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Solidão, Tédio e Desamparo: Uma Visão à Luz do Narcisismo

Gisèle de Mattos Brito, Belo Horizonte1

Este trabalho é uma reflexão sobre o sentimento de solidão, tédio e


desamparo, sob o vértice do narcisismo.
A autora utiliza material clínico em que demonstra como a diminuição
nas defesas narcísicas expõe o paciente a um profundo sentimento de solidão,
tédio e desamparo, assim como a uma acentuada angústia de se entregar à
relação com o analista, confiar e lidar com o sentimento de que ‘é só e ao
mesmo tempo dependente’ (Bion) e que precisa do outro para amar,
compartilhar e crescer.
Ressalta que embora o sentimento de solidão nunca seja superado, há
uma profunda diferença entre o sentimento de solidão e desamparo ligado às
ansiedades psicóticas, em que o narcisismo se estrutura, e o sentimento de
solidão ligado às ansiedades depressivas. No primeiro, as vivências de
desintegração predominam. No segundo, há uma vivência de integração com
toda a dor mental inerente a esse processo.

Unitermos: Narcisismo, Defesa, Trauma, Inveja, Solidão, Desamparo,


Dependência.

Introdução

Este trabalho é uma reflexão sobre o sentimento de solidão, tédio e


desamparo, sob o vértice do narcisismo.
A autora utiliza material clínico em que demonstra como a diminuição
nas defesas narcísicas expõe o paciente a um profundo sentimento de solidão,
tédio e desamparo, assim como a uma acentuada angústia de se entregar à
relação com o analista, confiar e lidar com o sentimento de que “é só e ao
mesmo tempo dependente” (Bion, 1962,1977).
Busca ressaltar a importância do narcisismo primário como
contemporâneo às primeiras relações objetais e sua relação com os processos
de identificação primária.

1
Gisèle de Mattos Brito é Membro Efetivo, Analista Didata, Docente da Sociedade Psicanalítica do Rio
de Janeiro e do Núcleo Psicanalítico de Belo Horizonte. É também Membro Efetivo, Docente da
Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
Este trabalho será apresentado no próximo Congresso Brasileiro de Psicanálise.

1
A analista entende o narcisismo como uma defesa, a que foi possível;
entretanto, acredita no narcisismo como uma defesa destrutiva, seja na relação
com os objetos externos, seja com o self.
Realça a importância dos aspectos inatos no desenvolvimento de
organizações narcisistas patológicas, assim como o importante papel do
trauma nas primeiras relações de objeto, concluindo que a fusão entre a inveja
primária e as falhas ambientais cria um quadro em que o narcisismo, como
defesa possível, é estabelecido.
Compartilha com Klein (1963), que embora o sentimento de solidão
nunca seja superado, observa que há uma profunda diferença entre o
sentimento de solidão e desamparo ligado às ansiedades psicóticas, em que o
narcisismo se estrutura, e o sentimento de solidão ligado às ansiedades
depressivas. No primeiro, as vivências de desintegração predominam. No
segundo, há uma vivência de integração com toda a dor mental inerente a esse
processo.
Destaca, ainda, o papel da pulsão de vida na busca de relações de objeto
sadias, impulsionando a pessoa a procurar análise, uma oportunidade de
encontrar, na relação com o analista, as condições de vínculo necessárias para
a aquisição de recursos, os quais possibilitem conter o ódio, a inveja, a dor, o
desamparo de ser só e precisar do outro para amar, compartilhar e crescer.

E afinal, existe narcisismo primário?

A polêmica em torno da existência ou não do narcisismo primário


postulado por Freud (1914) é antiga na psicanálise. Tenho como ponto de
partida que as relações de objeto precedem o narcisismo, como Freud (1992,
citado por Klein, 1991), assinala:

“Em primeiro lugar, a pulsão parcial oral encontra satisfação ligando-


se à saciação do desejo de nutrição; e seu objeto é o seio da mãe. Ela então se
distancia, torna-se independente e ao mesmo tempo auto-erótica, isto é,
encontra um objeto no próprio corpo da criança” (p.74)

Ou como destaca Freud (citado por Green, 1998): “Na época em que a
satisfação sexual estava ligada à absorção dos alimentos, a pulsão
encontrava seu objeto fora, na sucção do seio da mãe. Este objeto foi
posteriormente perdido, talvez precisamente no momento em que a criança se
tornou capaz de ver em seu conjunto a pessoa a quem pertence órgão que lhe
proporciona satisfação. A pulsão torna-se a partir de então auto-erótica...”
(p.124)

2
Portanto, não estou trabalhando com o narcisismo primário como
anobjetal. Não vejo como isso seja possível. Se pensarmos a respeito da teoria
das pulsões de Freud (1980) toda pulsão tem um objeto para sua satisfação, ou
seja, a pulsão tem um destino. Aqui Freud já está falando de uma disposição
às relações de objeto.

Melanie Klein (1991) é muito clara quanto a sua posição sobre o


narcisismo primário. As relações de objeto para Klein são contemporâneas ao
narcisismo e auto-erotismo na medida em que o bebê internaliza o objeto e,
em fantasia, estabelece relações com ele. Ela diz: “Reafirmei concisamente
minha hipótese: o auto-erotismo e o narcisismo incluem o amor pelo objeto
bom internalizado e a relação com o mesmo, o qual, na fantasia, constitui
parte do corpo e do self amados. É para esse objeto internalizado que, na
gratificação auto-erótica e nos estados narcísicos, ocorre uma
retirada”(p.74).

O ponto fundamental, no meu entender, é que Klein trabalha com


estados narcísicos e não estágio narcísico. O estágio pressupõe um tempo em
que o bebê não estabeleceria relações de objeto, e os estados narcísicos
incluem essa relação do bebê com o que foi internalizado, ou seja, uma
relação com esses objetos internos envolvendo fantasias, angústias e defesas.

Bion (1962), com a noção de pré-concepção, postula uma pré-


disposição para as relações de objeto, porque se o bebê tem uma pré-
concepção do seio, ou do casal parental, ele, teria uma pré-concepção de que
há algo, ou alguém, que possa lhe oferecer o alimento, o aconchego e o amor
de que necessita. Para Bion, quando o bebê realiza essa experiência de
satisfação ele forma o conceito.

Entretanto, André Green (1988) diz que não cabe negar a existência do
narcisismo primário em favor do amor objetal primário. Para Green, o amor
objetal primário, desde o início, marca a vida do bebê. Mas, do ponto de vista
do bebê, o objeto está incluído em sua organização narcisista; ou seja, ele é
incluído, como postulou Winnicott, descrevendo-o como objeto subjetivo do
bebê; ou, como denomina Kohut, self-objeto. Portanto, em sua opinião há uma
confusão, um equívoco. Alega tratar-se de “duas visões complementares
tomadas de dois pontos de vista diferentes” (p.52), uma monista e outra
dualista, proveniente de um terceiro observador, que está fora de relação mãe-
bebê.

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Penso que esta discussão é muito importante e não me parece sensato
excluirmos o conceito de narcisismo primário, se partirmos do ponto de vista
de que toda experiência, seja ela interna ou externa, comporta de um lado
elementos externos reais e de outro, o produto de fantasias. Desta forma,
temos uma díade inseparável, mãe-bebê, seja como objeto interno ou externo.
Essas inter-relações ocorrem através de inúmeros mecanismos de intercâmbio,
como projeções, introjeções, identificações e identificações projetivas, e vão
formando a base do desenvolvimento emocional primitivo.

Freud (1923) afirmou que na fase oral as catexias de objeto e as


identificações eram indistinguíveis umas das outras. Essa profunda
identificação do bebê com a mãe configura-se em um estado de narcisismo
primário em que não há diferenciação. Esse estado permanece como fonte de
idealização para o narcisista, como se nessa relação fosse possível viver todo o
amor e a compreensão sem palavras, sem falta, sem frustrações. Uma relação
idílica...

Lichtenstein (1964) já apontava que o conceito de narcisismo


transcendia as questões relacionadas às catexias de ego e objeto, afirmando a
importância dos processos de identificação primária em que o bebê, através do
espelho do rosto materno, pode perder seu self, sua alma, assim como
recuperar o self perdido.

Quando Winnicott (1978) diz que não há bebê sem mãe, penso que ele
se refere a algo assinalado por Bion (1973) e Green (1988, p.63): que a
verdadeira unidade do homem é o casal. O narcisismo, contemporâneo a essas
primeiras relações de objeto interno e externo, é, portanto, estruturante do
aparelho psíquico. É como muito bem postula Winnicott (1951) com a noção
de objeto transicional: a mãe é e não é o bebê, está dentro e fora de seu campo
subjetivo, e é preciso um tempo de ‘continuidade do ser’ para manutenção
dessa ilusão de unidade, capaz de criar uma confiança e o sentimento de
existência que contêm e sustentam o bebê, até que ele possa se sentir só na
presença da mãe (Winnicott, 1988). Assim, aos poucos, ele inicia um
movimento que vai da dependência a independência (Winnicott, 1963) e passa
a ser capaz de tolerar a dor e a frustração que toda experiência de separação
envolve.

Entretanto, sabemos que este é um ponto crucial, núcleo de toda


patologia narcisista. A meu ver, nunca alcançamos essa verdadeira unidade,

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seja na relação com o outro ou conosco. Há sempre uma desorganização no
contato com o outro, a unidade é buscada e não alcançada e isso desperta
emoções violentas, decepções profundas. Não podemos nos esquecer de que o
bebê, quando nasce, precisa enfrentar ansiedades paranóides próprias da
posição esquizo-paranóide em decorrência da pulsão de morte (Klein, 1982).

Para muitos analistas, e me incluo entre eles, todo paciente narcisista é


traumatizado. São pessoas feridas e expostas normalmente a decepções
profundas nas relações com os pais. Como sinaliza Green (1988): “Que
objetos lhes resta para amar senão eles mesmos?”(p.20). Partimos aqui para a
compreensão do narcisismo secundário, uma defesa fundamental para o
estabelecimento de organizações patológicas narcisistas.

Narcisismo Secundário: A defesa possível

Freud (1914) diz que o narcisismo secundário ocorre em função de


perturbações sofridas no desenvolvimento libidinal. A libido é afastada do
mundo externo e dirigida ao ego. Temos aí, segundo ele, a megalomania. Uma
postura mágica, onipotente e grandiosa ao lidar com a realidade, ou melhor,
para fugir dela. Referindo-se aos narcisitas diz: “sua necessidade não se acha
na direção de amar, mas de serem amados” (p. 105).

Robbins (1982) salienta que o conceito de narcisismo vem, ao longo do


tempo na literatura psicanalítica, recebendo uma multiplicidade de sentidos e
confusos usos: como um tipo de libido com um curso específico, um estado de
desenvolvimento primitivo indiferenciado, um tipo de escolha de objeto, um
aspecto de internalização a uma configuração regressiva, e ainda, como um
tipo de personalidade.

Britton (2003) agrupa, em três, os usos do narcisismo na literatura


psicanalítica. O narcisismo, de acordo com ele, descreve: a forma da libido
(carência de preocupação com o mundo externo e interesse por si mesmo), a
natureza do objeto (força inata na personalidade contra as relações com os
objetos que não o self), e o caráter da pessoa (desordens narcísicas).

O narcisismo passou a ser compreendido e elaborado, para analistas


como Rosenfeld (1971), Britton (2003) e muitos outros, à luz das pulsões de
vida e de morte. Isso gerou, e gera, muitas confusões. Para esses analistas, há
um narcisismo libidinal, no qual o amor a si mesmo seria substituto do amor à

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mãe - sentido como impossível - em decorrência, seja de um trauma nas
primeiras relações de objetos, seja de uma hostilidade básica, inata às relações
de objetos. É visto como libidinal quando há uma idealização de partes do
self, através de fantasias onipotentes, as quais buscam supervalorizar o amor e
qualidades do próprio self, e, por outro lado, uma busca em retê-los.

Para esses autores, no narcisismo destrutivo haveria uma força maior da


inveja e da hostilidade para com as relações de objeto, de tal forma que os
aspectos destrutivos do self são idealizados e a morte passa a ser vista “como a
solução para todos os problemas”. Essa destrutividade é dirigida tanto para as
relações de objeto libidinais externas, quanto para as relações com as partes
sadias do self, as quais conseguem lidar com os sentimentos de dependência e
as angústias delas decorrentes.

Britton (2003) propõe que as desordens narcísicas emergem como uma


organização defensiva para proteger a pessoa de um superego destrutivo ou
de uma antipatia às outras pessoas (inveja primária). Acrescenta que esse
estado narcísico não é simplesmente uma retirada da libido dos objetos
externos para os objetos internos. Destaca que um particular tipo de relação
objetal narcísica é criado pela identificação projetiva entre o self e o ego-ideal,
substituindo a relação entre o ego e superego. Sinaliza que neste movimento
as qualidades dos objetos internos são negadas.

Hanna Segal (1998) discorda de Rosenfeld quanto à distinção entre


narcisismo libidinal e narcisismo destrutivo. Para ela o narcisismo é sempre
destrutivo, pois se baseia na pulsão de morte e na inveja. Sua ênfase repousa
nos aspectos hostis inatos às relações de objeto, definindo o narcisismo e a
inveja como sendo “dois lados de uma mesma moeda”(p.86). Entretanto,
neste mesmo artigo, ela diz que quando há um predomínio da pulsão de vida
há uma relação amorosa entre self e objeto, e que, no narcisismo, há um
ataque às relações que promovem a vida e o amor próprio saudável.

André Green (1988) também pensa o narcisismo dentro das teorias das
pulsões de vida e morte; entretanto, sua ênfase recai na forma como a pessoa
reage ao impacto das frustrações e decepções na relação com o casal parental.
Ou seja, Green enfatiza o trauma como motivador do refluxo narcisista e
quando a pessoa não dá conta de sustentar a ilusão da megalomania, através de
fantasias onipotentes e idealizadas do eu, ela passa a atacar os objetos
traumatizantes, internos e externos. Isso seria uma reação e tentativa de

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neutralização através das pulsões destrutivas. Entende que, neste sentido, o
narcisismo passaria de positivo a negativo.

Para Neville Symington (2003), o narcisismo é quase sempre fruto de


um trauma. A questão do trauma ganha realce no sentido de que, para ele, os
traumas sofridos na infância não são suficientes para explicar o narcisismo,
mas sim a resposta individual da pessoa a eles. Propõe que há uma relação
emocional com o trauma e que a essência do narcisismo “é o ódio ao
relacional - ódio a alguma coisa inerente ao nosso próprio ser”(p.18). Para
Symington, o nascimento emocional repousa em uma escolha. É no outro que
a pessoa procura uma alternativa para encontrar a si mesma. Denomina esse
outro de gerador de vida. O gerador de vida é para ele um objeto interno e
externo.

Entendo o narcisismo como uma defesa, a que foi possível, contra


angústias de natureza psicótica. Entretanto, sou a favor da opinião de que a
pessoa lança mão dessa defesa quando muitas outras falharam, ao tentar dar
conta do desespero e da solidão a que o desencontro entre as primeiras
relações de objeto a expôs.

Neste sentido, concordo com Segal: vejo o narcisismo como uma defesa
sempre destrutiva. A pessoa ataca a relação com o objeto externo, volta a
libido para si mesma e cria, como postula Britton (2003), uma relação especial
entre o self e o ego ideal. Entretanto, o ataque não tem como alvo apenas as
relações objetais externas, mas também internas. Quando a pessoa ataca seus
valores e recursos internos ela se empobrece e aferra-se a um delírio
onipotente e grandioso que não têm consistência, não se mantém na realidade;
a pessoa acaba por desqualificar-se ainda mais, alimentando, dessa forma, um
ciclo vicioso maníaco-depressivo.

Está claro, nos posicionamentos acima citados, que há uma divisão


entre os autores. Um grupo enfatiza os aspectos inatos - destacando o papel da
inveja como fator principal na escolha e desenvolvimento de patologias
narcísicas. Outro grupo enfatiza o trauma nas primeiras relações de objeto
como desencadeante da fuga narcisista. Minha opinião é que esses dois
aspectos são de grande importância e não podem ser excludentes.

Bion (1962), no capítulo 12 de Aprender com a Experiência, assinala a


importância dessa relação entre os aspectos inatos e ambientais. Concordo

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plenamente com Bion quanto a ênfase posta na relação entre a capacidade de
tolerância do bebê à frustração e a capacidade de rêverie materno.

Penso que a existência de uma pulsão de morte foi um grande legado


deixado por Freud (1920) e que a inveja primária, como postulou Klein
(1957), é a manifestação dessa pulsão. A pulsão de vida é a de soberana
importância, pois se ela não puder conter a pulsão de morte, a destrutividade
impera. Sua presença poderá ser vista na disponibilidade às relações com o
outro, em sua capacidade de amar.

As pulsões permeiam nossas relações com objetos internos e externos e,


a todo tempo, estão sendo mobilizadas. Entretanto, as experiências de vida
real também despertam emoções profundas, em grau e intensidade variáveis
em cada um de nós. Portanto, concordo com a noção de trauma, como aponta
Symington, que só poderá ser dimensionado dependendo da reação da pessoa
a ele. Acho, no entanto, que essa noção de trauma se completaria com a idéia
de que as pré-concepções, como postula Bion, irão, na vida extra-uterina,
determinar a maior ou menor capacidade de reagir ao trauma. Isso, penso eu,
está em linha com a noção das Séries Complementares de Freud (1917).

Entendo, ainda, que a reação da pessoa ao trauma, a decepção e ódio


despertados unem-se às pulsões destrutivas inatas e potencializam o trauma.
Penso que a inveja primária e a intensidade do trauma sentido são
conjuntamente responsáveis pela escolha do narcisismo como defesa. O
narcisismo é acionado para tentar dar conta de um ódio imenso às relações de
objeto com o mundo externo e interno, decorrentes da fusão entre a inveja e a
falha ambiental. Esse ataque generalizado, esse colapso, só não é pior porque
protege a pessoa da psicose franca.

As palavras do poeta Raul de Leoni traduzem bem, a meu ver, a busca


idealizada do narcisista.

LEGENDA DOS DIAS


Raul de Leoni

O Homem desperta e sai cada alvorada

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Para o acaso das cousas... e, à saída,
Leva uma crença vaga, indefinida,
De achar o Ideal nalguma encruzilhada...

As horas morrem sobre as horas... Nada!


E ao Poente, o Homem, com a sombra recolhida
Volta, pensando: “Se o Ideal da Vida
Não veio hoje, virá na outra jornada...”

Ontem, hoje, amanhã, depois, e, assim,


Mais ele avança, mais distante é o fim,
Mais se afasta o horizonte pela esfera;

E a Vida passa... efêmera e vazia:


Um adiamento eterno que se espera,
Numa eterna esperança que se adia...

A busca idealizada do narcisista de uma unidade perfeita que o contenha


e sustente, a qual lhe dá a ilusão onipotente de segurança, amor e potência, é
eternamente esperada e dolorosamente frustrada. Como muito bem nos aponta
Klein (1963): a perda da idealização, ou melhor, a diminuição desta leva a
profundos sentimentos de solidão.

Caso Clínico

Trata-se de uma pessoa ligada às áreas de humanas, com grande cultura


e conhecedora dos problemas sociais. Viveu desde menino em ambiente
familiar bastante depressivo, permeado por tragédias. Perdeu avós, tios e
primos em um grande acidente de trem. Fala da mãe como sendo muito
deprimida, tendo sofrido recorrentes internações psiquiátricas e do pai, como
uma pessoa carinhosa, mas distante, um grande intelectual. É o terceiro de
uma prole de cinco, três dos quais bastante deprimidos. Procurou análise em
função de intensa angústia e sentimento de incompetência para estabelecer
laços de intimidade com as pessoas, especialmente na relação amorosa.

O paciente chega à sessão muito angustiado, manifestando sintomas


somáticos, como dores no estômago, mal estar físico, tonturas, um sentimento

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de desconforto, o qual descreve como um estado de torpor, de confusão
generalizada, de paralisia, impedindo-o de produzir no trabalho e de dormir.

Relata seu desespero, profundo tédio e desesperança em tudo quanto às


suas possibilidades e, ao mesmo tempo, uma grande excitação: insatisfeito
sempre, busca virtuais relacionamentos através da internet. Fala das inúmeras
parceiras e experiências vividas uma após outra, e do sentimento de
incompletude no relacionamento com essas mulheres. Ao mesmo tempo,
relata que gosta desses relacionamentos, pois vive muitas experiências novas e
interessantes, com mulheres sexualizadas, experientes. Por outro lado, diz que
tudo isso é muito desgastante, precisa administrar esses contatos; senta-se para
trabalhar e, como não consegue, acaba entrando em um site para buscar
contatos virtuais. “Ontem eu acabei conseguindo conversar com aquela moça
que te falei, muito bonita, nova, vinte e cinco aninhos de pura beleza, fiquei
horas conversando com ela. Ela tem um jeito bem estranho. Marcamos de nos
encontrar.”

Na medida em que fala, eu observo a diferença na tonalidade de sua


voz: ele chegara arrasado, com a voz embargada, mas depois passou a
conversar animado ao referir-se às experiências sexuais com mulheres. Senti
essa oscilação em seus sentimentos e penso no quanto essa pessoa sofria, e ao
mesmo tempo, como se arriscava se envolvendo com mulheres tão
perturbadas. Digo, então, algo mais ou menos assim:

“Percebo o quanto se sente só, desamparado e como busca um encontro


desesperadamente. Aqui, em contato comigo, ao falar e ao compartilhar seus
sentimentos, percebo-o mais animado. Mas também me chama a atenção
como você se joga nas relações sem limites, de forma mortífera, na medida em
que se esparrama e se perde no contato com todas essas mulheres, com as
quais, de diferentes formas, percebo que se sente identificado, confundido.”

Ele me diz: “Entendo o que está falando, mas percebo que há uma
mudança no seu entendimento. Inicialmente parecia que achava que essa
busca insistente era devido a não encontrar, em uma só, o que eu procurava,
uma relação de amor e encantamento sexual que é algo tão importante para
mim. Agora, parece que você está entendendo essa busca, não como uma
busca, mas como um desespero para escapar do tédio e da solidão que sinto.”

Eu digo, então, que me parece ser as duas coisas juntas.

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Passamos a trabalhar esse aspecto intensamente, fazemos várias
correlações com sua necessidade de idealização de uma relação perfeita, total,
em que sinto um forte traço de uma depressão suicida. Passada uma semana, o
paciente pede-me uma sessão extra, devido a uma vivência intensa, que
deixou-o muito confuso e assustado.

Seu recado na secretária eletrônica é: “Gisèle, preciso muito conversar


com você”. Ao encontrá-lo percebo sua fisionomia contraída, estava
angustiado.

Reencontrara-se com a antiga namorada, pessoa por quem fora muito


apaixonado e com a qual pensara em se casar. Segundo o paciente, o
relacionamento havia terminado devido a uma falta de envolvimento da parte
dela. O reencontro se deu em uma situação de trabalho que, novamente, os
envolveu. Sentiu-se muito abalado. Encontraram-se de forma apaixonada,
ambos arrependidos pelo rompimento. Relata, entretanto, que havia um
sentimento de profunda angústia misturado a um sentimento de amor, “de um
prazer que era tudo, uma amorosidade, um aconchego imenso”, o qual fazia-o
sentir-se com vontade de se casar, de ficar com essa mulher para o resto de sua
vida.

Numa situação em que estavam juntos, depois de uma relação sexual


prazerosa, ela disse que queria estar com ele em outro mundo, pois este
mundo era de muito sofrimento. Ele a questionou: “Como outro mundo?” Ao
que ela respondeu: “Assim, cair no vácuo, outra vida”. Disse, que naquele
momento, sentiu um pavor, viu-se compactuando com a morte. A depressão
dela e as dificuldades que nela via de relacionar-se eram bem maiores que as
suas. Estava angustiado e assustado com tudo aquilo, e, ao mesmo tempo, não
podia negar o profundo amor que sentia, a vontade de estar junto.
A- Sim. Parece-me que o que está te assustando e angustiando muito é
a percepção desse colorido mortífero dentro dessa relação de amor.

P- “Acho que sim”.

Relembra as primeiras vezes em que esteve com ela, quando mal a


conhecia, e nas quais passeavam, trocando olhares, em um parque que
divisava uma cachoeira. “Sentia em seu olhar um carinho, um amor... que foi
o que mais me marcou em toda nossa relação. Ali, com ela, nos entreolhando,
olhei para cachoeira e pensei em pular”.

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Percebo a fantasia idealizada de uma relação de amor perfeita,
completa, que contém tudo, sua atração fatal no sentido de ir ao encontro
dessa fantasia e, ao mesmo tempo, seu medo e esforço para não se entregar.
Lembro que essa era uma sessão extra. Sinto uma grande tensão, o clima é
pesado, angustiante. Consigo dizer-lhe algo assim:

A- Pular, e congelar esse amor, parar tudo ali; para, quem sabe,
conseguir manter vivo o que sente, quando, na verdade, o
calendário passa; assim como a vida, cheia de desencontros e
frustrações. Mas veja, ontem você não pulou, você me pediu
uma sessão extra, buscou esse encontro vivo para pensar
comigo, está podendo pular para fora dessa relação suicida.
Não acaba com tudo, não congela tudo. Você se sente só,
angustiado e, ao mesmo tempo, podendo depender de mim.

P- “Sim, me sinto muito melhor quando estou aqui, mas esse


sentimento não se sustenta, pela manhã já me sinto mal,
sozinho, com sentimento de que não tenho como mudar. Choro.
Às vezes durmo para não pensar, me sinto tão fraco e
vulnerável. Não consigo produzir. Quando vejo essa depressão
na C. sinto que ela precisa muito mais do que eu de análise,
mas não quer fazer”.

Enquanto fala, percebo que não se dá conta de que fala de uma depressão que
é sua. Penso nessa depressão com angústia porque sinto o risco. Temo que ele
possa não suportar e suicidar-se. Então, digo algo mais ou menos assim:

A- Veja, você se sente melhor quando vem para a análise, tanto que
me pede uma sessão extra. Entretanto, sente que não é suficiente,
mas reluta em aumentar o número de vezes que vem aqui. Como a
C, por outro lado, que não quer se tratar, você busca se afastar da
sua depressão, fazendo sexo com tantas mulheres, procurando
contatos virtuais, mas acaba sentindo-se só. No fundo sinto que
tem muito medo de não suportar enfrentar sua depressão aqui
comigo e acabar com a sua vida. Mas você mesmo pode perceber
que corre grande risco quando imagina uma relação perfeita,
numa outra vida, e se dá conta de que está compactuando com a
morte.

P- “ (Longo Silêncio) Acho que sim... (pausa) é verdade.”

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Permanecemos em silêncio um pouco. Sinto um silêncio pesado, me
sinto muito cansada. Despede-se de mim e enquanto aperta minha
mão, diz: “Obrigado”.

Comentários

Klein (1963), em seu seminal trabalho sobre o sentimento de solidão,


fala da solidão como decorrente de uma ânsia onipresente por um estado
interno perfeito, inalcançável. No estado de solidão podem predominar
ansiedades psicóticas ou depressivas.

Quando prevalecem ansiedades de natureza psicótica, há um


predomínio de mecanismos de defesa como: cisão e identificação projetiva. A
pessoa sente-se não integrada, despedaçada, não tem a posse sobre seu self,
não pode introjetar um objeto sentido como bom. Portanto, não pode sentir
estabilidade. O sentimento de solidão e o desamparo são imensos porque a
pessoa ainda pode se confundir com os outros, perdendo a capacidade de
discriminar o bom e o mau objeto.

Por outro lado, as angústias de natureza depressiva também despertam


muito sofrimento, porque a pessoa se depara com a necessidade de conter seus
aspectos destrutivos e amorosos. Se, a falta de integração é dolorosa,
desesperadora, a busca de integração também o é. A solidão aqui emerge tanto
da sensação de estar só para lidar com partes destrutivas do self, quanto do
sentimento da incapacidade de integração.

Segundo Klein (1963) o sentimento de solidão nunca é superado, mas


há uma profunda diferença entre o sentimento de solidão e desamparo ligado
às ansiedades psicóticas, em que o narcisismo se estrutura, e o sentimento de
solidão ligado às ansiedades depressivas. No primeiro, as vivências de
desintegração predominam. No segundo, há uma vivência de integração com
toda a dor mental inerente a esse processo.

Penso que João caminha no sentido da integração. Há uma perda da


idealização seu contato com o mundo externo e interno tem se modificado. Ele
percebe sua necessidade de idealização, de uma relação total, perfeita, de uma
compreensão sem palavras, mas também percebe a depressão, o quanto
contém impulsos destrutivos, assassinos. E sente-se só, desamparado e muito
assustado.

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A diminuição do sentimento de solidão para Klein se apóia na
possibilidade de internalização de um objeto bom no ego, possibilitando uma
identificação e desta forma, fortalecendo a confiança no objeto e no self.
Como conseqüência, há uma diminuição dos impulsos destrutivos e da
severidade do superego. Ela enfatiza a força inata do ego neste processo.
Entretanto, como assinalei, a capacidade de contenção, pelo analista (Bion), da
violência do paciente, assim como de sua capacidade para pensar em meio ao
bombardeio de identificações projetivas, se mantendo vivo, presente e em
uníssono (Ferro, 1998) com o paciente, favorece uma identificação com o
analista, fortalecendo o ego do paciente.

A possibilidade de entregar-se e expor-se na relação analítica


permanece entremeada de ambivalências intensas, nas quais aproxima-se e
distancia-se, num movimento de confiança e desconfiança em relação à
possibilidade de relação comigo. Paradoxalmente, entregar-se à relação
analítica é vivido como uma morte pela perda e renúncia das relações
narcisistas idealizadas. Como também teme não suportar a depressão e acabar
com sua vida.

Temos vivido momentos de aproximação, de encontro, sentidos por ele


como de grande sintonia e momentos nos quais ele se distancia, desvaloriza
nossa relação, manifesta sua desilusão quanto a possibilidade da análise ajudá-
lo a mudar estruturalmente o estado de solidão e depressão constantes.

João é um menino traumatizado por experiências com uma mãe muito


deprimida e um pai bem sucedido nos negócios e com as mulheres, mas
ausente em atender as suas dificuldades e angústias. Tudo isso somado à
idealização e à inveja, a qual se manifesta em relação à potência do pai, seu
brilho intelectual e financeiro, contribuiu para a formação de um narcisismo
como defesa contra angústias profundas.

Com anos de análise, João vem diminuindo o uso dessas defesas


narcisistas, as quais o expõe a relacionamentos mortíferos, enlouquecidos,
com mulheres muito perturbadas, com as quais não consegue estabelecer
vínculos de confiança e entrega. Há um profundo ataque às relações com elas.
Se por um lado as idealiza, em seus corpos “perfeitos” e sua juventude, em
suas orgias, por outro ataca a si próprio, desqualificando-se como homem
bonito, inteligente e capaz. Fica paralisado, aprisionado a um quadro
psicossomático e a um mal estar generalizado.

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Sua análise caminha. A confiança em mim como analista, com quem
pode vincular-se e entregar-se, ganha espaço dia a dia, fruto de um trabalho
cuidadoso e firme para ajudá-lo a suportar a solidão, o tédio e o desamparo,
aos quais a diminuição dessas defesas o expõe, transformando-os em
dependência madura, que inclui o prazer e a dor de ser só e, ao mesmo tempo,
dependente.

Solitude, Tedium and Helplessness: A vision under the Light of


Narcissism

This paper is a reflection on the feeling of solitude, tedium and


helplessness under the vertex of narcissism.
The author utilizes clinical material in which she demonstrates how the
reduction of narcissistic defenses exposes the patient to a profound feeling of
solitude, tedium and helplessness, as well as to a prominent anguish of
handing himself over to the relation with the analyst, of trusting and dealing
with the feeling that he ‘is alone and at the same time dependent’ (Bion) and
need the other to love, share and grow.
It points out that even though the feeling of solitude is never overcome,
there is a profound difference between the feeling of solitude and helplessness
linked to psychotic anxieties, in which narcissism is structured, and the feeling
of solitude linked to depressive anxieties. In the first, the disintegration
experiences prevail. In the second, there is an experience of integration with
all the mental pain inherent to the process.

Key words: Narcissism, Defense, Trauma, Envy, Solitude,


Helplessness, Dependence

Soledad, Tedio Y Desamparo: Una Visión a la Luz del Narcisismo

Este trabajo es una reflexión sobre el sentimiento de soledad, tedio y


desamparo, bajo el vértice del narcisismo.
La autora utiliza material clínico, en el que demuestra como la
disminución en las defensas narcisistas expone al paciente a un profundo
sentimiento de soledad, tedio y desamparo; así como a una acentuada angustia
de entregarse a la relación con el analista, confiar y lidiar con el sentimiento

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de que “es sólo y al mismo tiempo dependiente” (Bion), y que precisa del otro
para amar, compartir y crecer.
Resalta que aunque el sentimiento de soledad nunca sea superado, hay
una profunda diferencia entre el sentimiento de soledad y desamparo, ligado a
las ansiedades psicóticas, en que el narcisismo se estructura; y el sentimiento
de soledad ligado a las ansiedades depresivas. En el primero, las vivencias de
desintegración predominan. En el segundo, existe una vivencia de integración
con todo el dolor mental inherente a ese proceso.

Palabras claves: Narcisismo, Defensa, Envidia, Soledad, Desamparo,


Dependencia.

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Gisèle de Mattos Brito


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