ARTE-TERAPIA E PERTURBAÇÕES
DA APRENDIZAGEM
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Manual IV do Seminário de Aplicações Clínicas em Arte-Terapia/Psicoterapia – 2012/13
I – TIPOS DE PERTURBAÇÕES DA APRENDIZAGEM DETERMINANDO NECESSIDADES EDUCATIVAS
ESPECIAIS
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É uma doença genética ligada ao cromossoma X, e a causa mais frequente de atraso mental
hereditário.
Calcula-se que afecte um em cada 4.000 rapazes e uma em cada 6.000 raparigas. Não se trata, por
isso, de uma doença muito rara. Porém, estes números são retirados de estatísticas internacionais.
Em Portugal, a doença é ainda muito desconhecida e está subdiagnosticada. Aproximadamente 1
em cada 259 mulher é portadora da pré-mutação X-Frágil e pode transmitir a doença à sua
descendência. Aproximadamente 1 em cada 800 homem é portador da pré-mutação, e transmite-
a a todas as suas filhas. (http://www.apsxf.org/Patologia.html)
- Síndrome de Prader-Willi.
A Síndrome de Prader-Willi é um defeito que pode afetar as crianças independentemente
do sexo, raça ou condição social, de natureza genética e que inclui baixa estatura, atraso
mental ou perturbações da aprendizagem, desenvolvimento sexual incompleto, problemas de
comportamento característicos, baixo tonus muscular e uma necessidade involuntária de
comer constantemente, a qual, unida a uma necessidade de calorias reduzida, leva
invariavelmente à obesidade. (http://gballone.sites.uol.com.br/infantil/dm4.html)
- Fenilcetonúria.
A fenilcetonúria é a aminoacidopatia mais comum da população caucasiana e tornou-se o
paradigma de uma doença que pode ser facilmente identificada através de um rastreio sistemático
e que, tratada atempadamente, evita a deterioração neurológica grave com atraso mental
profundo. Em Portugal, até ao final de 2005, foram rastreados 2.481.988 recém-nascidos e
detectados 226 doentes através do Programa Nacional para o Diagnóstico Precoce, sendo a
prevalência desta doença no nosso país de 1/11.031 recémnascidos. A fenilcetonúria constitui
uma patologia com grande heterogeneidade molecular conforme é demonstrado pelas 29
mutações diferentes identificadas nos 103 doentes caracterizados de 98 famílias, correspondendo
a 196 alelos independentes, sendo a IVS10nt-11G→A a mutação mais frequente (17,3%).
(http://www.scielo.oces.mctes.pt/scielo.php?pid=S0871-34132006000400003&script=sci_arttext)
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- Transtorno de Rett.
Síndrome de Rett é uma anomalia no gene mecp2, que causa desordens de ordem neurológica,
acometendo quase que exclusivamente crianças do sexo feminino (os meninos normalmente não
resistem e morrem precocemente). Constitui um dos tipos mais graves de autismo.
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“O rendimento na leitura, medido através de provas normalizadas de exactidão ou
compreensão da leitura, aplicadas individualmente, situa-se substancialmente abaixo do nível
esperado para a idade cronológica do sujeito, quociente de inteligência e escolaridade própria
para a sua idade”. (DSM-IV- TR)
Dislexia – disortografia
“A dislexia caracteriza-se por uma dificuldade em adquirir a leitura na idade habitual, sem que
haja qualquer debilidade ou deficiência sensorial. A esta dislexia associam-se dificuldade da
ortografia, daí a designação de dislexia-disortografia.
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“A perturbação pode manifestar-se clinicamente por através de sintomas que incluem um
vocabulário extremamente limitado, erros no uso das formas verbais ou dificuldade na recordação
de palavras ou na produção de frases com a complexidade e a extensão próprias do nível evolutivo
do sujeito. As dificuldades da linguagem expressiva interferem no rendimento escolar ou laboral
ou na comunicação social” (DSM IV)
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Neste grupo enquadram-se perturbações do espetro autista. Estas crianças mostram-se
alheadas, com movimentos estereotipados, dificilmente estabelecendo relação, nas
formas mais graves. E com défices profundos da capacidade cognitiva, o que varia
consoante o tipo de perturbação global. No Asperger, por exemplo, por vezes há uma área
de virtuosismo, embora noutras áreas psíquicas possa haver graves défices.
I.2.3 – Perturbações pela utilização de substâncias.
Infelizmente a toxicodependência é cada vez mais precoce. A mais comum em crianças de
rua ou de classes desfavorecidas é a inalação de cola.
I.2.4 – Demências de origem vascular de instalação precoce.
Roturas de aneurismas ou embolias cerebrais, por exemplo, podem causar défices
cerebrais graves.
I.2.5 – Perturbações psicóticas.
Podem originar-se desde a infância, comprometendo gravemente a aprendizagem.
I.2.6 – Perturbações depressivas.
Com ocorrência desde a infância, a abordagem terapêutica da depressão, em geral,
resolve as problemáticas de aprendizagem.
I.2.7 – Perturbações da personalidade.
Estas só são classificáveis a partir do final da adolescência. As mais envolvidas em
dificuldades da aprendizagem são as esquizoides, esquizotípica, paranoide e border-line
grave. Os narcísicos dão frequentemente bons políticos.
I.2.8 – Perturbações do comportamento alimentar.
O estado de debilidade física inibe a aprendizagem.
I.2.9 – Perturbações de stress pós-traumático (por exemplo, abuso sexual ou físico).
Muitas vezes um abuso sexual de uma criança pode ser identificado pela mudança
abrupta do seu comportamento escolar.
I.2.10 – Perturbações de adaptação (por exemplo, situações de crise, como separação de
pais, morte de familiar ou outros).
Certos pais ou educadores desatentos penalizam e pressionam crianças que sofreram
perdas ou mudanças requerendo adaptação sem atenderem ao sofrimento inerente e
esforço de adaptação necessário.
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- Cegueira (perda completa da visão);
- Ambliopia (diatúrbio dos olhos grave que motiva que o cérebro
“apague” as imagens transmitidas por um dos olhos);
- Outras diminuições graves da acuidade visual.
I.3.1.3 – Deficiência motora:
- Afecções do sistema nervoso central (por ex. paralisia infantil)
- Afecções do sistema músculo-esquelético (por ex. sequelas de
poliomielite);
- Má-formações congénitas (por ex., a Síndrome da Talidomida);
- Perda de função ou área corporal por condições de doença ou
trauma.
I.3.1.4 – Doença orgânica debilitante (por exemplo, tuberculose, cardiopatia,
neoplasia, insuficiência respiratória, diabetes, etc,).
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O conceito educativo próprio à “Casa da Praia”:
1. É “essencialmente, a busca do ´sentido do aprender`, através da estimulação e da ligação
dos saberes, das vivências e das experiências de cada criança, do conhecimento de si
próprio e das suas capacidades (quem sou, onde estou, do que sou capaz…), aliada à
aprendizagem do viver em conjunto`.
2. Tenta-se criar um clima relacional de segurança que permita à criança uma estabilidade
emocional que propicie o prazer e o desejo do conhecimento, onde se ligue o simbolismo,
a realidade e o afeto (Teresa Ferreira), num clima de liberdade para pensar (Lipman).
3. Dá-se grande importância às actividades de livre expressão oral, como forma de fazer
emergir os sentires, as experiências, os saberes, e motivações das crianças, ligando-os a
outras formas de expressão (desenhada, dramatizada, gravada ou escrita).” (João dos Santos)
Alguns princípios afins a perspetiva da “casa da Praia”, desenvolvidos por Maria Montessori,
médica, psicóloga e antropologista, são citadas num artigo de João dos Santos intitulado
“Pedagogia Criativa”:
“1. A psicologia deve enriquecer-se com a experiência pedagógica, como a pedagogia com a
psicologia. O psicólogo deve estudar a criança no seu meio natural e não na situação artificial do
laboratório.
2. O trabalho que se propõe à criança não é fecundo se não corresponder a uma necessidade do
seu desenvolvimento.” (João dos Santos)
Nesse artigo João dos Santos refere os casos de diversas crianças com dificuldades de
aprendizagem, onde através de uma acção terapêutica mista, pedagógica e psicoterapêutica, foi
possível desbloquear as situações.
Acerca da sua perspectiva particular de um ensino curativo João dos Santos refere:
“A Pedagogia Terapêutica deve ser integrada na `arte de curar` o que corresponde a um certo
regresso às origens, visto que medicina, compreensão psicológica e educação familiar estiveram
sempre ligadas, desde a antiguidade.
A Pedagogia Terapêutica não deve, no entanto, ser receitada só porque é terapêutica! Não deve
haver diagnosticantes que a receitem e executantes que a pratiquem. Não podem existir os que a
mandam aplicar e os que a executam. Nenhum técnico, quaisquer que sejam os seus
conhecimentos teóricos, se pode arrogar o direito de mandar ensinar, sem ter ele próprio prática
de ensino.” (João dos Santos)
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Mais à frente acrescenta:
“A Pedagogia Terapêutica é uma maneira actuar junto das crianças com dificuldades escolares
temporárias, que se apresentam aos professores e pais. Deve praticar-se em instituições ou
classes especiais ou através dos professores na própria escola que a criança frequenta.” (João dos
Santos)
Muitas das suas formulações sobre o contexto técnico são sinérgicas com a perspectiva da arte-
Terapia Temática na sua dimensão psico-educacional, tendo em conta o âmbito da pedagogia
mediada. Esta pode complementar quer a intervenção directa sobre problemáticas da
aprendizagem específicas, enquanto pedagogia criativa, quer a educação artística enquanto forma
de desenvolvimento da criatividade, ou seja, de treino de competências criativas.
João dos Santos, tendo o seu papel determinante na Educação Especial em Portugal,
principalmente após o 25 de Abril de 1974 e o final da década de 1980, considera como princípios
básicos da Pedagogia Terapêutica:
1. “É uma atitude face às crianças com problemas escolares;
2. Não é uma ciência mas uma orientação;
3. É não directiva na observação mas directiva na intervenção;
4. Intervenção a curto prazo (máximo 1 ano escolar);
5. Averigua onde está o ponto de fractura que impediu o processo de aprendizagem;
6. Actua de forma mais directa do que a classe regular portanto eventualmente sem
“instrumentos intermediários” como a escola regular;
7. Implica a inter-relação pedagogia-Psicologia;
8. Pode ser encarada como psicoterapia em sentido lato, mas é preferível que seja concebida
como pedagogia;
9. Utiliza métodos de pedagogia correctiva utilizados com todos os deficientes motores,
sensoriais e intelectuais;
10. É uma orientação para a investigação.”
Orientados por tais princípios poderemos estabelecer a ponte com a Arte-Terapia enquanto
Educação Terapêutica.
Outro homem que teve um papel preponderante e pioneiro na chama de atenção para a
importância das artes na pedagogia foi o Prof. Arquimedes da Silva Santos, médico e
pedopsiquiatra.
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infantil, pela apropriação de meios técnicos e materiais, para uma melhor expressão pessoal
(1999)”4
Estas ideias deverão ser a nossa pedra basilar quando pretendemos aplicar a Arte-Terapia em
pedagogia.
II.2 – Vantagens genéricas da Arte-Terapia que podem ser benéficas para indivíduos com
necessidades especiais de aprendizagem.
4
In “Educação pela Arte – estudos em homenagem ao Dr. Arquimedes da Silva Santos”; Livros Horizonte; 2000, P: 15.
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A) – EXPRESSÃO E DESENVOLVIMENTO PESSOAL B) – TREINO DE COMPETÊNCIAS E
APRENDIZAGEM
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4 – Abertura à expressão do “infantil” próprio ao nível do funcionamento dos indivíduos, quando
se trabalha com adolescentes ou adultos, mas cuidado para não infantilização dos últimos.
5 – Ligação e intervenção na equipe técnica, com finalidades de articulação, de esclarecimento da
validade da intervenção de Arte-Terapia e de “educação” dos técnicos.
Infantário e Pré-Escolaridade:
Do nascimento aos 2 anos de idade:
- A criança começa a desenvolver a sua imaginação criadora logo durante o primeiro ano de vida;
- Quando cria alguma coisa só lhe atribui nome depois e não antes;
- Mostra-se desejosa de experimentar tudo, através do paladar, do tato e da visão;
- Cria movimentações, ritmos, verbalizações, lengalengas, danças, mímicas, etc.;
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Dos 4 aos 6 anos:
Ligon e os seus colaboradores referem que a criança desta idade possui uma imaginação muito
fértil, enquanto outros autores (Andrews, 1930; Grippen, 1933; Markey, 1935) dizem haver, por
volta dos 5 anos, uma pequena diminuição das capacidades criativas.
- Durante este período, a criança desenvolve, pela primeira vez, a capacidade de planear e começa
a gostar de planear antecipadamente a sua ação criadora;
- Apercebe-se dos papéis sociais dos adultos e apreende-os através de jogos dramáticos em que os
simula;
- É capaz de organizar processos de criação através da relacionação de acontecimentos isolados,
embora não chegue a compreender a razão dessa relação;
- É o grande período de criatividade expressiva, espontânea, viva e produtiva.
Escolaridade Básica:
Comparando-se com a pré-escolaridade, a criança que frequenta os primeiros quatro anos de
escolaridade básica, parece ter um decréscimo na sua capacidade criativa (Mearns, 1931, 1958;
Lally e La Brant, 1951; Larkan, 1960). Wilt (1959) refere que isto se deve em parte à escolarização,
em que a criança está mais preocupada em aprender a utilização de instrumentos (ler, escrever,
contar, técnicas de pintura, de música, etc.) do que em empreender tarefas criadoras e em parte à
socialização, sendo incapaz de resistir à pressão de conformidade com as normas e conceitos dos
grupos em que está inserida. É por este motivo que ela inibe a sua originalidade inventiva, para
produzir criações conformistas e estereotipadas.
Só no final da escolaridade básica, quando já adquiriu um bom domínio instrumental e superou a
necessidade de se sentir aceite pelo grupo, a criatividade volta a subir para um ponto alto,
empregando agora na criação aqueles instrumentos que aprender a usar, produzindo obras já com
a intenção de agradar e serem úteis, não só a si como também a outros.
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- A sua curiosidade e a sua imaginação continuam a desenvolver-se (embora não tão visivelmente
como no jardim-de-infância), a menos que seja severamente restringida pelos adultos;
- É uma época para se criar, através de lições, histórias ou discussões, dramatizações com
personagens que personifiquem valores morais.
- Nesta idade, o jovem tende a interessar-se pelas atividades do momento, raramente fazendo
projetos a longo prazo;
- Tende a reagir mais à aventura, à inovação e ao inédito que à razão;
- Os mais dotados conseguem produzir criações notáveis nos terrenos da plástica, da escrita, da
música e da construção;
- Por outro lado, tendo muito medo de ser rejeitado pelos seus colegas e amigos, o adolescente
ainda submete as suas criações às normas e conceitos grupais.
Escolaridade Secundária:
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Dos 14 aos 16 anos:
- Nesta idade, grande parte da atividade imaginativa parece dedicar-se a uma carreira futura;
- Os interesses, vocação e aptidões desenvolvem-se rapidamente, nomeadamente a criatividade,
mas antes dos 16 anos ainda permanecem bastante instáveis;
- Tem capacidade para verificar que não existem soluções absolutas para alguns problemas, mas
ainda não possui destreza na criação de soluções;
DATA DA SESSÃO:
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NOME:
APLICA-
APLICA-SE INCLINA-SE NEM A, INCLINA-SE SE
A PARA A NEM B PARA B B
A B
Variedade no Sem variedade
trabalho (inovador) (repetitivo)
Colorido Monocromático
Imagens bem Imagens pobremente
desenvolvidas desenvolvidas
Desenvolve as Não desenvolve as
próprias ideias ideias próprias
Boas capacidades de Sem capacidades de
observação observação
Com insight Sem insight
Boa motivação Motivação pobre
Boa concentração Sem concentração
Criação investida Não investida
COMPORTAMENTO
Não permanece
Permanece sentado sentado
Não apelativo Apelativo
Quieto Agitado
Independente Dependente
Comportamento
bom Mau comportamento
Relaciona-se bem Não se relaciona
com os técnicos com os técnicos
Relaciona-se bem Não se relaciona bem
com os pares com os pares
Comunica Não comunica
Afável Agressivo
BENEFÍCIOS
Grandes Nenhuns
COMENTÁRIOS DO ARTE-TERAPEUTA
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