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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

ESCOLA DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS


CURSO DE DIREITO

A Falência e seus Efeitos

Beatriz Silva Schiller

Volta Redonda – RJ
2016
Beatriz Silva Schiller

A Falência e seus Efeitos

Trabalho apresentado na Faculdade de Direito da


Universidade Federal Fluminense, campus Volta
Redonda, como requisito para aprovação na
disciplina Direito Empresarial III.

Orientadora: Prof. Msc. Paola de Andrade Porto

Volta Redonda – RJ
2016
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................4

2. NOTAS SOBRE A FALÊNCIA JUDICIAL.................................................5

3. PRESSUPOSTOS DO ESTADO FALIMENTAR.......................................7

4. EFEITOS JURÍDICOS DA SENTENÇA SOBRE OS CREDORES..........14

5. EFEITOS JURÍDICOS DA SENTENÇA SOBRE O FALIDO....................5

6. CONCLUSÃO............................................................................................6

7. REFERÊNCIAS.........................................................................................7
1. INTRODUÇÃO

O presente artigo busca evidenciar os aspectos legais, doutrinários e


jurisprudenciais que envolvem o instituto da falência, mais especificamente, visa
promover uma análise acerca da falência e seus efeitos, e em especial seus efeitos
sobre os credores e o falidos.

Para melhor compreensão da temática, a pesquisa foi dividida em quatro


capítulos. O primeiro tece notas introdutórias ao Direito Falimentar, objetivando
proporcionar ao leitor uma visão geral do tema, bem como são explicitados conceitos
atinentes ao direito empresarial e ao direito falimentar; o segundo trata dos
pressupostos do estado falimentar, expondo divergências doutrinárias e
posicionamentos doutrinários; o terceiro e quarto demonstram os efeitos da falência
sobre os credores e sobre o falido, respectivamente.

Nesse passo, faz-se mister ressaltar que o cenário ideal seria que em um
estudo sobre o instituto da Falência fossem analisados todos os assuntos relativos ao
tema. Porém, não há a ínfima possibilidade para este artigo, já que o conteúdo é
demasiado extenso e a natureza deste estudo não permite que se estenda
excessivamente como seria necessário, de modo que se fazem indispensáveis
algumas delimitações. Por conseguinte, não serão estudados os temas da
Recuperação Judicial, legitimidade ativa para requerer a falência, o sistema da
autofalência, competência judicial do juízo falimentar e a persecução penal falimentar,
em razão de que, muito embora possuam íntima ligação com o tema, sua análise
inviabilizaria o objetivo deste artigo.

4
2. NOTAS SOBRE A FALÊNCIA JUDICIAL

Empresa é a atividade econômica organizada que tem por objetivo a


produção e circulação de bens e serviços para o mercado. A ela é direcionada grande
parte do âmbito de atuação e estudo do direito empresarial, que disciplina a atividade
empresarial e diversos atos nos quais ela se concretiza. Sendo assim, não poderia
olvidar de estudar e disciplinar, também, a empresa em crise.

As consequências de uma empresa em crise podem repercutir nos


interesses dos empresários, dos empregados, do fisco, da sociedade e dos credores;
a crise fatal de uma grande empresa implica na redução dos postos de trabalho,
escassez do bem/serviço que esta produz/presta, diminuição da arrecadação de
tributos, e, conforme as circunstâncias, acarretar sérios problemas para a economia
local/regional/nacional, de modo que oportuno distinguir as diversas espécies pelas
quais a crise pode se manifestar. São elas: crise econômica, financeira e patrimonial.

A crise econômica é “a retração considerável nos negócios desenvolvidos


pela sociedade empresária”1, ou seja, os custos são maiores que os rendimentos.
Crise financeira é uma crise de liquidez, ou seja, com os recursos disponíveis a
empresa não consegue cumprir suas obrigações. Segundo Ulhoa 2 a exteriorização
jurídica da crise financeira é a impontualidade. Finalmente, a crise patrimonial é a
insolvência, ou seja, não há bens suficientes para arcar com as dívidas, seu ativo é
inferior ao passivo.

Em geral, diz-se que uma determinada sociedade empresária está em crise


quando presente as três formas pelas quais se manifesta, e, quando esta não puder
ser superada, não há outro caminho senão o da liquidação patrimonial, visto que a
manutenção de uma empresa inviável no mercado pode gerar prejuízos incalculáveis.

A liquidação patrimonial pode ser ordinária, ocorrendo por iniciativa do


próprio empresário ou dos sócios da sociedade empresária, ou pode ser forçada,
imposta pelo Poder Judiciário ou pelo Poder Executivo – a chamada falência, objeto
deste estudo.

1
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 15. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014, v. 3, p. 241.
2
COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito comercial. 15. Ed. São Paulo: Saraiva, 2014, v. 3, p. 242.

5
Falência, neste sentido, é o processo judicial de execução concursal do
patrimônio do devedor empresário, no qual se arrecada todo o patrimônio do falido
para, com a sua liquidação, pagar a universalidade de seus credores, de forma
completa ou proporcional. “É um processo judicial complexo que compreende a
arrecadação dos bens, sua administração e conservação, bem como a verificação e
o acertamento dos créditos, para posterior liquidação dos bens e rateio entre os
credores. Compreende também a punição dos atos criminosos praticados pelo
devedor falido.”3 Apesar de alguns autores utilizarem o termo execução coletiva, tal
termo não deve ser empregado para não confundir o processo de falência com o
processo de satisfação do direito objeto de ação civil pública, que é desta forma
denominado.

Ainda, há de se mencionar que a falência é uma situação de direito que só


existe a partir da decretação judicial, ou seja, a insolvência econômica é um estado
fático que não é suficiente, por si só, para ensejar a falência; na medida em que este
estado seja reconhecido pela autoridade judiciária por meio da decretação de falência,
este estado fático se transforma em estado jurídico e, a partir daí, pode-se falar em
falência.

A legislação vigente é a Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (LF), e


regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade
empresária. Ao devedor civil aplica-se o concurso de credores (arts. 748 e ss. do
Código de Processo Civil), sendo a falência instituto reservado aos devedores
empresários.

3
NEGRÃO, Ricardo. Manual de direito comercial e de empresa. 8. Ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 3, p. 247.
6
3. PRESSUPOSTOS DO ESTADO FALIMENTAR

No direito brasileiro, do ponto de vista jurídico, para existir falência devem


concorrer três pressupostos: qualidade de empresário do devedor, sua insolvência e
a declaração judicial desse estado. Há discussão na doutrina acerca de um quarto
pressuposto, qual seja, a pluralidade de credores. Waldemar Ferreira e Roberto
Carvalho de Mendonça defendem a impossibilidade de execução coletiva de um só
credor. Contudo o entendimento de Rubens Requião, Ricardo Negrão e Fábio Ulhoa
Coelho é no sentido de a pluralidade de credores não constituir um pressuposto da
falência, visto que a existência de apenas um credor meramente simplificar alguns
atos previstos na Lei Falimentar, sendo que apenas a inexistência de credores leva
ao encerramento do processo por falta de objeto.

3.1 QUALIDADE DE EMPRESÁRIO DO DEVEDOR

Previsto no artigo 1º da Lei Falimentar, inclui o empresário e as sociedades


empresárias (artigos 966 e 982 do Código Civil – CC). Para sujeitar-se à falência é
necessário explorar atividade econômica de forma empresarial, ou seja, exercer
atividade econômica organizada, de forma habitual e profissionalmente, de modo que
o que caracteriza um empresário é o modo como se explora a atividade econômica.
Em outras palavras, não se submete à execução concursal aquele que não explora
atividade econômica ou aquele que o faz sem empresalidade. É o caso de
associações beneficentes, fundações, dos funcionários públicos, aposentados,
assalariados, assim como os exercentes de atividade econômica não empresarial, tais
como sociedade simples, cooperativas, profissional intelectual inclusive em
sociedade, o prestador de serviço que se utiliza preponderantemente do trabalho
próprio e de familiar, entre outros. Quando insolventes, submetem-se ao regime da
insolvência civil, devendo, para ver extinta suas obrigações, quitar a totalidade do
débito.

O relativamente incapaz e o proibido de exercer o comércio, caso venham


a exercer atividade empresarial, também poderão ter sua falência decretada. O
produtor rural somente receberá tratamento de empresário se for inscrito na Junta
Comercial, uma vez que para tais sujeitos é facultado o registro.

7
Contudo, alguns empresários não se sujeitam ao regime falimentar previsto
na LF, mesmo embora exerçam atividade econômica organizada. A lei falimentar
prevê hipóteses de exclusão total ou parcial do regime falencial. Quando totalmente
excluída da falência, a sociedade empresária devedora submete-se a regime de
execução concursal diverso do falimentar. Por outro lado, a sociedade empresária que
é parcialmente excluída da falência submete-se a procedimento extrajudicial de
liquidação concursal alternativo ao procedimento falimentar. Ressalte-se que em
nenhum caso os empresários excluídos absolutamente ou relativamente do processo
falimentar submeter-se-ão à insolvência civil.

As hipóteses de exclusão absoluta estão previstas na LF, de modo que não


estão sujeitas à LF as empresas públicas e sociedades de economia mista (art. 2º),
bem como câmaras ou prestadoras de serviços de compensação e de liquidação
financeira e entidades fechadas de previdência complementar (estas sujeitas
unicamente à liquidação extrajudicial – Lei complementar 109/01, art. 47)

As sociedades empresárias relativamente excluídas do direito falimentar


são as companhias de seguro, operadoras de planos de assistência à saúde e
instituições financeiras.

Por fim, não se aplica a Lei de Falência às entidades previstas no art. 2º, II,
vejamos:

Art. 2o Esta Lei não se aplica a:

II – instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito,


consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de
plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de
capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

3.2 INSOLVÊNCIA

Prevista no artigo 94, I, II e III da LF, a insolvência, como pressuposto da


falência, não limita-se à sua acepção econômica, sendo, segundo Ulhoa,
“rigorosamente indiferente a prova da inferioridade do ativo em relação ao passivo”. A
insolvência do empresário, como pressuposto para a decretação da falência, não deve
ser compreendida no seu sentido técnico/econômico, mas em um sentido jurídico,

8
definido pela própria legislação falimentar. Nesse sentido, já decidiu o Superior
Tribunal de Justiça:

A insolvência econômica do devedor não é pressuposto para o requerimento


ou decretação da falência. Verificadas as situações fáticas previstas em lei,
abre-se aos legitimados a oportunidade para pedir a falência. (...) (REsp
733.060/MG, Rel. Min. Sidnei Beneti, 3.ª Turma, j. 24.11.2009, DJe
02.12.2009). (grifo nosso)

Tal entendimento jurisprudencial corrobora a posição doutrinaria, conforme


pode-se observar abaixo:

“Para fins de decretação da falência, o pressuposto da


insolvência não se caracteriza por um determinado estado patrimonial,
mas pela ocorrência de um dos fatos previstos em lei como ensejadores
da quebra. Especificamente, se a sociedade empresária for, sem justificativa,
impontual no cumprimento de obrigação líquida (LF, art. 94, I) se
incorporar em tríplice omissão (art. 94, II) ou se praticar ato de falência
(LF, art. 94, III), cumpre-se o pressuposto da insolvência jurídica. Quer
dizer, demonstrada a impontualidade injustificada, a execução frustrada ou o
ato de falência, mesmo que a sociedade empresária tenha patrimônio líquido
positivo, com ativo superior ao passivo, ser-lhe-á decretada a falência. Ao
revés, se não ficar demonstrado nenhum desses fatos, nem a
impontualidade, nem a execução frustrada, nem o ato de falência, não será
instaurado o concurso de credores ainda que o passivo da sociedade
empresária devedora seja superior ao seu ativo. A insolvência que a lei
considera como pressuposto da execução por falência é, por assim
dizer, presumida.”4 (grifo nosso)

Vejamos os comportamentos discriminados no art. 94 da LF.

 Impontualidade (inciso I): resta caracterizada nas hipóteses em que o


empresário sem relevante razão de direito deixa de pagar no vencimento obrigação
líquida constante de título que legitime a ação executiva. A impontualidade deve ser
provada pelo protesto, sendo o valor mínimo do débito para propor a ação no montante
de 40 salários mínimos na data do pedido; contudo, credores com créditos inferiores
podem se reunir em litisconsórcio para alcançar o valor (artigo 94, § 1º, LF). O protesto
cambial tem os efeitos do protesto exigido pela lei falimentar, assim como a duplicata,

4
Ulhoa, p. 262.
9
mesmo sem aceite, desde que preencha os requisitos definidos no artigo 15, II, da Lei
5.474/68, a qual pode fundamentar pedido de falência.

“Note-se a intenção do legislador de desestimular o uso da ação de falência


como meio de cobrança de dívidas de pequeno valor, visto que elas se prestam a
presumir, na verdade, uma situação de iliquidez do devedor (crise temporária,
passageira), mas não de insolvência. Segundo o legislador, dívidas menores, de até
quarenta salários mínimos, não são, por si sós, suficientes para caracterizar uma
situação de inviabilidade da empresa, devendo o credor, nesse caso, tentar o
recebimento de seu crédito pela via executiva ordinária.”5

Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça julgou dois recursos


especiais (REsp 870.509 e REsp 959.695) que visavam a reformar acórdãos do
Tribunal de Justiça de São Paulo que julgaram indevidos pedidos de falência feitos
com base em dívidas inferiores a 40 salários mínimos, formulados na vigência da lei
anterior (DL 7.661/1945). O STJ manteve as decisões do TJSP, mesmo tendo as
ações sido ajuizadas antes da entrada em vigor da LRE. O mesmo aconteceu no REsp
598.881:

Comercial. Recurso especial. Falência. Decreto-lei 7.661/45. Títulos de valor


insignificante frente ao princípio da preservação da empresa. Decreto de
quebra. Descabimento. Precedentes. I. Nos termos da jurisprudência do STJ,
“Apesar de o art. 1.° do Decreto-lei n.° 7.661/45 ser omisso quanto ao valor
do pedido, não é razoável, nem se coaduna com a sistemática do próprio
Decreto, que valores insignificantes provoquem a quebra de uma empresa.
Nessas circunstâncias, há de prevalecer o princípio, também implícito
naquele diploma, de preservação da empresa” (REsp 959695/SP, Relatora
Ministra Nancy Andrighi, DJe 10/03/2009). Precedentes. II. Recurso especial
não conhecido (REsp 598.881/SC, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, 4.ª
Turma, j. 15.12.2009, DJe 08.02.2010).

 Omissão na execução individual ou execução frustrada (inciso II):


ocorre quando o devedor executado não paga, não deposita a importância da dívida
ou não nomeia bens para penhora, nem se defende contra a execução (tripla

5
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito Empresarial Esquematizado.
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omissão); estes fatos denunciam a insolvabilidade da execução e possibilitam
decretação de falência. O pedido de falência não deve ser feito nos autos da execução
individual, devendo esta ser suspensa ou extinta.

 Atos de falência (inciso III): Os atos de falência correspondem a


comportamentos normalmente praticados pela sociedade empresária que se encontra
em insolvência econômica, isto é, com ativo inferior ao passivo (patrimônio líquido
negativo). São atos de falência: liquidação precipitada, negócio simulado, alienação
irregular do estabelecimento, transferência simulada do principal estabelecimento,
instituição de garantia real pela sociedade empresária em favor de um de seus
credores posteriormente à constituição do crédito, abandono do estabelecimento
empresarial, descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação
judicial.

Cumpre salientar que tal enumeração é meramente exemplificativa,


podendo haver outros casos não previstos na lei. Diante de uma destas três situações,
a insolvência se presume e será decretada se houver pedido, salvo defesa do devedor
que afaste a presunção.

3.3 DECRETAÇÃO DE FALÊNCIA POR SENTENÇA DECLARATÓRIA

Sem a manifestação judicial reconhecendo o estado de insolvência e


decretando-a, não há falência. A partir deste momento inicia-se o concurso de
credores. O juiz não pode manifestar-se sem que haja um provocação dos legitimados
para tanto, requerendo a decretação de falência, ou seja, deve haver a provocação
da função jurisdicional, não se admitindo atuação ex officio. A sentença que decreta a
falência tem natureza jurídica declaratória e produz os seguintes efeitos, entre outros:

 Identifica o “termo legal”, ou seja, determina o período anterior à


decretação de falência que servirá de referência para auditoria dos
atos praticados pela sociedade falida, podendo ser de até 90 dias;
 Suspensão das ações e da prescrição contra o devedor: este efeito
visa evitar eventual recebimento fora do processo de falência (art.
99, V)

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 Determinação do administrador judicial: o juiz deverá designar
pessoa física ou jurídica para administrar os bens da massa falida e
manifestar-se no interesse dos cred ores. A nomeação deverá recair
sobre profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista,
administrador de empresas, contador ou pessoa jurídica
especializada;
 Inabilitação do falido para exercer qualquer atividade empresarial a
partir da decretação de falência e até a sentença que extingue suas
obrigações (art. 102).
 Anotação da falência no registro do devedor: o juiz ordenará ao
Registro Pública de Empresas que proceda à anotação da falência
no registro do devedor para que conste a expressão “falido”, a data
da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102.
(vide acima).

Da sentença que decreta a falência cabe recurso de agravo de instrumento,


e apelação contra sentença denegatória (art. 100). Ainda, àquele que, dolosamente,
propor falência a outrem, poderá recair a condenação ao pagamento de indenização
por danos materiais ou materiais, podendo ser fixada ex officio pelo juiz. Neste
sentindo, tem-se o seguinte julgado:

RECURSO ESPECIAL - NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL -


NÃO OCORRÊNCIA - ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO AOS ARTIGOS 402 E
403, DO CÓDIGO CIVIL/2002 - AUSÊNCIA DE PARTICULARIZAÇÃO -
INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284/STF - RESPONSABILIDADE CIVIL -
FALÊNCIA - PEDIDO - IMPOSSIBILIDADE- AUSÊNCIA DE REQUISITOS -
PEDIDO DE QUEBRA - ABUSIVIDADE - RECONHECIMENTO - DANO
MORAL - POSSIBILIDADE - PREJUDICADO, NOS TERMOS DO
PARÁGRAFO ÚNICO DO ART. 20 DO DL 7.661/45 - CONCEITO AMPLO -
DIREITO DE RECLAMAR - POSSIBILIDADE - ESTADO DE INSOLVÊNCIA
- AUSÊNCIA - ENTENDIMENTO OBTIDO PELO EXAME DE CONTEÚDO
PROBATÓRIO - VEDAÇÃO DE REEXAME - INCIDÊNCIA DA SÚMULA
7/STJ - QUANTUM INDENIZATÓRIO FIXADO NOS LIMITES DA
RAZOABILIDADE - PRECEDENTES - CORREÇÃO MONETÁRIA -
PREQUESTIONAMENTO - AUSÊNCIA - INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282/STF
- EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - MULTA - IMPOSSIBILIDADE - INTUITO
PROCRASTINATÓRIO - AUSÊNCIA - INCIDÊNCIA DA SUMULA 98/STJ -
RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO. I - E entendimento assente que o
órgão judicial, para expressar sua convicção, não precisa mencionar todos os
argumentos levantados pelas partes, mas, tão-somente, explicitar os motivos
que entendeu serem suficientes à composição do litígio, não havendo falar,
na espécie, em ofensa ao art. 535 do Código de Processo Civil; II - A não
explicitação precisa, por parte do recorrente, sobre a forma como teriam sido
violados os dispositivos suscitados atrai a incidência do enunciado nº 284 da
Súmula do STF. III - Não se deve permitir, ab initio, que, inadimplida qualquer
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dívida comercial, no âmbito das normais relações empresariais, se dê ensejo
ao pedido de quebra. É esse, pois, o espírito que marca a nova Lei de
Falências que, em seu artigo 94 e incisos delimita, com maior rigor, os
procedimentos para a decretação da Falência. IV - O pedido abusivo de
falência gera dano moral, porque a violação, no caso, é in re ipsa. Ou
seja, a configuração do dano está ínsita à própria eclosão do fato
pernicioso, não exigindo, pois, comprovação. V - A jurisprudência desta
Corte Superior admite a indenização por abuso no pedido de falência,
desde que denegatória - como é o caso - por ausência dos requisitos
estabelecidos pelo art. 20 do Decreto-lei 7.661/45. VI - O vocábulo
prejudicado, nos termos do que dispõe o parágrafo único do art. 20 do
Decreto-lei 7.661/45, traduz conceito mais amplo do que falido ou
mesmo devedor, admitindo-se, portanto, que o direito de reclamar a
indenização protege todo aquele que foi prejudicado com o decreto de
falência. VII- Ausente o reconhecido estado de insolvência da empresa pelo
Tribunal a quo com base no contexto fático-probatório dos autos, é inviável
sua revisão em sede de recurso especial, diante do enunciado da Súmula n.
7 do STJ. VIII - Esta Corte Superior somente deve intervir para diminuir o
valor arbitrado a título de danos morais quando se evidenciar manifesto
excesso do quantum, o que não ocorre in casu. Precedentes. IX - A correção
monetária não foi objeto de debate pelo Tribunal de origem, atraindo, por
consequência, o enunciado da Súmula 282/STF. X - Os embargos de
declaração foram opostos com o intuito de prequestionamento, vendando-se,
por lógica, a imposição de multa procrastinatória, nos termos do que dispõe
o enunciado da Súmula 98/STJ. XI - Recurso parcialmente provido.
(STJ - REsp: 1012318 RR 2007/0276357-9, Relator: Ministro MASSAMI
UYEDA, Data de Julgamento: 19/08/2010, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJe 14/09/2010) (grifo nosso)

Como é possível a cumulação de danos matérias e danos morais, este


também poderá ser requerido se o pedido falimentar atingir a proteção à honra, porém
deverá ser requisitado pelo requerido antes da prolação da sentença. Não poderá ser
concedido de ofício pelo juiz.

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