Recife – PE
2018
6
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO - UFPE
CENTRO DE TECBOLOGIA E GEOCIÊNCIAS - CTG
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
Instalações Propulsoras
RECIFE
2018
7
Sumário
RESUMO ................................................................................................................................... 10
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ 11
LISTA DE TABELAS ................................................................................................................ 13
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 14
2. MODELAGEM E ANÁLISE DO SISTEMA ................................................................... 16
2.1. MODELAGEM DA EMBARCAÇÃO ................................................................................ 16
2.2. CARACTERÍSTICAS E COEFICIENTES IMPORTANTES ............................... 18
2.3. DEFINIÇÃO DE CALADO MÁXIMO E BORDA LIVRE ...................................... 19
2.4. ANALISE DE ESTABILIDADE................................................................................ 22
2.4.1. DEFINIÇÃO DE KG E CURVAS HIDROSTÁTICAS ................................... 22
2.4.2. ESTABILIDADE INTACTA .............................................................................. 24
3. RESISTÊNCIA AO AVANÇO ................................................................................................... 30
3.1. MÉTODO DE VAN ORTOMISEN .......................................................................... 30
4. Projeto do hélice ............................................................................................................... 36
4.1. RESUMO DA METODOLOGIA UTILIZADA ........................................................ 37
4.2. ELEMENTOS DE INTERAÇÃO CASCO-PROPULSOR ................................... 37
4.2.1. Coeficiente de esteira (w)................................................................................ 37
4.2.2. Coeficiente de redução de empuxo (t) .......................................................... 37
4.2.3. Eficiência do casco (ŋh) .................................................................................. 38
4.3. DIMENSÕES DA GEOMETRIA PARA O CÁLCULO DO PROPULSOR ........ 39
4.3.1. DIMENSIONAMENTO DO LEME .................................................................. 39
4.4. POSICIONAMENTO DO HÉLICE.......................................................................... 41
4.5. CÁLCULO DA IMERSÃO DO EIXO (h) ................................................................ 43
5. COMPARAÇÃO RESISTÊNCIA AO AVANÇO NA CONDIÇÃO LIVRE E NA
CONDIÇÃO DE CARREGAMENTO ..................................................................................... 43
5.1. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS NOS GRÁFICOS ........................................ 45
6. PROJETO DO HÉLICE ................................................................................................... 46
6.1. CONDIÇÃO LIVRE................................................................................................... 46
6.2. CONDIÇÃO DE ARRASTO NO CALADO MÁXIMO .......................................... 58
6.3. SELEÇÃO DO MOTOR ........................................................................................... 63
7. PROJETO GEOMÉTRICO DO HÉLICE ....................................................................... 63
8. SISTEMAS PROPULSIVOS E SEUS COMPONENTES ........................................... 64
8.1. RESUMO DA METODOLOGIA UTILIZADA ........................................................ 65
8.2. DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DA PRAÇA DE MÁQUINAS ............ 66
8.3. DIMENSIONAMENTO DO SISTEMA PROPULSIVO DA EMBARCAÇÃO .... 67
8
8.3.1. DIÂMETRO DO EIXO DE TRANSMISSÃO DO MOTOR .......................... 68
8.3.2. Potência do eixo propulsor e torque .............................................................. 68
8.3.3. DIÂMETRO DO EIXO PROPULSOR ............................................................ 69
8.3.4. DIÂMETRO DO EIXO DO TUBO TELESCÓPICO ..................................... 71
8.3.5. MANCAIS ........................................................................................................... 71
8.3.6. CAIXA REDUTORA ......................................................................................... 72
8.3.7. COMPRIMENTO DOS EIXOS ....................................................................... 75
8.3.8. FLANGES .......................................................................................................... 76
8.3.9. VEDAÇÃO DA ANTEPARA ............................................................................ 76
9. ANÁLISE MODAL NO ANSYS ....................................................................................... 77
9.1. RESULTADOS ............................................................................................................... 85
9.2. CONCLUSÃO DA ANÁLISE ................................................................................... 87
10. ESCOLHA DO MANCAL ............................................................................................. 88
11. FLANGE NA SAÍDA DA CAIXA REDUTORA .......................................................... 89
12. PLANOS 2D E 3D DO AUTOCAD ............................................................................. 90
13. CONCLUSÃO ............................................................................................................... 93
14. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 96
15. ANEXOS ........................................................................................................................... 98
9
RESUMO
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Plano linhas do navio pesqueiro................................................................................. 16
Figura 2 - Modelo 3D da embarcação ......................................................................................... 17
Figura 3 - Representação da embarcação no Maxsurf................................................................ 17
Figura 4 - Dados do MaxSurf ....................................................................................................... 18
Figura 5 - Tabela referência para borda livre. ............................................................................. 20
Figura 6 - Correção borda livre superestrutura........................................................................... 20
Figura 7 - Correção borda livre Cb............................................................................................... 21
Figura 8 - Correção borda livre pontal. ....................................................................................... 21
Figura 9 - Formula para determinação do KG ............................................................................. 22
Figura 10 - Exemplo de curvas hidrostáticas ............................................................................... 23
Figura 11 - Curvas hidrostáticas para o calado de projeto.......................................................... 25
Figura 12 - Curva GZ para o calado de projeto............................................................................ 25
Figura 13 - Análise de estabilidade intacta para o calado de projeto ......................................... 26
Figura 14 - Coeficientes obtidos na análise para o calado de projeto ........................................ 27
Figura 15 - Curvas hidrostáticas para o calado máximo.............................................................. 28
Figura 16 - Curva GZ para o calado máximo. .............................................................................. 28
Figura 17 - Análise de estabilidade intacta para o calado máximo ............................................. 28
Figura 18 - Resultados da estabilidade intacta para o calado máximo ....................................... 29
Figura 19 - Coeficientes obtidos na análise para o calado máximo ............................................ 29
Figura 20 - Seleção do método no maxsurf resistance ............................................................... 34
Figura 21 - Gráfico Resistência total x Velocidade pelo método de Van Oortmerssen .............. 34
Figura 22 - Gráfico Potência x velocidade pelo método de Van Oortmerssen. .......................... 35
Figura 23 - Resistência Friccional x Velocidade ........................................................................... 35
Figura 24 - Cálculo da área do leme ............................................................................................ 40
Figura 25 - Cálculo da corda e envergadura do leme.................................................................. 40
Figura 26- Formulação do cadaste pela ABS ............................................................................... 41
Figura 27 - Formulação do cadaste pela DNV ............................................................................. 42
Figura 28 - Resistência na condição livre através do Maxsurf Resistance .................................. 43
Figura 29 - Resistência na condição de carregamento máximo através do Maxsurf Resistance 44
Figura 30 - Gráfico da Resistência x Velocidade na condição livre ............................................. 44
Figura 31 - Gráfico da Resistência x Velocidade na condição de calado máximo. ...................... 45
Figura 32 - Comparação entre as resistências na condição livre e de calado máximo. .............. 45
Figura 33 - Aspecto geométrico das pás da série B de Wageningen .......................................... 48
Figura 34 - Série B de Wageningen para 4 pás e relação 0,45 .................................................... 49
Figura 35 - Dados da condição livre no Excel. ............................................................................. 49
Figura 36 - Cálculo do empuxo pela Resistência total para a condição livre .............................. 50
Figura 37 - Cálculo da velocidade de avanço para a condição livre. ........................................... 50
Figura 38 - Obtenção de KT e n0 na condição livre no Autocad para a série B.4.45 .................. 52
Figura 39 - H/D=1,4 para a condição livre. .................................................................................. 52
Figura 40 - Gráfico Empuxo x Rotações (H/D=1,4) - condição livre. ........................................... 53
Figura 41 - Gráfico Rendimento x Rotações (H/D=1,4) - condição livre ..................................... 53
Figura 42 - H/D=1,2 para a condição livre ................................................................................... 54
Figura 43 - Gráfico Empuxo x Rotações (H/D=1,2) - condição livre. ........................................... 54
Figura 44 - Gráfico Rendimento x Rotações (H/D=1,2) - condição livre ..................................... 54
Figura 45 - H/D=1,1 para a condição livre. .................................................................................. 55
Figura 46 - Gráfico Empuxo x Rotações (H/D=1,1) - condição livre ............................................ 55
11
Figura 47 - Gráfico Rendimento x Rotações (H/D=1,1) - condição livre. .................................... 55
Figura 48 - Maior rendimento entre os H/D. .............................................................................. 56
Figura 49 - Dados e cálculo do BHP. ............................................................................................ 57
Figura 50 - Dados da condição de arrasto no calado máximo. ................................................... 58
Figura 51 - Cálculo da resistência total e empuxo para a condição de arrasto. ......................... 58
Figura 52 - Obtenção de KT e n0 na condição de arrasto no Autocad. ....................................... 59
Figura 53 - H/D=1,4 para a condição de arrasto. ........................................................................ 59
Figura 54 - Gráfico Empuxo x Velocidade em nós (H/D=1,4) - Condição de arrasto. ................. 60
Figura 55 - Gráfico Eficiência x Velocidade em nós (H/D=1,4) - Condição de arrasto ................ 60
Figura 56 - H/D=1,2 para a condição de arrasto ......................................................................... 60
Figura 57 - Gráfico Empuxo x Velocidade em nós (H/D=1,2) - Condição de arrasto. ................. 61
Figura 58 - Gráfico Eficiência x Velocidade em nós (H/D=1,2) - Condição de arrasto. ............... 61
Figura 59 - Valores interpolados da condição de arrasto ........................................................... 61
Figura 60 - Dados para o cálculo da potência da condição de arrasto na velocidade de projeto.
..................................................................................................................................................... 62
Figura 61 - Motor ideal para o projeto........................................................................................ 62
Figura 62 - Motor C32 ACERT TIER 3- Caterpillar ........................................................................ 63
Figura 63 - Vista transversal do hélice no Propcad. .................................................................... 64
Figura 64 - Esquema típico de uma linha de eixo ....................................................................... 65
Figura 65 - Regressão de dados com navios semelhantes .......................................................... 66
Figura 66 - Sistema propulsivo .................................................................................................... 67
Figura 67 - Fórmula do torque do eixo propulsor. ...................................................................... 69
Figura 68 - Diâmetro mínimo do propulsor pela DNV ................................................................ 70
Figura 69 - Gráfico tamanho da caixa redutora x Potência transmitida. .................................... 73
Figura 70 - Catálogo Wartsila caixas redutoras verticais ............................................................ 74
Figura 71 - Caixa redutora vertical Wartsila ................................................................................ 74
Figura 72 - Espessura do flange pela DNV................................................................................... 76
Figura 73 - Catálogo Centrax para vedação ................................................................................ 77
Figura 74 - Sistema de eixos no Autocad .................................................................................... 78
Figura 75 - Geometria no Ansys. ................................................................................................. 79
Figura 76 - Comando análise modal no Ansys............................................................................. 79
Figura 77 - Teste de qualidade de malha Skewness.................................................................... 80
Figura 78 - Resultado do teste de qualidade de malha............................................................... 81
Figura 79 - Malha gerada no Ansys ............................................................................................. 82
Figura 80 - Fixando o suporte 1 no início do eixo propulsor ....................................................... 82
Figura 81 - Fixando o suporte 2 na intersecção eixo propulsor e tubo telescópico ................... 83
Figura 82 - Modos de vibração .................................................................................................... 84
Figura 83 - Análise do modo 1..................................................................................................... 85
Figura 84 - Análise do modo 2..................................................................................................... 85
Figura 85 - Análise do modo 3..................................................................................................... 86
Figura 86 - Análise do modo 4..................................................................................................... 87
Figura 87 - Mancal TIMKEN. ........................................................................................................ 88
Figura 88 - Espessura mínima dos parafusos .............................................................................. 89
Figura 89 - Diâmetro do parafuso do flange. .............................................................................. 89
Figura 90 - Vista 2D do eixo propulsor no Autocad .................................................................... 90
Figura 91 - Vista 3D (tubo telescópico+eixo propulsor) .............................................................. 91
Figura 92 - Sistema propulsivo 3D ............................................................................................... 92
Figura 93- Resultados no maxsurf resistance. .................................................................... 98
12
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dimensões principais da embarcação ........................................................................ 17
Tabela 2 - Resultados da estabilidade intacta para o calado de projeto .................................... 26
Tabela 3- Limitações Metódo Van Oortmerssen ........................................................................ 31
Tabela 4- Coeficientes de Van Oortmerssen.. ..................................................................... 32
Tabela 5 - Distâncias utilizadas no cadaste de acordo com a norma.......................................... 42
Tabela 6 - Séries sistemáticas de propulsores ............................................................................ 48
Tabela 7 - Dados do projeto ........................................................................................................ 48
13
1. INTRODUÇÃO
Neste relatório será abordado o projeto para uma embarcação pesqueira, que
tem como objetivo ter um maior arrasto para carregar a rede repleta de peixes.
A proposta foi a iniciação do mesmo a partir da modelagem tri dimensional da
embarcação e definição do seu calado para condições de calado de projeto e
carregamento máximo. Nessa etapa foram utilizadas normas da Internacional
Maritime Organization (IMO) relacionadas com definição da borda-livre da
embarcação em função do seu tipo e dimensões principais. Em seguida haveria
conferidas as curvas hidrostáticas e a sua estabilidade intacta, também sob
critérios da IMO. A parte de análise preliminar do trabalho seria finalizada com
um estudo acerca da resistência ao avanço da embarcação, com análise do
método mais recomendado para o tipo de embarcação.
15
2. MODELAGEM E ANÁLISE DO SISTEMA
2.1. MODELAGEM DA EMBARCAÇÃO
Esta seção será feita a apresentação das dimensões principais da
embarcação, tais qual o comprimento, boca, pontal, calado e suas razões, bem
como os coeficientes importantes para o projeto de um sistema propulsivo de
uma embarcação. Na presente seção, também haverá a definição do calado
máximo da embarcação conforme normatização, apresentação das curvas
hidrostáticas e análise da estabilidade intacta para as situações de calado de
projeto e calado máximo.
16
Tabela 1 - Dimensões principais da embarcação
Dimensões
L= 29,5 m
B= 7 m
D= 4,027 m
T= 2 m
Fonte: Autor
Fonte:
Autor
Fonte: Autor
17
2.2. CARACTERÍSTICAS E COEFICIENTES IMPORTANTES
Fonte: O Autor
18
2.3. DEFINIÇÃO DE CALADO MÁXIMO E BORDA LIVRE
19
Figura 5 - Tabela referência para borda livre.
Regulamento 29:
Em que:
20
E1- Comprimento da superestrutura em metros, excluindo o comprimento das
pontes.
Quando o coeficiente de bloco for maior que 0,68, se faz a seguinte correção:
(mm)
Em que:
BL=372,66 m
𝑇𝑚á𝑥=𝐷−𝐵𝐿𝑐𝑜𝑟𝑟𝑖𝑔𝑖𝑑𝑎
Em que:
D – Pontal (m)
BLcorrigida – Borda livre corrigida (m)
Logo:
𝑇𝑚á𝑥= 4- 0,37266
𝑇𝑚á𝑥= 3,62734 m
22
Como a embarcação estudada possui um comprimento menor que 120 metros,
será utilizada a segunda fórmula e no final obteremos. Então o centro de
gravidade está situado com medidas:
KG= 1,948 m
LCG= LOA/2
LCG= 29,5/2
LCG= 14,75 m
Fonte: PNA,1988
24
hidrostáticas, as curvas GZ e os ângulos permitidos pela norma. Assim, temos
a primeira avaliação:
Figura 11 - Curvas hidrostáticas para o calado de projeto
Fonte: Autor
Figura 12 - Curva GZ para o calado de projeto
Fonte: Autor
25
Figura 13 - Análise de estabilidade intacta para o calado de projeto
Fonte: Autor
26
Figura 14 - Coeficientes obtidos na análise para o calado de projeto
Fonte: Autor
27
Figura 15 - Curvas hidrostáticas para o calado máximo
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
28
Figura 18 - Resultados da estabilidade intacta para o calado máximo
Fonte: Autor
29
Novamente, em caso de navegação em calado máximo permitido para o
artefato, o mesmo se mostrou estável para esta situação e apto para navegar de
acordo com a norma.
3. RESISTÊNCIA AO AVANÇO
30
Tabela 3- Limitações Metódo Van Oortmerssen
RT= RR+RV
Em que:
RT- Resistência total
RR- Resistência residual
RV- Resistência viscosa
Em que:
W= р*g*h
31
Fn- número adimensional de froude
р- densidade da água em t/m³
∆- deslocamento em m³
LCB- posição longitudinal do centro de flutuação em %.
Ie- metade do ângulo de entrada em graus.
Cm- Coeficiente de meia nau.
Assim, os coeficientes que são descritos na equação (c1, c2, c3, c4) são
obtidos através da seguinte formulação e da tabela que vem logo após com
dados experimentais pré-estabelecidos:
33
Figura 20 - Seleção do método no maxsurf resistance
Fonte: Autor
Fonte: Autor
34
Figura 22 - Gráfico Potência x velocidade pelo método de Van Oortmerssen.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
35
A diferença da formulação de Van Oortmerssen empiricamente, ou seja
pela formulação e pelo maxsurf, é apenas o refinamento que no módulo
computacional é visivelmente maior, além de ter mais condições de contorno.
Assim, para o calado de projeto definido neste projeto a resistência total e
potência foi através do maxsurf resistance:
RT= 26300 N
P= 135506 W
4. Projeto do hélice
O projeto do hélice tem a missão de determinar a geometria mais adequada para
operar junto ao casco, em certo número de rotações, consumindo uma potência
que deve ser fornecida por um conjunto motor-redutor, e impulsionando a
embarcação (em sua condição de deslocamento de projeto) em uma
determinada velocidade.
36
4.1. RESUMO DA METODOLOGIA UTILIZADA
Foi utilizada a seguinte metodologia neste projeto:
1) Cálculos dos coeficientes de interação casco-propulsor.
2) Dimensionamento do leme para o correto posicionamento do hélice.
3) Posicionamento do hélice.
4) Projeto do hélice (número de pás, H/D, empuxo e etc).
5) Cálculo da potência na condição livre e de arrasto no calado máximo.
6) Seleção do motor adequado para a embarcação.
7) Projeto geométrico do hélice no Propcad.
Para este projeto, o valor do coeficiente de bloco (CB) foi de 0,662, assim o
coeficiente de esteira calculado foi de 0,261531.
37
Equação 6- Fórmula do coeficiente de redução de empuxo.
Em que:
RT- Resistência total ao avanço da embarcação
VS- Velocidade de serviço
T- Empuxo
VA- Velocidade de avanço
38
4.3. DIMENSÕES DA GEOMETRIA PARA O CÁLCULO DO
PROPULSOR
Em que:
Lpp- Distância entre perpendiculares em metros
T- Calado em metros.
39
Assim:
Figura 24 - Cálculo da área do leme
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Em que:
AL- Área lateral calculada anteriormente em m².
RA- Razão de aspecto utilizada de 1,5.
40
4.4. POSICIONAMENTO DO HÉLICE
41
Figura 27 - Formulação do cadaste pela DNV
Fonte: www.oceanica.ufrj.br
Fonte: Autor
42
4.5. CÁLCULO DA IMERSÃO DO EIXO (h)
Fonte: Autor
43
Figura 29 - Resistência na condição de carregamento máximo através do Maxsurf Resistance
Fonte: Autor
Fonte: Autor
44
Figura 31 - Gráfico da Resistência x Velocidade na condição de calado máximo.
Fonte: Autor
Comparação
150
100
50
0
V…
9,45
0,35
1,05
1,75
2,45
3,15
3,85
4,55
5,25
5,95
6,65
7,35
8,05
8,75
10,15
10,85
11,55
12,25
12,95
13,65
R (KN) R (KN)
Fonte: Autor
6. PROJETO DO HÉLICE
Em que:
Z- Número de pás
T- Empuxo em kgf
Po- densidade*h (imersão do eixo)
Pv- pressão de vapor da água.
K*= 0,2 (hélice de bronze).
47
Tabela 6 - Séries sistemáticas de propulsores
Fonte: www.enautica.pt.
Fonte: (Lewis,1988)
L= 29,5 m
B= 7 m
D= 4,027 m
T= 2 m
Vs= 10 nós
Fonte: Do próprio autor.
48
Figura 34 - Série B de Wageningen para 4 pás e relação 0,45
Fonte:http://teacher.buet.ac.bd/mmkarim/diag_kt_kq_B-series.pdf/
Fonte: Autor
49
Figura 36 - Cálculo do empuxo pela Resistência total para a condição livre
Fonte: Autor
Em que:
Vs – velocidade de serviço em nós
w- coeficiente de esteira
Fonte: Autor
50
Foi utilizada a seguinte metodologia para a seleção adequada do motor da
embarcação pesqueira:
KT= T/ p*(n^2)*(D^4)
Em que:
KT- Coeficiente de empuxo (obtido no gráfico da série)
p- densidade da água
n- número de rotações do propulsor
D- Diâmetro do propulsor.
51
Figura 38 - Obtenção de KT e n0 na condição livre no Autocad para a série B.4.45
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
52
Figura 40 - Gráfico Empuxo x Rotações (H/D=1,4) - condição livre.
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
53
Figura 42 - H/D=1,2 para a condição livre
Fonte:Autor
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
54
Utilizando a mesma metodologia para o H/D=1,1 temos abaixo a tabela e os
gráficos:
Fonte:Autor
Fonte: Autor.
Fonte: Autor.
55
Assim, depois da análise das tabelas e gráficos para os passos/diâmetros e
observando o intervalo que o empuxo requerido estava nas tabelas (linhas
selecionadas em que se encontra o intervalo do empuxo requerido para a
condição), pode-se inferir que o H/D com o maior rendimento foi:
Fonte: Autor
Logo, após este resultado que corresponde ao n0, poderemos enfim calcular a
potência que o motor deve ter nessa condição livre, através das seguintes
formulações:
Em que:
EHP – Potência fornecida pelo Maxsurf para determinada resistência.
nh- Eficiência do casco
nrr- Eficiência rotativa relativa, que possui a seguinte formulação
Em que:
H/D – Passo/ Diâmetro
Cp – Coeficiente prismático obtido através do Maxsurf.
LCB – Distância longitudinal do centro de carena da embarcação em metros.
56
2) Cálculo do BHP (potência do motor)
Em que:
nrr- Eficiência rotativa relativa
nm- Eficiência mecânica, definida pelo professor (nm=0,98).
Fonte: Autor
57
6.2. CONDIÇÃO DE ARRASTO NO CALADO MÁXIMO
Fonte: Autor
Obs. O coeficiente de esteira (w) foi calculado como anteriormente com o novo
Cb (0,647), o valor das rotações determinado na condição livre foi transformado
em rps (rotação por segundo).
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
59
Figura 54 - Gráfico Empuxo x Velocidade em nós (H/D=1,4) - Condição de arrasto.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
60
Figura 57 - Gráfico Empuxo x Velocidade em nós (H/D=1,2) - Condição de arrasto.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Assim, o valor do BHP deve ser de 85% a 90% do valor do MCR, logo como
aproximadamente o valor de BHP tinha dado 677,7279 hp (com as margens de
mar 10% e margens de motor 10%) o valor do MCR deveria ser de 753,031 hp,
logo foi selecionado de acordo com este número o motor adequado, segue
abaixo o que foi explicado:
Fonte: Autor
62
6.3. SELEÇÃO DO MOTOR
Assim, pesquisando em catálogos de fabricantes de motor. Foi possível
selecionar o seguinte motor para esta embarcação:
MODELO: C32 ACERT TIER 3
MARCA: Caterpillar
Faixa de Potência 750-1.800 bhp
Faixa de Velocidade 1.600 a 2.300rpm
Diâmetro Interno 145.0 mm
Curso 162.0 mm
Cilindrada 32.1 B
Peso Seco Mínimo 3152.0 kg
Comprimento Mínimo 2121.0 mm
Comprimento Máximo 2284.0 mm
Altura Mínima 1547.0 mm
Altura Máxima 1587.0 mm
Largura Mínima 1528.0 mm
Fonte: http://www.cat.com/pt_BR/products/new/power-systems/marine-power-systems/commercial-
propulsion-engines/18499457.html
A última etapa do projeto foi projetar no software Propcad o hélice que foi
dimensionado ao longo do projeto, com o número de pás, relação Ad/A0, relação
passo/diâmetro e outros dados de entrada. O diâmetro do bosso foi estimado em
25 % do diâmetro do propulsor e seguiu pelo Propcad às normas da ABS.
Lembrando que o hélice que segue abaixo é somente uma estimativa do
63
propulsor adequado ao projeto, visto que ainda não temos o comprimento do
eixo e outros dados de entrada. Segue a imagem do hélice no Propcad:
Fonte: Autor
A caixa de redução por sua vez, tem a função de reduzir a velocidade de rotação
na entrada, para que na saída da redução a velocidade de rotação já esteja
apropriada para que opere nas condições de máxima eficiência do propulsor. O
eixo responsável por estra transmissão do movimento rotativo após a saída da
caixa de redução é denominado eixo intermediário. Este eixo é apoiado sobre
mancais de rolamento, e é lubrificado e vedado por buchas. Na região entre o
casco e a antepara de ré, este eixo é envolvido pelo tubo telescópico para que
64
não haja ingresso de água para dentro do casco, o tubo possui um sistema de
vedações e selos para cumprir esta tarefa.
.
Figura 64 - Esquema típico de uma linha de eixo
Fonte: FONSECA, Murílio Magalhães. Arte Naval. 6 ed. Rio de Janeiro, 2002
65
2) É determinado todo o sistema de eixos da embarcação referentes ao tema
do terceiro projeto: eixo de transmissão, eixo propulsor e o eixo do tubo
telescópico equipamentos auxiliares como flanges e mancais.
3) É dimensionada a caixa redutora, responsável pela diminuição da
velocidade de rotação do motor para o propulsor.
4) É desenvolvida a geometria no software Autocad, logo em seguida essa
geometria é exportada para o Ansys e será realizada uma análise modal
de vibrações.
5) Serão discutidos todos os resultados obtidos no Ansys.
6) Serão realizados desenhos 2D e 3D do sistema propulsivo da
embarcação no Autocad para que se tenha um maior aporte de
informações em relação ao terceiro projeto.
7) Por fim será desenvolvida uma conclusão do projeto e se apontará as
principais dificuldades
Fonte: http://www.oceanica.ufrj.br/.
66
Logo, à partir destes dados do gráficos é possível obter o comprimento da praça
de máquinas da nossa embarcação pesqueira que é 7,415 metros, partindo do
pressuposto que o LPP é 29,5 metros.
Com base neste dado, teremos o espaço disponível para acomodação de todos
os equipamentos constituintes do sistema propulsivo do barco.
68
Em que:
BHP- Potência do motor (BHP=711,6142 hp), BHP encontrado anteriormente
na segunda etapa do projeto com as margens de mar, motor e rotação.
nm- Eficiência mecânica, consideramos com um valor igual a 0,98.
Logo, teremos:
Em que:
SHP- Potência fornecida ao eixo propulsor em kw.
n- rotações por segundo do eixo (calculado anteriormente n=3,916 rps)
Em que:
F- Fator para o tipo de instalação propulsiva, que no caso do projeto é 100 (valor
utilizado para todas as instalações diesel e veículos de transmissão).
k- Fator para a caracterização do design utilizado no eixo (valor utilizado 1,22
localizado no item 5).
P- Potência no eixo em em KW.
N0- Velocidade de rotação do motor em rpm.
di e d- Pode-se utilizar uma relação igual a 1, como recomenda a norma, para
os diâmetros externo e interno do eixo.
σb- Tensão mínima especificada para eixos propulsores em geral (valor utilizado
600 MPa localizado no item 2).
70
8.3.4. DIÂMETRO DO EIXO DO TUBO TELESCÓPICO
8.3.5. MANCAIS
71
ela se mostra com detalhes mais minuciosos. Esta etapa será melhor realizada
no próximo tópico. Porém, pela regra da DNV (capítulo 4/ parte4/ seção 01) esse
espaçamento entre mancais deve ser de:
L= 0,7*[1+(D/10)^(1/2)]
Em que:
L- Espaçamento entre mancais em m
D- Diâmetro do eixo ao qual é aplicado o mancal
72
Isto significa que a redução deve ser de aproximadamente 7:1, anteriormente
calculamos a potência no eixo, e através desse valor que foi de 697,3820 KW
transformamos este valor para 0,697 MW e pelo gráfico fornecido pela Wartsila
sabe-se que a caixa redutora estará na posição vertical (gráfico azul) ou
horizontal (gráfico laranja) e também o seu tamanho, como é visto abaixo:
Fonte: http://www.wartsila.com/products/marine-oil-gas/propulsors-
gears/gears/wartsila-single-input-gear
73
Figura 70 - Catálogo Wartsila caixas redutoras verticais
Fonte: http://www.wartsila.com/products/marine-oil-gas/propulsors-gears/gears/wartsila-single-input-gear
Fonte: http://www.wartsila.com/products/marine-oil-gas/propulsors-gears/gears/wartsila-single-
input-gear
74
8.3.7. COMPRIMENTO DOS EIXOS
Fonte:Catálogo da DNV
Em que:
d- diâmetro do eixo em mm
r- raio do flange em mm
t- espessura do flange em mm.
Obs: Geralmente este valor do raio do flange pela norma DNV não pode ser
menor que 20% do diâmetro do eixo. (Informação vista no cap4/ parte 4/ seção
01/ pág: 11). Convergindo com o indicado pela ABS.
Fonte: centrax.vendas@gmail.com
Como etapa final deste projeto será realizado uma análise modal
vibracional do sistema propulsivo da embarcação no software Ansys, para isto
será feito uma análise do eixo propulsor e tubo telescópico. Como objetivo
analisar a área de maior deformação para colocação de mancais (suportes que
apoiam os eixos).
A caixa redutora não foi representada na análise. O hélice não foi
representado pela complexidade da geometria e se fosse representado através
77
de um disco teríamos o diâmetro, mas não a espessura do disco, logo seria um
problema. O eixo de transmissão também não foi considerado, visto que fazendo
uma análise desde o início do eixo propulsor (saída da caixa redutora), o eixo de
transmissão e o motor seriam desprezados.
O primeiro passo foi criar a geometria no Autocad, foram desenhados
2 eixos: o propulsor e o telescópico com as medidas de diâmetro e comprimento
explicitas neste relatório e abaixo:
Fonte: Autor
78
exportação e a geometria veio tal qual como foi construída no Autocad, abaixo a
geometria é mostrada no Ansys:
Fonte: Autor
Fonte: Autor
79
nossa análise, para isso antes de iniciá-la deve-se fazer uma malha da
geometria, que foi realizada seguindo os comandos abaixo para gerar a malha
adequada:
80
Equação:
(skewness= (tamanho ótimo da célula-tamanho da célula)/(tamanho ótimo da
célula).
Equação: (máx((ϴmáx-ϴe/180-ϴe),(ϴe-ϴmin/ϴe))).
Onde:
ϴmax= maior ângulo da face ou célula;
ϴe=ângulo que pode ser 60 para triângulos, 90 para quadrados, dependendo
da célula.
ϴmin=menor ângulo da face ou célula.
Fonte: Autor
81
Figura 79 - Malha gerada no Ansys
Fonte: Autor
Fonte: Autor
82
Figura 81 - Fixando o suporte 2 na intersecção eixo propulsor e tubo telescópico
Fonte: Autor
83
Figura 82 - Modos de vibração
Fonte: Autor
84
9.1. RESULTADOS
Modo 1
Figura 83 - Análise do modo 1
Fonte : Autor.
Modo 2
Figura 84 - Análise do modo 2
Fonte : Autor.
85
No modo 2 a maior vibração ocorre na extremidade do tubo telescópico
e de maneira horizontal (que não pode ser observado na figura 85, mas sim no
vídeo da deformação no programa Ansys); a escala de cores ao lado revela onde
de fato se necessita de uma maior observação (sendo críticas as áreas em
vermelho).
Modo 3
Figura 85 - Análise do modo 3
Fonte : Autor.
86
Modo 4
Figura 86 - Análise do modo 4
87
(como se fosse um suporte) até a porção média do eixo propulsor (onde se
localiza o mancal) como uma estimativa de espaçamento dos suportes, pois
como se pode observar só existe um mancal no projeto. O mancal é inserido no
sistema propulsivo, afim de se evitar vibrações indesejadas que prejudiquem a
movimentação da embarcação e que danifiquem os equipamentos.
Tamanhos de diâmetros: de 1,37 pol até 11,8 pol, podendo existir casos
especiais de até 39,3 pol. Como o eixo propulsor tem aproximadamente 5,55
polegadas, está adequado ao projeto.
Fonte: http://www.timken.com/pt-br/products/rolamentos-de-ultima-geracao-da-timken/housed-
units/mancais-saf/
88
11. FLANGE NA SAÍDA DA CAIXA REDUTORA
A ABS referencia a espessura mínima dos flanges, como citada
anteriormente assim como fornece informações acerca do diâmetro mínimo dos
parafusos os quais incorporarão os encaixes dos flanges.
Fonte:Norma ABS
Onde:
P: Potência do motor considerando as perdas de transmissão (BHP ou SHP)
[kW];
p: Número de parafusos;
D p : Diâmetro primitivo do flange [mm]; 𝜍 𝑈 : Tensão de escoamento do material
do parafuso = 1000 [N/mm²] (ABS);
n: rotação do eixo.
Na norma DNV não foi encontrado nada falando sobre. Procurando em
outras normas como forma de comparação, o diâmetro do parafuso dos flanges,
do material da RBNA (Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves), título 11-
seção 03- pág:16, de acordo com a regra a espessura dos flanges deve ser de
no mínimo 25 % do diâmetro do eixo calculado e o diâmetro dos parafusos deve
ser:
ou
89
Em que:
dp- diâmetro do parafuso em mm.
n- número de parafusos
rm- raio médio do centro do parafuso.
Mt- momento torsor.
Obs: o diâmetro do eixo deve estar em milímetros.
Fonte : Autor.
90
Abaixo uma vista 3D dos eixos acoplados:
Fonte: Autor.
91
Figura 92 - Sistema propulsivo 3D
Fonte: Autor.
92
13. CONCLUSÃO
95
14. REFERÊNCIAS
97
15. ANEXOS
98
Resistência ao avanço e potência requeridas no calado de projeto no Maxsurf Resistance. Fonte: Do
próprio autor.
99
Resistência ao avanço e potência requeridas no calado máximo no Maxsurf Resistance. Fonte: Do próprio
autor.
Catálogo motor
Especificações do motor
100
101