ENTENDENDO A ESQUIZOFRENIA
O QUE É A ESQUIZOFRENIA?
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Os primeiros sinais da esquizofrenia aparecem em geral sob a forma
de mudanças graduais ou repentinas, às vezes chocantes, do
comportamento. Lidar com os sintomas da doença pode ser particularmente
difícil para os familiares que não entendem como a pessoa mudou de maneira
tão radical o seu jeito de ser. O início repentino dos sintomas psicóticos
graves é chamado de fase “aguda” da doença. A “psicose” ou “surto”, uma
condição comum na esquizofrenia, é um estado de alteração mental
caracterizado pelas alucinações, que são distúrbios da percepção sensorial,
e/ou delírios, que são crenças falsas, resultantes de uma impossibilidade da
pessoa de distinguir experiências reais das imaginárias. Sintomas menos
evidentes, como isolamento e retraimento social, e fala ou comportamento
estranhos ou desorganizados, podem preceder, acompanhar ou vir depois
do aparecimento dos sintomas psicóticos.
Diagnosticando a esquizofrenia
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“diferentes” de outras crianças na infância, os sintomas psicóticos –
alucinações e delírios – são extremamente incomuns antes da adolescência.
Alucinações e Ilusões
Delírios
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em que a pessoa acredita ser alguém famosa ou importante, também ocorrem
na esquizofrenia. Algumas vezes, os delírios são bizarros. Por exemplo,
acreditar que um vizinho está controlando o seu comportamento através de
ondas magnéticas; que as pessoas na televisão estão enviando mensagens
especiais, ou que os seus pensamentos estão sendo irradiados para os
outros.
Esquizofrenia e Nicotina
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Pensamento Desordenado
A esquizofrenia comumente afeta a capacidade da pessoa de pensar
“corretamente”. Os pensamentos podem ir e vir rapidamente; a pessoa pode
não conseguir se concentrar por muito tempo e pode facilmente se distrair,
mostrando-se incapaz de focar a atenção. As pessoas com esquizofrenia
podem não saber distinguir o que é relevante do que não é numa determinada
situação. Podem ser incapazes de conectar os pensamentos numa seqüência
lógica, com os pensamentos tornando-se desorganizados e fragmentados.
Essa ruptura na continuidade lógica dos pensamentos é chamada
de “desorganização do pensamento” e pode dificultar muito a conversação,
contribuindo para o isolamento social. Se as pessoas não conseguem
entender o que um indivíduo está dizendo, tendem a ficar constrangidas e
deixar aquela pessoa sozinha.
Expressão Emocional
As pessoas com esquizofrenia freqüentemente apresentam um afeto
diminuído ou “achatado”. Isto se deve a uma severa redução da expressão
emocional. Uma pessoa com esquizofrenia pode não mostrar os sinais de
uma emoção normal; pode falar com voz monótona, ter as expressões faciais
diminuídas e parecer extremamente apática. A pessoa pode retrair-se
socialmente, evitando contato com os outros e, quando forçada a interagir,
pode não ter nada a dizer, mostrando um “pensamento empobrecido”. A
motivação pode estar muito diminuída, da mesma maneira que o interesse e
o prazer de viver. Em alguns casos graves, a pessoa pode passar dias inteiros
sem fazer nada, chegando a negligenciar a higiene básica.
Esses problemas com a expressão emocional e com a motivação, que podem
ser extremamente perturbadores para a família e os amigos, são sintomas
da esquizofrenia – e não um problema de caráter ou fraqueza pessoal.
Normal X Anormal
Às vezes, indivíduos normais podem sentir, pensar e agir de maneira
que lembram a esquizofrenia. Pessoas normais podem às vezes serrem
incapazes de “pensar corretamente”. Podem tornar-se extremamente
ansiosas, por exemplo, para falar diante de grupos, podem se sentir confusas,
incapazes de organizar as idéias, e esquecer o que tinham intenção de dizer.
Isso não é esquizofrenia. Da mesma maneira, pessoas com esquizofrenia
nem sempre agem de maneira anormal. Na verdade, algumas pessoas com
a doença podem aparentar serem perfeitamente responsáveis, mesmo que
tenham alucinações ou delírios. O comportamento de um indivíduo pode
mudar, tornando-se bizarro se a medicação é interrompida e retornando mais
próximo do normal quando recebendo tratamento apropriado
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.
• “Dupla Personalidade”
• Fraqueza de caráter
• Preguiça
O QUE A
• Loucura ou psicopatia
ESQUIZOFRENIA
• “encosto” ou mal espiritual
NÃO É:
• Culpa da criação dos pais
• Deficiência mental
• Uma doença sem tratamento
E quanto ao suicídio?
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QUAIS AS CAUSAS DA ESQUIZOFRENIA?
A esquizofrenia é herdada?
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A quizofrenia é causada por uma anormalidade física do cérebro?
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Quais as medicações indicadas?
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apropriada todos os dias, além de comparecer às consultas e seguir
cuidadosamente outros procedimentos do tratamento. A adesão ao tratamento
é freqüentemente difícil para as pessoas com esquizofrenia, mas pode
aumentada por várias estratégias, levando a uma melhor qualidade de vida.
E os efeitos colaterais?
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18 e 35 anos de idade), os pacientes têm menor probabilidade de completar
os estudos e treinamento adequado para desempenhar um trabalho mais
qualificado. Conseqüentemente, muitas pessoas com esquizofrenia sofrem
não somente com dificuldades emocionais e cognitivas, mas também não
adquirem ou perdem habilidades sociais e de trabalho, ou seja, experiência
de maneira geral.
Reabilitação
Psicoterapia
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recentes indicam que a psicoterapia suportiva, bem como as abordagens
cognitivo-comportamentais que ajudam o paciente a conviver melhor com a
doença e a desenvolver recursos para a resolução de problemas e
dificuldades, podem trazer benefícios para as pessoas com esquizofrenia.
Entretanto, a psicoterapia não substitui a medicação; é uma abordagem
coadjuvante, que funciona melhor se os sintomas psicóticos estiverem
controlados pela medicação e o acompanhamento médico regular.
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desatenção, abusos e a discriminação contra os portadores de transtornos
mentais.
Também pode ser útil, para as pessoas que convivem com o portador,
anotar quais sintomas observam, os medicamentos em uso (incluindo a
dosagem), bem como os efeitos observados nos tratamentos experimentados
anteriormente. Ao conhecer quais medicações ajudaram e quais causaram
efeitos colaterais indesejáves no passado, familiares ou cuidadores podem
ajudar os profissionais que tratam o paciente a encontrar o melhor tratamento
mais rapidamente. Além disso, ao conhecer quais sintomas já estiveram
presentes, os familiares ou cuidadores podem lidar melhor com as oscilações
e dificuldades diárias. Isso ajuda também a identificar “sinais de alerta” –
indicadores de que o paciente possa estar recaindo. Estes sinais podem ser
mudanças no padrão de sono, agitação ou aumento do isolamento. Se um
início de recaída é logo detectado e tratado, previne-se um novo surto e isto
diminui o sofrimento e as perdas para o paciente.
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Além do envolvimento com a busca e a adesão ao tratamento, os
familiares, amigos e grupos de ajuda mútua dão apoio e encorajam a pessoa
com esquizofrenia a recobrar suas habilidades e interesses. É importante
que se ajude o portador a estabelecer objetivos alcançáveis, uma vez que a
“pressão” ou a crítica e exigência repetidas expõem a pessoa a um estresse
que pode levar à piora dos sintomas. A pessoa que tem esquizofrenia, como
todo mundo, precisa de reconhecimento quando está fazendo as coisas de
maneira boa ou correta. É sempre bom lembrar que atitudes positivas podem
ser mais úteis do que críticas.
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REFERÊNCIA
Acessível em http://www.nimh.nih.gov/publicat/schizoph.cfm
ABRE
Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de
Esquizofrenia
Projeto Fênix
www.fenix.org.br
AGAFAPE
Associação Gaúcha de Familiares de Pacientes Esquizofrênicos
e Demais Doenças Mentais
http://www.agafape.org.br/
S.O.eSq.
Serviço de Orientação à Esquizofrenia
Tel: (oxx11) 5081-3502
www.soesq.org.br
PROESQ
Programa de Esquizofrenia da Universidade Federal de São Paulo -
UNIFESP
http://www.proesq.org.br/
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