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Exmo.

Senhor Doutor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível da


Comarca de Curitiba - Pr.

CONDOMÍNIO CONJUNTO RESIDENCIAL PILARZINHO, pessoa jurídica de


direito privado, situada na Rua Fredolin Wolf, 641, nesta Capital, neste ato
representado pela seu procurador judicial, infra-assinado, notificada da
RECLAMAÇÃO n.º 2001.0009656-3, feita pôr SANDRA APARECIDA
PUTTKAMMER, vem muito respeitosamente perante V.Sa., apresentar a sua
DEFESA, pelas seguintes razões de fato e de direito:

DOS FATOS.

Efetivamente a reclamante estava com taxas de condomínio em atraso, após varias


tentativas sem sucesso para receber, foi ajuizada ação de cobrança que tramitou na 6ª
Vara Cível, após a citação a reclamante procurou o advogado do condomínio para
fazer acordo do débito, que parcelou em 06 (seis) vezes, com cheques pré-datados.

A reclamante efetuou o pagamento de taxas de condomínio em atraso, e obviamente


pagou os acréscimos legais, ou seja, atualização monetária (INPC), juros de mora e
honorários advocáticios, e no presente caso custas processuais.
A reclamante se insurge com a cobrança da taxa de permanência de cheque, que é
cobrado do devedor quando paga com cheque pré datado, pois essa taxa é cobrada do
condomínio para transformar os cheques em dinheiro, que gira em toro de 3% a 5%
dependendo do banco.

A cobrança de correção monetária, juros de mora e honorários advocatícios é


perfeitamente legal, pois, é previsto Regimento Interno artigo 7º, e na Lei do
Condomínio - Lei 4.591/64.

Ocorre que a autora paga suas taxas de condomínio em atraso. O não pagamento das
taxas de condomínio na data fixada acarreta na cobrança de multa de 20%, juros,
correção monetária e honorários advocáticios, calculado sobre o valor total do débito.

Dever de pontualidade, das despesas, na forma usual (via banco, resgate no escritório
do síndico ou administrador etc...) constitui dever mora de solidariedade, lealdade e
honradez de cada um dos condôminos para com os demais, visto como tem por fim o
custeio da manutenção do edifício, que é a morada de todos eles. No conceito de
pontualidade integra-se o dever de pagar no dia e local de praxe, de sorte quer não fica
a critério do devedor pagar sob forma diferente, como por exemplo, mediante depósito
bancário, quando o local estabelecido é o escritório do síndico, ou outro designado por
ele. O pagamento sé se considera juridicamente eficaz para elidir a mora se feito de
forma habitual. E o atraso importa em autêntico parasitismo, visto que para pagar
despesas inadiáveis tem o síndico de fazer rateio extra junto aos demais condôminos
pontuais, assim forçados a suprir o caixa condominial e a se tornarem financiadores
compulsórios dos faltosos.

Não discutindo o fato da reclamante sempre pagar as taxas de condomínio em atraso,


cumpre-nos esclarecer acerca da possibilidade da cobrança de honorários advocáticios
mesmo não havendo ajuizamento de ação judicial, isto porque, é sabido que o trabalho
do advogado não reside apenas no ajuizamento de ações judiciais, abrangendo também
outras atividades tais como: consultoria, analises de contratos e mesmo cobranças
extrajudiciais pelo que é completamente admissível a cobrança de seus honorários.

Este é também, o entendimento da Ordem do Advogados do Brasil - OAB, e de nossos


Tribunais, senão vejamos:

“Não configura infração disciplinar a conduta do advogado que, ao obter o


pagamento de divida em favor de seu cliente por via de composição extrajudicial,
acrescenta ao valor corrigido da obrigação o percentual de 10% (dez por cento),
referente a honorários profissionais, desde que não cobre, simultaneamente, de
seu cliente pelo serviço prestado, salvo convenção contratual expressa”. Decisão
do Tribunal de Ética E Disciplina da OAB/Pr., Acórdão n.º 94/97, TED 169/97, J.
07/04/97, Relator: Antonio Acir Breda.

“HONORÁRIOS COBIMENTO. ATIVIDADE EXTRAJUDICIAL. Honorários


advocáticios. São devidos mesmo quando a atividade do advogado se limita ao
procuratório extrajudicial não conduz, ao resultado patrimonial desejado pelo
cliente”. (TACRJ. Ementário: 36/83, n.º ementa: 21.487, Apelação Cível n.º 85222
- Reg. 1562, 6ª Câm., unânime, Juiz Marden Gomes.

Os valores cobrados pelo advogado do Condomínio, são somente aqueles permitidos


pela Lei 4.591/64, juros de mora de 1% ao mês, correção monetária pelo INPC,
honorários advocáticios de acordo com o capitulo IX, item II da tabela dos honorários
da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Paraná, aprovada em 05.08.91,
vigente até a presente data.

Hoje é pacífico o entendimento dos nossos Tribunais, sendo inclusive objeto da


Súmula 616, do STF, no sentido de "É permitida a cumulação da multa contratual com
os honorários de advogado após o advento do CPC". Consequentemente, neste ponto,
pelo menos, deve ser entendida como revogada a primeira parte do artigo 20 e
parágrafos, da Li 5.869, d 11.01.73.

Dispõe o artigo 71, da Lei 4215/63:

" a advocacia compreende, além da representação em qualquer juízo ou tribunal,...


o procuratório extrajudicial,..."

E o artigo 96, da mesma Lei 4215/63 complementa que:

"A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na Ordem o direito aos
honorários contratados..."

É indiscutível o direito dos Advogados ao recebimento de honorários pela prestação de


serviços profissionais, mesmo que no exercício do procuratório extrajudicial.
Finalmente, não pode deixar de ser observada a contradição ética que decorria da
oneração do credor pela impontualidade do devedor.
Eqüivaleria a indução da impontualidade a inversão dos valores éticos.

Nem se confunda a defesa do consumidor, que se refere aquele lesado de boa-fé, com
o apenamento do credor, igualmente de boa-fé lesado pelo devedor impontual.

Ainda, com intenção de elucidar definitivamente a legitimidade dos acréscimos legais


cobrados (correção monetária, juros de mora) e inclusive honorários advocatícios.

A Reclamante esta agindo de má-fé quando quer ser ressarcida de valores pagos em
atraso a vários meses, ou seja, prova com isso que a mesma sempre pagou suas taxas
de condomínio em atraso.

Descabe totalmente a pretensão da requerente, visto que os documentos juntados pela


própria reclamante provam a sua conduta de devedora, a qual sempre efetuou os
pagamentos com muitos meses de atraso, e agora tenta se ressarcir de acréscimos
legais pelo pagamento em atraso, como se não fosse ela quem deu causa. É evidente
que pessoas que efetuam pagamento com atraso sejam onerados com multa, juros e
honorários advocatícios, mesmo em cobrança extrajudicial, pois é absurdo
imaginarmos aquele que paga em atraso pleitear a devolução de todos os encargos se
utilizando assim do poder Judiciário para enriquecimento ilícito.

DO PEDIDO.

POSTO ISTO, requer a V. Exa., tendo em vista os argumentos e fundamentos legais


mencionados, que se digne a julgar improcedente o pedido, e determine o
arquivamento da presente reclamação.
N. Termos
P. Deferimento.
Curitiba 13 de março de 2002.

Manoel Alexandre S. Ribas


Advogado.

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