Neiva Furlin
.
Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia pela Universidade Federal do Paraná - Brasil e
Membro do Núcleo de Estudos de Gênero da mesma Universidade. E-mail: nfurlin@yahoo.com.br. O
artigo é parte da pesquisa de doutorado, orientada pela Prof.ª Dr.ª Marlene Tamanini e financiada pela
CAPES/REUNI.
1
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
2
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
1
Acordo, negociações para fins comuns – baseado em “experiência” e necessidade comum.
2
Entre as representantes dessa geração encontramos Drucila Cornell e Elizabeth. Segundo Rita Felski,
(1999), essas escritoras estão mais conscientes do que suas predecessoras sobre as armadilhas na
teorização da categoria de mulher e assumem uma consciência mais aguda das complexidades em
relação à construção dessa categoria.
3
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
4
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
1999, p. 15). Isso porque, para ela, o “novo se cria revisando e queimando o velho”.
Braidotti acredita que pela mimese é possível revisitar os lugares discursivos e materiais
de onde “a mulher” foi essencializada, desqualificada ou simplesmente excluída. E,
desde aí, reelaborar as redes de definições discursivas da “mulher” que sejam úteis tanto
para a desconstrução de um modelo de subjetividade feminina, mas também para
colocar em prática, aqui e agora, um modo de representação, em que o fato de ser
“mulher” tenha a conotação de uma força política positiva e auto-afirmante. “Trata-se
de um ato de legitimação em virtude do qual o „si mesmo-mulher‟ misture o seu desejo
ontológico de ser como devir – consciente e desejado – de um movimento coletivo”
(BRAIDOTTI, 2004, p. 45).
Para Braidotti, a redefinição do gênero por meio da política de localização do
sujeito e das experiências encarnadas se torna um projeto político considerável. Nesse
processo, as genealogias das mulheres são ativadas politicamente como
contramemórias, no sentido de sentir, de pertencer a uma história, mesmo que não se a
tenha vivido, mas essa é a “sua” história, que desde sempre está feita por vínculos
imaginários. Aqui, o imaginário é uma forma de mediação, de recompor as partes de
uma história complexa que é também muito local, global e contextual. Assim sendo, ela
afirma que esse projeto político é também utópico, um contínuo devir ou “tornar-se”,
que aponta para um processo de ressignificação que já começou e, no entanto, está
sempre se produzindo. Tais questões se evidenciaram no estudo que realizamos com
mulheres produziam suas condições para uma afirmação positiva do feminino na
teologia, como estratégia política do seu devir sujeito de saber, conforme passamos a
descrever no ponto que segue.
5
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
6
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
7
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
8
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
7
SPIVAK Gatary. “In a Word”. Interview. Differences 1(1), 1989.
8
Uma boa síntese desses estudos se encontra na obra de Ana Bach (2010).
9
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
10
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
Considerações finais
11
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
12
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
produzem, por menor que sejam, tornam-se importantes, porque estabelecem certa
autonomia em relação a uma estrutura hierárquica e masculina. E isso nos permite
concordar com Gaulejac (2004) de que um sujeito não pode ser reduzido às suas
capacidades narrativas e de reflexividade, mas também pela sua capacidade de ação, de
criação, de decisão, de realização, que permite transformar não só o mundo em que ele
vive, mas também a sua própria existência, que corresponde a um “modo novo de viver,
de se produzir e de se reconhecer sujeito”. (Ward L. Kaiser).
Referências Bibliográficas
AMADO, Ana; DOMÍNGUEZ, Nora. Rosi Braidotti. MORA - Revista del Instituto
interdisciplinario de Estudios de Género, Facultad de Filosofía y Letras, Buenos Aires,
n.5, p. 04-06, 1999.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. 14. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal,
1999a.
______. História da sexualidade: o cuidado de si. 9 ed. São Paulo: Edições Graal, 2007.
13
Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, ISSN 2177-8248
Universidade Estadual de Londrina, 27 a 29 de maio de 2014
GT 10 - Teorias Feministas – Coord. Prof. Dr. Márcio Ferreira de Souza (UFU); Profa. Dra.
Silvana Mariano (UEL)
PIERUCCI, Antônio Flávio. Ciladas da Diferença. São Paulo: USP/Editora 34, 1999.
14