Abstract
The initiatives of electrification of isolated communities has revealed, until then, of difficult
economic sustainable, with high indices of discontinuity of the service and with low the quality of
the disponibilizada electric energy. Another important aspect of these initiatives it is the great
difficulty for the energy suppliment of these communities.
The program "Luz para Todos" (Light for All) of the launched federal government in 2002 it
is an alternative that aims at the generalization of the service of the electric energy in all the
domestic territory, mainly of the small isolated communities giving to access they to the decurrent
development of the arrival of the energy. One of these communities that will benefit themselves of
the program is the Community of the New Nesting Canaã. One bes situated in Pimenta Bueno in
the state of Rondônia in the Amazon region. In 55 families will be supplied who they had never had
access to an energy of quality and with continuous supply.
The relevance of this project she is express for the possibility of response of its model of
management for others existing communities in the country, contributing for the improvement of
quality of life, reduction of the poverty and the agricultural exodus.
1 – Introdução
De acordo com o estudo realizado pelo conselho Mundial de Energia (2006), cerca de um
terço da população mundial, o equivalente a dois bilhões de pessoas, não tem acesso à energia
elétrica.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE (2005), o Brasil
participa neste contexto com cerca de 13 milhões de habitantes que não usufruem dos benefícios
da energia elétrica. Quase a totalidade desses brasileiros vive em comunidades isoladas e zonas
rurais, distantes dos centros urbanos e da possibilidade de se desenvolver economicamente.
Visando a melhora deste quadro o Governo Federal, através da Lei nº. 10.438, de 26 de
abril de 2002 e do decreto nº. 4.873 de 11 de novembro de 2003, instituiu o Programa Nacional de
Universalização do Acesso e Uso da Energia Elétrica – “Luz Para Todos”. O Programa tem como
meta levar energia elétrica à totalidade dos brasileiros até 2008, antecipando em sete anos o
cronograma de universalização do atendimento que, antes dele, estava previsto para ser
concluído em 2015. O programa abreviou o tempo das concessionárias para estender as redes de
distribuição de energia, apressando implantações de centrais elétricas descentralizadas.
A proposta deste trabalho, que está inserido no Programa “Luz Para Todos”, é mostrar
uma forma sustentável de energia em comunidades isoladas, mostrando através do estudo de
caso do Projeto Microcentral Canaã em Rondônia, como explorar os recursos locais e o potencial
regional para solucionar o abastecimento de energia.
Toda a execução e a implantação deste projeto está sendo financiada pelo Fundo Setorial
CT-ENERG, edital 01/2003. O objetivo principal do projeto é o desenvolver modelos de gestão
auto-sustentável, com a participação da comunidade assistida, em sistemas de geração
descentralizados e isolados.
2 – A Comunidade Canaã
A comunidade do Assentamento Canaã faz parte do programa de Reforma Agrária do
INCRA e foi criado em 29 de setembro de 1995. O Assentamento, fica às margens do Rio
Roosevelt em plena selva amazônica, cerca de 75 km a leste da sede da cidade de Pimenta
Bueno no estado de Rondônia, junto à Reserva Indígena dos “Cinta Larga”.
A comunidade demonstrou grande interesse em desenvolver as atividades referentes ao
projeto: “Programa de disseminação de MCH em sistemas isolados no estado de Rondônia”. O
mesmo foi criado com área de 2.991,93ha e capacidade de assentar 31 famílias, sendo que
atualmente 55 parcelas estão ocupadas por famílias que residem e trabalham na própria parcela,
16 delas originárias do assentamento inicial, ao passo que as famílias restantes “compraram” as
parcelas.
Os assentados produzem na comunidade, através da agricultura familiar, café, arroz,
milho e roça de quintal, além de pequenos animais e gado para a produção de leite. Não há
atendimento elétrico na localidade, a não ser pelos poucos geradores a diesel particulares e
painéis fotovoltaicos instalados para a escola (figura 1 e 2). Existe uma grande dificuldade de se
levar diesel, até a comunidade e a situação atual ainda está longe de satisfazer as necessidades
locais. Não há possibilidade de atendimento de eletricidade em qualquer dos programas
atualmente levados a cabo pela CERON, visto que a distância é grande e a demanda pequena.
Com a instalação da µCH, além da melhoria da qualidade de vida dos assentados, existirá
um grande benefício com a redução do consumo de óleo diesel na comunidade, diminuindo o
desembolso dos moradores para o acesso à energia elétrica e também um ganho ambiental
ocasionado por reduções nas emissões de gases do efeito estufa já que haverá a substituição da
geração com combustíveis fósseis por uma geração renovável e limpa.
Figura 1 - Gerador Diesel usado na Comunidade Figura 2 – Painéis fotovoltaicos da escola
O maior aprendizado e benefício que se pode obter na implantação desta µCH, será o
modelo de gestão que resultará no final da execução deste projeto, pois com as lições aprendidas
durante este trabalho poder-se-á saber quais as dificuldades e barreiras encontradas para a
sustentabilidade do empreendimento, e assim replicar esta rica experiência para outras
comunidades, desta forma melhorando a qualidade de vida de milhares de famílias.
777750
777950
778150
777650
777850
778050
Estrada de acesso
Canal de Fuga
C.Carga - C.Maq. (NA Jus 318,30 m)
(105 m )
Início estrada p/
Comun. Canaã
(5.000 m ) Casa de Máquinas
8714000 Conduto Forçado (EL. 320,35m)
(70,00 m) GG 50kW
Estrada de acesso
T.D.-C.Carga
(450 m )
Câmara de Carga
NA 328,50 m
Corredeira 3
(NA 321,50)
IAR
CIL
TA
Corredeira 2
MA
(NA324,00)
8713900
os ¨
Canal de Adução H d arga
(430 m ) MC ta L
in
¨C
IAR
CIL
TA
MA
8713800
va os
ser a d ¨
Re ígen arga
L
Ind inta
¨C
IAR
CIL
Corredeira 1 TA
MA
8713700 (NA 327,00)
D'Água
Fluxo
Tomada
C
L
8713600
A tomada d´água propriamente dita é caracterizada como uma estrutura de transição, está
integrada com a estrutura de desvio (espigão) e disposta na margem esquerda. É composta por
comporta de manutenção (stop-log), rampa desarenadora, grade grossa para retenção de galhos,
folhas e materiais flutuantes e uma comporta de serviço. Sua construção será em concreto e
dimensionada para baixas velocidades de entrada, facilitando a decantação de material sólido.
Margem Esquerda Grade Acionamento
Rio Roosevelt Grossa Comporta
Comportas
Stop-Log
B
Canal de Adução
Terra sem revestimento
EL. 326,15 m
A
LC Tomada D'Água A
A
Fluxo
EL. 325,65m
B
do
Acionamento
r
Comportas
Desarenação
Estrutura de Desvio
(Espigão)
Planta
Figura 4 – Planta da Tomada d’água
Terreno
Natural
Canal de
Adução (terra)
Acionamento manual
Conduto Forçado das Comportas Adução
Canal
Ø 800 mm (Canal de Terra)
Canal Lateral
EL.326,00m Stop-Log
EL.327,00m
EL. 324,95m
EL. 326,00m
Fluxo
A A
Conduto Forçado
NA Normal 327,00m
Ø 800 mm
Vertedor
El. 326,00m
Fluxo
El. 325,45m
ic=15%
El. 324,95m
Comporta Desarenadora
(0,50X0,50m)
1
fck : resistência característica à compressão do concreto, utilizada no cálculo estrutural.
4.5 - Conduto forçado
Optou-se em usar um conduto forçado de aço, um para cada turbina, possibilitando a
operação das turbinas em separado, caso se queira futuramente duplicar a geração. A instalação
será também de forma independente, não interferindo na construção do primeiro grupo gerador.
Foram previstos blocos de ancoragem e de apoio suficientes para garantir a rigidez e
suporte dos conjuntos. Em cada trecho de tubulação, após cada bloco de ancoragem, serão
colocadas juntas de dilatação como visto no desenho da figura 7.
Bloco de Ancoragem
BA 01
El.324,95m Apoio
Junta de
dilatação Canal de Fuga
Perfil Terreno
com corte
Junta de
dilatação
1,00
1,00
2,10
2,00
A A
3,00x1,20
1,00
Bloco de Ancoragem
BA02
EL. 271,40 m
Painel 1
2,10
0,80
2,10
0,80
Subestação Elevadora Almoxarifado
Banho
1,50 x 1,80
0,80 x 0,40
1,00
1,70
Figura 8 – Planta-baixa da Casa de Máquinas
4.12 - Gerador
Está previsto o uso de um gerador síncrono, com as seguintes características:
5 – Custos da Central
O custo total da obra civil foi calculado tomando por base as tomadas de preços junto às
empreiteiras consultadas para o projeto apresentado. Admite-se uma variação de 10% nesses
custos, em função principalmente, das características da obra e das dificuldades de transporte de
equipamentos e materiais até o local. O custo da turbina, gerador e dos equipamentos
eletromecânicos foram obtidos com os fabricantes.
É necessário um estudo preliminar de custos e valores para que a central não corra o risco
de ser iniciada e paralisada posteriormente, por falta de recursos. Para compor este custo
considerou-se a construção de todos os componentes hidráulicos necessários para apenas um
grupo gerador e uma linha de transmissão de cinco quilômetros. O valor mais baixo entre os
pesquisados foi o apresentado no quadro 1 a seguir:
6 – Conclusão
Analisando os números encontrados, notamos que o capital investido no Projeto MCH
Canaã para a construção e início de geração de energia está um pouco acima da média do
mercado (cerca de 5.500,00 R$/kW). Porém, deve-se levar em conta as condições singulares do
projeto da Microcentral Canaã e a sua localização em plena região amazônica. O próprio arranjo
proposto da obra, a construção de um canal de 430 m em terreno rochoso, transporte de pessoal,
matéria prima e equipamentos necessários à construção vem contribuir para que os valores finais
sejam encarecidos elevando o custo por quilowatt instalado.
Porém é importante ressaltar que a viabilidade do projeto não tem a necessidade de
remunerar e nem de retornar os investimentos de capital oc orridos. O retorno do capital investido é
na verdade o desenvolvimento sócio-econômico que implica a eletrificação de uma comunidade
isolada. O incentivo que é injetado na população local para fixar raízes no campo, com o conforto
que os centros urbanos oferecem. A receita gerada pela microcentral Canaã tem apenas a
necessidade de manter a manutenção e operação da usina como também o desenvolvimento da
melhoria dos processos produtivos da comunidade, desta forma mantendo a sustentabilidade do
projeto.
7 – Bibliografia