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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

CURSO DE PSICOLOGIA

PAULA PASETTO KIRCHNER

QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

CRICIÚMA, JUNHO DE 2010


1

PAULA PASETTO KIRCHNER

QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado


para obtenção do grau de Bacharel no curso de
Psicologia da Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC.

Orientadora: MSc. Rosa Nadir Teixeira


Jerônimo
.

CRICIÚMA, JUNHO DE 2010


2

PAULA PASETTO KIRCHNER

QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE

Trabalho de conclusão de curso, apresentado


para a obtenção do Grau de bacharel em
Psicologia e Psicólogo da Universidade do
Extremo Sul Catarinense, UNESC, com linha
de Pesquisa na área de Psicologia Social.

Criciúma, 30 de junho de 2010

BANCA EXAMINADORA

Rosa Nadir Teixeira Jerônimo – Mestre– (UNESC) – Orientadora

Denise Nuernberg - Especialista - (UNESC)

Myrta Carlota Glauche Jaroszewski – Especialista – (UNESC)


3

“O Brasil é um país que envelhece. De que


maneira este país se prepara para o Futuro
quando ao contrário do espelho em que sempre
se mirou, se enxergará definitivamente com
uma população tão mais velha que a da velha
Europa”?
Barreto (1992)
4

Dedico este trabalho aos meus avós, Ana


Loff Kirchner (in memoriam) e José Kirchner
(in memoriam), Maria de Mattia Pasetto e
José Pasetto. Motivos de orgulho em minha
vida!
5

AGRADECIMENTO

Agradeço primeiramente a DEUS pelo dom da vida e por ele existir;

A minha família, em que cada um, com seu jeito de ser, de certa forma,

contribuiu muito para finalização deste trabalho; meu pai pelo seu “jeitão”, mas com

muito carinho me dando apoio; minha mãe por ser a melhor mulher do mundo, que

sempre esteve me esperando em casa depois das aulas com aquela “comidinha”

que não tem preço; meu mano, que mesmo sério se mostrou atencioso e carinhoso

quando me via chorar por não ter dado alguma coisa certo; e minha irmã gêmea,

Jû, a qual eu tenho um amor incondicional, sem comparações. Não podia deixar de

fora meu parceiro de luta, Marciel, que sempre me acalmava com sua frase

decorada: “Preta, calma que dá tudo certo”. E também por toda minha família em

geral por rezar e acender as velinhas para mim;

Ao grupo de Terceira Idade de Nova Veneza pelo espaço concedido;

Devo também, um muito obrigado a minha ilustre orientadora Rosa Nadir

Teixeira Jerônimo, uma excelente e exemplar companheira nesta batalha;

E também aos meus amigos e amigas que nas horas em que eu estava mais

estressada e preocupada faziam aquela festinha para descontrair e me tirar um

pouco do “foco”.
6

RESUMO

KIRCHNER, Paula Pasetto. QUALIDADE DE VIDA NA TERCEIRA IDADE, 2010. 74


páginas. Trabalho de Conclusão do Curso de Psicologia da Universidade do
Extremo Sul Catarinense, Unesc, Criciúma.

Esta pesquisa de campo realizada numa abordagem qualitativa teve como objetivo
central compreender quais os fatores que podem contribuir para o idoso ter uma
melhor qualidade de vida. Foram abordados, especificamente, os seguintes
objetivos específicos: analisar quais são os aspectos que podem gerar maior alegria
e satisfação no idoso; verificar como o idoso significa sua inserção social; identificar
como o idoso se sente em relação à sua condição física; verificar como o idoso se
sente no seio familiar e, por fim, conhecer a representação social de qualidade de
vida e velhice na percepção do idoso. Este foi realizada com quatro idosos do grupo
de Terceira Idade do município de Nova Veneza, utilizando como instrumento de
coleta de dados entrevistas semi-estruturadas. O resultado final demonstrou que na
terceira idade não tem segredo para se ter qualidade de vida. Segundo os sujeitos
deste estudo as condições necessárias envolvem a boa alimentação, praticar
atividades físicas prazerosas, ter amigos, se divertir, passear, ou seja, viver a vida
na velhice.

Palavras chave: Idoso; Qualidade de vida; Grupo de terceira idade.


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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Identificação dos idosos .............................................................. 30


8

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AFAVE – Associação Feminina de Assistência Veneziana

COMDIPI – Conselho Municipal de Defesa da Pessoa Idosa (Cuiabá)

OMS - Organização Mundial da Saúde

ONU – Organização das Nações Unidas


9

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 11
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................ 13
2.1 A VELHICE E O FUTURO ..................................................................... 13
2.2 ENVELHECER....................................................................................... 14
2.3 APOSENTADORIA ................................................................................ 16
2.4 O IDOSO E A FAMÍLIA ......................................................................... 16
2.5 O IDOSO E AS TRANSFORMAÇÕES .................................................. 17
2.5.1 ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS ....................................................... 18
2.5.2 ALTERAÇÃO NA INTELIGÊNCIA E MEMÓRIA................................ 19
2.5.3 ALTERAÇÕES CORPORAIS ............................................................. 20
2.6 PROCESSOS DE ACEITAÇÃO ............................................................ 20
2.7 ASPECTOS QUE PODEM CONTRIBUIR PARA UMA MELHOR
QUALIDADE DE VIDA ................................................................................ 21
2.7.1 GRUPOS DE TERCEIRA IDADE ....................................................... 24
3 METODOLOGIA ....................................................................................... 25
3.1 TIPOS DE PESQUISA ........................................................................... 25
3.2 POPULAÇÃO E AMOSTRA .................................................................. 25
3.3 INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ........................................... 25
3.4 ANÁLISE DOS DADOS ......................................................................... 26
3.5 PROCEDIMENTOS ............................................................................... 26
3.6 LOCAL DA PESQUISA ......................................................................... 27
3.7 QUESTÕES ÉTICAS ............................................................................. 27
3.8 CONSENTIMENTO INFORMADO ......................................................... 28
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS ............................................ 29
4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS IDOSOS ........................................................... 29
4.2 ASPECTOS QUE GERAM ALEGRIA E SATISFAÇÃO AO IDOSO ..... 30
4.3 IMPORTÂNCIA DO IDOSO NA INSERÇÃO SOCIAL .......................... 34
4.4 IDENTIFICAÇÃO DO IDOSO EM RELAÇÃO A SUA CONDIÇÃO FÍSICA
..................................................................................................................... 36
4.5 CONSTATAR COMO O IDOSO SE SENTE NO SEIO FAMILIAR ........ 37
4.6 CONHECER A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DE QUALIDADE DE VIDA E
VELHICE NA PERCEPÇÃO DO IDOSO ..................................................... 39
5 CONCLUSÃO ........................................................................................... 42
REFERÊNCIAS ........................................................................................... 44
10

APÊNDICES ................................................................................................ 50
APÊNDICE A: ENTREVISTA SEMI ESTRUTURADA E ROTEIRO DA
ENTREVISTA .............................................................................................. 51
APÊNDICE B: ENTREVISTAS VALIDADAS .............................................. 52
APÊNDICE C: TERMO DE CONSENTIMENTO.......................................... 61
APÊNDICE D: TERMO DE CONSENTIMENTO.......................................... 62
ANEXOS ...................................................................................................... 63
ANEXO A: FOLHA DE ROSTO – SISNEP.................................................. 64
ANEXO B: PROTOCOLO DE ENCAMINHAMENTO .................................. 65
ANEXO C: PARECER CONSUBSTANCIADO ........................................... 67
ANEXO D: CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA ................. 69
11

1 INTRODUÇÃO

Trabalhar Qualidade de Vida na Terceira Idade gera, de certa forma, um


grande interesse devido ao índice de depressão nesta fase, na qual muitos
idosos(as) ficam em casa trancados em seus quartos, murmurando e chorando por
estarem nesta fase da vida, que poderia ser encarada com felicidade por terem
chegado até ali, “curtindo” sua família, seu descanso e seu tempo de lazer.
Segundo Monteiro (2003), nos dias de hoje, cresceu muito o índice de idosos
depressivos, com grande declínio da autoestima, pois é um período que para muitos
gera incertezas resultando em velhos que não servem para mais nada. Esta etapa
da vida traz limitações, cuidados, paciência entre outros fatores a serem
observados, porém não é por conta dos cuidados necessários a sua idade que os
idosos devem desanimar e parar de aproveitar sua fase.
Segundo Berquó (1999), os idosos, ou seja, o segmento com 65 anos ou mais
de idade, por exemplo, vêm aumentado sua proporção no total da população.
Dados da Organização Mundial de Saúde (1991), colocam que até 2020, 1 em cada
13 brasileiros, será idoso.
Uma questão que é relevante destacar é o papel que a família tem em
relação à qualidade de vida na terceira idade. Segundo Zimerman (2000), muitas
vezes a família tem dificuldades de lidar com os idosos, gerando, por vezes um mal
estar no ancião, deixando-o mais carente e triste.
A cada ano que passa, um maior número de trabalhos são realizados no
ambiente social para que o idoso tenha uma boa qualidade de vida, sejam eles em
grupos de terceira idade, encontros nas praças para jogar baralho, trabalhos na
comunidade, entre outros. Em vista disso, percebe-se que o idoso ainda está
inserido, em certa medida, como “excluídos”, passando do posto de um ser
participativo para um não participativo no ambiente social. (SIMÕES, 1998).
Contudo, existe ainda uma boa “fatia” de idosos que sabem “curtir” muito bem
suas vidas, tendo, por consequência, uma velhice sadia e tranquila, afinal, saúde e
bem estar é direito para todos, independente de idade, cor, raça.
A saúde é sempre possível e viável em todas as idades. Não é privilégio da
juventude. Ao contrário, certamente pelo tempo de escola de vida, o idoso traz a
dignidade do amadurecimento; ele é a presença viva que, em um único momento,
12

oferece toda a sua vida e vivências, pronto e apto não só para ser servido mas para
servir aos outros, à nação, ao equilíbrio e harmonia da vida e a Deus. (GONÇALVES
E VILARTA, 2004).
A terceira idade não pode ser vista como uma fase da vida acarretada de
problemas, mas sim uma etapa de um sólido amadurecimento e um período da vida
em que estes saibam aproveitar cada minuto com coisas que lhes façam felizes.
Trás à tona então, a grande preocupação para a Psicologia atual, trabalhar o
modo de pensar, agir e ser do idoso juntamente com a comunidade em geral, para
que de maneira positiva possa melhorar na qualidade de vida do ambiente em que
os mesmos vivem.

Qualidade de vida significa várias coisas. Diz respeito à como as pessoas


vivem, sentem e compreendem seu cotidiano. Envolve portanto, saúde,
educação, transporte, moradia, trabalho e participação nas decisões que
lhes dizem respeito e determinam como vive o mundo. (GONÇALVES E
VILARTA, 2004, p. 26).

Todos merecem conviver em um ambiente no qual as expectativas e sonhos


possam ser experenciados, para enfim viver mais felizes e com qualidade.
É diante destas considerações que emerge como problema de pesquisa neste
estudo “Quais os fatores que podem contribuir para melhorar a Qualidade de
Vida da Terceira Idade nos dias atuais?” Com esta questão busca-se a
compreensão destes elementos como parte do objetivo geral da pesquisa de campo
com idosos que fazem parte de um grupo do município de Nova Veneza, SC.
Surge, de certa maneira, uma grande preocupação em relação ao idoso
perante sua Qualidade de Vida, e, com isso, outros objetivos mais específicos foram
colocados como: analisar quais são os aspectos que podem gerar maior alegria e
satisfação no idoso; verificar o que significa a inserção social para o idoso; identificar
como o idoso se sente em relação à sua condição física; verificar como o idoso se
sente no seio familiar e, por fim, conhecer a representação social de qualidade de
vida e velhice na percepção do idoso.
Pretende-se com este trabalho buscar subsídios a fim de compreender o
problema em questão, mostrando, de maneira clara, como o idoso vivencia a velhice
na sociedade e, principalmente, como ele pode melhorar sua qualidade de vida nos
dias de hoje.
13

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A Velhice e o futuro

Segundo Correio do Povo (2002), de acordo com o resultado da combinação


do aumento da expectativa de vida e com a queda de natalidade, o Brasil segue
uma tendência mundial de envelhecimento, considerando que, os idosos estão cada
vez mais numerosos.
Nessa fase, a família, geralmente, sofre transformações, tanto positivas,
quanto negativas. Para muitos idosos, o envelhecimento é visto de forma positiva,
pois os familiares incentivam os mesmos a participarem de atividades como grupos
de terceira idade e outros afazeres. Porém, para outros, os familiares vêem-nos de
modo “negativo”, pois ocorrem modificações físicas, biológicas, perda de força,
diminuição da coordenação do corpo e alteração na saúde.
Para Barreto (1992), o aumento do número de pessoas idosas, tanto no Brasil
quanto no mundo, deve-se ao alto índice de nascimentos durante as primeiras
décadas deste século. Portanto, o processo de envelhecimento de uma população é
dinâmico, é preciso, primeiramente, que nasçam muitas crianças, em seguida, que
estas mesmas crianças vivam em idades avançadas, e ainda, que,
simultaneamente, o número de nascimentos diminuam.
A longevidade é uma das grandes conquistas do século XX e XXI,
consequentemente a população vem determinando um quadro de envelhecimento
da população mundial. (BARRETO, 1992).
Para Lima e Veras (2003), o envelhecimento populacional, é um dos maiores
desafios tanto para a Saúde, quanto para a população. No Brasil, o número de
idosos, ou melhor, aqueles que têm mais de 60 anos, passou de 3 milhões, em
1960, para 7 milhões em 1975 e 14 milhões em 2002, sendo o equivalente a 500%
em apenas 40 anos. Estima-se que em 2020 haverá cerca de 32 milhões de
brasileiros idosos. Em países como a Bélgica, por exemplo, foram necessários 100
anos para que a população idosa dobrasse de tamanho.
14

2.2 Envelhecer

A chegada à Terceira Idade traz consigo limitações sobre um corpo já muito


vivido. Já não se tem a mesma vitalidade, a rapidez dos movimentos e do
raciocínio, a mesma coordenação motora da época da juventude. Há mais
tempo disponível, mas os idosos não sabem o que fazer com ele...
Acostumados a fazer, não sabem o que é ser... (TESSARI, 2010, s.p.).

Severo (1999) o envelhecimento é um fenômeno mundial que teve lugar em


todas as civilizações, culturas, épocas e tempos. Tudo isso é o resultado da
acumulação de experiências científicas no longo da história.
Assim, o termo envelhecer, refere-se aos efeitos adversos do tempo em
relação ao status e papel da idade. Historicamente, o envelhecimento proporcionava
uma boa colocação social, pois havia poucos idosos, mas hoje a opinião do idoso é
consideravelmente maior, pois ele representa um grande número na sociedade.
(SEVERO, 1999).
De acordo com Monteiro (2003), envelhecer é uma possibilidade de
realização de cumprimento da missão durante a passagem pela vida. Pois é
somente por meio do tempo que se pode nutrir o fruto da experiência de toda uma
vida, que se pode modificar as direções e perspectivas, ou até mesmo uma
trajetória.
Segundo Simões (1998), o ser que envelhece pode ser considerado como
uma pessoa especial que, com o passar dos anos, acumulou e enfrentou muitos
problemas e desafios. E ainda como um indivíduo que pode ser traduzido em muitos
anos de vida.
Envelhecer pressupõe alterações psicológicas, físicas, sociais em cada
indivíduo. Tais alterações são gradativas e naturais, porém estas mudanças
dependem de cada ser humano, conforme sua genética, sua história de vida, em
que algumas interferem em maior e outras em menor grau. (ZIMERMAN, 2000).
Para Schons & Palma (2000), não se pode entender o real significado de
velhice, se não se observa o local, a posição e a realidade em que o velho se
encontra. Desta maneira, pode-se realmente questionar: Em que medida a
sociedade ajuda e prejudica na formação de idosos mais ou menos “doentes”?
15

De acordo com Ceneviva (1988), desde que o ser humano nasce, ele traz
consigo unidades de genoma, denominados Gerontogenes, em que o mesmo
produz uma rápida ou lenta capacidade de perda da vitalidade de nossas células e
tecidos. Isso mostra que desde que o ser humano nasce ele está em processo de
transformações e venerável perda de capacidade, deixando-o cada vez mais velho.
Na maioria dos povos primitivos, quando a pessoa chegava a ficar idosa, esta
era considerada como um elemento de valorização, onde os mesmos eram elevados
ao mais alto nível da posição hierárquica que poderia existir, porém, em outros
povos, a velhice era considerada com o “fim” da produtividade, período em que as
pessoas não conseguiam prover suas necessidades, eram, então, sacrificados.
(SCHONS & PALMA, 2000).
A velhice é considerada um fenômeno biológico que apresenta certa
particularidade, sendo claramente definida, como fase de declínio. Para Mercadante
(1998), a velhice é um processo comum entre todos os seres vivos e a morte pode
ocorrer em qualquer momento da vida, freqüentemente na velhice. Jeckel (1996)
coloca que a palavra “envelhecimento” traz uma conotação de declínios, perdas, e
proximidade do fim da vida.
Segundo Bueno (1999), existem vários “nomes” acompanhados com
significados diferentes para a palavra idoso. Pode-se encontrar, por exemplo: Velho,
como aquele que tem idade avançada; Senescente, como adj. de que vai
envelhecendo, processo normal da vida humana; Idoso, como uma pessoa que esta
avançada em anos; Ancião, como um homem velho e respeitável; e de acordo com
Veras (2005), pode-se encontrar o termo Terceira Idade como sendo a descoberta
do verdadeiro sentido da vida, uma fase de amadurecimento, do bem viver.
O envelhecimento começa logo que o ser humano pára de crescer. Iniciam-se
as mudanças no corpo e já não se consegue fazer tudo como antes. Porém a
velhice não pode ser vista como sinônimo de doença e incapacidade e até mesmo
de tristezas. É preciso manter até o fim uma boa qualidade de vida.
Do ponto de vista biológico, o envelhecimento é descrito como uma fase de
degeneração do organismo que se inicia após o período reprodutivo, e que vem
acompanhado com sinais como: aparecimento de rugas, diminuição da força
muscular, progressiva perda de elasticidade, aparição de cabelos brancos, declínio
da produção de certos hormônios, diminuição auditiva e visual entre outros sinais.
16

Para Assis (1998), a sociedade Ocidental está vivenciando um período de


extremo consumo e poder econômico. Com isso, o idoso é descriminado por não ser
mais “produtivo”, ao passo que na sociedade Oriental, se venera o ancião pela
sabedoria e pela experiência.

2.3 Aposentadoria

Para Augusta e Gouvêia (2002), a aposentadoria é um grande problema da


velhice, principalmente para com os homens. A aposentadoria é uma questão nova
na vida do individuo pois perde-se o papel social construído e vivido durante anos,
com o sacrifício dos próprios laços familiares e afetivos. Várias tentativas já foram
realizadas para minimizar os efeitos desagradáveis desta situação, entre elas,
merecem uma especial menção, os cursos de preparação para a aposentadoria, nos
quais são abordados os amplos aspectos da velhice.

2.4 O idoso e a família

Segundo Zimerman (2000), a família nem sempre é aquela que tem laços de
consanguinidade, como pais, irmãos, sobrinhos, filhos. Mas sim pessoas que, no
caso do idoso, por viverem mais próximas e por muitas vezes aceitarem a limitação
do idoso e conviver diariamente com este, criando laços de confiança e forte
amizade, tornam-se a verdadeira família do mesmo.
O autor coloca também que como em todas as fases da vida, na Terceira
Idade a família tem seu importante papel. Pois agora o idoso precisará de ajuda e
apoio devido às limitações, aos medos e inseguranças que são normais nesta etapa
da vida.
Simões (1998) colabora dizendo, que existe uma complexidade do idoso não
só na parte social, mas principalmente no ambiente familiar, no qual muitas vezes é
descriminado e não aceito. E isso é um ponto que é um contra-senso, pois a família
é o primeiro grupo social com que o homem tem contato após o nascimento.
17

Para Valle (1998), a estrutura familiar é muito importante na e para a terceira


idade. Não apenas pela situação econômica, mas pelo humano, pelas relações, pelo
estar junto, pelo poder contar com o outro, inclusive pela falta das tensões normais
que se dá na estrutura familiar.

2.5 O idoso e as transformações

Conforme coloca Simões (1998), a trajetória da vida do ser humano inicia com
a vida intra-uterina, seguindo-se com a infância, adolescência, casamento,
procriação, criação dos filhos, trazendo um conjunto de estruturas e funções das
mais simples até as mais complexas, dando continuidade pela aposentadoria, vindo
a velhice e, consequentemente, a morte. Junto com este ciclo, muitas
transformações corporais vêm acompanhadas e certamente muitas limitações,
aceitações ou amarguras.
De acordo com Chopra (1994), o ser humano tem três modos distintos de
medir a idade de alguém. A primeira é Idade Cronológica, que diz quantos anos
você tem segundo o calendário; a segunda é a Idade Biológica, que diz respeito a
qual idade que seu corpo tem em termos de sinais críticos da vida e processos
celulares; e a terceira é a Idade Psicológica, que é a idade em que você se sente
bem.
A idade não envolve apenas números como coloca o autor, envolve muito
mais do que isso. É de extrema importância entender a dinâmica que o autor acima
coloca em relação a isso para compreender, na maioria das vezes, os “problemas”
que o idoso apresenta.
Para Barreto (1992), a velhice é marcada ou associada em geral, às
modificações no corpo, destacando-se algumas como, cabelos brancos, rugas, o
andar mais lento, uma postura mais encurvada, uma notável diminuição auditiva e
visual entre outras mudanças.
A velocidade do envelhecimento não é a mesma para todas as pessoas. É
possível que indivíduos da mesma idade apresentem situações biológicas de
menores ou maiores capacidades. Cada pessoa reage de determinada maneira,
afirma Rauchback (1990). E é normal que os idosos, devido ao declínio do
18

organismo, comecem a dar preferência às atividades menos exigentes que


requeiram menos esforços.

2.5.1 Alterações psicológicas

A preparação para as grandes mudanças na vida decorrentes da


aposentadoria e perda de amigos e familiares é de grande importância para a saúde
psicológica do idoso ou quase idoso.
Simões (1998) coloca que muitos idosos perdem a motivação, tornam-se
inseguros, perdem a iniciativa, sentem-se bloqueados devido ao fato de envelhecer.
Alguns idosos usam mecanismos de compensação para suprir suas deficiências das
seguintes maneiras:
• Gosta de ser desafiado na maioria das vezes;

• Gosta de saber como e o porquê das coisas;

• Tem interesse em chamar a atenção;

• Sente satisfação em observar suas habilidades.

Barreto (1992) coloca que muitas vezes o preconceito contra a velhice toma o
lugar do respeito e da valorização, fazendo com que o mesmo se sinta cada vez
mais incapaz e triste. Contribui colocando que diante da fragilidade, a auto-imagem
do velho fica bastante comprometida, vindo, então, problemas psicológicos,
principalmente a depressão e consequentemente um auto declínio em muitas
funções do próprio corpo.
Para Rauchbach (1990), na velhice, o equilíbrio psicológico se torna mais
difícil, pois ao longo da história da vida acentua-se as diferenças individuais. Com o
passar dos anos, certas modificações se processam no íntimo do individuo.
Otto (1987) coloca que à medida que o ser humano envelhece, começa a
perder papéis e funções sociais, afastando-se, assim, do convívio de seus
semelhantes.
Na fase da velhice, pode-se concluir que ocorrem alterações psicológicas,
pois as circunstâncias do dia à dia se modificam, surgindo novos papéis e, por
19

conseguinte, novos problemas a enfrentar. Esta fase pode ser vista como
modificações e problemas decorrentes de situações mal resolvidas ao longo dos
anos.
Mesmo com as alterações psicológicas reconhecidas e tratadas pela medicina
e a psicologia tradicional percebe-se uma força interior, que de certa forma, regula a
dimensão psicológica do idoso. Segundo Jerônimo (2009) as tradições e a fé
trazidas nas benzeduras e nos chás tradicionais, mantidos pela cultura por meio do
folclore e das crenças populares dão um sentido de totalidade ao idoso levando-o á
resistir e a desenvolver um novo significado de qualidade de vida.

2.5.2 Alteração na inteligência e memória

Para Simões (1998), é normal o idoso ter certa “perda” na inteligência,


diminuindo sua capacidade de aprender e gerando limitações. E isso, de alguma
forma, confirma o pensamento da sociedade em relação ao idoso que o entende
como um ser com muitas limitações,
Simões (1998) fala ainda, que a questão da memória é um fator que é
inevitável. Uma das causas desta perda parece estar na pouca irrigação sanguínea
do cérebro. Este é um fator de grande preocupação e um dos fatores mais
estudados em termos cognitivos. Porém, estudos comprovam que exercício físico e
boa alimentação contribuem bastante para o estímulo da capacidade do coração
bombear sangue com freqüência e pressão ideal para o sistema central,
favorecendo a regulagem de suas funções vitais.
Para Barreto (1992), as funções da inteligência e memória vão diminuindo
devido ao índice da queda de hormônios que acontece no período desta fase.
A memória é um fator que certamente irá diminuir conforme o tempo passa;
porém conforme afirma Bosi (2001), as lembranças que marcaram e tiveram grande
importância na vida da pessoa permanecem, e isso faz com que ela consiga passar
informações e lembranças de vivências para familiares, amigos e até em grupos de
encontros. E são tais lembranças que fazem com que o mesmo cumpra um grande
papel social. Na maioria das comunidades humanas, os idosos são respeitados e
reverenciados como fonte de conhecimento e sabedoria. (BOSI, 2001). Os mais
20

velhos são os arquivos vivos da história, como se fossem comparados com um


depositário de experiência humana.

2.5.3 Alterações corporais

Segundo Zimerman (2000), com o passar dos anos, o desgaste é inevitável.


Envelhecer não é uma doença, mas uma fase na qual todo ser humano pode chegar
e, consequentemente, uma etapa da vida em que a pessoa fica mais suscetível às
doenças.
Simões (1998) coloca que envelhecer traz consigo grandes mudanças e
“perdas” na vida da pessoa. Os ossos tornam-se mais fracos, o volume do músculo
diminui, entre outros fatores “comuns” nesta etapa da vida.
Para Monteiro (2003), os idosos diminuem suas atividades por não
conseguirem reciclar seus objetivos, perdendo a motivação, e iniciando um declínio
físico que implica em: diminuição da força muscular, diminuição da flexibilidade com
alterações marcantes dos movimentos corporais, dificuldade no desempenho social,
psicológico e físico do idoso. Coloca também que se a pessoa esquecer-se do corpo
esquece também de viver.
Barreto (1992) contribui colocando que na velhice, os processos de
cicatrização tanto de machucados quanto de feridas se torna muito mais lento. Os
ossos também ficam mais frágeis e com grandes chances de fraturas.
Para Rauchback (1990), as modificações são caracterizadas por uma
tendência geral á atrofia,ou seja, uma diminuição do tamanho de uma célula, tecidos
e também de órgãos, onde resultará em possíveis lesões para o corpo da pessoa.
Este fenômeno ocorre, porque, o corpo esta respondendo á novas condições
impostas pelo organismo.

2.6 Processos de aceitação


21

Para Monteiro (2003), como já colocado, o tempo não é inimigo da pessoa,


mas sim uma totalidade de existência, uma possibilidade de realização, no qual se
pode modificar as direções a serem tomadas na trajetória e principalmente usufruir
das escolhas tomadas para que a vida seja bem vivida.
O segredo de viver bem é aprender a conviver com as limitações em que a
pessoa se encontra. É aceitar, lutar e entender o processo para que o problema seja
diminuído. (ZIMERMAN, 2000).

2.7 Aspectos que podem contribuir para uma melhor qualidade de vida

Segundo Fernandes (2010) o conceito de qualidade de vida, foi se


diferenciando ao longo da história, em alguns momentos ligada a dimensão
individual, em outros à coletividade. De qualquer forma, sempre teve a saúde como
referência.

Em 4 de janeiro de 1994, foi promulgada no Brasil, a Política Nacional do


Idoso, Lei número 8.842, que cria o Conselho Nacional do Idoso e dá outras
providências.

Art. 1: A política nacional do Idoso tem por objetivo assegurar os direitos


sociais do Idoso, criando condições para promover sua autonomia,
integração e participação efetiva na sociedade;
Art. 2: Considera-se o Idoso, para os efeitos desta Lei, a pessoa maior de
sessenta anos de idade;
Art. 3: I: A família, a sociedade e o estado têm o dever de assegurar ao
Idoso todos os direitos da cidadania, garantindo sua participação na
comunidade, defendendo sua dignidade, bem estar e o direito á vida;
II: O processo de envelhecimento diz respeito á sociedade em geral,
devendo ser objeto de conhecimento e informação para todos;
III: O Idoso não deve sofrer discriminação de qualquer natureza. (POLÍTICA
NACIONAL DO IDOSO, 1994).

“Todo cidadão tem o dever de denunciar à autoridade competente, qualquer


forma de negligência ou desrespeito ao idoso”. (POLÍTICA NACIONAL DO IDOSO –
1994, cap. IV, Art. 10).
22

“Os idosos devem ter acesso à comida, água, abrigo e cuidados médicos.
Devem ter oportunidade de trabalho e estudo. Devem morar em sua própria casa o
maior tempo possível”. (DECLARAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO IDOSO – ONU,
1982).

“Os idosos devem permanecer integrados à sociedade, participando da


elaboração e da implementação de políticas que afetem diretamente o seu bem-
estar”. (DECLARAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO IDOSO – ONU, 1982).

“Os idosos devem estar aptos a buscar oportunidade para desenvolver


potenciais e ter acesso aos recursos educacionais, culturais, religiosos e de
recreação que a sociedade ofereça”. (DECLARAÇÃO DOS PRINCÍPIOS DO IDOSO
– ONU, 1982).

“A qualidade de vida na Terceira idade pode ser definida como a manutenção


da saúde, em seu maior nível possível, em todos os aspectos da vida humana:
físico, social, psíquico e espiritual”. (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, 1991).
O COMDIPI, Conselho Municipal de Defesa da Pessoa Idosa (2001), no
Município de Cuiabá, constatou que, embora os direitos das pessoas idosas estejam
garantidos em lei, grande parte destes é desrespeitado. Este conselho, representa a
conquista dos ideais dos movimentos pró-idosos, formado desde 1984 por um grupo
de terceira idade, juntamente com profissionais, que acreditavam que a velhice não
é o fim, mas o começo de uma nova fase.
A pessoa idosa precisa viver em sociedade. Com seus deveres e direitos
garantidos, tendo assim sua participação e integração com outras pessoas,
segurança, renda própria garantida e cuidado adequado.
Pereira e Engelmann (1993), consideram que a qualidade de vida é vista pelo
nível de bem estar, pela satisfação do mesmo, ou pelas particularidades da vida. Já
para Barreto (1992), a qualidade de vida, refere-se a habilidade e a capacidade do
ser humano para poder desempenhar tarefas da vida diária, obtendo a satisfação
pessoal.
Para Diener (1984), os idosos procuram, cada vez mais, experimentar o que
há de melhor na vida, buscam a saúde física, além da saúde mental e psicológica,
para acompanhar o dia à dia corrido que se vivencia hoje. Suas buscas se dão por
meio de jogos e divertimento para manter uma vida mais satisfatória e realizada.
23

Segundo Breyer e Sicuro (1990), o preparo do ser humano para a vida não
pode ser limitado e materialista. A Psicologia, a Filosofia, a Sociologia e outras
ciências sociais, têm que começar a tomar novos rumos. Não se pode mais ignorar a
última etapa da vida, como se fosse uma regressão inútil. Afirma também que o
lazer na terceira idade se baseia em passar mais tempo com a família, fazer
caminhadas com amigos, tendo bom senso, poder trabalhar, participar de grupos de
idosos como por exemplo um centro de recreação.
Chopra (1999) coloca que as pessoas mais velhas, hoje em dia, tendem a
não ser mais simples viventes, ou melhor, sobreviventes, são pessoas que
incorporam atitudes e valores invejáveis.
Para Corazza (2001), a atividade física na terceira idade, quando
acompanhada por um profissional, é muito eficaz, pois além de melhorar a auto-
estima do mesmo, também contribui bastante para a parte corporal, deixando-o mais
forte e saudável.
Chopra (1999) coloca ainda, que uma boa alimentação, composta por água
pura, alimentos sadios retirados da horta, seguir uma dieta controlada por um
profissional, é de grande importância para o idoso manter uma Qualidade de Vida
mais equilibrada.
Tessari (2010) coloca que, vendo do ponto de vista físico, o fator que mais
importa na manutenção e prevenção da saúde é o cuidado com a alimentação.
Existe até um ditado popular que versa sobre o assunto: “Somos o que comemos”.
Ter uma alimentação saudável implica em suprir o organismo com todos os
nutrientes que ele necessita para obter um bom funcionamento, e também auxiliar o
idoso a manter seu peso estável.
Segundo Pereira (1988), a ginástica é uma das possibilidades de desenvolver
atividades físicas e trabalhar a conscientização do corpo pelos exercícios com os
idosos. Esta prática é muito aceita pelos profissionais de Educação Física, por ser
um trabalho de grupo, pela grande oferta de programas, fácil execução e
acessibilidade de locais, podendo ser realizada em academias, salões, clubes,
centros comunitários, universidades e outros locais.

O sedentarismo ocorre em todas as faixas etárias. Porém, na velhice, este


pode ser mais acentuado, devido à crença popular de que com o processo de
envelhecimento deve-se diminuir a intensidade e quantidade de atividades físicas.
24

Esta reação, também pode ocorrer pelo medo de prejudicar a saúde e pelo medo da
morte.

2.7.1 Grupos de terceira idade

O aumento vertiginoso da população na faixa etária superior aos 60 anos,


que, conforme a Organização Mundial de Saúde (1991), foi denominada de Terceira
Idade, tem despertado muito a atenção da sociedade e principalmente dos órgãos
governamentais. Deste modo, ações foram e são definidas nos diversos âmbitos da
administração pública para promover, proteger e prevenir as situações resultantes
da demanda de atenção para essa importante parcela da população.

Para Osório (1991), o grupo de idosos, além de ser uma união entre as
pessoas é também, um agente de “cura”, pois o mesmo traz conforto, segurança e
confiança aos indivíduos.

Os grupos de Terceira Idade, segundo Gilberto Frigo, (57 anos, professor de


Educação física do grupo de terceira idade de Nova Veneza), têm como objetivo:
Criar um espaço onde o idoso possa crescer e ajudar o outro a crescer, convivendo
também com outros grupos de terceira idade, oferecer condições de convívio sadio,
aperfeiçoando e / ou atualizando seu nível cultural, intelectual, físico e espiritual;
Valorização pessoal e integração no grupo social; Proporcionar um ambiente
agradável e divertido, onde a pessoa possa mostrar e aperfeiçoar os seus dons; Um
lugar onde ela pode e deve conversar expor suas idéias, sorrir, chorar, cantar,
declamar, dramatizar, liberar suas emoções, compartilhar os seus sentimentos.

Muito mais do que isso, os grupos têm acompanhamento multidisciplinar


sendo das áreas de Fisioterapia, professor de Educação Física, visitas de
nutricionistas, enfermeiros entre outros serviços prestados.

Portanto, Zimerman (2000) conclui que os grupos se reúnem, pois estão em


busca de algo em comum, onde tem haver com seus desejos, suas necessidades e
também seus valores, onde, conseqüentemente, a partir daí, irão viver melhor seu
estado de cidadania e certamente sua qualidade de vida.
25

3 METODOLOGIA

3.1 Tipos de Pesquisa

A pesquisa empírica buscou nos objetivos indicados realizar uma pesquisa


bibliográfica para complementar o tema proposto.
A abordagem do problema se deu de forma qualitativa que segundo
Apolinário (2006, p. 61) “[...] prevê a coleta dos dados a partir de interações sociais
do pesquisador com o fenômeno pesquisado”.
Ao objetivo da pesquisa, conforme Gil (2002, p. 25) a pesquisa foi de cunho
exploratório, “pois teve como objetivo proporcionar maior familiaridade com o
problema com vistas a torná-lo explícito ou a construir hipóteses. Envolvendo
levantamento bibliográfico [...]”.
Com relação ao desenvolvimento, o trabalho buscou fontes bibliográficas,
como livros de leitura corrente além de artigos científicos da área para dialogar com
os sujeitos entrevistados pela pesquisadora.

3.2 População e Amostra

A amostra não se embasou em números, visto que foi interpretada à luz da


abordagem qualitativa. Contudo a população escolhida foi de quatro idosos do
município de Nova Veneza, integrantes do grupo de Terceira Idade, definindo-se
dois idosos de sexo feminino e dois do sexo masculino.

3.3 Instrumento de coleta de dados

O instrumento utilizado para a coleta de dados foi a entrevista semi-


estruturada (apêndice A), pois segundo Minayo (2004), no processo investigativo,
26

utiliza-se a forma semi-estruturada, individual e coletiva, combinando perguntas


fechadas e abertas, com o objetivo de possibilitar ao sujeito a oportunidade de se
pronunciar sobre a temática em questão. Neste instrumento foram enfocados pontos
como Qualidade de vida na Terceira Idade, visando identificar quais os fatores que
podem ajudar o idoso a ter um envelhecimento mais saudável.
A utilização do gravador também foi um dos instrumentos utilizados para
colher a entrevista com os idosos. A importância do mesmo foi a de pegar as
informações de maneira integra e original, visando a identidade real de cada sujeito
da pesquisa.
Após a transcrição das entrevistas, as mesmas foram devolvidas e validadas
pelos sujeitos (apêndice B), respeitando-se a identidade lingüística de cada um.

3.4 Análise dos dados

Referindo-se à análise e interpretação de dados, de acordo com Leopardi


(2001), a observação dos dados sob diversas formas e o modo como foram
trabalhados. Essa apresentação “se deu pelo modo de categorias encontradas
durante as entrevistas, referindo-se a uma abrangência de elementos ou aspectos
com características comuns ou que se relacionam entre si” (MINAYO, 2004, p. 70).

3.5 Procedimentos

A pesquisa foi realizada entre abril e maio de 2010, tendo como local o grupo
de Terceira Idade da cidade de Nova Veneza. Neste local foram escolhidos os
sujeitos para pesquisa, e foi colocada à responsável pelo grupo, o objetivo do
estudo. A partir deste contato a pesquisadora se apresentou ao mesmo e solicitou a
participação dos idosos como sujeitos da pesquisa. Aceito o convite de participarem
da pesquisa, os sujeitos assinaram o termo de consentimento e foi agendado o dia,
hora e local da entrevista. Após a transcrição das entrevistas, estas foram
retornadas aos sujeitos para serem validadas.
27

O critério de inclusão foi observar os primeiros quatro idosos que


manifestaram o desejo de participarem do estudo e que estivessem incluídos no
grupo de Terceira Idade por mais de 1 ano, sendo 2 de cada sexo.

3.6 Local da pesquisa

O grupo de terceira idade começou com uma iniciativa particular, na qual um


cidadão de Nova Veneza sentia a necessidade de trabalhar com os idosos.
Em 1989, o ano em que a AFAVE (Associação Feminina de Assistência
Veneziana) viu a iniciativa do cidadão, é que foi fundado o grupo. O mesmo tem
como objetivo, promover a integração e convivência entre os grupos da melhor
idade. E traz como sua meta principal, proporcionar um ambiente adequado e
agradável, aos encontros semanais, orientados por um monitor que desenvolve
atividades recreativas como: jogos, bocha, baralho, bingo, danças, palestras, bailes,
e passeios de interação com todos os grupos da comunidade veneziana.
Os grupos de terceira idade de Nova Veneza funcionam em várias localidades
do município. Ou seja, cada localidade possui um grupo de Idosos, nos quais
realizam as atividades mais diversas. O grupo utilizado para estudos referente a este
trabalho, localiza-se no centro de Nova Veneza.
Hoje, o grupo de terceira idade de Nova Veneza, conta com a participação de,
mais ou menos, 350 idosos, divididos em dez grupos, um na cede e outros nove nos
bairros e distritos do município.

3.7 Questões éticas

Todas as observações éticas conforme as diretrizes da resolução 196/96 do


Conselho Nacional de Saúde e do Código de Ética do Psicólogo foram atendidas
após a submissão do projeto ao Comitê de Ética da Unesc.
28

Seguindo as etapas de protocolamento no SISNEP (anexo A), e protocolo


com assinaturas (anexo B), e posteriormente a reunião da comissão de ética –
UNESC, o projeto foi aprovado conforme (anexo C), e carta de aceite (anexo D).

3.8 Consentimento informado

Da instituição: encaminhamento e submissão do projeto ao comitê de


Ética da Unesc, solicitando a autorização para o desenvolvimento da pesquisa.
Dos sujeitos: autorização por escrito da participação voluntária dos
sujeitos por meio do consentimento livre e esclarecido, assegurando-se o direito à
recusa, desistência em qualquer fase da pesquisa e sem nenhuma penalização ou
prejuízo. Esta pesquisa possui dois modelos de termos de compromisso: ao
responsável pelo grupo (apêndice C), e aos sujeitos (apêndice D).
Sigilo e anonimato: assegurada a sua privacidade quanto a sua identidade
e dados confidenciais da pesquisa, os quais foram identificados por pseudônimos
com nomes de pedras e metais preciosos.
Riscos e benefícios: a pesquisa não apresentou dados que
apresentassem riscos aos sujeitos.
29

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE DADOS

4.1 Identificação dos idosos

Nome – Idade Sexo Estado civil Cidade


Pseudônimo
Diamante 80 anos Masculino Casado Nova Veneza
Esmeralda 76 anos Feminino Viúva Nova Veneza
Brilhante 84 anos Masculino Casado Nova Veneza
Ouro 63 anos Feminino Viúva Nova Veneza
Quadro 1: Identificação dos Idosos
Fonte: Pesquisa do autor, 2010.

De acordo com o quadro 1, pode-se perceber que se tem um total de 4


idosos, de idades entre 63 a 84 anos, sendo dois do sexo masculino e duas do sexo
feminino. Os sujeitos pesquisados moram todos no município de Nova Veneza (SC).
Quanto à profissão, os mesmos são aposentados e participam do Grupo de Terceira
Idade do município.
Segundo Leite (1993), a aposentadoria determina uma série de mudanças no
ritmo de vida da pessoa, estas mudanças podem ser positivas ou negativas
dependendo de como for encarada pelo idoso.
Quanto ao estado civil, pode-se observar que as mulheres são viúvas e os
homens são casados.
O município de Nova Veneza segundo informações retiradas da Prefeitura
Municipal de Nova Veneza (AFAVE, 2010), tem, atualmente, aproximadamente 13
mil habitantes, apresentando dentro destes 1.491 idosos, divididos em 715 homens
e 776 mulheres.
Nesta pesquisa os idosos tiveram seus nomes mantidos em sigilo, e por isso
identificados por pseudônimos relacionados com pedras e metais preciosos,
deixando para trás a real identidade dos sujeitos. Os codinomes foram criados a
partir das entrevistas com os mesmos no decorrer do questionário.
30

Segundo Rosa (1991), a identidade é constantemente construída nas


relações sociais, e essa concepção, será a base do entendimento de todas as
escolhas que o indivíduo tomar em sua vida.
Em relação às pedras e metais preciosos, percebe-se a importância e riqueza
da comparação entre o idoso e a simbologia que tem os pseudônimos. Segundo a
enciclopédia virtual Wikipédia (2010), as pedras preciosas tem o significado de:
Diamante (sujeito 1, 80 anos), vem do grego e significa "inconquistável,
indomável" devido a sua dureza. Há, na história, diamantes famosos, principalmente
por seu tamanho ou por sua cor. No Brasil, os primeiros diamantes foram
encontrados em 1725, em Diamantina, estado de Minas Gerais.
A Esmeralda (sujeito 2, 76 anos), é uma das pedras mais nobres que existe.
Conhecida como pedra verde. O seu nome provém do grego "smaragdos", mas a
origem provavelmente é do hindu antigo e significa "pedra verde".
A lapidação do Diamante evoluiu até atingir, por volta de 1910, a perfeição,
gerando o Brilhante (sujeito 3, 84 anos), que recebe este nome justamente por
oferecer o melhor efeito de brilho possível para um diamante. Portanto, brilhante é o
nome de uma determinada pedra após a lapidação.
O ouro (sujeito 4, 63 anos) é conhecido desde a Antiguidade, sendo
certamente um dos primeiros metais trabalhados pelo ser humano. Conhecido na
Suméria e no Egito por meio dos hieróglifos desde 2600 a.C. que descrevem o
metal, ele é referido em várias passagens bíblicas do Antigo Testamento. É
considerado como um dos metais mais preciosos, tendo o seu valor empregue como
padrão para muitas moedas ao longo da história.

4.2 Aspectos que geram alegria e satisfação ao idoso

A amizade é um dos aspectos trazidos pelos idosos como gerador de


satisfação. Segundo Dotterweich e Perry (1996) a amizade é fundamento de vida e
de aperfeiçoamento do ser humano. Spica (2007) coloca que um amigo fiel é uma
grande e poderosa proteção. Afirma também que nada se pode comparar a um
amigo fiel, nem a prata nem o ouro. Segundo nosso entrevistado:
31

“A amizade é um dos fatores que contribuem para se ter uma boa Qualidade
de Vida”.(DIAMANTE, 80 anos).

Outro aspecto trazido pelos idosos foi a alegria, que para Spica (2007), não
há satisfação melhor que a alegria do coração. A alegria do coração é a vida do
homem. Para o idoso abaixo:

“Nosso professor, é uma delícia, está sempre alegre e quem não estiver
alegre ele faz rir, botar a tristeza para fora né”.(ESMERALDA, 76 anos).

Gouvêa (2002) coloca que a velhice é um tempo de alegria, e descoberta e


produtividade. Para Ouro, 63 anos é:

“[...] Sempre sermos felizes e alegres, e participar das coisas”.

O amor também foi um aspecto trazido pelos sujeitos. O amor é cantado,


declamado, sentido, vivido no cotidiano de pessoas simples como tema da arte.
Zélia Duncan fala assim do amor: “[...] Amar é profundo e nele sempre cabem de vez
todos os verbos do mundo [...]” (DUNCAN; JENECI, 2010). Segundo a entrevistada:

Foi o que já falei: sem amor agente não vive. Amor é tratar as pessoas com
carinho, tratar bem tudo. Em tudo tem que ter o amor, exemplo, que nóis fizemos um
bolo, uma comida, ali tem que ter o amor, pois se não tiver não presta, parece que
falta alguma coisa, e é exatamente o condimento do amor. O amor é o que nos faz
viver melhor. (ESMERALDA, 76 anos).

Para Gouvêa (2002), reviver o amor na Terceira Idade, torna-os mais leves e
mais completos. Segundo Chevalier (2005), o amor tem o sentido da busca a um
centro organizador que permite a realização do eu individual e do eu num coletivo,
como afirma o idoso:

“Ahhh... O amor é uma coisa necessária né. Ele não pode faltar. Sem amor
não se faz nada direito”.(BRILHANTE, 84 anos).
32

Para amar o próximo, a pessoa deve amar-se primeiro. E amar a si, significa
uma preocupação, interesse genuíno a si mesmo, conforme coloca Dotterweich
(1999). Para o sujeito em pesquisa:

“Amor é amar o próximo como a si mesmo”. (OURO, 63 anos).

A felicidade foi também um aspecto citado pelos sujeitos da pesquisa a qual


para Spica (2008) relaciona-se ao estar bem acompanhado para dividir os bons
momentos. Para Brilhante, 84 anos:

“ Ahhh... (risos), é estar sempre bem acompanhado, também com os velhos


que é uma boa companhia. É um dos principais fatores. Por exemplo, o casal, se
não se dão, etc.. não tem como ser feliz. Mas de tudo é o casal viver bem”.

Para Gouvêa (2002), a felicidade é poder saber do ontem, vivendo o hoje, ou


melhor, saber aproveitar os bons momentos, viver o presente. Como coloca o idoso
abaixo:

“Ahh... Vou dizer uma coisa. Felicidade por si só não existe, é que existe
momentos felizes. A vida é feita de momentos, e temos que aproveitar estes
momentos bons e felizes para a nossa vida e vivermos melhor”. (ESMERALDA, 76
anos).

Um aspecto que também foi bastante citado nas entrevistas foi a saúde.
Para Spica (2007), não há maior riqueza que a saúde do corpo. Para a Organização
Mundial da Saúde - OMS (2000) retrata o estado de completo bem-estar a sanidade
física, mental e social. A alimentação segundo o Ministério da Saúde (2006), precisa
ter uma atenção especial na Terceira Idade, pois em todo o mundo cerca de cinco a
dez pessoas com mais de 65 anos têm algum problema de nutrição. A alimentação
consiste num elemento fundamental para manter a saúde fisica e mental. Junto com
a alimentação, as consultas médicas fazem parte da saúde como relata a idosa que
segue:

“Comer direito, de vez em quanto fazer uma consulta, e se cuidar né. Não
exagerar nas coisas.” (OURO, 63 anos).
33

Gouvêa (2002), coloca que na maioria das vezes, o idoso, por ter alcançado
sua idade para se aposentar, simplesmente para de trabalhar. Trabalhar é saude, o
homem foi feito para estar em movimento. Segundo Grippo (1997), a essência do
ser humano está no trabalho, pois o homem é o que ele faz. É o que nos relata o
entrevistado:

“Afinal saúde é o que mais agente precisa ter. Não é só o fato do que comer,
mas viver alegre, e não viver deitado em uma cama ou no sofá. Brincar, passar o
tempo”. (BRILHANTE, 84 anos).

E, o último aspecto citado pelos idosos na pesquisa, foi o lazer. Spica (2008),
comenta que nada é melhor para o homem, do que alegrar-se e procurar o bem
estar durante sua vida. Brilhante, 84 anos, diz que:

“É o que precisa também. A pessoa tem que ter lazer, brincar, passear. Tudo
que agente gosta tem que procurar fazer. Isso faz parte de vida”.

Camargo (1992) refere-se ao lazer como sendo a existência de um tempo


precioso e gratuito, onde se pode exercitar com maior criatividade as alternativas de
ação ou de participação, com a finalidade de causar prazer. Afirma a idosa
entrevistada abaixo:

“Lazer é a melhor coisa que tem né. Agente sai, brinca, joga bola, toma
sorvete, eu acho que lazer é um momento feliz da vida da gente. Estes tempos eu
fui na praia, me fizeram botar um maiô, tomar banho de mar, olha eu achei o
máximo. E também na piscina, eu tava indo na hidroginástica lá em Forquilhinha,
aquilo também me ajudou muito, e isso também para mim era um lazer, pois depois
eu vinha pra casa, tomava um banho ficava mais leve, prá que carregar peso na vida
se não precisa né? (risos) Vamos viver felizes com o pouco de peso que agente
carrega né”. (ESMERALDA, 76 anos).

Assim sendo, pode-se perceber que aspectos como lazer, saúde, felicidade,
amor, amizade entre outros fatores, contribuem, e muito, para melhorar a Qualidade
de Vida do Idoso.
34

4.3 Importância do idoso na inserção social

A inserção social do idoso segundo os sujeitos desta pesquisa, pode se dar,


por exemplo, por meio de passeios, pelos encontros do grupo de Terceira Idade,
através das danças, entre outras atividades.
Para Lorda (1998), a recreação no ambiente social, seja esta em forma de
passeios, ou até mesmo em atividades rotineiras dos idosos em seu ambiente
comum de encontro, permite maior interação com os outros, promovendo assim, um
grande crescimento social, ampliando o círculo das relações sociais, e,
consequentemente, criando novas amizades e desenvolvendo um espírito
comunitário. O passeio para o idoso, segundo o Ministério da Saúde (2006, p. 14),
faz “bem para o corpo e para alma” como afirma o idoso:

“[...] sempre gostei muito de passear, desde novo. Comecei como vendedor
de fumo quando era novo, depois como viajante, etc... sempre gostei de andar de
um lado para o outro... É muito bom para nós sabermos que podemos nos reunir
com gente da nossa idade para rir, fofocar etc. Isso me ajuda muito a viver melhor”.
(BRILHANTE, 84 anos).

Estar em contato com pessoas da mesma idade, reunidas em grupos para


trabalhar e se divertir, é uma atividade que segundo Rosa (1991), contribui muito
para a Qualidade de Vida dos idosos, pois, em virtude do processo natural do
envelhecimento, a pessoa idosa não pode mais manter o tipo de atividade social
característica das fases anteriores da vida.
Na atualidade, os idosos procuram uma vida mais ativa, produtiva, em que os
mesmos têm disposição para lutar por seus direitos, fazendo-se presente na
sociedade. Participando efetivamente tanto no seio familiar, como fora dele, em
locais como as associações de aposentados, centros, grupos de convivência,
atividades culturais e físicas, que contribuem para o seu desenvolvimento pessoal,
para a conquista de novas amizades e de um bom relacionamento. (SCHONS &
PALMA, 2000).
Reunir-se com amigos, torna a vida mais prazerosa para todo e qualquer
indivíduo. Segundo Dotterweich e Perry (1996), passar o tempo com os amigos é
35

muito agradável, pois surgem gargalhadas, caminhadas, e até mesmo, momentos


em que eles rezam juntos. Segundo Diamante, 80 anos:

“[...] passeio na praça para ver os meus amigos, jogar canastra. Eu participo
do grupo de terceira idade e é uma grande alegria. O pessoal do grupo tem uma
grande amizade, somos uma grande família. Me sinto muito bem no grupo, pois nos
divertimos e brincamos muito”.

Danças e músicas são atividades comuns na “agenda”, ou melhor, no


cronograma dos idosos. Para Laban (1978), a dança contribui muito para o
desenvolvimento físico, emocional, e social do indivíduo. Por meio do movimento, a
dança é um instrumento de comunicação e expressão do sujeito. A música, segundo
Chevalier (2005) constitui um recurso único com seus timbres, tonalidades, ritmos e
instrumentos que se associam à plenitude da vida, como afirma o idoso abaixo:

“Me sinto muito bem no grupo, pois nos divertimos e brincamos muito.
Fazemos ginástica, escutamos música, dançamos e namoremos também. (risos)”.
(DIAMANTE, 80 anos) .

A educação foi outro fator que fora muito citado pelos sujeitos da pesquisa,
em relação ao professor, percebe-se a importância do papel do educador na vida
dos idosos. Brandão (1994), coloca que a escola não é o único lugar onde a
educação acontece, e não há apenas um modelo de educação. A educação
acontece em qualquer ambiente. Para Esmeralda, 76 anos:

“O nosso professor é uma delícia, está sempre alegre e quem não estiver
alegre ele faz rir, bota a tristeza para fora né. Nós aprendemos a fazer os exercícios,
e quando chegamos em casa, conseguimos fazer os exercícios como o professor
ensinou. E com um professor bom como o nosso é melhor ainda né. Tudo isso me
ajuda muito a melhorar a minha Qualidade de Vida, me sinto muito bem”.

Brandão (1994) conclui que, procurar estudar, buscar coisas novas,


independentemente da idade, é, certamente, uma grande riqueza na vida do
indivíduo. Segundo a idosa entrevistada abaixo:
36

“Eu estudo, vou na aula de Qualidade de Vida em Criciúma, faço Hidro em


Forquilhinha, vou no coral, participo de tudo quanto é coisa que tem”. (OURO, 63
anos).

Outra atividade que tem como objetivo a inserção social é o espaço da


família, ou seja, visitar irmãos, primos, e, porque não, amigos. Dotterweich (1999)
coloca que a vida familiar propicia oportunidades abençoadas e maravilhosas, pois
cada um, com seu jeito de ser, torna-se especial e único, tornando a família o maior
alicerce que uma pessoa pode ter. Conforme coloca a idosa abaixo:

“No meu tempo livre eu passeio, vou na casa da minha Irmã, e é tão bom se
reunir com alguém da nossa família”. (ESMERALDA, 76 anos)

Portanto a inserção social com as atividades como caminhada, alongamento,


atividades aquáticas, dança e o namoro, que muitas vezes emergem nos grupos de
idosos, encontram respaldo em teóricos bem como no Ministério da Saúde (2006),
com dispositivos de bem estar aos idosos.

4.4 Identificação do idoso em relação a sua condição física

Segundo Beauvoir (1990), com a chegada da terceira idade, alguns


problemas de saúde passam a ser mais frequentes, e outros, mais incomuns nas
fases de vida anteriores, começam a aparecer, sendo uns mais suscetíveis nessa
fase da vida, como a osteoporose (doença que atinge os ossos e se caracteriza
quando a quantidade de massa óssea) diminui substancialmente e desenvolve
ossos ocos, mais sujeitos a fraturas.
Para Barreto (1992), a velhice é associada às modificações do corpo, tendo
como as principais mudanças, o aparecimento de cabelos brancos, rugas, postura
encurvada, entre outras. Nesta fase da vida, o acompanhamento regular ao médico
é muito importante, conforme o idoso coloca:
37

“E em relação a minha saúde, vou ao médico quase de mais. Mas é bom.


Temos que nos sentir bem”. (BRILHANTE, 84 anos).

Assis (1998) afirma que o idoso dever ter a garantia das condições
necessárias para viver bem, incluindo além de uma vida plena e satisfatória, direitos
ao atendimento médico e apoio a qualquer “problema” que possa aparecer. Segundo
Esmeralda, 76 anos:

“Vou ao médico regularmente. Tenho o médico do reumatismo, o médico do


coração, e temos um doutor que é o médico que cuida de toda a família. E sempre
faço todo o tratamento que eles me pedem”.

De acordo com Papalia e Olds (2000), envelhecer é normal, e as mudanças


corporais são consequências iguais para todos independentemente de raça, cor e
condição financeira. Porém, existem pessoas que demoram mais e outras menos
para encarar as modificações da idade.
Para o Ministério da Saúde (2006), o corpo humano está sempre em
mudança, cada fase tem seus riscos e seus possíveis problemas, coloca também
que para manter a saúde em dia, é preciso ter hábitos saudáveis como, por
exemplo, alimentação equilibrada, e praticar exercícios físicos, conforme narra o
idoso abaixo:

“[...] não se pode esquecer também, uma boa alimentação que é comer bem e
saber o que comer, que conta muito para agente viver bem”. (DIAMANTE, 80 anos).

Conclui-se novamente que, o Ministério da Saúde (2006), bem como os


entrevistados desta pesquisa, colocam que se alimentar bem é importante sempre.
Porém, na terceira idade os cuidados precisam ser redobrados. O mesmo também
se refere à atividade física, pois muitas doenças podem ser evitadas com a prática
de exercícios regulares.

4.5 Constatar como o idoso se sente no seio familiar


38

Para Dotterweich (1999), a família é essencial na vida de cada pessoa. É


através dela que surgem os valores, que se cria a esperança, o amor e o afeto. É na
família que nasce o respeito, atenção e cuidado, conforme afirma Brilhante de 84
anos:

“Toda minha família me trata bem. É muito bom ter família. Isso é essencial”.

Dotterweich (1999) conclui, colocando a importância que a família tem em


relação à aceitação do idoso. Para Papalia e Olds (2000), a intimidade dos filhos
com os pais (idosos) é muito constante e normal. Conclui colocando que por esta
intimidade existir, a maioria dos idosos vivem a cerca de menos de dezesseis
quilômetros de distância da casa dos filhos.
Chavelier (2005), coloca que o significado da casa para o idoso é muito
importante, pois além de ser seu “cantinho”, é também um elemento de amor e
força, conforme enfatiza o entrevistado:

“eles me aceitam, e até pedem para eu ir morar com eles, dizendo mãe vem
morar comigo vem, mas eu não vou deixar minha casa para morar com eles, eu
tenho o meu cantinho e é tão bom, e também depois de três dias na casa de um
filho já começamos a incomodar né. Pois eles têm a vida deles, aí fico em casa,
mas minha filha que mora comigo me convida para ir na praia e ai eu vou me divirto,
mas preconceito não há nenhum, todos me aceitam, eles até me acham muito bem.”
(ESMERALDA, 76 anos)

Na Ásia, de acordo com Papalia & Olds (2000), quando os mais velhos não
conseguem cuidar de si mesmos, as famílias acabam assumindo tal função. Já no
Japão, a idade avançada é símbolo de status. Diante dos fatos, atualmente, tem-se
a necessidade de observar os idosos, porque o mundo está envelhecendo como um
todo.
Segundo Schons & Palma (2000), as relações familiares são as que o “velho”
vive com mais assiduidade e intensidade, e a importância da estrutura familiar em
sua vida é fundamental em muitos sentidos, desde a época da família nas
sociedades primitivas até a família na sociedade contemporânea, como enfatiza o
idoso abaixo:
39

“Me sinto muito bem graças a Deus. Minha família acha que sou bem feliz,
bem alegre. Não tem nenhum tipo de preconceito. Me tratam muito bem. Meus filhos
acham que sou muito bem pela idade que eu tenho, dizem que pareço ser mais
nova”. (OURO, 63 anos).

Zimerman (2000) coloca que a maneira mais eficaz para o idoso ter
Qualidade de Vida, aceitação e inserção na família, e também na sociedade, é por
meio de estímulo e de valorização. Para Diamante, 80 anos:

“Minha família me trata bem. Me tratam bem mesmo. Principalmente é que


eles me respeitam, e me aceitam como eu sou.”

A importância que a família tem em relação à vida do idoso é, de certa forma,


muito valiosa. Respeito, amor, cuidado, carinho e valorização são aspectos que
somam para o mesmo ter uma melhor Qualidade de Vida e consequentemente: “Ser
Feliz”. Segundo o Ministério da Saúde (2006), o idoso possui muitas leis em seu
favor, e isso assegura-o, em certa medida, a ter uma vida mais justa e humana,
lutando contra os “preconceitos” que muitos indivíduos tem com relação ao idoso.

4.6 Conhecer a representação social de Qualidade de Vida e velhice na


percepção do idoso

Para Lima (1998), a Qualidade de Vida na Terceira Idade envolve múltiplos


fatores, como por exemplo, exercer o hábito de caminhar, fazer exercícios, ter uma
boa alimentação e também passear, ou seja, ter uma vida social ativa.
Para Néri (1995), a Qualidade de Vida para a Terceira Idade atual, assim como
o bem-estar psicológico e o envelhecimento satisfatório, depende muito do equilíbrio
entre o que se pode fazer e o que não se pode realizar nesta fase da vida, pois
assim, o velho poderá lidar de maneira mais positiva com as perdas que são
inevitáveis durante todo o processo de envelhecimento. Segundo o entrevistado:

“Olha, qualidade é não faltar o que agente precisa para viver, mas qualidade,
é em todos os pontos de vista é companhia, companheirismo, afinal, é o bem estar
40

com o próximo, e o que pode influenciar, é exatamente viver com gente da nossa
idade e até com de outras, e Qualidade de Vida, mais ou menos que esteja bem e
que contente, não querer se dar uma de rico, mas viver bem consigo e com os
outros e lido com a velhice, bem, pois estou sempre passeando, indo de um lado
para o outro, vivo muito bem com minha esposa e com os casais do grupo.
Concordo que a idade tem suas limitações, mas até agora sou contente né.”
(BRILHANTE, 84 anos)

Segundo Paschoal (1996), com a chegada do envelhecimento na vida do


indivíduo, consequentemente também aumenta a probabilidade de o mesmo ter uma
saúde mais fragilizada, esse é um processo natural da vida humana, mas isso não
significa que o idoso não terá uma boa Qualidade de Vida, pois uma boa
alimentação e exercícios acompanhados por profissionais, ajudam muito para o
mesmo ter uma vida mais feliz e sem tantas fragilidades. Para Esmeralda,76 anos:

“Ahhh! Eu brigo com a velhice todo o dia, pois hoje a vida tá tão boa. Mas de
vez em quando eu sinto dor de um lado, dor do outro, mas minha filha disse que é
DNA, junta tudo e joga fora, a doença da junta. (risos), Aí eu digo pra ela que não é
fácil juntá tudo e jogá fora, ai é a hora de agente aprender a aceitar aquela dor da
terceira idade, a dor dos 70, 80 anos, e até porque não gente jovem que já sente
dor, então eu como idosa estou super contente com a minha vida, e a velhice é
natural.”

Outro fator importante que contribui na vida do idoso em relação a Qualidade


de Vida, é certamente uma boa e adequada alimentação. Segundo Barreto (1992), o
interesse pela comida torna-se menor, porém comer alimentos saudáveis e nutritivos
é de extrema importância para o idoso ter uma saúde com qualidade. Enfatiza o
entrevistado:

“A Qualidade de Vida é a Boa vivência e uma boa saúde. É estar bem com o
próximo, com a família e ter uma saúde boa para viver bem. Os fatores que podem
me ajudar a ter uma vida melhor é boa amizade, a alegria, o amor. (DIAMANTE, 80
anos)

Outro fator citado pelos sujeitos como fator de Qualidade de Vida, foram os
Grupos, ou seja, o Grupo de Terceira Idade. Segundo Zimerman (2000), o grupo é
um espaço no qual os sujeitos podem se entregar e, possivelmente, trabalhar fatores
pessoais e também grupais, gerando a confiança entre os mesmos e ainda, algumas
amizades prazerosas. Para a entrevistada a seguir:
41

“Qualidade de Vida... Um fator por exemplo, foi o de quando fundaram o


grupo de terceira idade, pela prefeitura que já faz muito tempo... O grupo é muito
bom pois tira-nos de como se fosse uma toca, pois como disse uma senhora ainda á
pouco, que dentro de casa não se resolve nada, pois se ficarmos só em casa,
ficamos cada vez mais velhos, pensando mais besteiras, pois nossa mente, muitas
vezes, nos faz criar situações que não precisam ser criadas” (ESMERALDA, 76
anos)

Portanto, nota-se que vários fatores podem contribuir para o idoso ter uma
vida mais saudável e feliz na terceira idade. Uma alimentação adequada, exercícios
acompanhados por profissionais, passeios, e até mesmo o grupo de Terceira Idade,
são maneiras simples, mas que fazem grande diferença na vida dos mesmos.
42

5 CONCLUSÃO

O trabalho de pesquisa aqui apresentado teve como princípio, compreender


os fatores que podem contribuir para o idoso ter uma melhor Qualidade de Vida.
Como objetivos específicos foram trabalhados os aspectos que geram maior alegria
e satisfação no idoso; ver como o idoso significa sua inserção social; identificar
como o idoso se sente em relação a sua condição física; como o mesmo se sente no
seio familiar; e conhecer a representação social de Qualidade de Vida na velhice na
percepção do idoso.
Em relação aos objetivos específicos, percebe-se que o idoso tem satisfação
e se alegra quando é aceito num grupo e na sociedade, além de gostar quando
estão reunidos, sejam com eles no grupo de Terceira Idade, ou até mesmo com
suas famílias e amigos.
Em relação ao sujeito e sua inserção social na comunidade, o mesmo sente-
se aceito e valorizado pelas pessoas com as quais convive e pela comunidade.
Quanto a sua condição física, pode-se perceber que os mesmos sentem a diferença
entre quando eram jovens e com maior disposição, porém acham que o processo de
envelhecer é normal e faz parte da natureza da vida.
Na relação familiar, não há amor maior, pois os sujeitos da pesquisa além de
se sentirem aceitos pelos filhos e netos, ainda servem de exemplo para muitas
ocasiões em suas vidas atuais.
E, para concluir, a sua representação em relação à Qualidade de Vida na
Terceira Idade, fator no qual se coloca como palavra chave a “qualidade”, é rica e ao
mesmo tempo essencial para os mesmos. Ter uma vida alegre, na qual acontecem
passeios, brincadeiras, danças, boa alimentação e atividade física, faz preencher a
visão do idoso e ampliam a sua Qualidade de Vida. De maneira geral, todos os
objetivos foram atingidos.
Em relação à metodologia, todos os cuidados necessários foram tomados. A
pesquisa empírica teve base nos objetivos indicados e foi realizada uma pesquisa
bibliográfica para complementar o tema proposto. A abordagem do problema foi
qualitativa, de cunho exploratório, pois visou enriquecer e deixar com que a pesquisa
ficasse mais completa.
43

Foram envolvidos quatro idosos, sendo dois do sexo feminino e dois do sexo
masculino. Por ser uma pesquisa onde envolvesse humanos e também por ser
qualitativa, o comprometimento com o sigilo da identidade de cada um fez com que
seus nomes fossem restritamente substituídos por pedras e metais preciosos, visto
que os mesmos podem e merecem ser comparados com tais pseudônimos.
Sobre as referências, como visto nesta pesquisa, houve muitas contribuições
de vários autores. Por esta questão pode-se entender que a busca por mais
bibliografias é necessária, vendo que o tema é de grande importância na sociedade
atual.
Em relação à contribuição desta pesquisa para a área da psicologia, pode-se
dizer que é um assunto que deve ser melhor trabalhado e mais focado. Existem
varias ações que o psicólogo poderia estar trabalhando dentro do grupo de terceira
idade, como por exemplo, a musicoterapia, e também esclarecer duvidas
relacionadas á medos, inseguranças e também sobre seus direitos na comunidade.
Nota-se ainda a grande necessidade de trabalhar com o idoso, pois é um objeto de
estudo que vivenciou outras épocas e tem muito para transmitir. Como coloca o
referido trabalho, na sociedade oriental, o idoso é visto como um ancião, um sábio. E
isso não tem preço, tem muito valor.
Então, pode-se perceber á importância de um profissional da psicologia para
estar trabalhando com estes sujeitos dentro de um grupo, com o objetivo de
melhorar ainda mais sua vida, seus pensamentos e direitos.
A pesquisa contou com o número de quatro idosos, do município de Nova
Veneza e aponta sugestões para outros trabalhos. Fica como sugestão, trabalhar
com grupos maiores ou então de outras localidades, para, talvez, fazer comparações
a fim de proporcionar para o idoso uma boa Qualidade de Vida.
O idoso, mais do que qualquer outro indivíduo pode e deve ter seus méritos.
Viver uma vida com o acúmulo dos anos, com algumas cicatrizes, mas também
cheios de orgulho, dá aos cidadãos, o dever de zelar por cada um deles. A
Qualidade de Vida na Terceira Idade é fundamental e de direito para os mesmos.
Viver a terceira idade é lutar, ou, melhor dizendo, é continuar a lutar por uma vida
cheia de surpresas e alegrias, na qual os sonhos possam ainda permanecer e,
certamente, serem realizados.
44

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50

APÊNDICES
51

Apêndice A: Entrevista Semi estruturada e Roteiro da entrevista

Nome:
Cidade:
Sexo:
Idade:

1) Objetivo: Analisar quais são os aspectos que podem gerar maior alegria e
satisfação ao idoso;
Pergunta: O que você entende por:
• Saúde
• Felicidade
• Amor
• Velhice
• Lazer
• Outros

2) Objetivo: Verificar como o idoso significa sua inserção social;


Pergunta: O que você faz no seu tempo livre? Você participa do grupo de
Terceira Idade. Qual a sua visão sobre o mesmo? Você participa de outras
atividades sociais? Como estas interferem em sua qualidade de vida?

3) Objetivo: Identificar como o Idoso se sente em relação á sua condição


física:
Pergunta: Como você se sente com seu corpo? Você cuida de sua saúde?
Como?

4) Objetivo: Verificar como o Idoso se sente no seio familiar;


Pergunta: Como você se sente em sua família?

5) Objetivo: Conhecer a representação social de qualidade de vida e velhice


na percepção do idoso;
Pergunta: O que você entende por Qualidade de vida? Quais os fatores
que podem influenciar na sua Qualidade de vida? Como você lida com a
velhice?
52

Apêndice B: Entrevistas Validadas

Nome: Diamante
Idade: 80 anos
Sexo: Masculino
Cidade: Nova Veneza
Estado Civil: Casado

1) O que você entende por:


• Saúde: Tem que descansar bem, para não pensar em coisas ruins. A saúde
na nossa idade é muito importante, temos sempre que nos cuidar. Mas
graças a Deus como de tudo.

• Felicidade: É o amor e o carinho. (risos)

• Amor: Boa amizade, companheirismo. É amar o próximo. Respeitar o


próximo. Ser amigo.

• Velhice: Temos quer saber que ser velho tem limitações, mas por exemplo,
tem gente que só reclama porque é velho, porque tem dor de um lado dor de
outro, porque já esta toda franzida, toda mole.. Mas eu sou um velho jovem.
Temos que ser o que somos. Aceitar a velhice e viver bem. (risos). Eu sou
jovem, sou querido, sou bonito. A mulherada ali fora briga por mim, porque
sou muito querido. Depois a mulher briga comigo. Mas não tenho culpa.
(risos).

• Lazer: Ótimo. Muito bom. Ter lazer na terceira idade é bom porque ai não
ficamos pensando besteiras. Saímos de casa.

• Outros: (não foram citados pelo entrevistado)


53

2) O que você faz no seu tempo livre? Você participa do grupo de Terceira
Idade. Qual a sua visão sobre o mesmo? Você participa de outras
atividades sociais? Como estas interferem em sua qualidade de vida?
No meu tempo livre eu descanso. Tiro as coisas ruins da idéia, penso em
coisas boas para as pessoas, e passeio na praça para ver os meus amigos
jogar canastra. Eu participo do grupo de terceira idade e é uma grande
alegria. O pessoal do grupo tem uma grande amizade, somos uma grande
família. Me sinto muito bem no grupo, pois nos divertimos e brincamos muito.
Fazemos ginástica, escutamos musica, dançamos e namoremos também.
(risos). . Todos nós nos aceitamos do jeito que somos. É muito gostoso.

3) Como você se sente com seu corpo? Você cuida de sua saúde? Como?
Muito bem. Faz mais de trinta anos que eu não vou no médico. (risos). Graças
a Deus né, mas não se pode esquecer também, da boa alimentação que é
comer bem e saber o que comer, que conta muito para agente viver bem.

4) Como você se sente em sua família?


Olha, muito bem. Me tratam bem. Me tratam bem mesmo. Principalmente é
que eles me respeitam, e me aceitam como eu sou.

5) O que você entende por Qualidade de vida? Quais os fatores que podem
influenciar na sua Qualidade de vida? Como você lida com a velhice?
A qualidade de vida é a Boa vivência e uma boa saúde. É estar bem com
o próximo, com a família e ter uma saúde boa para viver bem. Os fatores que
podem me ajudar a ter uma vida melhor é boa amizade, a alegria, o amor.
Não se pode esquecer também em falar da boa alimentação que é comer bem
e saber o que comer, que conta muito para agente viver bem. E eu lido na
velhice, muito bem. Na velhice me sinto como se eu fosse um jovem. (risos).
Muito contente. A mesma coisa de quando eu era jovem, com 15, 14 anos. E
em relação ao preconceito, não noto não. Sou amigo de todos.
54

Nome: Esmeralda
Idade: 76 anos
Sexo: Feminino
Cidade: Nova Veneza
Estado Civil: Viúva

1) O que você entende por:


• Saúde: é a melhor coisa que precisamos para viver. Precisamos saber nos
alimentar para ver o que pode ser comido e o que não pode. Por exemplo, eu
já estou na dieta da terceira idade faz muito tempo. É verduras, frutas, carne
magra e grelhada, sem molho, então por isso que depois que comecei a fazer
a dieta melhorei muito a minha vida, hoje me sinto muito melhor. Inclusive,
meu médico do coração, mandou eu emagrecer um pouco para melhor minha
qualidade de vida. Hoje faço caminhadas e regulo minha alimentação

• Felicidade: ahhh... vou dizer uma coisa. Felicidade por si só não existe, é que
existe momentos felizes. A vida é feita de momentos, e temos que aproveitar
estes momentos bons e felizes para a nossa vida e vivermos melhor.

• Amor: Foi o que eu já falei, sem amor agente não vive. Amor, é tratar as
pessoas com carinho, tratar bem tudo, em tudo tem que ter o amor. por
exemplo quando fizemos um bolo, uma comida, ali tem que ter o amor, pois
se não tiver não presta, parece que falta alguma coisa, e é exatamente o
condimento.

• Velhice: É muito bom agente poder ficar velho. Hoje tenho 76 anos e vivo uma
vida de uma pessoa jovem, só que os anos trazem o cansaço da vida,
entendes? Então um dia dói o joelho, outro dia o tornozelo, mas vou no
médico sempre que é preciso, tomo remédio, estou me tratando, com receita
médica, então quem quer viver bem, e com saúde, tem que ir ao médico,
quando é preciso e também quando ele pede. E também quando sente
alguma coisa que não é normal.
55

• Lazer: Lazer é a melhor coisa que tem né, agente sai, brinca, joga bola, toma
sorvete, eu acho que lazer é um momento feliz da vida da gente. Estes
tempos eu fui na praia, me fizeram botar um maio, tomar banho de mar, olha
eu achei o Maximo. E também na piscina, eu tava indo na hidroginástica lá
em forquilhinha, aquilo também me ajudou muito, e isso também para mim
era um lazer, pois depois eu vinha pra casa, tomava um banho ficava mais
leve, pra que carregar peso na vida se não precisa né? (risos) Vamos viver
felizes com o pouco de peso que agente carrega né.

• Outros: (não foram citados pelo entrevistado)

2) O que você faz no seu tempo livre? Você participa do grupo de


Terceira Idade. Qual a sua visão sobre o mesmo? Você participa de
outras atividades sociais? Como estas interferem em sua qualidade
de vida?
No meu tempo livre eu passeio, vou na casa da minha Irma, e é tão bom se
reunir com alguém da nossa família. Gosto muito de ler também. Participo
sim do grupo, eu adoro muito o grupo. Me sinto muito aceita e todos são
aceitos. É muito bom. O nosso professor é uma delicia, esta sempre alegre e
quem não estiver alegre ele faz rir, bota a tristeza para fora né. Nós
aprendemos a fazer os exercícios, e quando chegamos em casa,
conseguimos fazer os exercícios como o professor ensinou. E com um
professor bom como o nosso é melhor ainda né. Tudo isso me ajuda muito a
melhorar a minha qualidade de vida, me sinto muito bem.

3) Como você se sente com seu corpo? Você cuida de sua saúde?
Como?
Olha. Bem graças a Deus. Vou ao médico regularmente. Tenho o médico do
reumatismo, o médico do coração, e temos um doutor que é o médico que
cuida de toda a família. E sempre faço todo o tratamento que eles me pedem.

4) Como você se sente em sua família?


Muito aceita e feliz. Eles me aceitam, e até pedem para eu ir morar com eles,
dizendo mãe vem morar comigo vem, mas eu não vou deixar minha casa para
56

morar com eles, eu tenho o meu cantinho e é tão bom, e também depois de
três dias na casa de um filho já começamos a incomodar né. Pois eles têm a
vida deles. Aí fico em casa. Mas minha filha que mora comigo me convida
para ir na praia e ai eu vou me divirto. Mas preconceito não há nenhum.
Todos me aceitam. Eles até me acham muito bem.

5) O que você entende por Qualidade de vida? Quais os fatores que


podem influenciar na sua Qualidade de vida? Como você lida com a
velhice?
Qualidade de vida. Eu entendo que é o saber viver. Viver com amor, que isso
nunca pode faltar né, pode ter fortuna, dinheiro e tudo mais, mas se não tiver o
amor. O amor é o que completa a nossa felicidade ou melhor, nossa
qualidade de vida. Não é um amor só, é um amor familiar, com todos. Um
fator por exemplo, foi o de quando fundaram o grupo de terceira idade, pela
prefeitura que já faz muito tempo. Na época que fundaram eu não estava
ainda, pois trabalhei até os 60 anos, e naquela época não sabia que existia a
terceira idade, depois que fiquei viúva resolvi entrar para ver como era. O
grupo é muito bom pois tira-nos de como se fosse uma toca, pois como disse
uma senhora ainda á pouco, que dentro de casa não se resolve nada, pois se
ficarmos só em casa, ficamos cada vez mais velhos, pensando mais besteiras,
pois nossa mente, muitas vezes, nos faz criar situações que não precisam ser
criadas. Entende? E como eu lido com a velhice? Ahhh! Eu brigo com a
velhice todo o dia, pois hoje a vida tá tão boa. Mas de vez em quando eu sinto
dor de um lado, dor do outro, mas minha filha disse que é DNA, junta tudo e
joga fora, a doença da junta. (risos), ai eu digo pra ela que não é fácil junta
tudo e joga fora, ai é a hora de agente aprender a aceitar aquela dor da
terceira idade, a dor dos 70, 80 anos, e até porque não gente jovem que já
sente dor, então eu como idosa estou super contente com a minha vida, e a
velhice é natural. É bom enquanto agente fica aqui né. E eu acho assim, o
médico sempre me disse: Sunta não passa dor, quando sentir dor, toma uma
injeção. Eu enfrento a velhice com a maior naturalidade. Em relação ao
preconceito, não noto não. Só teve um caso que me chamou a atenção, de
uma vez irmos para Floripa passear com todos os idosos da comunidade.
Éramos em muito. Ai um grupo de jovens viu agente e falou assim: Onde essa
57

velharada vai? Eu não falei nada mas me deu vontade de dizer que um dia
eles também vão ficar velhos. Vão passar por essa também. Mas não respondi
nada porque não valia a pena, ia me incomodar.

Nome: Brilhante
Idade: 84 anos
Sexo: Masculino
Cidade: Nova Veneza
Estado Civil: Casado

1) O que você entende por:


• Saúde: Afinal Saúde é o que mais agente precisa ter. Não é só o fato do que
comer, mas viver alegre, e não viver deitado em uma cama ou no sofá.
Brincar, passar o tempo.

• Felicidade: Ahhh (risos), É estar sempre bem acompanhado, também com


velhos que é uma boa companhia. É um dos principais fatores. Por exemplo
o casal, se não se dão, etc.. não tem como ser feliz. Mas de tudo é o casal
viver bem.

Amor: Ahhh, é outra coisa necessária né. Ele não pode faltar. Sem amor não
se faz nada direito.

Velhice: Uma velhice saudável. A mais comprida que der. Eu to meio velho,
mas quero viver muito mais. (risos)

Lazer: É o que precisa também. A pessoa tem que ter lazer. Brincar, passear.
Tudo que agente gosta tem que procurar fazer. Isso faz parte da vida.

• Outros: (não foram citados pelo entrevistado)


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2) O que você faz no seu tempo livre? Você participa do grupo de Terceira
Idade. Qual a sua visão sobre o mesmo? Você participa de outras
atividades sociais? Como estas interferem em sua qualidade de vida?
No meu tempo livre, o que tiver para fazer, eu faço. Mas sempre gostei muito
de passear, desde novo. Comecei como vendedor de fumo quando era novo,
depois como viajante, etc... sempre gostei de andar de um lado para o outro.
Ahh, participo sim do grupo, e gosto muito. Todos nós nos aceitamos como
somos, cada um com seu jeito, da tudo certo. É muito bom para nós sabermos
que podemos nos reunir com gente da nossa idade para rir, fofocar etc. Isso
me ajuda muito a viver melhor.

3) Como você se sente com seu corpo? Você cuida de sua saúde? Como?
Até que bem. Não tenho nada contra ele. (risos). E em relação a minha saúde,
vou ao medico quase de mais. Mas é bom. Temos que nos sentir bem.

4) Como você se sente em sua família?


Bem graças a Deus. Toda minha família me trata bem. É muito bom ter
família. Isso é essencial.

5) O que você entende por Qualidade de vida? Quais os fatores que podem
influenciar na sua Qualidade de vida? Como você lida com a velhice?
Olha, qualidade é não faltar o que agente precisa para viver, mas qualidade, é
em todos os pontos de vista é companhia, companheirismo, afinal, é o bem
estar com o próximo. E o que pode influenciar, é exatamente viver com gente
da nossa idade e até com de outras, e Qualidade de vida, mais ou menos que
esteja bem e que contente, não querer se dar uma de rico, mas viver bem
consigo e com os outros.e lido com a velhice, bem, pois estou sempre
passeando, indo de um lado para o outro, vivo muito bem com minha esposa e
com os casais do grupo. Concordo que a idade tem suas limitações, mas até
agora sou contente né.
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Nome: Ouro
Idade: 63 anos
Sexo: Feminino
Cidade: Nova Veneza
Estado Civil: Viúva

1) O que você entende por:


Saúde: Comer direito, de vez em quanto fazer uma consulta, e se cuidar né.
Não exagerar nas coisas.

• Felicidade: Ser alegre e feliz com todos. Ter amigos para rir.

• Amor: Amor é amar o próximo como a si mesmo.

• Velhice: Ahhh... não tem velhice; velhice é as pessoas mesmo que fazem. Se
agente ta sempre alegre e contente agente nunca ta velho.

• Lazer: Lazer é sair, passear, dançar.

• Outros: (não foram citados pelo entrevistado)

2) O que você faz no seu tempo livre? Você participa do grupo de Terceira
Idade. Qual a sua visão sobre o mesmo? Você participa de outras
atividades sociais? Como estas interferem em sua qualidade de vida?
Ahhhh.. o meu tempo livre ta cheio. Eu estudo, vou na aula de Qualidade de
Vida em Criciúma, faço Hidro em Forquilhinha, vou no coral, participo de tudo
quanto é coisa que tem. Participo sim do grupo. Acho muito bom, pois as
pessoas vem, participam são todos amigos, conversamos bastante, pois e a
pessoas só fica em casa também é ruim né. Temos que sair de casa um
pouco. Nos sentimos todos bem aceitos aqui no grupo. Somos uma Família.
Eu gosto muito de ajudar as pessoas mais velhas do que eu. Tudo isso
contribui muito para mim viver melhor.
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3) Como você se sente com seu corpo? Você cuida de sua saúde? Como?
Bem. (risos) olha cuido da minha saúde, mais ou menos. (risos). Só quando
sinto alguma coisa, se não, não vou no medico.

4) Como você se sente em sua família?


Me sinto muito bem graças a Deus. Minha família acha que sou bem feliz, bem
alegre. Não tem nenhum tipo de preconceito. Me tratam muito bem. Meus
filhos acham que sou muito bem pela idade que eu tenho, dizem que pareço
ser mais nova.

5) O que você entende por Qualidade de vida? Quais os fatores que podem
influenciar na sua Qualidade de vida? Como você lida com a velhice?
É agente assim ó. Aproveitar bem a vida, sair, passear, ser amiga dos outros,
companheira e ser sempre feliz alegre, e participar das coisas.
Os fatores, é sair para passear, ser muito boa para as pessoas, ser
companheira e perdoar as pessoas, não ter rancor. Mas acima de tudo saber
se alimentar. Ahhh como eu lido com a velhice? Eu lido assim ó.. eu nem
penso que sou velha. Penso que sempre sou nova. (risos).
61

Apêndice C: Termo de Consentimento

A presente pesquisa intitula-se “Qualidade de Vida na Terceira Idade”, representa a


disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), requisito obrigatório da Graduação do
Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Seu objetivo é
“compreender os fatores que podem contribuir para a melhora da Qualidade de Vida
na Terceira Idade”.
Como metodologia, a pesquisa prevê entrevistas com 4 idosos , sendo 2 de cada
sexo, que frequentam o grupo de Terceira Idade de Nova Veneza.
As informações obtidas por meio das entrevistas serão utilizadas pela
pesquisadora e orientadora no presente TCC e a identificação dos entrevistados não será
revelada, sendo os mesmos identificados, na pesquisa, por pseudônimos. Uma vez
autorizado, as informações poderão ser utilizadas pela pesquisadora em textos acadêmicos:
relatórios e artigos, e os resultados da pesquisa poderão ser apresentados em eventos
científicos.
Assim, pelo presente consentimento livre e informado, declaro que fui esclarecido
(a), de maneira clara e detalhada a respeito do objetivo, justificativa, forma de trabalho desta
pesquisa.
Fui igualmente informado (a):
• Da garantia de requerer resposta a qualquer pergunta ou dúvida acerca
dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados à
pesquisa;
• Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar
de participar do trabalho, sem que me traga qualquer prejuízo;
• Da segurança de que não serei identificado (a) por meio de meu nome e
imagem pessoal, mantendo o caráter confidencial das informações
relacionadas à minha privacidade;
• De que serão mantidos todos os preceitos ético-legais assumidos pela
pesquisadora durante ou após o término da pesquisa;
• Do compromisso de acesso às informações em que todas as etapas da
pesquisa, bem como dos resultados;
• Da participação voluntária e sem qualquer tipo de remuneração.

Paula Pasetto Kirchner–acadêmica do Curso de Psicologia – UNESC–(48) 88125630


Rosa Nadir Teixeira Jerônimo – Orientadora do TCC – (48) 99561201.

Concordo com todas as condições da pesquisadora e autorizo a ser realizada a


pesquisa da Unidade de Saúde Centro de Cocal do Sul, para posterior divulgação dos
dados coletados:

Razão Social:__________________________________________________________

CNPJ:________________________________________________________________

Representante legal:____________________________________________________

CPF:________________________________________________________________

Data: Nova Veneza,___/___/_____.


62

Apêndice D: Termo de Consentimento

A presente pesquisa intitula-se “Qualidade de Vida na Terceira Idade”, representa a


disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), requisito obrigatório da Graduação do
Curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense – UNESC. Seu objetivo é
“compreender os fatores que podem contribuir para a melhora da Qualidade de Vida
na Terceira Idade”.
Como metodologia, a pesquisa prevê entrevistas com 4 idosos , sendo 2 de cada
sexo, que frequentam o grupo de Terceira Idade de Nova Veneza.
As informações obtidas por meio das entrevistas serão utilizadas pela
pesquisadora e orientadora no presente TCC e a identificação dos entrevistados não será
revelada, sendo os mesmos identificados, na pesquisa, por pseudônimos. Uma vez
autorizado, as informações poderão ser utilizadas pela pesquisadora em textos acadêmicos:
relatórios e artigos, e os resultados da pesquisa poderão ser apresentados em eventos
científicos.
Assim, pelo presente consentimento livre e informado, declaro que fui esclarecido
(a), de maneira clara e detalhada a respeito do objetivo, justificativa, forma de trabalho desta
pesquisa.
Fui igualmente informado (a):
• Da garantia de requerer resposta a qualquer pergunta ou dúvida acerca
dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos relacionados à
pesquisa;
• Da liberdade de retirar meu consentimento, a qualquer momento, e deixar
de participar do trabalho, sem que me traga qualquer prejuízo;
• Da segurança de que não serei identificado (a) por meio de meu nome e
imagem pessoal, mantendo o caráter confidencial das informações
relacionadas à minha privacidade;
• De que serão mantidos todos os preceitos ético-legais assumidos pela
pesquisadora durante ou após o término da pesquisa;
• Do compromisso de acesso às informações em que todas as etapas da
pesquisa, bem como dos resultados;
• Da participação voluntária e sem qualquer tipo de remuneração.

Paula Pasetto Kirchner–acadêmica do Curso de Psicologia – UNESC–(48) 88125630


Rosa Nadir Teixeira Jerônimo – Orientadora do TCC – (48) 99561201.

Concordo com todas as condições da pesquisadora para utilização de


minhas informações:

Nome:________________________________________________________________

CPF:_________________________________________________________________

Data: Cocal do Sul,___/___/_____.


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ANEXOS
64

ANEXO A: FOLHA DE ROSTO – SISNEP


65

ANEXO B: PROTOCOLO DE ENCAMINHAMENTO


66
67

ANEXO C: PARECER CONSUBSTANCIADO


68
69

ANEXO D: CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA

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