CAMPINA GRANDE-PB
CURSO DE DIREITO
Campina Grande
2018
JOSÉ AUDECI GOMES DE OLIVEIRA
Campina Grande
2018
TERMO DE APROVAÇÃO
Banca Examinadora
Examinador 1
Examinador 2
Dedico este trabalho a minha família, razão
de minha existência.
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais, Francisco e Eurides, que dedicaram suas vidas para criar a mim e a
meus dois irmãos.
À minha esposa Lêda Maria, com todo amor e carinho, por estar sempre ao meu lado
durante todos momentos da vida, ajudando-me a ultrapassar todas as dificuldades
encontradas no percorrer do caminho.
This present work presents a theme of big relevance, seeking in Brazilian legislation
and through field research know and explain about the treatment given to adolescents
in conflict with the law. In this way, the research had as general objective to analyze
the causes and the socioeconomic profile of adolescents that meet definitive measure
of hospital in the home of the Boy Father Otávio Santos, in the city of Lagoa Seca-PB.
Summary The study was classified as quali-quantitative and the prioritized method was
the inductive method, and was conducted through interviews made by means of a
questionnaire, which contained open and closed questions on several factors, such as
age, sex and type of offenses committed. The visit to the unit was held on 18 May of
the year of 2018. Quantitative data were submitted to statistical treatments, and the
qualitative content analysis. Abstract In this study, it is possible to realize that there are
several causes that led the socieoducandos the infracionais acts, such as financial
difficulty and the use of drugs. Already in relation to the profile of socioeducandos
overcame the fact that the majority are from poor families and separated parentes.
Tabela 1 - .................................................................................................................. 51
Tabela 2 - ................................................................................................................. 53
Tabela 3 - ................................................................................................................. 54
Tabela 4 - ................................................................................................................. 55
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - ................................................................................................................ 56
Gráfico 2 - ................................................................................................................ 57
Gráfico 3 - ................................................................................................................ 58
Gráfico 4 - ................................................................................................................ 59
Gráfico 5 - ................................................................................................................ 60
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 12
REFERÊNCIAS
APÊNDICE
12
INTRODUÇÃO
Ato infracional é o termo utilizado para designar infrações penais praticadas por
pessoas cuja idade não atingira a maioridade penal, levando em consideração a
época da ocorrência do fato. Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA),
crianças e adolescentes que praticarem condutas tipificadas como crime ou
contravenção, no Código Penal Brasileiro, serão responsabilizados de acordo com o
Estatuto, e não com base na legislação penal. Ainda de acordo com o ECA, considera-
se criança aquela pessoa que ainda não completou 12 (doze) anos, e adolescente
àquela que conta com idade de 12 (doze) anos completos, mas que ainda não atingiu
18 (dezoito) anos
Não é de hoje a ocorrência de práticas delitivas com envolvimento direto
crianças e adolescentes. O índice de atos infracionais praticados vem apresentando
números alarmantes nos últimos anos. Em outubro de 2017, dados apresentados pelo
Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostrou que o número de adolescentes
apreendidos, em razão de alguma prática delitiva, cresceu seis vezes no Brasil nos
últimos 12 anos.
Já em relação à cidade de Campina Grande, em setembro de 2016 houve um
aumento de 12% (doze por cento) no número de inquéritos abertos, para apurar atos
infracionais praticados por adolescentes com idade entre 13 e 17. Esses dados foram
divulgados pela Delegacia da Infância e Juventude da citada cidade.
Apesar dos dados divulgados apresentarem apenas índices relativos à pratica
de atos infracionais, o que ocorre em todo País é o aumento da violência e da
criminalidade de forma geral. Isso gera uma sensação de medo e impunidade na
sociedade. A Cada noticiário policial, onde mostra o envolvimento de jovens no
cometimento da infração, surge o clamor social por mudanças na lei penal. Isso ocorre
em virtude de existir, por parte da população, uma visão equivocada de que os
principais responsáveis pelo aumento do índice de criminalidade são os adolescentes,
e que as medidas socioeducativas previstas no ECA não têm efetividade, em razão
do seu caráter protetivo.
Essa é uma ideia distorcida da realidade, uma vez que a origem do problema
não está na carência de leis, e sim num conjunto de fatores que podem afetar o
comportamento do adolescente em seu processo pela busca da identidade, como
13
Contudo, se o jovem, ao praticar o delito, tivesse agido com discernimento, ele deveria
ser recolhido à casa de correção, até que completasse 17 anos de idade.
Nesse sentido, o art. 13 do Código Criminal de 1830 despõe:
1De acordo com o Código de Menores de 1979, considera-se em situação irregular, o menor: I – privado
de condições essenciais à sua subsistência, saúde e instrução obrigatória, ainda que eventualmente,
em razão de: a) falta, ação ou omissão dos pais ou responsável; b) manifesta impossibilidade dos pais
ou responsável de provê-las; II – vítima de maus tratos ou castigos imoderados impostos pelos pais ou
responsável; III – em perigo moral, devido a: a) encontrar-se, de modo habitual, em ambiente contrário
aos bons costumes; b) exploração em atividade contrária aos bons costumes; IV- privado de
representação ou assistência legal, pela falta eventual dos pais ou responsável; V – com desvio de
conduta, em virtude de grave inadaptação familiar ou comunitária; VI – autor de infração penal (BRASIL,
1979).
21
à gravidade das penas. Conforme art. 1º da LICP (Lei de introdução ao Código Penal), considera-se
crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer
alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.
23
Com base nas explanações acima, pode-se afirmar que o ato infracional, assim
como a infração penal, é toda conduta descrita na lei penal como crime ou
contravenção, que contraria o ordenamento jurídico e reprovável pela sociedade, além
de passível de punição. Em suma, para a caracterização dos atos infracionais devem
estar presentes os três substratos do crime, quais sejam, fato típico, antijuridicidade e
culpabilidade, que somados formam a infração penal.
Nesse mesmo raciocínio, leciona Rogério Sanches:
[...] Crime é composto de três substratos: (i) fato típico, (ii) ilicitude (ou
antijuridicidade) e (iii) culpabilidade. Presentes os três, o direito de punir do
Estado se concretiza, surgindo a punibilidade (não é substrato do crime, mas
sua consequência jurídica. (SANCHES, 2016, p. 176).
Art. 2º. Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze
anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos
de idade.
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente
este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade (BRASIL,
1990, p.19).
1.6.3 Da imputabilidade
A criança que comete ato infracional não pode de maneira alguma ser privada
de sua liberdade em razão do ato delitivo praticado, pois elas se sujeitam apenas às
medidas de proteção constantes no rol no art. 101, da Lei nº 8.069/90.101. Vale
destacar que tais medidas não se confundem com pena. Desse modo, a pessoa que
comete ato infracional, enquanto não tiver atingido a idade de 12 (doze) anos, será
tratada como criança mesmo após completar esta idade.
Esse entendimento decorre do fato de crianças e adolescentes serem
considerados inimputáveis, isto é, não ter eles o pleno discernimento das
consequências dos seus atos. Essa tese se fundamenta, em regra, na premissa que
afirma que aos seres humanos, até os dezoito anos, não se exigem os mesmos
deveres atribuídos aos adultos. No entanto, isso não significa que eles estão isentos
de qualquer responsabilidade, mas que por estarem em situação de desigualdade em
relação aos adultos devem ser tratados de forma desigual, e é por isso que o ECA
traz medidas específicas que devem ser aplicadas ao menor infrator, devendo o
julgador escolher a mais adequada ao caso concreto.
Carvalho (2012) ressalta que apesar de inimputáveis, crianças e adolescentes
em conflito com a lei podem sofrer medidas diversas, e que a idade do agente à data
do fato é de fundamental importância para a análise da medida a ser aplicada, dentre
às educacionais, terapêuticas ou repressivas
Importa ressaltar que os dispositivos do ECA não são restritos a crianças e
adolescente, haja vista o legislador pontuar algumas situações nas pessoas com
idade entre dezoito e vinte e um anos podem estar sujeitas a imposição de medidas
disciplinadas com base nas normas estatutárias.
25
VII – qualquer uma das previstas no art. 101, I ao VI (BRASIL, 1990, online).
Percebe-se nos incisos acima, que algumas das medidas aplicadas aos
adolescentes são mais severas do que às aplicadas às crianças, podendo,
inclusive, ocasionar a privação da liberdade do adolescente. A autoridade competente
a que se refere o artigo acima é o Juiz da Vara da Infância e da Juventude,
responsável por aplicar tais medidas.
Como bem define Karina Batista Sposato (2003), a medida socioeducativa em
nada se difere das penas, uma vez que possuem o mesmo papel de controle social,
onde o Estado, utilizando-se do seu poder de império, aplica sanções a quem
descumpre determinadas regras de comportamento, para, com isso, trazer novamente
a paz social. Esse entendimento revela o caráter sancionatório, impositivo e retributivo
das medidas socioeducativas, servindo de instrumento de defesa social, o que pode
justificar a sua natureza penal.
Em contraposição, afirma Saliba (2006, p. 29): “todas as medidas previstas
devem prever a reeducação e a prevenção. Pretendem estabelecer um novo padrão
de comportamento e conduta do infrator [...]”. Assim, mesmo evidenciando um caráter
punitivo, a execução das medidas socioeducativas deve objetivar, ainda, a prevenção
e a reeducação do adolescente.
Assim como os ocorre com os adultos que cometem infrações penais, os
adolescentes também podem sofrer sanções coercitivas pela prática de uma conduta
delitiva. A depender do tipo de ato infracional praticado, o adolescente poderá ficar
detido em unidades de internação ou apenas ser entregue aos pais ou responsáveis,
após gerado um boletim de ocorrência.
nenhuma hipótese será admitido que o adolescente fique detido juntamente com os
adultos.
Saliba (2006) ressalta que o boletim de ocorrência somente é lavrado e
transformado em processo quando não for caso de internação provisória. Além disso,
fica a família do adolescente com responsabilidade de apresentá-lo ao representante
do Ministério Público, que, após ouvi-lo, poderá adotar algumas das providências
estabelecidas no ECA, como promover o arquivamento, conceder a remissão ou
oferecer representação ao juiz da Vara da Infância e da Juventude, para aplicação de
uma das medidas socioeducativas.
Importa destacar o processo para aplicação de qualquer medida socioeducativa
deverá respeitar o devido processo legal, e a sua execução deve seguir as diretrizes
e determinações da Lei 12.594/2012 (Lei do SINASE)4, que regulamenta a execução
das medidas socioeducativas destinadas a adolescentes que pratique ato infracional.
As medidas estabelecidas no ECA se norteiam em princípios pedagógicos
como forma de ressocialização do adolescente infrator. A melhor maneira de
compreender todo esse processo é analisando cada uma das medidas
socioeducativas, especificando como se processa a execução e quais os critérios para
a sua aplicação.
2.1 Advertência
Conforme exposto acima, a única medida socioeducativa que pode ser aplicada
diretamente pelo magistrado em audiência é à advertência, devendo estar presente
ao ato o representante do MP e os familiares ou responsável pelo menor. O juiz deve
explicar ao menor as consequências advindas em caso de reiteração no cometimento
de novas condutas delitivas. Em relação aos pais ou responsáveis, caso a medida de
advertência seja a eles direcionada, estes deverão ser orientados pelo juiz acerca da
possibilidade de suspensão ou destituição do pátrio poder ou da guarda, bem como
da destituição da tutela, podendo até mesmo serem encaminhados ao Conselho
Tutelar para receberem as medidas cabíveis.
Conforme ensinamentos de Nucci (2014), a advertência é a mais branda dentre
as medidas socioeducativas, devendo ser aplicadas a adolescentes que cometem o
primeiro delito, e desde que o ato praticado seja de menor potencial ofensivo e atinja
bens jurídicos de menor relevância. Para o autor, o adolescente está passando um
uma formação de sua responsabilidade e, por isso, necessita de alertas e orientações,
para que não venha a se desvirtuar durante a trajetória da adolescência para a vida
adulta.
6 Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-
se aquelas que visem ao fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Parágrafo único. São
também princípios que regem a aplicação das medidas. XI - obrigatoriedade da informação: a criança
e o adolescente, respeitado seu estágio de desenvolvimento e capacidade de compreensão, seus pais
ou responsável devem ser informados dos seus direitos, dos motivos que determinaram a intervenção
e da forma como esta se processa (BRASIL, 1990, online).
7 Art. 99. As medidas previstas neste Capítulo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente, bem
[...] a medida em análise não pode ser confundida com a prevista no Código
Penal, pois a prestação de serviços à comunidade, segundo o artigo 43 do
Código Penal, possui natureza de pena alternativa, substitutiva da privativa
de liberdade. No ECA, a prestação de serviços de serviços à comunidade é
medida socioeducativa que somente pode ser aplicada ao adolescente em
conflito com a lei por meio de processo judicial pela prática do ato, sendo
diretamente aplicada na sentença (DUPRET, 2015, online).
10 Art. 119. Incumbe ao orientador, com o apoio e a supervisão da autoridade competente, a realização
dos seguintes encargos, entre outros: I - promover socialmente o adolescente e sua família,
fornecendo-lhes orientação e inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de auxílio
e assistência social: II - supervisionar a frequência e o aproveitamento escolar do adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula; III - diligenciar no sentido da profissionalização do adolescente
e de sua inserção no mercado trabalho; IV- apresentar relatório do caso.
11 Sursis: Dentro do espírito de evitar o recolhimento do condenado à prisão (de curta duração), o
nosso ordenamento penal (CP, am. 77 a 82, LEI~ arts. 156 a 163) prevê o "sursis", instituto de política
criminal que suspende, por um tempo certo (período de prova), a execução da pena privativa, ficando
o sentenciado em liberdade sob determinadas condições (SANCHES, 2016, p. 472).
35
Tendo como base esses pensamentos, apesar de a medida em tela ser similar
ao Sursis, ela vai mais além, pois a intervenção pode ocorrer, inclusive, convivência
familiar. Estabelece o ECA, em art. 118, § 2º: “A liberdade assistida será fixada pelo
prazo mínimo de seis meses, podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou
substituída por outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor”.
Percebe-se que o legislador não estipulou o prazo máximo para o cumprimento da
medida, mas tão somente o seu prazo mínimo, o que vai de encontro ao princípio da
brevidade das medidas socioeducativas, que será abordado adiante.
Em razão disso, no julgamento do Habeas Corpus (HC) de nº 172017/SP, o
Superior Tribunal de Justiça (STJ) consolidou o entendimento da seguinte forma:
Dessa forma, não havendo previsão legal quanto ao prazo máximo para
cumprimento da aludida media, este prazo será fixado em 3 anos, em aplicação por
analogia da regra de medida socioeducativa de internação.
Como exposto anteriormente, para a prorrogação do referido prazo deverão ser
ouvidos a defesa, o membro do Ministério Público e o orientador. Para este, O ECA
estabeleceu diversas as atribuições, tais como observar suas atitudes perante a
família e a sociedade, tendo o dever de supervisionar a vida acadêmica do menor,
inclusive apresentando relatórios periódicos sobre a evolução do adolescente e, se
necessário, sugerir modificações da medida que lhe foi imposta.
Nesse sentido, Nucci descreve:
2.5 Da Semiliberdade
12Art. 14 da Lei 10.286/03: Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder,
ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo,
acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou
regulamentar: Pena - reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Parágrafo único. O crime previsto neste
artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. Disparo de
arma de fogo (BRASIL, 2003, online).
38
cumprimento da medida, tal decisão deverá ser anulada, evitando como isso a
perpetuidade da medida privativa de liberdade e seus efeitos danosos para aquele
que ainda não tem sua personalidade formada.
Do princípio da excepcionalidade extrai-se que a medida de privação de
liberdade deve ser a última opção a ser aplicada pelo juiz dentre as demais medidas
socioeducativas, devendo somente ser utilizada em casos excepcionais. Assim,
havendo a possibilidade de imposição de medida menos gravosa, deverá o
magistrado por esta decidir. O ECA, em seu art. 100, descreve que: “Na aplicação das
medidas levar-se-ão em conta as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas
que visem o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários” (BRASIL, 1990,
online). Esse disposto fortalece o entendimento de que o principal objetivo do Estatuto
é a reeducação do menor infrator. Logo, se outras medidas cumprem este intuito,
nadas obsta que elas sejam aplicadas em detrimento à internação.
Por fim, o princípio do respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento visa a observância de que o adolescente é uma pessoa em fase de
desenvolvimento de personalidade e, portanto, vulnerável, razão pela qual deve ter
um tratamento diferenciado na legislação pátria. Nesse contexto, reza o ECA, em seu
art. 125: “É dever do Estado de zelar pela integridade física e mental dos internos,
cabendo-lhe adotar as medidas adequadas de contenção e segurança” (BRASIL,
1990, online). Nestes termos, pode-se afirmar que o magistrado, ao decidir pela
medida de internação, deverá respeitar os 3 princípios basilares da medida em
discussão.
Art. 110. Nenhum adolescente será privado de sua liberdade sem o devido
processo legal.
Art. .111. São asseguradas ao adolescente, entre outras, as seguintes
garantias:
I – Pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, mediante
citação ou meio equivalente;
II – Igualdade na relação processual, podendo confrontar-se com vítimas e
testemunhas e produzir todas as provas necessárias à sua defesa;
III – defesa técnica por advogado;
IV – Assistência judiciária gratuita e integral aos necessitados, na forma da
lei;
V – Direito de ser ouvido pessoalmente pela autoridade competente;
VI – Direito de solicitar a presença de seus pais ou responsável em qualquer
fase do procedimento (BRASIL, 1990, online).
exigência não se fazia necessária, por falta de fundamentação legal. Porém, ao julgar
HC 305987, no ano de 2014, o STJ pacificou o entendimento da seguinte maneira:
O prazo máximo de três anos deve ser analisado conjuntamente com a idade
máxima permitida para o cumprimento da internação, que é de 21 anos, [...].
Tal limite máximo de idade foi estabelecido pelo legislador justamente
levando em conta o prazo máximo de três anos. Se não houvesse a
possibilidade de aplicação da internação até os 21 anos, o adolescente que
praticasse o ato próximo à data de completar a maioridade, provavelmente
não receberia a medida. O legislador pensou em atingir até mesmo o
adolescente que deixasse para praticar o ato infracional no último momento
antes de completar a maioridade (DUPRET, 2015, online).
46
3. METODOLOGIA
Esse estudo teve por finalidade realizar uma pesquisa para traçar o perfil
socioeconômico dos adolescentes em conflito com a lei, que estão cumprindo medida
socioeducativa de privação de liberdade no Cento Socioeducativo Lar do Garoto
Padre Otávio Santos, localizado na cidade de Lagoa Seca/PB.
Antônio Carlos Gil (20027) define o conceito de pesquisa da seguinte maneira:
Procedência
Campina Grande 32 73,0%
Ouras 12 27,0%
Escolaridade
2º ano do 1º ensino fundamental 1 2,3%
3º ano do 1º ensino fundamental 5 11,4%
4º ano do 1º ensino fundamental 1 2,3%
5º ano do 1º ensino fundamental 2 4,5%
6º ano do 2º ensino fundamental 1 2,3%
7º ano do 2º ensino fundamental 6 13,6%
8º ano do 2º ensino fundamental 6 13,6%
9º ano do 2º ensino fundamental 12 27,3%
1º ano do ensino médio 6 13,6%
2º ano do ensino médio 2 4,5%
3º ano do ensino médio 1 2,3%
Não respondeu 1 2,3%
Repetência
Sim 29 65,9%
Não 2 4,5%
Não responderam 13 29,6%
Fonte: Elaborado pelo autor
Soma-se a isso o fato de que adolescentes, nesta faixa, tornam-se alvos fáceis
nas mãos de aliciadores, que através de falsas promessas e ilusões acabam por
convencer esses adolescentes a cometer delitos. Importante frisar que nenhum dos
entrevistados contava com idade entre 12 e 13 anos na data da entrevista, porém não
se pode afirmar que adolescentes nesta faixa de idade não estão propícios a cometer
infrações.
Com base nos dados apresentados, percebe-se que 27% dos socioeducandos
não residem em Campina Grande, mas em diversas cidades como Lagoa Seca,
Monteiro, Araras, São Sebastião, Patos e Recife/PE. Isto pode se dar pelo fato de em
todo Estado da Paraíba só existirem cinco centros educativos de internação definitiva,
os quais estão distribuídos entre as cidades de João Pessoa (3), Sousa (1) e Lagoa
Seca (1).
Por causa desse reduzido número de centros educacionais, muitos dos
adolescentes apreendidos são encaminhamos de suas cidades para o Lar do Garoto,
gerando com isso grandes transtornos para os familiares desses menores, uma vez
que são obrigados a reduzir o número de visitas feitas aos filhos ou parentes por não
possuírem condições financeiras suficiente para arcar com os custos da viajem.
Do total de 44 entrevistados, apenas um deles se omitiu na resposta acerca da
escolaridade. Observou-se que muitos dos adolescentes continuam estudando dentro
da própria instituição. O mais preocupante, contudo, foi constatar o baixo nível de
escolaridade dos socioeducandos, haja vista que, dentre os entrevistados que
responderam a esse questionamento, 20,9% deles sequer concluíram o 5º ano do
fundamental 1, e que apenas 20,9% concluíram o ensino fundamental 2.
Este fato se evidencia mais claramente quando se analisa o índice de
repetência desses adolescentes, pois dentre os 70,5% que responderam a esse
questionamento, apenas 6,6% não repetiram de ano. Isso demonstra o problema da
evasão escolar, que atinge o nível de ensino, não só no município de Campina
Grande, mas em todo o País. Constatou-se nas entrevistas que todos os internos
frequentavam escolas públicas.
Esse quadro pode ser reflexo da soma de diversos fatores sociais como
condições precárias das escolas, violência dentro das escolas públicas, falta de
políticas públicas e, principalmente, a falta de condições financeiras da família, que
53
De acordo com a tabela acima, não houve grandes variações em relação aos
bairros onde residem os socieoducandos. O bairro que acolhe mais adolescentes em
conflito com a lei é o bairro José Pinheiro, com 9,1% do total de entrevistados. Além
disso, 20,5 % deles não residem na cidade de Campina Grande, pertencendo a
cidades de outras Comarcas.
O questionamento que se fez em seguida se deu em relação ao responsável
familiar, ou seja: “Quem exercia a responsabilidade familiar sobre o socioeducando”.
Verifica-se nas Tabela 2, que 45,5% dos entrevistados têm a mãe como
responsável familiar, e 4,5% têm o pai. Isso pode implicar que metade dos
entrevistados são provenientes de família monoparental, que é aquele modelo de
família formada por um só pai ou chefe de família. Já 38,6% têm como responsável
familiar os pais (pai e mãe), e apenas 2% informaram ele próprio responde pelos seus
atos.
De acordo com os dados da pesquisa, a maioria dos pais adolescentes não
estão inseridos no mercado formal, realizando atividades autônomas, tais como
empregada doméstica, diarista, cabeleireira, catadora de material reciclável,
agricultora, moto-taxista, pedreiro e servente. Assim como os filhos, os pais mal
conseguem concluir o ensino fundamental, fazendo com que os mesmos não tenham
grandes oportunidades no mercado de trabalho.
Com base nas informações apresentadas, pôde-se perceber que os
adolescentes infratores advêm de famílias humildes, muitas vezes de pais separados,
cujas profissões são remuneradas por baixos salários, conforme se apresenta na
tabela seguinte (Tabela 3).
55
Renda Qtd. %
Bolsa família 5 11,4%
Menos de 1 SM 14 31,8%
1 SM 10 22,7%
De 1 a 2 SM 5 11,4%
De 2 a 3 SM 1 2,3%
Acima de 3 SM 0 0,0%
Não responderam ou não souberam informar 9 20,5%
Fonte: Elaborado pelo autor
uso de drogas, podem ser determinante para que eles venham a delinquir e ingressar
para o submundo do crime.
O gráfico 1 apresenta dados estatísticos acerca dos atos infracionais cometidos
pelos socioducandos.
59,09%
Homicídio
Roubo
Não respondeu
Latrocínio
De acordo com o gráfico acima, pôde-se perceber que o ato infracional de roubo
foi praticado por 59,0% dos entrevistados, seguido do homicídio, com 15,9%. O
latrocínio e a tentativa de homicídio, atos infracionais mais graves que o roupo,
apresentaram índice de 6,82% cada. O tráfico de drogas apresentou o menor índice,
com apenas 2,27% do total de entrevistados. Não responderam ao questionamento
9,09%.
Embora o roubo (crime contra o patrimônio) predomine entre os adolescentes
infratores, é preocupante o alto índice de atos infracionais praticados com violência à
pessoa, como o latrocínio e o homicídio, uma vez que foram registradas 10
ocorrências, além de 3 adolescentes que estavam cumprindo medida socioeducativa
pela prática de estupro, e que se negaram a responder ao questionário, ficando, em
razão disso, fora da estatística apresentada.
A próxima questão está relacionada aos motivos que levaram o adolescente a
desviarem sua conduta e praticar o ato infracional: “o que levou você a cometer o ato
infracional?”.
57
2,3%
Sim
45,5% Não
52,3%
Não respondeu
10 Anos
29,5%
11 Anos
12 Anos
20,5% 20,5%
13 Anos
13,6% 14 Anos
9,1% 15 Anos
9,1%
Não respondeu
Sim
38,6% 52,3%
Não
que a influência que os pais exercem sobre os filhos não é o único fator que pode
desencadear a delinquência, haja vista ser este um fenômeno complexo.
Quanto a sua ocupação dentro da unidade, a maioria respondeu que passam
a maior parte do tempo realizando alguma atividade pedagógica e artesanato. Essas
duas atividades alcançaram o índice de 59,1%. A habilidade de fazer artesanato foi
adquirida com os outros adolescentes com mais tempo de internação, os quais foram
repassando o aprendizado com os socioeducandos novatos. Os demais informaram
que passam a maior parte do tempo dormindo, fazendo curso e, algumas vezes,
alguma atividade esportiva. O que mais chamou a atenção foi a responda de um dos
internos, que mencionou gastar o seu tempo lendo a bíblia, o que pode demonstrar
certo arrependimento por sua conduta delitiva.
Em relação ao lazer, foi constatado que 61,3% dos internos dispõe de área de
lazer em seus bairros para a prática de atividades recreativas. A participação em
atividades recreativas pode ocupar o tempo de crianças e adolescentes que passam
a maior parte do dia sem muitas ocupações, evitando que elas se envolvam com
drogas e ocupem a mente com coisas erradas. Mesmo assim, somente o fato isolado
de existirem tais pontos recreativos nos bairros não foi suficiente para afastar esses
adolescentes do mundo do crime. São necessárias outras ações por parte do poder
público em prol das comunidades, principalmente nas áreas mais carentes de
infraestrutura.
Foi questionado acerca do recebimento de visitas de parentes. Conforme dados
obtidos, 84,1% dos entrevistados afirmaram receber visitas de seus familiares, dentre
eles pais, avós, tios e irmãos. Portanto, mesmo diante desse cenário constrangedor,
que é ver o filho privado de sua liberdade em razão de sua conduta desviada, os
parentes não o abandonaram diante da situação vivenciada, evitando, com isso, a
quebra do vínculo familiar com o socioeducando.
Outro ponto questionado se deu em relação aos problemas apontados na
unidade de internação. Dentre os maiores problemas apontados estão a falta de
banheiros na ala de triagem (9,1%), agressões físicas por parte dos agentes (13,6%),
e a falta de tv nos quartos. Do total de entrevistados, 22,7% não apontaram problemas
dentro da unidade. Os que não responderam a este questionamento totalizou índice
igual ao anterior, ou seja, 22,7%. Os demais, responderam que vários eram os
problemas, mas não quiseram especificá-los.
63
Chama a atenção o índice dos que relataram sofrer agressões dos agentes.
Fato este que necessita de maior atenção e apuração dos fatos por parte da direção
da unidade
No último questionamento, foi indagado acerca dos projetos de vida após a
internação. As respostas apresentadas foram sempre as mesmas, quais sejam
trabalhar, estudar e cuidar da família. Isso pode implicar o desejo que os
socioeducandos têm em ser inseridos na sociedade e poder construir um projeto de
vida que possa transformar a sua vida a partir da conquista da liberdade. Para tanto,
faz-se necessário que a eles sejam apresentadas oportunidades. A sociedade é
marcada pelas desigualdades sociais e desrespeito às diferenças, o que já torna uma
tarefa árdua par os que estão na busca por melhores condições de vida perante a
comunidade.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
PERFIL DO ENTREVISTADO
SEXO QUANTIDADE DE RESPOSTAS
OBTIDAS
FEMININO 00
MASCULINO 44
IDADE QUANTIDADE DE RESPOSTAS
OBTIDAS
14 ANOS 01
15 ANOS 03
16 ANOS 12
17 ANOS 14
18 ANOS 11
ACIMA DE 18 ANOS 03
QUAL O BAIRRO ONDE VOCÊ QUANTIDADE DE RESPOSTAS
RESIDE COM SUA FAMÍLIA? OBTIDAS
BELA VISTA 01
CATINGUEIRA 01
CENTRO 01
CIDADES 01
DISTRITO INDUSTRIAL 01
LIGEIRO 01
MÉDICE 01
MONTE SANTO 01
VELAME 01
BODOCONGO 02
ESPERANÇA 02
MALVINAS 02
PEDREGAL 02
SANTO ANTONIO 02
CATOLÉ 03
JEREMIAS 03
LAGOA SECA 03
LIBERDADE 03
JOSÉ PINHEIRO 04
OUTRAS COMARCAS 09
VISÃO DO ENTREVISTADO
QUEM EXERCE A QUANTIDADE DE RESPOSTAS
RESPONSABILIDADE FAMILIAR OBTIDAS
SOBRE VOCÊ?
AVÓS 03
PAI 02
MÃE 20
PAIS 17
OUTROS 02
QUAL O TRABALHO DOS SEUS PAIS QUANTIDADE DE RESPOSTAS
OU RESPONSÁVEL? OBTIDAS
AGRICULTOR 01
CABELEIREIRA 01
EMPREGADA DOMÉSTICA 09
RECICLAGEM 01
SERVENTE 02
TAXISTA 01
MOTO TAXISTA 02
PEDREIRO 04
NÃO TRABALHAM 06
NÃO RESPONDERAM 06
OUTRAS PROFISSÕES 09
QUAL A RENDA FAMILIAR? QUANTIDADE DE RESPOSTAS
OBTIDAS
BOLSA FAMÍLIA 05
MENOS DE 1 SAL. MÍNIMO 14
1 SAL. MÍNIMO 10
DE 1 A 2 SAL. MÍNIMO 05
DE 2 A 3 SAL. MÍNIMO 01
ACIMA DE 3 SAL. MÍNIMO 0
NÃO RESPONDERAM OU NÃO 09
SOUBERAM INFORMAR
ALGUÉM DE SUA FAMÍLIA FAZ USO QUANTIDADE DE RESPOSTAS
DE BEBIDA ALCÓOLICA COM OBTIDAS
FREQUÊNCIA OU DROGAS?
SIM 14
NÃO 29
NÃO RESPONDEU 01
EXISTE ALGUÉM EM SUA FAMÍLIA QUANTIDADE DE RESPOSTAS
QUE TENHA SE ENVOLVIDO COM A OBTIDAS
POLÍCIA OU COM COMETIMENTO DE
DELITOS?
SIM 13
NÃO 30
NÃO RESPONDEU 01
HÁ EXISTÊNCIA DE CONFLITOS QUANTIDADE DE RESPOSTAS
ENTRE VOCÊ E ALGUNS DE SEUS OBTIDAS
FAMILIARES?
SIM 02
NÃO 26
NÃO RESPONDERAM 16
VOCÊ JÁ TRABALHOU? QUANTIDADE DE RESPOSTAS
OBTIDAS
SIM 37
NÃO 06
NÃO RESPONDEU 01
COMO É O RELACIONAMENTO COM QUANTIDADE DE RESPOSTAS
SEUS FAMILIARES? OBTIDAS
36
ÓTIMO 33
BOM 09
RUIM 02
PÉSSIMO 00
VOCÊ ESTUDOU/ESTUDA ATÉ QUE QUANTIDADE DE RESPOSTAS
SÉRIE? OBTIDAS
2º ANO DO 1º ENSINO 01
FUNDAMENTAL
3º ANO DO 1º ENSINO 05
FUNDAMENTAL
4º ANO DO 1º ENSINO 01
FUNDAMENTAL
5º ANO DO 1º ENSINO 02
FUNDAMENTAL
6º ANO DO 2º ENSINO 01
FUNDAMENTAL
7º ANO DO 2º ENSINO 06
FUNDAMENTAL
8º ANO DO 2º ENSINO 06
FUNDAMENTAL
9º ANO DO 2º ENSINO 12
FUNDAMENTAL
1º ANO DO ENSINO MÉDIO 06
2º ANO DO ENSINO MÉDIO 02
3º ANO DO ENSINO MÉDIO 01
NÃO RESPONDEU 01
VOCÊ JÁ REPETIU DE ANO ALGUMA QUANTIDADE DE RESPOSTAS
VEZ? OBTIDAS
SIM 29
NÃO 02
NÃO RESPONDERAM 13
A ESCOLA QUE VOCÊ QUANTIDADE DE RESPOSTAS
FREQUENTAVA/FREQUENTA ERA OBTIDAS
PUBLICA OU PRIVADA?
PÚBLICA 44
PRIVADA 00
NO BAIRRO EM QUE MORA EXISTEM QUANTIDADE DE RESPOSTAS
ÁREAS DE LAZER? OBTIDAS
SIM 27
NÃO 15
NÃO RESPONDERAM 02
QUAL O ATO INFRACIONAL QUE QUANTIDADE DE RESPOSTAS
VOCÊ COMETEU? OBTIDAS
HOMICÍDIO 07
ROUBO 26
LATROCÍNIO 03
TENTATIVA DE HOMICÍDIO 03
TRÁFICO DE DROGAS 01
NÃO RESPONDERAM 04
ESSA FOI A PRIMEIRA VEZ QUE QUANTIDADE DE RESPOSTAS
VOCÊ COMETEU ATO OBTIDAS
INFRACIONAL?
SIM 20
NÃO 23
NÃO RESPONDEU 01
O QUE LEVOU VOCÊ A COMETER O QUANTIDADE DE RESPOSTAS
ATO INFRACIONAL? OBTIDAS
NECESSIDADE FINANCIERA 11
VINGANÇA 01
FALTA DE OPORTUNIDADES 03
MEDO DE MORRER 01
USO DE DROGAS 03
MÁ INFLUÊNCIA 12
VONTADE DE COMETER 05
OUTROS MOTIVOS 04
ÓDIO 01
NÃO RESPONDERAM 03
QUEM VEM VISITÁ-LO NA QUANTIDADE DE RESPOSTAS
INSTITUIÇÃO? OBTIDAS
PAI 01
MÃE 20
PAIS 09
TIOS 02
AVÓS 04
NÃO RECEBEM VISITAS 01
NÃO RESPONDERAM 07
VOCÊ JÁ FEZ USO DE ALGUMA QUANTIDADE DE RESPOSTAS
SUBSTANCIA ALUCINÓGENA? OBTIDAS
SIM 17
NÃO 04
NÃO RESPONDERAM 23
QUAL A SUA MAIOR OCUPAÇÃO QUANTIDADE DE RESPOSTAS
DENTRO DA INSTITUIÇÃO? OBTIDAS
ARTESANATO 21
CURSO E ARTESANATO 06
ESTUDANDO 04
CURSO E ESPORTE 01
NENHUMA OCUPAÇÃO 03
NÃO RESPONDERAM 06
DORMINDO 02
LENDO A BÍBLIA E ARTESANATO 01
QUAL O MAIOR PROBLEMA QUE QUANTIDADE DE RESPOSTAS
VOCÊ APONTA DENTRO DA OBTIDAS
UNIDADE DE INTERNAÇÃO?
AGRESSÕES FÍSICAS 06
FALTA DE BANHEIRO NOS 04
QUARTOS
FALTA DE TV NOS QUARTOS 06
NÃO HÁ PROBLEMAS 10
OUTROS 08
NÃO RESPONDERAM 10
QUAL O SEU PROJETO PARA O QUANTIDADE DE RESPOSTAS
PERÍODO APÓS A INTERNAÇÃO? OBTIDAS
ESTUDAR 06
TRABALHAR 11
ESTUDAR E TRABALHAR 09
NÃO TEM PROJETO DE VIDA 01
OUTROS 08
NÃO RESPONDERAM 09