Processo civil
É uma sequência de actos destinados à justa composição, por um tribunal, de
um conflito de interesses privados.
Direito civil
É constituído pelo conjunto de normas que regulam as relações jurídicas entre
particulares ou entre os particulares e o Estado, desde que despido da sua
função de soberania.
Tribunais judiciais
São os órgãos de soberania com competência para administrar a justiça em
nome do povo.
Caracteres do Direito Processual civil
Espécies de acçõeS
- de simples apreciação
- de condenação
- constitutivas.
As de simples apreciação,
obter unicamente a declaração da existência ou inexistência de um direito ou de
um facto;
As de condenação,
exigir a prestação de uma coisa ou de um facto, pressupondo ou prevendo a
violação de um direito;
As constitutivas,
autorizar uma mudança na ordem jurídica existente.
Acções declarativas
O autor procura que o tribunal declare a solução, com fundamento no direito
substantivo, para um determinado caso.
De simples apreciação
Constituem um meio de prevenir litígios, pretendendo o autor que o tribunal
apenas declare o seu direito.
De condenação
O autor pretende mais do que a declaração do seu direito, pois pede a
condenação do réu.
Constitutivas
O autor pretende obter, através do tribunal, um efeito jurídico novo que vai
alterar a esfera jurídica do réu. Exemplos : divórcio, investigação de
paternidade. pedido de servidão de passagem, impugnação pauliana)
Acções executivas
É invocada a falta de cumprimento de uma obrigação constante de documento,
que constitui o título executivo. O exequente requer a reintegração do direito
violado ou a aplicação de sanções pela violação.
A execução pode ser para …
Prestação de facto
Procedimentos cautelares
Processo cautelar
É o que se destina a evitar um grave prejuízo, causado pela demora inevitável
do processo, que ameaça um direito subjectivo, prejuízo tão eminente que não
pode esperar pela solução final de uma acção principal, instaurada ou a
instaurar em curto prazo, e que exige a adopção de medidas urgentes.
Providências conservatórias
As que visam manter a situação de facto anterior, por forma a prevenir uma
alteração que se prevê como prejudicial
Providências antecipatórias
As que visam obstar a que se verifiquem prejuízos ocasionados pela demora da
decisão definitiva, constituindo uma antecipação provisória dos efeitos dessa
decisão.
Providências Cautelares
Carácter instrumental
5. Nos casos em que, nos termos de convenções internacionais em que seja parte
o Estado Português, o procedimento cautelar seja dependência de uma causa
que já foi ou haja de ser intentada em tribunal estrangeiro, o requerente deverá
fazer prova nos autos do procedimento cautelar da pendência da causa
principal, através de certidão passada pelo respectivo tribunal.
Carácter provisório
Periculum in mora
Lesão grave e dificilmente reparável do direito do requerente, que lhe adviria
da demora normal da acção proposta ou a propor, a curto prazo, para obter a
tutela definitiva.
Celeridade
Princípio do contraditório
Este princípio não será totalmente postergado, pois será observado em
momento posterior, dando então oportunidade ao requerido de se defender.
Necessidade do pedido e da contradição
Excepções ao P° do contraditório
Contraditório do requerido
1. O tribunal ouvirá o requerido, excepto quando a audiência puser em risco
sério o fim ou a eficácia da providência.
Termos subsequentes
1. Examinadas as provas produzidas, o arresto é decretado, sem audiência da
parte contrária, desde que se mostrem preenchidos os requisitos legais.
Processamento
Requerimento
O processo inicia-se por um requerimento, em que devem ser expostas as
razões de facto e de direito, terminando o requerente por formular a sua
pretensão.
Despacho judicial
Nos procedimentos cautelares a citação do requerido depende de prévio
despacho judicial
Indeferimento liminar
Julgamento antecipado sobre o mérito; quando o pedido seja manifestamente
improcedente ou ocorram excepções dilatórias insanáveis de que o juiz deva
conhecer oficiosamente
Notificação
Substitui a citação quando o requerido já tenha sido citado para a causa
principal
Contraditório do requerido
2. Quando seja ouvido antes do decretamento da providência, o requerido é
citado para deduzir oposição, sendo a citação substituída por notificação
quando já tenha sido citado para a causa principal.
P° do dispositivo
Limites da condenação
1. A sentença não pode condenar em quantidade superior ou em objecto
diverso do que se pedir.
ARTIGO 264.º
Princípio dispositivo
1. Às partes cabe alegar os factos que integram a causa de pedir e aqueles em
que se baseiam as excepções.
2. O juiz só pode fundar a decisão nos factos alegados pelas partes, sem prejuízo
do disposto nos artigos 514.º e 665.º e da consideração, mesmo oficiosa, dos
factos instrumentais que resultem da instrução e discussão da causa.
3. Serão ainda considerados na decisão os factos essenciais à procedência das
pretensões formuladas ou das excepções deduzidas que sejam complemento ou
concretização de outros que as partes hajam oportunamente alegado e resultem
da instrução e discussão da causa, desde que a parte interessada manifeste
vontade de deles se aproveitar e à parte contrária tenha sido facultado o
exercício do contraditório.
P° da economia processual
Justifica a possibilidade de cumulação de providências (art. 392°/3 in fine)
Obstáculos à coligação
Prova sumária
Com a petição, oferecerá o requerente prova sumária do direito ameaçado e
justificará o receio da lesão.
Processamento
Regra geral
Em quaisquer incidentes inseridos na tramitação de uma causa observar-se-á,
na falta de regulamentação especial, o que vai disposto nesta secção.
Audiência final
4. São sempre gravados os depoimentos prestados quando o requerido não haja
sido ouvido antes de ordenada a providência cautelar.
Impugnação da decisão
Recurso
Das decisões proferidas nos procedimentos cautelares não cabe recurso para o
Supremo Tribunal de Justiça, sem prejuízo dos casos em que o recurso é sempre
admissível.
Recurso de agravo
Cabe das decisões susceptíveis de recurso, de que não pode apelar-se A subir
imediatamente, nos próprios autos e com efeito suspensivo.
Interposição e efeitos do recurso
a) Recorrer,
nos termos gerais, do despacho que a decretou, quando entenda que, face aos
elementos apurados, ela não devia ter sido deferida;
b) Deduzir oposição,
quando pretenda alegar factos ou produzir meios de prova não tidos em conta
pelo tribunal e que possam afastar os fundamentos da providência ou
determinar a sua redução, aplicando-se, com as adaptações necessárias, o
disposto nos artigos 386° e 387°.
Interpretação das leis processuais (Art. 9° C.C.)
O Direito Processual Civil não contém nenhuma disposição específica para a
interpretação das próprias normas, regendo-se pelos princípios gerais que
regem a interpretação das leis.
(Interpretação da lei
1. A interpretação não deve cingir-se à letra da lei, mas reconstituir a partir dos
textos o pensamento legislativo, tendo sobretudo em conta a unidade do
sistema jurídico, as circunstâncias em que a lei foi elaborada e as condições
específicas do tempo em que é aplicada.
2. Não pode, porém, ser considerado pelo intérprete o pensamento legislativo
que não tenha na letra da lei um mínimo de correspondência verbal, ainda que
imperfeitamente expresso.
3. Na fixação do sentido e alcance da lei, o intérprete presumirá que o legislador
consagrou as soluções mais acertadas e soube exprimir o seu pensamento em
termos adequados.
P°. do contraditório
P°. do dispositivo
P°. da igualdade das partes
P°. da aquisição processual
P°. da imediação
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Proporciona a cada uma das partes a possibilidade de defesa contra as provas
oferecidas pela outra.
P° do inquisitório
Princípio que caracteriza os processos de jurisdição voluntária, segundo o qual
o juiz pode investigar livremente os factos. Regras do processo
PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO
O tribunal não pode resolver o conflito de interesses sem que tal lhe seja
pedido pela parte.
É a parte que deve requerer ao tribunal a tutela jurisdicional adequada à
reparação do seu direito.
Princípio dispositivo
1. Às partes cabe alegar os factos que integram a causa de pedir e aqueles em
que se baseiam as excepções.
Tem-se em vista obter uma decisão do pleito que esteja, o mais possível, em
conformidade com a situação real.
Provas atendíveis
O tribunal deve tomar em consideração todas as provas produzidas, tenham ou
não emanado da parte que devia produzi-las, sem prejuízo das disposições que
declarem irrelevante a alegação de um facto, quando não seja feita por certo
interessado.
PRINCÍPIO DA IMEDIAÇÃO
Lacunas
Aspectos que o legislador não previu, mas que não poderão deixar de ser
reguladas.
• No caso de falta de norma que regule a situação concreta, haverá que recorrer
em primeiro lugar à norma aplicável aos casos análogos; na falta destes, a
solução deve ser resolvida em conformidade com os princípios gerais em que se
enquadra o direito constituído. (art. 10° CC)
Fixação da competência
Regra geral
A competência fixa-se no momento em que a acção se propõe
2 excepções à regra :
• A nova lei não tem aplicação imediata à forma de processo. A acção que tenha
sido proposta sob a forma de processo comum ou especial, ordinário, sumário
ou sumaríssimo conserva essa mesma forma de processo até ao final.
• A nova lei reguladora de actos duradouros não tem aplicação imediata, por
forma a evitar a inutilização de actos anteriores
1. A forma dos diversos actos processuais é regulada pela lei que vigore no
momento em que são praticados.
Recursos
São os meios de impugnação das decisões judiciais, facultando a possibilidade
de ser requerida a sua reapreciação por um tribunal superior
• A nova lei que admita recurso, quando a anterior o não admitia, não se aplica
às decisões já proferidas (respeito das expectativas fundadas na força do caso
julgado)
• A nova lei que negue recurso, quando a anterior o admitia, não se aplica às
decisões já proferidas, se o recurso já tiver sido interposto.
Sobre a tramitação
Alçada
Corresponde ao limite do valor das causas dentro do qual o tribunal julga sem
admissibilidade de recurso ordinário
Alçadas
Provas
Têm por função a demonstração da realidade dos factos
As normas reguladoras das provas podem constituir ...
Direito probatório
Modalidades do prazo
6 - Decorrido o prazo referido no número anterior sem ter sido paga a multa
devida, a secretaria, independentemente de despacho, notifica o interessado
para pagar multa de montante igual ao dobro da taxa de justiça inicial, não
podendo a multa exceder 20 UC.
Prazo
É o período de tempo compreendido entre o momento inicial (termo a quo) e o
final (termo ad quem)
Prazos
Alteração dos prazos
observa-se o disposto
FORMAS DE PROCESSO
Nas acções declarativas existe uma diversidade de tipos de processos
Processo
Processo comum (a regra)
aplicavel a todos os casos a que não corresponde processo especial
PROCESSOS ESPECIAIS
Entre eles contam-se o de interdição ou de inabilitação, o de prestação de
serviços, o de revisão de sentença estrangeira, o de inventário, o de divórcio ou
separação de bens, etc.
Petição inicial
Na petição inicial da acção em que requeira a interdição ou inabilitação, deve o
autor, depois de deduzida a sua legitimidade, mencionar os factos reveladores
dos fundamentos invocados e do grau de incapacidade do interditando ou
inabilitando e indicar as pessoas que, segundo os critérios da lei, devam compor
o conselho de família e exercer a tutela ou curatela.
Publicidade da acção
Apresentada a petição, se a acção estiver em condições de prosseguir, o juiz
determina a afixação de editais no tribunal e na sede da junta de freguesia da
residência do requerido, com menção do nome deste e do objecto da acção, e
publicar-se-á, com as mesmas indicações, anúncio num dos jornais mais lidos
na respectiva circunscrição judicial.
Citação
1. O requerido é citado para contestar, no prazo de 30 dias.
2. É aplicável à citação o disposto na parte geral; a citação por via postal não
terá, porém, cabimento, salvo quando a acção se basear em mera prodigalidade
do inabilitando.
Representação do requerido
1. Se a citação não puder efectuar-se, em virtude de o requerido se encontrar
impossibilitado de a receber, ou se ele, apesar de regularmente citado, não tiver
constituído mandatário no prazo de contestação, o juiz designa, como curador
provisório, a pessoa a quem provavelmente competirá a tutela ou a curatela,
que não seja o requerente, que será citada para contestar em representação do
requerido; não o fazendo, aplica-se o disposto no artigo 15.º.
2. Se for constituído mandatário judicial pelo requerido ou pelo respectivo
curador provisório, o Ministério Público, quando não seja o requerente, apenas
terá intervenção acessória no processo.
Articulados
À contestação, quando a haja, seguir-se-ão os demais articulados admitidos em
processo ordinário.
Prova preliminar
Quando se trate de acção de interdição, ou de inabilitação não fundada em
mera prodigalidade, haja ou não contestação, proceder-se-á, findos os
articulados, ao interrogatório do requerido e à realização do exame pericial.
Da prestação de contas
CONTAS EM GERAL
Objecto da acção
A acção de prestação de contas pode ser proposta por quem tenha o direito de
exigi-las ou por quem tenha o dever de prestá-las e tem por objecto o
apuramento e aprovação das receitas obtidas e das despesas realizadas por
quem administra bens alheios e a eventual condenação no pagamento do saldo
que venha a apurar-se.
Necessidade da revisão
1 - Sem prejuízo do que se ache estabelecido em tratados, convenções,
regulamentos comunitários e leis especiais, nenhuma decisão sobre direitos
privados, proferida por tribunal estrangeiro ou por árbitros no estrangeiro, tem
eficácia em Portugal, seja qual for a nacionalidade das partes, sem estar revista
e confirmada.
2. Não é necessária a revisão quando a decisão seja invocada em processo
pendente nos tribunais portugueses, como simples meio de prova sujeito à
apreciação de quem haja de julgar a causa.
Tribunal competente
Para a revisão e confirmação é competente a Relação do distrito judicial em que
esteja domiciliada a pessoa contra quem se pretende fazer valer a sentença,
observando-se com as necessárias adaptações o disposto nos artigos 85.º a 87.º.
Requisitos necessários para a confirmação
Para que a sentença seja confirmada é necessário:
a) Que não haja dúvidas sobre a autenticidade do documento de que conste a
sentença nem sobre a inteligência da decisão;
b) Que tenha transitado em julgado segundo a lei do país em que foi proferida;
c) Que provenha de tribunal estrangeiro cuja competência não tenha sido
provocada em fraude à lei e não verse sobre matéria da exclusiva competência
dos tribunais portugueses;
d) Que não possa invocar-se a excepção de litispendência ou de caso julgado
com fundamento em causa afecta a tribunal português, excepto se foi o tribunal
estrangeiro que preveniu a jurisdição;
e) Que o réu tenha sido regularmente citado para a acção, nos termos da lei do
país do tribunal de origem, e que no processo hajam sido observados os
princípios do contraditório e da igualdade das partes.
f) Que não contenha decisão cujo reconhecimento conduza a um resultado
manifestamente incompatível com os princípios da ordem pública internacional
do Estado português.
Do inventário
DISPOSIÇÕES GERAIS
Função do inventário
1. O processo de inventário destina-se a pôr termo à comunhão hereditária ou,
não carecendo de realizar-se partilha judicial, a relacionar os bens que
constituem objecto de sucessão e a servir de base à eventual liquidação da
herança.
2. Ao inventário destinado à realização dos fins previstos na segunda parte do
número anterior são aplicáveis as disposições das secções subsequentes, com as
necessárias adaptações.
3. Pode ainda o inventário destinar-se, nos termos previstos nos artigos 1404.º e
seguintes, à partilha consequente à extinção da comunhão de bens entre os
cônjuges.
Critérios de distinção
• Princípio inquisitório
O juiz pode investigar livremente os factos
Regras do processo
2. O tribunal pode, no entanto, investigar livremente os factos, coligir as provas,
ordenar os inquéritos e recolher as informações convenientes; só são admitidas
as provas que o juiz considere necessárias.
Podemos distinguir...
Processo comum
Processo declaratório
Destina-se a alcançar do poder judicial a declaração da vontade da lei no caso
em apreço
Processo executivo
Destina-se à realização coactiva, da declaração da vontade da lei.
Título executivo
Toda a execução tem por base um título, pelo qual se determina o fim e os
limites da acção executiva.
a) As sentenças condenatórias;
b) Os documentos exarados ou autenticados por notário que importem
constituição ou reconhecimento de qualquer obrigação;
c) Os documentos particulares, assinados pelo devedor, que importem
constituição ou reconhecimento de obrigações pecuniárias, cujo montante seja
determinado ou determinável por simples cálculo aritmético, ou de obrigação
de entrega de coisa ou de prestação de facto;
d) Os documentos a que, por disposição especial, seja atribuída força executiva.
PROCESSO DE DECLARAÇÃO
1ª parte
2ª parte
3. Para o efeito das custas e demais encargos legais, o valor da causa é fixado
segundo as regras estabelecidas na legislação respectiva.
Valor das acções sobre o estado das pessoas ou sobre interesses imateriais
As acções sobre o estado das pessoas ou sobre interesses imateriais consideram-
se sempre de valor equivalente à alçada da Relação e mais € 0,01.
Acções sobre
o estado das
pessoas
• Basta ter sido deduzido o novo pedido para que o valor da causa sofra
acréscimo, que se manterá, ainda que o pedido não venha a ser aceite.
Admissibilidade da reconvenção
PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS
Pressupostos processuais
São questões prévias ao conhecimento da causa , indispensáveis para que o juiz
possa proferir decisão sobre o mérito da causa.
Pressupostos processuais positivos
Aqueles cuja verificação é essencial para que o juiz conheça do mérito da causa.
Pressupostos processuais
Personalidade judiciária
Partes
São as pessoas que requerem, ou contra as quais foi requerida a providência
judiciária que se pretende alcançar através da acção.
Autor
Requerente ou demandante
Réu
Requerido ou demandado
Critério da coincidencia
Quem tiver personalidade jurídica tem igualmente personalidade judiciária
• Têm personalidade judiciária todas as pessoas singulares, as pessoas
colectivas e as sociedades a que seja reconhecida
HABILITAÇÃO
Quando tem lugar a habilitação - Quem a pode promover
Excepções dilatórias
Capacidade de gozo
Aptidão para ser titular de direitos.
Capacidade de exercício
Aptidão para exercer os seus direitos (poder de os usar e de os transmitir)
Capacidade judiciária
Consiste na susceptibilidade de estar, por si, em juízo.
Suprimento da incapacidade
1. Quando a acção seja proposta contra incertos, por não ter o autor
possibilidade de identificar os interessados directos em contradizer, são aqueles
representados pelo Ministério Público.
Conceito de legitimidade
2. O interesse em demandar
exprime-se pela utilidade derivada da procedência da acção;
o interesse em contradizer,
pelo prejuízo que dessa procedência advenha.
Legitimidade plural
Legitimidade plural
Quando uma acção é proposta por vários autores ou contra vários réus.
LITISCONSÓRCIO
Serve para exprimir a imagem de várias pessoas que, no mesmo processo civil,
correm a mesma sorte, associadas que estão no lado do ataque ou no lado da
defesa.
Litisconsórcio voluntário
Caso em que é permitido que só uma das partes intervenha no processo,
embora as restantes também o possam fazer se assim o quiserem.
Litisconsórcio necessário
Quando é exigida a intervenção de todas as partes.
Litisconsórcio subsidiário
Admitida nos termos do art. 31º -B, no caso de dúvida fundamentada sobre o
sujeito da relação controvertida.
LITISCONSÓRCIO VOLUNTÁRIO
Litisconsórcio voluntário
mas, ...
se a lei ou o negócio for omisso, a acção pode também ser proposta por um só
ou contra um só dos interessados,
devendo o tribunal, nesse caso, conhecer apenas da respectiva quota-parte do
interesse ou da responsabilidade, ainda que o pedido abranja a totalidade.
Litisconsórcio voluntário
É a regra para a generalidade das relações jurídicas com pluralidade de sujeitos,
não tendo estes necessáriamente que intervir na acção.
Litisconsórcio necessário
Quando todos os interessados devem demandar ou ser demandados.
LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO
Litisconsórcio necessário
2. É igualmente ...
Acções que têm de ser propostas por ambos ou contra ambos os cônjuges
Pluralidade de titulares
1. Pertencendo simultaneamente a vários titulares, o direito de preferência só
pode ser exercido por todos em conjunto; mas, se o direito se extinguir em
relação a algum deles, ou algum declarar que não o quer exercer, acresce o seu
direito aos restantes.
LITISCONSÓRCIO SUBSIDIÁRIO
Exemplo:
- O autor que tenha dúvidas sobre qual de dois veículos foi o responsável pelo
acidente, pode propor uma acção de indemnização contra uma companhia
seguradora e, subsidiariamente, contra a outra seguradora.,
Pedido subsidiário
Aquele que é apresentado ao tribunal para ser considerado somente no caso de
não proceder um pedido anterior
LEGITIMIDADE PARA A TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS
ILEGITIMIDADE
Ilegitimidade
A ilegitimidade só pode surgir no caso de litisconsórcio necessário, legal ou
convencional.
Sanação da ilegitimidade
Sanação
A ilegitimidade é sanável mediante a intervenção, espontânea ou provocada, da
parte cuja falta gera a ilegitimidade ( art. 269º)
COLIGAÇÃO
Coligação
Na coligação há uma pluralidade de partes e uma pluralidade de pedidos
formulados por vários autores ou contra vários réus(diferentemente do
litisconsórcio, em que existe uma pluralidade de partes e unidade de pedidos)
Causa de pedir
É o acto ou o facto jurídico de onde emerge a pretensão deduzida pelo autor
Relação de prejudicialidade
Verifica-se entre os pedidos, quando a decisão de um pode influir na decisão de
outro.
Relação de dependência
Verifica-se entre os pedidos quando o conhecimento de um deles só pode ter
lugar no caso de se verificar a procedência do outro
Obstáculos à coligação
Interesse processual
Consiste na necessidade que o autor sente de obter, no caso concreto, tutela
judicial.
Depois de proposta acção, pode também o réu, ter interesse em que a acção
prossiga
A incerteza a que o autor pretenda pôr fim pela via judicial deve ser objectiva
e grave .
Incerteza objectiva
Quando provém de factos exteriores e não apenas da mente do autor.
Incerteza grave
Depende do prejuízo (material ou moral) que a situação de incerteza pode
gerar.
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO
Patrocínio judiciário
Traduz-se na assistência técnica prestada às partes por profissionais do foro.
Há causas em que, pela sua importância ou pela sua natureza, se torna
obrigatória a constituição de advogado
PATROCÍNIO JUDICIÁRIO
Constituição obrigatória de advogado
Mandato
Mandato judicial
Meio através do qual são conferidos os poderes de representação, que o
advogado exerce em juízo
Substabelecimento
Consiste na transferência total ou parcial para outro advogado, dos poderes que
lhe foram conferidos, pela mesma forma da procuração.
Gestão de negócios
Gestão de negócios
A gestão de negócios dá-se quando uma pessoa assume a direcção de negócio
alheio no interesse e por conta do respectivo dono, sem para tal estar
autorizado.
2. Porém, se a parte não ratificar a gestão dentro do prazo assinado pelo juiz, o
gestor será condenado nas custas que provocou e na indemnização do dano
causado à parte contrária ou à parte cuja gestão assumiu.
Responsabilidade do mandatário
Competência
É a parcela de jurisdição que é atribuída a cada um dos órgãos jurisdicionais.
Regras de competência
As normas que definem os critérios que presidem à delimitação do poder de
julgar pelos diversos tribunais.
Jurisdição
Constitui o poder de julgar que é atribuído aos tribunais considerados no seu
conjunto.
Competência
È apenas uma parcela do poder jurisdicional que cabe a cada tribunal.
Conflito de jurisdição
Há conflito de jurisdição, quando dois ou mais tribunais integrados em ordens
jurisdicionais diferentes, se arrogam ou declinam o poder de conhecer da
mesma questão
Conflito de competência (positivo ou negativo)
Só pode surgir entre dois ou mais tribunais da mesma ordem jurisdicional
1. Os conflitos de jurisdição
são resolvidos pelo Supremo Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal dos Conflitos,
conforme os casos; ...
os conflitos de competência,
são solucionados pelo tribunal de menor categoria que exerça jurisdição sobre
as autoridades em conflito.
Conflitos de jurisdição
Tribunal de Conflitos
Cabe ao Tribunal de Conflitos resolver os conflitos de jurisdição suscitados
entre as autoridades e os tribunais administrativos ou entre os tribunais
judiciais e qualquer deles (autoridades ou tribunais administrativos).
Conflitos de competência
Será solucionado pelo tribunal da Relação o conflito que se tenha gerado
entre tribunais pertencentes ao mesmo distrito judicial. Pois que exerce
jurisdição sobre os dois.
Modalidades de competência
Competência
Competência internacional
Consiste na atribuição do poder de julgar aos tribunais portugueses, no seu
conjunto, em face dos tribunais estrangeiros.
Competência interna
Traduz-se na repartição, entre os diversos tribunais portugueses, do poder de
julgar.
COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
Da competência internacional
Factores de atribuição da competência internacional
d) Não poder o direito invocado tornar-se efectivo senão por meio de acção
proposta em território português,
ou ...
COMPETÊNCIA INTERNA
• a matéria,
• a hierarquia judiciária,
• o valor da causa,
• o território.
Competência
Extensão e limites da competência
São da competência dos tribunais judiciais as causas que não sejam atribuídas a
outra ordem jurisdicional.
Tribunais de competência genérica
Competência
Espécies
Podem ser criados os seguintes tribunais de competência especializada:
a) De instrução criminal;
b) De família;
c) De menores;
d) Do trabalho;
e) De comércio;
f) Marítimos;
g) De execução das penas.
Juízos cíveis
Compete aos juízos cíveis preparar e julgar os processos de natureza cível que
não sejam de competência das varas cíveis e dos juízos de pequena instância
cível.
Disposições gerais
Tribunais de comarca
Relações
1. As Relações conhecem dos recursos e das causas que por lei sejam da sua
competência
a) Julgar recursos;
h) Julgar, por intermédio do relator, os termos dos recursos que lhe estejam
cometidos pela lei de processo;
Hierarquia judiciária
Traduz-se no poder conferido aos tribunais superiores de, por via de recurso,
revogarem ou alterarem as decisões dos tribunais inferiores.
Uniformização de jurisprudência
1. O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça determina, até à prolação do
acórdão, que o julgamento do recurso se faça com intervenção do plenário das
secções cíveis, quando tal se revele necessário ou conveniente para assegurar a
uniformidade da Jurisprudência.
2. O julgamento alargado, previsto no número anterior, pode ser requerido por
qualquer das partes ou pelo Ministério Público e deve ser sugerido pelo relator,
por qualquer dos adjuntos, ou pelos presidentes das secções cíveis,
designadamente quando verifiquem a possibilidade de vencimento de solução
jurídica que esteja em oposição com jurisprudência anteriormente firmada, no
domínio da mesma legislação e sobre a mesma questão fundamental de direito.
Funcionamento
1 - Os tribunais judiciais de 1ª instância funcionam, consoante os casos, como
tribunal singular, como tribunal colectivo ou como tribunal do júri.
Tribunal singular
Composição e competência
1 - O tribunal singular é composto por um juiz.
2 - Compete ao tribunal singular julgar os processos que não devam ser
julgados pelo tribunal colectivo ou do júri.
Tribunal colectivo
Composição
1 - O tribunal colectivo é composto por três juízes.
Competência
Competência
c) Nas causas que, por lei, devam correr como dependência de outro processo.
Divisão judiciária
Competência territorial
Espécies de tribunais
Espécies
a) De instrução criminal;
b) De família;
c) De menores;
d) Do trabalho;
e) De comércio;
f) Marítimos;
a) Varas cíveis;
b) Varas criminais;
c) Juízos cíveis;
d) Juízos criminais;
e) Juízos de pequena instância cível;
f) Juízos de pequena instância criminal.
2 - Em casos justificados podem ser criadas varas
com competência mista, cível e criminal.
Varas cíveis
Juízos cíveis
Compete aos juízos cíveis preparar e julgar os processos de natureza cível que
não sejam de competência das varas cíveis e dos juízos de pequena instância
cível.
1- a circunscrição territorial
Elementos de conexão
• Foro do réu
• Foro real ou da situação
• Foro obrigacional
• Foro do autor
• Foro sucessório
FASES DO PROCESSO
Fases do processo
Definição de articulados
1 - Os actos processuais que devam ser praticados por escrito pelas partes são
apresentados a juízo por uma das seguintes formas:
b) Remessa pelo correio, sob registo, valendo como data da prática do acto
processual a da efectivação do respectivo registo postal;
2 - Os termos a que deve obedecer o envio através dos meios previstos nas
alíneas d) e e) do número anterior são definidos por portaria do Ministro da
Justiça.
3 - A parte que proceda à apresentação de acto processual através dos meios
previstos nas alíneas d) e e) do n.º 1 remete a tribunal, no prazo de cinco dias,
todos os documentos que devam acompanhar a peça processual.
- a petição inicial
- a contestação
Réplica
Um novo articulado apresentado pelo autor, que serve para se defender, no
caso de, na contestação, o réu ter deduzido alguma excepção ou ter formulado
pedido reconvencional.
Tréplica
Resposta do réu, se na réplica o autor modificar o pedido ou a causa de pedir
ou deduzir alguma excepção contra o pedido reconvencional (art. 503º)
RÉPLICA E TRÉPLICA
ARTIGO 502.º
Função e prazo da réplica
a réplica serve também para o autor deduzir toda a defesa quanto à matéria da
reconvenção, mas a esta não pode ele opor nova reconvenção.
ou se, ...
Articulados supervenientes
Termos em que são admitidos
Petição inicial
É o articulado em que o autor propõe a acção, formulando a tutela jurisdicional
pretendida.
• O tribunal não pode resolver o conflito de interesses sem que tal lhe seja
pedido
ARTIGO 264.º
Princípio dispositivo
Conteúdo formal
Cabeçalho ou intróito
A parte em que é designado o tribunal onde a acção é proposta, se identificam
as partes, se indica o domicílio profissional do mandatário judicial e se indica a
forma de processo.
Narração
A parte da petição inicial em que o autor expõe os factos e as razões de direito
que servem de fundamento à acção.
Conclusão
È a parte da petição inicial em que o autor formula o pedido, a tutela jurídica
que pretende obter.
Limites da condenação
1. A sentença não pode condenar em quantidade superior ou em objecto
diverso do que se pedir.
Rol de testemunhas
Audiência preliminar
2. Quando haja lugar à realização de audiência preliminar, ela destinar-se-á
complementarmente a:
Distribuíção
Distribuição
Tem por fim repartir com igualdade o serviço do tribunal; por este meio é
designada a secção, a vara ou o juízo em que vai correr ou (nos tribunais
superiores) o juiz que há-de exercer as funções de relator.