Introdução
Fatores
externos à língua: fenômenos culturais, sociais e políticos.
Na teoria de Saussure, a parcialidade está expressa na questão na opção feita
por ele, por trabalhar apenas com o que é semiológico e não com o lado sociológico
da língua. As escolhas feitas por Saussure demonstram essa incompletude do objeto.
Primeiro, ao separar a língua da fala, depois ao definir os níveis da língua:
semiológico e sociológico, e por fim, ao optar pelo estudo da sincronia em relação à
diacronia.
Poderíamos esquematizar essa parcialidade da seguinte maneira:
Porém, nos avisa que é este real que sustenta a maioria dos discursos sobre o
objeto em questão:
Podemos concluir a partir das idéias de Milner, que a ciência lingüística será
sempre incompleta devido à falta, inerente ao seu objeto de estudo: a língua.
Esta falta ocorre pela impossibilidade de se representar o que Milner chama de
Real.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se, contudo, após a breve investigação cientifica que o objeto com que
a Lingüística lida, é ainda um enigma para os próprios lingüistas.
A ciência lingüística trabalha com um objeto muito especial, e é a partir dele
que todas as outras ciências se constituem, desta forma, a incompletude da língua
implica na incompletude das demais ciências.
As definições saussurianas, bloomfieldianas e chomskyanas assim como todas
as outras acerca da língua serão sempre incompletas, não pela incapacidade daquele
que define e estuda o objeto, mas pela impossibilidade deste se fazer representar
completamente.
Há, dentro da língua, algo que jamais poderá ser representado por nenhum
sujeito, independente da sua posição em relação ao referido objeto.
Porém, essa intrínseca parcialidade não afetará a evolução e o progresso desta
ciência, já que o que move qualquer busca inclusive na ciência, é a falta. A
completude é um ponto de parada que se assemelha a morte.
REFERÊNCIAS DE PESQUISA
MILNER, J. C (1987) “O Amor da Língua”, Trad. Brasileira, Porto Alegre, RS, Artes
Médicas