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ISSN 1516-1811

Paleontologia em Destaque
Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Paleontologia
Edição Especial • Julho, 2018

Boletim de Resumos
XI Simpósio Brasileiro de
Paleontologia de Vertebrados

Editores
Ana Emilia Quezado de Figueiredo
Paulo Victor de Oliveira
Boletim de Resumos
XI Simpósio Brasileiro de
Paleontologia de Vertebrados

Editores
Ana Emilia Quezado de Figueiredo
Paulo Victor de Oliveira
Apoio

FUNDAÇÃO DE AMPARO A PESQUISA


DO ESTADO DO PIAUÍ

CULTURA
Secretaria de Cultura do Piauí
ISSN 1516-1811

Paleontologia em Destaque
Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Paleontologia
Edição Especial • Julho, 2018

Boletim de Resumos
XI Simpósio Brasileiro de
Paleontologia de Vertebrados

Editores
Ana Emilia Quezado de Figueiredo
Paulo Victor de Oliveira
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PALEONTOLOGIA

Presidente
Renato Pirani Ghilardi
Vice-Presidente
Annie Schmaltz Hsiou
1º Secretário
Taissa Rodrigues Marques da Silva
2º Secretário
Rodrigo Miloni Santucci
1º Tesoureiro
Marcos César Bissaro Júnior
2º Tesoureiro
Átila Augusto Stock da Rosa
Diretor de Publicações
Sandro Marcelo Scheffler

S612 Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados (7. : 2018 : Teresina, PI)


Boletim de Resumos / Paleontologia em Destaque : Boletim Informativo da
Sociedade Brasileira de Paleontologia ; editores Ana Emilia Quezado de Figueiredo,
Paulo Victor de Oliveira – Vol. 1, n. 1 (1984)- . –
Teresina, PI : UFPI, 2018- .

Irregular.
ISSN: 1516-1811

1. Geociências. 2. Paleontologia. 3. Sociedade Brasileira de Paleontologia.


COMISSÃO ORGANIZADORA

Presidente
Juan Carlos Cisneros • UFPI/Teresina
Tesouraria e Site
Daniel Fortier • UFPI/Floriano
Coordenação Científica
Ana Emilia Quezado • UFPI/Floriano
Paulo Victor Oliveira • UFPI/Picos
Secretaria
Ana Emilia Quezado • UFPI/Floriano
Willian Matsumura • UFPI/Teresina
Renata Quaresma • UFPI/Teresina
Atividades Culturais
Paulo Victor Oliveira • UFPI/Picos
Renata Quaresma • UFPI/Teresina

Comitê de Apoio (alunos da UFPI)


Edenilson de Sousa • Floriano
Emanuelle Costa • Foriano
Isabela Passarinho • Floriano
Jaqueline Neiva • Picos
Jhenys Maiker • Picos
José Luiz Torres • Teresina
Layane Moura • Picos
Letícia Silva Dutra • Teresina
Lysia Cunha • Teresina
Mariana Soares • Picos
Marksuel Vera • Picos
Nailton Luz • Floriano
Raiany de Moura • Floriano
Sara Campelo • Teresina
Tacyana de Carvalho Dias • Teresina
Victor Fontes • Teresina
Ygor Matheus • Teresina
COMISSÃO CIENTÍFICA

Ana Emilia Quezado de Figueiredo • UFPI


Annie Schmaltz Hsiou • USP
Daniel Costa Fortier • UFPI
Douglas Santos Riff • UFU
Felipe Lima Pinheiro • UNIPAMPA
Fernando Henrique de Souza Barbosa • UERJ
Heitor Francischini • UFRGS
Herminio Ismael de Araujo Junior • UERJ
Juliana Manso Sayão • UFPE
Kleberson de Oliveira Porpino • UERN
Leonardo Rodrigo Kerber Tumeleiro • UFSM
Marcel Baêta Lacerda Santos • UFPR
Marcos André Fontenele Sales • IFCE
Marina Bento Soares • UFRGS
Mário André Trindade Dantas • UFBA
Paula Dentzien-Dias • FURG
Paulo Rodrigo Romo de Vivar Martínez • UFRGS
Paulo Victor de Oliveira • UFPI
Taissa Rodrigues Marques Da Silva • UFES
Valeria Gallo da Silva • UERJ
Victor Eduardo Pauliv • FIE
APRESENTAÇÃO

Em 2018 o Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados completa 20 anos. Isto


pode parecer pouco, no tempo geológico, mas reflete a consolidação de um fascinante campo
de investigação que se estabeleceu no Brasil a partir dos trabalhos de Llewllyn Ivor Price e que
continua em plena expansão.

Desde a sua primeira edição em 1998, na UFRGS, em Porto Alegre, o SBPV tem ocorrido
em diversas cidades nas quais a Paleontologia de Vertebrados vem sendo praticada,
impulsionando o desenvolvimento local e regional desta ciência. Passadas duas décadas, o SBPV
se configura como um evento sólido, que, nesta ocasião, retorna ao Nordeste. Região com
elevado potencial paleontológico, onde os estudos com paleovertebrados vem se fortalecendo,
graças ao crescente número de profissionais atuando em suas diversas universidades.

A XI edição do SBPV chega ao Piauí! Um estado essencialmente paleontológico, com


depósitos sedimentares das bacias do Parnaíba, do Araripe, Sanfranciscana, e de Padre Marcos;
além de cavernas e lagoas quaternárias. Os depósitos sedimentares do estado encerram um
patrimônio fossilífero exuberante, que abrange registros de vertebrados marinhos e
continentais, com idades desde o Devoniano ao Pleistoceno. A própria cidade de Teresina
documenta parte deste legado paleontológico de maneira incomum. A capital do estado possui
uma floresta petrificada de idade permiana (Formação Pedra de Fogo), que aflora nas margens
do Rio Poti, em plena área urbana. Nela podemos encontrar desde estromatólitos até troncos
em posição de vida de Teresinoxylon (“caule de Teresina”). Afloramentos da Formação Pedra de
Fogo podem ser observados em diferentes áreas da cidade, e suas rochas, muitas vezes
contendo fósseis, são amplamente usadas como material para construção de estacionamentos,
ruas, praças e muros. Em Teresina vive-se no Permiano.

Foi também no estado do Piauí, em uma localidade situada entre os municípios de Oeiras
e São Gonçalo Amarante (atual Amarante), que o naturalista alemão Carl Friedrich Phillip von
Martius coletou, entre 1817 e 1820, um espécime fóssil publicado por Adolphe Théodore
Brongniart em 1872 como Psaronius brasiliensis. Esta samambaia representa o primeiro fóssil
vegetal formalmente descrito para o Brasil.

O logotipo do XI SBPV homenageia o trabalho de Price no Nordeste e, especificamente,


no Piauí. Nele encontra-se representado o Prionosuchus plummeri Price 1948, o maior anfíbio da
Era Paleozoica, cujos fósseis foram encontrados a poucos quilômetros da cidade de Teresina.

Os palestrantes convidados a esta edição do SBPV constituem um grupo heterogêneo.


São profissionais que representam diversas linhas de pesquisa ou áreas afins à Paleontologia de
Vertebrados: Dr. Igor Schneider (UFPA, Belém), Dra. Marisol Montellano (UNAM, México DF), Dr.
Fernando Abdala (Instituto Miguel Lillo, Tucumán), Dr. Roger Smith (Universidade de
Witwatersrand, Joanesburgo) e Dr. Matthew Bonam (Stockton University, New Jersey).
Consideramos ainda de igual valor, a realização de duas mesas redondas, ambas com temas de
relevância social: Divulgação Científica e Assédio na Paleontologia. Não menos importante,
temos a tradicional mostra e concurso de paleoarte, que constituem uma ponte vital entre a
Paleontologia e o público leigo. Nesta edição do SBPV, contamos com auxílios-viagem para
facilitar a vinda de estudantes que tenham dificuldades em custear as suas passagens para
Teresina.

A organização do XI SBPV é produto do esforço de paleontólogos de diferentes campi da


UFPI. Além do nosso trabalho, foi valiosa a participação dos colegas e alunos que compõem os
comitês deste simpósio. O XI SBPV contou ainda com o auspício da Sociedade Brasileira de
Paleontologia (SBP), e o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Piauí (FAPEPI), e da
Secretaria de Cultura do Estado do Piauí (SECULT). Desta vez, o simpósio será realizado na capital
com a média mais alta de temperatura no Brasil! Nosso desejo é que isto se traduza em um
evento com muitas novidades e com muito calor humano.

Desejamos a todos um ótimo simpósio.

Comissão Organizadora
SUMÁRIO

PALESTRAS

Recientes avances en el conocimiento de cinodontes basales del Permo-Triásico


del Karoo sudafricano
Fernando ABDALA; Sandra JASINOSKI; Leandro GAETANO Michael DAY; Roger
SMITH; Bruce RUBIDGE ............................................................................................................................................................ 18

Evolução da regeneração de membros em vertebrados


Sylvain DARNET; Jamily LORENA; Danielson B. AMARAL; Andrew W. THOMPSON;
Amanda N. CASS; Marcos P. SOUSA; Vivien BOTHE; Nadia B. FRÖBISCH; Marcus C.
DAVIS; Ingo BRAASCH; Patricia N. SCHNEIDER; Igor SCHNEIDER ............................................................................. 19

FAUNA TERRESTRE DEL MESOZOICO DE MÉXICO: UNA ACTUALIZACIÓN


Marisol MONTELLANO BALLESTEROS ............................................................................................................................... 20

Elbow posture and range of movement in alligators and birds: implications for
forelimb movement and posture in non-avian dinosaurs
Matthew F. BONNAN ................................................................................................................................................................ 21

Latitudinal moderation of end-Permian mass extinction in southern


Gondwana: evidence from South Africa and Antarctica
Roger M. H. SMITH; Jennifer BOTHA-BRINK; Christian A. SIDOR; Neil J. TABOR ................................................... 22

TRABALHOS

Primeiro registro de interação carnívoros versus herbívoros terrestres para o


Permiano do RS, Brasil
Camila Scartezini de ARAUJO; Brodsky Macedo de FARIAS; Voltaire Dutra PAES NETO;
Marina Bento SOARES .............................................................................................................................................................. 23

Ocorrência de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em sedimentos clásticos de


uma caverna na região norte da Bahia
André Vieira de ARAÚJO .......................................................................................................................................................... 24

Semi-aquatic adaptations in a spinosaur from the Lower Cretaceous of Brazil


Tito AURELIANO; Aline M. GHILARDI; Pedro V. BUCK; Matteo FABBRI; Adun SAMATHI;
Rafael DELCOURT; Marcelo A. FERNANDES; P. Martin SANDER ................................................................................. 25

Can bone erosions caused by infections be considered an


ichnological evidence?
Fernando Henrique de Souza BARBOSA; Lucas Henrique Medeiros da SILVA;
Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR ................................................................................................................................. 26

Peixes fósseis da Formação Santana da Coleção de Paleontologia da UERJ:


aspectos taxonômicos e tafonômicos
Letícia P. BELFORT; Hermínio I. ARAÚJO-JÚNIOR ............................................................................................................ 27
Extracción por mar del primer misticeto articulado del Mioceno, Formación
Puerto Madryn, de Patagonia .
Santiago BESSONE; Ricardo Bruno VERA; Julio Cesar RUA; Pablo Fernando PUERTA ......................................... 28

Elasmobranch dermal denticles from the Lower Cretaceous Quiricó Formation,


Sanfranciscana Basin, southeast Brazil
Jonathas S. BITTENCOURT; Leonardo Campos CASTRO; Léo Galvão FRAGOSO .................................................. 29

Evolution of the cranial morphology of Dromaeosauridae (Dinosauria,


Theropoda)
Natan Santos BRILHANTE; Rafael DELCOURT ................................................................................................................... 30

Skeletochronology of the axial skeleton of three lithostrotians (Dinosauria:


Titanosauria)
Arthur Souza BRUM ................................................................................................................................................................... 31

The evolution of pneumatic foramina in pterosaur vertebrae


Richard BUCHMANN; Taissa RODRIGUES .......................................................................................................................... 32

Occurrence of tetrapod fossils in Goiás state: A rediscovery in Central Brazil


Carlos Roberto A. CANDEIRO; Stephen BRUSATTE; Felipe M. SIMBRAS .................................................................. 33

A comparison of Pterodactylus (Pterosauria, Archaeopterodactyloidea) brain


and inner ear to other pterosaurs
Filipe Gratz CARDOZO; Gabriela SOBRAL; Taissa RODRIGUES .................................................................................... 34

A importância dos Museus, em conjunto com a educação formal, no ensino de


Paleontologia
Thaís S. CARVALHO; Carolina S. I. NASCIMENTO; Pietra M. MICHELETTI; Jorge F. M. de
JESUS; Marcelo A. FERNANDES .............................................................................................................................................. 35

Paleoecologia isotópica (δ C, δ O) de fósseis de mamíferos de médio porte de


grutas da Bahia
Jociara Silva COSTA; Alexander CHERKINSKY; Mário André Trindade DANTAS .................................................... 36

Interações paleossinecológicas da megafauna quaternária preservadas nos


tanques fossilíferos de João Cativo (Itapipoca, Ceará, Brasil)
João Paulo da COSTA; Lucas Henrique Medeiros da SILVA; Hermínio Ismael de
ARAÚJO-JÚNIOR ........................................................................................................................................................................ 37

Auxílio da luz UV para medições morfométricas na análise ecomorfológica de


Dastilbe crandalli (Jordan, 1910)
Isa Marielle COUTINHO; Tássia Juliana BERTOTTO; Thales Henrique Menezes Silva do
NASCIMENTO; Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA ................................................................................................................... 38

Isotopic paleoecology (δ C, δ O) of early Cenomanian (Upper Cretaceous)


vertebrates from North Africa and Brazil: ecological niche and overlap
Mário A. T. DANTAS; Mateus MELOTTI; Taissa RODRIGUES; Rodrigo G. FIGUEIREDO ......................................... 39
Understanding food ecology and paleoenvironment of late Pleistocene
megamammals from Brazilian Intertropical Region through C- and O-isotope
mathemathical mixing model
Mário A. T. DANTAS; Hervé BOCHERENS; Érica C. OMENA; Jorge L. L. da SILVA; Alcides
N. SIAL ............................................................................................................................................................................................. 40

Megamamíferos pleistocênicos da Toca da Pedreira, Ourolândia, Bahia, Brasil:


taxonomia e inferências tafonômicas
Marta Maria SILVA; Mário A. T. DANTAS .............................................................................................................................. 41

Aspectos tafonômicos e paleoecológicos dos coprólitos de vertebrados da


Formação Urumaco (Mioceno Superior), Venezuela
Paula DENTZIEN-DIAS; Jorge Domingo CARRILLO-BRICEÑO; Heitor FRANCISCHINI;
Rodolfo SÁNCHEZ ...................................................................................................................................................................... 42

Um Dastilbe iria bem em meu aquário? Análise da coloração de um peixe fóssil


Maria Eduarda T. S. ELESBÃO; Mateus A. C. SANTOS; Joana BRUNO; Gustavo M. E. M.
PRADO; Cibele P. VOLTANI; Felipe L. PINHEIRO ................................................................................................................ 43

Fósseis da 'Gruta da Lapinha' (Nova Redenção – Bahia) e seus aspectos


taxonômicos
Estevan ELTINK; Diego L. ABREU; Daniel V. de SOUZA; André Vieira ARAÚJO ....................................................... 44

Novos fósseis de vertebrados da Formação Aliança (Jurássico Superior) na


porção sul da Bacia Tucano e o primeiro registro de Priohybodus no Brasil
Estevan ELTINK; Marco A. G. de FRANÇA; Felipe C. MONTEFELTRO; Thiago S. FACHINI;
Silvio Y. ONARY; Iasmim S. dos SANTOS; Diego L. ABREU; Max C. LANGER ............................................................ 45

Histology of limb bones of Provelosaurus americanus (Parareptilia/


Pareiasauria) from Rio do Rasto Formation, Brazil
Brodsky Dantas Macedo FARIAS; Marina Bento SOARES .............................................................................................. 46

Limb bone histology of Decuriasuchus quartacolonia (Archosauria:


Paracrocodylomorpha) from Santa Maria Formation Southern of Brazil
Brodsky Dantas Macedo FARIAS; Julia B. DESOJO; Jorge FERIGOLO; Ana Maria
RIBEIRO; Marco Aurélio Gallo FRANÇA; Marina Bento SOARES ................................................................................. 47

Dieta Isotópica (δ C, δ O) de Catonyx cuvieri do final do Pleistoceno da Bahia,


Brasil
Pedro Marcos Moura FELIX; Alexander CHERKINSKY; Mário André Trindade DANTAS ..................................... 48

Reavaliação taxonômica de espécimes de Pampatherium humboldtii (Lund,


1839) (Pampatheriidae, Cingulata) da Coleção P.W. Lund
Thais Matos Pereira FERREIRA; Elver Luiz MAYER; Jorge FERIGOLO; Ana Maria RIBEIRO.................................... 49

Análise preliminar da microestrutura dentária de dois dentes pós-caninos


superiores de Exaeretodon riograndensis (Therapsida, Cynodontia)
Jaqueline L. FIGUEIREDO; Tomaz P. MELO; Brodsky D. M. FARIAS; Marina B. SOARES;
Felipe L. PINHEIRO ...................................................................................................................................................................... 50
A new platysomid fish (Actinopterygii) from Lontras Shale, Cisuralian of Paraná
Basin, Southern Brazil
Rodrigo Tinoco FIGUEROA; Matt FRIEDMAN; Luiz WEINSCHÜTZ; Valéria GALLO ............................................... 51

The first record of Ichniotherium in the Cisuralian Coconino Sandstone of the


Grand Canyon National Park (Arizona, USA)
Heitor FRANCISCHINI; Spencer G. LUCAS; Sebastian VOIGT; Lorenzo MARCHETTI;
Vincent L. SANTUCCI; Cassandra L. KNIGHT; Paula DENTZIEN-DIAS ........................................................................ 52

Uma localidade neotriássica sul brasileira com a mais antiga ocorrência


simultânea das principais linhagens de dinossauromorfos
Maurício Silva GARCIA; Rodrigo Temp MÜLLER; Átila Augusto Stock DA-ROSA; Sérgio
DIAS-DA-SILVA ............................................................................................................................................................................ 53

Role-playing games (RPG) como ferramenta didática no ensino de


Paleontologia
Aline Marcele GHILARDI; Tito AURELIANO ........................................................................................................................ 54

New titanosaurian (Sauropoda, Dinosauria) from Cachoeira do Bom Jardim


Formation (Upper Cretaceous, Paraná Basin) Mato Grosso, Brazil
Lívia Motta GIL; Carlos Roberto dos A. CANDEIRO; Caiubi Emanuel S. KUHN; Ailton B.
de SOUZA; Suzana S. HIROOKA; Paulo Victor Luiz G. da C. PEREIRA; Kamila L. N.
BANDEIRA; Felipe M. SIMBRAS .............................................................................................................................................. 55

Isotopic (δ C, δ O) annual variations of Toxodon platensis Owen, 1837


(Notoungulata, Toxodontidae) diet from Brazil
Verônica Santos GOMES; Hervé BOCHERENS; Gustavo Ribeiro OLIVEIRA; Renan
Alffredo Machado BANTIM; Juliana Manso SAYÃO; Mário André Trindade DANTAS .......................................... 56

The systematic potential of morphology and geometric morphometrics of tibia


proximal articulation in Caimaninae (Alligatoroidea)
Mauro Bruno da Silva LACERDA; Rafael Gomes de SOUZA; Pedro S. R. ROMANO ............................................... 57

Isotopic diet (δ C, δ O) of Nothrotherium maquinense (Lund) Lydekker, 1889


from late Pleistocene of Bahia, Brazil
Ronaldo Araújo LEONI; Laís Alves SILVA; Alexander CHERKINSKY; Mário André
Trindade DANTAS ....................................................................................................................................................................... 58

A paleoictiofauna da Formação Romualdo, Albiano, Bacia Sedimentar do


Araripe, Pernambuco, Nordeste do Brasil
Gabriel Levi Barbosa LOPES; Alcina Magnólia Franca BARRETO ................................................................................. 59

Nuevos icnofósiles de saurópodos en la Formación Corda, Geositio de São


Domingos, Estado de Tocantins
Raylon da Frota LOPES; Carlos Roberto A. CANDEIRO; Silvina DE VALAIS ............................................................... 60

Novos materiais de Mawsonia (Sarcopterygii, Actinistia) para a Bacia de Lima


Campos (Cretáceo), Ceará
Nailton Beserra LUZ; Francisca Raiany Soares de MOURA; Isabela Barbosa
PASSARINHO; Ana Emilia Quezado de FIGUEIREDO; Daniel Costa FORTIER ......................................................... 61
Novo registro de sauropodomorfo e correlações da localidade-tipo de
Sacisaurus agudoensis (Formação Caturrita, Triássico Superior)
Júlio C. A. MARSOLA; Jonathas S. BITTENCOURT; Átila A. S. DA ROSA; Agustín G.
MARTINELLI; Ana Maria RIBEIRO; Jorge FERIGOLO; Max C. LANGER ...................................................................... 62

Novas informações fossildiagenéticas sobre os vertebrados quaternários do


tanque de Campo Alegre (Taperoá, Paraíba)
Gustavo Prado de Oliveira MARTINS; Anderson Costa dos SANTOS; Kleberson de
Oliveira PORPINO; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR ........................................................................................... 63

The dominance of an extant gregarious taxon in an attritional accumulation:


taphonomy and palaeoecological implications
Elver Luiz MAYER; Leonardo KERBER; Ana Maria RIBEIRO; Alex HUBBE ................................................................... 64

Novos registros de crocodylomorfos na Formação Adamantina de General


Salgado, Noroeste de São Paulo
Vitor Bassi MAZZONI; Reinaldo J. BERTINI ......................................................................................................................... 65

Análise preliminar sobre vertebrados fósseis da Cidade de Monte Aprazível,


Formação Adamantina do noroeste de SP
Vitor Bassi MAZZONI; Reinaldo J. BERTINI ......................................................................................................................... 66

Vértebras de elasmobrânquios da Planície Costeira do Rio Grande do Sul


Sheron MEDEIROS; Heitor FRANCISCHINI; Paula DENTZIEN-DIAS .......................................................................... 67

Herbivoria em Folivora (Xenarthra): comparando preguiças recentes e fósseis


utilizando a análise dos elementos finitos
Luiza Bomfim MELKI; Fernando Henrique de Souza BARBOSA; William GODOY;
Tábata ZANESCO; Lílian Paglarelli BERGQVIST ................................................................................................................. 68

Recuperação de acervo de vertebrados fósseis do Museu de Ciências do Sistema


Terra do IBILCE-UNESP-SJRP
Ariana Carmelin MELO; Joseli M. PIRANHA ....................................................................................................................... 69

Tafonomia experimental e estudos necrológicos em Gallus gallus (Aves:


Phasianidae)
Mateus MELOTTI; Rodrigo Giesta FIGUEIREDO ................................................................................................................ 70

Mesozoic vertebrates of Pokémon: the media as an educational tool


Augusto Barros MENDES; Felipe Vieira GUIMARÃES; Rodrigo Mendonça dos
SANTOS; Taissa RODRIGUES ................................................................................................................................................... 71

Curatorship of the vertebrate collection housed at Laboratory of Paleontology


and Evolution/Universidade Federal de Goiás
Lucas MONTEIRO; Mozer NOGUEIRA; Michael ULIAN; Carlos Roberto CANDEIRO ............................................ 72

Tafonomia comparada de vertebrados Quaternários de cavernas do Tocantins,


Norte do Brasil
Lucas Guimarães Pereira MONTEIRO; Leonardo dos Santos AVILLA; Hermínio Ismael
de ARAÚJO-JÚNIOR .................................................................................................................................................................. 73
Preparação química em conglomerados fósseis do período Permiano do
Maranhão e Piauí
Victor Fontes Silva de MORAIS; Lysia Daniela Santos CUNHA; Juan Carlos CISNEROS ....................................... 74

Distribuição paleogeográfica de Machaeracanthus (Acanthodii) no Devoniano


Camilla Rodrigues NASCIMENTO; Rodrigo Tinoco FIGUEROA; Valéria GALLO...................................................... 75

Sigmodontíneos (Rodentia, Cricetidae) da Toca do Serrote do Artur, região da


Serra da Capivara, Piauí, Brasil
Simone Baes das NEVES; Elver Luiz MAYER; Patrícia HADLER; Ana Maria RIBEIRO ............................................... 76

New record of Eremotherium laurillardi (Lund, 1842) for Goiás, Brazil: isotopic
paleoecology (ẟ C, ẟ O)
Jacqueline Freitas OLIVEIRA; Alexander CHERKINSKY; Mário André Trindade
DANTAS; Carlos Roberto dos Anjos CANDEIRO ............................................................................................................... 77

Thinking like a dicynodont: Rastodon procurvidens (Therapsida: Anomodontia)


endocast reconstruction and paleobiological insights
Daniel de Simão OLIVEIRA; Leonardo KERBER; Felipe Lima PINHEIRO .................................................................... 78

Registro de Tanystropheidae no Triássico Inferior do Gondwana


Tiane Macedo de OLIVEIRA; Felipe Lima PINHEIRO; Daniel OLIVEIRA; Cesar Leandro
SCHULTZ; Leonardo KERBER ................................................................................................................................................... 79

Patrimônio paleontológico da Gruta do Urso Fóssil: um depósito do Holoceno


Inferior formado por egagrópilas no Nordeste do Brasil
Paulo Victor de OLIVEIRA; Maria Somália Sales VIANA .................................................................................................. 80

Geocronologia da Gruta do Urso Fóssil, Nordeste do Brasil


Paulo Victor de OLIVEIRA; Maria Somália Sales VIANA .................................................................................................. 81

Paleoecological interpretation based on isotopic analysis for Quaternary


megafauna of Mato Grosso do Sul
Thaís Rabito PANSANI; Mírian Liza Alves Forancelli PACHECO; Alexander
CHERKINSKY; Mário André Trindade DANTAS ................................................................................................................. 82

Paleoecologia da Formação Pedra de Fogo, Permiano da Bacia do Parnaíba,


Nordeste do Brasil
Davi Attanazio PASCHOAL; Rodrigo Tinoco FIGUEROA; Valéria GALLO .................................................................. 83

Sobre uma segunda espécie de Planohybodus (Euselachii, Hybodontoidea) para


a Bacia de Lima Campos (Cretáceo), Ceará
Isabela Barbosa PASSARINHO; Francisca Raiany Soares de MOURA; Nailton Beserra
LUZ; Ana Emilia Quezado de FIGUEIREDO; Daniel Costa FORTIER ............................................................................. 84

Marcas em fósseis de megafauna do Sítio Conceição das Creoulas, Pleistoceno


Superior-Holoceno, Salgueiro, Pernambuco
Eduarda Tavares PETERS; Edison Vicente OLIVEIRA ........................................................................................................ 85

Direct chemical characterization of eumelanin in a pterosaur headcrest


Felipe L. PINHEIRO; Keely GLASS; Gustavo M. E. M. PRADO; Shosuke ITO ............................................................... 86
Novos fósseis da Ilha do Livramento: ocorrência de um crocodiliforme do
Cretáceo da Bacia de São Luís, Maranhão, Nordeste do Brasil
André Eduardo Piacentini PINHEIRO; Ighor Dienes MENDES; Paulo Victor Luiz Gomes
da Costa PEREIRA; Manuel Alfredo Araújo MEDEIROS .................................................................................................. 87

Primeiro registro de um réptil de grandes proporções para a Bacia de Itaboraí,


Rio de Janeiro
André E. P. PINHEIRO; Luis Otávio Rezende CASTRO; Paulo Victor Luiz Gomes da
Costa PEREIRA; Lílian Paglarelli BERGQVIST; Maria Luiza Peres BERTOLOSSI; Kauê
Fontes da SILVA ........................................................................................................................................................................... 88

“Dinâmica Passada e Futuro da Biosfera” a proposta do MAP da UFPI


Renata Larissa Sales QUARESMA; Sara Cristina Memória CAMPELO; Igor Linhares de
ARAÚJO; Francisco José de SOUSA FILHO ......................................................................................................................... 89

Museu de Arqueologia e Paleontologia da UFPI: dinâmica da exposição e


comunicação com o público
Renata Larissa Sales QUARESMA; Maria Conceição Soares Meneses LAGE; Igor
Linhares de ARAÚJO; Francisco José de SOUSA FILHO .................................................................................................. 90

Primeiro registro icnológico de Dinosauria na Bacia Bauru


Douglas RIFF; Rafael Gomes de SOUZA; Ismar de Souza CARVALHO ....................................................................... 91

Descrição de um exemplar de Eremotherium laurillardi (Mammalia: Xenarthra)


do Quaternário do Espírito Santo
Taissa RODRIGUES; Rodrigo GERMANO ............................................................................................................................. 92

Aspectos paleoecológicos acerca da paleomastofauna de Lagoa Escura,


Santaluz, Bahia: resultados preliminares
Mariane ROSA; Carolina SCHERER; Mário André Trindade DANTAS ......................................................................... 93

The tricky attribution of isolated teeth to Carcharodontosauridae (Dinosauria,


Theropoda)
Marcos A. F. SALES ...................................................................................................................................................................... 94

Convergência evolutiva revelada a partir de análise paleohistológica em um


dente de baurusuquídeo (Baurusuchidae, Mesoeucrocodylia)
Rodolfo Otávio dos SANTOS; Rafael Gomes de SOUZA; Douglas RIFF .................................................................... 95

Registro de Eremotherium laurillardi da Coleção de Paleontologia da


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Samara de Almeida da SILVA; Carolina Saldanha SCHERER ......................................................................................... 96

Dentes rostrais anômalos cf. Onchopristis (Sclerorhynchidae) na Ilha do Cajual,


Maranhão (Formação Alcântara, Cretáceo, Cenomaniano)
Lays Stheffânny de Oliveira SILVA; Manuel Alfredo MEDEIROS; Agostinha Araujo
PEREIRA .......................................................................................................................................................................................... 97
Coleção de vertebrados do Centro de Pesquisa de História Natural e
Arqueologia do Maranhão (CPHNAMA)
Lays Stheffânny de Oliveira SILVA; Tainá Constância de França PINTO; Agostinha
Araújo PEREIRA; Manuel Alfredo MEDEIROS .................................................................................................................... 98

Dieta Isotópica (δ C, δ O) de mamíferos do Quaternário da Toca da Barriguda


(Campo Formoso, Bahia)
Laís Alves SILVA; Alexander CHERKINSKY; Mário André Trindade DANTAS ............................................................ 99

Nova ocorrência de Pseudoellimma gallae, Formação Morro do Chaves,


Barremiano da Bacia de Sergipe-Alagoas
Marcia Cristina SILVA; Maria de Lourdes Oliveira SANTOS; Rodrigo POLATI .......................................................... 100

Tafonomia de vertebrados quaternários das cavernas do Lajedo da Escada, Rio


Grande do Norte, Brasil
Lucas Henrique Medeiros da SILVA; Kleberson de Oliveira PORPINO; Fernando
Henrique de Souza BARBOSA; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR ..................................................................... 101

Oficinas de Paleontologia para crianças em tratamento oncológico da Casa


Ronald McDonald ABC - SP
Artur Francisco da SILVA-NETO; Fabiana Rodrigues COSTA; José Luiz LAPORTA .................................................. 102

Paleontological Day: an educational initiative for valuing local fossiliferous


patrimony in Jangada Roncador region, Mato Grosso
Felipe M. SIMBRAS; Rosilaine CRUZEIRO; Caiubi Emanuel. S. KUHN; Carlos Roberto
dos A. CANDEIRO; Lívia Motta GIL; Paulo Victor Luiz G. da C. PEREIRA ..................................................................... 103

Produção de cartões ilustrativos para o ensino sobre o tempo geológico


Iracy Maiany Nunes SOARES; Andrea Soares ARAÚJO .................................................................................................. 104

Confecção de material didático de Amazonsaurus maranhensis como


instrumento estimulador no ensino de Paleontologia
Iracy Maiany Nunes SOARES; Andrea Soares de ARAÚJO ............................................................................................ 105

Novos registros de Lepidotes (Neopterygii, Semionotidae) para a Bacia de Icó,


Cretáceo Inferior, Ceará
Edenilson de SOUSA; Daniel Costa FORTIER; Ana Emilia Quezado de FIGUEIREDO ............................................ 106

The myth of cladogram comparison and its solution


Rafael Gomes de SOUZA .......................................................................................................................................................... 107

Description of new Dyrosauridae specimens from New Jersey (Upper


Cretaceous), and comments on Hyposaurus systematics
Rafael Gomes de SOUZA; Beatriz Marinho HÖRMANSEDER; Rodrigo Giesta
FIGUEIREDO; Diogenes de Almeida CAMPOS .................................................................................................................. 108

Abelisauria (Theropoda, Dinosauria) from Africa: geochronology


and distribution
André Luis de SOUZA-JUNIOR; Carlos Roberto dos A. CANDEIRO; Luciano Silva
VIDAL; Stephen L. BRUSATTE .................................................................................................................................................. 109
Diversidade ictiofaunística da Formação Açu, Bacia Potiguar
Ingrid Martins Machado Garcia VEIGA; Lílian Paglarelli BERGQVIST; Paulo Machado
BRITO .............................................................................................................................................................................................. 110

Caracterização e status de conservação do sítio paleontológico Lagoa Rasa,


Caetés, Agreste Pernambucano
Alexandre Gomes Teixeira VIEIRA; Josefa Eva da SILVA .................................................................................................. 111
PALESTRAS

Recientes avances en el conocimiento de cinodontes basales del Permo-


Triásico del Karoo sudafricano

Fernando ABDALA1,2; Sandra JASINOSKI²; Leandro GAETANO2,3; Michael DAY2,4; Roger SMITH²; Bruce
RUBIDGE²
¹Unidad Ejecutora Lillo, Conicet-Fundación Miguel Lillo, Tucumán. nestor.abdala@wits.ac.za.
²Evolutionary Studies Institute, University of the Witwatersrand, Johannesburg.
³Departamento de Ciencias Geológicas, Facultad de Ciencias Exactas y Naturales, Instituto de Estudios Andinos “Don Pablo
Groeber”, IDEAN, Universidad de Buenos Aires, Conicet.
⁴Natural History Museum, London.

La cuenca del Karoo de Sudáfrica con sus sólo en el cinodonte basal de Rusia Dvinia y en
395.000 kilómetros cuadrados, representa el tritheledóntido del Jurásico Inferior del
uno de los pocos lugares de la tierra donde se Karoo Pachygenelus. Otro taxón nuevo, en
puede analizar grandes cambios proceso de publicación, es la única especie de
medioambientales en el ecosistema terrestre cinodontes registrada en niveles
del pasado profundo. Esta región es estratigráficos cercanos a la gran extinción
mundialmente reconocida por documentar Pérmica. Con una longitud craneana de 18 cm,
los efectos de la gran extinción Permo-Triásica este taxón, apodado “gran hermano”, es el
en ambientes continentales. Entre los linajes cinodonte de mayor tamaño del Pérmico
fósiles representados en esta cuenca Superior y del Triásico Inferior basal (Induano)
sudafricana los terápsidos son los más como Thrinaxodon y Galesaurus. La nueva
icónicos, con una gran diversidad de formas especie del Pérmico terminal muestra una
algunas de ellas (por ejemplo dicinodontes) morfología cráneo-dentaria que se diferencia
extremadamente abundantes. Los terápsidos notablemente de la de los cinodontes no
incluyen a los cinodontes, el único linaje mamalianos conocidos: un hocico
representado por formas vivientes, los extremadamente corto y ancho, recordando al
mamíferos. Formas fósiles de este linaje, terocéfalo contemporáneo Moschorhinus;
conocidos como cinodontes no mamalianos incisivos y caninos grandes; postcaninos
permiten visualizar el origen de numerosos pequeños y simples (unicuspidados); dentario
rasgos que caracterizan a los mamíferos. Los extremadamente desarrollado con el margen
fósiles más antiguos de cinodontes no posterior del hueso ubicado cerca de la
mamalianos están representados solo en el articulación craneomandibular y un paladar
Permico Superior bajo de la cuenca del Karoo. óseo corto, incompleto en el cual la maxila
Hasta ahora dos individuos, hallados en la cubre parcialmente al vómer. Este taxón es
B i oz ona de Tro pido st o ma del Karoo, recuperado en una filogenia como el grupo
representan a las dos especies de cinodontes hermano de los cinodontes avanzados
más antiguos del mundo. Recientes hallazgos (Eucynodontia) en una posición más derivada
de campo y de colecciones aumentan el que los otros cinodontes del Pérmico Superior
número de estas formas antiguas y también del Induano. Otros estudios
representadas. Una de estas formas se recientes se focalizaron a entender la
caracteriza por presentar cúspides cingulares ontogenia craneana de cinodontes del
labiales en algunos postcaninos superiores. Permo-Triásico tales como Procynosuchus,
Este tipo de cúspides están representados Thrinaxodon y Galesaurus.

Paleontologia em Destaque | 18
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Evolução da regeneração de membros em vertebrados

Sylvain DARNET¹; Jamily LORENA¹; Danielson B. AMARAL¹; Andrew W. THOMPSON²; Amanda N. CASS³;
Marcos P. SOUSA¹; Vivien BOTHE⁴; Nadia B. FRÖBISCH⁴; Marcus C. DAVIS²; Ingo BRAASCH²; Patricia N.
SCHNEIDER¹; Igor SCHNEIDER¹*
¹Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Pará, 66075-900, Belém, Brasil. ischneider.evodevo@gmail.com.
²Department of Integrative Biology and Program in Ecology, Evolutionary Biology and Behavior, Michigan State University,
East Lansing, Michigan, USA
³Department of Molecular and Cellular Biology, Kennesaw State University, Kennesaw, Georgia, USA
⁴Museum für Naturkunde, Leibniz Institute for Evolution and Biodiversity Science, Invalidenstrasse 43, 10115 Berlin, Germany.

As salamandras são os únicos tetrápodes actinopterígios não teleósteos vivos.


capazes de regenerar membros quando Especificamente, nós demonstramos que o
adultos, no entanto, a origem evolutiva dessa Polyodon spathula (Chondrostei) e o
notável capacidade permanece incerta. Peixes Lepisosteus oculatus (Holostei) podem
pulmonados (Dipnoi) e salamandras são os regenerar completamente seus
únicos sarcopterígios conhecidos capazes de endosqueletos. Além disso, através de análise
regenerar completamente nadadeiras e de expressão gênica diferencial a partir de
membros, respectivamente. Entre transcriptomas, mostramos que o programa
actinopterígios, a capacidade de regenerar o genético ativado durante a regeneração do
esqueleto dermal (raios) é conhecida e endosqueleto do membro e de nadadeiras é
amplamente observada. Entretanto, somente notavelmente similar. Nossas análises
em Polipterídeos (Cladistia) foi demonstrada a comparativas de RNA-seq de blastemas em
capacidade de regenerar as nadadeiras em regeneração e apêndices não regenerativos
sua totalidade, incluindo elementos do axolote, Polypterus, Protopterus e zebrafish
endoesqueléticos. Uma questão ainda sem apontam para a existência de um programa
resposta é se a regeneração do apêndice em genético comum ancestral de regeneração de
actinopterígios e espécies sarcopterígios apêndices. Nossos achados suportam uma
evoluiu independentemente ou compartilha origem evolutiva profunda da regeneração do
uma origem evolutiva profunda. Através de endosqueleto do apêndice em peixes óssoes,
experimentos de amputação de nadadeiras, com subsequentes perdas em teleósteos e
dem os tram os que a regeneração do amniotas, e fornecem uma estrutura evolutiva
endosqueleto da nadadeira é encontrada em para estudos sobre a base genética da
representantes de todos os clados de regeneração de membros.

Paleontologia em Destaque | 19
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Fauna terrestre del Mesozoico de México: una actualización

Marisol MONTELLANO BALLESTEROS


Depto. Paleontología, Instituto de Geología, Universidad Nacional Autónoma de México. Ciudad Universitaria. Deleg.
Coyoacán, México, Cd. Mx., 04510, México. marmont@unam.mx.

El conocimiento de las faunas de vertebrados (Alligatoridae, Atoposauridae, Globiodonta,


continentales mesozoicos mexicanos se ha Eusuchia). El registro de microvertebrados es
incrementado en las últimas décadas, gracias muy pobre; recientemente se ha enfatizado su
al esfuerzo en la prospección y recolecta en búsqueda en Baja California y Coahuila. Los
varios estados del país. El registro no sólo anfibios están escasamente representados
incluye restos de gran tamaño, sino también (Scotiophryne pustulosa, Caudata indet.,
microvertebrados; infortunadamente, la Albanerpetontidae, Lisserpeton, y anuros
mayor parte sólo está mencionada en indeterminados). Dentro de los Squamata se
resúmenes y tesis, y no está descrita, ni ha identificado a representantes de las
figurada formalmente. A la fecha la localidad familias: Teiidae, Anguidae, Necrosauridae,
Cañón del Huizachal (en Tamaulipas) es la más Helodermatidae, Varanidae y ofidios. Los
antigua portadora de restos de vertebrados restos de mamíferos son aún más escasos y se
terrestres de edad jurásica temprana-media. ha reconocido varios géneros de
Su fauna incluye: diápsido enterrador, tres multituberculados, y terios. La comparación
formas de esfenodontes, pterosaurio, una preliminar de las asociaciones cretácicas
forma de tritilodóntido, un triconodonto y un faunísticas mexicanas vs las del resto de
gobiconodonto. Los dinosaurios están Norteamérica arrojan una serie de
pobremente representados, por una forma planteamientos. Por un lado, la asociación de
de ornitópodo y otra de terópodo. Los dinosaurios demuestra ser igual respecto a la
principales yacimientos cretácicos se localizan diversidad de familias en Laramidia; pero a
en los estados de Baja California, Sonora, nivel específico, éstas eran únicas en tiempo y
Chihuahua, Coahuila, Michoacán. La espacio. En cuanto a reptiles, anfibios y
temporalidad abarca desde el Santoniano al mamíferos, los nuevos descubrimientos
Maastrichtiano. El registro osteológico de respaldan la posibilidad de que representen
dinosaurios incluye: Theropoda indet., nuevas especies distintas a las que habitaban
Coelurosauria indet., Tyrannosauridae, en el norte, sin embargo, la naturaleza
Ornithomimidae, Dromaeosauridae, fragmentaria del material no permite asegurar
Tr o o d o n t i d a e , Av i a l a e , T i t a n o s a u r i a , o rechazar esta idea. En especial la fauna de
Ankylosauria, Pachycephalosauridae y Baja California, la cual es singular en su
abundantes Ceratopsidae y Hadrosauridae. composición, y que podría ser explicada por
Los grupos de gran tamaño están mejor su posición geográfica en la costa pacífica del
representados que los pequeños. Dentro de continente y que pudo haber tenido cierto
las tortugas se ha reportado Naomichelys sp, grado de aislamiento del resto de las faunas
Bothremyidae y Trionychidae; y se observa cretácicas.
una gran diversidad de cocodrilos

Paleontologia em Destaque | 20
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Elbow posture and range of movement in alligators and birds: implications


for forelimb movement and posture in non-avian dinosaurs

Matthew F. BONNAN
Biology Program, Stockton University, Galloway, New Jersey, 08205, USA. matthew.bonnan@stockton.edu.

The forelimbs of non-avian were utilized in a forelimb bone orientation and range of
variety of ways from the grasping appendages motion were reconstructed. These results
of non-avian theropods to the stout, weight- show that in alligators and turkeys the radius
supporting forelimbs of many quadrupedal and ulna follow a complex pattern of long axis
herbivores. Realistically constraining the rotation, abduction/adduction, and
posture and range of movement in non-avian flexion/extension at the elbow joint. Both long
dinosaur forelimbs remains challenging due axis rotation and abduction/adduction were
to the lack of modern analogs coupled with more pronounced in turkeys. Moreover, the
missing soft tissues. Therefore, it is instructive radius and ulna translate in parallel during
to first understand the range and variety of elbow flexion. These data suggest that
motion present in the forelimb bones of reconstructing the range of movement in non-
extant archosaurs that bracket non-avian avian dinosaur elbows requires inferences of
dinosaurs (crocodylians and birds). The range soft tissue in addition to bone morphology.
of radius and ulna movement relative to the Moreover, the types of movements that were
humerus was explored using intact, fresh possible in non-avian dinosaur elbows may
cadaver forelimbs of alligators and turkeys. not always have parallels with mammalian
Using XROMM (X-ray Reconstruction of taxa.
Moving Morphology), the three-dimensional

Paleontologia em Destaque | 21
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Latitudinal moderation of end-Permian mass extinction in southern


Gondwana: evidence from South Africa and Antarctica

Roger M. H. SMITH¹; Jennifer BOTHA-BRINK²; Christian A. SIDOR³; Neil J. TABOR⁴


¹University of the Witwatersrand Johannesburg South Africa, rsmith@iziko.org.za.
²National Museum, Bloemfontein, South Africa.
³University of Washington, Seattle, WA, USA.
⁴Southern Methodist University, Dallas, TX, USA.

The southern part of the Karoo Basin of South found in the upper Permian beds. Shared
Africa and the central Beacon Basin of Early Triassic taxa such as Thrinaxodon,
Antarctica contain stratigraphic records of the Lystrosaurus maccaigi, L. murrayi, Prolacerta
terrestrial Permo-Triassic boundary (tPTB). and Procolophon indicate that breeding
These two basins were originally part of a NW- populations connected the two basins during
SE trending series of foreland basins along the the immediate post-extinction ecosystem
landward side of the Gondwanide orogenic recovery. tPTB sequences in both basins
belt that, during Permo-Triassic times, record progressive climatic drying with
spanned 50–70 degrees south. Comparison of lowering of the floodplain water tables. The
the tPTB sequences at different latitudes tests South African record is accompanied by a
the “drought-induced phased die-off general rubification of the mudrocks co-
hypothesis” previously proposed for the main incident with the disappearance of
Karoo basin. We have logged ~700 in-situ glossopterid leaf flora and numerous tetrapod
vertebrate fossils from strata immediately genera, whereas the Antarctic section remains
above and below the tPTB at four widely- drab green and the boundary is marked by the
separated sections in the southern Karoo disappearance of coal beds and the
Basin. Biostratigraphic ranges of tetrapod taxa appearance of distinctive branching root
reveal three separate phases of die-off within networks in siltstone beds coincident with the
a 75 meter-thick stratigraphic interval first Triassic tetrapod fossils. We conclude that
displaying the same sequence of sedimentary evidence of floodplain drying coinciding with
facies, which we interpret as indicative of a faunal and floral extinctions in two
~120ky-long interval of climatic drying, Gondwanan basins separated by 20 degrees
extreme seasonality and the onset of an of paleolatitude strongly favors climatic rather
unpredictable monsoon-like rainfall regime. than tectonic control. Additionally, a ~120ky-
Time equivalent strata of the Beacon long interruption of global rainfall regimes
Supergroup outcrop in the Central following a rapid increase in atmospheric
Transantarctic Mountains where several aerosols and greenhouse gasses from
widely spaced tPTB sections have also been extensive basaltic eruptions in northern
identified. We have logged 97 in situ tetrapod Pangea were the most likely cause of such
fossils from strata 4.5–90m above the aridification .
boundary, but no vertebrates have yet been

Paleontologia em Destaque | 22
TRABALHOS

Primeiro registro de interação carnívoros versus herbívoros terrestres para


o Permiano do RS, Brasil

Camila Scartezini de ARAUJO¹; Brodsky Macedo de FARIAS²; Voltaire Dutra PAES NETO²; Marina Bento
SOARES²,³
¹Graduação em Ciências Biológicas, Universidade do Rio Grande do Sul, UFRGS. camilascartezini@outlook.com
²Programa de Pós-graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.
brodskymacedo@gmail.com.
voltairearts@gmail.com.
³Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS.
marina.soares@ufrgs.com.

Bioerosões são icnofósseis resultantes dos bioerosivos de ambientes sedimentares


processos de modificação mecânica ou continentais, a forma e o tipo de inserção do
bioquímica de substratos duros, podendo ser traço indicam que mordidas de vertebrados
reconhecidas em ossos. Reportamos aqui uma apresentam padrão mais compatível do que
bioerosão encontrada na porção ventral da plantas, microorganismos e invertebrados.
face lateral da escápula direita do holótipo de Utilizando o Paleobiology Database, foram
Provelosaurus americanus (UFRGS-PV-0231- elencadas espécies de predadores
P), herbívoro de médio porte agrupado em contemporâneas a P. americanus, e com
Pareiasauria. O espécime UFRGS-PV-0231-P é auxílio da bibliografia disponível foram
proveniente da Formação Rio do Rasto coletadas as imagens dos holótipos de cada
(Guadalupiano-Lopingiano), tendo sido espécie, onde os dentes estivessem
coletado no sítio Aceguá 1, localizado no preservados (n=26 espécies). Um vetor da
município de Aceguá, Rio Grande do Sul, secção longitudinal do traço foi sobreposto
Brasil. O traço é um buraco (hole) isolado, com a extremidade de dentes caniniformes
externamente elíptico, que alcança a porção dos possíveis produtores da mordida. Três
esponjosa do osso. Não foram observadas padrões foram encontrados: caniniformes
fraturas radiais ou remodelamento ósseo, e o sem conformidade com o vetor (n=12),
estado de preservação não permite a caniniformes com conformidade parcial (n=4)
identificação de bioglífos. Ainda que o e caniniformes com conformidade máxima
material tenha sido previamente preparado, (n=2). Dentre estas últimas se encontra
matriz sedimentar se encontrava encobrindo a Titanophoneus potens (Rússia) e
parte mais profunda do traço, e nenhuma Pampaphoneus biccai (Brasil), ambos
estrutura de preenchimento foi identificada pertencentes ao grupo Dinocephalia
durante sua remoção. Um molde de silicone (Therapsida, Synapsida). P. biccai é aqui
foi confeccionado revelando o formato sub- indicado como o provável autor do traço, não
triangular do traço tanto em secção só pela extrema semelhança, mas também
longitudinal quanto em transversal. Seu pela proximidade geográfica. Além disso, já
comprimento é de 11,4 mm e a largura de 9,3 existe um registro de co-ocorrência de P.
mm; a profundidade máxima é de 11 mm. Em americanus com anteossauros (Dinocephalia,
secção longitudinal, as arestas laterais Anteosauridae indet.), no sítio Fazenda
formam um ângulo de ~35º, e uma delas Fagundes, em São Gabriel, Rio Grande do Sul,
possuí um ângulo menor que 90º em relação a Brasil. [BIC - UFRGS]
base do sub-triângulo. Dentre os agentes

Paleontologia em Destaque | 23
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Ocorrência de morcegos (Mammalia, Chiroptera) em sedimentos clásticos


de uma caverna na região norte da Bahia

André Vieira de ARAÚJO¹,²


¹Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano.
²Sociedade Espeleológica Azimute. anddrevieira@gmail.com.

A Toca do Angico (10°23'79''S, 40°29'89” W) é para compor a coleção didática de


uma caverna calcária localizada na região vertebrados do Laboratório Interdisciplinar de
norte da Bahia. As cavernas localizadas nessa Formação e Ensino (LIFE) do Instituto Federal
área cárstica, apresentam depósitos clásticos de Educação Ciência e Tecnologia do Sertão
alóctones agregados a paredes, tetos e Pernambucano – Campus Petrolina. O total de
espeleotemas. De acordo com a literatura seis crânios de morcegos foram identificados
esses agregados de sedimentos são ao menor nível taxonômico possível e
resultados de processos de entrada de constatou-se que todas as peças pertencem a
sedimentos clásticos, erosão e precipitação de família Phyllostomidae. O material foi
calcita nesses sedimentos em eventos cíclicos tombado com o acrônimo LIFE seguido de sua
ao longo da história geológica dessas numeração. Foram identificados os seguintes
cavernas. Durante visitas à Toca do Angico táxons: Phyllostomus sp (LIFE 015,016,017 e
entre os anos de 2016 e 2017 observou-se que 018) Carollia sp (LIFE 019) e Artibeus sp (LIFE
as paredes e teto do conduto principal 020). A coleção didática na qual o material foi
apresentam depósitos de sedimentos tombado tem ênfase em aspectos
clásticos de granulação grosseira e mal osteológicos e sistemáticos. Os registros
consolidados que estão dispersos por todo o apresentados contribuem com o
conduto principal e associada a alguns desses conhecimento sobre a fauna de quirópteros
depósitos encontrou-se esqueletos de da região norte da Bahia, assim como
pequenos vertebrados. Os depósitos apresentam potencial dos depósitos cársticos
contendo esqueletos foram desagregados nesta área geográfica, para o acúmulo de
das rochas manualmente os ossos visíveis restos de pequenos vertebrados,
foram cuidadosamente retirados in situ. provavelmente holocênicos. Trabalhos futuros
Dentre os esqueletos observados estavam de prospecção trarão informações mais
crânios de morcegos que foram coletados detalhadas.

Paleontologia em Destaque | 24
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Semi-aquatic adaptations in a spinosaur from the Lower


Cretaceous of Brazil

Tito AURELIANO1,2; Aline M. GHILARDI²; Pedro V. BUCK²; Matteo FABBRI³; Adun SAMATHI⁴; Rafael
DELCOURT1,5; Marcelo A. FERNANDES²; P. Martin SANDER⁴
¹Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, São Paulo, Brazil. aureliano.tito@gmail.com.
² Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Universidade Federal de
São Carlos, Brazil. alinemghilardi1@gmail.com, pedrovbuck@hotmail.com, marcelicno@yahoo.com.br.
³ Yale University, Department of Geology and Geophysics, United States of America. matteo.fabbri@yale.edu.
⁴ Steinmann Institute, Division of Paleontology, Bonn Universität, Germany. asamathi@gmail.com,
martin.sander@uni-bonn.de.
⁵ Department of Zoology, School of Natural Sciences, Trinity College Dublin, Ireland. rafael.delcourt@gmail.com.

Spinosaurinae are known to have a strong areas of muscle insertion. The latter
relationship with aquatic environments, observation suggests that caution is needed
involving several anatomical adaptations. when describing bone histology of dinosaurs,
Nonetheless, this group of theropods remains since only one slice from the shaft is not always
enigmatic, due to the relative incompleteness representative of the entire histology of the
of its fossil record. A specimen was donated bone. Furthermore, the current specimen
from a farmer in NE Brazil and is housed at the represents one of the largest spinosaurs from
Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia this unit so far (10 ± 3 m in reconstructed total
of the Federal University of São Carlos, São length; scaling estimate). It was larger than the
Carlos city. The specimen LPP-PV-0042 Irritator holotype and possibly larger than
comprises a fragmentary tibia from the Angaturama holotype as well. Considering the
Romualdo Formation (Araripe Basin). The subadult status inferred from its histology, the
preserved total length of the specimen is 150 referred individual would have grown even
mm. The reconstructed maximum length of larger. This suggests that Santana Group
the tibia is 60 ± 3 cm, based on Spinosaurus Spinosaurinae could have grown larger than
aegyptiacus Stromer, 1915 (FSAC-KK 11888) previously thought. The Romualdo
and Suchomimus tenerensis Sereno et al., 1998 paleoenvironment could support large
(MNN GDF500). It features a reduced fibular predators with semi-aquatic habits due to its
crest and osteosclerotic histology previously high productivity and diversity of aquatic
only observed in Spinosaurus aegyptiacus, species as an ecotone. Spinosaurinae from the
supporting that these unique characters were Romualdo Formation probable occupied the
already present in Brazilian Spinosaurinae position of apex predators. Thus, the skeletal
during the Aptian-Albian time, at least 10 myr element LPP-PV-0042, although fragmentary,
before the Moroccan Spinosaurus. The has provided much information about
osteosclerosis character is supported as Brazilian Spinosaurinae paleobiology and
correlated with semi-aquatic habits in many ecology. Moreover, it gives new insight into
limbed vertebrates. Histological analyses the macroevolution of semi-aquatic
suggest it was a young, fast growing subadult adaptations in this group, revealing the need
and also that the bone microstructure varies a to investigate other taxa within the clade and
lot across the cross-section, probably due to expand the search for more spinosaur fossils.

Paleontologia em Destaque | 25
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Can bone erosions caused by infections be considered an


ichnological evidence?

Fernando Henrique de Souza BARBOSA1*; Lucas Henrique Medeiros da SILVA1**; Hermínio Ismael de
ARAÚJO-JÚNIOR1*,**
Faculdade de Geologia, Universidade do Estado Rio do Janeiro. fhsbarbosa@gmail.com, lucashmsilva@hotmail.com,
herminio.ismael@yahoo.com.br.

All traces produced by living organisms in soft along the geologic time, we suggest that bone
or hard substrates are part of the scope of infections can also be studied from an
Ichnology. They reflect an ecological ichnological point of view. Regarding the
interaction among organisms or between biogenic structures in ichnology, bone lesions
organism and environment. Pathogenic by infection (a biogenic structure produced
microorganisms (bacteria, fungus or biochemically in a hard substrate) can be
protozoan) are part of extant and extinct biota considered a bioerosion structure. However, it
– even as animals and plants – and can yield is important highlight that bone lesions
some traces easily recognized through produced by non-infectious agents (e.g.
negative effect in the host organisms. In the several types of arthritis, neoplasms, and
fossil record, some infectious diseases have trauma) cannot be treated as trace fossils
been identified throughout the Phanerozoic because they do not reflect a specific behavior
(e.g. pyogenic osteomyelitis, tuberculosis, of any organism. Considering bone erosions
etc.) and the main feature observed is bone made by infections as ichnological evidence,
destruction of varied morphologies. This we can erect their main ichnotaxobases: (i) site
feature results from a specific behavior of a of emplacement; (ii) pattern of occurrence; (iii)
pathogenic organism – invasion and general morphology; (iv) branching; (v) bone
multiplication of microorganisms in body overgrowth; (vi) sclerosis (only radiologically
tissues – that is infection. Therefore, as the observed). Thus, we suggest that is necessary
marks produced by pathogens on or within to propose a new ethological class as well as to
bones reflect a general behavior and present define and attribute ichnotaxa based on bone
well-defined morphologies which repeat infections. [*CNPq; **FAPERJ]

Paleontologia em Destaque | 26
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Peixes fósseis da Formação Santana da Coleção de Paleontologia da UERJ:


aspectos taxonômicos e tafonômicos

Letícia P. BELFORT¹; Hermínio I. ARAÚJO-JÚNIOR²


¹Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. FAPERJ.
leticiapaivabelfort@hotmail.com.
²Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. herminio.ismael@yahoo.com.br.

A Bacia do Araripe é mundialmente conhecida Rhacolepis buccalis, Tharrhias araripis e


pelo seu registro fossilífero, o que permitiu Vinctifer comptoni), sendo mais abundante a
classificá-la como uma fossillagestätte. espécie Tharrhias araripis (22 de 51
Destacam-se os fósseis de invertebrados, espécimes, i.e. 11,22%). Em sua maioria, os
vertebrados e microfósseis dos estratos do espécimes estão preservados dentro de
Cretáceo Inferior da bacia que compõem a nódulos carbonáticos espessos, o que pode
Formação Santana, especialmente os estar relacionado a uma alta disponibilidade
membros Crato e Romualdo. Atualmente, de carbonato de cálcio no ambiente de
inúmeros espécimes fósseis da Formação sedimentação e/ou a uma necrólise
Santana compõem as coleções científicas e prolongada das carcaças. Somente espécimes
didáticas de diversas instituições de ensino e d e V. c o m p t o n i e R . b u c c a l i s e s t ã o
pesquisa no Brasil e exterior, fundamentando tridimensionalmente preservados, enquanto
a realização de importantes descobertas o restante dos espécimes possui sua
científicas. Embora possua uma ampla preservação de modo bidimensional. A
associação de vertebrados fósseis da Bacia do preservação tridimensional desses espécimes
Araripe em sua coleção didático-científica, a pode estar relacionada a uma rápida gênese
Coleção de Paleontologia da Faculdade de dos nódulos carbonáticos, possivelmente
Geologia (FGEL) da Universidade do Estado do influenciada pela indução de
Rio de Janeiro (UERJ) necessita de uma microorganismos. Todos os espécimes
reavaliação taxonômica de seus espécimes, apresentam-se articulados, o que indica é
especialmente os peixes fósseis. Além disso, concordante com a interpretação de
por ser uma coleção prolífica em termos de formação rápida das concreções. Alguns estão
quantidade e diversidade de espécies, a fragmentados diageneticamente, o que indica
mesma pode fornecer subsídios para estudos a ocorrência de compressão litostática sobre
tafonômicos. Este trabalho apresenta um os nódulos fossilíferos durante a
estudo taxonômico e tafonômico dos fossildiagênese. Em suma, a Coleção de
espécimes de peixes fósseis da Formação Paleontologia da Faculdade de Geologia da
Santana (membros Crato e Romualdo) UERJ apresenta diversidade representativa da
depositados na coleção científica do paleoictiofauna da Bacia do Araripe,
Laboratório de Paleontologia (LABPALEO) da especialmente do Membro Romualdo da
Faculdade de Geologia (FGEL) da UERJ. A Formação Santana, bem como uma
coleção de peixes fósseis é composta por 51 diversidade de processos tafonômicos,
espécimes de 8 táxons distintos (Dastilbe especialmente aqueles relacionados à
crandalli, Notelops sp., Paraelops sp., necrólise e fossildiagênese.

Paleontologia em Destaque | 27
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Extracción por mar del primer misticeto articulado del Mioceno,


Formación Puerto Madryn, de Patagonia

Santiago BESSONE¹; Ricardo Bruno VERA²; Julio Cesar RUA²; Pablo Fernando PUERTA³
¹CCT-CONICET-CENPAT- IPGP. bessone@cenpat-conicet.gob.ar.
²CCT-CONICET-CENPAT. vera@cenpat-conicet.gob.ar, bocha@cenpat-conicet.gob.ar.
³MEF, Museo Egidio Feruglio. Trelew Chubut. ppuerta@mef.org.ar.

El presente trabajo se llevó a cabo en la zona 4.50 metros de eslora, ingresarán al sitio de la
de Punta Buenos Aires, Península Valdés, excavación haciendo uso de una pleamar. La
provincia de Chubut, Patagonia Argentina. La maniobra implicó mover por medio de un
realización de la extracción estuvo trípode y malacate eléctrico dos bochones de
comprometida en primera instancia por aproximadamente entre 600 y 800 kg de peso
encontrarse el fósil en la zona de marea, respectivamente, hacia el punto en donde
rodeado de yacimientos arqueológicos y ingresaron ambos semirrígidos, uno de estos
dentro de un área natural protegida. Esto fue usado como remolcador y otro como balsa
dificultó no solo su extracción por tierra, sino sin motor, con el trípode se cargó el primer
también el ingreso al sitio con el equipo bochon conteniendo el cráneo en el
necesario para la extracción. Para resolver esta semirrígido con motor y el segundo bochón
compleja situación se decidió realizar la más pesado con el postcráneo en el
extracción del fósil por mar, hasta una zona semirrígido que hacía de balsa. Ambos
donde se pudiera acceder con vehículos a la semirrígidos trasladaron el fósil a 7 km del
playa. Dicha tarea necesitó de la coordinación lugar, hacia la playa en donde dos pick ups del
de tres grandes áreas de trabajo, el Instituto CCT-CONICET-CENPAT pudieron ingresar por
Patagónico de Geología y Paleontología una antigua huella de pescadores, una vez
(IPGP), los servicios centralizados de más, haciendo uso del trípode de 3 metros de
Automotores y Náutica del CCT-CONICET- altura se levantaron, de a uno por vez, ambos
CENPAT, junto al aporte del Museo Egidio bochones de los botes y se cargaron a las pick
Feruglio (MEF). Personal técnico del IPGP y ups, que trasladaron el fósil hacia el CCT-
MEF realizaron la excavación y embochonado CONICET-CENPAT de Puerto Madryn, distante
del fósil, afectado e interrumpido diariamente unos 200 km de punta Buenos Aires. Gracias a
por el ingreso de las mareas al sitio de las excelentes condiciones climáticas
excavación. Para facilitar este trabajo y el imperantes y del trabajo técnico coordinado y
traslado se separaron el cráneo del post ejecutado a la perfección, la maniobra de
cráneo. El segundo paso fue coordinar con el extracción se pudo realizar en solo dos horas
personal técnico de náutica y automotores el de pleamar y con gran éxito.
punto por donde dos botes semirrígidos, de

Paleontologia em Destaque | 28
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Elasmobranch dermal denticles from the Lower Cretaceous Quiricó


Formation, Sanfranciscana Basin, southeast Brazil

Jonathas S. BITTENCOURT; Leonardo Campos CASTRO; Léo Galvão FRAGOSO


Laboratório de Paleontologia e Macroevolução, Departamento de Geologia, CPMTC-IGC, UFMG, FAPEMIG.
jsbittencourt@ufmg.br, leoc.batera@gmail.com, paleoleo@gmail.com.

The lacustrine deposits of the Quiricó anteroposteriorly oriented. Its lateral surface
Formation, which corresponds to the middle bears dorsoventral crests (emerging from the
section of the Areado Group within the base), which are straight or posteriorly curved,
Sanfranciscana Basin, yields a rather diverse some of them reaching the apex of the crown.
Early Cretaceous fish fauna. This includes The posterior, sharply pointed end of the
several actinopterygians (lepisosteiforms, crown is higher than its convex anterior
amiiforms, gonorhynchiforms, portion. Pits and canals also occur at its base
osteoglossiforms), coelacanthiforms and in the neck of the crown. The morphotype
(Mawsonia), and elasmobranchs, the latter 2 is formed by a rod-like peduncle with three
represented by fin and cephalic spines of cusps that form a tridentate apex (c. 1 mm
hybodontiforms and remains of wide). The lateral cusps are sharply pointed at
Sclerorhynchidae. We add herein the first the tip and connected to the convex central
occurrence of chondrichthyan dermal spine by narrow crests. The morphotype 1 is
denticles. The rare specimens have been similar in size and shape to the dermal
collected in northwestern Minas Gerais, from denticles of the hybodontiform Tribodus
the same horizon of the previous records of limae, from the Aptian-Albian of the Araripe
cartilaginous fishes. Two distinct morphotypes Basin. Yet, an assignment to that species is
of dermal denticles have been recovered. The hindered by the lack of additional diagnostic
larger and more frequent, morphotype 1 features. The morphotype 2 may represent a
comprises a rugose oval base (3–4 mm), from distinct taxon of elasmobranch. The results
which emerges a single crown (1–1.5 mm). The presented here indicate that the fish fauna
base is ventrally flattened and pierced by from the Quiricó Formation is more diverse
scattered pits on its ventral surface. The crown than previously thought. [FAPEMIG APQ-
is laterally flattened, blade-like, and 01110-15]

Paleontologia em Destaque | 29
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Evolution of the cranial morphology of Dromaeosauridae


(Dinosauria, Theropoda)

Natan Santos BRILHANTE¹; Rafael DELCOURT²


¹Museu Nacional/UFRJ. CAPES. natan.biologia@gmail.com.
²UNICAMP. CAPES. rafael.delcourt@gmail.com.

Dromaeosauridae presents a wide diversity of was summarized by the two first sets of
body sizes, habits, and behaviors. Most of the variables: (PC1) anterior margin of premaxilla
occurrences are from the Late Cretaceous of is vertical; narrow narial opening; rostrum is
North America and Asia, but some studies dorsoventrally large, with the straight ventral
discussed a widespread distribution margin; basicranial is dorsoventrally small,
(including the Southern American with little distinction in the maximum height of
unenlagiines), with the initial radiation of the dorsal surface that extends approximately
dromaeosaurids taking place in the Middle or from the posterior border of the antorbital
Late Jurassic of Gondwana. The number of fenestra; antorbital and infratemporal
fossil taxa associated with this clade has fenestrations are broad; small orbit; (PC2)
increased throughout the last decades. anterior margin of premaxilla is oblique
Usually, more than thirty valid species are (inclined posterodorsally); wide narial
recognized and distributed in the following opening; rostrum is dorsoventrally short, with
subfamilies: Dromaeosaurinae, the ventral margin slightly inclined
Microraptorinae, Unenlagiinae, and dorsoventrally; basicranial is dorsoventrally
Velociraptorinae. Here we apply geometric large, reaching the apex approximately at the
morphometric analyses to increase the overall anterior limit of the postorbital; antorbital and
comprehension of the dromaeosaurid's infratemporal fenestrations are small; large
disparity. Forty landmarks along the lateral orbit. Morphospace obtained is consistent
view of the skull were selected, using the with some phylogenetic proposals of the
software tpsDig2. We performed the literature. However, we highlight Bambiraptor
Procrustes and principal component (PCs) and Saurornithoides (troodontid) have
analyses using MorphoJ. Variation among morphological similarities with avian
individuals is revealed for the PCs. To date, theropods. In the course of this study, new
eight skulls were analyzed, including five taxa will be included to evaluate cranial and
dromaeosaurid taxa: Bambiraptor, postcranial skeleton diversity and its relation
Deinonychus, Dromaeosaurus, to ecology, function, and phylogeny. Within
Sinornithosaurus, and Velociraptor as well as the evolutionary context, this study intends to
other three theropods for comparative integrate previously published datasets with
purposes (Archaeopteryx, Saurornithoides, the new ones, always aiming for a critical and
and Herrerasaurus). Skull shape of each taxon general view of this clade. [CAPES]

Paleontologia em Destaque | 30
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Skeletochronology of the axial skeleton of three lithostrotians


(Dinosauria: Titanosauria)

Arthur Souza BRUM*


Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebra Fósseis, Museu Nacional – UFRJ. arthursbc@yahoo.com.br.

Osteohistological studies of the axial skeleton especially internally in primary bone and in the
in Neosauropda are scarce. Here we present distal zone. The secondary bone is dense and
the analyses of axial bones from three species developed, especially in cervical ribs, filling all
recovered from the Upper Cretaceous Bauru the bone. The haemal arch of Gondwanatitan
Group: Austroposeidon magnificus Bandeira et is fully remodeled, with sparse cavities that
al., 2016, Maxakalisaurus topai Kellner et al., gradually advance into the compact bone. The
2006, and Gondwanatitan faustoi Kellner & haemal arches of Maxakalisaurus exhibit
Azevedo, 1999 that represent distinct clades fibrolamellar bone, with longitudinal-
of Lithostrotia (Titanosauria). From all we plexiform canals and four LAGs. The secondary
obtained sections from cervical and dorsal bone is dense and the contact between the
ribs, and for Maxakalisaurus and cavities and compact bone is gradual. Based
Gondwanatitan we also included portions of on the remodeling process of the secondary
haemal arches. In all samples (total 4) of bone and the LAGs all three species appear to
Au st ro po seido n, the pri m ary bone i s have reached sexual maturity. Although
fibrolamellar, with plexiform canals. Except in Austroposeidon is the largest individual
the anterior dorsal rib, in all others only one studied here, it is the less mature compared to
LAG was observed. The secondary bone is the others. The titanosaurs studied here
dense and the medullar cavity is pneumatic exhibit a developed modular growth phase
with rare resorption cavities. Both secondary and an abbreviated cyclical one, with bone
bone and cavities form clear bands, defining marked by few LAGs, especially in the case of
remodeling and resorption fronts. In both Austroposeidon. This pattern differs from that
Gondwanatitan and Maxakalisaurus, the observed in basal neosauropods, in which
dorsal ribs are similar, with primary bone growth varies from a modular phase (sparse
exhibiting rich parallel fibered fibrolamellar growth marks) to an extensive cyclical one,
matrix and longitudinal vascular canals, with a higher LAG account (up to 33). This
interlayered by zero up to 12 LAGs, especially study indicates that these titanosaurs exhibit
in the proximal zone of the posterior ribs. an extension of the modular growth phase
Some regions of the dorsal ribs of both species and an abbreviation of the cyclical one.
exhibit fibrolamellar matrix with more woven [*CNPq]
bone and disorganized longitudinal canals,

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Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

The evolution of pneumatic foramina in pterosaur vertebrae

Richard BUCHMANN; Taissa RODRIGUES


Laboratório de Paleontologia, Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade
Federal do Espírito Santo. richard_buchmann@hotmail.com, taissa.rodrigues@gmail.com.

Pterosaurs are extinct archosaurs with Anhangueridae. Character mapping showed


extensive skeletal pneumatization that lived that most foramina originated more than once
during the Mesozoic era. Pneumatization is throughout the evolutionary history of
observable to the naked eye by the presence pterosaurs, with with only two of the eight
of foramina connected to internal cavities in added characters appearing only once: a
the cortical surface of the bones, as seen in pneumatic foramen lateral to the neural canal
extant birds and some non-avian dinosaurs. in mid-cervicals, and more than one
These pneumatic foramina are present at pneumatic foramina on the lateral surface of
different places along the bones, where their the centrum of cervicals. However, literature
positions don't compromise the physical data shows that these two character states
integrity of structures. However, it is still have already been recorded in species that
insufficiently known if the presence and were not included in this matrix, which means
placement of pneumatic foramina appeared that these foramina probably also had
only once or multiple times in pterosaur independent origins. Pneumatic foramina
evolution. In this study, we included eight were more abundant in mid-cervical vertebrae
characters referring to the presence and than in posterior cervical and dorsal vertebrae,
position of pneumatic foramina in pterosaur which can be attributed to the scarcity of
mid-cervical, posterior cervical and dorsal three-dimensionally preserved vertebrae or to
vertebrae in a previously published data the formation of the notarium, which makes it
matrix. Each character was then mapped in difficult to visualize some foramina.
order to analyze possible homologies and Pneumatic foramina were more common in
convergences. Specimens were observed first- the Dsungaripteroidea, except for the
hand, in collections, and according to the pneumatic foramina on the lateral sides of the
literature. The data matrix was edited in neural arch in mid-cervical vertebrae, which is
Mesquite, version 3.03, and the phylogenetic common among non-pterodactyloids. The
analysis and character mapping were articulated and/or flattened preservation of
performed in TNT, version 1.1. The cladistic most non-pterodactyloids and
analysis resulted in nine equally parsimonious Archaeopterodactyloidea pterosaurs can also
trees with 215 steps each. The strict consensus make observations difficult, which means that
tree obtained differs from the original only by the discovery of new specimens belonging to
being less resolved, with the formation of a these clades can increase our knowledge on
large polytomy in non-pterodactyloids and pneumatization. [FAPES]
another between the species of

Paleontologia em Destaque | 32
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Occurrence of tetrapod fossils in Goiás state: A rediscovery


in Central Brazil

Carlos Roberto A. CANDEIRO1*,**; Stephen BRUSATTE2**; Felipe M. SIMBRAS¹


¹Laboratório de Paleontologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás, Campus Aparecida de Goiás. candeiro@ufg.br,
felipe.simbras@gmail.com.
²School of GeoSciences, University of Edinburgh, United Kingdom. stephen.brusatte@ed.ac.uk.

The tetrapod fossils from Goiás state (GO) are Paleontologia e Evolução of the Universidade
still poorly known compared to those from the Federal de Goiás. Survey studies also support
states of Mato Grosso and Mato Grosso do the dissemination of the fossil heritage of
Sul. However, GO has lately emerged in the Goiás and sums up to the knowledge about
national and international paleontological Brazil's paleontological resources. Following
community as an important new area with the survey, a digital database was developed
fossiliferous potential. The paleobiodiversity containing the main information about each
of tetrapods in Goiás is represented by reptile record (location, taxon, name of collectors,
and mammal body fossils. Early Permian (EP) year of collection, year of publication,
records of mesosaurids from the Irati institution where the specimens are housed,
Formation (IF), Paraná Basin, have been known etc.). The results show a list of 12
since 1930. Recently, fragmentary remains of municipalities with fossil occurrences of
turtles, crocodyliforms and dinosaurs were tetrapods that are distributed in the five
found in the Upper Cretaceous (UK) Bauru mesoregions of GO. We identified 64 taxa. In
Group (BG). The first mammalian fossil the EP of the IF, we record 12 Mesosauria
findings in the region date from 1952 and the specimens from six localities. The UK record of
first published studies were merely the BG includes Chelonia, Mesoeucrocodylia
exploratory with vague descriptions. The and Saurischia (Titanosauria and Theropoda)
megafauna record of GO has been increased from three localities. These taxa are recorded
as paleontological studies progress and from all main intervals of the Maastrichtian
scientific works are published. Nevertheless, Marília Formation. The Quaternary remains
there have been few studies that performed are the most abundant, with the most
an inventory of these tetrapods, compiling representative taxa being Ungulata,
their distribution and paleobiodiversity in GO. Carnivora, Xenarthra, Marsupialia, Rodentia,
Therefore, this study aims to make an updated Primates, Chiroptera, Afrotheria. The potential
survey of the tetrapod records from GO based of fossil tetrapods research from GO is
on bibliographic references, what is important noteworthy and may help us to understand
because it can be used as a reference to make the paleobiodiversity, biostratigraphy,
comparisons with other areas and plan future paleoecology, and paleobiogeography
fieldwork to discover fossils in promising heritage from Central Brazil. [*Bolsista de
regions of Goiás. This approach has been used Produtividade/CNPq; **FAPEG/Newton Fund-
in the studies of the Laboratório de Britsh Council]

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A comparison of Pterodactylus (Pterosauria, Archaeopterodactyloidea)


brain and inner ear to other pterosaurs

Filipe Gratz CARDOZO¹; Gabriela SOBRAL²; Taissa RODRIGUES¹


¹Laboratório de Paleontologia, Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade
Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brazil. filipegcardozo@gmail.com; taissa.rodrigues@gmail.com.
²Museu de Zoologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brazil. gabisobral@gmail.com.

Studying the brain and inner ear of extinct oblongata lies ventrally to the cerebellum; the
animals through their endocasts allows us to flocculus is damaged but very conspicuous;
make inferences on their behavior, ecology, and the semicircular canals are elongate. The
and sensory perceptions. Computed- dimensions and positions of optic lobes and
tomography (CT) techniques are non- cranial nerves (except the olfactory bulbs)
destructive methods that allow us to access could not yet be determined. The general
such information. In this context, we aspect of the brain, inner ear and associated
segmented the brain and inner ear of two structures of Pterodactylus are more similar to
specimens of Pterodactylus, SNBS/BSPG AS I those found in birds than in non-avian reptiles,
739 (P. antiquus, holotype) and SNSB/BSPG AS as in the case with other studied pterosaurs.
XIX 3 (P. kochi, holotype), housed in the The brain and inner ear of Pterodactylus were
Bayerische Staatssammlung für Paläontologie similar to Allkaruen koi, Anhanguera sp., and
und Geologie (Munich, Germany). If the Pteranodon. The preserved parts of the long
synonymy of P. kochi and P. antiquus is semicircular canals indicate that the posterior
confirmed, then this is the first CT analysis canal was less curved than in Anhanguera sp.
using more than one specimen of a pterosaur The general structure is also similar to Tapejara
taxon. The results were compared to other wellnhoferi, but in this species the cerebellum
pterosaur endocasts available in the literature. was located more ventrally. On the other hand,
Considering that SNSB/BSPG AS XIX 3 has the it was very different in comparison to
braincase damaged in the posterior region, Rhamphorhynchus muensteri, with the general
which makes the brain and inner ear structures structure in this being more straight, with a
poorly visible, our description is based mostly cerebellum not ventral, but just caudal to the
on SNBS/BSPG AS I 739. The olfactory bulbs hemispheres. Dsungaripterus weii and
are small; the brain hemispheres are large, Parapsicephalus purdoni were hard to
separated by a clearly visible medial compare due to poor images available.
longitudinal fissure, and longer in length than Segmentation needs to be completed to infer
height or width; the cerebellum is likewise the position and dimensions of the optic lobe
large and located posteriorly and adjacent to more precisely. [CAPES 10914884794; FAPES
the hemispheres; a marked medulla 54695899/2011; CNPq 152087/2016-8]

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A importância dos Museus, em conjunto com a educação formal,


no ensino de Paleontologia

Thaís S. CARVALHO; Carolina S. I. NASCIMENTO; Pietra M. MICHELETTI; Jorge F. M. de JESUS;


Marcelo A. FERNANDES¹
Laboratório de Paleoecologia e Paleoicnologia - LPP, Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva - DEBE, Universidade
Federal de São Carlos - UFSCar. carvalhosilthais@gmail.com, carolina.staisabel@gmail.com, pietramori@hotmail.com,
moradejesus@gmail.com, mafernandes@ufscar.br.

Entre os dias 16 e 22 de janeiro de 2017 foi pouco trabalhados nos espaços formais de
realizada na cidade de São Carlos - SP, uma ensino. 59% dos entrevistados responderam
coleta de dados no Parque Ecológico de São sobre as principais fontes de onde tiveram
Carlos, visando investigar a percepção do acesso às informações respondidas, como
público visitante sobre assuntos relacionados museus, escolas e televisão, enquanto os
à Paleontologia e Evolução. Para a coleta de demais não opinaram a respeito. A educação
dados, foi utilizado um questionário formal e a educação não-formal, nas escolas e
estruturado, com um conjunto de questões museus respectivamente, foram apontadas
pré-elaboradas, objetivas e subjetivas, o que como as principais fontes de informações,
permitiu uma abordagem qualitativa- citadas por 36% dos entrevistados, enquanto
quantitativa. O trabalho foi desenvolvido que a mídia (jornais, documentários, séries e
intencionalmente durante o período de férias filmes) ficou em segundo lugar, sendo
de verão, visando o público infanto-juvenil e apontada por 11%. Apesar de os veículos
seus pais, que participam das atividades desse midiáticos serem uma forma efetiva de
período no local. No Núcleo de Educação difusão de informações, pelo motivo de, em
Ambiental do referido Parque, foi aplicado o geral, atingirem um número amplo de pessoas
questionário para 63 pessoas, que podiam no país e no mundo, a sua utilização como
responder de forma livre às questões, e todas principal fonte para informações científicas
assinaram o termo de consentimento. Dentre acompanha uma preocupação, que é o fato de
as perguntas elaboradas, havia aquelas nem sempre serem fiéis a fontes confiáveis e
especificamente relacionadas à Evolução e com informações adequadas. Já quanto às
termos específicos da Icnologia, já que a escolas como espaços formais, o ensino e
cidade conta com icnofósseis nas calçadas de aprendizagem da paleontologia por vezes fica
suas ruas, e ainda possui um Museu de limitado à informações básicas, gerais e com
Ciências com exposição de Paleontologia uso limitado de recursos. Entretanto, quando
composta, em sua grande maioria, por as aulas são desenvolvidas nos espaços não-
registros icnológicos de Paleovertebrados e formais ou em conjunto com estes, há uma
Pa l e o i n v e r t e b r a d o s . Pa r a o s t e r m o s ampliação das possibilidades de
icnológicos, 13% dos entrevistados souberam aprendizagem do público, o que pode
definir o conceito de icnofósseis, enquanto proporcionar um ganho de conhecimento.
que 16% souberam definir corretamente Isso devido às características dos museus de
coprólitos e urólitos. Foi possível notar, por ciências, que atuam instigando a
meio das respostas, conhecimento da aprendizagem, permitindo que os visitantes
população sobre termos específicos da atuem como sujeitos ativos, por meio da
paleoicnologia, com respostas elaboradas utilização de tecnologias e ferramentas de
contendo termos científicos, demonstrando interação com as exposições, com objetivo de
assim a curiosidade e interesse dos mesmos aumentar a percepção sobre o papel e a
sobre assuntos que são pouco comuns e importância da ciência na sociedade.
Paleontologia em Destaque | 35
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Paleoecologia isotópica (δ C, δ O) de fósseis de mamíferos de médio


porte de grutas da Bahia

Jociara Silva COSTA¹; Alexander CHERKINSKY²; Mário André Trindade DANTAS¹


¹Laboratório de Ecologia e Geociências, Universidade Federal da Bahia/IMS/CAT. IC/CNPq; PQ/CNPq.
jociara.costabio@gmail.com, matdantas@yahoo.com.br.
²Center for Applied Isotope Studies, University of Georgia, USA. acherkin@uga.edu.

A presente comunicação teve como objetivo enquanto para Tayassu pecari sugerimos uma
sugerir a dieta, através da análise de dieta baseada em folhas (38%), frutos (22%),
isotópicos de carbono (δ C) e oxigênio raízes (16%) e gramíneas (25%), indicando ser
(δ O), de animais de médio porte, sendo eles: um animal generalista. Com respeito aos
Alouatta sp.; Tayassu pecari; Leopardus sp. e carnívoros, Leopardus sp. caçava
Procyon sp., que possuía a dieta principalmente animais que viviam em áreas
herbívoro/carnívoro, encontrados nas grutas florestais (82% plantas C₃), mas poderia caçar
Clóvis Saback I (Campo Formoso/BA) e animais em áreas abertas também (18%). Já
Jerônimo (Ua Ua/BA). As análises isotópicas Procyon sp. caçava somente animais de
foram realizadas na bioapatita no esmalte dos florestas (100% plantas C₃). Esses animais
dentes. No caso dos herbívoros, os resultados poderiam viver em mesmo ambiente e não
para Alouatta sp. sugerem uma dieta com uma tinham sobreposição de nicho, mesmo os
maior proporção de folhas (91%) que de carnívoros, pois a preferência alimentar era
frutos (9%), sendo um animal especialista, diferente. [CNPq proc. 404684/2016-5].

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Interações paleossinecológicas da megafauna quaternária preservadas nos


tanques fossilíferos de João Cativo (Itapipoca, Ceará, Brasil)

João Paulo da COSTA¹; Lucas Henrique Medeiros da SILVA²; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR²
¹Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro. joaopdacosta1988@gmail.com.
²Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. lucashmsilva@hotmail.com,
herminio.ismael@yahoo.com.br.

Os tanques fossilíferos atualmente ação antropogênica. A primeira é


constituem uma das principais fontes de representada por marcas de mordida
informações paleoambientais e paralelas entre si, com leve curvatura e por
paleoecológicas acerca dos vertebrados vezes bifurcadas em uma costela de
quaternários da Região Intertropical Brasileira Eremotherium laurillardi, sendo atribuídas à
(RIB). Além disso, alguns deles preservaram icnoespécie Machchinus fatimae, a qual reflete
registros paleoicnológicos importantes, interação alimentar (Fodinichnia) de
especialmente alterações biogênicas em necrofagia entre um canídeo (provavelmente
substrato ósseo, as quais podem refletir Protocyon troglodytes) e a carcaça da preguiça
aspectos sinecológicos das terrícola. Consequentemente, a presença
paleocomunidades quaternárias. Nesse desse tipo de traço também sugere
sentido, o sítio paleontológico João Cativo soterramento tardio. As alterações
(SPJC; 3º30'S, 39º36'O; município de antropogênicas correspondem a cortes com
Itapipoca, Ceará, Brasil) tem demonstrado bordas serrilhadas e relevo em “V” feitos por
recentemente ser uma fonte potencial de algum instrumento lítico em um fêmur de
informação paleoecológica. Este trabalho Palaeolama major. Sua presença está
apresenta uma análise de marcas biogênicas relacionada ao ato de retirar a pele do animal,
dos fósseis quaternários do SPJC, permitindo utilizando uma técnica de serragem e
o reconhecimento de interações fatiamento. A baixa quantidade de feições
paleossinecológicas entre a megafauna biogênicas descarta a possibilidade de o
quaternária da RIB e espécies associadas depósito ser um local de acumulação de
durante o Quaternário. Na década de 1960, carcaças por predadores. A presença da
foram escavados dois depósitos de tanques icnoespécie M. fatimae amplia sua ocorrência
na localidade de João Cativo (3º30'S, 39º36'O; para o Estado do Ceará, visto que, no Brasil,
município de Itapipoca, Ceará, Brasil), onde esse icnotáxon só havia sido descrito para um
951 espécimes fósseis (crânio, pós-crânio, depósito quaternário de caverna do Rio
osteodermos e dentes), atribuídos a Grande do Norte. As alterações
megamamíferos e mamíferos de pequeno, antropogênicas aqui descritas consistem em
médio e grande porte, anfíbios, répteis e aves. uma das poucas evidências de interação
Dois espécimes apresentam modificações homem-megafauna descritas para o Brasil e
biogênicas (0,21% da amostra), as quais tem potencial para auxiliar na compreensão
correspondem a arranhões (= scratches) de aspectos paleossinecológicos de humanos
produzidos por predação/necrofagia e por pré-históricos na América do Sul.

Paleontologia em Destaque | 37
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Auxílio da luz UV para medições morfométricas na análise ecomorfológica


de Dastilbe crandalli (Jordan, 1910)

Isa Marielle COUTINHO¹; Tássia Juliana BERTOTTO²; Thales Henrique Menezes Silva do NASCIMENTO²;
Gustavo Ribeiro de OLIVEIRA²
¹PPGEOC/Universidade Federal de Pernambuco. CAPES. isaonix@gmail.com.
²Universidade Federal Rural de Pernambuco. CNPq. tassia.bertotto@gmail.com, thspike@gmail.com,
gustavo.roliveira@ufrpe.br.

A ecomorfologia tem como ideia principal Foram expostos a luz UV e medidos 92 fósseis,
correlacionar a forma dos organismos com variando entre 19,25 mm a 185 mm de
seu modo de vida. Determinada morfologia comprimento total (CT), sendo possível a
indicaria uma possível dimensão do nicho retirada de 14 medidas morfométricas. Foram
ecológico, permitindo inferir acerca da medidos 84 fósseis da Formação Crato, dos
distribuição ou hábitos tróficos. Esse tipo de quais 69 reagiram bem a luz UV, onde 43
estudo tem sido aplicado em peixes fósseis, necessitaram do auxilio da luz UV para uma
porém, devido ao estado de preservação de melhor precisão das medidas, 26 não
alguns espécimes, geralmente métodos necessitaram essencialmente da luz UV,
tradicionais (ex: Microscópio Estereoscópico devido ao tamanho e ao excelente estado de
Binocular) não revelam as estruturas com preservação suas estruturas eram visíveis na
tanta precisão, sendo necessário o uso de luz natural (luz branca); 5 reagiram
tecnologias mais sofisticadas e de alto custo. A parcialmente e 10 não reagiram, devido a
utilização da luz UV, como método simples e partes moles preservadas ou estavam
acessível, pode ser um grande aliado na cobertos de substâncias como paraloide.
mensuração morfológica de fósseis, Todos os 8 fósseis da formação Ipubi,
principalmente em fósseis preservados nos precisaram exclusivamente da luz UV para
calcários laminados da Formação Crato, cuja visualização de todas as estruturas, sendo
presença de substâncias como o fosfato de indispensável essa técnica na coleta dos
cálcio, que provoca fluorescência do fóssil, o dados morfométricos. Portanto, a luz UV se
que permite demarcar, com maior precisão, a mostrou uma técnica eficiente para os fósseis
presença de estruturas completamente de Dastilbe crandalli em ambas as formações,
invisíveis ou pouco visíveis à luz natural. O de baixo custo e de fácil utilização no auxílio
objetivo desse trabalho é reportar a utilização da retirada de medidas morfométricas, que
e eficiência da luz ultravioleta na retirada de posteriormente serão aplicadas em estudos
medidas morfométricas de fósseis do Dastilbe da ecomorfologia, contribuindo com o
crandalli (Jordan, 1910) preservados em duas acréscimo de conhecimento paleoecológico
Formações da Bacia do Araripe (Crato e Ibupi). da espécie em questão.

Paleontologia em Destaque | 38
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Isotopic paleoecology (δ13C, δ18O) of early Cenomanian (Upper Cretaceous)


vertebrates from North Africa and Brazil: ecological niche and overlap

Mário A. T. DANTAS¹; Mateus MELOTTI²; Taissa RODRIGUES²; Rodrigo G. FIGUEIREDO³


¹Laboratório de Ecologia e Geociências, UFBA (IMS/CAT), Vitória da Conquista, BA, Brazil. matdantas@yahoo.com.br.
²Laboratório de Paleontologia, CCHN, UFES, Vitória, ES, Brazil. CAPES. m.melottimartins@gmail.com,
taissa.rodrigues@gmail.com.
³Departamento de Biologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre, ES, Brazil. rodrigo.giesta@gmail.com.

This communication has as main objectives suggests a diet composed of leaves (51%),
discuss: (i) type of resources potentially fruits (10%), roots (7%) and C₄ plants (32%).
consumed by five taxa (one herbivore and four For carnivores, available isotopic data allow us
carnivores) that lived in Upper Cretaceous of to suggest to C. saharicus (samples = 8; µδ C
North Brazil and Africa; and (ii) carnivores' = -9.39±0.93‰; µδ O = 26.96±1.50‰; µB =
isotopic ecological niche and overlap. To 0.15±0.10) a specialist diet on Titanosauridae
estimate diet of these taxa we used published (65%), but, it could also fed on N. africanus
isotopic data (δ C, δ O) available. Proportion (35%). Spinosaurus sp. (samples = 25; µδ C = -
of resources consumed was suggested 9.40±2.46‰; µδ O = 25.56±0.88‰; µB =
through two isotopes' (δ C, δ O) 0.35±0.21) had a generalist diet, with similar
mathematical mixing models, considering proportions of Titanosauridae (54%) and
enrichment of Suess effect (+2‰), and for marine vertebrates (46%). Anhangueria
carnivores, depletion of trophic level (-2‰). In (samples = 5; µδ C = -9.60±1.38‰; µδ O =
herbivores resources were differentiated in: 25.18±0.83‰; µB = 0.58±0.25) had a
leaves, fruits, roots (all C₃ plants) and C₄ plants. generalist diet composed of Titanosauridae
f o r c a r n i v o r e s ( C a r c h a r o d o n t o sa u r u s (31%), fishes (49%) and Chelonia (20%), which
saharicus, Spinosaurus sp., Anhangueria and allow us to suspect a scavenger habit. Finally,
Crocodyliformes) eight potential preys were Crocodyliformes (samples = 8; µδ C = -
suggested: Chelonia, Saurischia 10.00±1.08‰; µδ O = 25.30±0.93‰; µB =
(indeterminate Titanosauridae), 0.43±0.23) had a diet composed by (juvenile?)
Coelacanthiformes (Mawsonia sp.), Titanosauridae (42%), fishes (39%) and
Lepisosteiformes (Lepidotes sp.), Chelonia (19%). Isotopic niche overlap (O) of
Lepidosireniformes (Protopterus sp.), carnivores was high (0.83 to 0.98), however it
Amiiformes (Stromerichthys sp.), looks like these taxa had specific ecological
Sclerorhynchiformes (Onchopristis numidus), niches, which avoid competitive exclusion.
Ceratodontiformes (Neoceratodus africanus). Our analysis is an attempt to refine
We estimated the isotope niche breadth using paleoecology of these Upper Cretaceous
Levins' measure standardized (B ) and the vertebrates. Although it is a limited
niche overlap (O) through Pianka's index. For reconstruction due to low number of taxa
early Cenomanian of North Brazil and Africa available, it presents interesting results, and
isotopic information is available only for one shows potential use of isotopes in the
megaherbivore belonging to Titanosauridae paleoecological reconstruction of Cretaceous
(samples = 2; µδ C = -10.30±1.13‰; µδ O = vertebrate faunas.
25.95±1.06‰; µB = 0.56±0.40). Our analysis

Paleontologia em Destaque | 39
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Understanding food ecology and paleoenvironment of late Pleistocene


megamammals from Brazilian Intertropical Region through C- and O-
isotope mathemathical mixing model

Mário A. T. DANTAS¹; Hervé BOCHERENS²; Érica C. OMENA³; Jorge L. L. da SILVA⁴; Alcides N. SIAL³
¹Laboratório de Ecologia e Geociências, UFBA (IMS/CAT), Vitória da Conquista, BA, Brazil. matdantas@yahoo.com.br.
² Biogeology, Department of Geosciences and Senckenberg Center for Human Evolution and Palaeoenvironment (HEP),
Universität Tübingen, Hölderlinstr. 12, 72074 Tübingen, Germany. herve.bocherens@uni-tuebingen.de.
³ NEG-LABISE, Dept. of Geology, Federal University of Pernambuco, Recife, PE, Brazil. erica.omena@gmail.com, sial@ufpe.br.
⁴ Dept. of Paleontology, Natural History Museum, Federal University of Alagoas, Maceió, AL, Brazil. jluizlopess@gmail.com.

This communication aims at refining type of and N. platensis had a diet mainly based on
resources consumed by Pleistocene grass (>70%), T. platensis a diet mainly based
megamammals in Brazilian Intertropical on grass (65%) and roots (27%), and
Region (BIR) through C and O isotope Xenorhinoterium bahiense a high
analyses. Proportion of resources consumed consumption of leaves (26%), fruits (28%) and
was determined through two-isotope roots (27%). X. bahiense had a moderate
mathematical mixing models. Four resource overlap (0.47‒0.62) with E. laurillardi, N.
types were defined: leaves, fruits, roots and C₄ platensis and T. platensis, while these species
grass. Niche overlap was estimated through presented a high overlap among them (0.96-
Pianka's index. δ C values from Eremotherium 0.99). In SE, N. platensis and T. platensis were
laurillardi, Notiomastodon platensis and mainly grazers (>85%), while E. laurillardi was
Toxodon platensis did not present statistical mainly consuming roots (69%), but fed on
difference in BIR, while δ O values did, thus, grass (30%) as well. E. laurillardi had a
results were discussed by geographical moderate overlap with N. platensis and T.
distribution (RN, PE, AL, SE, BA states). In RN, E. platensis (0.43‒0.56), while these species had a
laurillardi, N. platensis and T. platensis were high overlap between them (0.99). Finally, in
mainly grazers (>84%), while Valgipes BA, N. platensis and Equus (Amerhippus)
bucklandi fed on fruits (30%) and roots (36%), neogeus had high proportion of grass in their
but on grass (32%) as well. V. bucklandi diet (>78%), while E. laurilardi and T. platensis
presented moderate overlap (0.57‒0.67) with fed mainly on grass (48% and 56%,
E. laurillardi, N. platensis and T. platensis, while respectively) and roots (44% and 27%,
these species presented high overlap among respectively). The overlap of these species in
them (0.98‒1.00). In PE, N. platensis BA was high (0.77-0.98). Probocidea δ O
maintained a mainly grazing diet (86%), E. values allowed us to suggest that SE and AL
laurillardi, Hippidion principale and were drier than RN, PE and BA, and all of them
undetermined Cervidae had a diet mainly were drier than Kenya, Africa nowadays. Thus,
based on grass (64%, 44% and 48%, this refinement of megamammal food
respectively) and roots (21%, 32% and 40%, ecology allows us to suggest more open and
respectively). The overlap of all taxa in this drier environments during the late Pleistocene
state was high (0.82‒0.98). In AL, E. laurillardi of BIR.

Paleontologia em Destaque | 40
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Megamamíferos pleistocênicos da Toca da Pedreira, Ourolândia, Bahia,


Brasil: taxonomia e inferências tafonômicas

Marta Maria SILVA; Mário A. T. DANTAS


Laboratório de Ecologia e Geociências, UFBA (IMS/CAT), Vitória da Conquista, BA, Brazil. PQ/CNPq.
matdantas@yahoo.com.br, martabio2005@gmail.com.

Na Região Intertropical Brasileira (RIB) é 0729), escafoide esquerdo (LEG 0735),


comum a descoberta de fósseis fragmentos de costelas (LEG 0736 a 0738),
principalmente em ambientes fossiliferos do corpos de vértebras (LEG 0311, 0730 a 0733),
tipo "tanque" ou em cavernas. As maiores fragmento de processo vertebral (LEG 0734),
descobertas de fósseis em cavernas foram fragmento da porção proximal da tíbia LEG
registradas principalmente para os estados da 1463, fragmento de navicular LEG 0310; e à
Bahia e Minas Gerais. Em 2015 houve a Cervidae (fragmento basal de galhada LEG
descoberta de uma nova cavidade de 0312). Além das 18 peças atribuíveis a E.
pequeno porte no município de Ourolândia, laurillardi, Toxodontinae e Cervidae, foram
Bahia: a Toca da Pedreira, onde também foram encontrados 317 fragmentos não
encontrados alguns fósseis. A presente identificados, cujos tamanhos variaram de 10
comunicação tem como objetivos registrar a a 160 mm, representando 95% dos espécimes
ocorrência de fósseis de megamamíferos resgatados. A representatividade óssea neste
pleistocênicos nesta cavidade; assim como, afloramento foi baixa, com apenas poucas
realizar uma breve análise tafonômica do peças identificáveis para cada taxa. Ossos
material, visando observar: pequenos compreendem os mais preservados
representatividade óssea; equivalência (~5%), e os poucos representantes de ossos
hidráulica; grau de intemperismo longos presentes encontram-se muito
(Behrhesmeyer), para sugerir quanto tempo fragmentados. A análise tafonômica, no
os fósseis ficaram expostos ao ambiente antes restrito material disponível, permitiu inferir
de serem transportados e soterrados; e que os ossos de E. laurillardi encontrados
transportabilidade, através do Fluvial sofreram mistura temporal (0-15 anos), e
Transport Index - FTI e da análise dos grupos pouco transporte da área fonte até a caverna,
de Voorhies, observando o conjunto de ossos enquanto os materiais de Toxodontinae
presentes, e interpretando se houve pouco, ficaram expostos pouco tempo no ambiente
médio ou longo transporte da tanatocenose (0 a 3 anos), antes de sofrerem médio
para a tafocenose, permitindo classificar a transporte até a caverna, permitindo
assembleia fossílifera como: in-situ, periférica caracterizar a assembleia fossilifera como
ou ex-situ. Foram identificados fósseis periférica. Todos os fósseis foram levados para
pertencentes à: Toxodontinae (diáfise de a cavidade por uma corrente de alta energia, o
úmero direito LEG 1464, metacarpo IV direito que promoveu a alta fragmentação dos
LEG 0740, fragmento de costela LEG 0741); fósseis que já estavam frágeis pela exposição
Eremotherium laurillardi (Lund, 1842) as intempéries do ambiente.
(fragmentos de molariformes (LEG 0728 e

Paleontologia em Destaque | 41
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Aspectos tafonômicos e paleoecológicos dos coprólitos de vertebrados da


Formação Urumaco (Mioceno Superior), Venezuela
Paula DENTZIEN-DIAS¹; Jorge Domingo CARRILLO-BRICEÑO²; Heitor FRANCISCHINI³; Rodolfo
SÁNCHEZ⁴
¹Laboratório de Geologia e Paleontologia, Instituto de Oceanografia, Universidade Federal do Rio Grande.
pauladentzien@gmail.com.
²Paleontological Institute and Museum, University of Zurich. jorge.carrillo@pim.uzh.ch.
³Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq.
heitorfrancischini@hotmail.com.
⁴Museo Paleontológico de Urumaco, Venezuela

Coprólitos fornecem importantes morfótipo M5 é um cilindro pequeno de


informações paleoecológicas que não seriam superfície rugosa e extremidades
obtidas através de restos corporais, como a arredondadas. Em contraste, os morfótipos
dieta do produtor, infestação parasitária e M3 e M4 são atríbuidos a carnívoros e
microbiota intestinal. A Formação Urumaco possuem diferentes inclusões. M3 é cilíndrico
(Mioceno Superior) da Venezuela possui uma curto e largo, com extremidades
diversa fauna de vertebrados terrestres e arredondadas, contendo bactérias, ovos de
aquáticos, composta por preguiças gigantes, nematódeos e fitólitos. Já o M4 possui um
notoungulados, peixes-boi, cetáceos, formato de cilindro alongado com
roedores, serpentes, crocodilos, quelônios, extremidades arredondadas, e possui
peixes ósseos e cartilaginosos e anfíbios, além inclusões semelhantes a células musculares.
de coprólitos. Neste trabalho, foram descritas Baseado na fauna da Formação Urumaco e na
as morfologias e inclusões dos coprólitos, morfologia e inclusões dos coprólitos, os
através de lâminas petrográficas e prováveis produtores para os morfótipos são:
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV). M1 – roedor; M2 – notoungulado; M3 –
Foram descritos 106 coprólitos classificados crocodilo; M4 – carnívoro indeterminado; e
em cinco diferentes morfótipos (M1–M5) M5 – sirênio. A abundância de coprólitos de
baseados em seu tamanho, formato e tipo de herbívoros em detrimento ao de carnívoros e
inclusões, sugerindo diferentes produtores. a presença de diferentes tipos de inclusões
Os coprólitos de herbívoros (M1, M2 e M5), (bactérias, parasitas, fitólitos e restos de
reconhecidos pela presença de restos vegetais músculos) são características raras no registro
em sua matriz, são os mais abundantes (59%). de coprólitos. O registro de cinco diferentes
As inclusões mais comuns nesses coprólitos morfótipos atribuídos a diferentes produtores
são fragmentos de gramíneas, entretanto na mesma unidade estratigráfica e no mesmo
restos de dicotiledôneas, bactérias e ambiente sedimentar sugere que os
filamentos de cianobactérias também foram coprólitos da Formação Urumaco foram
encontrados. O morfótipo M1 apresenta um preservados graças a uma litificação inicial
formato de bala com estrias longitudinais, promovida por rápido soterramento e pela
enquanto o M2 é arredondado a ovalado, com mediação de micro-organismos.
ao menos uma extremidade proeminente, e o

Paleontologia em Destaque | 42
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Um Dastilbe iria bem em meu aquário?


Análise da coloração de um peixe fóssil

Maria Eduarda T. S. ELESBÃO¹; Mateus A. C. SANTOS¹; Joana BRUNO²; Gustavo M. E. M. PRADO³; Cibele
P. VOLTANI³; Felipe L. PINHEIRO¹
¹Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa. São Gabriel, RS. marrie1908@gmail.com,
mateuscostasantos9@gmail.com, felipepinheiro@unipampa.edu.br.
² Departament de Prehistória, Universitat Autònoma de Barcelona. joana.bruno@gmail.com
³Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. gustavo.marcondes.prado@usp.br.

O padrão de coloração é uma importante afinam ao longo da nadadeira e em direção ao


expressão fenotípica, sendo, muitas vezes, seu eixo. Análises por microscopia eletrônica
uma característica adaptativa que atua no de varredura foram inconclusivas quanto à
comportamento, camuflagem, comunicação, presença de melanossomos. Contudo, uma
dentre outros. Sua preservação no registro vez que as melaninas são resistentes aos
fossilífero é algo raro. Consequentemente, processos bioestratinômicos e diagenéticos, é
interpretações paleobiológicas são limitadas possível que este pigmento esteja disperso e
ou meramente especulativas. Apresentamos, em concentrações muito baixas. Mapas de
aqui, o primeiro registro de padrão de elementos-traço utilizando micro-
coloração em um peixe do Grupo Santana fluorescência de raios-X de luz síncrotron,
(Cretáceo Inferior) da Bacia do Araripe. demonstram que Ca e Mn ocorrem somente
Pertencente a Dastilbe crandalli, o espécime na região da matriz, enquanto que Fe, Zn e Cu
UNIPAMPA 738 é proveniente da Formação estão limitados às nadadeiras. Cálcio e
Crato, onde está preservado numa matriz de manganês são elementos esperados, uma vez
calcário de cor bege. Com exceção da que os calcários da Formação Crato são
nadadeira anal, todas apresentam um padrão compostos por calcita (CaCO₃) com ocasionais
de coloração bandado. A dorsal apresenta ocorrências do mineral autigênico pirolusita
quatro listras marrons claras compostas por (MnO₂). A ocorrência limitada de Fe, Cu e Zn,
manchas redondas interconectadas. Cada são considerados evidências da presença da
uma delas está localizada em um raio melanina, uma vez que podem ser
individual, orientando-se dorso- incorporados em sua estrutura molecular
posteriomente. A nadadeira pélvica apresenta durante a vida do organismo ou por processos
um padrão semelhante, formando três listras diagenéticos. A ausência de pirolusita nestes
compostas que convergem dorsal e tecidos também corrobora esta hipótese. Por
ventralmente, configurando um “W”. A outro lado, reconhece-se que estes elementos
peitoral direita apresenta duas manchas também possam ser derivados de outras
marrons claras arredondadas, localizadas no classes de pigmentos como, por exemplo, as
centro de raios adjacentes, e na caudal, listras porfirinas ou carotenoides. De qualquer
simétricas convergentes partem da borda modo, o novo espécime adiciona novas
dorsal e ventral dos raios, terminando informações sobre a paleobiologia de D.
próximo ao eixo da nadadeira. Ao todo, oito crandalli, bem como sobre o ambiente de
listras estão presentes no lobo dorsal da deposição e a presença de biocromos na
nadadeira, e nove no ventral; onde são mais Formação Crato.
grossas em suas porções posteriores, e que se

Paleontologia em Destaque | 43
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Fósseis da 'Gruta da Lapinha' (Nova Redenção – Bahia)


e seus aspectos taxonômicos

Estevan ELTINK¹; Diego L. ABREU¹; Daniel V. de SOUZA²; André Vieira ARAÚJO³


¹ Colegiado de Ecologia, Universidade Federal do Vale do São Francisco.
estevan.eltink@univasf.edu.br, diegolealeco2@gmail.com.
² Colegiado de Geografia, Universidade Federal do Vale do São Francisco. daniel.vsousa@univasf.edu.br.
³ Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano. anddrevieira@gmail.com.

A Bacia Una-Utinga, inserida dentro do comparados à C. cuvieri, e facetas patelar e


domínio geotectônico da Chapada tibial descontínuas (continua em C. cuvieri). O
Diamantina, é constituída por coberturas outro material de preguiça trata-se de um
sedimentares do Proterozóico Superior crânio de Nothrotheriidae, associado ao
(Supergrupo São Francisco, Grupo Una). gênero Nothrotherium. Todavia, como o
Representada pelas Formações Bebedouro material é fragmentado, sem preservação de
(base) e Salitre (topo), as litofácies dentes, sua designação taxonômica mais
carbonáticas da Bacia Una-Utinga formam um acurada ainda está em desenvolvimento.
extenso sistema cárstico na margem oriental Ambos os táxons já foram reportados em
da Serra do Sincorá, com a formação de cavernas da região. Outro táxon encontrado
cavernas com notável valor espeleológico e em abundância na caverna é Mazama cf.
paleontológico (ex.: Poço Azul de Milú). Nesse gouazoubira, material composto de vários
contexto, esforços de pesquisa têm sido feitos espécimes, incluindo fragmentos cranianos,
na região com objetivo de prospecção, coleta mandíbulas, e extenso material pós-craniano.
e estudo de material fóssil. Tais esforços Um dente isolado foi associado à Tapirus
resultaram na coleta de significativo conteúdo terrestris. O material referente ao felino é
fossilífero na 'Gruta da Lapinha', localizada em composto de ossos pós-cranianos: fêmur,
Nova Redenção/BA. Através de estudos tíbia e úmero fragmentários. Esse material foi
osteológicos e taxonômicos, foram identificado como Smilodon, em função das
identificadas nesta caverna duas espécies de características da extremidade distal posterior
preguiças terrícolas extintas, um cervídeo, do úmero e de suas dimensões
felino de grande porte e um tapirídeo. Dentre morfométricas. A diversidade taxonômica dos
as preguiças terrícolas, destaca-se a fósseis provenientes da 'Gruta da Lapinha'
abundância de materiais pós-cranianos, em demonstra as potencialidades fossilíferas em
parte fragmentários, referentes a Valgipes cavernas cársticas na Bacia Una-Utinga, numa
bucklandi. Dentre as características nova localidade dentro da Região Intertropical
diagnósticas observadas no material estão: a Brasileira. Um aprofundamento sobre a
presença no úmero de forâmen taxonomia, os aspectos paleoecológicos e dos
entepicondilar, característico de processos de fossilização referentes a estes
Scelidotheriinae (diferenciando de Catonix fósseis serão explorados futuramente.
cuvieri), radio, ulna e fêmur mais alongados [PRPPGI/UNIVASF proc. PC 860/2017]

Paleontologia em Destaque | 44
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Novos fósseis de vertebrados da Formação Aliança (Jurássico Superior) na


porção sul da Bacia Tucano e o primeiro registro de Priohybodus no Brasil

Estevan ELTINK¹; Marco A. G. de FRANÇA²; Felipe C. MONTEFELTRO³; Thiago S. FACHINI⁴; Silvio Y.


ONARY⁴; Iasmim S. dos SANTOS¹; Diego L. ABREU¹; Max C. LANGER⁴
¹ Colegiado de Ecologia, Universidade Federal do Vale do São Francisco.
estevan.eltink@univasf.edu.br, diegolealeco2@gmail.com, iasmimsantos2020@outlook.com.
² Colegiado de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Vale do São Francisco. marco.franca@univasf.edu.br.
³ Departamento de Biologia e Zootecnia, Universidade Estadual Paulista. felipecmontefeltro@gmail.com.
⁴ Laboratório de Paleontologia de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo.
thiagosfachini84@gmail.com, silvioyuji@gmail.com, mclanger@ffclrp.usp.br.

A Formação Aliança é representativa do Ichthyodectidae, e coprólitos diversos. Dentre


estágio pré-rifte do sistema sedimentar as características distintivas presentes nos
Recôncavo-Tucano-Jatobá que aflora ao dentes de Priohybodus destacam-se as
longo de toda a Bacia de Tucano. Esta unidade cúspides triangulares, simétricas, com ápices
tem sido posicionada no Jurássico Superior pontiagudos e suave inclinação distal; cúspide
(Tithoniano) com base na presença de central ampla, acompanhada de dois ou três
ostracodes lacustrinos (Andar Dom João). Sua p a re s d e c ú s p i d e s a s s e s s ó ri a s ; f o rt e
deposição está relacionada ao período de compressão labiolingual do dente; superfície
extensão e ao adelgaçamento da crosta que pouco ornamentada e crista oclusal serrilhada
antecede a implantação dos meio-grábens bem marcada. Do ponto de vista
durante a separação da África e América do paleobiogeográfico, dentre os
Sul. A Formação Aliança tem um registro hybodontiformes do Jurássico Superior, o
fossilífero bem conhecido, todavia, restrito à gênero Priohybodus possui ocorrência restrita
porção Jatobá, que inclui os tubarões à Somália, Etiópia e Iêmen, tendo na América
Planohybodus e Parvodus, outros peixes como do Sul ocorrência registrada somente para o
Ceratodus, Mawsonia, Lepidotes, além de Uruguai. Dessa forma, o registro do gênero na
crocodiliformes, e icnofósseis (coprólitos). Formação Aliança amplia a ocorrência do
Para a porção Tucano, o registro fossilífero grupo nesse período, tratando-se do primeiro
estava restrito à pteridófita Phlebopteris registro do gênero no Brasil. Dada distribuição
branneri, na época coletada na 'Formação temporal do gênero (Jurássico
J a c ú ' . Po r t a n t o , n o v o s t r a b a l h o s d e Superior/Cretáceo Inferior), a idade da
prospecção realizados nessa área da bacia, formação não é contradita
resultando na coleta de materiais até então bioestratigraficamente até o momento. Em
inéditos para a Formação Aliança. Os novos virtude da paleoecologia associada a
materiais evidenciaram uma rica paleofauna Priohybodus, considerada uma forma
ao incluir dentes de hybodontiformes relacionada à água doce, sua ocorrência pode
Priohybodus e outro Hybodontidae (em fase auxiliar na compreensão paleoambiental da
de preparação), dentes e osteodermas dorsais gênese da Formação Aliança que seria
de crocodiliformes neosuchia, escamas e composta por um sistema associado à
dentes de Lepidotes, fragmentos ósseos de drenagem dulcícola. [PRPPGI/UNIVASF -
Mawsonia, um dente associado à PC860/2017, FAPESP 2014/03825-3]

Paleontologia em Destaque | 45
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Histology of limb bones of Provelosaurus americanus


(Parareptilia/Pareiasauria) from Rio do Rasto Formation, Brazil

Brodsky Dantas Macedo FARIAS¹; Marina Bento SOARES1,2


¹ Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS;
² Departamento do Paleontologia e Estratigrafia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
marina.soares@ufrgs.com.

Provelosaurus americanus is the only taxon between each annuli/LAG declining in


within Pareiasauria found in South America. direction to the periphery suggest that
Until now, published studies concerning UFRGS-PV-0233-P was adult at time of death.
Provelosaurus are limited to anatomical However, it should be growing at slow rates
descriptions. In this contribution information since the outermost cortex still shows some
about its paleobiological aspects are provided vascularization and a clear External
using paleohistology. Four elements (radius, Fundamental System (EFS) is absent. This set
ulna, tibia, and fibula) from the paratype of information points out that Provelosaurus
specimen of Provelosaurus (UFRGS-PV-0233- grew at high rates in an earlier developmental
P) were analysed. Thin-sections were made at period since vascularization is higher towards
the Laboratório de Paleontologia de the perimedullary region similarly to many
Vertebrados of the Universidade Federal do South African pareisaurs already sampled.
Rio Grande do Sul, complying with the Growth marks indicate that Provelosaurus
standard paleohistological procedures. The underwent a cyclical rate of bone deposition
bone histologic pattern of Provelosaurus is caused by probable shortages in
consistent within the Pareiasauria group. The environmental resources demanded for
elements present different degrees of normal growth. The max number of LAGs
preservation, but their microstructure is found in the radius and ulna was six,
similar, besides some differences. The suggesting that this animal died with at least
midshaft diaphysis of all bones reveals a six years old, but as some LAGs may be
diagenetic medullary cavity, preserving only a missing due to remodeling processes in the
few small fragments of loose trabeculae. The innercortex, its age can be extended to more
inner cortex is remodeled by secondary than that. No extant animals analogous to
processes, with large lumens, resulting in a pareiasaurs exist, so their lifestyle is hard to
cancellous appearance. All limb bones present infer. Our study describes bone histology in an
a lamellar-zonal/ parallel-fibered primary adult Provelosaurus, but lacks data for
bone tissue with poorly vascularized cortex juveniles. Until now, limb bones of juvenile
showing several annuli and LAGs. A decrease Provelosaurus are inaccessable, preventing a
in vascularization from the inner cortex to the complete growth ontogenetic series study.
outermost region, as well as the space [CAPES]

Paleontologia em Destaque | 46
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Limb bone histology of Decuriasuchus quartacolonia (Archosauria:


Paracrocodylomorpha) from Santa Maria Formation Southern of Brazil

Brodsky Dantas Macedo FARIAS¹; Julia B. DESOJO²; Jorge FERIGOLO³; Ana Maria RIBEIRO³; Marco
Aurélio Gallo FRANÇA⁴; Marina Bento SOARES1,5
¹Programa de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil.
brodskymacedo@gmail.com.
²División Paleontología de Vertebrados, Museo de La Plata, Buenos Aires, Argentina. julideso2@gmail.com.
³ Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil.
anamariaribeiro69@gmail.com, jorgeferigolo@gmail.com.
⁴Laboratório de Paleontologia e evolução de Petrolina, Universidade Federal do Vale do São Francisco, Petrolina,
Pernambuco. marco.franca@univasf.edu.br.
⁵Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, Brazil.
marina.soares@ufrgs.com.

Decuriasuchus quartacolonia is known by an vertebrates. One radius and one ulna of both
exclusively assemblage of nine associated MCN PV 10.105 B and MCN PV 10.105 X were
individuals (MCNPV10.105a–i) and a partial sampled using standard paleohistological
disarticulated skull (MCN-PV10.004) from procedures. The bone microstructure of the
Santa Maria 1 Sequence (Santa Maria radius and ulna of MCN PV 10.105 X are quite
Formation). The material is housed at the similar. The inner cortex is highly vascularized
Fundação Zoobotânica de Porto Alegre, Brazil, with random vascular canals, many of them
and represents the sister taxon of being primary osteons. Several round and
Batrachotomus kupferzellensis from Germany random osteocyte lacunae are present in the
+ Prestosuchus chiniquensis from Brazil. They bone matrix, resulting in a fibro-lamellar
represent the earliest evidence of gregarious complex. Secondary osteons were not found.
behavior among archosaurs. Until now, only Vascularization continues towards the mid
anatomical descriptions of the skull and post cortex, but it is less intense reaching the
cranium were made for D. quartacolonia, so outermost cortex. An external fundamental
information about its biology and system is not observed, suggesting that this
phylogenetic relationships are thus limited. individual was not fully grown. The radius and
The ontogenetic stage of all specimens was ulna of MCN PV 10.105 B are badly preserved,
considered adult based on their similar size, but the few preserved regions show the same
closed neurocranial, and neurocentral sutures organization of vascular canals presented and
by the original description. However, new bone tissue as in MCN-PV-10.105 X. This data
studies in the last years showed that these set suggest that these two individuals of D.
approaches are not reliable for all the quartacolonia were still growing at high rates,
archosaurs. In this contribution, we provide contrasting with the previous conclusions that
the first insights on the biological aspects of D. all ten individuals of D. quartacolonia found in
quatacolonia using bone histology, the most the quarry were adults. Similar bone histology
reliable method to access growth rates, was found in juveniles of Batrachotomus
growth patterns, age and life style of extinct kupferzellensis.

Paleontologia em Destaque | 47
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Dieta Isotópica (δ C, δ O) de Catonyx cuvieri do final do


Pleistoceno da Bahia, Brasil

Pedro Marcos Moura FELIX¹; Alexander CHERKINSKY²; Mário André Trindade DANTAS¹
¹Laboratório de Ecologia e Geociências, Universidade Federal da Bahia/IMS/CAT. IC/CNPq, PQ/CNPq.
pedromarcosbio@gmail.com, matdantas@yahoo.com.br.
²Center for Applied Isotope Studies, University of Georgia, Athens, GA 30602, USA. acherkin@uga.edu.

Catonyx cuvieri é uma preguiça-terrícola estudado pertenceu a indivíduo juvenil da


extinta incluído no clado Scelidotheriinae espécie e foi coletado na ''Gruta da Marota'',
(Mylodontidae) que habitou o Pleistoceno da município de Andaraí, Bahia. Os recursos
América do Sul, entretanto, poucas datações analisados para a dieta foram: folhas, frutos e
absolutas foram realizadas em fósseis desse raízes (englobando as plantas do tipo C₃) e
táxon. No Brasil, fósseis dessa espécie têm gramíneas (englobando as plantas C₄). Os
sido encontrados nos estados do Rio Grande resultados evidenciaram que esse indivíduo
do Sul, Minas Gerais, Bahia, Alagoas, Paraíba, viveu durante o final do Pleistoceno, com uma
Piauí, Ceará, Sergipe, São Paulo e Mato Grosso datação de 11.150±30 (11.152-11.019 Cal BP).
do Sul. Análises paleobiológicas de A análise de sua dieta (ẟ C = -11,19‰; ẟ O =
Scelidotheriinae sugerem que os táxons 28,22‰) nos permite sugerir que ele
pertencentes a esse clado seriam podadores, consumiu 10% de frutas, 67% de raízes e 22%
com provável consumo de raízes. O objetivo de gramíneas. Esses resultados corroboram
principal desta comunicação foi sugerir a dieta que essa espécie possuía hábitos alimentares
de Catonyx cuvieri através de regressões variados, incluindo uma dieta podadora, com
lineares usando valores isotópicos de carbono consumo de frutas e raízes [CNPq proc.
(δ C) e oxigênio (δ O), além de apresentar 404684/2016-5].
uma nova datação radiocarbono. O exemplar

Paleontologia em Destaque | 48
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Reavaliação taxonômica de espécimes de Pampatherium humboldtii (Lund,


1839) (Pampatheriidae, Cingulata) da Coleção P.W. Lund

Thais Matos Pereira FERREIRA1,2; Elver Luiz MAYER1,2; Jorge FERIGOLO²; Ana Maria RIBEIRO1,2
¹PPGGEO/Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq. thaisferreiramp@gmail.com, elvermayer@gmail.com, ana-
ribeiro@fzb.rs.gov.br.
²Seção de Paleontologia do Museu de Ciências Naturais da Fundação Zooobotânica do Rio Grande do Sul.
jorgeferigolo@gmail.com.

Pampatherium humboldtii (Lund, 1839) foi o Lund. Em contrapartida, o espécime de P.


primeiro táxon de pampaterídeo descrito pelo humboldtii figurado tanto por Lund quanto
naturalista Peter Lund a partir de materiais por Winge, correspondente ao dentário
provenientes das cavernas de Lagoa Santa, esquerdo, está numerado como ZMK 618. Este
Minas Gerais, Brasil, que atualmente estão espécime já havia sido sugerido por Cástor
depositados no Zoologisk Museum (ZMK), Cartelle como lectótipo para P. humboldtii,
Copenhague, Dinamarca. Ainda com base cuja proposta nós estamos de acordo. Outro
nesses materiais, Lund propôs um segundo equívoco encontrado é relacionado ao crânio
táxon de pampaterídeo, Holmesina major descrito por Lund e figurado por Winge, que
(Lund, 1842). No entanto, Lund não indicou se encontra atualmente fragmentado e
holótipos para ambos os táxons. A primeira numerado como dois espécimes (ZMK
revisão dos pampaterídeos da Coleção P.W. 1/1845:2314 e ZMK 1/1845:2318). Este
Lund, realizada na década de 1910 por Herluf exemplar foi recentemente referido em alguns
Winge, não fez distinção entre as espécies e trabalhos sob o número de tombo UZM 2314
atribuiu todo o material de pampaterídeos a e identificado como H. major. Contudo, trata-
um único táxon, H. major, sem referir número se do primeiro exemplar craniano
de tombo. Posteriormente, na década de apresentado por Lund para P. humboldtii. Tal
1990, a revisão desses materiais por Gordon constatação se deve ao fato de que Winge
Edmund incluiu dois táxons de apresenta os espécimes cranianos (ZMK 618,
pampaterídeos. Edmund propôs um conjunto ZMK 1/1845:2314 e ZMK 1/1845:2318) como
de osteodermos como lectótipos de H. major provenientes da Lapa do Baú, mas segundo a
(ZMK 1807) e sugeriu o espécime ZMK 150 lista de táxons e cavernas estudados por Lund
c o m o l e c t ó t i p o d e P. h u m b o l d t i i , (Quinta Memória sobre a Fauna das Cavernas),
mencionando se tratar de um dentário o táxon H. major não foi registrado para a
esquerdo. Os estudos mencionados geraram localidade. Com a presente reavaliação,
equívocos taxonômicos que motivaram o consideramos que os materiais de
presente estudo sobre uma nova revisão de pampaterídeos correspondentes aos
alguns espécimes da Coleção P.W. Lund, a espécimes de número ZMK 150, ZMK 618,
partir do estudo da literatura e diretamente no ZMK 1/1845:2314 e ZMK 1/1845:2318 foram
ZMK. Constatou-se que o espécime ZMK 150, identificados e, além disso, representam a
mencionado por Edmund como sendo um espécie P. humboldtii. [CNPq870559/1997-4;
dentário esquerdo de P. humboldtii, na 140577/2014-9; CAPES 88881.134568/2016-
verdade corresponde a um fragmento 01]
mandibular direito, o qual foi figurado por

Paleontologia em Destaque | 49
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Análise preliminar da microestrutura dentária de dois dentes pós-caninos


superiores de Exaeretodon riograndensis (Therapsida, Cynodontia)

Jaqueline L. FIGUEIREDO¹; Tomaz P. MELO *; Brodsky D. M. FARIAS²; Marina B. SOARES2,3*; Felipe L.


PINHEIRO *
¹Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa, São Gabriel, RS. jaqlinefig@gmail.com,
elipepinheiro@unipampa.edu.br.
²Programa de Pós-Graduação em Geociências, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS. tomaz.melo@gmail.com, brodskymacedo@gmail.com, marina.soares@ufrgs.br.
³Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Alegre, RS.

O cinodonte de grande porte Exaeretodon fina camada de cemento dental acelular,


riograndensis apresenta dentes pós-caninos recoberta por uma mais espessa de cemento
com padrão gonfodonte, típicos de animais celular que, sob a luz polarizada, apresenta
herbívoros/onívoros. Tais dentes são fibras de Sharpey, indicando a presença de
alargados transversalmente, assumindo uma ligamento periodontal (LPD). O osso alveolar
forma retangular e exibindo uma série de é bem vascularizado, com lacunas de
cúspides, cristas multifuncionais e bacias de osteócitos globulares a fusiformes. O espaço
oclusão. Exaeretodon apresentava um padrão periodontal é normalmente ocupado por uma
de substituição dentária sequencial nos pós- matriz mineral encontrada também
caninos, adicionando dentes posteriormente preenchendo rachaduras, aqui interpretada
e os perdendo anteriormente. Apesar da como uma concreção não biogênica. No
grande diversidade de cinodontes no Triássico entanto, em alguns pontos é difícil diferenciar
do Brasil, pouco se conhece sobre a sua entre concreção e fóssil, talvez indicando uma
microestrutura dentária. Devido a sua alteração diagenética dos tecidos biogênicos
representatividade na Supersequência Santa nestes locais. Estas características
Maria, E. riograndensis se qualifica um bom representam o primeiro registro da
candidato para estudos histológicos. Para tal, implantação dentária de um cinodonte
dois dentes pós-caninos superiores de traversodontídeo, do tipo gonfose,
pequeno tamanho e o osso circundante foram caracterizada pela presença de um LPD não
preparados para microscopia óptica. Dada a mineralizado. Esse resultado, apesar de
escassez de dados, a descrição dos tecidos parcial, é corroborado por novas descobertas
radiculares foi priorizada. Os dentes sobre os tecidos de ancoragem dentária, que
apresentam raízes alongadas, estreitando evidenciam a presença generalizada do LPD
apicalmente, com cavidade pulpar ampla e em outros amniotas e vertebrados mais
paredes estreitas. Tanto a coroa quanto a raiz basais, sendo que na maioria desses grupos a
dos pós-caninos são preenchidas por calcificação do ligamento ocasiona a
ortodentina. Na raiz, a dentina apresenta anquilose dos dentes. Novas informações
túbulos paralelos ramificados e linhas sobre a região coronal dos dentes e a
incrementais de von Ebner podem ser vistas. amostragem de novos espécimes encontra-se
Externamente à ortodentina se encontra uma em andamento. [*CNPq]

Paleontologia em Destaque | 50
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A new platysomid fish (Actinopterygii) from Lontras Shale, Cisuralian of


Paraná Basin, Southern Brazil

Rodrigo Tinoco FIGUEROA¹; Matt FRIEDMAN²; Luiz WEINSCHÜTZ³; Valéria GALLO¹


¹Laboratório de Sistemática e Biogeografia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro – UERJ. galloval@gmail.com.
²Museum of Paleontology, University of Michigan (USA)
³Centro Paleontológico – CENPALEO, Universidade do Contestado, UnC

Deep-bodied Paleozoic actinopterygians from is incomplete, but there is a large rectangular


South America are poorly known, and lachrymal, a robust dermosphenotic, and at
represented by incomplete fossils. The only least two suborbitals. The opercular bones are
formally described species is Paranaichthys dorsally elongated, especially the ellipsoid
longianalis from the upper Permian Rio do subopercle. The spatulate preopercle is poorly
Rasto Formation (Brazil). Putative platysomid preserved. The shoulder girdle is well-marked
teeth also occur in the lower Permian by the large, 'L'-shaped cleithrum, which
Copacabana Formation (Bolivia). Here we meets the supracleithrum and postcleithrum
describe the first platysomid from the Lontras dorsally. The fins are composed of segmented
Shale at the northern border of the Santa rays, which do not bifurcate toward their outer
Catarina State (Brazil). This is the uppermost margins. The anal fin is large (formed by at
unit of the Campo Mourão Formation, and least 80 rays) and triangular, with longer rays
represents a shallow marine post-glacial anteriorly, gradually becoming shorter
deposit yielding abundant fossil fishes. The towards the posterior portion of the body.
specimen is partially complete, showing the Eight dorsal-fin radials are preserved. Flank
scale cover, fins (except the caudal), and skull. scales are dorsally elongated and exhibit
The frontals are large and triangular, ornamentation comprising thin wavy ridges.
contrasting with the smaller and rectangular This specimen can be classified as a
parietals and extrascapulars. The platysomid fish by the following combination
posttemporal has a rounded posterior margin. of features: deep body; frontals longer than
The jaw is dorsally oriented, and both the the parietals; triangular maxilla; small conical
dentary and maxilla bear small conical teeth. teeth on dentary and maxilla; thin vertical
The maxilla bears a distinct triangular striation on flank scales and opercular bones;
postorbital expansion and a small suborbital minute fringing fulcra. A revision of
process. The dentary is long and rectangular, platysomids is needed to clarify the affinities
bearing crushing dentition on its inner surface, of the Brazilian specimen, which might also
possibly associated with coronoid bones. help to understand patterns of platysomid
There is evidence of long lateral gulars and a biogeography and evolution. [CAPES: No.
robust median gular. The circumorbital series 1683216]

Paleontologia em Destaque | 51
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The first record of Ichniotherium in the Cisuralian Coconino Sandstone of


the Grand Canyon National Park (Arizona, USA)

Heitor FRANCISCHINI¹; Spencer G. LUCAS²; Sebastian VOIGT³; Lorenzo MARCHETTI³; Vincent L.


SANTUCCI⁴; Cassandra L. KNIGHT⁵; Paula DENTZIEN-DIAS⁶
¹Laboratório de Paleontologia de Vertebrados. Instituto de Geociências. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CAPES.
heitorfrancischini@hotmail.com.
²New Mexico Museum of Natural History and Science. spencer.lucas@state.nm.us.
³Urweltmuseum GEOSKOP. s.voigt@pfalzmuseum.bv-pfalz.de.
⁴Geologic Resources Division. National Park Service. vincent_santucci@nps.gov.
⁵PaleoWorks Consulting. knight.cassi@gmail.com.
⁶Laboratório de Geologia e Paleontologia. Instituto de Oceanografia. Universidade Federal do Rio Grande.
pauladentzien@gmail.com.

The Coconino Sandstone is an eolian unit that ichnogenus. The manus tracks are shallower
represents a Cisuralian (early Permian) than those of the pes, and the manual digits
paleoerg, cropping out in northern Arizona in are not well enough preserved to allow their
the southwestern United States. The most individualization, but in some tracks it is
significant tetrapod track recorded in the possible to see some digit impressions. Both
Coconino Sandstone is Chelichnus, which is manus and pedes tracks are inward rotated
abundant and frequently occurs in association and there is no superposition of tracks.
with invertebrate tracks, such as Paleohelcura Optimally-preserved Ichniotherium tracks
and Octopodichnus. Indeed, for the last 20 from the Tambach Formation (Cisuralian of
years, Chelichnus has generally been regarded Germany) were related to Diadectomorpha
as the only tetrapod footprint ichnotaxon in (e.g., Diadectes and Orobates), and
most Coconino ichnoassemblages. Here, we considering the morphological similarity
add to Coconino footprint ichnodiversity the between the American and German track
first record of Ichniotherium (Pohlig, 1892), records, this track-trackmaker association is
from the Grand Canyon National Park, which is also inferred for the Grand Canyon trackways.
also the geologically youngest record of the Diadectomorpha is frequently positioned as
ichnogenus. This new record is composed of the sister-taxon of Amniota, which together
four complete and associated trackways, form the clade Cotylosauria. Therefore, the
discovered in 2013 within a fallen boulder of presence of Ichniotherium in the Coconino
the Coconino Sandstone adjacent to the Sandstone is the first evidence of the
Dripping Springs Trail, along the southern rim occupation of a desert environment by
of the canyon. These trackways were diadectomorphs, which makes this record an
produced by quadruped animals, with important clue for understanding the
pentadactyl and elliptic autopodia. The pedes evolution of the adaptations of non-amniotes
tracks are ectaxonic, and the sole is composed to living in arid environments. [CAPES proc.
of only one large pad. The pedal digits are PDSE 88881.133764/2016-01]
drumstick-shaped, a feature typical of this

Paleontologia em Destaque | 52
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Uma localidade neotriássica sul brasileira com a mais antiga ocorrência


simultânea das principais linhagens de dinossauromorfos

Maurício Silva GARCIA1,4; Rodrigo Temp MÜLLER2,3; Átila Augusto Stock DA-ROSA2,4;
Sérgio DIAS-DA-SILVA²
¹ Curso de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Universidade Federal de Santa Maria.
maurissauro@mail.ufsm.br.
² Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal, Universidade Federal de Santa Maria.
rodrigotmuller@hotmail.com, atiladarosa@smail.ufsm.br, paleosp@gmail.com.
³ Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia, Universidade Federal de Santa Maria.
Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia, Centro de Ciências Naturais e Exatas, Departamento de Geociências,
Universidade Federal de Santa Maria.

As localidades fossilíferas da região central do afirmar que esta localidade possui uma
Rio Grande do Sul provêm os registros diversidade de dinossauromorfos carnianos
inequívocos dos dinossauros mais antigos do que não é vista em outros afloramentos da
mundo. O afloramento Cerro da Alemoa mesma idade, estando ausente apenas a
(29°41'51.86"S; 53°46'26.56"O), localizado na linhagem Ornithischia dentre as três principais
zona urbana da cidade de Santa Maria (Rio linhagens de Dinosauria. Sauropodomorfos
Grande do Sul) e pertencente à Zona de compreendem a maior parte do registro de
Associação de Hyperodapedon da Sequência dinossauromorfos desta localidade, seguidos
Candelária (i.e., Carniano da Supersequência por herrerasaurídeos. Além disso, até então,
Santa Maria), vem se tornando uma das mais este é o afloramento mais antigo
importantes localidades fossilíferas do mundo (temporalmente) fornecendo
quanto ao estudo dinossauros basais e simultaneamente espécimes de Lagerpetidae,
linhagens filogeneticamente próximas a eles. Silesauridae e Dinosauria. Apesar dos
O afloramento é caracterizado pela registros de Lagerpetidae e Silesauridae se
abundância de rincossauros basearem em restos fragmentários, estes são
(Hyperodapedontinae) e composto por ravinas de grande relevância para o conhecimento
de lamitos, tanto laminados como maciços, e evolutivo e biogeográfico destes grupos
arenitos finos a conglomeráticos, durante o Neotriássico. Esta ocorrência única
representando um ambiente fluvial de e simultânea no Cerro da Alemoa corrobora a
planícies de inundação oriundas das prováveis hipótese de que os dinossauros não
chuvas sazonais do paleoclima semi-árido substituíram rapidamente os seus
desta região durante o Carniano. Seu topo é “precussores” lagerpetídeos e silessaurídeos,
datado em 233.23 ± 0.73 Ma e correlato com a apesar do escasso registro destes grupos no
base da Formação Ischigualasto (na Brasil, e que as principais linhagens de
Argentina) que é ligeiramente mais jovem, Dinosauromorpha compartilharam o mesmo
indicando que a base da Sequência Candelária ambiente durante o início da história evolutiva
é possivelmente ainda mais antiga. Este dos dinossauros. A continuidade dos
afloramento é localidade-tipo do dinossauro trabalhos de campo e estudos futuros de
sauropodomorfo Saturnalia tupiniquim, dos espécimes deste afloramento são de extrema
cinodontes Alemoatherium huebneri e pertinência para um melhor entendimento do
Gomphodontosuchus brasiliensis, do possível surgimento dos dinossauros, um evento-
aetossauro Hoplitosuchus raui e do chave na evolução dos dinossauromorfos.
arcossauriforme proterocampsídeo [Bolsa da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Cerritosaurus binsfeldi. Além disso, possui Estado do Rio Grande do Sul (FAPERGS) para
uma fauna de dinossauromorfos composta M.S.G. e financiamento de pesquisa do
por lagerpetídeos, silessaurídeos, Conselho Nacional de Desenvolvimento
sauropodomorfos, herrerassaurídeos e Científico e Tecnológico (CNPq) para S.D.S,
possíveis terópodes. Sendo assim, é possível 306352/2016-8].
Paleontologia em Destaque | 53
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Role-playing games (RPG) como ferramenta didática no


ensino de Paleontologia

Aline Marcele GHILARDI¹; Tito AURELIANO1,2


¹Departamento de Ecologia e Biologia Evolutiva, Universidade Federal de São Carlos. alinemghilardi@yahoo.com.br.
²Universidade Estadual de Campinas. aureliano.tito@gmail.com.

A prática de ensino na atualidade ainda é avaliação continuada, como exemplo de


fortemente fundamentada em métodos de ferramenta didática para os futuros
transmissão descritivos do conhecimento. licenciados. Os jogos foram intercalados com
Esta realidade é, sobretudo, observada no aulas teóricas expositivas sobre a evolução da
Ensino Superior. Portanto, é fundamental o vida ao longo do tempo geológico. Os temas
uso de ferramentas didáticas que ofereçam abordados sempre estavam relacionados aos
uma perspectiva dialética ao processo de tratados em sala, de forma que os alunos
ensino-aprendizagem. Jogos de seriam expostos a situações que dependiam
representação ou ambientes simulados, do conhecimento adquirido. Na ocasião de
conhecidos como RPG, já têm sido utilizados cada missão, a turma recebia instruções sobre
como instrumentos auxiliares no ensino de seus objetivos e a turma era dividida em
algumas disciplinas. São ferramentas que grupos de até 10 estudantes (total de dois
estimulam a capacidade criativa, o diálogo e o grupos), cada grupo sob encargo de um
desenvolvimento de aspectos professor/monitor. Um “relatório de campo”
comportamentais positivos. O presente deveria ser entregue ao final da atividade.
estudo visou experimentar essa ferramenta no Como resultado, foi notável a grande
E n s i n o d e Pa l e o n t o l o g i a . A s s i m , f o i motivação dos estudantes, ansiedade em
desenvolvido o RPG denominado “Chronos”. relação às missões semanais e aumento de
Em “Chronos”, os jogadores representam interações durante as aulas teóricas. Os alunos
funcionários de uma grande corporação do também demonstraram, de maneira geral,
futuro, que realiza viagens no espaço-tempo. melhor desempenho nas avaliações
Como membros do “Departamento de tradicionais (individualmente e pela média
Biologia e Biotecnologia” desta empresa, os geral), especialmente os estudantes
jogadores têm como objetivo estudar as diagnosticados com desordens de
formas de vida do passado. Esse jogo foi aprendizado. As atividades permitiram, por
aplicado como um RPG de mesa durante o fim reconhecimento de dificuldades
segundo semestre de 2016, na disciplina de específicas dos alunos, como confusões
Paleontologia do curso de Licenciatura em terminológicas e/ou conceituais. O uso de
Ciências Biológicas da UFPE, campus de RPG em sala de aula é uma ferramenta
Vitória de Santo Antão. Utilizou-se uma motivadora. Ela não substitui métodos
adaptação do sistema 3D&T, um RPG com um tradicionais de ensino, contudo, permite a
conjunto de regras simples, que faz uso de inclusão de alunos com dificuldades de
dados de seis faces. As dinâmicas ocorreram aprendizado e estimula amplamente os
semanalmente, tanto como um instrumento potenciais cognitivos dos estudantes.
auxiliar na construção do conhecimento e

Paleontologia em Destaque | 54
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New titanosaurian (Sauropoda, Dinosauria) from Cachoeira do Bom Jardim


Formation (Upper Cretaceous, Paraná Basin) Mato Grosso, Brazil

Lívia Motta GIL1,2; Carlos Roberto dos A. CANDEIRO1,2; Caiubi Emanuel S. KUHN³; Ailton B. de SOUZA⁴;
Suzana S. HIROOKA⁴; Paulo Victor Luiz G. da C. PEREIRA²; Kamila L. N. BANDEIRA²; Felipe M. SIMBRAS²
¹Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás.
CAPES master fellow. liviamottagil@gmail.com.
²Laboratório de Paleontologia e Evolução. Curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Federal de
Goiás, CNPq produtividade fellow (CRAC).
candeiro@ufg br, felipe.simbras@gmail.com, paulovictor29@yahoo.com.br, kamilabandeira@yahoo.com.br.
³Instituto de Engenharia, Universidade Federal do Mato Grosso
⁴Museu de Pré-História Casa Dom Aquino Correa, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. notliabiologo.souza@gmail.com,
archaeo.suzana@terra.com.br.

The main Titanosauria record from Brazil Pellegrinisaurus powelli, while RO3 – 12 is
belongs to the Bauru Group, in São Paulo and laterally compressed. Contrary to CD-CRP-
Minas Gerais states. Here, we report new 127, no RO specimen shows pneumatic
remains from the Jangada Roncador region, features. The RO3-08 has the proximal
Chapada dos Guimarães municipality, Mato articulation, lacking the proximal surface and
Grosso state (MT). The new specimens were the humerus head. This humerus is laterally
collected in three different quarries (RO1, RO2 expanded in anterior view like Rapetosaurus
and RO3) of the Cachoeira do Bom Jardim krausei, and has a partially preserved
Formation (Upper Cretaceous, Paraná Basin), deltopectoral crest. RO3–04 has the proximal
and we focus this preliminary study mainly on head and the proximal portion of the shaft,
RO3 specimens. The material consists of two with a well-developed anteromedial process,
middle caudal vertebrae (RO3 – 01, RO3 – and less developed anterolateral and
06/11), one posterior caudal vertebra (RO3 – olecranon processes. The olecranon process is
12), right humerus (RO3-08), right ulna developed similar to other Titanosauria. The
(RO3–04), right fibula (RO3 – 02), possible metacarpal has preserved the proximal
right metacarpal III (RO3 – 03), and several portion, which bears the proximal articulation
fragments of undetermined long bones. with a subtriangular section in proximal view,
Additionally, we provided a reappraisal of two similar to M. topai, Uberabatitan ribeiroi and
published titanosaurian bones (CD-CRP-127 Neuquensaurus australis. CD-CRP 124
and CD-CRP-124) from a fourth locality. CD- preserved just the proximal articulation and
CRP-127 is a middle caudal centrum, and CD- partial diaphysis, with a slightly sigmoid
CRP-124 is an incomplete right fibula, shaped shaft in lateral view, similar to N.
previously identified as a radius, which are australis, but different from the straight fibula
housed at the Museu de Pré-História Casa of M. topai and Laplatasaurus araukanicus. The
Dom Aquino. All caudals are procoelic and right fibula of RO3 has preserved its proximal
slightly wider than high. CD-CRP-127 shows and distal portions disclosed, where the shaft
the neural-centrum articulation displaced on is straight similar to M. topai and bears a
the anterior portion of the centrum, with some developed tuberosity in lateral view. These
pneumatic structures on the anterior and new discoveries of the Jangada Roncador
posterior articulations. RO3 – 01 and RO3 – region widen the comprehension of the
06/11 are dorsal-ventrally more compressed, sauropod dinosaur diversity of the Central
similar to Maxakalisaurus topai, Rocasaurus Brazil.
muniozi, Overosaurus paradasorum and

Paleontologia em Destaque | 55
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Isotopic (δ C, δ O) annual variations of Toxodon platensis Owen, 1837


(Notoungulata, Toxodontidae) diet from Brazil

Verônica Santos GOMES¹; Hervé BOCHERENS²; Gustavo Ribeiro OLIVEIRA³; Renan Alffredo Machado
BANTIM⁴; Juliana Manso SAYÃO⁵; Mário André Trindade DANTAS¹
¹Universidade Federal da Bahia, Campus Anísio Teixeira, Instituto Multidisciplinar em Saúde. IC/CNPq/UFBA; PQ/CNPq.
gomes.veronicacb@gmail.com, matdantas@yahoo.com.br.
²Biogeology, department of Geosciences and Senckenberg Center for Human Evolution and Palaeoenvironment (HEP),
Universität Tübingen, Hölderlinstr. 12, 72074 Tübingen, Germany. herve.bocherens@uni-tuebingen.de.
³Universidade Federal Rural de Pernambuco, Departamento de Biologia, Área de Ecologia. gustavo.roliveira@ufrpe.br.
⁴Universidade Regional do Cariri, Departamento de Ciências Físicas e Biológicas. renanbantimbiologo@gmail.com.
⁵Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória. jmsayao@gmail.com

This communication aims at suggesting values varying from -3.1‰ to -6.2‰ (mean =
annual variations of Toxodon platensis Owen, -7.0±1.2‰), which represents a mean diet of
1837 diet through δ C and δ O in fossil teeth 3% of leaves, 9% of fruits, 33% of roots and
found in a "tank" in Serra do Medo, Caruaru, 55% of C₄ grass. δ O values varied between
Pernambuco, Brazil. We analyzed 26 enamel 28.6‰ to 29.9‰ (mean = 29.3±0.6‰),
samples (in hydroxyapatite) from three teeth suggesting a slight increase of humidity, with a
(PA60, PA61, and PA62). Proportions of decreasing consumption of C₄ grass (from
consumed resources were evaluated through 69% to 48%), which could represent the
two isotopes (δ C, δ O) mathematical opposite of PA60, a change in diet due to
mixing models, considering an enrichment seasonal changes from summer to winter.
due to Suess effect (+2‰). Considered Finally, the PA61 samples are from, probably, a
resources were: leaves, fruits, roots (all C₃ period of one month, and allow us to suggest
plants) and C₄ plants. Results from PA60 a mean diet composed by 1% of leaves, 14% of
suggest a diet from, probably, seven months, fruits, 20% of roots and 65% of C₄ grass (δ C
and present δ C values between -3.6‰ to - values between -3.1‰ to -3.8‰, mean = -
5.9‰ (mean = -6.6±0.8‰), with a mean diet 5.7±0.4‰), δ O values varied between
of 5% of fruits, 37% of roots and 58% of C₄ 30.2‰ to 30.4‰ (mean = 30.3±0.08‰). The
grass, and δ O values between 29.4‰ to results from PA61 allow us to suggest a slight
30.1‰. The PA60 diet suggests a slight increase of humidity, and a decrease in the
increase in the aridity of this locality (from consumption of C₄ grass (from 70% to 64%)
29.4‰ to 30.1‰, mean = 29.6±0.2‰), with a and could represent a diet in summer. These
gradual increase of C₄ grass consumption results refine the diet of T. platensis and
(from 48% to 64%) in the evaluated period, reinforce the hypothesis that it was a mixed
which could represent changes in diet due to feeder, with significant consumption of C₄
seasonal changes from winter to summer. The grass (~58%), allowing it to forage in the open
PA62 allows us to suggest a diet analysis from, as well as in more closed environments.
probably, a period of four months, with a δ C

Paleontologia em Destaque | 56
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

The systematic potential of morphology and geometric morphometrics of


tibia proximal articulation in Caimaninae (Alligatoroidea)

Mauro Bruno da Silva LACERDA¹; Rafael Gomes de SOUZA²; Pedro S. R. ROMANO³


¹Laboratório de Paleontologia e Osteologia Comparada. Depto. de Biologia Animal. Universidade Federal de Viçosa. CAPES.
mauro.lacerda.bio@gmail.com.
²Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e
Paleontologia. Museu Nacional/UFRJ. CAPES. rafelsouz@gmail.com.
³Laboratório de Paleontologia e Osteologia Comparada. Depto. de Biologia Animal. Universidade Federal de Viçosa.
psrromano@gmail.com.

Our study focuses on a proximal epiphysis of a (n=4, UF-66428, UF-72914, USNM-213704,


left tibia (MZUFV-P0016) from the Solimões USNM-257786). The RW1 summarized 74% of
Formation (Eocene-Pliocene), Acre Basin. This the variation and most of the individuals
material is referred to Melanosuchus cf. M. retained positive values for this component.
niger based on the follow diagnostic features: The more evident variation observed along
(1) posterior process delimited by lateral and RW1 axis refers to the lateral and medial
medial concavities; (2) slightly arched anterior projection, which become more pronounced
border; and (3) presence of medial concavity in the positive scores (as seen in P. palpebrosus,
on the articular surface. Here, we experiment P. trigonatus, C. crocodilus and C. yacare). In the
the efficacy of geometric morphometrics (GM) negative scores, besides the smaller lateral
as an auxiliary identification tool in poorly and medial processes, the depth of the
preserved fossils. We explore the shape concavity present in posterior transition and
variation via Relative Warps Analysis (RWA), the depth of the tibio-fibular contact become
adjusting α to overweight minor scale shallower with the gradual arching of anterior
variation, for ordination of multivariate data margin of the tibia. The specimens with higher
and Thin-Plate Splines (TPS) to visualize and negative scores for RW1 are the sub-adults M.
measure Procrustes distances (dP) between niger (UF-66428 andUSNM-213704) and the
pairs of configurations. All procedures were M. cf. niger MZUFV-P0016. The small dP
performed in Rohlf's TPS programs. We used observed from MZUFV-P0016 to M. niger UF-
16 tibias photographs taken in proximal view, 66428 (dP=0.06614) and M. niger USNM-
defined two landmarks and a contour with 38 213704 (dP=0.09067), if compared to
semi-landmarks (rotation sliding based on distances to other specimens, confirms the
minor dP) located on the anterior, medial, and structure observed in RWA. The results
lateral borders. The analysis include MZUFV- obtained from GM analyses are consistent
P0016 and the species: (1) Caiman crocodilus with our taxonomic identification and,
(n=2, DGM-155-RR, USNM-313860); (2) moreover, allows us to identify MZUFV-P0016
Caiman latirostris (n=1, DGM-156-RR); (3) as an individual of earlier ontogenetic stage
Caiman yacare (n=4, UF-120684, UF-120726, (young sub-adult). Given its sensitivity to small
UF-121245, UF-121268); (4) Paleosuchus variations on shape, this study exemplifies
palpebrosus (n=3, AMNH-R-97328, UF-75023, how GM tools can be useful in paleontology,
UF-87980); (5) Paleosuchus trigonatus (n=1, even when solely fragmentary materials are
USNM-213705); and (6) Melanosuchus niger available. [CAPES]

Paleontologia em Destaque | 57
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Isotopic diet (δ C, δ O) of Nothrotherium maquinense (Lund) Lydekker,


1889 from late Pleistocene of Bahia, Brazil

Ronaldo Araújo LEONI1,; Laís Alves SILVA²; Alexander CHERKINSKY³; Mário André Trindade DANTAS1,2
¹Laboratório de Ecologia e Geociências, Universidade Federal da Bahia/IMS/CAT. IC/FAPESB; PQ/CNPq.
ronaldoaleoni@gmail.com, matdantas@yahoo.com.br.
²Programa de Pós-Graduação em Genética, Biodiversidade e Conservação, UESB.
allveslais@gmail.com.
³Center for Applied Isotope Studies, University of Georgia, Athens, GA 30602, USA. acherkin@uga.edu

Nothrotheriidae together with Mylodontidae, models. Resources were differentiated in


Megalonychidae, and Megatheriidae are main leaves, fruits, roots (all C₃ plants) and C₄ plants.
clades of Tardigrada. Nowadays in Brazil, nine For N. maquinense of Toca da Barriguda
18
giant sloth species that lived in Brazilian (samples = 2; µδ¹³C‰ = -12.73±0.88; µδ O‰
Intertropical Region belonging to these clades = 32.22±0.60) a diet based on 78% of leaves
are recognized. However, diet information and 22% of C₄ grass was found, and for N.
through isotopes analyses is available only for maquinense for Gruta da Marota (samples = 2;
18
two species: Valgipes bucklandi (Lund, 1839) µδ¹³C‰ = -12.06±0.09; µδ O‰ =
and Eremotherium laurillardi (Lund, 1842). 30.34±0.69) a diet based on 47% of leaves,
Thus, the main objective of this 19% of fruits, 10% of roots and 24% of C₄ grass
communication is to present isotopic is inferred. N. maquinense from Gruta da
information (δ13C, δ18O) for four Marota were dated through C AMS and are
Nothrotherium maquinense fossils specimens from ~11 Ka (late Pleistocene). Our results
discovered in "Toca Barriguda" cave (Campo suggest a preference on leaves (>60%), which
Formoso/BA) and in "Gruta da Marota" cave is similar to the diet previously proposed for
(Andaraí/BA). Proportion of resources this species. [CNPq proc. 404684/2016-5;
consumed was suggested through two FAPESB proc. 3736/2017].
13 18
isotopes' (δ C, δ O) mathematical mixing

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A paleoictiofauna da Formação Romualdo, Albiano, Bacia Sedimentar do


Araripe, Pernambuco, Nordeste do Brasil

Gabriel Levi Barbosa LOPES¹, Alcina Magnólia Franca BARRETO¹


¹Laboratório de Paleontologia, Departamento de Geologia, Universidade Federal de Pernambuco. gabiellbll@gmail.com,
alcinabarreto@gmail.com.

A Formação Romualdo, Cretáceo inferior da (4,8%), Calamopleurus cylindricus (7,2%),


Bacia Sedimentar do Araripe, é reconhecida Brannerion sp. (7,9%), Neoproscinetes penalvai
mundialmente pelos nódulos calcários de (3%), Araripelepidotes temnurus (1,1%),
peixes com excelente preservação, tornando- Tharrias araripis (5,4%), Paraelops cearensis
a um Fossillagerstätte. Sua diversidade e sítios (0,5%), clupeocephala (2,9%) e Mawsoniidae
fossilíferos são mais bem conhecidos no (3%). No município de Trindade a fauna
estado do Ceará, diferente do Piauí e apresenta as espécies Vinctifer comptoni
Pernambuco que ainda precisam ser (38,2%), Cladocyclus gardneri (17,0%),
estudados. Portanto esse trabalho objetivou Brannerion sp. (8,5%), Rhacoleps buccalis
inventariar a diversidade da paleoictiofauna (8,5%), Tharrhias araripis (8,5%), Notelops
no Araripe pernambucano. Trabalhos de brama (12,7%), Neoproscinetes penalvai
campo, de laboratório e de levantamento (4,2%), Araripilepidotes temnurus (2,1%). Em
bibliográfico resultaram na coleta e Ipubi registra-se as espécies, Vinctifer
identificação das espécies fósseis em comptoni (22,8%), Cladocyclus gardneri
quarenta localidades, distribuídas nos (22,8%), Calamopleurus cylindricus (5,2%),
municípios de Araripina, Exu, Trindade, Ipubi e Notelops brama (5,2%), Brannerion sp.
Ouricuri. Em Araripina foram estudadas vinte e (19,2%), Rhacoleps buccalis (22,8%) e
uma localidades, e coleta de 190 exemplares, Mawsoniidae (1,7%). Em Ouricuri, estão
(13 táxons); dez localidades em Exu (167 presentes as espécies Vinctifer comptoni
exemplares, 12 táxons); em Trindade, três (30%), Cladocyclus gardneri (12%), Brannerion
localidades, com 47 exemplares coletados (8 sp. (12%), Rhacoleps buccalis (6%), Notelops
táxons); Em Ipubi quatro localidades e coleta brama (12%), Calamopleurus cylindricus (6%),
de 57 exemplares (7 táxons) e Ouricuri, duas Tharrias ararips (9%), Paraelops cearensis (3%)
localidades, coleta de 33 exemplares (9 e Santanichthys diasii (9%). Os táxons mais
táxons), totalizando quatrocentos e noventa e abundantes são V. comptoni, R. buccalis, T.
quatro fósseis. Em Araripina a paleoictiofauna araripis, C. gardneri, N. Brama, Brannerion sp.
é composta por Vinctifer comptoni (32,6%), e C. cylindricus. Esses táxons não estão
Rhacoleps buccalis (16,3%), Notelops brama somente no Araripe pernambucano, sendo
(5,7%), Cladocyclus gardneri (7,8%), também encontrados no estado do Piauí e
Calamopleurus cylindricus (5,7%), Brannerion Ceará, onde também são muito abundantes.
sp. (7,3%), Neoproscinetes penalvai (0,5%), N. penalvai, A. temnurus, P. cearensis, não são
Araripelepidotes temnurus (0,5%), Tharrias muito abundantes e outros são muito raros
araripis (12,6%), Paraelops cearensis (1%), como R. beurleni e Mawsoniidae. Os
Rhinobatus beurleni (0,5%), clupeocephala resultados apresentados refletem o atual
(8,3%), Axelrodicthyes araripensis (0,5%). No estado de conhecimento da bacia no estado
município de Exu estão presentes Vinctifer de Pernambuco, cuja pesquisa ainda está em
comptoni (46,1%), Rhacoleps buccalis (11,4%), andamento.
Notelops brama (6,7%), Cladocyclus gardneri

Paleontologia em Destaque | 59
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Nuevos icnofósiles de saurópodos en la Formación Corda, Geositio de São


Domingos, Estado de Tocantins

Raylon da Frota LOPES¹; Carlos Roberto A. CANDEIRO²; Silvina DE VALAIS³


¹Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade, Ecologia e Conservação, Universidade Federal do Tocantins. CNPQ.
railonfl@hotmail.com.
Laboratório de Paleontologia e Evolução, Universidade Federal do Goiás. candeiro@ufg.br.
³CONICET–Instituto de Investigación en Paleobiología y Geología, Universidad Nacional de Río Negro, Argentina.
sdevalais@yahoo.com.ar.

La Formación Corda (Barremiano, Cretácico posteriormente fueron expuestos. Los nuevos


Inferior), de la Cuenca Parnaíba, aflora en los hallazgos constan de tres huellas aisladas y
estados de Tocantins, Pará y Maranhão, al tres impresiones de descanso. Dos de las
centro-norte de Brasil. Se considera que sus huellas se caracterizan por ser circulares a
sedimentos se depositaron en ambientes subcirculares y otra con forma subtriangular,
desérticos que influyeron directamente en la forma ésta debido a la erosión ocasionada por
baja preservación de fósiles en esta unidad el río Tocantins. En ningún caso se han
geológica. En la década de 1980 fueron preservado impresiones digitales ni de garras.
descubiertas cerca de 56 huellas asignadas a El eje mayor de las huellas es de 90 cm, 72 cm y
dinosaurios saurópodos, a las orillas del río 84 cm, mientras que el eje menor es de 80 cm,
Tocantins, en el geositio del poblado de São 70 cm y 81 cm, respectivamente. Las
Domingos, municipio de Itaguatins, estado de impresiones de descanso no están asociadas a
Tocantins. El presente trabajo tiene como las huellas y tienen longitudes de 240 cm, 160
objetivo dar a conocer el hallazgo de nuevas cm y 190 cm, con anchos de 210 cm, 200 cm y
huellas e impresiones de descanso, que 222 cm, respectivamente. La morfología de
fueron descubiertas en campañas realizadas estas huellas es similar a las anteriormente
durante los años 2017 y 2018 en el mismo descriptas en el sitio, también asignables a
sitio. Los icnofósiles se encuentran en dinosaurios saurópodos. Hasta la fecha, las
areniscas de la Formación Corda, actualmente huellas del geositio de São Domingos sigue
cubiertas por sedimentos fluviales modernos siendo las únicas evidencias de vertebrados
depositados por el río Tocantins, y que de la Formación Corda. [CNPQ]

Paleontologia em Destaque | 60
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Novos materiais de Mawsonia (Sarcopterygii, Actinistia) para a Bacia de


Lima Campos (Cretáceo), Ceará

Nailton Beserra LUZ; Francisca Raiany Soares de MOURA; Isabela Barbosa PASSARINHO; Ana Emilia
Quezado de FIGUEIREDO; Daniel Costa FORTIER
Laboratório de Geociências e Paleontologia, Universidade Federal do Piauí. nailtonbl@outlook.com,
raianysmoura12@gmail.com, isabelaisa2009@hotmail.com, ana.emilia@ufpi.edu.br, fortier@ufpi.edu.br.

A Bacia de Lima Campos localiza-se no centro agulhas. Foram identificados três fragmentos
leste do Ceará e, juntamente com as Bacias de de mawsonídeos : um cleitro direito em vista
Icó, Lima Campos, Malhada Vermelha e medial (LGP-1541) com aproximadamente 33
Iguatu, formam o conjunto das Bacias do cm de comprimento, no qual as ambas as
Iguatu. Estas bacias têm origem relacionada extremidades se encontram fragmentadas;
aos processos de rifteamento entre as placas um coronóide posterior esquerdo (LGP-1542)
sul-americana e africana. Mesmo sendo com 5, 9 cm de comprimento por 2,5 cm de
pouco explorada, apresentam um amplo e altura em sua porção mediana; e um
variado registro paleontológico, incluindo ceratobranquial (LGP-1543) com 14,5 cm de
plantas, vertebrados e invertebrados. A comprimento. Apesar de haver
localidade Cascudo, localizada no município proporcionalidade entre os ossos, dificilmente
de Icó-CE, às margens da rodovia CE – 282, os materiais pertencem a um mesmo
possui um dos principais afloramentos da individuo, pois o cleitro foi coletado no setor
Bacia de Lima Campos, com três níveis sul do afloramento e o restante do material no
fossilíferos observados, sendo o mais do topo setor norte. Inúmeras escamas,
aquele que apresenta uma maior diversidade provavelmente de Lepidotes, foram
fossilífera. Este trabalho tem, objetivo, a encontradas junto ao material apresentado.
descrição e identificação de novos fragmentos Após comparação com a bibliografia
ósseos de peixes mawsonídeos provenientes disponível, as características osteológicas e
do afloramento Cascudo, Bacia de Lima dimensões dos materiais mostram afinidade
Campos. Dos blocos coletados pela equipe do com a espécie Mawsonia gigas. Alguns
Laboratório de Geociências e Paleontologia estudos relatam a ocorrência de fragmentos
(LGP), um foi envolvido com gesso e gaze, e os de Mawsonia para a região, entretanto a
demais com algodão hidrófilo e papel, importância do material aqui identificado se
acondicionados em sacos plásticos. Devido ao dá principalmente devido à dimensão que
alto grau de fragmentação, parte do material possuem e ao estado de preservação. A
foi protegido com Paraloid B-72 e Primal B- paleofauna das Bacias do Iguatu ainda é
60A, ambos solubilizados em acetona. Todo o pouco conhecida, sendo necessária o
material foi depositado e preparado contínuo desenvolvimento de estudos na
mecanicamente no LGP, com o uso de martelo região. [CNPq proc. 462381/2014-5 e
pneumático (Modelo: Chicago CP9160) e de 310168/2016-3]

Paleontologia em Destaque | 61
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Novo registro de sauropodomorfo e correlações da localidade-tipo de


Sacisaurus agudoensis (Formação Caturrita, Triássico Superior)

Júlio C. A. MARSOLA¹; Jonathas S. BITTENCOURT²; Átila A. S. DA ROSA³; Agustín G. MARTINELLI⁴; Ana


Maria RIBEIRO⁵; Jorge FERIGOLO⁵; Max C. LANGER¹
¹Laboratório de Paleontologia, FFCLRP, Universidade de São Paulo. FAPESP.
juliomarsola@gmail.com, langer.mc@gmail.com.
²Departamento de Geologia, UFMG. FAPEMIG. jsbittencourt@ufmg.br.
³Laboratório de Estratigrafia e Paleobiologia, UFSM. atila@smail.ufsm.br.
⁴Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia, Instituto de Geociências,
UFRGS. agustin_martinelli@yahoo.com.
⁵Seção de Paleontologia, Museu de Ciências Naturais, Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul.
ana.ribeiro@fzb.rs.gov.br, jorgeferigolo@gmail.com.

Sacisaurus agudoensis é o único silessaurídeo como Pantydraco caducus e Unaysaurus


conhecido da Supersequência Santa Maria, e tolentinoi, do que com espécies do Carniano,
as correlações entre sua localidade-tipo com como Saturnalia tupiniquim e Panphagia
outros sítios triássicos no Rio Grande do Sul protos, sugerindo uma idade mais recente no
são incertas. Em contrapartida, outros fósseis Triássico para o sítio de S. agudoensis. Outros
menos completos de sauropodomorfos, materiais coletados na mesma localidade
grupo consideravelmente mais abundante do incluem dentes de cinodontes
que silessaurídeos no Triássico Superior da 'brasilodontídeos', um grupo aparentemente
Bacia do Paraná, são potencialmente restrito ao Noriano. No entanto, esses dentes
informativos para elucidar esta questão. Os têm semelhanças com os de Alemoatherium
materiais de sauropodomorfos coletados na huebneri (Carniano) e diferenças com os de
mesma localidade incluem um ectopterigóide Brasilitherium riograndensis e Brasilodon
direito, uma vértebra cervical incompleta, um quadrangularis (Carniano-Noriano),
ílio direito, fêmures direito e esquerdo, e um impedindo um maior refinamento
metatarsal I incompleto. Apesar de bioestratigráfico. A correlação com base no
incompleto, diversas características relevantes material de dinossauro é condizente com a
para sistemática foram observadas: uma inserção das litologias da localidade na
depressão semicircular no processo medial do Formação Caturrita, tradicionalmente referida
ectopterigóide, lâminas e fossas bem ao Noriano. Esses resultados permitem inferir
desenvolvidas na vértebra cervical, ala pré- que o horizonte estratigráfico de S. agudoensis
acetabular de formato subtriangular, fossa é mais recente que o do sítio vizinho “Janner”,
brevis curta e pouco profunda, e a projeção que tem fornecido importantes espécimes de
caudomedial do côndilo medial e distal do cinodontes, rincossauros e arcossauros.
côndilo lateral do metatarsal I. Esses [FAPESP 2013/23114-1, 2016/02473-1,
caracteres sustentam uma maior afinidade do 2014/03825-3; FAPEMIG APQ-01110-15]
material aqui descrito com táxons norianos,

Paleontologia em Destaque | 62
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Novas informações fossildiagenéticas sobre os vertebrados quaternários


do tanque de Campo Alegre (Taperoá, Paraíba)

Gustavo Prado de Oliveira MARTINS¹; Anderson Costa dos SANTOS²; Kleberson de Oliveira PORPINO³;
Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR⁴
¹Programa de Pós-graduação em Análise de Bacias e Faixas Móveis, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. FAPERJ. gustavo.prado.martins@gmail.com.
²Departamento de Mineralogia e Petrologia Ígnea, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
andcostasantos@gmail.com.
³Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Universidade do Estado do Rio Grande do
Norte. CNPq. kleporpino@yahoo.com.br.
⁴Departamento de Estratigrafia e Paleontologia, Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. FAPERJ,
CNPq. herminio.ismael@yahoo.com.br.

A fauna quaternária da Região Intertropical preenchimento poliminerálico de alto grau,


Brasileira (RIB) tem sido comumente composto por carbonato de cálcio, óxido e
encontrada em depósitos de tanque. Essa minerais detríticos de composição
fauna tem sido alvo de estudos tafonômicos, majoritariamente quartzosa, apesar de em
porém com um maior foco nos processos menor quantidade em relação aos anteriores,
bioestratinômicos. Por meio deste estudo, além de fraturamento destes preenchimentos.
visamos complementar o conhecimento Frequentemente os poros apresentam
tafonômico sobre o depósito do tanque do múltiplos preenchimentos, o que permite
sítio paleontológico Campo Alegre (Taperoá, descrever uma história dos processos que
PB) ao realizar uma análise fossildiagenética ocorreram no local. Foi possível verificar que
baseada na análise de lâminas delgadas de houve intercalação de deposição de óxidos e
ossos de vertebrados. Foram confeccionadas carbonatos em pelo menos dois momentos:
dez lâminas delgadas que foram visualizadas dois episódios distintos de deposição de
em microscópio petrográfico sob luz óxido, dois de deposição de carbonato de
transmitida e polarizada. As análises cálcio. Além disso, houve a deposição de
preliminares revelaram que a tafocenose minerais detríticos e um evento que resultou
possui um alto grau de preservação das no faturamento dos preenchimentos.
estruturas originais do osso (índice Portanto, é possível inferir que o tanque foi
histológico), mas com uma moderada a submetido a um momento de condições que
elevada taxa de substituição do material levaram à redução do ferro, após o mesmo
associada a permineralização, tanto por óxido permear os ossos, com disponibilidade de
(não oxidado, apresentando uma coloração oxigênio, e outro de redução da concentração
alaranjada) quanto por carbonato, com de íons de Fe+2, levando à formação de
osteócitos possuindo uma forte tendência a carbonato de cálcio, um momento de influxo
serem preenchidos por óxidos (opacos), com de sedimentos e um possível evento de
as bordas dos poros frequentemente cobertas desidratação que resultou no faturamento
por óxido. Os poros apresentam dos preenchimentos.

Paleontologia em Destaque | 63
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

The dominance of an extant gregarious taxon in an attritional


accumulation: taphonomy and palaeoecological implications

Elver Luiz MAYER¹; Leonardo KERBER²; Ana Maria RIBEIRO³; Alex HUBBE⁴
¹ Universidade Federal do Rio Grande do Sul. CNPq/FAPEP. elvermayer@gmail.com.
² Universidade Federal de Santa Maria. leonardokerber@gmail.com.
³ Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. ana-ribeiro@fzb.rs.gov.br.
⁴ Universidade Federal da Bahia. alexhubbe@yahoo.com.

A recurrent aspect of the fossil record is the different breakage categories (43% complete;
observation of a disproportionate number of 26% incomplete; 31% fragment) and in four
specimens or individuals of a single taxon in categories regarding encrustation area (65%
some deposits, which is stated as dominance. absent; 2% small; 17% medium; 16% large).
Commonly, the dominance is explained as the Only small fractions of the sample present
result of catastrophic or short-term mass weathering marks (7% in the stage 1) and
death events or are proxies for invertebrate borings (~3%). The taphonomic
palaeoecological inferences regarding evidence supports the idea that entrapment of
gregariousness. However, taphonomic, individuals was the main process of bone
stratigraphic and chronologic analyses of accumulation and that the death of cave
fossiliferous deposits have shown that this is inhabitants followed by short transport to the
not always true. To contribute to the study of main hall possibly occurred. Direct dating of
dominance in fossil assemblages, we describe four samples suggests differences in the ages
a skeletal sample dominated by the extant obtained (ranging from 7,930–7,700 cal yr BP
social rock-dwelling rodent Kerodon rupestris to 4,080–3,840 cal yr BP) and intermittent
recovered from Sumidouro do Sansão, a 65 m deposition of the individuals inside the cave.
deep pitfall cave in northeast Brazil, and Kerodon rupestris remains persisted on the
discuss the palaeoecological implications of surface of the cave deposit for different time
o u r fi n d i n g s . We p r o v i d e t a x o n o m i c spans and were exposed to fragmentation,
identification, taphonomic analyses, and weathering, invertebrate boring and
chronological assessment. Besides K. rupestris encrustation inside the cave environment. It
(NISP = 941; MNI = 35), we recorded three highlights the influence of taphonomic
taxonomic groups, that are the xenarthrans controls on gregarious taxa, such as K.
Catonyx cuvieri (NISP = 1; MNI = 1) and rupestris, towards dominating attritional
Tamandua tetradactyla (NISP = 4; MNI = 1), time-averaged assemblages. Furthermore, it
and the carnivore Puma concolor (NISP = 2; demonstrates that such assemblages do not
MNI = 1). The taphonomic analysis of the K. necessarily support inferences about single
rupestris sample revealed skeletons relatively event mortality and gregariousness of the
complete (observed frequencies for many dominant taxon. [CNPq proc. 140577/2014-9
elements are around or exceeding 50% of the and proc. 483156/2012-4; FAPEPI proc. 05/06-
expected), with bones classified in three 2012].

Paleontologia em Destaque | 64
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Novos registros de crocodylomorfos na Formação Adamantina de General


Salgado, Noroeste de São Paulo

Vitor Bassi MAZZONI¹; Reinaldo J. BERTINI²


¹Pós-Graduação GMA / IGCE / UNESP Rio Claro / SP. vitorbassimazzoni@hotmail.com.
²NEPV / DGA/ IGCE / UNESP Rio Claro / SP. rbertini@rc.unesp.br.

Este resumo apresenta novos registros de de referência. A segunda coleta ocorreu em


Sphagesauridae e Baurusuchidae para a Dezembro de 2017, quando foi coletado um
F o r m a ç ã o A d a m a n t i n a , crânio com dentes, acompanhado dos
Campaniano/Maastrichtiano do Grupo Bauru. membros anteriores e costelas,
As coletas foram realizadas no Município de provavelmente um pequeno esfagessáurido
General Salgado, Noroeste do Estado de São com 14cm de comprimento craniano, e
Paulo, onde uma quantidade apreciável de aproximadamente 65 cm de longitude total. O
materiais articulados, especialmente de terceiro material foi encontrado em Janeiro de
crocodylomorfos, foram previamente 2018, distante 5m dos restos da segunda
coletados e descritos desde a década de 1980. coleta, mas estratigraficamente 1m abaixo,
Te m s i d o e s p e c u l a d o q u e e s t e s consistindo de um crânio fragmentado de
crocodylomorfos teriam morrido, e sido aproximadamente 35cm de comprimento,
preservados, em períodos de estiagem. atribuído a um Sphagesauridae, com base nos
Entretanto os materiais são usualmente detalhes anatômicos da região rostral, e dos
encontrados associados a clásticos finos, com típicos dentes com inserção oblíqua deste
cimentação carbonática, provavelmente grupo, que teria talvez aproximadamente
indicando paleoambientes lacustres e/ou 1,3m de longitude total. As cascas de ovos
meandros abandonados e planícies de foram encontradas geograficamente
inundação. Os novos registros foram distantes algumas centenas de metros das
encontrados na Fazenda São José, e regiões primeira e segunda coletas, e em outro nível
próximas, no Distrito de Prudêncio e Moraes. estratigráfico, com base em uma seção
São restos de três crocodylomorfos, além de colunar levantada. O detalhamento
cascas de ovos. A primeira coleta foi realizada investigativo desta assembleia pode trazer
em Julho de 2017, resultando em um material novas informações, a respeito da previamente
articulado que apresenta vértebras, os importante diversidade biótica existente para
membros posteriores, e outros elementos a Formação Adamantina da região de General
ósseos associados a um baurussúquido, com Salgado, eventualmente definições de novos
base em comparações com elementos axiais e morfótipos, bem como detalhamentos a
apendiculares de morfótipos, deste grupo, respeito da estrutura destas cascas de ovos,
previamente coletados. O comprimento provavelmente associadas a
estimado seria de aproximadamente 1,6m, crocodylomorfos.
usando o fêmur de 21cm de altura como base

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Análise preliminar sobre vertebrados fósseis da Cidade de Monte


Aprazível, Formação Adamantina do noroeste de SP

Vitor Bassi MAZZONI¹; Reinaldo J. BERTINI²


¹Pós-Graduação em GMA / IGCE / UNESP Rio Claro / SP. vitorbassimazzoni@hotmail.com.
²NEPV / DGA/ IGCE / UNESP Rio Claro / SP. rbertini@rc.unesp.br.

Este resumo relata a coleta de fragmentos de afloramentos de Monte Aprazível, e em


vertebrados fósseis e icnofósseis, em diferentes níveis estratigráficos, existem
afloramentos situados no perímetro urbano alguns estratos de argilitos avermelhados,
da Cidade de Monte Aprazível, Noroeste do com laminações plano-paralelas, fortemente
Estado de São Paulo, Formação Adamantina, cimentados por Carbonato de Cálcio,
Campaniano/Maastrichtiano do Grupo Bauru. indicativos de depósitos lacustres ou de
O diferencial destas localidades, no âmbito da planícies de inundação e meandros
Formação Adamantina, é o grande acúmulo abandonados, até o momento curiosamente
de materiais fósseis retrabalhados e com parcos restos fósseis. Uma lista preliminar
desarticulados, de diversos grupos de registra a coleta de escamas de lepisosteidos;
vertebrados, e eventuais microvertebrados, fragmentos de cascos de testudinos; dentes
em pequenos afloramentos de alguns metros associáveis a crocodylomorfos
quadrados, constituídos por arenitos médios esfagessáuridos e baurussúquidos; elementos
a finos conglomeráticos, com algumas dentários e vértebras de terópodos, incluindo
concreções carbonáticas e/ou pelotas de dromeossauros; vértebras e outros elementos
argilitos. Interpretação preliminar permite ósseos associados à saurópodos, e diversos
concluir tratar-se de possíveis rios coprólitos. Este significativo conjunto de
entrelaçados, que sazonalmente enfrentavam fragmentos fósseis e icnofósseis pode
cheias em eventos de tempestades, quando incrementar a compreensão da diversidade
materiais bióticos eram transportados e biótica do Campaniano/Maastrichtiano da
redepositados. Esta litologia conglomerática Formação Adamantina, no âmbito do
também é igualmente encontrada em outras Oeste/Noroeste do Estado de São Paulo.
áreas do Grupo Bauru, por exemplo Santo Adicionalmente os coprólitos estão sendo
Anastácio e Flórida Paulista, além de Ibirá, as preparados para análise a respeito da
duas primeiras no Sudoeste, a última no presença de paleoparasitas intestinais, com
Noroeste do Estado de São Paulo, todas preliminares sólidas possibilidades e
associadas à Formação Adamantina. Mas evidências sobre a identificação de alguns
registre-se que nas proximidades destes grupos.

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Vértebras de elasmobrânquios da Planície Costeira do Rio Grande do Sul

Sheron MEDEIROS¹; Heitor FRANCISCHINI²; Paula DENTZIEN-DIAS¹


¹Laboratório de Geologia e Paleontologia, Universidade Federal do Rio Grande. CNPq. sheron.medeiros@hotmail.com,
pauladentzien@gmail.com.
² Laboratório de Paleontologia de Vertebrados, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. heitorfrancischini@hotmail.com.

A Planície Costeira do Rio Grande do Sul o arco neural, e duas aberturas na parte
(PCRS), com uma extensão de 620 km, foi inferior, nas quais se anexava o arco hemal, o
formada durante o Quaternário por eventos que difere dos outros peixes, que geralmente
de transgressão e regressão do nível médio do são vertebras mais alongadas e que seus arcos
mar. O extremo sul da PCRS é uma região rica neurais e hemais são preservados. Com isso,
em fósseis, principalmente de vertebrados foram identificados dois morfotipos de
terrestres e marinhos, encontrados junto a vértebras de tubarões, sendo ambos
acumulações de cascalhos biodetríticos na compostos por uma estrutura de cone duplo
linha de praia atual, sendo essa região invertido, com ambos ápices voltados para a
conhecida como Concheiros do Albardão. porção central. O Morfotipo 1 é formado por
Nessa região, fósseis de elasmobrânquios são um centro com várias lamelas finas e radiais
comumente encontrados junto aos contornando o duplo cone e chegando até a
concheiros, sendo representados s uperfí ci e da vértebra, enquanto no
especialmente por dentes e placas dentárias. Morfotipo 2, o centro do duplo cone é
Os elasmobrânquios são peixes cartilaginosos envolvido por uma crosta mineralizada que se
e por isso poucas partes do seu corpo são estende até a borda da vértebra. Ao todo,
fossilizadas, sendo os dentes os elementos foram encontradas 15 vértebras do Morfotipo
mais comuns no registro fóssil da PCRS. No 1 e 11 vértebras do Morfotipo 2. Segundo
entanto, vértebras e cartilagens rostrais informações bibliográficas, o morfotipo 1 é
também ocorrem em menor quantidade. O característico da Ordem Lamniformes. De
Laboratório de Geologia e Paleontologia (LGP) acordo com os materiais dentários da coleção
da Universidade Federal do Rio Grande, conta do LGP, quatro ordens de elasmobrânquios
com cerca de 4060 fósseis de (Lamniformes, Carcharhiniformes,
elasmobrânquios tombados em sua coleção, Hexanchiformes e Squatiniformes) podem ser
sendo que 4031 são dentes e placas dentárias. encontradas na PCRS, sendo a Ordem
Dentre os fósseis mais raros encontram-se 26 Lamniformes a mais abundante, visto que
vértebras, com tamanhos de 17,39 mm a 37,30 57,69% das vértebras e 69,62% dos dentes
mm (média de 26,45 mm) e três fragmentos encontrados podem ser atribuídos a este
de cartilagem com tamanhos entre 25,98 mm grupo. No futuro, pretende-se verificar se esta
a 53,68 mm (média de 39,1 mm). Geralmente, dominância reflete o padrão de diversidade
as vertebras de elasmobrânquios tendem a ser natural destes organismos ou se é derivada de
preservadas em forma de disco, com duas tendenciamento de preservação ou de
aberturas na parte superior, onde era anexado amostragem. [CNPq proc. 0123/45-67]

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Herbivoria em Folivora (Xenarthra): comparando preguiças recentes e


fósseis utilizando a análise dos elementos finitos

Luiza Bomfim MELKI¹; Fernando Henrique de Souza BARBOSA²; William GODOY⁴; Tábata ZANESCO⁴;
Lílian Paglarelli BERGQVIST⁵
¹Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências. CAPES. luizamelki@gmail.com.
²Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Paleontologia e Estratigrafia. CNPq. fhsbarbosa@gmail.com.
³Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE. CAPES. wmgodoy@petroleo.ufrj.br.
⁴Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências. CAPES. tabatazf@yahoo.com.br.
⁵Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Geociências. CNPq. bergqvist@geologia.ufrj.br.

Grande parte das espécies inclusas na modelos utilizando Bradypus como modelo
subordem Folivora, conhecidas popularmente de referência na aplicação da equação quasi-
como preguiças, são consideradas herbívoras. homotética; (iv) processamento dos modelos
Entretanto, o hábito alimentar de espécies no software COMSOL Multiphysics, utilizando
extintas segue sendo questionado. Dois as propriedades de Macaca mullatta (módulo
gêneros extintos, Neocnus (Megalonychidae) de Young: -21000 Mpa e coeficiente de
e Hapalops (Megatheriidae), são considerados Poisson: 0,45) e densidade óssea padrão do
herbívoros seletivos, sendo o primeiro mais software. Pontos de restrição foram aplicados
relacionado em hábito com o gênero recente na borda mais posterior do processo condilar
Bradypus do que com o gênero Choloepus, e na extremidade mais anterior do dentário.
também um Megalonychidae. Este trabalho Quatro diagramas de Von Mises (N/m²) foram
tem como objetivo analisar o comportamento gerados, apresentando diferentes
mecânico das mandíbulas das espécies de distribuições de estresse. Bradypus, de hábito
preguiças extintas Hapalops e Neocnus e folívoro, apresentou a média de valores de
compará-las com os gêneros recentes estresse mais alta dentre todos os modelos,
Bradypus e Choloepus. A técnica utilizada foi a sendo o ponto mais anterior ao processo
Análise de Elementos Finitos (AEF), que angular a área de menor estresse. Seu padrão
permite simular computacionalmente como se assemelha ao de Hapalops, com exceção do
uma estrutura se comporta durante a processo coronóide, que neste demonstra o
aplicação de uma força. Foi necessário criar menor estresse observado. Em Choloepus,
modelos computacionais das mandíbulas, mais generalista, é observada uma grande
seguindo as etapas: (i) criação de modelos zona de estresse na parte mais posterior do
bidimensionais das mandíbulas dos taxa processo condilar, se estendendo por parte do
citados com o software Rhinoceros a partir de ramo mandibular. Neocnus foi o gênero que
reconstruções genéricas dos crânios e demonstrou os menores valores de estresse,
musculatura disponíveis na literatura; (ii) com o valor mais alto sendo localizado no
medições em mandíbulas tombadas no ápice do processo coronóide. Nos outros
Museu Nacional do Rio de Janeiro modelos, o estresse se acumulou
pertencentes às espécies Choloepus principalmente no ápice do processo condilar.
didactylus, Bradypus torquatus, B. variegatus e Estes dados serão utilizados em análises
B. tridactylus; (iii) cálculo das forças aplicadas estatísticas posteriores para testar os padrões
durante a mastigação, considerando a área encontrados e esclarecer as relações entre
dos músculos temporal e masseter e diferentes tipos de herbivoria observados.
redimensionando as forças relativas aos

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Recuperação de acervo de vertebrados fósseis do Museu de Ciências do


Sistema Terra do IBILCE-UNESP-SJRP

Ariana Carmelin MELO; Joseli M. PIRANHA


UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho. ariana.carmelin@hotmail.com, joseli.unesp@gmail.com.

O acervo do “Museu de Ciências do Sistema material; identificar e descrever as peças que


Terra” do Centro de Referência em Ciência do ainda não foram catalogadas; efetuar o
Sistema Terra (CRECIST) sediado no Instituto tombamento de todo o patrimônio, e
de Biociências, Letras e Ciências Exatas, preparar as peças para comporem a mostra do
campus da UNESP em São José do Rio Preto, atual “Museu de Ciências do Sistema Terra”.
São Paulo, é constituído por rochas, minerais e Até o momento foram contabilizados 15
fósseis que possibilitam o desenvolvimento espécimes, identificados e catalogados,
de pesquisas de caráter científico e a pertencentes a organismos vertebrados.
realização de atividades lúdico-educacionais, Outros 59 fragmentos de fósseis de
voltadas ao ensino e divulgação de conteúdos vertebrados, demandam identificação e
geocientíficos e biológicos junto à registro. Tais fragmentos estão em processo
comunidade acadêmica e não acadêmica. de análise, mas sabe-se que na sua grande
Grande parte do acervo fóssil integrava a maioria são fósseis de saurópodes,
mostra do antigo “Museu de Geociências” da provenientes do Grupo Bauru (Bacia do
unidade, que teve suas atividades suspensas Paraná). Alguns são fragmentos de ossos
por razões diversas. A retomada do acervo de longos, como fêmur e costelas, outros são de
vertebrados para fins de recuperação consiste vértebras e ainda foram identificados fósseis
em estudos e curadoria dos fósseis visando: de mesossaurídeos, crânios e fragmentos de
recuperar as informações taxonômicas e cascos de quelônios e fósseis da megafauna
geológicas dos mesmos; acondicionar pleistocênica. Após as fases de identificação,
devidamente as peças para que se registro e tombamento, tais fósseis irão
mantenham bem conservadas; catalogar os integrar a mostra do “Museu de Ciências do
dados do acervo no programa Access, para Sistema Terra”, de forma que possibilite o seu
construção de uma base de dados que facilite uso em atividades didáticas e científicas.
o acesso às informações referentes ao

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Tafonomia experimental e estudos necrológicos em Gallus gallus


(Aves: Phasianidae)

Mateus MELOTTI¹; Rodrigo Giesta FIGUEIREDO²


¹Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória-ES
²Departamento de Biologia, Universidade Federal do Espírito Santo, Alegre-ES.

A Actuopaleontologia, ou Tafonomia soterramento de E1, E2 e E3, ocorreu nas


Experimental, é o estudo dos processos que mesmas condições ambientais e foram
afetam a preservação de restos orgânicos, exumados pela primeira vez em momentos
utilizando ambientes e organismos atuais em distintos, para diminuir a interferência da
seus experimentos. Estes estudos oxigenação nas análises. O E4 foi exposto ao
complementam a Tafonomia, que se atém a ambiente subaéreo, protegido por um
interpretar os processos que permeiam a recipiente permeável para um
fossilização. Neste estudo seis espécimes de acompanhamento mais frequente. O E5 foi
Gallus gallus foram utilizados para análises soterrado em uma caixa para ser o tratamento
necrológicas, em diferentes tempos de com menos interferências, o mesmo se
exposição, para analisar possíveis assinaturas manteve pelo maior período sem exumações,
tafonômicas e suas velocidades de ocorrência finalizando o experimento no dia 128 (D128).
em diferentes tratamentos, aumentando o A desarticulação se iniciou em tempos
potencial preditivo em estudos tafonômicos. distintos, mas tendo o crânio e membros
O projeto foi realizado dentro de uma área pélvicos como iniciais. No D59 a
experimental na Universidade Federal do decomposição dos espécimes E1, E2 e E3 foi
Espírito Santo (Vitória-ES). Os espécimes acentuada nos mais exumados e a necrofagia
foram expostos em terreno arborizado acompanhou a mesma ordem. No E0,
próximo a uma Área de Proteção Permanente. observou-se a ação de necrófagos somente
O espécime zero (E0) foi adquirido de na terceira exumação; já no E1 foram vistos
criadouro comercial e usado como piloto. A desde a primeira, sendo a camada de
causa mortis foi a torção cervical e o sedimento formada no E0 mais espessa em
soterramento ocorreu no mesmo dia, seguido menos tempo. O intemperismo foi mais
de exumações semanais, quinzenais e perceptível no E4, seguido pelo E1, E2, E3
mensais. A partir do E0 foi possível delinear respectivamente, e menor no E5, no D128. A
parâmetros que foram usados na etapa concentração de sedimento foi maior nas
seriada do projeto, contando com os partes com penas e os espécimes soterrados
espécimes E1, E2, E3, E4 e E5. Nesta segunda apresentaram um prolongamento de até 11
etapa os espécimes foram expostos ao dias para liberação dos gases, 39 dias para o
mesmo tempo, separados e submetidos a três ressecamento e 41 para a esqueletonização,
tratamentos diferentes, soterramento, comparados com o padrão para vertebrados
exposição e soterramento em caixa. O em superfície. [Fapes]

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Mesozoic vertebrates of Pokémon: the media as an educational tool


Augusto Barros MENDES¹; Felipe Vieira GUIMARÃES²; Rodrigo Mendonça dos SANTOS³; Taissa
RODRIGUES¹
¹Laboratório de Paleontologia, Departamento de Ciências Biológicas, Centro de Ciências Humanas e Naturais, Universidade
Federal do Espírito Santo. augustobarrosmendes@yahoo.com.br, taissa.rodrigues@gmail.com.
²Coleções Zoológicas, Instituto Nacional da Mata Atlântica, Universidade Federal do Espírito Santo.
felipevieiragui@gmail.com.
³Grupo Currículo, Docência e Cultura, Faculdade de Educação, Universidade Federal Fluminense. rod3078@gmail.com.

In the Mesozoic Era, going from about 251 environments. Thus, although they
million years to 66 million years ago, there was correspond to a small fraction of the total
a massive diversification of fauna, mostly of number of Pokémon (4%), these creatures
dinosaurs, pterosaurs and marine reptiles, represent a significant sample of Mesozoic
which have a great popular appeal, being fauna. Analogies between Pokémon world
represented in several medias. An example is and the natural biological world open up a
Pokémon, a Japanese mass media mainly range of possibilities for approaching Science
acclaimed amongst children and teenagers. themes. As an example of one of these
The franchise, commercialized as games, TV possibilities, an activity on Paleontology was
series, comic books, movies, Trading Card carried out with 33 seventh grade students of
Game, toys and collectibles, features many an elementary public school in São Gonçalo,
fictional creatures inspired by real animals, Rio de Janeiro. The activity consisted of a small
including Mesozoic vertebrates. The aim of lecture on Paleontology, a drawing workshop
this work is to identify this prehistoric fauna in which students had to create their own
found in Pokémon and correlate them with Pokémon based on four species of Mesozoic
real animals, thus offering useful material for vertebrates that inhabited the Brazilian
teaching Science themes. For this purpose, a territory (Austraposeidon magnificus, Oxalaia
comparison between morphological traits of quilombensis, Plioplatecarpus sp. and
creatures in The Official Pokémon Website and T h a l a s so d r o m e u s s e t h i ) a n d a s h o r t
biological data in books as A Vida dos questionnaire to assess students' perceptions
Vertebrados, Vertebrate Paleontology and of the activity. Students reported they have
Vertebrate Paleontology and Evolution was used morphological features such as long
made. As results, 32 Pokémon inspired by 19 neck, wings, fins and teeth to create their
vertebrates of the Mesozoic Era were Pokémon. Moreover, 97% of students said
identified. Sauropoda, Ankylosauria and they enjoyed the activity and found that using
Ceratopsidae were the most representative pop culture elements for teaching
taxa (n = 4). The identified fauna depicts a Paleontology and Science is useful and
great variety of biogeographic distribution, important. Therefore, Pokémon demonstrated
with fossils found in all continents, as well as to be an efficient tool in the teaching-learning
taxa ranging from Lower Triassic to Upper process of Science themes, specifically related
Cretaceous, inhabiting terrestrial and marine to Paleontology.

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Curatorship of the vertebrate collection housed at Laboratory of


Paleontology and Evolution/Universidade Federal de Goiás
Lucas MONTEIRO; Mozer NOGUEIRA; Michael ULIAN; Carlos Roberto CANDEIRO
Laboratório de Paleontologia e Evolução, Curso de Geologia, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus Aparecida de
Goiânia, Universidade Federal de Goiás, monteiro.fl.paleonto@gmail.com, mozer.nogueira@gmail.com,
michael.ulian.geologia@gmail.com, candeiro@ufg.br.

The Geology Course of the Universidade acrylic paint and writing over it the collection
Federal de Goiás has a collection of regional number with a nanquim pen; (3) placing of
relevance for Central Brazil. The collection has specimens in individual boxes coated with a
approximately 344 specimens, which are foil-faced insulation blanket; and (4)
o r g a n i z e d i n s e c t o r s implementation of an external control file
(Cabinet/Column/Drawer) by systematic containing the description, history, and status
affinity following the Linnaean System. The of the material in the collection (i.e., present,
material is allocated in sectors with two wood loaned or lost). The most relevant materials
cabinets distributed into two columns with 10 from southern Goiás state accounted during
drawers each and a lockable metal cabinet in a this work are the Permian specimens from the
single column with 10 drawers.The objective Irati Formation (Paraná Basin), remains of
of the present study was to organize and Mesosauria indet. from Jatai and Montevidiu,
structure the collection of paleovertebrates of fragmentary materials of Podocnemidoiea
the Laboratory of Paleontology and Evolution indet. from the Late Cretaceous of the Bauru
(Labpaleoevo) in order to efficiently register Group (Paraná Basin), and specimens of
and allocate the specimens. The following Mesoeucrocodylia indet., Notosuchia indet.,
priorities were stablished: (1) to develop Sauropoda indet., Titanosauria indet., and a
proper conditions to preserve the fossils; (2) to tooth of Theropoda indet. that was recently
preserve the integrity of the existing collection added to the collection. All specimens in the
from physical and chemical agents; and (3) to Labpaleoevo collection are housed under the
provide its inclusion as a tool for education, acronym Paleo-UFG/V. The structuring of the
research, and scientific dissemination and as paleovertebrate collection made possible its
part of the Geological Patrimony of the whole maintenance and conservation, as well as the
collection. The methodology comprised the accounting of materials that were already part
maintenance of the repository shelves and of the collection. It is expected that this
drawers, and the cleaning, catalog in gandal collection minimizes material losses and
location of the fossil material. A review of the inconsistencies, providing more accurate data
collection was made, where: (1) information in to the scientific community, since it is already
the identification card of each specimen was becoming a reference to the Vertebrate
checked; (2) adding of collection number to Paleontology of Goiás state and Central Brazil.
each specimen diagnostic area with white

Paleontologia em Destaque | 72
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Tafonomia comparada de vertebrados Quaternários de cavernas do


Tocantins, Norte do Brasil

Lucas Guimarães Pereira MONTEIRO¹; Leonardo dos Santos AVILLA²;


Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR³
¹Faculdade de Geologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. PIBIC-UERJ. lucasgpmonteiro@gmail.com.
²Departamento de Zoologia. Universidade Federal do Rio de Janeiro. leonardo.avilla@gmail.com.
³Departamento de Estratigrafia e Paleontologia. Faculdade de Geologia. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. CNPq e
FAPERJ. herminio.ismael@yahoo.com.br.

Embora o Brasil possua importantes depósitos 75,43% em GTO), marcas de dentes (4,22% em
fossilíferos quaternários em cavernas, estudos GU e 3,5% em GTO), graus de integridade
tafonômicos comparativos de suas física (fragmentos, 12,67% em GU e 17,54%
tafocenoses de vertebrados ainda são em GTO; parciais, 54,92% em GU e 22,80% em
escassos, inviabilizando o reconhecimento e GTO; e completos, 32,39% em GU e 59,64% em
interpretação de padrões tafonômicos GTO). A GU teve 71 amostras analisadas,
regionais. Análises tafonômicas têm sido pertencentes a oito grupos taxonômicos, a
realizadas para os depósitos de caverna do maioria atribuída a Cervidae (52,11%)
sudeste do Estado do Tocantins, no entanto, enquanto a GTO teve 57 amostras analisadas,
análises comparativas ainda não foram oriundas de sete táxons, sendo Tayassu pecari
realizadas. Este trabalho compara os aspectos a espécie predominante (71,92%). Quanto a
tafonômicos reconhecidos para duas cavernas ontogenia, foram identificados 19,29% de
(Gruta do Urso-GU e Gruta Tacho de Ouro- subadultos em GU e 5,26% em GTO (o restante
GTO) na região de Aurora do Tocantins, com o das porcentagens corresponde a adultos). O
intuito de se entender padrões tafonômicos estudo comparativo revela a uniformidade de
regionais, bem como padrões típicos para processos tafonômicos que afetaram as
ambientes de caverna. Foram observados cavernas da região de Aurora do Tocantins ao
padrões tafonômicos relacionados a: (i) grau longo do Quaternário, no entanto, diferenças
de articulação; (ii) intemperismo; (iii) abrasão; percentuais são observadas entre os estágios
(iv) incrustação; (v) marcas de carnívoros; (vi) de cada feição, sugerindo diferenças locais
integridade física; e (vii) taxonomia e aspectos proporcionadas pelas condições ambientais
ontogenéticos. Os padrões tafonômicos específicas de cada caverna ou de diferenças
identificados foram: grau de articulação (5,6% temporais. Em suma, a história tafonômica
em GU e 33,33% em GTO); estágios de dessas tafocenoses inclui: (i) mortandade
intemperismo (0, 11,26% em GU e 5,26% em seletiva próxima das entradas das cavernas; (ii)
GTO; 1, 64,78% em GU e 89,47% em GTO; 2, ocorrência de necrofagia; (iii) exposição
15,49% em GU e 5,26% em GTO; e 3, 8,45%, subaérea no exterior da caverna; (iv)
apenas em GU); abrasão (0% em GU e 3,5% em transporte por fluxo hidráulico de baixa
GTO); estágios de incrustação (estágio 0, energia; e (v) exposição na zona vadosa das
15,49% em GU e 5,26% em GTO; 1, 54,92% em cavernas. [PIBIC-UERJ]
GU e 19,29% em GTO; e 2, 39,43% em GU e

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Preparação química em conglomerados fósseis do período


Permiano do Maranhão e Piauí

Victor Fontes Silva de MORAIS; Lysia Daniela Santos CUNHA; Juan Carlos CISNEROS
Laboratório de Paleontologia, Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal do Piauí, UFPI. lysiacunhas@gmail.com,
victorfontesm@gmail.com, juan.cisneros@ufpi.edu.br.

Prospecções paleontológicas realizadas pela mostrou ter maior potencial, e novos testes
UFPI, com ajuda de colaboradores de outras foram realizados, com maiores concentrações,
instituições na Bacia Sedimentar do Parnaíba tamponando a solução com fosfato de cálcio,
nas cidades de Pastos Bons - Maranhão e porém ainda assim não obtivemos sucesso na
Santa Filomena – Piauí, resultaram em retirada dos fósseis de vertebrados dos
conglomerados contendo numerosos restos conglomerados. Até a presente data não
de vertebrados, em sua maioria escamas e chegamos à combinação de parâmetros
dentes ainda não identificados. Com o fim de apropriados (tipo e concentração de ácido,
possibilitar os estudos detalhados dos fósseis, tempo de submersão) para extração dos
o material foi dividido para a aplicação de fósseis. A técnica continuará a ser aplicada
testes com a técnica de preparação química. com outros tipos diferentes de ácidos até que
Os grupos de rochas foram preparados a fórmula correta para dissolução da rocha e
mediante a submersão em solução de água extração dos fósseis sem danos estruturais
destilada e diferentes porcentagens de ácidos seja alcançada em laboratório. Os vertebrados
(Acético, Fórmico e Clorídrico) para dissolução que serão identificados serão importantes
do sedimento e liberação dos fósseis. Esta para caracterizar o paleoambiente em que se
preparação se mostrou menos eficaz que o depositou a formação Pedra de Fogo e
esperado apresentando eventualmente também estabelecer parâmetros para futuras
corrosões dos fósseis expostos, sem pesquisas com fósseis nestas mesmas
alterações na rocha matriz. Dentre os ácidos condições. [PIBIC CNPq, ICV UFPI, CNPq
utilizados para os testes, o ácido clorídrico 456608/2014-1]

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Distribuição paleogeográfica de Machaeracanthus


(Acanthodii) no Devoniano

Camilla Rodrigues NASCIMENTO; Rodrigo Tinoco FIGUEROA; Valéria GALLO


Laboratório de Sistemática e Biogeografia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. camilla.nr@hotmail.com, rotinof@gmail.com, galloval@gmail.com.

Machaeracanthus é um gênero de Acanthodii distribuição geográfica e temporal, dentro do


do Devoniano. A presença de espinhos que Paleozoico. Através de levantamento
precediam às nadadeiras é uma característica bibliográfico, foi possível inferir uma possível
encontrada na maioria dos Acanthodii. No distribuição paleogeográfica de
entanto, Machaeracanthus possivelmente Machaeracanthus ao longo do Devoniano. De
destacava-se de outros gêneros em razão da 13 espécies encontradas no levantamento,
presença de mais de um espinho anterior nas cinco destacam-se por apresentarem um
nadadeiras peitorais. Além disso, grande número de espécimes e uma ampla
apresentavam um espinho assimétrico, que distribuição geográfica. (i.e. M. bohemicus, M.
permite a distinção do Machaeracanthus de gougeti, M. major, M. peracutus e M. sulcatus).
outros Acanthodii e igualmente de Machaeracanthus peracutus e M. sulcatus são
Chondrichthyes e Osteichthyes. Outros amplamente distribuídas, sendo encontradas
elementos, como escamas, dentes e na América do Norte, Europa, África e
fragmentos ósseos, são comuns no Antártica. Em contrapartida, com uma
Devoniano. Machaeracanthus possuía uma distribuição limitada, M. major é encontrada
ampla distribuição geográfica, sendo na América do Norte e África e M. bohemicus e
encontrado na Europa, América do Norte, M. goujeti, somente na Europa. Por meio de
América do Sul e Antártica. Há dúvidas em uma análise e revisão mais profunda dos
relação ao seu posicionamento sistemático dados encontrados, será possível inferir
causadas principalmente pelo escasso informações paleogeográficas mais robustas
conhecimento acerca das relações para Machaeracanthus, visando à
filogenéticas de Acanthodii. Este estudo compreensão de sua distribuição geográfica e
possui como objetivo realizar uma revisão de a sua relação com as províncias
Machaeracanthus, apresentando sua biogeográficas do Devoniano.

Paleontologia em Destaque | 75
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Sigmodontíneos (Rodentia, Cricetidae) da Toca do Serrote do Artur, região


da Serra da Capivara, Piauí, Brasil

Simone Baes das NEVES¹; Elver Luiz MAYER¹; Patrícia HADLER²; Ana Maria RIBEIRO³
¹Programa de Pós-Graduação em Geociências UFRGS.
[CNPq 141352/2017-5; CNPq 140577/2014-9; CAPES 88881.134568/2016-01].
simone.b.neves@gmail.com, elvermayer@gmail.com.
²Laboratório de Paleontologia, Departamento de Geociências, UFSC. patricia.hadler@ufsc.br.
³Seção de Paleontologia Museu de Ciências Naturais (MCN/FZB).
[CNPq 483156/2012-4]. ana-ribeiro@fzb.rs.gov.br.

A região do Parque Nacional Serra da com literatura especializada. Os táxons


Capivara, Piauí, Brasil, é mundialmente registrados até o momento são: Akodon sp.,
conhecida pelas descobertas arqueológicas e Bibimys sp., Necromys lasiurus, Oryzomyini
paleontológicas. Entre os fósseis, há indet., Oligoryzomys sp., Pseudoryzomys
numerosos restos de roedores simplex, Calomys spp. e Wiedomys sp.
sigmodontíneos (Rodentia, Cricetidae, Oligoryzomys sp. é aqui registrado pela
Sigmodontinae) provenientes de cavernas e primeira vez para a região da Serra da
abrigos calcários na região. O objetivo deste Capivara, os demais táxons foram registrados
trabalho é apresentar os resultados parciais anteriormente para outras cavidades cársticas
do estudo dos roedores sigmodontíneos da região (i. e. Toca do Serrote das Moendas,
recuperados da Toca do Serrote do Artur, Toca do Gordo do Garrincho, Toca do
localizada a 40 km do município de São Barrigudo). Entretanto, a amostra da Toca do
Raimundo Nonato, Piauí, Brasil. As datações Serrote do Artur ultrapassa, em quantidade de
disponíveis foram obtidas por ₁₄C a partir de espécimes, a soma daqueles recuperados nos
matéria orgânica dos sedimentos e indicam outros três sítios mencionados (326
idades holocênicas (8.490±120 anos AP e espécimes), o que parece justificar a maior
6.890±60 anos AP). O material, que consiste riqueza encontrada para este sítio. O estudo
em fragmentos cranianos, mandibulares e morfológico dos espécimes ainda está em
dentes isolados, foi coletado durante andamento visando refinar as identificações
escavações realizadas pela equipe da taxonômicas. Com isso, a Toca do Serrote do
Fundação Museu do Homem Americano Artur se destaca quanto ao potencial para
(FUMDHAM) e está depositado na coleção estudos sobre a fauna de pequenos roedores
paleontológica daquela instituição. A limpeza da região, bem como para o entendimento da
foi realizada sob estereomicroscópio, com dinâmica paleobiogeográfica dos
auxílio de água, agulhas e pincéis, e os Sigmodontinae durante o Quaternário. [CNPq
fragmentos foram identificados através de proc. 483156/2012-4]
comparação com coleções mastozoológicas e

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New record of Eremotherium laurillardi (Lund, 1842) for Goiás, Brazil:


isotopic paleoecology (ẟ C, ẟ O)

Jacqueline Freitas OLIVEIRA¹; Alexander CHERKINSKY²; Mário André Trindade DANTAS³; Carlos Roberto
dos Anjos CANDEIRO¹
¹Universidade Federal de Goiás, Rua Mucuri, s/n - Setor Conde dos Arcos, CEP: 74968755 - Aparecida de Goiânia, Goiás –
Brasil. jackiefo96@gmail.com, candeiro@ufg.br.
²Center for Applied Isotope Studies, University of Georgia, Athens, GA 30602, USA. acherkin@uga.edu.
³Laboratório de Ecologia e Geociências, Universidade Federal da Bahia/IMS/CAT. PQ/CNPq. matdantas@yahoo.com.br.

The Brazilian Intertropical Region is a region the arch is missing, which lead us to interpret
mainly occupied by seasonal dry forest that both maxillae belong to a same juvenile
(Cerrado and Caatinga biomes) and is individual. The material was identified as E.
characterized by the presence of many laurillardi based on the systematics proposed
endemic animals that lived in this region by Cartelle & De Iuillis, which suggests only
between the end of the Pleistocene and one species of megatheriids in the
beginning of the Holocene, including the Pan- intertropical region of in Brazil. The maxilla
American giant sloth Eremotherium laurillardi was also crucial for identification as a species
(Lund, 1842). Information about the climate due to the more cylindrical shape of the
and paleoenvironment in which it lived and its maxilla when compared to Megatherium
paleoecology are still poorly represented in americanum, and the dental series are more
literature, and all studies made until now are distant from each other. The isotopic analyzes
based on samples from the northeast Brazilian were performed using a sample of molariform
region. The knowledge on the Pleistocene from the left maxilla, whose composition is
biota that lived in the State of Goiás (Central hydroxyapatite. The age assigned to the
Brazil) is scarce. No data on the paleoecology material was 32.390±100 (34,705-33,947 cal
13
of E. laurillardi from this region have been BP). The δ C values found in the dentin of the
documented. Therefore, isotopic analyzes fossil molariform was -8,99 ‰, suggesting a
were performed on the specimen found in mixed feeder diet of C₃ and C₄ plants. Refining
13 18
Piranhas municipality, Goiás, Brazil to fill the these results using δ C and ẟ O data, was
gap about the giant sloth's paleoecology and possible to suggest that it ate predominantly
infer about the environment it inhabited. C₄ grasses (42%) and roots (23%); it also
Fossil remains are: i) an incomplete right consumed C₃ leaves (13%) and fruits (22%).
maxilla, with all molariforms missing and M1- With this information, it was possible to
M3 alveolus present, but incomplete; ii) left estimate the niche breadth (B A = 0.79),
maxilla with M2-M3 present but with broken concluding that the E. laurillardi from Goiás
occlusal faces and M4-M5 missing; and iii) was a generalist herbivore. [CNPq proc.
distal epiphysis of the left tibia. In lateral view, 404684/2016-5]
both zygomatic articular face is observed, but

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Thinking like a dicynodont: Rastodon procurvidens (Therapsida:


Anomodontia) endocast reconstruction and paleobiological insights

Daniel de Simão OLIVEIRA¹; Leonardo KERBER²; Felipe Lima PINHEIRO³


¹Laboratório de Paleobiologia, UNIPAMPA. CAPES. doliveira.simao@gmail.com.
²CAPPA, UFSM. leonardokerber@gmail.com.
³Laboratório de Paleobiologia, UNIPAMPA. felipepinheiro@unipampa.edu.br.

The major clade Dicynodontia is an extinct cranial endocast is similar to other


group of exclusively herbivorous anomodont anomodonts and early cynodonts, particularly
therapsids. Dicynodonts originated during the the recently described endocasts of the
Guadalupian (mid-Permian) and, after this, dicynodonts Niassodon mfumukasi and
quickly grew to be the most diverse and Pristerodon mackayi. The hindbrain occupies
dominant tetrapod group in Permian most of the brain cavity's posterior end, it is
terrestrial ecosystems, remaining a robust and has almost twice the size of the mid
representative group during the Triassic. and forebrain, which are mostly dorsalized
Dicynodontia has been studied for nearly two and tubular-shaped. Identifiable features
centuries, with over 70 described genera. include the medulla oblongata, the pons, the
However, in-depth knowledge on dicynodont paraflocculi, the hypophysis, a pronounced
endocranial cavities and nervous system has pineal body and the internal carotid arteries.
only recently been made possible by the use of The middle ear vestibules are located on the
modern techniques of digital imaging, such as lateroventral edge of the hindbrain. However,
CT Scan. Here we digitally reconstruct and the semi-circular canals are badly preserved
describe the endocast of the dicynodont and barely visible. The olfactory bulbs are
Rastodon procurvidens, from Rio do Rasto reduced and discreet. In addition, we applied
Formation (Guadalupian/Lopingian) of Jerison's body mass estimated
southern Brazil. To accomplish this, we encephalization quotient (EQ) to the endocast
employed micro CT scanning and the software of R. procurvidens, but focused on Eisenberg's
Avizo 7.1 to generate 3D models of the updated EQ. Rastodon presents a small
endocranial cavities. Like other basal encephalization relative to its body mass, with
therapsids, most of the braincase was an Eisenberg EQ of 0.108. Rastodon presents a
cartilaginous and not preserved in the reduced encephalization when compared to
specimen, making most of the mid and the dicynodonts Pristerodon (0.18) and
forebrain only visible by its indentations in the Niassodon (0.19), and nearly a quarter of what
braincase's interior surface. The resulting is seen in non-mammalian cynodonts EQs.
endocast presents the brain with its olfactory Future perspectives include describing and
bulbs, part of the middle ear, some further looking into Rastodon procurvidens'
neurovascular canals, and the nasal cavity. The nasal cavity.

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Registro de Tanystropheidae no Triássico Inferior do Gondwana

Tiane Macedo de OLIVEIRA¹; Felipe Lima PINHEIRO²; Daniel OLIVEIRA³; Cesar Leandro SCHULTZ⁴;
Leonardo KERBER⁵
¹Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Animal. UFSM. tiane.m.deoliveira@gmail.com.
²Laboratório de Paleobiologia. UNIPAMPA. felipepinheiro@unipampa.edu.br.
³Laboratório de Paleobiologia. UNIPAMPA. doliveira.simao@gmail.com.
⁴ Departamento de Paleontologia e Estratigrafia. Instituto de Geociências. UFRGS. cesar.schultz@ufrgs.br.
⁵Centro de Apoio à Pesquisa Paleontológica da Quarta Colônia (CAPPA). UFSM. leonardokerber@gmail.com.

Ta n y s t r o p h e i d a e é u m c l a d o d e fragmento de pterigoide, e são provenientes


arcossauromorfos basais com uma da Formação Sanga do Cabral (Induano/
distribuição relatada desde o Triássico Inferior Olenekiano) do Brasil. Este estudo confirma a
até o Superior da Ásia, Europa e América do presença de Tanystropheidae no Triássico
Norte. Embora alguns espécimes com Inferior da América do Sul. O registro desse
possíveis afinidades com tanistrofeídeos das grupo, juntamente com outros tetrápodes já
camadas do Triássico Inferior do Brasil tenham relatados para a Formação Sanga do Cabral,
sido anteriormente atribuídos a aumenta o conhecimento da diversificação
"Protorosauria", pouco se sabe sobre o biótica durante o início do Triássico e confirma
registro de Tanystropheidae no Gondwana. que os tanistrofeídeos tinham uma ampla
Neste trabalho, novos espécimes atribuídos a distribuição geográfica já no início do
Tanystropheidae são descritos e suas relações Triássico. Esta contribuição reforça a
filogenéticas são analisadas. Além disso, um diversificação de arcossauromorfos após a
espécime previamente designado para extinção Permo-Triássica, tornando a
“Protorosauria” é revisado e sua atribuição a Formação Sanga do Cabral uma unidade
Tanystropheidae é suportada. Os espécimes crucial para o estudo das faunas mesozoicas.
consistem de vértebras cervicais isoladas e um

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Patrimônio paleontológico da Gruta do Urso Fóssil: um depósito do


Holoceno Inferior formado por egagrópilas no Nordeste do Brasil

Paulo Victor de OLIVEIRA¹; Maria Somália Sales VIANA²


¹Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Laboratório de Paleontologia de Picos
(UFPI/CSHNB LPP).victoroliveira@ufpi.edu.br.
²Universidade Estadual Vale do Acaraú, Laboratório de Paleontologia, Museu Dom José (UVA/LABOPALEO MDJ).
somalia_viana@hotmail.com.

A Gruta do Urso Fóssil (GUF) é um dos sementes, todos inseridos de forma caótica na
depósitos quaternários, com maior potencial matriz sedimentar inconsolidada. A maior
paleontológico no Estado do Ceará, parte deste material corresponde a restos de
especialmente com vertebrados de pequeno e vertebrados de médio e pequeno porte, a
médio porte. A GUF é uma das 14 cavernas maioria mamíferos. Ocorrem ainda, ossos de
que compõem o relevo cárstico do Parque peixes, serpentes, lagartos, aves e anfíbios. Os
Nacional de Ubajara. Desde o ano de 2009 a restos orgânicos encontrados, pertencem a
GUF tem sido estudada de forma sistemática, uma fauna que pode representar a dieta
com o intuito de melhor entender sua alimentar de aves de rapina como corujas
dinâmica deposicional e conhecer a fauna (Ordem Strigiformes). Soma-se a este fato a
local, através de análises sedimentológicas e evidente presença das feições tafonômicas de
paleontológicas. Amostras sedimentares elevados graus de desarticulação e
foram coletadas e datadas por fragmentação, corrosão gástrica e disposição
termoluminescência e luminescência caótica dos restos orgânicos. Ademais, a
opticamente estimulada, e os bioclastos comparação com depósitos análogos
preservados em seu interior, foram coletados, modernos próximos à GUF, onde os materiais
preparados, identificados e tombados na regurgitados por corujas atuais, recobrem o
coleção científica do Museu Dom José, em chão de algumas grutas, reforçam esta
Sobral, Ceará. O conteúdo orgânico consta de hipótese. Estas três características
aproximadamente 5.000 espécimes, possibilitam apontar como principal agente
representados por ossos desarticulados, responsável pela gênese do depósito da GUF,
completos e fragmentados, dentes isolados, o comportamento alimentar de aves de rapina
osteodermos, e conchas de moluscos através de suas egagrópilas.
gastrópodes pulmonados, além de algumas

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Geocronologia da Gruta do Urso Fóssil, Nordeste do Brasil

Paulo Victor de OLIVEIRA¹; Maria Somália Sales VIANA²


¹Universidade Federal do Piauí, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Laboratório de Paleontologia de Picos
(UFPI/CSHNB LPP).victoroliveira@ufpi.edu.br.
²Universidade Estadual Vale do Acaraú, Laboratório de Paleontologia, Museu Dom José (UVA/LABOPALEO MDJ).
somalia_viana@hotmail.com.

O Brasil possui sete províncias espeleológicas artificial quanto solar, procedeu-se a coleta da
carbonáticas. Uma delas, a Serra da Ibiapaba, seguinte maneira: a extremidade aberta do
localizada no noroeste do Ceará, está tubo em PVC foi colocada junto à parede da
representada por relevo cárstico típico com área escavada, e em seguida com o auxílio de
formações calcárias de exocarste sob a forma uma marreta de borracha a extremidade
de morros residuais com mais de 40m de vedada recebeu impulso para que o tubo
altura, de idade neoproterozoica, dispostos fosse inserido no sedimento. Em seguida, o
no perímetro do Parque Nacional de Ubajara. tubo foi retirado e sua extremidade vedada
Nesses morros se formaram 14 cavernas de com outro tampão. Os tubos foram enviados
dimensões variadas (1.120 a 40m de para análise em laboratório. Os resultados
desenvolvimento). Uma dessas cavernas em obtidos por TL foram: C4 8.000 ± 990 e C5
particular, a Gruta do Urso Fóssil (GUF), tem 8.200 ± 980 AP; e por LOE: C4 7.000 ± 1.000, C6
apresentado importante potencial para a 7.650 ± 1.080, e C9 8.450 ± 960. Ao analisar os
paleontologia, principalmente de pequenos dados em conjunto e dentro dos intervalos
vertebrados, com destaque especial para os para mais ou para menos (±), as idades
mamíferos. Trabalhos de escavação na GUF, obtidas para a geocronologia das camadas 4,
em 0,90m de espessura escavados em 9 5, 6 e 9, mostraram-se congruentes, uma vez
camadas (C) de 10cm cada, permitiram a que apresentam uma sequência cronológica
coleta de cinco amostras sedimentológicas crescente conforme o aprofundamento das
para datação radiométrica, por camadas sedimentares. A aplicação de
Termoluminescência (TL) e Luminescência métodos distintos de datação como TL e LOE,
Opticamente Estimulada (LOE). Foram para o mesmo depósito mostrou-se viável,
coletadas amostras nas camadas C4 (duas tendo em vista a coerência entre as idades
amostras), C5, C6 e C9 (a mais profunda). Para absolutas obtidas. A avaliação dos dados
a aquisição das amostras foram utilizados cronológicos indica que a dinâmica
tubos coletores de policloreto de polivinila deposicional se deu de forma lenta e contínua,
(canos em PVC) de diâmetro 0,05m e uma vez que tanto as características
comprimento 0,40–0,50m, e de cor escura sedimentares quanto a representatividade
(preto ou marrom). Uma das extremidades foi faunística encontradas são as mesmas em
previamente vedada com tampão tipo Cap todo o intervalo estratigráfico amostrado.
PVC. Na ausência completa de luz, tanto

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Paleoecological interpretation based on isotopic analysis for Quaternary


megafauna of Mato Grosso do Sul

Thaís Rabito PANSANI¹; Mírian Liza Alves Forancelli PACHECO²; Alexander CHERKINSKY³; Mário André
Trindade DANTAS⁴
¹Universidade Federal de São Carlos. CNPq. thais-pansani@hotmail.com.
²Universidade Federal de São Carlos. CNPq. forancelli.ufscar@gmail.com.
³Center for Applied Isotope Studies, University of Georgia, Athens, GA 30602, USA. acherkin@uga.edu.
⁴Universidade Federal da Bahia. CNPq. matdantas@yahoo.com.br.

This communication presents a first Also showed a high niche overlap:


paleoecological inference based on stable Glyptotherium sp. and T. platensis (O = 0.92), H.
isotopes analyzes ( C and O) for the paulacoutoi and E. laurillardi (O = 0.91), H.
megafauna of Quaternary from Mato Grosso paulacoutoi and T. platensis (O = 0.82) and E.
do Sul (MS), Brazil. Based on fractions of laurillardi and Glyptotherium sp. (O = 0.73).
hydroxyapatite extracted from bone and Glyptotherium sp. was the only specimen that
enamel of specimens collected in Bonito, MS. presented fruit consumption (5%) in its
Isotopic data were generated through analysis proportions. E. laurillardi presented the lowest
of fossils of Eremotherium laurillardi (Lund, value for grasses consumption (piC₄ = 17%).
1842), Holmesina paulacoutoi (Cartelle & The overlap of niches between E. laurillardi
Bohorquez, 1985), Toxodon platensis (Owen, and T. platensis was the only one among the
1840) and Glyptotherium sp. The proportions individuals that resulted in average value (O =
of four food resources of these herbivores 0.50), which is expected because they are two
were identified, being divided among leaves, characteristically generalist animals. Both had
fruits, roots (C₃), and grasses C₄. From these a mixed diet (C₃ and C₄) known in literature but
results, the niche width (BA) of each specimen with T. platensis presented a higher proportion
and the niche overlap (O) between them were of C₄ grasses (piC₄ = 75%) and E. laurillardi
calculated. Glyptotherium sp. presented the with a higher proportion of C₃ leaves (piC₃ =
highest value of niche width (BA = 0.41), while 83%) in this region. This result supports that if
E. laurillardi presented the lowest value (BA = these organisms coexisted in the same space
0.13), indicating a more restricted niche for and time, there would be no need for
this ground sloth. H. paulacoutoi (BA = 0.33) competition for resources among them.
and T. platensis (BA = 0.20) exhibited However, it can be said that the previous
intermediate values. The results also suggest a organisms, under the same conditions, could
high niche overlap between H. paulacoutoi compete if environmental and/or ecological
and Glyptotherium sp. (O = 0.97), both with circumstances conditioned them to it.
balanced consumption of C₃ leaves and C₄ [CNPq proc. 404684/2016-5]
grasses (piC₄ = 42% and 51%, respectively).

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Paleoecologia da Formação Pedra de Fogo, Permiano da


Bacia do Parnaíba, Nordeste do Brasil

Davi Attanazio PASCHOAL; Rodrigo Tinoco FIGUEROA; Valéria GALLO


Laboratório de Sistemática e Biogeografia, Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade do Estado do Rio
de Janeiro. attanaziod@gmail.com, rotinof@gmail.com; gallo@uerj.br.

A Formação Pedra de Fogo, datada do o registro de coprólitos, possivelmente de


Permiano inferior (Cisuraliano), possui uma Chondrichthyes, que possuem vários
biota rica em peixes, anfíbios e plantas. A fragmentos de escamas ganoides, que
formação é dividida em três membros: o certamente indicariam alimentação baseada
membro Sílex Basal, na parte sul, o membro em pequenos Actinopterygii. Itapydorus
Médio, na porção central e Trisidela, no topo. deveria ocupar posições mais baixas nessa
O ambiente deposicional, no geral, possui cadeia, com uma dentição especializada para
aspectos paleoclimáticos distintos: na parte triturar, que poderia revelar um hábito
norte da formação, regiões continentais, com alimentar onívoro bentônico. Até o presente
lagos salobros e rios efêmeros; e na porção momento, o único registro de invertebrado
centro-sul, uma regressão marinha de baixa para a formação é de Conchostraca, porém
energia com deltas. A paleoflora, que inclui este deveria compartilhar o paleoambiente
troncos silicificados de Psaronius e uma com Bryozoa e Brachiopoda, dentre outros
representativa assembleia de pólens, invertebrados, servindo como alimento para
contribui também para a caracterização os níveis intermediários da cadeia. O anfíbio
paleoclimática, indicando um paleoambiente Prionosuchus plummeri provavelmente seria
quente. As inferências paleoecológicas foram piscívoro, porém alguns tetrápodes de menor
feitas pela comparação da fauna e flora porte (e.g. Timonya e Procuhy) poderiam fazer
presentes em toda formação, catalogando-as, parte de sua dieta. Foi possível inferir como
no geral, e comparando com outras parte da cadeia trófica poderia estar
localidades através de pesquisa bibliográfica, organizada por meio das características
buscando associar indicadores bióticas e abióticas descritas na literatura, dos
paleoambientais. A espécie Anisopleurodontis aspectos morfológicos dos fósseis e
pricei (Chondrichthyes, Holocephali), de icnofósseis, levando em consideração os
grande porte, possuía uma espiral de dentes dados paleontológicos disponíveis. Este
sinfisianos e parassinfisianos e provavelmente trabalho gerou dados preliminares
ocupava o topo da cadeia trófica marinha. importantes para estudos futuros
Provavelmente, outros Chondrichthyes, como relacionados à Paleoecologia da Formação
Taquaralodus, poderiam fazer parte de sua Pedra de Fogo, viabilizando o aprimoramento
alimentação, porém outros membros desse das relações da biota com o hábitat de origem,
grupo de Holocephali (Eugeneodontiformes) bem como a formação dos mais diversos
são comumente associados à predação de nichos ecológicos da região.
macroinvertebrados nectônicos. Há também

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Sobre uma segunda espécie de Planohybodus (Euselachii, Hybodontoidea)


para a Bacia de Lima Campos (Cretáceo), Ceará

Isabela Barbosa PASSARINHO; Francisca Raiany Soares de MOURA; Nailton Beserra LUZ; Ana Emilia
Quezado de FIGUEIREDO; Daniel Costa FORTIER
Laboratório de Geociências e Paleontologia. Universidade Federal do Piauí. isabelaisa2009@hotmail.com,
raianysmoura12@gmail.com, nailtonbl@outlook.com, ana.emilia@ufpi.edu.br, fortier@ufpi.edu.br.

A Bacia de Lima Campos é uma das quatros não apresenta serrilhas, apenas bordas
pequenas Bacias interiores do Nordeste do cortantes desenvolvidas. As estrias partem da
Brasil, que constitui o grupo Iguatu (Lima base e se estendem até um pouco mais da
Campos, Iguatu, Icó e Malhada Vermelha), porção média da cúspide central na vista
cuja a gênese está relacionada aos processos lingual. Não foi possível obter uma análise da
de rifteamento das placas Sul Americana e vista labial do dente, pois este encontra-se
Africana, durante o Mesozoico. Esta Bacia aderido ao sedimento e a remoção do mesmo
possui um registro paleontológico pouco poderia ocasionar na degradação do material.
diversificado, ocorrendo desde peixes Por apresentar tais características o espécime
mawsonídeos, escamas de Lepidotes, foi identificado como pertencente ao gênero
osteodermos de crocodilomorfos, dentes de Planohybodus. Esse gênero possui uma
tubarões hibodontídeos, invertebrados, distribuição estratigráfica que vai desde o
vegetais e icnofósseis. O presente trabalho Mesojurássico ao Eocretáceo principalmente
tem como objetivo a descrição do dente de da Inglaterra, com alguns registros para as
um tubarão hibodontídeo preservado em bacias interiores do nordeste do Brasil. O
arenitos finos avermelhados proveniente da espécime aqui descrito se difere de
Localidade Cascudo, município de Icó (Ceará), Planohybodus marki, proveniente do
pertencente a Formação Malhada Vermelha, afloramento Cascudo, principalmente por
Bacia de Lima Campos. O material coletado apresentar dois pares de cúspides laterais.
pela equipe do Laboratório de Geociências e Esta característica, juntamente com a ausência
Paleontologia (LGP) da UFPI/CAFS foi de serrilhas, o assemelha à espécie
preparado mecanicamente com o auxílio de Planohybodus grossiconus, registrado apenas
agulhas e pinceis sob estereomicroscópio, e para o Jurássico da Europa, não ocorrendo
encontra-se depositado no acervo científico para o Brasil. Embora o dente demonstre a
do referido laboratório. O exemplar LGP–1450 ocorrência de uma nova espécie, estudos mais
é um dente incompleto possuindo 5,14 mm de detalhados são necessários para confirmar a
altura por 8,81 mm de comprimento. O atribuição à P. grossiconus ou se representa
mesmo encontra-se fragmentado na base e uma nova espécie. A ictiofauna da Bacia de
em uma de suas extremidades laterais. O Lima Campos ainda é pouco conhecida, sendo
dente possui uma cúspide central alta e larga, necessário ampliação dos estudos nestas
achatada labio-lingualmente e levemente pequenas bacias para um melhor
curvada em direção a face lingual, e apresenta entendimento de sua paleofauna. [CNPq proc.
dois pares de cúspides laterais. O espécime 462381/2014-5 e 310168/2016-3]

Paleontologia em Destaque | 84
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Marcas em fósseis de megafauna do Sítio Conceição das Creoulas,


Pleistoceno Superior-Holoceno, Salgueiro, Pernambuco

Eduarda Tavares PETERS; Edison Vicente OLIVEIRA


Universidade Federal de Pernambuco. dudah.peters@yahoo.com.br, vicenteedi@gmail.com.

O trabalho propõe analisar e descrever marcas fósseis, dos quais 3 foram selecionados para
encontradas em fósseis de megamamíferos estudo. O primeiro fóssil analisado consiste
encontrados no Sítio Conceição das Creoulas, em um possível instrumento elaborado em
(Salgueiro – PE), visando salientar possíveis epífise de osso longo de megafauna (táxon
relações temporais ou físicas existentes entre indeterminado), os quais exibem facetas de
as comunidades caçadoras coletoras que lascamento (4 pelo menos). A análise
habitavam a região de Salgueiro, a megafauna microscópica deste possível instrumento
e animais necrófagos que habitavam o local revelou sinais de uso. O segundo fóssil
naquele período, trazendo assim um pequeno representa um fragmento de diáfise de tíbia
panorama das relações de coexistência (táxon indeterminado); apresenta marcas
existentes naquela época (Pleistoceno Final- pequenas (10 mm x 2 mm), curtas e dispostas
Holoceno Inicial). A região onde se encontra lado a lado sugerindo terem sido causadas por
esse sítio localiza-se no norte do sertão semi- um animal necrófago. O terceiro fóssil é um
árido, incorporada ao “Polígono das Secas”, fragmento de costela onde é possível
situada no médio São Francisco. A identificar várias marcas (aproximadamente
metodologia consistiu em identificar quais 5), causadas possivelmente por um
fósseis apresentam possíveis marcas de uso, instrumento cortante. As marcas variam de 2,5
seja de seu uso como ferramenta, fissuras a 3,0 cm de comprimento e de 3,5 a 3,7mm de
causadas por instrumentos líticos e, fóssil largura. Análises microscópicas dessas marcas
apresentando marca causada por animais revelaram sulcos paralelos dentro do sulco
necrófagos. O material analisado se encontra principal. Os resultados alcançados até então
armazenado no Laboratório de Paleontologia sugerem que o sítio apresenta evidências de
(Paleolab) no Laboratório de Arqueologia interação entre homem-megafauna por caça
(Labifor) da UFPE. O exame de microsinais foi e feitura de ferramentas, além de necrofagia.
realizado em microscópio esteroscópio [FACEPE, CNPq]
Discovery V.5. Foi analisado um total de 330

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Direct chemical characterization of eumelanin in a pterosaur headcrest

Felipe L. PINHEIRO¹; Keely GLASS²; Gustavo M. E. M. PRADO³; Shosuke ITO⁴


¹Laboratório de Paleobiologia, Universidade Federal do Pampa. CNPq. felipepinheiro@unipampa.edu.br.
²Duke University. keelyeglass@gmail.com.
³Instituto de Geociências, Universidade de São Paulo. gustavo.marcondes.prado@usp.br.
⁴Department of Chemistry, Fujita Health University School of Health Sciences, Japan. sito@fujita-hu.ac.jp.

The extremely selective nature of fossilization chemical markers, which can be associated to
has the effect of building a virtually an exact monomeric precursor. Analysis of the
insurmountable barrier between post- oxidation products of CPCA 3590 headcrest
diagenetic remains of organisms and actual, yielded melanin markers pyrrole-2,3,5-
“real life” living beings, in which biological tricarboxylic acid (PTCA), pyrrole-2,3-
aspects such as behaviour and appearance are dicarboxylic acid (PDCA), and pyrrole-2,3,4,5-
as important as hard, long-lasting structures. tetracarboxylic acid (PTeCA). Although their
The recent recognition of the persistence of levels were trace, they were significantly
melanins and melanin-containing organelles higher than those in the adjacent sediment.
in the fossil record was one step further into The identification of PTCA and PTeCA was also
the biology of extinct animals, as these confirmed by liquid chromatography mass
molecules are directly involved in complex spectrometry LC-MS. It is noteworthy that the
social and ecological behaviours, such as level of PTeCA is much higher than that of
camouflage, intraspecific recognition and PTCA, with a PTeCA/PTCA ratio being 2.42 ±
sexual display. In vertebrates, melanins are 0.32, which is characteristic of highly cross-
synthesized and stored in specialized linked eumelanin. The SR- μ XRF mapping
organelles called melanosomes. These exhibits a significant distribution of Mn, Fe, Cu
organelles are fairly common in exceptionally and Zn, which are limited only to the
preserved fossils as 200-2000 nm headcrest. This result suggests that these
microbodies, generally associated with elements are possibly incorporated into soft-
keratinized soft tissues, such as feathers and tissue, although, their origin remain
hairs. Because melanosome morphology is speculative. Eumelanin was also identified
often used as a proxy for animal colour, the using Raman Spectroscopy, where two broad
characterization of these organelles in fossil but intense peaks occur between 1200-1600
specimens may have broad biological cm-1. These bands are considered diagnostic
implications. Here, we have identified the peaks of this polymer, since they are derived
presence of melanins in the soft tissue from C-C plane vibrations and C-N stretching
headcrest of the pterosaur Tupandactylus from pyrroles. These results have wide
imperator using alkaline hydrogen peroxide implications on previous identifications of
oxidation, for the first time performed in a microbodies associated to pterosaur
fossil tetrapod. Despite that melanin is a very headcrest as fossilized bacteria, as well as on
resilient pigment, the oxidation method is colour inferences for extinct animals based
able to break this biochrome into specific solely on melanosome morphology.

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Novos fósseis da Ilha do Livramento: ocorrência de um crocodiliforme do


Cretáceo da Bacia de São Luís, Maranhão, Nordeste do Brasil

André Eduardo Piacentini PINHEIRO¹; Ighor Dienes MENDES²; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa
PEREIRA³; Manuel Alfredo Araújo MEDEIROS⁴
¹ Departamento de Ciências, Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
paleolones@yahoo.com.br.
² Pós-Graduação em Biodiversidade e Biologia Evolutiva, Centro de Ciências da Saúde, Universidade Federal do Rio de
Janeiro. igpaleo@gmail.com.
³ Departamento de Geologia, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
paulovictor29@yahoo.com.br.
⁴ Departamento de Biologia, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal do Maranhão.
medeirosalf@gmail.com.

A Bacia de São Luís apresenta o mais ântero-mediano do dentário, o qual se mostra


importante registro mesozoico continental do grande (~10,5cm) e baixo (2,64cm em seu
norte da América do Sul. Na década de 1940, maior diâmetro), porta 7 alvéolos elipsóides e
este registro foi pela primeira vez bem desenvolvidos, que aumentam do
documentado na Ilha do Livramento por L.I. primeiro ao quinto e em seguida diminuem
Price, que reconheceu dois centros vertebrais em dimensão. O dentário mostra feições
caudais de saurópodes. Embora o autor cite a peculiares, como região externa oclusal
ocorrência de outros elementos de desprovida de cicatrizes oclusais,
vertebrados, Sauropoda é o único grupo de ornamentações e forâmens, além das zonas
Amniota registrado na Ilha do Livramento. trabeculares interalveolares apresentarem um
Dos tempos de Price até hoje, as investigações espessamento ósseo de aspecto rugoso nas
nesta localidade foram parcas. Recentemente, áreas laterais. Com relação à vértebra,
nossas coletas revelaram novos elementos preservou-se o centro vertebral (4cm em
daquela tafocenose. Sob a égide de um comprimento e ~4cm em altura) e
fragmento de mandíbula e uma vértebra parcialmente os arcos neurais. Suas pré e pós-
caudal encontrados no mesmo local, nosso zigapófises reduzidas e próximas entre si, com
objetivo aqui é abordar a nova ocorrência de uma desenvolvida superfície articular anterior
crocodiliforme no Cretáceo da Bacia de São com o chevrão, indicam tratar-se de uma
Luís, com base na descrição desse material. A vértebra caudal. Feição notável dessa vértebra
Ilha do Livramento possui uma área de 715m2, diz respeito ao centro vertebral oblíquo, o
situada na Baía de São Marcos (Maranhão), qual encontra-se ântero-posteriormente
distando ~2.700m à NE da Ilha do Cajual e inclinado cerca de 50º. As características deste
~755m à SSO do litoral da cidade de material não foram encontradas nos demais
Alcântara. Na extremidade sul da ilha, crocodiliformes provenientes dos depósitos
exposições nas escarpas de coloração marrom cretácicos da margem equatorial brasileira
achocolatada são constituídas por: camadas (e.g., Candidodon itapecuense [Fm. Itapecuru]
pelíticas (ritmito argila/silte), com laminação e Coringasuchus anisodontis [Fm. Alcântara]).
plano-paralela; e, sotoposto, leitos de arenito A morfologia e a associação do material com o
quartzosos (wacke), com estratificação variada argilomineral paligorsquita (o qual sugere um
(acanalada e cruzada) e intraclastos, clay-balls, sistema sedimentar do tipo playa lake)
fóssseis e fragmentos de paligorsquita. Estas apontam para um crocodiliforme de médio-
litologias estão agrupadas dentro da grande porte, com hábito de vida
Formação Itapecuru (Albiano-Cenomaniano). possivelmente semiaquático, continental e de
Da mandíbula preservou-se um fragmento clima árido.

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Primeiro registro de um réptil de grandes proporções para a Bacia de


Itaboraí, Rio de Janeiro

André E. P. PINHEIRO¹; Luis Otávio Rezende CASTRO²; Paulo Victor Luiz Gomes da Costa PEREIRA²; Lílian
Paglarelli BERGQVIST²; Maria Luiza Peres BERTOLOSSI¹; Kauê Fontes da SILVA¹
¹ Departamento de Ciências, Faculdade de Formação de Professores, Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
paleolones@yahoo.com.br, malu.peres@gmail.com, kauewfontes@gmail.com.
² Departamento de Geologia, Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
tavinhobio@yahoo.com.br, paulovictor29@yahoo.com.br, bergqvist@geologia.ufrj.br.

O registro paleogênico dos répteis fósseis da MPEF-PV 1776; 3,38 X maior que o de
Bacia de Itaboraí (Estado do Rio de Janeiro), Sahitisuchus † MCT 1835-R; 3,2 X maior que o
apesar de reduzido em comparação ao de de Caiman latirostris DGM 156-RR; 2,5 X maior
mamíferos, é relativamente bem que Stratiotosuchus † DGM 1477-R; e 2,3 X
representado, com cerca de 15% de todos os maior que a mesma região femural de
achados até então estudados, e inclui: Baurusuchus † UFRJ-DG 288-R. Considerando
serpentes Aniliidae e Boidea (e.g., Coniophis, este espécime como pertencente à um animal
Hostffstetterella, Coralus, Hechtopis, de hábito terrestrializado (e.g., dentição
Waincophis e Madtsoia); lagartos Iguanidae, serrilhada), e tendo baurussuquídeos de cerca
G e k k o n i d a e e Te i i d a e ; q u e l ô n i o s ; e de 2 metros de comprimento como
crocodiliformes (e.g., Sebecus, Eocaiman e balizadores, o que se evendencia à princípio é
Sahitisuchus). Em sua grande maioria, quando um animal que pode ter ultrapassado 4
comparados à animais recentes, esses táxons metros de comprimento. Apesar de
extintos se mostram discretos e até mesmo originalmente ter sido considerada como de
pequenos em termos de comprimentos e idade paleocênica, atuais trabalhos de
dimensões corporais. Com exceção do pal eom as tofauna cons i deram toda a
mamífero xenungulado Carodnia vierai, sequência como compreendida no Eoceno
estimado em cerca de 2,25m de comprimento inferior, sendo que as filogenias de Eociaman
e 130-750kg de massa, o registro para os itaboraiensis e Sahitisuchus fluminensis
outros grupos, como as aves e o restante dos também indicam um momento temporal mais
mamíferos, também é formado por formas de eocênico que paleocênico. Com relação à
pequenas dimensões. Recentemente foi fisiologia de répteis modernos, e apesar da
descoberto, um espécime de crocodiliforme ausência de um controle estratigráfico
de grande porte, representado por dentes apropriado, o grande tamanho do referido
zifodontes e elementos pós-cranianos táxon vai em acordo com fenômenos de
desassociados, provenientes de uma camada aumento de temperatura (e.g., Máximo
de calcário cristalino basal. Devido ao fato de Té r m i c o Pa l e o c e n o - E o c e n o , o n d e a s
muitos dos elementos estarem em fase de temperaturas globais estavam cerca de 5-8ºC
preparação e não se encontrarem completos, acima do atual), enquanto que as formas
estimativas exatas de tamanho e massa menores (e.g., Eocaiman itaboraiensis),
corpórea ainda não foram obtidas. No resgatadas de sequências consideradas mais
entanto, comparações prévias do fragmento novas (maioria das fendas de dissolução, S2),
de fêmur esquerdo evidenciou o elemento podem estar relacionadas à um momento
como cerca de 3,46 X maior que o do Sebecus † mais frio da América do Sul.

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“Dinâmica Passada e Futuro da Biosfera” a proposta do MAP da UFPI

Renata Larissa Sales QUARESMA¹; Sara Cristina Memória CAMPELO¹; Igor Linhares de ARAÚJO1,2;
Francisco José de SOUSA FILHO¹
¹Universidade Federal do Piauí. quaresmarls@outlook.com, sara.cristina.memoria@gmail.com, francisco.filho@ufpi.edu.br.
²Universidade de Coimbra. igorlinhares@ufpi.edu.br.

O Museu de Arqueologia e Paleontologia da evolutiva, e que, por várias vezes, reduziram


Universidade Federal do Piauí (MAP-UFPI), drasticamente a biodiversidade em diferentes
localizado no Centro de Ciências da Natureza períodos da história da Terra. Durante a visita
(CCN 2), Campus Ministro Petrônio Portella, na exposição paleontológica tratou-se da
em Teresina, está constituindo-se, através de grande biodiversidade da Terra que pode ser
sua exposição paleontológica, em um espaço explicada pelos fósseis de vários tipos de
de reflexão e discussão sobre a geologia e organismo, convidando ao fim da visita a
paleontologia e, eventualmente, também construção de um painel chamado “Dinâmica
sobre questões ambientais atuais. A atividade Passada e Futuro da Biosfera”, que retratou os
didática “Dinâmica Passada e Futuro da períodos geológicos e as extinções em massa
Biosfera” realiza no MAP inclui pesquisa que ocorreram, e que representam um
bibliográfica sobre o funcionamento e a enorme contraste relativamente aos
estabilidade dos ecossistemas do passado momentos de radiação evolutiva, assim como,
(paleoecossistemas), buscando compreender apresentou as atividades humanas que
a dinâmica da biodiversidade durante longos interagem com os processos ambientais
períodos e, com base nestas informações, atuais e que aceleram esses processos. Um
prever o futuro da biosfera, visando à melhor dos pontos discutidos referiu-se ao,
compreensão acerca da diversidade aquecimento global. Este processo tem
ambiental, da geodiversidade e de suas desencadeado efeitos graves para o nosso
relações com o meio ambiente, evidenciando planeta, resultando na extinção de espécies de
a importância de se educar ambientalmente animais e plantas. Desta forma, buscou-se
crianças, jovens e adultos de uma maneira uma reflexão quanto às ações antrópicas, de
mais completa, para que os hábitos sejam forma a questionar sobre a possibilidade de
coerentes com as necessidades do meio uma nova extinção em massa, fundamentada
ambiente. A consecução desse trabalho na responsabilidade ecológica, bem como no
consiste inicialmente na revisão bibliográfica compromisso de preservação dos
para a compreensão das extinções em massa, ecossitemas, buscando garantir um planeta
as quais representam um enorme contraste saudável para as próximas gerações.
relativamente aos momentos de radiação

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Museu de Arqueologia e Paleontologia da UFPI: dinâmica da exposição e


comunicação com o público

Renata Larissa Sales QUARESMA¹; Maria Conceição Soares Meneses LAGE¹; Igor Linhares de ARAÚJO²;
Francisco José de SOUSA FILHO¹
¹Universidade Federal do Piauí. quaresmarls@outlook.com, meneses.lage@gmail.com, francisco.filho@ufpi.edu.br.
²Universidade de Coimbra. igorlinhares@ufpi.edu.br.

O museu tendo uma função cultural ao longo Rupestre e de Biologia, está a formular uma
dos séculos, a partir da prática de coletar, nova exposição e ainda uma nova dinâmica de
estudar, conservar e organizar fragmentos da funcionamento. A exposição atual contém
natureza e da materialidade produzida pelo vestígios arqueológicos e fósseis e atende o
homem, diante das transformações público proveniente principalmente de
relacionadas à compreensão das sociedades escolas. A prática educativa realizada é ainda
sobre os seus fenômenos culturais, ampliou pouco sistemática, só desenvolvida quando as
suas funcionalidades, passando a considerar a escolas agendam as visitas. Pretende-se com
dimensão educacional, que ganhou força e se esta pesquisa formular ações educacionais
estabeleceu como resposta à busca por sua vinculadas diretamente às exposições do
democratização. Recentemente os museus Museu, possibilitando experimentações
propuseram novas abordagens, constituindo- integradas que alcancem a experiência do
se como meio de comunicação entre vários público, de forma que promovam ao visitante
públicos. Esse resumo compreende uma um lugar absolutamente central no processo
pesquisa de mestrado que concentrou-se na de aprendizagem, em que todas as ações
elaboração do projeto pedagógico a partir da proporcionadas pelo museu através de suas
influência e relevância do serviço educativo exposições, mediadores e recursos didáticos
museológico, especificamente sobre o possibilitem a estes a compreensão da
trabalho desenvolvido no Museu de temática musealizada, assim como, as
Arqueologia e Paleontologia da UFPI (MAP), diferenças entre Arqueologia e Paleontologia,
localizado no Centro de Ciências da Natureza que são ciências sempre confundidas pela
(CCN 2) da Universidade Federal do Piauí, sociedade, e que mesmo com suas diferenças
Campus Ministro Petrônio Portella, em muitas vezes são apresentadas juntas nos
Teresina, que foi inaugurado em 2012, e ainda museus, com o intuito de potencializar a
está em fase de estruturação. A comissão do aprendizagem e promover diversas
MAP, constituída por professores dos cursos experiências aos visitantes.
de Arqueologia e Conservação de Arte

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Primeiro registro icnológico de Dinosauria na Bacia Bauru

Douglas RIFF *; Rafael Gomes de SOUZA²**; Ismar de Souza CARVALHO³***


¹Laboratório de Paleontologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia. driff2@gmail.com
²Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
rafelsouz@gmail.com.
³ Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro. ismar@geologia.ufrj.br.

Na unidade litoestratigráfica que encerra a do Membro Echaporã formado por uma


sucessão sedimentar cretácica da Bacia Bauru, sucessão de arenitos finos, siltitos e argilitos,
a Formação Marília, há o registro osteológico em camadas com geometria tabular
de várias espécies de répteis, tais como estendendo-se por cerca de 20m de altura.
quelônios, crocodiliformes e dinossauros. O Sua metade inferior mostra-se bastante
registro icnológico até o momento existente cimentada por carbonato de cálcio. Para o
no intervalo temporal abrangido pela unidade topo dominam arenitos finos cimentados com
(Campaniano-Maastrichtiano) mostrava-se níveis de argilito friáveis, interpretado como
restrito à presença de icnofósseis de resultante de sistema fluvial meandrante, num
invertebrados (tubos verticais e escavações contexto de canal e preenchido por barras
horizontais), coprólitos e rizólitos. Registra-se arenosas com exposição subaérea com
aqui a ocorrência de uma pegada isolada bioturbações tubulares preenchidas por
proveniente de afloramento da rodovia BR- cristais de calcita estão associadas. Pegadas
364 no município de Gurinhatã-MG com morfologia similar à descrita acima
(19°17'34.60"S, 49°45'7.80"O). A pegada tem ocorrem em outras unidades estratigráficas
comprimento de 10cm e largura de 5,5cm. É das bacias sedimentares brasileiras, como na
tridáctila, mesaxônica e digitígrada. O Formação Alcântara (Bacia de São Luís,
comprimento dos dígitos são: II - 2cm, III – Cenomaniano) e Formação Sousa (Bacia de
4cm, IV – 3cm, com possível impressão do Sousa, Berriasiano/Valanginiano). A pegada é
dígito I, com 3,5cm. O hípex é agudo, com 40º aqui considerada como de um pequeno
entre os dígitos II-III e 45º entre os dígitos III- terópode, grupo bem documentando no
IV. Não se observam impressões das Membro Serra da Galga da Formação Marília
almofadas plantares e digitais, bem como de por ossos e dentes de maniraptores e
garras. Todavia, os dígitos mostram-se abelissaurídeos. O reconhecimento de um
pontiagudos e com pronunciado afilamento elemento da atividade de interação entre o
em direção às suas extremidades. A substrato e a produção dinâmica da pegada
preservação ocorreu como epirrelevo de um dinossauro abre novas perspectivas
côncavo, havendo a deformação ao redor das para o estudo das faunas dinossaurianas na
bordas dos dígitos e margem posterior, Bacia Bauru. [*SESu/MEC, **doutorado CAPES,
conferindo um aspecto crenulado à matriz. O *** CNPq e FAPERJ]
afloramento de proveniência expõe um perfil

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Descrição de um exemplar de Eremotherium laurillardi (Mammalia:


Xenarthra) do Quaternário do Espírito Santo

Taissa RODRIGUES; Rodrigo GERMANO


Departamento de Ciências Biológicas, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES, Brasil. taissa.rodrigues@gmail.com,
rodrigogermano16@gmail.com.

Preguiças terrícolas da espécie Eremotherium quatro dentes molares articulados, mas que
laurillardi possuíam, durante o Quaternário, destes apenas o m3 encontra-se bem
uma ampla distribuição geográfica na Região preservado. Já os ossos pós-cranianos são
Intertropical Brasileira, porém ocorrências representados por uma vértebra torácica com
desse material são escassos no estado do os processos e as facetas articulares
Espírito Santo, por possuir parcos preservados e que apresenta um corpo
afloramentos de rochas sedimentares. Nesse vertebral acélico; um arco neural isolado, que
trabalho descreve-se um fóssil de preguiça- é possível observar o processo espinhoso e as
gigante tombado na Universidade Federal do pré-zigapófises; um corpo vertebral isolado
Espírito Santo (UFES), que é o único fóssil de de uma vértebra cervical; três fragmentos de
m am í f e ro to m bado e m u m a co l e ção costelas em que apenas uma possui
publicamente acessível no estado. O exemplar preservado o tubérculo, mas com o sulco
foi encontrado em 1982, no distrito de Itaoca, longitudinal observável em todas; um
no município de Cachoeiro de Itapemirim, ES, fragmento da clavícula esquerda que
em uma fenda durante a extração de apresenta a metade acromial; uma porção
mármore. O espécime, UFES-Pal-001, é distal da tíbia esquerda, cuja superfície
composto por 13 ossos, incluindo elementos articular distal possui duas concavidades bem
cranianos e pós-cranianos preservados desenvolvidas, uma lateral e outra medial,
tridimensionalmente, mas incompletos. separadas por uma ligeira elevação orientada
Dentre os ossos cranianos, há um fragmento ântero-posteriormente; e um osso não
da região posterior do crânio no qual é identificado, mas possivelmente uma fíbula,
possível observar a porção ectotimpânica do devido ao seu comprimento e largura. A
osso temporal, incluindo o anel timpânico e a identificação desse material como
abertura do meato acústico externo; um Eremotherium laurillardi pode ser feita devido
fragmento do dentário direito que contém ao seu ectotimpânico ser um osso muito
parte do ramo e do corpo mandibular, possui robusto, rugoso e com um alargamento
o terceiro e o quarto dentes molares (m3 e triangular; pela série contínua de
m4), mas apenas o m4 com a coroa molariformes bilofodontes homodontes, e
preservada; dois fragmentos do dentário das vértebras e da tíbia serem compatíveis
esquerdo que conectam-se e possuem os com as descritas na literatura.

Paleontologia em Destaque | 92
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Aspectos paleoecológicos acerca da paleomastofauna de Lagoa Escura,


Santaluz, Bahia: resultados preliminares

Mariane ROSA¹; Carolina SCHERER¹; Mário André Trindade DANTAS²


¹Laboratório de Paleontologia- Lapaleo, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia. rosa.m.ariane@hotmail.com,carolina_scherer@yahoo.com.br.
²Laboratório de Ecologia e Geociências, Universidade Federal da Bahia/IMS/CAT. matdantas@yahoo.com.br.

Estudos que tratam sobre a paleoecologia no realizados no Nordeste, já foram feitas


Brasil ainda são poucos comparados a outros inferências sobre a paleodieta de alguns
países, por esse motivo são necessários para desses animais. Pesquisas recentes mostraram
entender os hábitos dos animais que viveram que pampatérios possuíam um
há milhares de anos. O presente estudo comportamento de pastejo e se alimentavam
objetiva uma análise inicial sobre aspectos com vegetação espessa, e os gliptodontes
paleoecológicos do material fóssil tinham comportamento de pastejo. A dieta de
proveniente de Santaluz, Bahia. Os espécimes Megatheriidae era composta por folhas de
foram coletados em um depósito de tanque árvores e arbustos, juntamente com frutos,
no município de Santaluz, situado cerca de sua dieta seria generalista consumindo
300 km de Salvador, no povoado de Lagoa plantas C₃ e C₄. A dieta de N. platensis era
Escura (11°11'42”S, 39°14'40”O). Os fósseis mista de plantas C₃ e C₄ com predominância
não foram coletados in situ, pois já haviam de gramíneas C₄. Toxodontidae possuía uma
sido retirados previamente pela população. A dieta mista de plantas C₃ e C₄. Já Equidae, foi
identificação dos espécimes foi feita de forma encontrado inferências sobre a dieta de
comparativa com bibliografia especializada e Equus, sendo um animal pastador consumidor
a paleodieta determinada a partir de estudo de gramíneas C₄. Com base nestes estudos
bibliográfico. Foram identificados até o prévios, pode-se sugerir um ambiente de
momento partes do crânio e pós-crânio de paisagens abertas, com presença de
integrantes de cinco ordens e oito famílias de vegetação arbustiva e arbórea para a região, o
mamíferos, sendo que em alguns casos foi que já foi apontado para outras localidades da
possível identificar a nível específico. A Região Intertropical Brasileira. Porém, essas
paleofauna de Lagoa Escura era composta informações podem não ser precisas pois
por: Ordem Proboscidea (Notiomastodon estudos geocronológicos e tafonômicos têm
platensis); Ordem Cingulata (Panochthus sp.; apontado para a presençade mistura temporal
Glyptotherium sp.; Holmesina paulacoutoi; bastante ampla em depósitos de tanque.
Pampatherium humboldti); Ordem Pilosa Sendo assim, analises isotópicas são
(Eremotherium laurillardi); Ordem necessárias no material estudado, a fim de
Notoungulata (Família Toxodontidae); Ordem contribuir com inferências sobre os aspectos
Perissodactyla (Família Equidae; Tapirus sp.); e paleoecológicos da paleomastofauna e sobre
Ordem Litopterna (Xenorhinotherium o paleoambiente de Lagoa Escura.
bahiense). A partir de estudos prévios

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The tricky attribution of isolated teeth to Carcharodontosauridae


(Dinosauria, Theropoda)

Marcos A. F. SALES
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará – Campus Acopiara, Acopiara (CE), Brazil.
marcos.paleo@yahoo.com.br.

Carcharodontosauridae was a clade of consistency index = 0.331; retention index =


medium to large non-avian theropod 0.556) displayed contrasting results for the
dinosaurs that likely played the role of apex Alcântara crowns. Specimen UFMA 1.20.176
predators in both Laurasian and Gondwanan formed a politomy with the
ecosystems during the Cretaceous. In Brazil, carcharodontosaurid Carcharodontosaurus,
they are mainly represented in the fossil Giganotosaurus, and Mapusaurus, whereas the
record of the Coringa Flagstone, an outcrop of other two crowns nested within Abelisauridae.
the Albian-Cenomanian Alcântara Formation, Although VT 920 have not preserved any of
São Luís-Grajaú Basin, northeastern Brazil. The the abelisaurid synapomorphies, the cladistic
fossil remains are basically isolated tooth result implies abelisaurid affinities for this
crowns that are assigned to that clade due to specimen, which correspond to the first
their large size and the presence of enamel abelisaurid record from the Laje do Coringa
wrinkles, especially close to the tooth carinae. flagstone. Additional evidence for the
These features, however, were shown to be presence of this taxon has been gathered from
displayed by many other theropod taxa. Also, the Baronesa Beach, another outcrop of the
a more robust taxonomic attribution of these Alcântara Formation. The previous attribution
teeth should rely on additional approaches, of VT 920 to Carcharodontosauridae recalls
such as cladistic and/or morphometric ones. another mistaken assignment of a
Thus, this study investigated the taxonomic fragmentary abelisaurid maxilla, from the
affinities of a tooth sample from the Alcântara Bauru Basin, also to carcharodontosaurids.
F o r m a t i o n a s c r i b e d t o Furthermore, the presence of both
Carcharodontosauridae, comprising the carcharodontosaurids and abelisaurids in
specimens VT 920 (two crowns) and UFMA northeastern Brasil is more in accordance with
1.10.176 (a single crown). In order to do so, the mid-Cretaceous faunas from other
crowns were included in a theropod data Gondwanan localities. Finally, the cladistic
matrix of dentition-based characters. Then, results of this study call attention for the risks
the most parsimonious tree (MPT) was of mistakes when taxonomic attributions
searched using the software TNT v1.1 under relies solely on qualitative approaches, which
the 'New Technology Search' with the 'driven is the case of many isolated theropod teeth
search' option. The software found 25 MPTs, found in Brazil.
whose consensus tree (length = 697 steps;

Paleontologia em Destaque | 94
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Convergência evolutiva revelada a partir de análise paleohistológica em


um dente de baurusuquídeo (Baurusuchidae, Mesoeucrocodylia)

Rodolfo Otávio dos SANTOS¹; Rafael Gomes de SOUZA²; Douglas RIFF³


¹Universidade Federal de Uberlândia. FAPEMIG. rodolfosantos013@gmail.com.
²Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. CAPES. rafelsouz@gmail.com.
³Universidade Federal de Uberlândia. SESu/MEC. driff2@gmail.com.

O clado Baurusuchidae inclui crocodiliformes esteja presente, a região da diáfise


de hábitos terrestres, de pequeno a médio interdenticular dos dentículos de MBCPV/07
porte, dieta carnívora e distribuição exibe uma camada de dentina esclerótica
gondwânica, que viveram durante o final do envolta por túbulos concêntricos de dentina
período Cretáceo. São particularmente primária, originários da região da diáfise
conhecidos por apresentarem uma série de interdenticular e que posteriormente curvam-
características, tanto cranianas quanto pós- se na direção da cavidade da polpa. Tais
cranianas, que evoluíram de forma feições são únicas quando comparadas a
convergente em relação a outros grupos de outros táxons que também apresentam
arcossauros predadores, como sebecídeos e dentição zifodonte, como tubarões e lagartos
dinossauros terópodes. Dentre essas varanídeos, sendo, portanto, diagnósticas e
características, destaca-se a dentição possivelmente uma sinapomorfia para o
zifodonte, definida pela presença de dentes grupo. Várias hipóteses para a função da
com carenas tipicamente serrilhadas, coroa ampola em dentes de dinossauros foram
lateralmente comprimida e curvada levantadas, incluindo uma maior resistência
distalmente. Adicionalmente, a presença de ao stress mecânico que impediria fraturas no
uma estrutura denominada ampola é uma dente ou uma forma de aumentar a
feição diagnóstica para os dentes de implantação dos dentículos no dente, o que
Theropoda, sendo que em nível histológico prologaria sua vida útil. Considerando a
ela é formada a partir de dentina globular, semelhança das estruturas, e o histórico de
envolta por dentina esclerótica e por túbulos ocorrência de outras homoplasias entre esses
de dentina primária que se originam na dois grupos, a função da estrutura
ampola e curvam-se em direção à cavidade da microanatômica presente nos dentículos de
polpa. Uma análise microanatômica de um baurusuquídeos, aqui denominada
dente fóssil (MBCPV/07) atribuído à pseudoampola, provavelmente é similar a da
Baurusuchidae, também do morfótipo ampola dos terópodes, configurando mais um
zifodonte, revelou uma estrutura caso de evolução convergente entre os dois
paleohistológica similar, porém com grupos, embora outras análises com mais
importantes diferenças, em relação à dentição materiais sejam necessárias. [FAPEMIG]
de terópodes. Embora a dentina globular não

Paleontologia em Destaque | 95
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Registro de Eremotherium laurillardi da Coleção de Paleontologia da


Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Samara de Almeida da SILVA; Carolina Saldanha SCHERER


Laboratório de Paleontologia/LAPALEO, Centro de Ciências Agrárias, Ambientais e Biológicas, Universidade Federal do
Recôncavo da Bahia. samarasilva.bio@outlook.com, carolina.ss@ufrb.edu.br.

A região do Nordeste do Brasil é bastante Já para a localidade de Várzea Funda foi


conhecida pela abundância em áreas identificada apenas um astrágalo incompleto.
fossilíferas com a presença da megafauna A localidade Lagoa das Abelhas foi
pleistocênica, principalmente em depósitos identificada um fragmento de astrágalo
de tanque. O objetivo deste trabalho é relatar incompleto, porém na localidade de Lagoa do
os registros da espécie Eremotherium Rancho foram identificados um úmero
laurillardi encontrados em tanques de completo, um rádio completo, uma falange
diferentes municípios no Estado da Bahia e distal completa, um astrágalo incompleto e
que estão depositados na coleção de um ectomesocuneiforme completo. No
Pa l e o n t o l o g i a d e Ve r t e b r a d o s d a município de Matina, foram identificados um
Universidade Federal do Recôncavo da Bahia úmero incompleto, um rádio incompleto, uma
(UFRB). Os fósseis aqui estudados foram ulna incompleta, uma falange I e II fusionadas
resgatados em dois tanques no município de completa, uma tíbia incompleta e cinco
Santaluz, nos povoados de Lagoa Escura astrágalos incompletos. Os materiais são
(11º19'56”S/ 39º24'49”O) e Várzea Funda basicamente pós-cranianos, em sua maioria
(11º18'69”S/39º42'81”O), em um tanque no fragmentados, e resgatados após a escavação
município de Matina, em uma localidade sem dos tanques pela população, tendo sido
denominação (13°55'52,99"S e coletados poucos espécimes in situ nas
42°56`54,89"O), e em dois tanques no localidades de Lagoa Escura e Lagoa do
município de Guanambi, nas localidades de Rancho. Apesar do acervo da coleção ser
Lagoa das Abelhas (14°9'32''S/ 42°46'22''O) e consideravelmente grande, considera-se que
Lagoa do Rancho (14°7'42''S/ 42°53'7''O). ainda há poucos materiais de Eremotherium
Estes últimos foram encontrados durante as laurillardi, tendo em vista que esta é um dos
escavações para a construção da Ferrovia de representantes da megafauna pleistocênica
Integração Oeste/Leste (FIOL). Para a com maior abundância de registros. Em
localidade de Lagoa Escura foram relação à distribuição, foram encontrados
identificados três úmeros, sendo apenas um fósseis desta espécie em apenas três dos seis
completo, um rádio incompleto, duas ulnas municípios onde já foram realizadas coletas
incompletas, três magnos completos, cinco em tanques pela equipe do Laboratório de
metacarpais completos, oito fêmures, sendo Paleontologia da UFRB. A partir deste
apenas um completo, quatro tíbias, contendo levantamento, pode-se iniciar um estudo mais
apenas uma completa, uma fíbula incompleta, amplo sobre a distribuição desta espécie no
sete astrágalos incompletos, cinco calcâneos estado da Bahia.
incompletos e quatro metatarsais completos.

Paleontologia em Destaque | 96
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Dentes rostrais anômalos cf. Onchopristis (Sclerorhynchidae) na Ilha do


Cajual, Maranhão (Formação Alcântara, Cretáceo, Cenomaniano)

Lays Stheffânny de Oliveira SILVA¹; Manuel Alfredo MEDEIROS²; Agostinha Araujo PEREIRA³
¹Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, UFMA. laahys1@gmail.com.
² Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, UFMA. medeirosalf@gmail.com.
³ Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão. agostinhap@yahoo.com.br.

As Raias espadartes formam parte de um mesmo rostrum ou à ontogenia. A presente


grupo monofilético extinto e bem distribuído contribuição descreve dentes peculiares que
no Cretáceo, os Sclerorhynchídeos. Estas podem estar relacionados a Onchopristis. O
apresentavam duas nadadeiras dorsais material foi coletado no afloramento Falésia
posicionadas mais perto da cauda, quando do Sismito, Ilha do Cajual, utilizando-se os
comparadas aos pristídeos viventes, além de métodos tradicionais de retirada de fósseis
não apresentarem uma transição marcante diretamente da rocha matriz, no caso, um
entre a região cefálica e o rostrum, assim como conglomerado fortemente cimentado por
entre a região cefálica e o abdome. Uma vez óxidos de ferro (Formação Alcântara,
que as raias apresentam esqueleto Cenomaniano, Cretáceo). Um dos dentes
cartilaginoso, facilmente degradável, a possui dois dentículos na porção mais distal
ocorrência de fósseis do esqueleto é quase da margem posterior e o outro, sem a
inexistente. Logo, partes de materiais extermidade do capuz, mostra dentículos
mineralizáveis, como dentes bucais e rostrais, (dois distinguíveis) somente na margem
tornam-se de máxima importância para sua posterior. Nenhum dos dentes apresenta
classificação taxonômica. O gênero ranhuras no esmalte. Os espécimes se
Onchopristis apresenta duas espécies: assemelham aos morfótipos de Onchopristis
Onchopristis numidus (Cenomaniano da África previamente registrados na Ilha do Cajual
e América do Sul) e Onchopristis dunklei (com um dentículo na margem posterior
(Cenomaniano do Texas), distinguíveis pelo distal), mas não se assemelham aos de
número de farpas (dentículos) localizadas na Atlanticopristis equatorialis (com dentículos
margem posterior da coroa dos dentes nas margens anterior e posterior). É mais
rostrais, exibindo um único ou múltiplos provável que sejam de Onchopristis porque
dentículos (3 a 5), respectivamente. A não apresentam as estrias de esmalte típicas
ocorrência de dentes rostrais com apenas dois de Atlanticopristis. Entretanto, não podermos
dentículos na margem posterior levou à definir precisamente se pertenceriam a O.
criação da subespécie Onchopristis dunklei numidus porque admite-se que esta
praecursor. Entretanto, a validade desta característica também possa variar em
subespécie da Nova Zelândia ainda é motivo extremos. Este registro é importante, uma vez
de controvérsia, uma vez que já foi que indica que morfótipos anômalos ocorrem
considerada uma forma aberrante de na Formação Alcântara, desaconselhando que
Onchopristis numidus. Há registro de alguns se venha, no futuro, a criar táxons com base
exemplares de O. numidus com dois nestas variações quase certamente
dentículos, considerando-se também a intraespecíficas. [UFMA, CPHNAMA, FAPEMA,
possibilidade da variação desta característica SECTUR-MA]
estar relacionada à posição dos dentes em um

Paleontologia em Destaque | 97
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Coleção de vertebrados do Centro de Pesquisa de História Natural e


Arqueologia do Maranhão (CPHNAMA)

Lays Stheffânny de Oliveira SILVA¹; Tainá Constância de França PINTO²; Agostinha Araújo PEREIRA³;
Manuel Alfredo MEDEIROS⁴
¹Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, UFMA. laahys1@gmail.com.
²Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, UFMA. taina.constancia@gmail.com.
³Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão. agostinhap@yahoo.com.br.
⁴Laboratório de Paleontologia, Departamento de Biologia, UFMA. medeirosalf@gmail.com.

O Centro de Pesquisa de História Natural e Mawsoniidae (Mawsonia), répteis


Arqueologia do Maranhão (CPHNAMA) Crocodiliformes (incluindo Candidodon),
possui um acervo fóssil variado, que reúne Saurópodes (Titanosauridae, Andesauridae e
material coletado ao longo das últimas Diplodocoidea), terópodes
décadas do século XX e início do século XXI, (Carcharodontosaurus, Spinosaurus,
incluindo, além de vertebrados, fósseis de Unelangiinae e prováveis Velociraptorinae) e
vegetais e moluscos. A importância do acervo pterossauros do grupo dos
destaca-se por incluir o único conjunto de Ornithocheiroidea. Grande parte do acervo
fósseis continentais do Cenomaniano não só procede do afloramento Laje do Coringa - Ilha
do Brasil, mas de todo o norte da América do do Cajual, correspondente à Formação
Sul. O presente trabalho tem como objetivo Alcântara (Cenomaniano, Bacia de São Luís),
divulgar o acervo da coleção de vertebrados mas o mesmo também inclui expressiva
do CPHNAMA para a comunidade científica. representação de materiais da Formação
Foi realizado um levantamento da quantidade Itapecuru (Aptiano-Albiano, Bacia do
de exemplares tombados e armazenados na Parnaíba), coletados no vale do rio Itapecuru.
coleção entre os anos de 2001 e 2015, assim A presença destes grupos indica uma clara
como os principais grupos identificados e semelhança entre a fauna apresentada nesta
formações que representam. O acervo conta assembleia com a aquela do meso-Cretáceo
com aproximadamente 6.500 espécimes ou do norte da África, especialmente da região de
lotes de espécimes tombados. Os tipos mais Kem Kem, sudeste de Marrocos. Este fato é
comuns são centros vertebrais, dentes coerente com a posição do continente
isolados, escamas e placas dentárias, sulamericano em relação ao africano naquela
correspondentes a diversos grupos, época. A coleção é referência para o estudo da
destacadamente tubarões Hybodontiformes fauna compartilhada entre América do Sul e
( Tr i b o d u s ) , r a i a s S c l e r o r h y n c h i d a e norte da África no meso-Cretáceo, durante a
(Onchopristis e Atlanticopristis), dipnoicos fragmentação do supercontinente Gondwana.
(Ceratodus, Asiatoceratodus, Equinoxiodus), [UFMA, CPHNAMA, FAPEMA, SECTUR-MA]

Paleontologia em Destaque | 98
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Dieta Isotópica (δ C, δ O) de mamíferos do Quaternário da Toca da


Barriguda (Campo Formoso, Bahia)

Laís Alves SILVA¹; Alexander CHERKINSKY²; Mário André Trindade DANTAS1,3


¹Programa de Pós-Graduação em Genética, Biodiversidade e Conservação, UESB. allveslais@gmail.com.
²Center for Applied Isotope Studies, University of Georgia. acherkin@uga.edu.
³Laboratório de Ecologia e Geociências, Universidade Federal da Bahia/IMS/CAT. PQ/CNPq. matdantas@yahoo.com.br.

O objetivo do presente trabalho é apresentar ambientes florestais (73% de plantas C₃). C.


informações isotópicas de carbono e oxigênio prehensilis (δ¹³C = -11,67‰; δ O = 29,41‰)
(δ¹³C, δ O) de fósseis das espécies Tamandua apresentou 46% de consumo de folhas, 18%
tetradactyla (Linnaeus, 1758), Coendou de frutos e 9% de raízes na sua dieta. Os
prehensilis (Lacépede, 1799), Nasua nasua resultados encontrados para N. nasua (δ¹³C =
(Linnaeus, 1766), e Didelphis sp. coletados na -11,62‰; δ O = 27,13‰) demonstraram um
caverna Toca da Barriguda, Campo Formoso, consumo de 13% de frutos e 68% de raízes,
Bahia. As análises de T. tetradactyla e Didelphis similar ao Didelphis sp. (δ¹³C = -12,12‰; δ O
sp. foram realizadas na fração mineral do osso = 27,14‰), que apresentou 21% de frutos e
e as de C. prehensilis e N. nasua na fração 63% de raízes. Todas as espécies encontradas
mineral da dentina. A proporção de recursos são do Pleistoceno tardio (T. tetradactyla =
consumidos foi dividida em C₃ (folhas, frutas e ~32 ka, C. prehensilis = ~23 ka, N. nasua = ~34
raízes) e gramíneas C₄, e os cálculos foram ka e Didelphis sp. = ~39 ka). Os resultados
realizados com auxílio de modelos encontrados coincidem com os dados
matemáticos baseados em isótopos de apresentados na literatura sobre estas
carbono e oxigênio (δ¹³C, δ O). Para T. espécies, sugerindo que todas as espécies são
Tetradactyla o valor do δ¹³C encontrado foi de de ambiente florestais e apresentam
-10,65‰ e de δ O 27,52‰, o que nos diferentes nichos ecológicos. [CNPq proc.
permite sugerir que se alimentava de insetos 404684/2016-5].
sociais que viviam predominantemente em

Paleontologia em Destaque | 99
Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Nova ocorrência de Pseudoellimma gallae, Formação Morro do Chaves,


Barremiano da Bacia de Sergipe-Alagoas

Marcia Cristina SILVA¹; Maria de Lourdes Oliveira SANTOS²; Rodrigo POLATI²


¹Laboratório de Paleontologia da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Campus de Arapiraca, Alagoas.
marcia.silva@arapiraca.ufal.br.
²Licenciados em Ciências Biológicas - Licenciatura, UFAL, Campus de Arapiraca. lourdesufal2@gmail.com,
polati.rodrigo@gmail.com.

A Formação Morro do Chaves, cuja espessura O crânio possui cerca de quatro centímetros;
varia de 50-350 m, possui duas fácies porção maxilo-mandibular não preservada;
principais: espessa camada de fácies de cintura peitoral com apenas o cleitro
“coquina” e fácies de folhelhos lacustrinos. Os preservado, este em forma de “L” porém fora
níveis de folhelhos são, em sua maioria, ricos de sua posição anatômica original
em restos de peixes (Mawsoniidae, (provavelmente um caráter tafonômico);
Lepisosteiformes, Gonorhynchiformes, coluna vertebral com centros vertebrais
Salmoniformes, Enchodontidae, Elopomorfos, ornamentados por nervuras paralelas e
Cimolictiídeos incertae sedis e longitudinais; espinho neural bífido na porção
Clupeomorpha), sendo encontrados tanto abdominal; ausência de escudo abdominal;
fragmentos quanto peixes articulados. nadadeira pélvica apresentando sete raios;
Associado aos peixes encontram-se nadadeira dorsal com alguns raios fora de
ostracodes, da espécie Cypridea africana (?). A ordem; nadadeira caudal homocerca., tendo
idade da Formação Morro do Chaves baseada apenas o cleitro visível. O espécime 008
no estudo dos palinomorfos coletados na UFAL/ARA apresenta centros vertebrais
localidade da Pedreira Cimpor, indicou ornamentados de nervuras paralelas e
Barremiano para os estratos. O objetivo da longitudinais; e 009 UFAL/ARA consta apenas
pesquisa foi identificar e descrever novos da porção correspondente à nadadeira
exemplares fósseis encontrados na pedreira caudal, com centros vertebrais ornamentados
Cimpor, localizada em São Miguel dos de nervuras paralelas e longitudinais. Os três
Campos, estado de Alagoas. Foram exemplares foram preparados
encontrados três exemplares fósseis de peixes mecanicamente e identificados como
incompletos, 007 UFAL/ARA - esqueleto Pseudoellimma gallae, com base nos centros
incompleto (cerca de 17 centímetros de vertebrais ornamentados de nervuras
comprimento); 008 UFAL/ARA - porção pós- paralelas e longitudinais, caractere
crânio com uma nadadeira dorsal, uma diagnóstico da espécie. O ambiente
pélvica, uma anal e caudal (de tamanho deposicional da formação no intervalo
estimado em 9 centímetros de comprimento); Barremiano é lacustre formado por um
009 UFAL/ARA - nadadeira caudal e parte da paleolago raso mesohalino, baseado na
coluna vertebral (com cerca de 4,5 ocorrência dos gêneros Mawsonia, Lepidotes,
centímetros de comprimento). O exemplar Pseudoellimma, ostracodes não marinhos e
007 UFAL/ARA é o melhor conservado, estudos geoquímicos. O material foi tombado
embora apresente os ossos do crânio quase na Coleção Paleontológica da Universidade
que totalmente esmagados, o que dificulta a Federal de Alagoas-Campus de Arapiraca.
visualização de vários caracteres anatômicos.

Paleontologia em Destaque | 100


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Tafonomia de vertebrados quaternários das cavernas do Lajedo da Escada,


Rio Grande do Norte, Brasil

Lucas Henrique Medeiros da SILVA1*; Kleberson de Oliveira PORPINO2**; Fernando Henrique de Souza
BARBOSA1**; Hermínio Ismael de ARAÚJO-JÚNIOR¹
¹Faculdade de Geologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. lucashmsilva@hotmail.com, fhsbarbosa@gmail.com,
hermínio.ismael@yahoo.com.br.
²Departamento de Ciências Biológicas, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. kleporpino@yahoo.com.br.

Nas cavernas da Região Intertropical dos espécimes não apresentam feições de


Brasileira, ainda são escassos estudos intemperismo, indicando pouco tempo de
relacionados aos modos de preservação de exposição subaérea. Cerca de 53,93% da
restos de mamíferos quaternários. Nesse amostra não apresenta corrosão, refletindo
sentido, a análise de tafocenoses das cavernas baixa umidade dentro da caverna e/ou alta
do Lajedo da Escada (LES; Baraúna, Rio Grande disponibilidade de carbonatos associados aos
do Norte; 5°11.114′S, 37°43.424′O) consiste sedimentos terrígenos. Aproximadamente
em uma oportunidade para revelar a história 52,29% dos espécimes não estão abradidos,
tafonômica de suas acumulações fossilíferas, sugerindo pouco transporte; 7,86% possuem
preenchendo uma lacuna existente na marcas biogênicas, refletindo interações
Paleontologia de cavernas no Brasil. O paleoecológicas na biocenose/tanatocenose;
objetivo deste trabalho foi apresentar a 2,38% possuem alterações patológicas, que
história tafonômica dos vertebrados juntamente com a alta quantidade de
preservados nas cavernas do LES. O material espécimes de indivíduos adultos (71,12%),
consiste em 547 espécimes (dentes e ossos apontam para uma morte seletiva na
cranianos e pós-cranianos) analisados, os formação da tanatocenose. Em termos de
quais foram previamente atribuídos a transportabilidade, não há equivalência
artiodáctilos, carnívoros, crocodilos, hidráulica entre o tamanho dos ossos e a
notoungulados, perissodáctilos, granulometria dos sedimentos onde ficaram
proboscídeos e xenartros. Além de avaliar a preservados, sugerindo proximidade do local
composição taxonômica e os estágios de morte. Além disso, as análises de FTI e
ontogenéticos, foram analisadas as seguintes Grupos de Voorhies indicam uma assembleia
feições: (i) grau de articulação; (ii) periférica. Inesperadamente, há uma grande
representatividade óssea e fragmentação; (iii) quantidade de indivíduos de
padrões de quebra; (iv) ressecamento; (v) Pachyarmatherium brasiliense (5 adultos e 2
corrosão; (vi) abrasão; (vii) marcas biogênicas; subadultos), sugerindo que as cavernas
e (viii) alterações patológicas. O grau de podem ter funcionado como um abrigo para
transportabilidade (Equivalência hidráulica, esses cingulados (assembleia preservada in
Fluvial Transport Index “FTI” e Grupos de situ). Por fim, a co-ocorrência entre feições
Voorhies) também foi avaliado. Eremotherium típicas de períodos úmidos (corrosão) e de
laurillardi é o táxon mais abundante (53,75%), períodos áridos (ressecamento) revelam
caracterizando uma assembleia multitáxica mistura temporal na assembleia do LES. Além
monodominante. Todos os espécimes estão disso, a presença de assembleias in situ e
desarticulados. Cerca de 45,52% são periférica indicam acumulações fossilíferas
fragmentos. Mais de 90% das quebras são espacialmente misturadas. [*FAPERJ; **CNPq]
bioestratinômicas. Aproximadamente 81%

Paleontologia em Destaque | 101


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Oficinas de Paleontologia para crianças em tratamento oncológico da Casa


Ronald McDonald ABC - SP

Artur Francisco da SILVA-NETO¹; Fabiana Rodrigues COSTA²; José Luiz LAPORTA³


¹Centro Universitário Fundação Santo André. artur.fsn@gmail.com.
²Laboratório de Paleontologia de Vertebrados e Comportamento Animal - LAPC – Universidade Federal do ABC.
fabiana.costa@ufabc.edu.br.
³Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras – FAFIL – Centro Universitário Fundação Santo André. jose.laporta@fsa.br

A hospitalização na infância pode se ser encontrados pelos pacientes munidos de


configurar como uma experiência pincéis. Após a escavação de todo o material e
potencialmente traumática e faz parte da vida montagem do trilobita foi realizada uma aula
de muitas famílias atualmente, como é o caso expositiva para que todos os conceitos
das crianças da Casa Ronald McDonald ABC. introduzidos pelos monitores e discutidos
Localizada na cidade de Santo André - SP, e com os pacientes fossem explicados. Por fim,
que atende pacientes de 1 a 17 anos em foi pedido que as crianças desenhassem as
tratamento oncológico. Assim, informações que haviam aprendido durante
permanecendo grande parte do tempo as oficinas. Após quinze dias foi aplicado um
dentro das instalações da instituição, estas questionário opcional com perguntas abertas
crianças possuem pouco ou nenhum acesso à as acompanhantes (que consentiram em
educação. Pensando em atender parte da participar) com as seguintes questões abertas:
necessidade escolar deste público, dentro dos (1) Em sua opinião as oficinas realizadas foram
conceitos da educação inclusiva, e importantes para as crianças?; (2) Em suas
considerando-se as necessidades de crianças observações você acredita que as atividades
em tratamento oncológico, foram realizadas contribuíram de alguma forma para o bem
oficinas científico-pedagógicas abordando estar das crianças?; (3) Possui alguma crítica
temas da Paleontologia. Estas oficinas foram e/ou sugestão?, a fim de que se pudesse aferir
divididas em escavação de material (126 que tipo de impacto estas atividades teriam
fósseis em gesso de até 15 cm previamente causado na rotina daqueles pacientes. Em
moldados e 20 fragmentos de papelão) pelas resumo as respostas, as acompanhantes
alunos do projeto simulando a atividade do responderam à primeira questão como “de
paleontólogo em campo e posterior muita importância”. Na segunda pergunta,
montagem de um trilobita (40 cm) a partir dos cinco acompanhantes informaram que as
fragmentos de papelão escavados. As oficinas crianças “voltaram animadas, discutindo entre
(escavação e montagem) foram aplicadas para elas sobre o que tinham aprendido” e “muito
doze internos da casa, com idade entre 6 a 17 ansiosas para encontrar os pais para poder
anos que, uma vez perguntados, consentiram dividir o conhecimento com eles”. Pode-se
em participar das atividades, com a devida dizer, portanto, que houve um
autorização dos seus acompanhantes. Para a aproveitamento do conteúdo pelas crianças,
escavação do material foram utilizadas cinco podendo ser visto nos desenhos realizados,
bandejas (40 cm x 20 cm) com areia e argila observando-se uma melhora no bem-estar
distribuídas sobre cinco mesas e dentro das das mesmas, o que é salutar em pacientes em
quais estes fósseis foram enterrados, devendo tratamento oncológico.

Paleontologia em Destaque | 102


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Paleontological Day: an educational initiative for valuing local fossiliferous


patrimony in Jangada Roncador region, Mato Grosso

Felipe M. SIMBRAS¹; Rosilaine CRUZEIRO²; Caiubi Emanuel. S. KUHN³; Carlos Roberto dos A. CANDEIRO1*;
Lívia Motta GIL¹; Paulo Victor Luiz G. da C. PEREIRA1**
¹Laboratório de Paleontologia e Evolução, Universidade Federal de Goiás, Campus Aparecida de Goiás. *CNPq Produtividade
Fellow. candeiro@ufg.br; liviamottagil@gmail.com; felipe.simbras@gmail.com.**FAPERJ. paulovictor29@yahoo.com.br.
²Escola Municipal Santa Helena (Santa Helena Municipal School, Chapada dos Guimarães, Mato Grosso state).
rosilainecruzeiro@gmail.com.
³Instituto de Engenharia, Universidade Federal de Mato Grosso, Campus Várzea Grande. caiubigeologia@hotmail.com.

Since 2014, researchers from Universidade fossiliferous potential to the communities that
Federal do Mato Grosso (UFMT) and are affected by the studies performed by
Universidade Federal de Goiás (UFG) have researchers from UFMT and UFG. The “PD”
been developed paleontological studies in actions reached about 150 local residents.
Paleozoic and Mesozoic rocks of the Paraná Different pedagogical methods were applied
Basin outcrops. These studies produced many in order to achieve better adequacy for the
important discoveries about the paleobiota of target audience. The actions consisted on
the Jangada Roncador community (JR), donation of paleontological materials named
located about 85km from the town of the “Paleontological Box”, after talks were done to
Chapada dos Guimarães, Mato Grosso state, explain technically the concepts of
Brazil. The region is traditionally known Paleontology, then expositions in panels and
because was prospected by Llewellyn Ivor distribution of books about paleontology to
Price during the 1952-1953, when he teachers, and a documentary about dinosaur
discovered and collected the theropod excavation were show. The sequence used for
Pycenomosaurus nevesi, the first dinosaur these activities was effective because it
species of the Western Center of Brazil. allowed participants to be closer to the
Paleontological activities in JR have been subject, since the talks and the interaction with
developed together partners from local public researchers raised several questions that
schools. This regional fossiliferous patrimony helped to disseminate paleontological
is important to the paleontology of South knowledge. Throughout the exchange of
America due its historical value, systematics experiences it was possible to observe that
and fossil records. The present study aims to some students had previously heard about or
demonstrate the results from the promotion, seen dinosaur remains or other fossils from
dissemination and awareness about the region, however, most people was
Paleontology in the community of JR during unaware of its importance as a regional
March 2018. Several educational actions were patrimony. Therefore, actions that enable
performed and directed to students, teachers, direct contact with the public from areas
and local residents of the communities of affected by paleontological activities are
Jangada Roncador, Samambaia, Concisão, effective to propagate Paleontology. This
Tucum, Santo Expedito, and Roncador. These event will occur annually and is important as
actions were part of the “Paleontological sociocultural tool that supports the worth of
Day”(PD) programmed and focused on the paleontological patrimony of JR.
demonstrating and disseminating the local

Paleontologia em Destaque | 103


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Produção de cartões ilustrativos para o ensino sobre o tempo geológico

Iracy Maiany Nunes SOARES¹; Andrea Soares ARAÚJO²


¹Graduanda em Biologia (UNIFAP); Bolsista de Iniciação Científica/PROBIC. iracymaiany@hotmail.com.
²Laboratório de Paleontologia /DCBS/ UNIFAP; Doutora em Psicobiologia (UFRN). andreaaraujo@unifap.br.

O uso de atividades lúdicas em sala de aula de acordo com o período geológico.


facilita a assimilação do conteúdo e estimula a Adicionou-se imagens de registros fósseis de
criatividade e interação de alunos durante a pegadas, ossos, garras, dentes e carapaça
aula. Os cartões ilustrativos são cartões-texto juntamente com um texto explicativo.
que contém imagens e informações sobre Selecionou-se táxons de fósseis que tivessem
determinado assunto. Eles facilitam o ensino e registro no Brasil, nos quais foram:
aprendizagem lúdica, em que os alunos Stereosternum timidum, Ctenacanthus
podem ser introduzidos no processo de maranhensis, Chelonii Incerteae sedis,
identificação e comparação dos animais em Brasilichnum elusivum, Baurusuchus
diferentes períodos do tempo geológico, na a l b e r t o i , A m a z o n s a u r u s
qual favorece um espaço de discussão e maranhensis,Purussaurus brasiliensis,
permuta de experiências, além disso, podem Megatherium, Pterossauro e Plesiossaurus. Ao
ser adquiridos com facilidade por serem todo, foram produzidos trinta cartões
materiais de baixo custo. O objetivo deste ilustrativos, sendo vinte com imagens e dez
trabalho foi a produção de cartões ilustrativos com informações sobre os registros fósseis,
associados ao registro fóssil do Brasil para o tais como: nome científico e popular, idade
ensino de paleontologia. A produção dos geológica, lugar encontrado, descrição
cartões ilustrativos deste trabalho foi ambiental da terra na época que o animal era
adaptada com a inserção de descrições de vivo. Este material pode ser facilmente
táxons de fósseis do Brasil associados ao manuseado em sala de aula, com prováveis
tempo geológico. Os cartões ilustrativos são potenciais de ensinar sobre o tempo
acompanhados de uma tabela geológica geológico nas disciplinas de ciências e
impressa em papel de 4,5 metros de biologia, possibilitando com que as aulas se
comprimento para converter a escala do tornem mais atraentes e motivadoras,
tempo em escala métrica, com quadros vazios quebrando as barreiras de aprendizagem.
para o preenchimento com fios de lã coloridos

Paleontologia em Destaque | 104


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Confecção de material didático de Amazonsaurus maranhensis como


instrumento estimulador no ensino de Paleontologia

Iracy Maiany Nunes SOARES¹; Andrea Soares de ARAÚJO²


¹Graduanda em Biologia (UNIFAP); Bolsista de Iniciação Científica/PROBIC. iracymaiany@hotmail.com.
²Laboratório de Paleontologia/DCBS/ UNIFAP; Doutora em Psicobiologia (UFRN). andreaaraujo@unifap.br.

A ausência de museus e materiais fossilizados de massa de epóxi (20g) para dar textura e
são fatores que limitam o ensino de levado para a secagem ao ar livre. Este
Paleontologia no estado do Amapá. Por este material foi utilizado como um recurso em
motivo, objetivou-se confeccionar um aulas teóricas no ensino de paleontologia em
modelo didático do dinossauro uma turma do ensino fundamental. Os
Amazonsaurus maranhensis como uma resultados indicam que o ensino com
ferramenta para o ensino de Paleontologia em modelos didáticos são favoráveis, pois os
aula de Ciências no Ensino Fundamental. alunos ficaram curiosos em relação à
Deste modo, o modelo didático foi estrutura, região encontrada e vida do animal,
confeccionado através da reconstrução tornando a aula participativa. Este material
morfológica do saurópode Amazonsaurus facilitou e induziu à discussão e assimilação do
maranhensis com a base de 40cm de arame conteúdo no ensino de paleontologia na
grosso para o arcabouço, e arame fino para as disciplina de ciências. Assim, a confecção de
garras. Foi preenchido com papel alumino modelos didáticos para o uso em aulas sobre
para conferir menor peso ao modelo didático. os fósseis é uma estratégia inovadora que
O arcabouço foi recoberto com 380g de epóxi possibilita que os conhecimentos de sejam
para atribuir forma e em seguida levado para a repassados de forma dinâmica e atraente,
secagem durante 7 horas. Após secar, foi superando as dificuldades e limitações no
recoberto novamente com uma fina camada ensino de paleontologia.

Paleontologia em Destaque | 105


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Novos registros de Lepidotes (Neopterygii, Semionotidae) para a Bacia de


Icó, Cretáceo Inferior, Ceará

Edenilson de SOUSA; Daniel Costa FORTIER; Ana Emilia Quezado de FIGUEIREDO


Laboratório de Geociências e Paleontologia (LGP). Universidade Federal do Piauí (UFPI). edenilsondesousa2013@gmail.com,
fortier@ufpi.edu.br, ana.emilia@ufpi.edu.br.

As Bacias do Iguatu, situadas na região centro- aos fósseis. Foram contabilizados 81


leste do Estado do Ceará, estão inseridas no exemplares de fragmentos desagregados e
conjunto das bacias interiores do Nordeste altamente desarticulados de Lepidotes sp.,
Brasileiro, sendo representadas pelas bacias mediante extração da matriz sedimentar e
de Iguatu, Lima Campos, Icó e Malhada processos metodológicos de tombamento,
Vermelha, com uma área total de 1.135 km². sendo que alguns permaneceram ligados a ela
Estas bacias, ao lado das demais bacias por conta de sua natureza frágil. Atribuiu-se
interiores do Nordeste, traçam o registro então a numeração de tombo LGP-1463 neste
incompleto do evento responsável pela material, categorizado em 02 fragmentos A e
ruptura do supercontinente Gondwana e B (escama ganóide fragmentada); 01, C (parte
posterior formação do Proto-oceano craniana); 01, D (parte não identificada); 01, E
Atlântico, durante o final do período Jurássico (fragmento ornamentado); 58, F (escamas
e início do Cretáceo. Foram encontrados ganóides posteriores, sem ornamentação;
registros paleontológicos de fragmentos fragmentos semelhantes à costelas, raios
vegetais, de vertebrados e invertebrados, caudais desarticulados e outros fragmentos
onde apresentou-se o registro de ósseos) e 20, G (escamas ganóides anteriores
semionotídeos para a Bacia de Icó, trazendo à com sulcos longitudinais, escamas fusiformes
tona escamas ganóides e partes ósseas e subcirculares; escamas anteriores
relacionadas a Lepidotes sp. (Semionotidae), apresentando somente o osso lamelar com
evidenciando assim o gênero à bacia. Este vestígios da camada de ganoína; escamas
trabalho objetivou-se na análise e posteriores fusiformes fragmentadas;
identificação de novas amostras coletadas em fragmentos fósseis desarticulados de
um afloramento da Bacia de Icó, no município possíveis ossos craniais e outros pertencentes
de Icó (CE), com o intuito de ampliar o registro à distintas regiões corporais). O registro do
fossilífero local e também o conhecimento gênero Lepidotes para a Bacia de Icó aponta
paleontológico da Bacia. A bibliografia fortes analogias à ocorrência de
acessada sobre a ocorrência do gênero semionotídeos brasileiros do Juro-Cretáceo,
Lepidotes nas Bacias do Iguatu tornou-se porém necessitando de maior resolução
imprescindível para a identificação do taxonômica, já que se restringe a escamas e
material coletado pelo Laboratório de fragmentos intensamente desarticulados. A
Geociências e Paleontologia (LGP-UFPI). A descoberta crescente dos fósseis contribui,
preparação mecânica ocorreu com como um todo, para um melhor
equipamentos adaptados de outras áreas conhecimento sobre a diversidade fossilífera
técnicas, cujo processo realizou-se de forma d a s B a c i a s d o I g u a t u . [ C N Pq p r o c .
cuidadosa para impedir qualquer danificação 462381/2014-5 e 310168/2016-3]

Paleontologia em Destaque | 106


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

The myth of cladogram comparison and its solution

Rafael Gomes de SOUZA


Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e
Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CAPES. rafelsouz@gmail.com.

Cladogram comparison in cladistics is requirement of total evidence, but as the


considered one of the main ways of testing, presence of problems in applying molecular
i.e., reciprocal illumination (when the present and ecological evidences (problems with the
data results are altered or not in light of new biological dependence between the
evidences). However, most of the cladogram evidences that compose the phenotype) this
comparisons present in the cladistic literature criterion is nowadays weak for application
is just a matter of supplying the requirement until those evidences become properly used.
of total evidence and not a proper test. As Criterion 2 considers parsimony as the relation
cladograms are explanatory sketches between the causal question to be answered
summarizing the explanatory hypotheses of and the hypothesis that is an answer for this
origin and fixation of homologues, i.e. question, thus the plausibility of a hypothesis
characters codification, the only comparison is inversely proportional to the quantity of
possible between them is to contrast the extra information required for the proposed
plausibility (initial and/or revised) of the answer regarding observations (contra the
explanatory hypothesis of some comparable cladistics parsimony that consider the number
or at least equivalent character. The of steps in a cladogram). This comparison
comparison between different cladograms serves only as a way to access the initial
must be conducted to select that explanatory plausibility of the analysis result derived from
sketch which best explains the origin and different phylogenetic inference. Criterion 3 is
fixation of the homologues. Furthermore, the the most important to access which of the
comparison should be based on at least one of compared cladograms is the most reliable.
the following criteria: 1) the analysis that best However, as usually phylogenetic hypotheses
fulfils the requirement of total evidence; 2) the are rarely testable due the historical character
initial plausibility via parsimony is a good of those hypotheses, this criteria is hard to be
instrument to detect the most reliable properly considered. Therefore, based on
competing hypothesis; and, 3) the most actual technology, time and resources the
reliable hypothesis must be selected based on most accessible criterion is the second one,
the one that acquired the best test support which also provides the best cladogram to be
evidence after a true test. Criterion 1 seeks to first tested. [CAPES]
compare those data sets that best fulfil the

Paleontologia em Destaque | 107


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Description of new Dyrosauridae specimens from New Jersey (Upper


Cretaceous), and comments on Hyposaurus systematics

Rafael Gomes de SOUZA¹; Beatriz Marinho HÖRMANSEDER¹; Rodrigo Giesta FIGUEIREDO²; Diogenes de
Almeida CAMPOS³
¹Laboratório de Sistemática e Tafonomia de Vertebrados Fósseis, Setor de Paleovertebrados, Depto. de Geologia e
Paleontologia, Museu Nacional/UFRJ. CAPES. rafelsouz@gmail.com, b.marinho.h@gmail.com.
²Departamento de Biologia, Universidade Federal do Espírito Santo. rodrigo.figueiredo@ufes.br.
³Museu de Ciências da Terra, Serviço Geológico do Brasil, CPRM. diogenes.campos@cprm.gov.br.

Hyposaurus roger sii Owen, 1849 was the centrum. The specimens DGM 798-R,
described based on two isolated vertebrae DGM 800-R, DGM 801-R, DGM 804-R share
with only the centrum preserved from the general similarities with Dyrosauridae. DGM
Greensands of New Jersey (Upper 803-R is identified as Hyposaurus sp. based on
Cretaceous). All other North American the convex proximal end of the femoral head.
Hyposaurus latter described are nowadays DGM 799-R is recognized as Hyposaurus cf.
junior synonym of Hyposaurus rogersii. Hyposaurus rogersii by features of the third
However, due the fragmentary origin of the cervical vertebrae that are recognized for the
holotype its species validity was questioned. first time for this species. They are the
The present work aims to review the validity of prezygapophyseal process, which is
Hyposaurus rogersii and to describe new anterodorsally inclined and projected dorsally,
North American Dyrosauridae material and the diapophyses and parapophyses that
donated by the Yale Peabody Museum of are horizontal and similar in size. The
Natural History to L. I. Price between the years specimens DGM 797-R and DGM 805-R are
of 1951-1952. The new materials come from referred as Hyposaurus rogersii by having the
New Jersey strata (Upper Cretaceous) and autapomorphic hypapophysis in the last
consists of six vertebrae of different cervical vertebra. Other possible distinctive
individuals (DGM 797-R, DGM 798-R, DGM features for Hyposaurus rogersii are the
799-R, DGM 800-R, DGM 801-R and DGM difference in size of the anterior and posterior
804-R); one femur (DGM 803-R); and, a well- margins of the centrum, and the long and
represented specimen with mandible, anterodorsally inclined prezygapophyseal
vertebrae and limb bones (DGM 805-R). process. The mandibular characteristics for
Hyposaurus rogersii has been considered valid this taxon, such as width/length proportions,
by the presence of a diagnostic hypapophysis, alveolar distribution, and suture morphology,
but this feature was never properly described are less diagnostic than previously proposed
on the holotype. Here we recognize that the in the literature. Therefore, the validity of
last cervical vertebra of the holotype has a Hyposaurus rogersii is supported mainly based
well-developed hypapophysis ranging along on postcranial features, which shows the
all the anteroposterior length of the centrum, importance of such material, even in
while in Dyrosaurus maghribensis and fragmentary conditions, for a better
Congosaurus bequaerti the hypapophysis of understanding of paleontological species.
the last cervical reaches the middle portion of [CAPES]

Paleontologia em Destaque | 108


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Abelisauria (Theropoda, Dinosauria) from Africa: geochronology


and distribution

André Luis de SOUZA-JUNIOR¹; Carlos Roberto dos A. CANDEIRO¹; Luciano Silva VIDAL¹;
Stephen L. BRUSATTE²
¹Laboratório de Paleontologia e Evolução, Curso de Geologia, Campus Aparecida de Goiânia, Universidade Federal de Goiás.
andreluissouzajr@gmail.com, candeiro@ufg.br, science.vidal@gmail.com.
²School of GeoSciences, University of Edinburgh, Grant Institute, James Hutton Road, Edinburgh EH9 3FE, Scotland, UK.
brusatte@gmail.com.

The Abelisauria contains the families together with an undescribed specimen of


Abelisauridae, represented by medium- to noasaurid from Niger, dentaries from Tunisia,
large-sized carnivorous dinosaurs, and and two (2) dorsal vertebrae from Libya show
Noasauridae, represented by small-sized fast- that by the end of the Early Cretaceous the
running predators. The Abelisauria are among Abelisauria already occupied a significant part
the most representative theropod dinosaur of what today is the northern region of Africa.
group in the Southern Hemisphere, with The Abelisauria continued to prosper during
numerous continental records in South the Late Cretaceous, as shown by many
America, Africa, India, and Australia – regions materials from the Cenomanian of the Kem
that formed Gondwana and part of Laurasia in Kem Formation and the Maastrichtian record
the past. In this context, the second largest of Chenanisaurus barbaricus, both in
and most diverse fossil record of Abelisauria is Morocco. As for their geographic distribution,
from continental Africa. The aim of the present fossil remains are found in both East (older
study is to analyze the continental African records) and North Africa (earlier records).
records of Abelisauria based on their Therefore, we can conclude that the
geographical and chronological distribution Abelisauria once formed a diverse and well
during the Jurassic and Cretaceous periods. distributed group on the African continent.
Currently, thirty-three (33) Abelisauria Data indicate that this group was the longest
specimens are known from continental Africa, surviving lineage among the large theropods
of which four species (Chenanisaurus of Africa, existing for over 100 million years
barbaricus, Rugops primus, Kryptops palaios from the Middle Jurassic to the end of the
and Elaphrosaurus bambergi) have been Cretaceous. In addition, when we analyze the
described based on mostly fragmentary Jurassic records of Africa along with South
materials. The oldest African records are the America (Eoabelisaurus), Asia (Limusaurus,
noasaurid Elaphrosaurus bambergi and the CCG 20011) and Australia (Ozraptor) we can
following unidentified specimens from establish that the Abelisauria already
Ta n z a n i a : t w o ( 2 ) t i b i a e f r o m t h e occupied a large portion of Gondwana by the
Kimmeridgian, and one (1) tibia and one (1) Middle-early Late Jurassic, which
femur from the Tithonian. These records demonstrates that Abelisauria was more
corroborate the hypothesis that Abelisauria successful and longer-lived than often
had a much earlier origin, possibly during the considered.
Early Jurassic. The abelisaurid Kryptops palaios

Paleontologia em Destaque | 109


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Diversidade ictiofaunística da Formação Açu, Bacia Potiguar

Ingrid Martins Machado Garcia VEIGA¹; Lílian Paglarelli BERGQVIST²; Paulo Machado BRITO³
¹Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
CNPq. ingridveiga@ufrj.com.
²Laboratório de Macrofósseis, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
CNPq. bergqvist@geologia.ufrj.br.
³Laboratório de Ictiologia Tempo e Espaço, Departamento de Zoologia, Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
pbritopaleo@yahoo.com.br.

A Bacia Potiguar está localizada no extremo espinho de Tribodus sp., 1.184 escamas
leste da Margem Equatorial Brasileira, Bawitius; 53 dentes, três vértebras e um
estendendo-se pelos estados do Rio Grande fragmento de mandíbula de Amiidae; 60
do Norte e Ceará por cerca de 49.000 km². dentes de Pycnodontidae; 800 escamas e duas
Dentre suas unidades litoestratigráficas vértebras de Lepisosteidae; um fragmento
encontra-se a Formação Açu (Albiano- craniano de Axelroadichthys e 11 dentes de
Cenomaniano), sotoposta aos carbonatos Neoceratodus. Destaca-se o grande número
marinhos da Formação Jandaíra (Turoniano- de escamas atribuídas a Polypteriformes,
Eocampaniano). Em contraste com o grupo pouco representado no Brasil. A
abundante registro fossilífero desta última, identificação da diversidade faunística
poucos espécimes foram recuperados da permite entender melhor o contexto
Formação Açu até 2005. Entre 2015 e 2016 ecológico da formação, além de possibilitar
foram realizadas quatro atividades de campo correlações entre a Formação Açu e unidades
para a localidade pela equipe do Laboratório litoestratigráficas do Norte da África e do
de Macrofósseis da Universidade Federal do Nordeste brasileiro. Os dados recuperados até
Rio de Janeiro, em parceria com o momento permitem considerar essa fauna
pesquisadores de outras instituições. Diversos como de água doce, assim como sugerir uma
fragmentos pertencentes a condrictes, cadeia alimentar composta por indivíduos
actinopterígeos e saraopterígios, foram durófagos e carnívoros. Essas informações
recuperados. Todos os espécimes foram representam um primeiro passo para
triados e separados de acordo com sua trabalhos futuros sobre o ambiente
morfologia externa e, posteriormente, de deposicional da Formação Açu e sobre a
acordo com suas classificações taxonômicas paleoecologia e paleobiogeografia da fauna
através de características morfológicas, encontrada na mesma, tendo em vista que
histológicas e com estruturas visualizadas em fornecem um conhecimento mais amplo
microscopia eletrônica de varredura. Até o s o b r e e s t a f o r m a ç ã o . [ C N Pq p r o c .
momento foram identificados: um dente e um 459086/2014-6]

Paleontologia em Destaque | 110


Boletim de Resumos • XI Simpósio Brasileiro de Paleontologia de Vertebrados

Caracterização e status de conservação do sítio paleontológico Lagoa Rasa,


Caetés, Agreste Pernambucano
Alexandre Gomes Teixeira VIEIRA¹; Josefa Eva da SILVA²
¹Universidade de Pernambuco. teixeira_historia@live.com.
²Universidade Federal de Alagoas. josefaeva@hotmail.com.

Esse trabalho trata da descrição de um ossos da pélvis, tendo sido identificados como
deposito fossilífero localizado na borda leste pertencentes a animais que compuseram a
da bacia hidrográfica do riacho São José, zona megafauna (mastofauna) da região. Vale
rural do município de Caetés no Agreste do salientar que a área do sítio é usada para as
estado de Pernambuco. Uma área já práticas da agropecuária e que o material
conhecida por sua ampla biodiversidade e por fóssil coletado foi encontrado em sua maioria
seu rico patrimônio arqueológico, vem somar fora do contexto das camadas de sedimento o
a essa diversidade o sítio paleontológico que impossibilitou datações precisas. Além
Lagoa Rasa. Para tanto, objetiva-se neste disso, existem relatos que fósseis foram
estudo descrever os aspectos que integram a extraídos clandestinamente do local por
paisagem (Senso stricto) do sítio, bem como, o leigos. Vale salientar que o material fóssil foi
tipo de material existente na localidade. Na encontrado em áreas próximas ao geossítio
execução desta pesquisa, foram realizadas propriamente dito, bem como, no seu
seis incursões à campo, no período de julho a entorno, o que pode indicar que toda área
dezembro de 2017, com a finalidade de envolta do sítio, integre um grande complexo
realizar o georreferenciamento da área e paleontológico, com grande potencial para
realizar coletas preliminares de material fóssil. futuras pesquisas. É visível a riqueza e
O sítio consiste em um tanque – afloramento diversidade do patrimônio fóssil dessa
rochoso – em rocha granítica de 21,02 largura localidade, ainda que este tenha sofrido com o
x 70,80m de comprimento. O solo da área uso agrícola da área e com a extração de
pode ser caracterizado como Neossolo lítolico material do deposito fossilifero para utilização
Eutrófico típico e regossolos lítolicos. A do mesmo como reservatório de água. Sendo
cobertura vegetal local consiste em zonas assim esse evidente patrimônio precisa ser
antropófitas sob influência das formações melhor estudado visando seu complexo status
originais de Caatinga e Brejo de Altitude. de conservação. Novas pesquisas utilizando-
Foram coletados do sítio paleontológico se de metodologias mais eficientes na
lagoa rasa 120 fragmentos fósseis, interpretação das informações obtidas em
encontrados na superfície. Entre os principais campo devem ser realizadas o quanto antes.
fragmentos estão pontas de fêmur, costelas e

Paleontologia em Destaque | 111


ÍNDICE DE AUTORES

A CRUZEIRO, R. • 103
ABREU, D. L. • 44, 45 CUNHA, L. D. S. • 74
ARAÚJO, A. V. • 24, 44
ARAÚJO, C. S. • 23 D
ARAÚJO, I. L. • 89, 90 DANTAS, M. A. T. • 36, 39, 40, 41, 48, 56, 58, 77, 82, 93, 99
ARAÚJO, A. S. • 104, 105 DA-ROSA, A. A. S. • 53, 62
ARAÚJO-JUNIOR, H. I. • 26, 27, 37, 63, 73, 101 DE VALAIS, S. • 60
AURELIANO, T. • 25, 54 DELCOURT, R. • 25, 30
ÁVILLA, L. S. • 73 DENTZIEN-DIAS, P. • 42, 52, 67
DESOJO, J. B. • 47
B DIAS-DA-SILVA, S. • 53
BANDEIRA, K. L. N. • 55
BANTIM, R. A. M. • 56 E
BARBOSA, F. H. S. • 26, 68, 101 ELESBÃO, M. E. T. S. • 43
BARRETO, A. M. F. • 59 ELTINK, E. • 44, 45
BELFORT, L. P. • 27
BERGQVIST, L. P. • 68, 88, 110 F
BERTINI, R. J. • 65, 66 FABBRI, M. • 25
BERTOLOSSI, M. L. P. • 88 FACHINI, T. S. • 45
BERTOTTO, T. J. • 38 FARIAS, B. D. M. • 46, 47, 50
BESSONE, S. • 28 FARIAS, B. M. • 23
BITTENCOURT, J. S. • 29, 62 FÉLIX, P. M. M. • 48
BOCHERENS, H. • 40, 56 FERIGOLO, J. • 47, 49, 62
BUCHMANN, R. • 32 FERNANDES, M. A. • 25, 35
BRILHANTE, N. S. • 30 FERREIRA, T. M. P. • 49
BRITO, P. M. • 110 FIGUEIREDO, A. E. Q. • 61, 84, 106
BRUM, A. S. • 31 FIGUEIREDO, J. L. • 50
BRUSATTE, S. • 33, 109 FIGUEIREDO, R. G. • 39, 70
BUCK, P. V. • 25 FIGUEROA, R. T. • 51, 75, 83
BRUNO, J. • 43 FORTIER, D. C. • 61, 84, 106
FRAGOSO, L. G. • 29
C FRANÇA, M. A. G. • 45, 47
CAMPELO, S. C. M. • 89 FRANCISCHINI, H. • 42, 52, 67
CAMPOS, D. A. • 108 FRIEDMAN, M. • 51
CANDEIRO, C. R. A. • 33, 55, 60, 72, 77, 103, 109
CARDOZO, F. G. • 34 G
CARRILLO-BRICEÑO, J. D. • 42 GALLO, V. • 51, 75, 83
CARVALHO, I. S. • 91 GARCIA, M. S. • 53
CARVALHO, T. S. • 35 GERMANO, R. • 92
CASTRO, L. C. • 29 GHILARDI, A. M. • 25, 54
CASTRO, L. O. R. • 88 GIL, L. M. • 55, 103
CHERKINSKY, A. • 36, 48, 58, 77, 82, 99 GLASS, K. • 86
CISNEROS, J. C. • 74 GODOY, W. • 68
COSTA, J. P. • 37 GOMES, V. S. 56
COSTA, J. S. • 36 GUIMARÃES, F. V. 71
COSTA, F. R. • 102
COUTINHO, I. M. • 38
H N
HADLER, P. • 76 NASCIMENTO, C. R. • 75
HIROOKA, S. S. • 55 NASCIMENTO, C. S. I. • 35
HÖRMANSEDER, B. M. • 108 NASCIMENTO, T. H. M. S. • 38
HUBBE, A. • 64 NEVES, S. B. • 76
NOGUEIRA, M. • 72
I
ITO, S. • 86 O
OLIVEIRA, D. • 79
J OLIVEIRA, D. S. • 78
JESUS, J. F. M. • 35 OLIVEIRA, E. V. • 85
OLIVEIRA, G. R. • 38, 56
K OLIVEIRA, J. F. • 77
KERBER, L. • 64, 78, 79 OLIVEIRA, P. V. • 80, 81
KNIGHT, C. L. • 52 OLIVEIRA, T. M. • 79
KUHN, C. E. S. • 55, 103 OMENA, E. C. • 40
ONARY, S. Y. • 45
L
LACERDA, M. B. S. • 57 P
LAGE, M. C. S. M. • 90 PACHECO, M. L. A. F. • 82
LANGER, M. C. • 45, 62 PAES NETO, V. D. • 23
LAPORTA, J. L. • 102 PANSANI, T. R. • 82
LEONI, R. A. • 58 PASCHOAL, D. A. • 83
LOPES, G. L. B. • 59 PASSARINHO, I. B. • 61, 84
LOPES, R. F. • 60 PEREIRA, A. A. • 97, 98
LUCAS, S. G. • 52 PEREIRA, P. V. L. G. C. • 55, 87, 88, 103
LUZ, N. B. • 61, 84 PETERS, E. T. • 85
PINHEIRO, A. E. P. • 87, 88
M PINHEIRO, F. L. • 43, 50, 78, 79, 86
MARCHETTI, L. • 52 PINTO, T. C. F. • 98
MARSOLA, J. C. A. • 62 PIRANHA, J. M. • 69
MARTINELLI, A. G. • 62 POLATI, R. • 100
MARTINS, G. P. O. • 63 PORPINO, K. O. • 63, 101
MAYER, E. L. • 49, 64, 76 PRADO, G. M. E. M. • 43, 86
MAZZONI, V. B. • 65, 66 PUERTA, P. F. • 28
MEDEIROS, M. A. A. • 87, 97, 98
MEDEIROS, S. • 67 Q
MELKI, L. B. • 68 QUARESMA, R. L. S. • 89, 90
MELO, A. C. • 69
MELO, T. P. • 50 R
MELOTTI, M. • 39, 70 RIBEIRO, A. M. • 47, 49, 62, 64, 76
MENDES, A. B. • 71 RIFF, D. • 91, 95
MENDES, I. D. • 87 RODRIGUES, T. • 32, 34, 39, 71, 92
MICHELETTI, P. M. • 35 ROMANO, P. S. R. • 57
MONTEFELTRO, F. C. • 45 ROSA, M. • 93
MONTEIRO, L. • 72 RUA, J. C. • 28
MONTEIRO, L. G. P. • 73
MORAES, V. F. S. • 74 S
MOURA, F. R. S. • 61, 84 SALES, M. A. F. • 94
MÜLLER, R. T. • 53 SAMATHI, A. • 25
SÁNCHEZ, R. • 42
SANDER, P. M. • 25
SANTOS, A. C. • 63
SANTOS, I. S. • 45
SANTOS, M. A. C. • 43
SANTOS, M. L. O. • 100
SANTOS, R. M. • 71
SANTOS, R. O. • 95
SANTUCCI, V. L. • 52
SAYÃO, J. M. • 56
SCHERER, C. S. • 93, 96
SCHULTZ, C. L. • 79
SIAL, A. N. • 40
SILVA, J. E. • 111
SILVA, J. L. L. • 40
SILVA, K. F. • 88
SILVA, L. A. • 58, 99
SILVA, L. H. M. • 26, 37, 101
SILVA, L. S. O. • 97, 98
SILVA, M. C. • 100
SILVA, M. M. • 41
SILVA, S. A. • 96
SILVA-NETO, A. F. • 102
SIMBRAS, F. M. • 33, 55, 103
SOARES, I. M. N. • 104, 105
SOARES, M. B. • 23, 46, 47, 50
SOBRAL, G. • 34
SOUSA FILHO, F. J. • 89, 90
SOUSA, E. • 106
SOUZA, R. G. • 57, 91, 95, 107, 108
SOUZA, A. B. • 55
SOUZA, D. V. • 44
SOUZA-JUNIOR, A. L. • 109

U
ULIAN, M. • 72

V
VEIGA, I. M. M. G. • 110
VERA, R. B. • 28
VIANA, M. S. S. • 80, 81
VIDAL, L. S. • 109
VIEIRA, A. G. T. • 111
VOIGT, S. • 52
VOLTANI, C. P. 43

W
WEINSCHÜTZ, L. • 51

Z
ZANESCO, T. • 68
Diagramação: Raniel das Flôres Canuto.
Este livro foi composto em Gadugi e Segoe UI com suas
variações, em julho de 2018, para o XI SBPV.
Apoio

CULTURA
Secretaria de Cultura do Piauí

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