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PRESCRIÇÃO: Extingue todos os efeitos.

Pleno gozo
de seus direitos.

CICERO DANTAS DE OLIVEIRA1

O instituto da prescrição consiste na


perda do direito estatal de punir o transgressor
da norma penal, dado o decurso do tempo, uma vez
que o direito de punir deve ser exercido dentro do
prazo legalmente estabelecido. Em linhas gerais, é
a inércia estatal de exercer o ius puniendi. Logo
no direito não existe eternização de pretensões ao
particular de igual forma não existe ao Estado.
Com essas anotações traz à baila
diversas ilações que vem recentemente surgindo no
cenário político de Sergipe sobre eventual
inelegibilidade a ser aventada quando do pedido de
registro de candidatura, após o dia 15 de agosto,
prazo fatal para os partidos e/ou os candidatos
requerer o registro de candidaturas de seus
candidatos.
O tema prescrição comporta algumas
subdivisões, é oportuno destacar que, o prazo da
prescrição da pretensão punitiva será estabelecido
pela quantidade da pena in abstracto, sendo esta o
máximo de pena aplicável para o tipo penal, haja

1 Advogado. Pós-graduado em processo civil. Especialista em Direito


Eleitoral pela ESMESE. Aluno especial do mestrado da UFS. Professor da
Faculdade Pio Décimo nas cadeiras de Direito Penal e Processo Penal.
vista que a sentença não poderá condenar à pena
superior ao máximo legal. Existe também a
prescrição da pretensão executória que se dá no
processo de execução penal, ocorrendo pelo fim do
prazo antes de iniciar o cumprimento da pena.
O prazo da prescrição da pretensão
executória será estabelecido pela quantidade da
pena in concreto, ou seja, a quantidade de pena
aplicada e já transitada em julgado. Para ambos os
casos, deverá ser consultado o prazo prescricional
estabelecido no art. 109 do Código Penal.
Para essa breve análise levaremos em
consideração apenas a pena máxima de 02 e 03 anos,
indaga-se: (i) quando ocorreria a prescrição para
crimes ou condenação com pena máxima de 02 e 03
anos.
Pela dicção do art. 109, incisos IV e V,
estabelece que prescreve em 04 anos, se o máximo
da pena é igual a 01 ano e sendo superior não
excede a 02 anos; prescreve em 08 anos se o máximo
da pena é superior a 02 anos e não excede a 04
anos.
Já estabelecido o marco temporal, resta
detectar a existência ou não de marcos
interruptivo da prescrição, que também se encontra
positivado no art. 117 do Código Penal, que reza
que o curso da prescrição se interrompe (i) pelo
recebimento da denúncia ou da queixa; (ii) pela
pronúncia; (iii) pela decisão confirmatória da
pronúncia; (iv) pela publicação da sentença ou
acórdão condenatório recorríveis; (v) pelo início
do cumprimento da pena e (vi) pela reincidência.
Por interrupção leia-se, o prazo
transcorrido, é zerado e volta a contar do zero.
Logo a prescrição se inicia do dia em que o crime
se consumou, interrompe-se quando a denúncia é
recebida e torna a interromper com a publicação da
sentença condenatória. Logo, se alguém é acusado
ou condenado a crime cuja pena máxima ou a
condenação seja de 02 anos, prescreve em 04 anos.
A prescrição pode ocorrer de forma intercorrente
pela pena in abstracto ou retroativa quando
proferida a sentença, pela pena in concreto.
No primeiro caso observar-se-á se existe
o lapso temporal de 04 anos, entre a data do fato
e o recebimento da denúncia, ou se existe 04 anos
do recebimento da denúncia até a publicação da
sentença ou acórdão recorríveis.
Existindo o lapso temporal de 04 anos,
pelo exemplo acima, ocorreu o fenômeno da
prescrição, estando, portanto, o sujeito isento de
qualquer punição, visto que o Estado se quedou
inerte na apuração e na aplicação da reprimenda.
Não ressoa maiores dúvidas de que
ocorrendo o fenômeno da prescrição da pretensão
punitiva, nenhuma restrição existirá ao sujeito,
voltará ele ao status quo, como se nunca tivesse
sido processado ou condenado.
Como aventado no início da nossa
escrita, esse tema restou bastante debatido no
meio político de Sergipe, sobre eventual hipótese
de inelegibilidade de uma figura pública por ter
sido condenado a uma pena de 03 anos perante um
órgão colegiado, o que desaguaria na Lei da Ficha
Limpa, porém, a Corte Superior de Justiça, instada
a analisar in concreto, entendeu que o órgão
colegiado que proferiu o julgamento exagerou na
dosimetria da pena, e redimensionou para 02 anos,
o que vem alterar o marco prescricional, que
deixou de ser 08 anos passando para 04 anos.
A matéria foi devolvida ao órgão
colegiado que proferiu o julgamento e ao proceder
a análise, observou que entre o recebimento da
denúncia e a publicação do acórdão ocorreu lapso
temporal superior a 04 anos, logo consumou-se a
prescrição da pretensão punitiva, ou seja, a
condenação deixou de existir, apagando todos os
efeitos penais e extrapenais que decorre da
condenação.
Com essa decisão a suposta hipótese de
inelegibilidade aplicada pela Lei da ficha limpa
deixou de existir, voltando ao pleno gozo de seus
direitos no âmbito, cível, criminal e eleitoral.
Vale destacar que, pelo fato apurado na
seara criminal, também respondeu a processo na
seara cível, respondendo aos termos de uma ação
civil pública por suposta prática de ato de
improbidade administrativa, no qual restou
ABSOLVIDO por ausência de provas.
Portanto, todas as esferas do direito
foram provocadas e nenhuma delas verificou a
existência de acervo mínimo de provas que
demonstrasse ser ele o autor das condutas ou que
tenha concorrido para a prática delas.
Com essas anotações objetiva aclarar
eventuais dúvidas sobre eventual hipótese de
inelegibilidade que possa alcançar o pré-
candidato, estando este em pleno gozo de seus
direitos políticos, de votar e ser votado.
Estando, portanto, elegível para o
pleito eleitoral de 2018.

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