevê na


data da respectiva aquisição do activo ao serviço da entidade.

A qualificação de um activo tem de ser equacionada à data da sua


aquisição.

Conceito
A conta 43 - Imobilizações incorpóreas “integra os imobilizados
intangíveis, englobando, nomeadamente, direitos e despesas de
constituição, arranque e expansão”

75
Imobilizações Incorpóreas
A análise desta conta passa pela aquisição de patentes, trespasses,
marcas, licenças, despesas de instalação, constituição de empresas,
estudos.....etc.

Das Notas Explicativas do POC podemos a transcrever:

431 – Despesas de instalação: Corresponde às despesas com a


constituição e organização da empresa, assim como as relativas à sua
expansão, designadamente despesas com aumento de capital,
estudos e projectos.

432 – Despesas de investigação e de desenvolvimento: Esta conta


engloba as despesas associadas com a investigação original e
planeada, com o objectivo de obter novos conhecimentos científicos
ou técnicos, bem como as que resultem da aplicação tecnológica das
descobertas, anteriores à fase de produção.

433 – Propriedade industrial e outros direitos: Inclui patentes,


marcas, alvarás, licenças, privilégios, concessões e direitos de autor,
bem como outros direitos e contratos assimilados, e ainda o justo valor
do direito ao arrendamento transmitido no trespasse.”.

Imobilizações Incorpóreas
Conceito contabilístico de Trespasse :interessa apenas ter em conta
a substância da transacção, procedendo à sua classificação,
quantificação e divulgação nas demonstrações financeiras.
O trespasse compõe-se de três partes:
i) Transmissão da posição de arrendatário acompanhada de
ii) Transferência, em conjunto, de instalações, utensílios, mercadoria
ou outros elementos que integram o estabelecimento e
iii) Contraprestação financeira (em princípio, negócio não gratuito).

Amortização do trespasse
Este valor de trespasse correspondendo a um custo sem substância e
de valor de realização incerto, terá de ser rapidamente amortizado. A
Directiva comunitária determina que a amortização do “Trespasse” siga
as regras fixadas para as “Despesas de Instalação” e seja portanto
amortizado no prazo máximo de cinco anos e excepcionalmente
permite a amortização por um período superior a 3. Justificando no
ABDR.
Os contabilistas limitam-se a apresentar no balanço na rubrica de
Trespasse uma quantia residual, em obediência ao princípio
contabilístico do custo histórico, pois lançam todos os elementos
constantes da transacção pelo seu custo de aquisição, a partir do justo
valor de mercado que lhes foi atribuído.

76
Imobilizações Corpóreas

Segundo a nota explicativa que o POC contém em relação à conta 42


Imobilizações corpóreas, esta “integra os elementos tangíveis, móveis
ou imóveis, que a empresa utiliza na sua actividade operacional, que
não se destinem a ser vendidos ou transformados, com carácter de
permanência superior a um ano”.
Ainda na mesma nota, acrescenta-se que a conta 42 “inclui igualmente
as benfeitorias e as grandes reparações que sejam de acrescer ao
custo daqueles imobilizados”.

42 - Imobilizações corpóreas:
421 - Terrenos e recursos naturais;
422 - Edifícios e outras construções;
423 - Equipamento básico;
424 - Equipamento de transporte;
425 - Ferramentas e utensílios;
426 - Equipamento administrativo;
427 - Taras e vasilhame;
429 - Outras imobilizações corpóreas.

Imobilizações Corpóreas

Os imóveis adquiridos sem indicação expressa do valor do terreno o valor a


atribuir a este, para efeitos de evidenciação na contabilidade, é fixado em 25%
do valor global, a menos que o contribuinte estime outro valor com base em
cálculos devidamente fundamentados e aceites pela Direcção-Geral dos
Impostos.
Considera-se na generalidade que os elementos tangíveis que, embora não
destinados a serem vendidos ou transformados a curto prazo, tenham um valor
reduzido, não deverão ser levados ao imobilizado, mas directamente a custos do
exercício. Não existem regras rígidas e universais que permitam qualificar um
dado bem como imobilizado ou não, tudo dependendo das circunstâncias
concretas de cada caso, a abordar com bom senso.

Não obstante, a existência de “elementos de reduzido valor”– compreendendo
aqueles cujo valores unitários de aquisição ou de produção não ultrapassem os
€ 199,52 – não deixam de ser qualificados como bens do activo imobilizado pelo
facto de serem “de reduzido valor”, antes se admitindo a respectiva amortização
em um único exercício (artigo 20.º do Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de
Janeiro).

77
Imobilizações Corpóreas

Da conta 42 Imobilizações corpóreas importa analisar as questões


valorimétricas que lhe estão associadas.
No domínio da Valorimetria de Entrada dos bens do activo imobilizado
corpóreo, a regra geral, imposta pelo princípio do custo histórico, é a da
avaliação pelo custo de aquisição ou de produção. Quando adquiridos ao
exterior, a valorimetria é feita a partir do custo de aquisição, compreendendo
o valor da factura do fornecedor e as despesas directas de compra,
despesas de instalação e montagem, o IMI e as despesas com a realização
de escrituras e registos, e ainda imposto sobre o valor acrescentado
suportado na aquisição de bens de imobilizado, que por qualquer razão não
seja dedutível por se tratar de despesas directas indispensáveis para que os
bens possam cumprir a sua finalidade.

A Valorimetria de Saída está relacionada com questões que respeitam ao


deperecimento, alienação, abates. Temas esses tratados nos acetatos à
frente expostos.

Imobilizações Corpóreas

Não obstante as despesas financeiras serem indispensáveis e se relacionarem


com a aquisição de bens do activo imobilizado, as despesas financeiras
correspondem à contrapartida de um serviço prestado pelo capital e por isso
deve tratar como custos financeiros imputáveis em função do período de
tempo a que respeitam.

No entanto as despesas financeiras que antecede a entrada em


funcionamento desses bens e se reportam, não propriamente a um
financiamento, com contrapartida nos proveitos do período de tempo
respectivo, mas a uma imobilização temporária, decorrente da existência de
um período de tempo necessário à instalação e/ou montagem de um dado
equipamento.

A 4.ª Directiva da União Europeia, no n.º 4 do artigo 35.º, diz:


“A inclusão no custo de produção dos juros sobre os capitais emprestados
para financiar a fabricação de imobilizações é permitida na medida em que
estes juros respeitem ao período de fabricação ou construção e este não
tenha uma duração inferior a dois anos. Nestes casos, a sua inscrição no
activo deve ser assinalada no anexo”.

78
Locação

As empresas têm necessidade de recorrer a financiamentos para a


aquisição dos mais variados tipos de bens. Em termos contabilísticos a
locação (conhecida também com a designação de leasing) é uma opção
de financiamento muito usual, podendo as empresas ou particulares
recorrerem a dois tipos de locação:

locação financeira ou locação operacional/operativa

A locação consiste num acordo legal entre duas entidades pela qual uma
vai utilizar o bem locado (locatário) que é da outra (locador), mediante o
pagamento de rendas periódicas, por um período fixado contratualmente.

Locação

O contrato de locação realizado entre o locador e locatário, pode ser


considerado como contrato de locação financeira (o locatário mostra
interesse em adquirir o bem no final do contrato, mediante o pagamento do
seu valor residual), ou contrato de locação operacional (o locatário
adquire o bem apenas para uso temporário, não existindo intenção por
parte deste ficar com o bem no final do contrato).

O POC (nomeadamente as Directrizes Contabilísticas n.º 10 e n.º 25) e as


Normas Internacionais de Contabilidade (NIC’s - em particular a NIC 17),
são importantes para o conhecimento das locações.
Tanto a Directriz Contabilística n.º 25 como a NIC 17 estabelecem a
diferença entre locação financeira e locação operacional

79
Fluxograma da NIC 17 (Classificação de uma locação)

Locação

Com a aprovação da Directriz Contabilística n.º 25, a distinção entre


locação financeira e locação operacional mudou, estabelecendo esta
Directriz que para classificação contabilística é relevante a substância da
operação que lhe está subjacente. É necessário o conhecimento das
cláusulas das condições particulares do contrato para permitir a sua
classificação como locação financeira ou locação operacional.

Locação financeira - é uma locação em que, em substância, o locador


transfere para o locatário todos os riscos e vantagens inerentes à detenção
de um dado activo, independentemente de o título de propriedade poder ou
não vir a ser transferido.

A Locação Financeira é o contrato pela qual uma das partes se obriga,


contra retribuição, a conceder à outra, o gozo temporário de uma coisa,
adquirida ou construída por indicação desta e que a mesma pode comprar,
total ou parcialmente, num prazo convencionado, mediante o pagamento
de um preço determinado ou determinável nos termos do próprio contrato.

80
Locação

Para a classificação contabilística de qualquer locação em operacional ou


financeira é relevante a substância da operação que lhe está subjacente
independentemente da sua forma legal. De acordo com o POC, a locação
financeira baseia-se no princípio contabilístico da substância sobre a
forma, isto é, as operações são registadas de acordo com a sua
substância e realidade financeira e não apenas sobre a forma legal.
ou seja :
A locação diz-se financeira quando, em substância, o locador transfere
para o locatário todos os riscos e vantagens inerentes à detenção de um
activo, independentemente se o título de propriedade jurídica é ou não
transferida.

O contrato poderá ou não conter uma cláusula de opção de compra para o


locatário, durante ou no final do contrato.

Locação
A locação é financeira quando se verifique, à data de início da
operação, uma das seguintes situações:

a) haja acordo de transferência da propriedade no final do prazo de


locação;

b) exista uma opção de compra a um preço que se espera seja


suficientemente inferior ao justo valor do bem à data do exercício da
opção e de tal modo que, à data do início da locação, seja quase certo
que a opção venha a ser exercida;

c) o prazo da locação abranja a maior parte da vida útil do bem,


mesmo que não exista a transferência de propriedade;

d) à data do início da locação, o valor presente (actual ou descontado)


dos pagamentos da locação (incluindo o da opção de compra e
expurgados de quaisquer encargos adicionais, como por exemplo
seguros) seja igual ou superior ao justo valor do bem;

e) os activos locados sejam de tal especificidade que apenas o


locatário os possa usar sem que neles sejam feitas modificações
importantes.

81
Locação
Os contratos de renting ou outros contratos de locação que se subsumam
no conceito de locação financeira deverão receber o mesmo tratamento
contabilístico que já se encontrava previsto para o “leasing”, e desta
forma, o registo das amortizações será corrigido de acordo com o artigo
33.º n.º 1 alínea e) do CIRC.

Se a locação não satisfaz qualquer dos requisitos da Directriz


Contabilística n.º 25, então deverá tratar-se como Locação Operacional e
registar os custos inerentes na respectiva conta de custos na conta
62.2.1.9 – Rendas e Alugueres, o valor do aluguer/renda e os juros
suportados na correspondente subconta da Conta 68 – Juros Suportados,
( comparando-se, para efeitos de dedutibilidade fiscal, esse montante com
o valor que resultaria das amortizações se estivéssemos perante uma
aquisição do bem, corrigindo-se a diferença se for caso disso, nos termos
do artigo 42.º do Código do IRC, que nos remete para o artigo 33.º n.º 1
alínea e) do CIRC).

Locação

A Locação Operacional é classificada como um contrato de curta


duração, sendo o locador proprietário dos bens duradouros, cedendo a
sua utilização temporária ao locatário, mediante o pagamento de uma
renda ou aluguer. Este contrato prevê a sua extinção, em qualquer
momento por parte do locatário, não existindo a previsão da
transferência da propriedade jurídica do bem para o locatário.
Contudo, poderá o contrato conter a tripla opção para o locador de:
Compra
Novo contrato
Devolução (nesta o valor residual e as prestações ficam
sujeitas a novas cláusulas)
O contrato de locação operacional é normalmente limitado por um
período de um a três anos.

82
Locação
Na óptica do locatário:
Contabilização da Locação Financeira

Descrição Débito Crédito Valor


Celebração do Contrato de Locação 42.x 26.1 Valor do Imobilizado

Pagamento Periódico 68.18 Juros implícitos/renda


das Rendas 26.1 Renda
24.32 IVA Dedutível (do bem
e serviço de locação)
11/12 Valor Total da Renda
Quota Anual de Amortização 66.x 48.x Valor da quota a
amortizar

Opção de Compra no fim do 26.1 Valor Residual


Exercício pelo valor residual 24.32 IVA Dedutível
(Se não comprar e fizer a devolução 6818 Juros suportados
far-se-á contabilisticamente uma 11/12 Valor Global
venda)

Locação Contabilização da Locação Operacional

Descrição Débito Crédito Valor


Rendas 62.2.19 Valor da Renda
24.32 IVA Dedutível
11/12 Valor Global

CONCLUSÃO
• A DC25 considera que, de uma forma geral, os contratos de ALD são
considerados como “locação financeira”, quando, até àquela data, vinham a
ser classificados como “locação operacional”.
• Os contratos de “locação operacional” têm sido registados na conta “62219
FSE - Rendas e alugueres”, ao passo que os de “locação financeira” são
relevadas no imobilizado corpóreo do locatário em obediência ao princípio
contabilístico da substância sobre a forma.
• O “leasing” e os contratos de ALD deveriam, em bom rigor e de acordo com
o referido princípio contabilístico, ter sido registados no imobilizado corpóreo
do locatário, efectuando-se os ajustamentos contabilísticos de transição tal
como foram definidos na DC10.

83
Amortizações e Reintegrações

Os Princípios Contabilísticos Geralmente Aceites, que determinam que a


contabilidade deve evidenciar de forma fiel e verdadeira a realidade
económico-financeira das entidades.
Destacam-se dois ligados a esta temática, o Princípio Contabilístico da
Especialização (ou acréscimo) e o Princípio Contabilístico da
Materialidade.
Os proveitos e os custos devem ser reconhecidos/ registados quando
obtidos ou incorridos, independentemente do momento em que ocorra o
seu recebimento ou pagamento, incluindo-se desta forma nas
demonstrações financeiras dos períodos a que respeitam.
As demonstrações financeiras devem evidenciar todos os elementos que
sejam relevantes e que possam afectar avaliações ou decisões pelos
utentes interessados.
A conta 66 – Amortizações do exercício se destina a suportar o custo
com a depreciação das imobilizações corpóreas e incorpóreas, tendo como
contrapartida a 48 - Amortizações Acumuladas.

Amortizações e Reintegrações

Relativamente aos elementos corpóreos (com as inevitáveis excepções, nelas


avultando o caso dos terrenos), estão sujeitos a uma gradual perda de valor,
quer por força da simples passagem de tempo, quer pela respectiva utilização.
Há, por conseguinte, que reconhecer contabilisticamente tal perda de valor ou
deperecimento, o que é feito através da chamada Amortização ou
reintegração.

Quanto aos elementos incorpóreos, a amortização ou reintegração pretende-se


repartir ou imputar determinadas verbas por mais que um exercício, tendo em
conta os seus potenciais reflexos nos proveitos da unidade económica.

Mas no caso do imobilizado corpóreo, o deperecimento é contínuo. Todavia, os


registos contabilísticos são obrigatoriamente discretos, o que significa que as
amortizações ou reintegrações só periodicamente podem e devem ser
escrituradas => em finais de exercício.

A óbvia inexistência de documentos tradutores da perda de valor de bens do


imobilizado suscita, naturalmente, a questão da objectividade valorativa.

84
Amortizações e Reintegrações

As amortizações estão legalmente regulamentadas para efeitos fiscais,


e é frequente a adopção dos métodos e taxas fiscalmente considerados
aceitáveis, conseguindo-se produzir uma informação objectiva, no
sentido da independência relativamente ao informador, evitando a
fixação de valores subjectivos para as amortizações a relevar.

O Decreto Regulamentar n.º 2/90, de 12 de Janeiro, diploma que


regulamenta o procedimento ao nível fiscal com as Amortizações e
Reintegrações, determina no seu art..º 1.º que, salvo razões devidamente
justificadas, reconhecidas pela Direcção-Geral das Contribuições e
Impostos, as reintegrações e amortizações de bens do activo imobilizado
corpóreo, só podem praticar-se, a partir da sua entrada em funcionamento.
Além disto, elas só serão custos fiscalmente aceites quando contabilizadas
como custos ou perdas do exercício.

Assim sendo, quer sob perspectiva contabilística, quer fiscal, as


amortizações resultantes da depreciação dos bens pela sua entrada em
funcionamento, devem ser reconhecidas no exercício em que ocorrem, na
conta especificamente prevista no POC para este tipo de operações.
Amortização = Custo do exercicio

Amortizações e Reintegrações
O referido diploma cita ainda que:
“... Não são aceites como custos ou perdas para efeitos fiscais as
reintegrações ou amortizações praticadas para além do período máximo
de vida útil, ressalvando-se os casos devidamente justificados e aceites
pela Direcção-Geral das Contribuições e Impostos...”.

O período máximo de vida útil de um elemento do activo imobilizado é o


que se deduz da aplicação de 50% da taxa prevista para esse bem
prevista na tabela respectiva, conforme o disposto no art..º 2.º do referido
diploma.

Assim, o sujeito passivo pode praticar amortizações entre a taxa máxima


(período mínimo de vida útil do bem) e a taxa mínima (período máximo de
vida útil) sendo estas fiscalmente aceites dentro deste intervalo, podendo
inclusivamente aproveitar os valores da diferença entre a amortização
máxima aceite fiscalmente e a amortização efectivamente praticada desde
que a contabilidade evidencie a operação

85
Amortizações e Reintegrações

De acordo com o Decreto Regulamentar n.º 2/90 as condições gerais de


aceitação das reintegrações e amortizações são as seguintes:

1 - Podem ser objecto de reintegração e amortização os elementos do


activo imobilizado sujeitos a deperecimento.

2 - Salvo razões devidamente justificadas, reconhecidas pela Direcção-


Geral das Contribuições e Impostos, as reintegrações e amortizações só
podem praticar-se:
a) Relativamente aos elementos do activo imobilizado corpóreo, a partir da
sua entrada em funcionamento;
b) Relativamente aos elementos do activo imobilizado incorpóreo, a partir da
sua aquisição ou do início de actividade, se for posterior, ou ainda, quando
se trate de elementos especificamente associados à obtenção de proveitos
ou ganhos, a partir da sua utilização com esse fim.

3 - As reintegrações e amortizações só são aceites para efeitos fiscais


quando contabilizadas como custos ou perdas do exercício a que
respeitam.

Amortizações e Reintegrações
Dispõe o art..º 29.º do Código do IRC, bem como o n.º 1 do art..º 4.º do
Decreto-Regulamentar, que o cálculo das reintegrações e amortizações
deve fazer-se, em regra, pelo método das quotas constantes, caso em
que a taxa de amortização a aplicar ao imobilizado será a que consta das
respectivas tabelas anexas ao Decreto-Regulamentar 2/90, ou,
concretamente no caso colocado, na tabela II, no Grupo 4, Código 2375.
No entanto, podem os sujeitos passivos optar pelo método das quotas
degressivas relativamente aos elementos do activo imobilizado que
reunam os requisitos previstos no n.º 2 do art..º 29.º do CIRC (não sejam
adquiridos em estado de uso, não sejam edifícios, viaturas ligeiras de
passageiros ou mistas, excepto quando afectas a empresas exploradoras
de serviço público de transporte ou destinadas a ser alugadas no exercício
da actividade normal da empresa sua proprietária, mobiliário e
equipamentos sociais).

Nos caso dos bens adquiridos em estado de uso, a amortização far-se-á


de acordo com o período de utilidade esperada conforme o n.º 2 do art..º
5.º do Decreto Regulamentar n.º 2/90.

86
Amortizações e Reintegrações

Nos termos do n.º 3 do art..º 29.º do CIRC (e do n.º 3 do art..º 4.º do


Decreto Regulamentar n.º 2/90), podem ainda ser utilizados outros
métodos de reintegração e amortização quando a natureza da actividade
económica o justifiquem, após reconhecimento prévio da Direcção-Geral
dos Impostos, devendo no entanto, em qualquer dos casos colocados ser
utilizado o mesmo método de reintegração ou amortização desde a sua
entrada em funcionamento até reintegração ou amortização total,
transmissão e utilização do respectivo bem.

A taxa de amortização a aplicar dependerá, assim, do método de


amortização adoptado pela empresa, de acordo com as características do
bem que se pretende amortizar.

Amortizações e Reintegrações

Taxas/Vida útil

Período Vida Útil Mínima => Taxa de Amortização Máxima (DR 2/90)

Período Vida Útil Máxima => Taxa de Amortização Mínima (50% da Máx.)
Método Indirecto de Contabilização
48 – A. Acumulada 66 – A. Exercício

Y Y

87
Amortizações e Reintegrações
I - Quotas Constantes

Como o seu nome logo sugere, este método baseia-se no cálculo de


quotas constantes ao longo do tempo. Isto é, o valor de
aquisição/produção, V.aq. é uniformemente repartido pelos n anos de
vida útil dos bens.
Assim, as quotas dos diversos períodos serão todas iguais a:
Q = (Vaq –Vr)/ n
No caso particular da nossa legislação fiscal, admite-se como regra que o
valor residual seja nulo, o que vale por dizer que a taxa se aplica
directamente ao valor de aquisição.
As quotas são fixadas quando se adquirem os bens, à priori da sua
utilização.

Daqui resultam as expressões aplicáveis no cálculo das reintegrações


acumuladas no fim de um período genérico, t, e do valor contabilístico
dos bens na mesma data. Teremos, como facilmente se deduz:
A.A = t . Q
Vc = Vaq – A.A
Este método é o mais simples e operacional de todos os possíveis e é o
que o nosso ordenamento fiscal considera como método-regra como
estabelece o artigo 4.º do Decreto Regulamentar n.º 2/90,

Amortizações e Reintegrações

Artigo 5.º Método das Quotas Constantes- DR 2/90

1 - No caso de utilização do método das quotas constantes, a quota


anual de reintegração e amortização que pode ser aceite como custo do
exercício determina-se aplicando aos valores mencionados as taxas
fixadas nas tabelas anexas ao presente diploma.

Reintegrações e Amortizações - Grandes reparações e


beneficiações - Obras em edifícios alheios
2 - Exceptuam-se do disposto no número anterior os seguintes casos,
em que as taxas de reintegração e amortização são calculadas com
base no correspondente período de utilidade esperada, o qual pode
ser corrigido quando se considere que é inferior ao que objectivamente
deveria ter sido estimado:
a) Bens adquiridos em estado de uso;
b) Bens avaliados para efeitos de abertura de escrita;
c) Grandes reparações e beneficiações;
d) Obras em edifícios alheios.

Q = (VC+ Reparação) / (N2) N2 – vida útil esperada

88
Amortizações e Reintegrações
II- Quotas Degressivas

É um métodos que possibilita um processo de cálculo de quotas


decrescentes em progressão geométrica até determinada altura,
passando-se posteriormente a adoptar quotas constantes, até se
chegar a um valor residual nulo, método há muito consagrado nos
Estados Unidos e em França.

Q = Vc * Tx * Coef
A taxa a aplicar quando for adoptado o método das quotas degressivas
corresponderá ao produto das taxas máximas fiscais previstas no
método das quotas constantes pelos seguintes coeficientes:
a) 1,5, se a vida útil do elemento é inferior a 5 anos;
b) 2, se a vida útil do elemento é de 5 ou 6 anos;
c) 2,5, se a vida útil do elemento é superior a 6 anos.

A taxa assim obtida será aplicada aos sucessivos valores


contabilísticos dos bens até ao exercício em que deva processar-se a
mudança de método.

Amortizações e Reintegrações

III - Desgaste Funcional Método Unibásico

Estes métodos conduzem à determinação das quotas de


deperecimento através da sua relação com indicadores de utilização
efectiva do imobilizado durante um determinado período.
Esses indicadores variam naturalmente com o tipo de equipamento.
Por exemplo: horas de funcionamento ou de utilização em relação a
uma determinada máquina, quilómetros percorridos por uma dada
viatura, etc...

q = (Vaq- Vr)/ U
U – unidades de actividade (km; h; unidades prod.)

Q = q * u (unidades ano)

89
Amortizações e Reintegrações

Aspectos Fiscais

É permitida, no artigo 7.º, a opção pelo cálculo de amortizações e reintegrações


por duodécimos, caso em que as quotas de deperecimento terão as seguintes
particularidades:
– No ano de entrada em funcionamento, a quota a considerar
corresponderá ao número de meses contados desde o mês de entrada em
funcionamento;
– No ano em que se verificar a transmissão, a inutilização ou o termo da
vida útil do bem, a quota a considerar corresponderá ao número de meses
decorridos até ao mês anterior ao dessas ocorrências.

Por conseguinte, a opção por reintegrações e amortizações por duodécimos acaba


igualmente por interferir no apuramento das mais-valias ou menos-valias aquando
da eventual alienação desses bens.

Alienação, Abates e Sinistros

ALIENAÇÃO 6942 / 7942

ABATES 6945 / 7945

6944 / 7944
SINISTRO

90
Alienação, Abates e Sinistros

Alienação
A Alienação de elementos do activo imobilizado dá origem, por via de
regra, ao apuramento de mais ou menos-valias

“694 – Perdas em imobilizações: Regista as perdas provenientes de


alienação, de sinistros ou de abates de imobilizações, sendo as
respectivas subcontas creditadas pelo produto da venda, pela
indemnização ou pelo valor atribuído à saída e ainda pelas
amortizações respectivas e debitadas pelos custos correspondentes.
794 – Ganhos em imobilizações: Regista os ganhos provenientes da
alienação ou de sinistros respeitantes a imobilizações, sendo as
respectivas subcontas creditadas pelo produto da venda, pela
indemnização ou pelo valor atribuído à saída e ainda pelas
amortizações respectivas e debitadas pelos custos correspondentes.”

Alienação, Abates e Sinistros

Alienação
Na alienação de bens do activo imobilizado as mais-valias ou menos-
valias são dadas pela diferença entre o valor de realização e o valor de
aquisição, ao qual se deduzem as reintegrações ou amortizações
praticadas, de acordo com o n.º 2 do art..º 44.º do CIRC. O facto do
bem não se encontrar totalmente amortizado não traz qualquer
impedimento à sua venda nem ao apuramento da mais ou menos valia.

Em termos contabilísticos sempre que haja lugar a uma alienação de


um bem do activo imobilizado o resultado (mais ou menos-valia
contabilística) será dado pela diferença entre o valor de realização do
bem e o respectivo valor líquido contabilístico e influenciará o resultado
líquido do exercício.

91
Alienação, Abates e Sinistros

Movimentos Contabilísticos

Alienação, Abates e Sinistros


Abates

Estamos perante um abate de um bem do activo imobilizado quando o


mesmo deixa de integrar o património da entidade dele titular, mas sem
que exista uma contrapartida financeira, como sucede nos casos de
alienação ou de sinistros.

Por conseguinte, de um abate apenas pode resultar uma perda ou um


resultado nulo, consoante o elemento abatido tenha ou não valor
contabilístico, respectivamente.

Na primeira destas hipóteses, o registo da perda deve ser feito na


conta 6945 Custos e perdas extraordinários – Perdas em imobilizações
– Abates.

É frequente fazer-se o abate de bens do activo imobilizado em 31 de


Dezembro, aquando da rectificação de contas. Note-se que, no mapa
32.1 - Elementos abatidos no exercício, deve explicitar no verso, em
observações, a natureza do abate, fazer parte do Dossier fiscal e na
nota 10 do Anexo ao Balanço e à Demonstração dos Resultados.

92
Alienação, Abates e Sinistros

Abate por Obsolescência:

Nos casos em que procedam a essa destruição ou inutilização, recomenda-se


que procedam à prévia comunicação desses factos - indicando o dia e a hora -
aos serviços competentes, a fim de que os agentes de fiscalização possam
exercer o devido controlo. Em termos de IVA, não será necessário proceder
nenhuma regularização. Em termos de IRC, caso exista prova do abate, o custo é
aceite fiscalmente.

Sendo o saldo do respectivo bem nulo, isto é, sendo o seu valor contabilístico
"zero", ou seja o bem encontra-se totalmente amortizado, o lançamento a
efectuar será o seguinte.

48 - Amortizações acumuladas
482 - De amortizações corpóreas
a 42 - Imobilizações corpóreas
a 42 "x" - Equipamento X

Alienação, Abates e Sinistros

Dos abates têm resultado alguns problemas fiscais, designadamente quando


os bens não estão ainda totalmente amortizados.

Se os bens ainda não se encontrarem totalmente amortizados teremos


que ter em consideração o teor da nota explicativa à conta 694 - Custos
e perdas extraordinários - Perdas em imobilizações, constante do
capítulo 12 do POC, a qual preconiza que "Regista as perdas
provenientes de alienação, de sinistros ou de abates de imobilizações,
sendo as respectivas subcontas creditadas pelo produto da venda, pela
indemnização ou pelo valor atribuído à saída e ainda pelas amortizações
respectivas e debitadas pelos custos correspondentes".

O lançamento a efectuar será o seguinte:


48 - Amortizações acumuladas D – pelo valor das amortizações
42 - Imobilizações corpóreas C - pelo valor das amortizações
6945 – Abates – D - pelo valor liquido das imobilizações a inutilizar

93
Alienação, Abates e Sinistros

Sinistros

Os lançamentos não divergem muito dos que são efectuados na


alienação com menos-valias, só que temos de atender à possibilidade
de estes estar coberto ou não por uma apólice de seguro. Se o valor da
indemnização não for igual ao do custo extinto haverá que reconhecer
a diferença (positiva ou negativa) como resultado extraordinário.

Reavaliação

56 – Reservas de reavaliação:
Esta conta serve de contrapartida aos ajustamentos monetários.
A reserva de reavaliação corresponderá ao saldo resultante dos
movimentos contabilísticos inerentes aos processos de reavaliação, os
quais serão registados, conforme os casos, a débito ou a crédito de uma
conta denominada «Reserva de reavaliação-Decreto-Lei nº...».

Valores aquisição

Amortizações acumuladas x Coeficientes de Actualização

Coeficientes de Actualização = Coeficiente de desvalorização monetária do


ano de aquisição do bem, portaria n.º 222/97

94
Reavaliação Exemplo de reavaliação

56-Reservas de Reavaliação
42 xx Imobilizado

500 200 500

300

59 Resultados Transitados 48- Amortizações Acumuladas

200
300

Investimentos Financeiros
Investimentos financeiros - perspectivam duas classes distintas:
• Investimentos Financeiros
- Temporários ( realizável a C.P - títulos negociáveis e aplicações tesouraria)
- Permanentes (imobilizável por período longo)
• Investimentos em Imóveis
CLASSIFICAÇÃO
411 – Partes de capital:
4111 – Empresas do grupo ; 4112 – Empresas associadas; 4113 – Outras empresas.
Empresas do grupo - participação > 50% (integram a empresa mãe e filiais)
Empresas associadas – 20 % < participação < 50%
Outras empresas – participação < 20 %

412 – Obrigações e títulos de participação:


4121 – Empresas do grupo; 4122 – Empresas associadas; 4123 – Outras empresas.

413 – Empréstimos de financiamento:


4131 – Empresas do grupo; 4132 – Empresas associadas; 4133 – Outras empresas.

414 – Investimentos em imóveis:


4141 – Terrenos e recursos naturais; 4142 – Edifícios e outras construções

415 – Outras aplicações financeiras: 4151 – Depósitos bancários; 4152 – Títulos da dívida
pública; 4153 – Outros títulos; 4154 – Fundos.

95
Investimentos Financeiros

No domínio das acções, obrigações e outros títulos com cotação oficial nas
bolsas de valores, a adopção da cotação como base valorimétrica parece
objectiva, pois é exterior ao próprio informador, apresentando a inegável
vantagem da relevância.

Os problemas mais interessantes suscitados em relação a esta classe serão os


respeitantes a Acções ou Quotas Próprias e a Partes de Capital

Acções ou Quotas próprias


A alteração do regime das acções e quotas próprias traduziu-se no respectivo
enquadramento, não no activo (nos “Investimentos financeiros”), mas nos capitais
próprios, com sinal menos. Ter-se-á entendido que, apesar de juridicamente
estarmos perante activos de propriedade da entidade, no fundo envolveriam
autênticas reduções dos capitais próprios das titulares dessas quotas ou acções.
Efectivamente, na maioria das situações em que existem quotas ou acções
próprias, o facto resultou de uma transferência de capitais próprios da sociedade
para os respectivos sócios, devendo a contabilidade retratar tais situações pela
via da redução dos capitais próprios e não como simples factos permutativos, de
substituição de um activo (disponibilidade ou créditos) por outro activo
(imobilizações financeiras).

Investimentos Financeiros

Em termos de Valorimetria os investimentos em imóveis não suscitam questões


diferentes das associadas à valorimetria dos imóveis afectos à actividade de exploração
da empresa – quer em termos de entrada, quer em termos de saída.

Os investimentos financeiros propriamente ditos, que não sejam partes de capital, é-lhes
aplicado o princípio do custo histórico e , sendo caso disso, o princípio da prudência.

Em termos de Valorimetria de Entrada (de acordo com ponto 5.4.2. e ponto 5.4.3 do
POC): O custo de aquisição do investimento financeiro é determinado pelo preço de
compra acrescido das despesas (comissões; taxas de corretores; impostos ).

“Nos casos em que os investimentos financeiros, relativamente a cada um dos seus


elementos específicos, tiverem, à data do balanço, um valor inferior ao registado na
contabilidade, este pode ser objecto da correspondente redução, através da conta
apropriada.” Tal situação corresponde aos ajustamentos conta 49.

A DC 9 esclarece que os investimentos financeiros representados por partes de capital


deverão ser sempre contabilizados no momento da aquisição pelo respectivo custo
independentemente do método posteriormente adoptado.
O custo de aquisição contém implícito o Goodwill que corresponde ao somatório do
justo valor dos activos adquiridos e dos passivos identificáveis assumidos e o respectivo
custo de aquisição.

96
Investimentos Financeiros
Partes de Capital : Os investimentos financeiros - partes de capital - podem ser registados
segundo o Método do Custo ou segundo o Método da Equivalência Patrimonial.

Método do Custo : O investimento financeiro é registado na empresa detentora pelo custo


de aquisição, será aplicado nas seguintes situações:
a) Quando existam restrições severas e duradouras que prejudiquem significativamente a
capacidade de transferência de fundos para a empresa detentora;
b) As partes de capital sejam adquiridas e detidas exclusivamente com a finalidade de
venda num futuro próximo (o registo é efectuado na rubrica Títulos negociáveis).

Nos demais casos será de utilizar o método da equivalência patrimonial.

Método da Equivalência Patrimonial:


É um método de contabilizar e relatar, pelo qual o interesse numa entidade conjunta
controlada é inicialmente contabilizado pelo custo e posteriormente ajustado pela
variação pós aquisição na parte do empreendedor dos activos líquidos da entidade
conjuntamente controlada. É um método de utilização obrigatória para empresas
associadas e do grupo que estejam excluídas da consolidação.
O investimento financeiro é registado na empresa detentora de duas formas: na data
de compra pelo custo aquisição e posteriormente ao custo de aquisição ajustado, no
final de cada ano pelas alterações na parte que cabe à participante no capital próprio
(proporção da variação do capital próprio da participada).

Capital, Reservas e Resultados

97
Capital Inicial

Capitais
Próprios
Reservas

Capital Adquirido

Resultados

51 - Capital

52 - Acções (quotas) próprias

53 - Prestações Suplementares

54 - Prémios de emissão de acções (quotas)

55 - Ajustamentos de partes de capital em filiais e associadas

56 - Reservas de reavaliação

57 - Reservas

59 - Resultados Transitados

98
51 – Capital:
Relativamente às empresas sob a forma de sociedade, esta conta
respeita ao capital nominal subscrito.
Esta conta servirá para registar o capital fixado dos estabelecimentos
individuais de responsabilidade limitada e ainda o capital inicial e as
dotações de capital das empresas públicas.
Quando se tratar de empresas em nome individual que não assumam a
forma de estabelecimento individual de responsabilidade limitada,
compreendem–se nesta conta não só o capital inicial e adquirido, mas
ainda as operações de natureza financeira com o respectivo
proprietário.
Regista–se igualmente nesta conta o capital das cooperativas.

A conta 51- Capital é movimentada por:

A - Constituição de Sociedades

B - Modificações de Capital :

B1 - Aumento de Capital;

B2 - Redução de Capital

B3 - Reintegração de Capital;

B4 - Amortização de Capital

99
A – Constituição de Sociedades
51 xx Capital 264x- Subscritores de Capital

y y

Subscrição de capital

121xx- Depósitos à ordem 264x- Subscritores de Capital

y Y - valor
contabilistico
Realização de capital

B – Modificações de Capital
Artigo 21.º
Variações patrimoniais positivas
Concorrem ainda para a formação do lucro tributável as variações
patrimoniais positivas não reflectidas no resultado líquido do exercício,
excepto:
a) as entradas de capital, incluindo os prémios de emissão de
acções, bem como as coberturas de prejuízos, a qualquer título, feitas
pelos titulares do capital;

100
B1 - Aumentos de Capital

B11) Entrada de Dinheiro ou em espécie ( insuficiência de capital; abertura


ao público )
B111) Sociedades por Quotas
B112) Sociedades Anónimas
- Aumento do valor nominal da acções
- Aumento por emissão adicional de acções

B12) Incorporação de Reservas

B13) Transformação de Dividas em Capital ( conversões de créditos e


suprimentos )

B – Modificações de Capital
Os Aumentos de capital implicam um aumento de activo e do capital
inicial da empresa, quer por aumento do valor nominal das quotas
iniciais quer pela admissão de novos sócios.

Os sócios gozam de preferência nos aumentos de capital arealizar em


dinheiro, atribuido a cada sócio a importância proporcional à quota de
que for titular na referida data.

Considerando as empresas em continuidade empresarial estas terão


um sobrevalor (Goodwill) que corresponde à acapacidade que esta tem
em gerar lucros no futuro, porém tal valor não está reconhecido.

Os sócios que entram para além da quota a subscrever terão de


comprar parte desse sobrevalor, passado e futuro.

101
B111) Entradas em Dinheiro (Soc. Por Quotas)
51 xx Capital 264x- Subscritores de Capital

6000 6000
18000
+
12000

54 xx Prémio de Emissão 121 – Dep. à ordem

12000 18000
P

B112) Entradas em Dinheiro (Soc.Anónimas)


51 xx Capital 264x- Subscritores de Capital

50.000 50.000
50.000

Aumento do valor nominal da acções

Não há fase subscrição o aumento é 121 – Dep. à ordem


directamente realizado.
Apenas haverá um aumento do valor
nominal das acções.
50.000
P.Ex : 100.000€ - 100.000 acções
Aumento 50.000€ -1,5 € / acção

102
B112) Entradas em Dinheiro (Soc.Anónimas)
Aumento por emissão adicional de acções
P.Ex :

CP constituido por 100.000€ e reseervas de 20.000€


Valor nominal de 1€
CP 120.000€ - 100.000 acções – 1,2€/acções valor contabilístico

Após o aumento CP 220.000€ - 200.000 acções - 1,1 € / acção

A empresa fará a emissão por um preço superior ou igual 1,2€/acção


ou seja com um Prémio de Emissão mínimo de 2€ logo por pelo menos
1,3€/ acção. Já que pressupomos que o valor de mercado é pelo menos
igual ou superior ao valor contabilistico.

B112) Entradas em Dinheiro (Soc.Anónimas)


51 xx Capital 264x- Subscritores de Capital

100.000 130.000 130.000

Aumento por emissão adicional de acções

121 – Dep. à ordem


54 – Prémio Emissão acções

30.000 130.000
Sobrevalor

103
B12) Incorporação de Reservas
51 xx Capital 56/57 -Reservas

Y Y

-A sociedade pode aumentar o seu capital através das reservas


disponíveis, depois de aprovação das contas do exercício ou ainda
através da reavaliação realizada.

-Existe apenas uma alteração da composição do capital próprio e não do


seu valor.

- Pretende-se com isto evitar distribuição das reservas, reduzir a


percentagem do dividendo ou aproximar o capital social do capital
próprio.

B13) Transformação de dividas em capital


51 xx Capital 264x- Subscritores de Capital

D D

Acções Emitidas/Subscrição de Capital

264x- Subscritores de Capital 22/26 – FND ou OC

D D
Acções Entregues aos credores
Credores transformados em sócios

104
B2 - Diminuição de Capital

B21) Saída de um sócio (sociedades por quotas)

B22) Excesso de capital (se o capital não estiver


totalmente liberado podem os sócios serem
dispensados da entrega final da fracção do capital
subscrito e ainda não realizado )

B23) Cobertura de Prejuízo

B24) Amortização Capital (sociedades por acções)

B21) Saída de um sócio


2556-Socios a reembolsar
51 xx Capital
Cap. Subs 25%
25% +
Cap. Subscrito Reservas 25%
+
Lucros 25%
Ex: quota de um sócio 25% Distribuídos
25% *1000 capital <=> 100%* 750 capital
59 Resultados Transitados 57- Reservas (Legais e Estatutárias)

25%
25%Reservas
Lucros Disponíveis

Resultados já transferidos

105
B22) Excesso de capital
51 xx Capital 255x- Accionistas /Sócios

E – capital realizado
E+E` e subscrito a
reembolsar
Se o capital não estiver totalmente liberado
Podem os sócios serem dispensados de
entregar o não realizado. 264x- Subscritores de Capital
E`- neste caso não há restituição de
capital apenas anulação de divida do E` – capital não
valor não realizado realizado a
reembolsar

B23) Cobertura de Prejuízo


51 xx Capital 59x- Resultados Transitados

P P

Para evitar a dissolução pode recorrer à redução do capital social


ou entrega de fundos por parte dos sócios.

106
B24) Amortização Capital
51 xx Capital 59x- Resultados Transitados

P P

Reembolso dos activos aos sócios

52 – Acções (quotas) próprias:

A conta 521 – «Valor nominal» é debitada pelo valor nominal das


acções ou quotas próprias adquiridas. Ainda na fase de aquisição, a
conta 522 – «Descontos e prémios» é movimentada pela diferença
entre o custo de aquisição e o valor nominal.
Quando se proceder à venda das acções ou quotas próprias, para além
de se efectuar o respectivo crédito na conta 521, movimentar–se–á a
conta 522 pela diferença entre o preço de venda e o valor nominal.

Simultaneamente, a conta 522 deverá ser regularizada por


contrapartida de reservas, de forma a manter os descontos e prémios
correspondentes às acções (quotas) próprias em carteira.
Aquisição só é possível se as Reservas Livres forem 2 vezes maiores
que o valor a prestar (valor contabilístico)

Valor nominal - valor que se encontra inscrito o titulo.


Valor de emissão – valor pago pelo subscritor:
- ao par ou acima do par

107
1) Aquisição de Acções (Quotas) Próprias
268x/11x/12x 521xx Acções Próprias VN

V.aq. VN
290 200

X- diferença entre
o V.aq. e o VN 522xx Prémio (Desconto)

Prémio se Vaq. > VN X – Prémio X- Desconto


Desconto se Vaq. < VN 90

2) Venda de Acções (Quotas) Próprias


268x/11x/12x 521xx Acções Próprias VN

PV VN
320 200

* Quota adquirida por 290


e vendida por 320
522xx Prémio (Desconto)
P se P.V < V. aq.
G se P.V > V. aq P G
120

108
53 – Prestações suplementares:

Esta conta será utilizada em conformidade com o previsto no Código


das Sociedades Comerciais, não compreendendo assim os
suprimentos, que são de incluir na conta 25 – «Accionistas (sócios)».

Os seus movimentos terão contrapartidas na conta de sócios ou


accionistas pela deliberação em assembleia das atribuições.

São entradas como reforço não correspondendo a um aumento de


capital.

Parcelas de capital próprio com lugar intermédio entre as reservas e o


capital nominal que derivam do pacto social.

54 – Prémios de emissão de acções (quotas):


Deve ser levada a esta conta a diferença entre os valores de
subscrição das acções (quotas) emitidas e o seu valor nominal.
Serve para cobrir prejuízos e incorporação de capital.

Valor nominal - valor que se encontra inscrito o titulo.

Valor de emissão – valor pago pelo subscritor: ao par ou acima do par.

A diferença entre os dois – Prémio de emissão de acções


Prémio = Valor de Subscrição (emissão) –Valor Nominal

Valor contabilistico – Quociente do CP do Balanço pelo número de


acções.

109
Subscrição Acima do Par
51 xx Capital 264x- Subscritores de Capital

A A
+
P

54 xx Prémio de Emissão

Exemplo: Prémio emissão de quota

55 – Ajustamentos de partes de capital em filiais e associadas:


551 – Ajustamentos de transição: esta conta regista, quando da transição para
a aplicação do método da equivalência patrimonial, a diferença entre os valores
atribuídos às partes de capital em empresas filiais e associadas,
correspondentes à fracção dos capitais próprios que representam, no início do
exercício, e os respectivos valores contabilísticos.

552 – Lucros não atribuídos: esta conta será creditada pela diferença entre os
lucros imputáveis à participação na empresa filial ou associada e os lucros que
lhe forem atribuídos (dividendos), movimentando–se em contrapartida a conta
59 «Resultados transitados».

553 – Outras variações nos capitais próprios: esta conta acolherá, por
contrapartida da respectiva rubrica da conta 411 «Investimentos financeiros –
Partes de capital», os valores imputáveis à participante na variação dos capitais
próprios das empresas filiais ou associadas que não respeitem a resultados.

554 – Depreciações: esta conta regista, por contrapartida da conta 49


«Provisões para investimentos financeiros – Partes de capital», as diferenças
entre o valor contabilístico e o valor de mercado das partes de capital em
empresas filiais e associadas.

110
57 – Reservas:
A distribuição de lucros não pode ocorrer se a situação liquida for
menor que o (capital + reservas) ou no caso dos lucros serem
necessários para cobrir perdas ou reconstituir reservas legais.
As reservas são parcelas de capital próprio activo, é um acto de
previdência no caso de autofinanciamento, reembolsos de capital ou
regularização de dividendos e prejuízos.
A sua constituição impede a redução do capital próprio no caso do
autofinanciamento.
571 – Reservas legais: esta conta deverá ser subdividida, consoante as
necessidades das empresas públicas e privadas, tendo em vista a
legislação que lhes é aplicável.
Art.295º - Reserva legal - Uma percentagem não inferior à vigésima
parte dos lucros da sociedade (5%) é destinada à constituição da
reserva legal.
572 – Reservas Estatutárias
573 – Reservas Contratuais
574 – Reservas Livres
575 – Subsídios: serve de contrapartida aos subsídios que não se
destinem a investimentos amortizáveis, nem à exploração.
576 – Doações: serve de contrapartida às doações de que a empresa
seja beneficiaria.

Distribuição de Reservas
59 Resultados Transitados 88 - R.L.E

50 1000 1000
100
200

57- Reservas (Legais ) 57- Reservas (Livre e Estatutárias)

50 100
200

111
59 – Resultados transitados:

Esta conta é utilizada para registar os resultados líquidos e os


dividendos antecipados, provenientes do exercício anterior. Será
movimentada subsequentemente de acordo com a aplicação de lucros
ou a cobertura de prejuízos que for deliberada, bem como pela
diferença entre os lucros imputáveis às participações nas empresas
filiais ou associadas e os respectivos lucros que lhes forem atribuídos.

Excepcionalmente, esta conta também poderá registar regularizações


não frequentes e de grande significado* que devam afectar, positiva ou
negativamente, os capitais próprios, e não o resultado do exercício.

* A expressão «regularizações não frequentes e de grande significado» deve


apenas incluir os erros fundamentais.

É exemplo de um erro fundamental o não lançamento de quantias


materialmente relevantes de custos financeiros que sejam devidos por um
contrato em vigor, quanto tais custos venham a ser regularizados no exercício
corrente e para os quais não tenha sido feita a respectiva estimativa.

Outro exemplo, será o caso da detecção de que as demonstrações financeiras


de períodos anteriores incluem produção em curso e/ou dívidas a receber
respeitantes a contratos quanto aos quais não possa ser exigido o seu
cumprimento e não tenham sido constituídas adequadas provisões.

Por outro lado, não são considerados erros fundamentais designadamente os


que ocorram em consequência de erros aritméticos, erros na aplicação de
políticas contabilísticas, interpretações erradas de factos, fraudes e
negligências, desde que qualquer das situações não seja materialmente
relevante.

112
Resultados transitados
88 - R.L.E 59x- Resultados Transitados

+ +

Resultados Positivo

Os resultados líquidos do exercício podem ser positivos ou


negativos, sendo este ultimo caso o saldo da conta 88 - RLE
devedor e dando origem a um débito pelo valor correspondente
na conta 59 – Resultados Transitados.

Dividendos Antecipados
Conta 89 Dividendos Antecipados.

Conta debitada por crédito da conta 25 – Accionistas, pelos


dividendos atribuidos no decurso do exercício , nos termos legais
e estatutários, por conta dos resultados desse exercício.

Conta movimentada em sociedades por acções.

113
Dividendos Antecipados
89 - Dividendos Antecipados 2553 – Adian. p/ Conta de lucros

X Em Jan/ n+1 Y X
Transf. Saldo

59- Resultados Transitados 2423- Retenção - capitais

Em Jan/ n+1 Y
Transf. Saldo

114
Esquema de Encerramento

115

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