Computadores

SEGUNDA-FEIRA 21 JUNHO 2004 DIRECTOR JOSE MANUEL FERNANDES EDITOR RUI JORGE CRUZ

PUB
Telemedicina E-votação Preços altos na O novo centro Jogos de acção
em seminário bem recebida banda larga da Siemens nas consolas
As novas tecnologias As experiências-piloto em Estudo da OCDE mostra Competências portuguesas ‘Ninja Gaiden’,‘Samurai 2’,
nos hospitais e na saúde 9 freguesias foram um êxito atraso da Europa face a agora para o multimédia ‘Onimusha Warriors’,‘Street
debatidas em Lisboa de adesão e tecnológico EUA, Coreia e Japão na primeira linha mundial Fighter II’ e ‘Glass Rose’
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EMPRESA QUER REPLICAR SUCESSO NORTE-AMERIC ANO DO IPOD NO VELHO CONTINENTE

O iTunes chegou à Europa JIM WATSON/APF PHOTO

F
NA PASSADA TERÇA-FEIRA, dia
OI
15 de Junho, que Steve Jobs,
presidente e “chief executive offi-
cer” (CEO) da Apple Computer,
atravessou o Oceano Atlântico e
veio a Londres anunciar à imprensa que a
iTunes Music Store da sua empresa pas-
sava a estender os seus serviços de venda
de música pela Internet aos primeiros
países europeus — não só ao Reino Unido
como também à França e à Alemanha. Em
Outubro, o serviço será alargado a outros
países do Velho Continente.
A iTunes Music Store, lançada nos
EUA há pouco mais de um ano (em Abril
de 2003), conquistou uma popularidade
sem precedentes no universo da música,
com cerca de 85 milhões de canções ven-
didas desde então. O seu catálogo contém
mais de 700 mil músicas, que serão ven-
didas na Europa a cerca de 99 cêntimos
de euro (79 “pence” no Reino Unido). Con-
siderando que os discos em CD custam
o equivalente entre 10 a 18 euros em
quase todos os países europeus (8 libras
no Reino Unido), considera os analistas
que o iTunes constituirá um sério concor-
rente de outros serviços já instalados na
Europa, como o OD2. Mas Jobs afirmou
que a grande concorrência do iTunes
não seriam os serviços congéneres mas a
descarga ilegal de ficheiros de música (por
outras palavras, “a pirataria”).
“Estamos a levar esta marcha triunfal
da revolução da música digital a todo o
mundo”, disse Steve Jobs em Londres, nos EUA, o leitor de ficheiros musicais da O sucesso a prazo deste tipo de ser- difusão dos serviços de verdadeira banda
que acrescentou: “Agora temos o mais Apple, o iPod, alcançou uma quota à volta viços — e uma eventual e correlativa larga na Europa e no aparecimento
popular sítio do mundo para comprar dos 50 por cento entre os dispositivos da crise na distribuição e venda a retalho de modalidades com melhor relação
música ‘on-line’.” O CEO disse ainda que, sua categoria. dos discos convencionais — dependerá da qualidade/preço. ➜

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➜ Por outro lado, o iPod, não
pode reproduzir ficheiros musi-
cais em formato MP3, apenas o fazendo
no formato exclusivo do iTunes — diver-
samente da maioria dos restantes serviços
de música “on-line”, que usam o formato
Windows Media Audio. O iTunes permite,
no entanto, gravar as músicas nele conti-
das para um CD.
Estas particularidades tecnológicas
e comerciais do iTunes têm constituído
uma alívio para a indústria discográfica
— que continua a apresentar-se como
altamente traumatizada por iniciativas
como a do Napster e dos seus sucessores
— mas também tem levantado proble-
mas ao estabelecimento de acordos de
licenciamento com algumas empresas
do sector.
Mas numa coisa parece toda a gente
estar de acordo: só com a disponibili-
zação de música digital na Internet e
acessível a preços bem inferiores aos do
retalho convencional — algo que é faci-
litado pela quase ausência de custos de
reprodução e pela grande massificação
das vendas — é que a pirataria poderá
ser eficazmente combatida.
O serviço iTunes, bem como a aposta
da Apple no iPod, vieram confirmar e con-
solidar a evolução da empresa no sentido
da electrónica de consumo, afastando-a
cada vez mais dos traços marcantes da
sua génese e da sua afirmação como
companhia inovadora no domínio das tec-
nologias de informação — sobretudo nos
PROPOSTAS LEGISLATIVAS NOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Telefonia pela Internet sob vigilância
O
DEPARTAMENTO de Justiça
norte-americano está preo-
cupado com os telefonemas
realizados com a tecnologia
Voice Over IP (VoIP) por não
deter autoridade para efectuar escutas
sobre este tipo de telecomunicações.
O VoIP é uma tecnologia que permite
usar o protocolo da Internet (o chamado
IP) para fazer chamadas telefónicas
— quase sempre por um custo muito infe-
rior (quando não nulo) ao das realizadas
na rede tradicional — convertendo a
voz em pacotes de dados digitais e, no
receptor, efectuando a operação inversa.
O impacto é principalmente significativo
no custo das chamadas inter-
nacionais (ver “O Napster
dos telefones”, na edição de
7-6-2004 do suplemento de
Economia do PÚBLICO).
Na semana passada, as
autoridades norte-america-
nas salientaram um outro
impacto: a incapacidade
— derivada do actual sis-
tema legal — de escutar as
chamadas telefónicas reali-
zadas neste meio.
Perante o Comité do
Comércio do Senado, a assis-
tente do Ministério Público,
Laura Parsky, afirmou que
a generalização dos serviços
de voz pela Internet são
“uma nova ameaça para as
autoridades — como rela-
tava o diário “Washington
Post”. Parsky referia-se
também à proposta legis-
lativa do senador John
Sununu, que visa garantir
que os serviços telefónicos
pela Internet não tenham a
mesma regulamentação das
redes de telefonia fixa ou
móvel tradicionais. O “VoIP
Regulatory Freedom Act of
2004” isenta esta tecnologia
computadores .2
anos 80, quando a Apple concebia e
construía computadores inovadores
e originais, com uma combinação
única de tecnologias visando novas
funcionalidades ou os melhores
desempenhos.
Desde que o seu co-fundador
Steve Jobs regressou à empresa,
a inexorável mudança começou
a processar-se assente em dois
eixos: normalizar os computadores
no plano das tecnologias (ou seja,
tornando o “hardware” cada vez
menos diferente da arquitectura
do PC) e apostar numa diferencia-
ção sobretudo assente no “design”,
na identidade estética, no “form
factor” que “esconde” o computa-
dor no contexto do mobiliário e dos
objectos domésticos.
Foi na MacWorld de Outubro
de 2001 que Steve Jobs apareceu
a lançar o mais inovador pro-
duto da empresa para a área de
electrónica de consumo desde os
tempos do Newton, o organizador
pessoal (ou computador de bolso)
lançado em 1995, ou desde o iMac,
um também inovador conceito de
computador pessoal. Era o iPod,
um leitor de música digital que
pesa 185 gramas e permite guar-
dar mil músicas com qualidade de
CD. Posto então à venda por 399 dóla-
res, integrava um disco muito fino com
capacidade para 5 gigabytes.
das regulações de escutas reconhecidas
no “Communications Assistance for Law
Enforcement Act” (CALEA), texto jurídico
normalmente alegado para efectuar escu-
tas telefónicas tradicionais.
Para Laura Parsky, esta proposta
permitirá a utilização da VoIP para acti-
vidades criminosas. “Sem poder entrar
em pormenores neste momento, basta
dizer que os criminosos não querem ser
apanhados e são rápidos a tirar vantagem
de qualquer falha nas nossas capacidades
para detectar e perturbar as suas activi-
dades criminais” — referiu, salientando
que se verifica que algumas empresas
que oferecem estes recursos tecnológicos
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JIM WATSON/APF PHOTO
Usando as tecnologias Auto-Sync e
iTunes Jukebox, que permitem o “down-
load” de canções e de “play lists” a partir
já estão a cooperar com as autoridades,
embora outras não estejam a fazê-lo.
Mas “está-se à procura de uma solu-
ção para um problema que ainda não foi
documentado”, salientou o senador Ron
Wyden. A quantidade de telefonemas rea-
lizados usando esta tecnologia é ínfima se
comparada com o que sucede nas redes
convencionais.
O Departamento de Justiça dos EUA
pediu à Comissão Federal de Comuni-
cações (FCC) que esta
requeira às empresas for- PEDRO
necedoras de serviços de
telefonia VoIP para integrarem equipa-
mentos que facilitem as escutas judiciais.
dos Macintosh e manter o
iPod actualizado de cada vez
que se liga o computador, o
iPod foi dos primeiros dis-
positivos deste tipo a dispor
de uma porta FireWire para
a transferência rápida de
informação — e em apenas
10 minutos passou a ser pos-
sível encher o iPod com mil
canções (30 vezes mais rápido
que fazer a transferência das
músicas para um leitor de
MP3 usando uma porta USB,
como era o caso do Nomad, da
Creative Labs).
Uma das principais
características do iPod era
a sua miniaturização, pois
ele tinha as dimensões e os
contornos de um baralho
de cartas. Steve Jobs disse
mesmo nessa altura que
o iPod representava uma
revolução na área da música
digital: “Com o iPod, a Apple
inventou uma categoria de
leitores de música digitais
totalmente nova, que per-
mitem colocar uma colecção
de música inteira no bolso
e ouvi-la onde quer que se
vá. Com o iPod, ouvir música
nunca mais será o mesmo. Pensamos
que este será um grande passo em
frente.” ● RUI JORGE CRUZ
Em paralelo, estes operadores estão a ser
pressionados para contribuírem para o
fundo de serviço universal, usado para
subsidiar os serviços telefónicos em zonas
de mais difícil acesso ou de baixos rendi-
mentos.
Esta atenção aos operadores de VoIP
não é nova. Já a 15 de Dezembro de 2003,
a Electronic Privacy Information Center
(EPIC) enviara uma carta à FCC incenti-
vando-a a garantir a privacidade no VoIP
como forma de “acelerar
FONSECA a adopção e segurança da
telefonia na Internet”. Para
Marc Rotenberg, director executivo desta
organização de defesa dos direitos e liber-
dades cívicas, deve-se garan-
tir que “a recolha de dados é
justa, transparente e legal”
para garantir a “confiança
dos consumidores, estabele-
cer um ambiente económico
estável e facilitar os bene-
fícios das novas tecnologias
enquanto se salvaguardam
interesses fortes”.
Apesar de se referir
também às questões comer-
ciais que podem advir da
utilização do VoIP — por
se garantir o conhecimento
localizado de cada utili-
zador (ou, pelo menos, de
cada computador usado)
—, a EPIC salienta que ela
deverá ser usada “para faci-
litar comunicações entre
pessoas, não para permitir
a vigilância os cidadãos”,
complementando que o
requerimento para que
a VoIP “contenha meca-
nismos de vigilância para
uso governamental poderá
igualmente criar buracos
de segurança na tecnologia
VoIP, que pessoas não auto-
rizadas poderiam usar para
espiar cidadãos”. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .3
 dica
Configurar o Chkdsk
com o comando Chkntfs
No Windows 98, da Microsoft, existia uma
aplicação do sistema que permitia verificar
a existência de erros nos discos — e corrigi-
los, dentro do próprio Windows —, que dava
pelo nome de Scandisk. No Windows 2000
e, depois, no Windows XP, este programa
desapareceu, mantendo-se apenas o Chkdsk,
que funciona apenas na linha de comandos,
com parte das funcionalidades, e na consola
de recuperação com todos os parâmetros. O
Chkdsk pode, pois, ser executado de dentro
do próprio Windows — mas só com parte dos
parâmetros.
O programa é automaticamente executado
no arranque do sistema operativo, quando
se reinicia o computador na sequência de
um qualquer problema. Mas ele poderá
ser configurado para ser executado — em
discos formatados com o sistema de ficheiros
NTFS — para correr sempre no arranque,
independentemente de ter havido (ou não)
problemas antes.
O comando Chkntfs permite configurar a
maneira como a verificação do disco é feita
durante o arranque do computador. Para
correr este comando, é preciso abrir, no menu
Iniciar, o comando Executar. Aí, em Abrir,
deverá escrever-se “chkntfs”, seguido dos
respectivos parâmetros:
CHKNTFS <volume>:
CHKNTFS /D
CHKNTFS /T:hora
CHKNTFS /X <volume>:
CHKNTFS /C <volume>:
Estes parâmetros significam o seguinte:
<volume> - especifica a letra da unidade de
disco seguida de dois pontos;
/D - restaura o comportamento pré-definido
do computador, sendo todas as unidades
verificadas durante o arranque e o Chkdsk
executado para aquelas que estiverem
danificadas;
/T:hora - altera a hora de contagem
decrescente para o início do Autochk para
a quantidade de tempo em segundos
especificada; se a hora não for especificada,
apresenta a definição actual;
/X - exclui uma unidade da verificação pré-
definida durante o arranque; as unidades
excluídas não são acumuladas entre
invocações de comandos;
/C - agenda uma unidade para ser verificada
durante o arranque, sendo o Chkdsk
executado se a unidade estiver danificada.
Se não forem especificados quaisquer
parâmetros, o Chkntfs indicará se a unidade
especificada está danificada ou tem uma
verificação para ser executada no reinício
seguinte.
No nosso exemplo, visível na imagem,
mandámos excluir da verificação no arranque
as unidades de disco D e E. Quando se carrega
no botão OK, abre-se, por breves instantes,
uma sessão da linha de comandos (que,
logo a seguir, se encerra a si mesma). As
configurações definidas serão aplicadas na
vez seguinte que o computador e o respectivo
sistema operativo arrancarem. ● JOSÉ DOUTIL
computadores .4
PROJECTO-PILOTO CONTOU COM MAIS DE 9 MIL PARTICIPANTES
Boa aceitação das mesas
de voto electrónico
O
S ELEITORES portugueses
envolvidos na iniciativa-
piloto de voto electrónico
mostraram mais uma
vez a sua grande recep-
tividade ao uso das tecnologias de
informação naquela que foi a terceira
experiência neste domínio — reali-
zada nas eleições de dia 13 de Junho
para o Parlamento Europeu. Mais de
9 mil eleitores acederam a fazer um
segundo voto, sem validade legal,
testando um sistema diferente do
voto tradicional que pretende trazer
vantagens em termos da fiabilidade,
segurança e rapidez no apuramento
dos dados.
O resultado desta experiência
— conduzida pela Unidade de Missão
Inovação e Conhecimento (UMIC) em
conjunto com o Secretariado Técnico
dos Assuntos para o Processo Eleitoral
(STAPE) — foi considerado muito posi-
tivo por Diogo Vasconcelos, gestor da
UMIC. Nas nove freguesias escolhidas
para a experiência (ver “Portugal volta
a ensaiar o voto por computador”, na
edição de 7-6-2004 de Computadores),
a adesão foi significativa,
tendo-se a situado a per- FÁTIMA
centagem de eleitores / Casa
que repetiu o voto em
formato electrónico entre os 25 e os
82 por cento do total de votantes nas
mesas de voto em causa.
A participação mais significativa
foi registada em Salir, no concelho de
Faro, onde 82 por cento dos eleitores
que votaram naquela freguesia experi-
mentaram também colocar o seu voto
no sistema electrónico — respondendo
ainda às duas questões colocadas pela
máquina e a inquéritos presenciais
recolhidos pela empresa EuroExpan-
são.
Entre os mais de 9 mil eleitores,
contou-se também o primeiro-minis-
tro, Durão Barroso, que afirmou
esperar introduzir o uso generalizado
do voto electrónico se houvesse uma
boa adesão dos portugueses. Diogo
Vasconcelos não quis adiantar qual-
quer previsão sobre a possibilidade de
introduzir este método de votação na
legislação eleitoral — que ainda não
permite o recurso ao voto electrónico
com vínculo legal — mas admite que
a adesão registada venha a tornar
incontornável um maior debate
sobre se valerá ou não a pena colocar
os mecanismos e as tecnologias da
sociedade da informação ao serviço do
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UMIC
aprofundamento da democracia. para além de assegurar a possibili-
“Acho positivo ter-se colocado dade de os emigrantes portugueses
na agenda uma questão que actual- no estrangeiro votarem no mesmo dia
mente já não tem desafios tecnológicos da população residente em território
[insolúveis]. Cabe agora nacional. Ao mesmo tempo, fazendo
CAÇADOR aos decisores políticos aumentar a facilidade e o conforto do
dos Bits reflectirem sobre a processo de voto, o recurso aos métodos
forma de dar maior electrónicos poderá também constituir
conveniência ao voto”, explicou Diogo uma forma de combater a abstenção.
Vasconcelos. Considerando este um Encarando este tema como um
passo muito significativo na evolução desafio que se coloca aos decisores
para uma forma mais conveniente de políticos, Diogo Vasconcelos consi-
UMIC dera também que este é um processo
de aprendizagem, já que são poucos os
países que adoptaram já generaliza-
damente sistemas de voto electrónico,
pois ainda se colocam muitas questões
em relação a este sistema.
Os sistemas e equipamentos
utilizados nesta experiência foram
fornecidos por três parceiros tecnoló-
gicos, tendo a UMIC considerado que
todos estiveram à altura do projecto-
piloto. A excepção aconteceu numa
máquina de validação da Multicert,
desenvolvida em parceria com a PT
Inovação (do grupo Portugal Telecom)
— a qual, durante as primeiras horas
da manhã, não estava a validar os car-
tões, impedindo a utilização de uma
mesa de voto. Este problema técnico
terá impedido uma maior participação
na votação electrónica na freguesia de
votar, o gestor da UMIC recorda que Paranhos, no Porto, contribuindo para
o voto electrónico possibilitará a qual- fazer desta a excepção num dia em que
quer eleitor o exercício do voto numa as tecnologias não ensombraram os
mesa de voto de qualquer freguesia, resultados positivos da experiência. ●
93 por cento disseram preferir o voto electrónico
Os resultados das respostas às duas questões colocadas aos eleitores nas
máquinas de votos reflectem a adesão muito positiva de quem experimentou
este sistema. 97 por cento das respostas afirmam que gostaram deste modo de
voto, enquanto 93 por cento considerou mesmo que prefere este sistema ao
tradicional boletim em papel — conforme mostram os dados apurados logo no
dia das eleições.
Os resultados políticos, da escolha dos partidos, não serão divulgados — até
porque estes votos expressos nas urnas electrónicas não têm validade legal
— mas, segundo os responsáveis da UMIC, se houvesse interesse em fazê-lo,
esses valores finais poderiam ter sido conhecidos logo às 19h30 do próprio dia
13 de Junho, tal como aconteceu com os resultados da primeira experiência.
Para além deste questionário, nas máquinas, a empresa de estudos de opinião
EuroExpansão realizou ainda um inquérito presencial, que contou com
respostas de mais de 80 por cento dos eleitores que experimentaram o novo
de sistema voto. Estes dados deverão ser conhecidos nas próximas semanas,
enriquecendo o estudo da receptividade dos eleitores com mais informação,
nomeadamente a classificação da amostra de eleitores. ● F.C. / CdB
da.net

Internet sem fios já disponível

em 20 estações dos CTT…
Os CTT disponibilizam, desde a passada semana,
um acesso sem fios de alto débito à Internet em
20 estações dos Correios, situadas nas cidades
anfitriãs do Euro 2004. O serviço, resultante de um
acordo com a Portugal Telecom (PT), foi inaugurado
na quarta-feira em Lisboa, onde o serviço estará
disponível em sete estações, conforme apurou a
Lusa junto da empresa: Terreiro do Paço, Gare do
Oriente, Estação do Rato, Campolide, Colombo,
Santa Marta e Casal Ribeiro. Nas restantes cidades
onde se disputam jogos do campeonato europeu
de futebol (Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Guimarães
e Braga), poderá aceder-se à Internet sem fios em
duas estações, à excepção de Faro, que contará
apenas com uma. Os clientes podem aceder ao
serviço usando os quiosques NetPost instalados nas
estações ou servindo-se dos seus próprios portáteis
ou computadores de bolso. Nas estações, poderão
também ser adquiridos os vales da PT que dão
acesso ao serviço durante uma hora, um dia
ou uma semana. ●

… mas Economia requer análise

do contrato com a PT
Ao todo, a PT irá instalar 280 pontos de acesso à
Internet a alta velocidade e sem fios (baseada na
tecnologia Wi-Fi) nas estações dos CTT, dos quais
150 até Janeiro do próximo ano e os restantes até
final de 2005. O contrato deste serviço Wi-Fi tem a
duração de cinco anos e o investimento nos postos
é feito pela PT. Os CTT terão uma percentagem
sobre as receitas de tráfego, conforme explicou à
Lusa o seu administrador Manuel Baptista, embora
sem adiantar valores. O contrato dos CTT com a PT
— que inclui também a gestão da infra-estrutura
de telecomunicações dos Correios — está a ser
investigado pela Autoridade da Concorrência a
pedido do Ministério da Economia no que respeita
às regras de igualdade de tratamento dos vários
consórcios que concorreram e ao respeito pelas
regras da concorrência. Fonte oficial dos CTT
reiterou à Lusa que entregou ao Governo todas as
informações sobre o contrato e até ao momento não
foi contactado pela Autoridade da Concorrência para
prestar esclarecimentos. ●

PT alarga acesso a Net sem fios

a nove países europeus
A Portugal Telecom (PT) anunciou no passado dia 11
de Junho que assinara acordos de “roaming” com a T-
Mobile e a Telia-Sonera, os quais permitirão aos seus
clientes terem acesso à Internet sem fios (baseada na
norma Wi-Fi) em nove países europeus. Os clientes
da operadora portuguesa de telecomunicações

www.publico.pt
passam a ter acesso a mais de três mil “hotspots”
(pontos de acesso à Internet sem fios) na Alemanha,
Áustria, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Noruega,
Reino Unido, República Checa e Suécia. A utilização
do serviço será facturada pelo operador do país de
origem. Para os clientes de operadores estrangeiros
com os quais a PT ainda não tem acordos de
“roaming”, a PT Wi-Fi, através da TMN, disponibiliza
acessos de uma hora, um dia ou uma semana. A PT
dispõe já de mais de 200 “hotspots” em Portugal,
entre estádios, hotéis, restaurantes, centros de
congressos, estações de correio, estações de serviço,
esplanadas e cadeias de comida rápida. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .5
 ESTUDO NA OCDE SOBRE BANDA LARGA MOSTRA ATRASO EUROPEU FACE AOS EUA
Universidade de Lisboa
e Microsoft assinam protocolo…
A Universidade de Lisboa e a Microsoft assinaram na passada
quinta-feira um protocolo de colaboração que permitirá
o acesso de estudantes e investigadores universitários a
Pouca largura de banda
para preços elevados
ferramentas e soluções inovadoras ao nível de sistemas
operativos e “software” da empresa. João Oliveira, responsável
pela área das universidades na Microsoft, citado pela Lusa,
assinalou que este protocolo cobre uma série de áreas de
acção das universidades, nomeadamente no âmbito da

O
relação com o meio empresarial e do apoio à transformação JAPÃO E A
das “boas ideias” que surgem nas universidades em Coreia do Sul
projectos empresariais viáveis. João Oliveira precisou continuam
que, no âmbito deste protocolo, poderá haver visitas de à frente dos
pessoas da universidade a centros da Microsoft Research, restantes
particularmente ao centro de investigação de Cambridge, países na disseminação da
no Reino Unido, e deslocações a Portugal de investigadores banda larga, seguindo-se o
da Microsoft para partilha de experiências. Este iniciativa Canadá e os Estados Unidos
inscreve-se, por outro lado, no esforço que a Microsoft tem da América — enquanto a
vindo a desenvolver, de forma mais visível, em resposta Europa mantém, em média,
às críticas ao carácter “fechado” do seu “software”,por preços elevados para uma
contraposição aos sistemas operativos e aplicações do reduzida largura de banda.
universo do chamado “open source” (de que o exemplo mais Segundo um estudo de
mediático é sistema operativo Linux). ● “benchmarking” dos custos
da banda larga nos países
… para maior acesso ao ‘software’ da Organização para a Coo-
peração e Desenvolvimento
e seu código-fonte
Económico (OCDE), divul-
Aquele director da empresa adiantou que, a um preço gado na passada semana e
simbólico de mil euros, a Microsoft disponibilizará à que se pretende um instru-
Universidade de Lisboa, o “software” necessário para o ensino mento de trabalho para os
e investigação, como sistemas operativos, a “suite” do Office (o responsáveis políticos por
pacote de programas que inclui processador de texto Word, estas questões, a Bélgica
a folha de cálculo Excel, a base de dados Access e o programa lidera na Europa em termos
de apresentações Powerpoint, entre outros) e ferramentas de oferta de preços mas é
de desenvolvimento. Acrescentou ainda que os estudantes a Suécia quem ganha em
poderão utilizar em suas casas este “software” para efeitos termos de velocidade.
de estudo e investigação. Além disso, a universidade irá ter Os autores, Sam Pal-
acesso ao código-fonte dos sistemas operativos Windows e tridge e Masayuki Matsui,
a ferramentas apropriadas de desenvolvimento para efeitos afirmam que o rácio de preço e
de investigação, ficando comprometida a não o divulgar desempenho são indicadores
— conforme sublinhou João Oliveira. Outra vertente do fiáveis para avaliar o desen-
protocolo é a de permitir a alunos obterem certificações volvimento da
da Microsoft e uma iniciativa para apoiar a produção e a banda larga PEDRO
publicação de trabalhos científicos (os chamados “papers”) no nos países
âmbito da universidade e na área do “software”.● analisados. O Japão e a
Coreia do Sul distanciam-se
28 milhões de brasileiros adultos dos restantes países por
terem os menores custos e
já usaram a Net
uma maior oferta de largura
Cerca de 28 milhões de brasileiros adultos — ou seja, algo de banda; mas o estudo con-
como 16 por cento da população — já utilizaram a Internet clui também que, além desta
pelo menos uma vez. Quem o diz é Instituto Brasileiro Coreia e do Japão, o Canadá,
de Opinião Pública e Estatística (IBOPE), que promoveu os EUA e a Bélgica “têm os
a realização de uma sondagem, cujos resultados foram mercados mais competitivos
divulgados no passado dia 8. A sondagem IBOPE mostra em termos de preços do [ope-
que os utilizadores brasileiros da Internet preferem os “sites” rador] incumbente”.
de universidades, órgãos da administração pública e os A Coreia do Sul é um
especializados em oferta de empregos. No primeiro trimestre caso curioso, porque, no ano
deste ano, 37 por cento dos utilizadores brasileiros disseram passado, atingiu o “ponto de
usar a Web para ouvir rádio e 36 por cento já participaram saturação”, com mais de 70
em “espaços de diálogo” (os chamados “chats”). Fábia Juliasz, por cento dos lares a dispo-
directora do IBOPE, disse que os brasileiros estão entre os rem de ligação à Internet por
utilizadores que mais usam os recursos da Internet:“Os banda larga.
utilizadores brasileiros não ficam devendo nada para os A penetração e a aces-
usuários de países mais desenvolvidos”,referiu a responsável sibilidade são apenas dois
pela sondagem. Nos Estados Unidos da América, o número indicadores do desenvolvi-
de utilizadores ligados à Internet em Março ascendeu a 200 mento dos acessos em banda
milhões, cerca de 75 por cento da população. ● larga, a que se devem juntar o
preço e a qualidade de serviço
Campanha da Panda contra os vírus pelo valor pago. “Em muitos
países, a oferta básica de
A Panda Software e a Associação de Internautas banda larga começa nos 256
apresentaram na passada quinta-feira em Madrid aquilo Kbps (ou mesmo 128 Kbps,
que classificam como “a primeira campanha mundial de nalguns casos)”, refere o
segurança da rede informática”,numa altura em que, afirmam, estudo. “Noutros países, como
circulam na Internet mais de 76 mil vírus. A campanha tem o Japão ou a Suécia, por um
como lema “limpando o planeta de vírus” e, segundo a Panda, preço similar, está disponível
está acessível aos 730 milhões de internautas que existem um serviço de 26 Mbps”. E o
no mundo, através do “site” www.worldwidesecure.org. estudo dá mais pormenores
Português, inglês, castelhano e francês são quatro das do exemplo japonês, onde,
oito línguas da campanha, disponível até 31 de Julho no em 2003, se tinha acesso a
endereço electrónico da Panda Software e onde é possível um serviço de 100 Mbps por
encontrar soluções gratuitas para eliminar os vírus e várias um preço inferior a serviços
informações para proteger os PC das ameaças que circulam de 128 Kbps “em vários outros
na Net. De acordo com a Panda Software, circulam hoje países”.
na Net mais de 76 mil vírus e “worms”,dos quais 1600 são Estes 128 Kbps — dispo-
bastante activos, surgindo diariamente até 100 novos vírus. A níveis em Portugal, por exem-
campanha conta com a adesão de quase 200 países, entre os plo, como serviço RDIS — não
quais Portugal, contando o projecto com apoios públicos e são sequer considerados nou-
privados de mais de meia centena de países. ● tros países como banda larga
e o estudo salienta que se
centrou principalmente nas
ofertas acima de 250 Kbps.
Quanto aos operadores
incumbentes (os ex-incum-
bentes ou herdeiros dos
antigos monopólios de teleco-
municações), “raramente têm
a oferta menos
FONSECA cara para o
acesso a banda
larga mas o seu tarifário é
um indicador importante da
competitividade geral de
qualquer mercado”, diz o
estudo. “Para mais, os opera-
dores incumbentes têm nor-
malmente a maior cobertura
geográfica e a maior quota de
mercado, enquanto a oferta
de outros fornecedores de
serviço podem estar limitadas
a localizações específicas”.
O estudo aponta duas
formas para analisar os ser-
viços oferecidos pelos incum-
bentes. No plano da largura
de banda, independente-
mente do preço, à japonesa
NTT (com 24 Mbps) segue-se
a KT (na Coreia do Sul, com
8 Mbps), a norte-americana
Verizon (7,1 Mbps) e a Bell
Canada e Belgacom, ambas
com 3 Mbps.
O segundo olhar é feito
por comparação de tarifários
de serviços com transferên-
cia ilimitada de dados. Neste
caso, os preços mensais mais
baixos são da Slovak Telecom
(22 dólares para 384 Kbps),
KT (25 dólares para 1,5
Mbps), Bell Canada (26 dóla-
res para 1 Mbps) e da Verizon
— 29 dólares para 1,5 Mbps.
O melhor rácio em termos de
preço e “performance” é, pro-
vavelmente, o da oferta de 8
Mbps por 34 dólares da KT,
refere o estudo.
No geral e tomando em
conta todos os aspectos de ser-
viço e o preço, o estudo aponta
os mercados mais competiti-
vos em termos de tarifários
dos incumbentes como sendo
a Coreia, o Canadá, os EUA, o
Japão e a Bélgica. A Portugal
Telecom (PT) posicionava-se,
de acordo com os dados de
Outubro de 2003 referidos no
estudo, em 11º lugar para um
preço de cerca de 40 dólares
mensais para o serviço DSL
de 512 Kbps.
Portugal é um dos três
países da OCDE — a par da
Islândia e da Nova Zelândia
— onde existe uma distinção
entre transferência de dados
nacionais e internacionais
para fins tarifários no caso da
Portugal Telecom (PT), sendo
o mais caro por comparação
com os outros dois países. Já
a concorrente sua Cabovisão
é citada por ter preços seme-
lhantes para serviços idên-
ticos mas sem diferenciação
entre transferências domésti-
cas e internacionais no serviço
de 512 Kbps — mas, tal como
o exemplo dado da Novis, os
preços eram em geral mais
elevados que os da PT para
os mesmos débitos mensais,
custos adicionais por cada
megabyte descarregado ou
pela instalação do serviço.
No entanto, a Cabovisão
tem uma oferta única em Por-
tugal, que é a base para uma
maior disseminação da banda
larga, com a generalização do
“triple play” — Internet, tele-
fone e televisão —, de acordo
com um estudo da Strategy
Analytics do final de Maio
(ver www.strategyanalytics.c
om/press/PR00121.htm ).
O trabalho “Broadband in
Europe: Competition Heats
Up At Last” apontava para
a existência de 33,5 milhões
de assinantes europeus de
banda larga no fim de 2003,
num total de 20 por cento dos
lares, mas “a falta de con-
corrência, no entanto, está a
deixar os grandes mercados
da Europa atrás de países
pequenos e mais ágeis”.
A disseminação da
banda larga no Reino Unido,
Alemanha e Itália apenas
chegou aos 13 a 15 por cento
de lares no final do ano pas-
sado, cerca de metade do
obtido em países como a Bél-
gica, Holanda ou Dinamarca.
Portugal contava com 13,1
por cento, com menos de 5
por cento de ligações em DSL
— ao contrário da tendência
da maioria dos países ana-
lisados, onde os acessos via
cabo são minoritários.
A consciência de que
preços elevados para
baixos débitos não é o que
interessa aos utilizadores
levou a operadora incum-
bente espanhola Telefónica
a requerer, no início deste
mês, à entidade reguladora
Comisión del Mercado de
Telecomunicaciones (CMT)
a autorização para duplicar
a velocidade de acesso dos
seus serviços de ADSL
sem qualquer aumento de
preço.
Pressionada pela
entrada no mercado espa-
nhol das ofertas de banda
larga de 1 Mbps das concor-
rentes PLC e da Jazztel, a
Telefónica anunciou querer
acabar com o acesso a 256
Kbps e os clientes deste
serviço passam a ter acesso
a uma linha de 512 Kbps
por 39 euros mensais. Os
que antes tinham este
débito passam para os 1024
Kbps a um custo de 75 euros,
enquanto os clientes com
acessos a 2 Mbps pagam 120
euros mensais. A operadora
espanhola vai ainda criar
um novo serviço a 4 Mbps a
troco de 150 euros.
Para o jornal diário “El
Mundo”, a Telefónica terá
“chegado à conclusão de que
os utilizadores estão mais
interessados num aumento
de velocidade do que na redu-
ção das tarifas”. A decisão da
CMT deverá ser conhecida no
prazo de três meses. ●

computadores .6 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4
 virose
Dia 21

OS VÍRUS DA SEMANA
W97M/Yous, WM/MDMA.C;D;H,
Detectado o primeiro ‘worm’ para telemóveis W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1,
W97M/Opey.bg
Foi detectado na semana passada o primeiro “worm”que se propaga através de elevado consumo da bateria causado pelo processo Dia 22
redes de telemóveis.Trata-se do Cabir, que só afecta telemóveis com o sistema de busca de outros dispositivos nas imediações VBS/Alphae, W97M/Cobra.a1,
operativo Symbian, muito usado em modelos de gama alta de marcas como a através do Bluetooth. W97M/Alamat, WM/MDMA.C;D;H,
Nokia, a Siemens, a Sony Ericson e a Motorola — parceiros W97M/Yous
num consórcio constituído com a Psion há uns anos a Zafi com mensagem política
fimj de desenvolver um sistema operativo para Dia 23
WM/MDMA.C;D;H, VBS/
telemóveis de segunda e terceira geração. Também durante a semana que
Valentin@MM, TRASHER.D, WM/
O autor (ou autores) do “worm” passou, surgiu uma nova variante do NOMVIR.A;B, VBS/San@M, WM/
esconde-se por trás do pseudónimo “worm”de distribuição em massa por ANGUS.A, WM/ANGUS.A, W97M/
Vallez, que tem sido usado por correio electrónico Zafi (ou Erkez, segundo Alamat, W97M/Cobra.a1, W97M/
um grupo internacional de autores a Symantec), que se caracteriza por se propagar Bablas.aj, W97M/Melissa.o@mm,
de vírus denominado 29a. Este através de mensagens em várias línguas e WM/Niknat.A, W97M/Azrael
grupo especializou-se em criar vírus tentar destruir programas de segurança nos
Dia 24
demonstrativos de um certo conceito computadores infectados.
W97M/Bablas.aj, W97M/
(“proof-of-concept”), ou seja, que servem O Zafi.B, quando é executado, copia-se a si Cobra.a1, W97M/Alamat,
para confirmar a possibilidade de conseguir próprio para a pasta do sistema sob a forma WM/ANGUS.A, WM/
determinados fins. São exemplos disso o Cap, o de dois ficheiros com nomes aleatórios de MDMA.C;D;H, WM/CONCEPT.L;M,
primeiro vírus de macro a causar uma epidemia oito caracteres, um com a extensão .exe W32/Winur.worm.a, W32/
global, o Stream, o Donut, o primeiro vírus para o e o outro com a extensão .dll. Ele procura Winur.worm.b
.Net e o Rugrat, o primeiro vírus de 64 bits. Ora o pastas de partilha com nomes que incluam
Dia 25
Cabir não foge à regra, servindo, antes do mais, para as palavras “share”ou “upload”,copiando-se a
W32/Winur.worm.b, X97M/
mostrar que é possível criar vírus para a plataforma das si próprio para essas pastas com um dos seguintes Hongo.c, W32/Urick@MM, W32/
telecomunicações móveis. nomes: winamp 7.0 full_install.exe ou Total Commander Winur.worm.a, WM/MDMA.C;D;H,
O Cabir é transmitido como um ficheiro SIS — formato de 7.0 full_install.exe. AOS.A, VBS/Zync, Acid.A
ficheiros de distribuição do Symbian — mas disfarçado O “worm”também impede que o utilizador corra (intended), W97M/Cobra.a1,
de utilitário Caribe Security Manager (que faz parte do aplicações que contenham no nome as seguintes palavras: VBS/Alphae, W97M/Alamat,
“software”de segurança do telemóvel) e com o nome “regedit”,“msconfig”e “task”.Ele tenta ainda substituir os ficheiros W97M/Jackal.A, W97M/Multi.a,
X97M/Anis
Caribe.sis. Quando o ficheiro infectado é executado, o ecrã do executáveis dos programas de “firewall”e antivírus por cópias suas.
telemóvel apresenta a palavra “Caribe”.O “worm”entra no sistema e será activado de As mensagens que o propagam são enviadas para endereços recolhidos no Dia 26
cada vez que o telemóvel for iniciado. computador infectado, a partir de uma grande variedade de ficheiros — endereços W97M/Alamat, W97M/Cobra.a1,
Ele faz uma busca à procura de outros telemóveis que possam estar acessíveis esses que também são usados no campo do remetente. As mensagens podem ser VBS/Gaggle@MM, WM/
através da tecnologia Bluetooth (uma norma de rádio para troca de dados entre em húngaro, alemão, holandês, inglês, francês, italiano, sueco, russo e castelhano. Ele TAMAGO.A, W95/CIH.1003,
dispositivos e que, na sua primeira versão, tem um alcance de 10 a 15 metros), pode fazer aparecer no ecrã uma mensagem em húngaro que, em inglês, poderá X97M/Reten.d, WM/MDMA.C;D;H
enviando então uma cópia de si próprio para o primeiro que encontra.Também ser traduzida do seguinte modo:
Dia 27
é possível que ele consiga enviar-se para outro tipo de dispositivos que utilizem “We demand that the government accomodates the homeless, tightens up the
WM/MDMA.C;D;H, WM/
aquela tecnologia, como impressoras, por exemplo; mas, neste caso, já não haverá penal code and VOTES FOR THE DEATH PENALTY to cut down the increasing crime. HELPER.F;G;H, VBS/Gaggle@MM,
lugar a infecção, pois o sistema operativo não existirá ou não será o mesmo. Jun. 2004, PÉcs (SNAF Team).” W97M/Trugbar.a, W97M/
O Cabir não apresenta nenhuma acção destrutiva, não tendo sido detectados, até Já a primeira variante do Zafi apresentava uma mensagem política de teor Cobra.a1, W97M/Alamat, W97M/
ao momento, quaisquer incidentes de segurança — sendo apenas de assinalar o patriótico também relativa à Hungria. ● JOSÉ DOUTIL Jackal.A

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .7
 DLI com novos
accionistas…
A DLI-Distribuição e
Logística Informática
registou recentemente
uma recomposição da
sua estrutura accionista. A
anterior resultara de uma
abertura do capital e da
entrada de investidores
espanhóis, tendo 70 por
cento da DLI passado a
pertencer à Mercapital,
uma empresa de capital
de risco. Desde o início
deste ano, a DLI voltou
a ser uma empresa de
capitais nacionais, com
90 por cento detidos por
Paulo Nunes, seu fundador
e director-geral, e 10 por
cento pela equipa de
gestão da DLI. Segundo
os actuais responsáveis,
esta operação marca o
abandono do projecto
de criar um distribuidor
ibérico,“iniciado em 1994
e reforçado em 2004”.“A
DLI Portugal sempre teve
uma estratégia de ser um
distribuidor puro, que
trabalha com as principais
marcas”,ao passo que a
congénere espanhola
sempre terá tido uma
estratégia de montagem
própria de computadores,
com marca própria.
“Com duas estratégias e
visões diferentes sobre
o mercado, tornava-se
inevitável a separação das
duas empresas, que já se
anunciava pelo menos
desde o início de 2000,
quando o mercado de
capitais entrou em rota
descendente e o projecto
para levar a então empresa
ibérica para a bolsa ficou
inviabilizada”.●
… e aposta no
valor acrescentado
O investimento global
desta reaquisição do
grupo DLI, já com onze
anos de actividade no
mercado português,
foi de 5,9 milhões de
euros,“provenientes de
capitais próprios e de um
financiamento bancário”,
a liquidar em três a quatro
anos. Esta alteração não
deverá alterar o rumo da
DLI: os critérios de gestão
e a estratégia da empresa
já estão definidos desde
há três anos:“serem
progressivamente e cada
vez mais um distribuidor
de valor acrescentado, mais
próximo do revendedor
e do fabricante”.A
orientação tem sido
“vender menos produtos
e distribuir mais soluções,
de sistemas e servidores,
armazenamento de médio
porte, resultando num
redução de volume de
negócio nos últimos três
anos, acabando com a
venda de produtos de alta
rotação”, maiores margens
e implicando uma redução
de funcionários (de 122 em
2000 para 75 em 2003). ●
computadores .8
GESTÃO DOS PROCESSOS HOSPITALARES E TELEMEDICINA EM DEBATE
Tecnologias para
melhor tratar da saúde
A
FORMA COMO as novas Existem no hospital 325 compu-
tecnologias podem ser tadores pessoais, 80 impressoras
utilizadas ao serviço da
e 22 servidores. Por detrás destas
saúde, tanto em projec-
máquinas está também um “back-
tos de telemedicina bone” capaz de débitos até 3 gigabits
como na melhoria dos processos por segundo (Gbps), 488 portas acti-
de gestão hospitalar, foram o tema vas a 100 Mbps, 37 portas de fibra
de um seminário realizado, na óptica a 1 Gbps e 1450 tomadas de
passada quinta-feira, em Lisboa. rede.
A importância de se desenvolver Explica Cardoso Martins que,
mais projectos de telemedicina, ao instalar este sistema, a divisão
a forma como as soluções certas de informática do HAL procurou
podem facilitar a vida dos médicos melhorar a qualidade da solução
ou as vantagens da utilização de utilizada e ajudar os profissionais
“software” de código-fonte aberto a alcançarem um melhor desem-
foram alguns dos temas aborda- penho. A opção pelo “software” de
dos. código-fonte aberto esteve relacio-
Manuel Delgado, presidente nada com o facto de este permitir
da Associação Portuguesa de “desenvolver uma ferramenta e
Administradores Hospitalares,
disponibilizá-la sem a necessidade
considerou que a escassez de com- de se pagar custos adicionais”. A
petência técnica e a insuficiência da
utilização deste tipo de “software” é
informação disponibilizada tornam também “uma cultura que tem cres-
difícil corresponder às expectativascido ao longo dos últimos anos e que
dos utentes dos serviços de saúde. permite a qualquer pessoa melho- ‘mandou’ para a frente”, explicou acrescentando que, para o médico, a
rar e disponibilizar Álvaro Pacheco. Criou-se um telemedicina representa também a
as aplicações”. núcleo de telemedicina no Hospital quebra do isolamento que se verifica
Ter os diversos Santa Luzia e, só em 2003, foram quando se trabalha numa região
modelos e formu- efectuadas mais de 500 consultas mais periférica, proporcionando
lários necessários em que o médico e o doente troca- um acesso mais rápido e prático a
num hospital em ram, através de videoconferência, outras opiniões sempre que surgem
formato electró- opiniões com outro médico que se dúvidas.
nico, e privilegiar encontrava distante. A telemedicina na região do
a comunicação O número de consultas que Alentejo envolve já a ligação do Hos-
através de correio recorrem à videoconferência tende pital de Santa Luzia e do Hospital
electrónico foram a aumentar, uma vez que, no Espírito Santo, em Évora, a diver-
algumas das prio- primeiro trimestre deste ano, já sos hospitais de Lisboa — como o
ridades da nova foram realizadas 169. “Há muitas Hospital de S. José, o Hospital
solução, onde as vantagens, mas as principais são Egas Moniz e o Instituto Português
aplicações habitu- a redução da ansiedade do doente de Oncologia (IPO) — e a centros
ais do Office, da — que não precisa de esperar de saúde em Estremoz, Reguen-
Por isso, os responsáveis pela Microsoft, foram substituídas por muito pelo diagnóstico —, a maior gos, Odemira, Mora ou Alandroal.
aquisição das soluções informáti- outras equivalentes, baseadas em conveniência e conforto, e o acesso Também os hospitais de Beja, Serpa
cas para os hospitais, clínicas ou Linux. O processador de texto uti- mais rápido à informação de que se e Elvas dispõem já de consultas de
centros de saúde deverão ter em lizado é agora o Writer, a folha de necessita”, explica Álvaro Pacheco, telemedicina. ●
conta a necessidade de conter os cálculo chama-se Calc e a aplicação
custos, por um lado, mas também para criar apresentações electróni-
a resposta que é importante dar às cas é a Impress.
prioridades que se apresentam — e, No segundo ano de funciona- Telemedicina chega a hospitais
claro, às necessidades dos doentes. mento, esta solução está instalada nos Açores, Madeira e Canárias
O presidente da Associação Portu- em cerca de 40 postos de trabalho,
guesa de Administradores Hospita- o que representa cerca de 15 por Hospitais dos Açores, Madeira e Canárias vão passar a estar ligados
lares considerou ainda que, muitas cento do número de computado- através de uma rede destinada a consultas de telemedicina, a qual
vezes, quem compra as soluções não res existentes naquele hospital. possibilitará a prestação de cuidados de saúde à distância entre os três
possui a informação, a experiência Adiantou Cardoso Martins que arquipélagos — tal como anunciou na semana passada Francisco Coelho,
ou os conhecimentos técnicos ade- esta mudança levou já à poupança secretário açoriano dos Assuntos Sociais. Financiado pelo programa
quados. de cerca de 45 mil euros. “Esta não comunitário Interreg, o projecto destina-se também a promover a
António Cardoso Martins é é uma solução teórica, pois encon- investigação entre as unidades hospitalares das três regiões, ao mesmo
director da divisão de informá- tra-se já em funcionamento e com tempo que prevê a formação de pessoal médico no uso das novas
tica do Hospital Amato Lusitano os resultados esperados, financei- tecnologias, conforme adiantou Francisco Coelho numa conferência de
(HAL), em Castelo Branco, e apro- ramente, e um nível de fiabilidade imprensa realizada na cidade da Horta.
veitou este colóquio promovido pela superior às soluções de Windows Segundo este elemento do Executivo açoriano, citado pela agência Lusa,
revista “InterFace” para apresentar convencionais”. está já a decorrer o concurso público internacional para a aquisição
a solução informática adoptada por Para além dos projectos destina- do equipamento necessário para este projecto, o qual implicará um
aquele hospital, que é baseada no dos a facilitar a vida de quem traba- investimento de cerca de 1,1 milhões de euros.
sistema operativo Linux — ou seja, lha na área da saúde, o seminário Paralelamente a este projecto, os arquipélagos estão a desenvolver
foi desenvolvida com “software” serviu ainda para a apresentação uma outra parceria nas áreas da tele-radiologia, que envolve quatro
de código-fonte aberto, que é de outros projectos que colocam centros de saúde dos Açores numa experiência-piloto. As unidades da
gratuito e pode as tecnologias Povoação, Praia da Vitória, Velas e Madalena serão dotadas de meios
ser modificado ISABEL GORJÃO SANTOS de informação para acederem à distância a exames de radiologia fornecidos pelos
e adaptado às e comunicação hospitais, adiantou Francisco Coelho. O projecto, estimado em 3 milhões
necessidades dos utilizadores. Tal directamente ao serviço dos uten- de euros, será depois alargado a toda a rede de unidades de saúde do
solução irá futuramente abarcar tes. Álvaro Pacheco, director do arquipélago. Desta forma, será possível ter acesso ao histórico de exames
todo o Hospital Amato Lusitano, Hospital Santa Luzia, em Elvas, de imagiologia de um determinado utente, independentemente do local
onde trabalham 840 pessoas, onde e vogal da Associação para o onde ele se encontre.
existem 20 especialidades clínicas Desenvolvimento da Telemedi- Para financiamento complementar dos dois projectos, o Governo
e são efectuadas 50 mil consultas e cina, abordou as iniciativas na Regional dos Açores já apresentou ao Programa Operacional para a
520 mil exames médicos por ano. área da telemedicina que têm sido Sociedade de Informação (POSI) uma candidatura para o financiamento
Uma estrutura como esta levadas a cabo no Alentejo. “Foi a das comunicações externas e a aquisição do “software” necessário, o que
obrigou à instalação de uma rede necessidade e o facto de se tratar representará um investimento de 2,3 milhões de euros. ● Lusa
informática de grande dimensão. de uma região periférica que nos
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4
 ATÉ FINAL DE 2005 HAVERÁ 500 ENGENHEIROS NO NOVO LABORATÓRIO da.net

Siemens reforça
competências
multimédia de alto nível
Marcações de diligências judiciais
através da Internet
A marcação de diligências judiciais através da Internet em
todos os tribunais de primeira instância passou a estar
disponível desde finais do passado mês de Maio — divulgou
na altura a Direcção-Geral da Administração da Justiça
(DGAJ). Segundo esta, desde Novembro de 2002 que existe
a possibilidade de acesso às pautas públicas da distribuição
dos processos entrados nos tribunais de primeira instância.
Mas, a partir do dia 25 de Maio, a informação disponível na
Internet foi alargada à marcação de diligências processuais.
Com esta “nova e utilíssima funcionalidade”,adiantou a
DGAJ, o “público em geral — e os intervenientes processuais
em particular — passam, assim, a dispor de acesso a
informação essencial”,que, de imediato, através da consulta
do site www.tribunaisnet.mj.pt , permite obter todas as
informações relativas às marcações de diligências.“Esta
nova funcionalidade resulta do esforço de uma equipa
multidisciplinar da DGJA, que, nos últimos anos, vem
trabalhando no sentido de melhorar a eficácia e a eficiência
do serviço prestado pelas secretarias judiciais e que agora
perspectiva a anunciada inovação, visando o exterior”,
concluía a DGAJ. ●

Novos produtos de acesso

à Net para turistas do Euro 2004

U
M MODELO-PILOTO de
difusão (“broadcast”)
para ADSL destinado a
uma empresa do grupo
Portugal Telecom (PT)
e um outro de vídeo a pedido (“on-
demand”) são dois dos projectos em
que o novo Centro Multimédia da
Siemens Portugal está a trabalhar.
Oficialmente inaugurado no início
de Junho, o novo centro já emprega
mais de 300 engenheiros e deverá ser
ampliado até final de 2005 para aco-
lher um número de profissionais que
poderá ir até às cinco centenas.
Este é já o principal laboratório
multimédia do grupo alemão, a nível
mundial, tendo sido destinado à inves-
tigação e desenvolvimento na área das
aplicações e sua integração com redes
IP (baseadas no Internet Protocol) e
de telecomunicações móveis GPRS e
UMTS. A Siemens pretende aqui criar
um ecossistema que articule entidades
de investigação nacionais e estrangei-
ras, universidades e empresas, que,
juntas, vão trabalhar em conceitos
como o de “video streaming”, jogos em
Java, videotelefonia, vídeo a pedido ou
conteúdos para “broadcast” através de
redes de banda larga.
Para a concretização do projecto
foram investidos mais de 40 milhões
de euros, entre a instalação física
do laboratório e o recrutamento dos
recursos humanos, alguns dos quais
já estão a trabalhar na empresa há
alguns meses.
O investimento da Siemens é de
longo prazo mas a empresa espera
obter, até ao final do ano de 2004, uma
facturação de 50 milhões de euros. Em
“velocidade de cruzeiro”, que deverá
ser atingida em 2006, a expectativa
eleva-se para um montante anual na
ordem dos 100 milhões de euros. Em
Portugal, a empresa mantém projectos
com a maioria dos operadores de tele-
comunicações mas a Portugal Telecom
continua a ser o seu maior cliente nesta
área. No entanto, a grande maioria dos
projectos desenvolvidos neste centro
destina-se a clientes internacionais.
A infra-estrutura criada para
suportar o laboratório inclui mais de
uma centena de elementos de rede,
desde os núcleos das redes de UMTS
e de IP, equipamentos de banda larga,
acesso via rádio por UMTS, passando
pelos servidores que suportam os ser-
viços de vídeo em tempo real. Na inter-
ligação dos diferentes equipamentos,
foram utilizados 100 quilómetros de
cabo eléctrico e 20 quilómetros de
fibra óptica.
O Centro Multimédia junta-se,
assim, ao já criado Centro de Inova-
ção Óptica, a funcionar há 14 meses
também em Alfragide e que conta
com o “know-how” de cerca de 500
engenheiros — confirmou João Picoito,
membro do conselho executivo da Sie-
mens. ● F.C. / CdB
As empresas que prestam serviços de acesso à Internet — os
chamados Internet Service Providers (ISP) — estão a apostar
em produtos direccionados para os turistas que visitam
Portugal por ocasião do Campeonato Europeu de Futebol.
O Clix, do grupo Sonaecom, lançou na passada quarta-feira
o Clix Instant Access, um dia após o Sapo, do grupo PT, ter
lançado o Sapo Dial. Ambos os serviços estão disponíveis
em inglês, espanhol, francês e alemão. O acesso à Internet
pode ser configurado através dos “sites” do Sapo e do Clix, e,
como não é necessário preencher qualquer formulário de
registo, permite começar a navegar desde logo na Internet.
O cliente paga a ligação ao preço de uma chamada local de
acesso à Internet. No caso do Clix, para promover o serviço,
a empresa anunciou que iniciaria uma campanha junto das
companhias transportadoras aéreas nos pontos de turismo
e nos restaurantes e zonas de divertimento nocturno de
Lisboa e do Algarve. ●
Lotaçor comercializa pescado
através da Internet
A Lotaçor, empresa de lotas dos Açores, anunciou em
meados da passada semana a instalação de um sistema
de informatização dos seus postos de venda que
permitirá o arranque, até final do ano, da comercialização
na Internet do pescado descarregado nas ilhas
— noticiou a agência Lusa. António Raposo, presidente
da empresa, adiantou à Lusa em Ponta Delgada que,
numa fase inicial, de carácter experimental, as compras
via Internet só serão acessíveis a compradores do
arquipélago. Em função dos resultados dessa experiência,
que decorrerá até meados de 2005, a Lotaçor admite
abrir as vendas através da Internet a operadores do
exterior. A instalação do novo sistema informático das
lotas açorianas ficará concluída até Outubro próximo
em Ponta Delgada e Rabo de Peixe, avançando, depois,
para os postos de primeira venda da Lotaçor na Praia da
Vitória e São Mateus (na Ilha Terceira), Horta (no Faial), Vila
do Porto (em Santa Maria), Praia (na Graciosa), Velas (em
São Jorge), Madalena (na ilha do Pico) e Santa Cruz (nas
Flores). O volume de pescado vendido em 2003 nas lotas
dos Açores atingiu as 7500 toneladas, num valor de 23,5
milhões de euros. Com a introdução do sistema de vendas
através da Internet, a Lotaçor pretende ampliar o universo
da procura com vista à valorização do pescado açoriano. ●

S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .9
 FICHA S H A R E WA R E
SITE SPINNER 2.5, DA VIRTUAL MECHANICS

Para que cada um possa

Editor
Rui Jorge Cruz
Redactores, colaboradores
e cronistas
Ana Gerschenfeld, Ana Machado,
André Ruivo, António Granado,
Casa dos Bits, Fernando Santos,
Helena Viegas, Henrique Carreiro,
Henrique Saias, Isabel Gorjão
Santos, João Cruz, José Antunes,
José Doutil, Luís Félix, Miguel
Crespo, Nuno Bernardo, Paulo
Almeida, Pedro Fonseca, Rita
Cruz, Rita Hasse Ferreira
Secretariado
Paula Dias
Paginação
Ana Carvalho, Ivone Ralha,
Hugo Pinto, Jorge Guimarães
Projecto Gráfico & Designer
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Tomé e Guiné. Os preços incluem
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ter a sua página na Web
O
DESENHO de páginas
Web é, hoje em dia,
algo que está acessível
a qualquer utilizador
informático. Várias estilo para a página. Para o efeito,
são as ferramentas e aplicações
que permitem a qualquer pessoa
criar as suas páginas pessoais na
Web, desenvolvidas em linguagem
HTML, para divulgação do seu
currículo, partilha das suas
actividades de lazer ou interesses
do seu clube ou associação. Do
conhecido Front
Page, da Microsoft, NUNO BERNARDO
ao Dreamweaver,
da Macromedia, até às extensões
disponíveis nos programas de
uso comum — como o Word ou
Powerpoint, também da Microsoft
—, o utilizador doméstico pode
rapidamente converter os seus
documentos pessoais para formato
HTML e, em dois cliques, publicá-
los na Internet.
Para além destas alternativas,
fomos encontrar um novo produto
desenvolvido pela Virtual numa mesma página. Para tornar
Mechanics, o Site Spinner 2.5,
que, devido à sua excelente relação
preço/qualidade, tem conquistado
as atenções de milhares de
utilizadores em todo o mundo. Para
além de incluir as ferramentas
básicas para a criação simples de
páginas em HTML, o programa
oferece alguns utilitários-chave
para que todo o processo de criação
de um sítio na Web se processe
dentro da aplicação e não exija
outros programas — como um
editor de imagens, um cliente de
FTP (para que se possa colocar as
páginas num servidor de Internet)
e um corrector ortográfico.
O Site Spinner pode ser
obtido gratuitamente na sua
versão de “shareware” em http:
//www.virtualmechanics.com/.
O ficheiro de instalação não
ultrapassa os 6 megabytes, ou seja,
demorará apenas alguns minutos
copiá-lo para o computador.
Depois, é só correr o instalador
e, dois minutos depois, o Site
Spinner estará pronto a usar. Se
o leitor souber editar um texto no
Word ou criar uma apresentação
no Powerpoint, certamente não
terá dificuldades em usar este
programa. Se tiver problemas, o
ficheiro de ajuda oferecido com o
programa irá, certamente, tirar
todas as dúvidas e ajudá-lo a
aproveitar todo o potencial do
programa.
A criação de uma página na
Web começa com a definição de um
o Site Spinner inclui dezenas de
estilos próprios — as chamadas
páginas-mestras ou “templates” —,
que podem ser usados com ponto de
partida para a página pessoal. A
partir daqui, é só ir introduzindo
texto (que pode previamente ser
editado no processador de texto
incluído no programa)
e adicionar imagens.
E já sabe que, se a
fotografia ou a imagem a inserir não
tiver as dimensões ou características
correctas, o Site Spinner inclui um
editor de imagens próprio, que lhe
resolverá qualquer problema.
O programa inclui ferramentas
que permitem a criação simples
de tabelas — para simplificar a
consulta de informação —, bem
como os chamados iFrames, que
permitem sobrepor conteúdos
o sítio mais sofisticado, o Site
Spinner inclui um módulo de
“efeitos especiais”, muito usados
em sítios profissionais, que
permitem, por exemplo, alterar a
imagem ou um texto sempre que
quem acede à página passa com o
rato por cima de um botão.
Caso o utilizador pretenda dar
um aspecto mais sofisticado ao seu
sítio, o Site Spinner permite que,
além de texto e imagens, possam
ser usadas animações produzidas
em Flash, aplicações escritas
em Java ou ficheiros de som e
de vídeo — tudo para que cada
página seja única e cative quem
a ela aceder. Depois de todos os
elementos inseridos e ajustados
na página, e de todas as páginas
estarem criadas e devidamente
interligadas por um menu de
navegação, chegou o momento de
publicar o sítio na Web.
Para tal, o Site Spinner inclui
uma aplicação de cliente de FTP
para que o utilizador possa copiar
o seu sítio para o servidor da Web
onde as páginas serão tornadas
públicas. Quem não tiver acesso
a nenhum servidor de Web para
publicação de conteúdos poderá
recorrer a portais como o do
Sapo ou do Clix, que oferecem
gratuitamente aos seus clientes
espaço nos seus servidores para
publicação de conteúdos não
comerciais na Web: páginas
pessoais, de grupos, associações
ou meramente de lazer. Qualquer
pessoa pode, assim, criar e manter
o seu próprio sítio na Web sem ter
de despender qualquer quantia ou
demasiado tempo.
A Virtual Mechanics, empre-
sa editora do Site Spinner, dis-
ponibiliza uma aplicação mais
sofisticada para a criação de
páginas na Web, que permite a
criação de sítios animados. Ela
chama-se IMS Web Engine, agora
disponível em versão 2.0 beta
— um programa orientado para
utilizadores mais profissionais.
Para obter esta versão, é neces-
sário despender 90 euros, o dobro
do preço do Site Spinner (que
é 45 euros). Para aqueles que
pretendem uma ferramenta de
“freeware”, a mesma empresa
oferece o WebDwarf V2, que ofe-
rece menos funcionalidades mas
pode ser considerado um bom
ponto de partida para quem vai
dar os primeiros passos na criação
de páginas na Web.
O Site Spinner é um exce-
lente produto para todos aque-
les que pretendam criar, de
forma simples e económica, os
seus próprios sítios na Web
mas querem, ao mesmo tempo,
manter apresentação cuidada e
profissional. O programa traz para
o mercado doméstico muitas das
funcionalidades que encontramos
nas aplicações profissionais, como
o Dreamweaver, da Macromedia.
Por 45 euros, o programa pode-
se considerar uma verdadeira
pechincha (recomendada) e dispo-
nível em http://www.virtualmecha
nics.com/ . ●

computadores .10 S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4
 NOVIDADES DA INTEL CHEGAM AO MERCADO COM O SEM-FIOS NA MIRA
Processadores e ‘chipsets’ para
computadores multimédia
A
I NTEL ANUNCIOU por
estes dias o lançamento
de novos processado-
res e “chipsets” que
visam melhorar o Intel Graphics Media
desempenho dos computado- r es
pessoais, sobretudo no que se
refere às suas capacidades
multimédia. Os novos “chip-
sets” são os 925X Express,
915G e 915P Express, e,
quanto a processadores,
as novidades destinam-
se aos PC de secretária
e passam pelos Pentium
4 com o novo formato de
“packaging” LGA775,
compatíveis com a tec-
nologia Hiper-Threa-
dind (HT).
A nova nomenclatura
adoptada pela Intel para os seus
processadores impõe que os novos
modelos sejam designados por 520,
530, 540, 550 e 560 respectivamente.
As frequências vão dos 2,8 GHz aos 3,6
GHz, todos possuem 1 MB de memória
“cache” de nível 2 e 800 MHz de “front
side bus” (FBS). Estes processadores
estarão disponíveis a partir da pró-
xima quinta-feira.
O novo formato de “packaging”
LGA775 integra 775 pinos em vez
dos anteriores 478 — o que melhora
a integridade do sinal, permitindo
que o que passa nos contactos
eléctricos seja mais “puro” e, logo,
aumentando a velocidade do proces-
sador. Quanto à tecnologia CMOS
de 90 nanómetros (que a Intel intro-
duziu, no ano passado, no fabrico
dos seus processadores para PC de
secretária e recentemente nos desti-
nados aos computadores portáteis),
substitui a anterior tecnologia de
130 nanómetros e permite produzir
transistores de menor dimensão e
menor potência eléctrica, permi-
tindo ao processador gastar menos
energia e libertar menos calor (ou
seja, sobreaquecer menos).
Em relação aos novos “chipsets”,
são várias as características que
os diferenciam, nomeadamente a
utilização de memória de duplo
canal DDR2 a 533 MHz — capaz
de ombrear já com as memórias
Rambus e a preços que poderão ser
bastante inferiores (embora o preço
destas também tenha descido acen-
tuadamente no último ano e meio).
Este tipo de memória é a sucessora
da actual memória DDR SDRAM,
que é mais lenta e consome mais
energia que a DDR2.
Os novos “chipsets” suportam
também a nova norma tecnológica
PCI Express X16, que possibilita
um mais fluído processamento
de imagem e de dados em geral,
proporcionando uma nologia Intel High Definition Audio,
largura de banda de 8 de 24 bits, que suporta 8 canais e
gigabits por segundo 192 kHz. Por outro
(Gbps). Também o lado, a tecno-
logia Matrix
Accelerator 900 inte- Storage, da
grado nestes Intel, permite
“chipsets” criar, editar e
guardar con-
teúdos digitais
com elevada qua-
lidade.
Estas novida-
des da Intel pre-
tendem melhorar
o desempenho das
máquinas e dotá-las
de novas funcionalida-
des — como o aumento das capacidades
ligadas ao áudio e ao vídeo —, trans-
formando o computador num elemento
central do entretenimento doméstico.
Para além disso, é de destacar a con-
formação dos novos “chipsets” às cada
vez mais numerosas redes “wireless”.
É que os PC equipados com estes
“chipset” — inicialmente os modelos
de topo de gama — poderão funcionar
melhora o como pontos de acesso a redes sem
desempenho gráfico fios, eliminando a necessidade de se
do computador, enquanto a quali- instalar um “router” para este tipo
dade do som é aumentada pela tec- de redes. ● ISABEL GORJÃO SANTOS
Vendas de ‘chips’ crescerão
28,6 por cento em 2004
A norte-americana Semiconductor Industry Association (SIA) divulgou há menos
de duas semanas as suas previsões quanto às vendas de semicondutores no
conjunto do ano de 2004 — e os números não podiam ser mais animadores para
o sector: um crescimento a nível mundial na ordem dos 28,6 por cento, quando a
projecção anterior se ficara pelos 19 por cento também a nível mundial.
Assim, o valor esperado para as vendas de semicondutores em 2004 subiu para
214 mil milhões de dólares, o que, a verificar-se, se traduzirá num novo máximo
ao ultrapassar o anterior, verificado em 2003, de 204 mil milhões de dólares.
No comunicado à imprensa com que a Semiconductor Industry Association
actualizou as suas previsões, o seu presidente, George Scalise, afirmou: “O sector
[dos semicondutores] está a atravessar, em 2004, um período de crescimento
substancialmente maior do que se esperava, em consequência do reforço
subjacente a uma vasta gama de mercados virados para os utilizadores finais.”
À luz da sua mais recente avaliação, a Semiconductor Industry Association
avança com uma taxa média composta de crescimento (CAGR) para o sector até
2007 na ordem dos 10,4 por cento.
Estas estimativas assentam ainda numa expectativa de que o segmento dos
computadores pessoais e dos produtos ligados às redes sem fios — responsável por
cerca de 30 por cento do consumo de semicondutores a nível mundial — venha a
apresentar um crescimento de 13 por cento (contra os 11 por cento antes previstos), a
par de um crescimento de 15 por cento nas vendas de telemóveis neste mesmo ano.
A electrónica de consumo — apesar das fronteiras cada vez mais ténues que a
separam dos produtos típicos das tecnologias de informação — continuará, no
entanto, a ter o maior peso nas vendas mundiais de semicondutores, juntamente
com a indústria automóvel.
Já para os próximos dois anos, as previsões da Semiconductor Industry Association
não são tão optimistas como para o ano em curso: 4,2 por cento de crescimento
para 223 mil milhões de dólares em 2005; e, em 2006, mesmo uma retracção de 0,8
por cento para 221 mil milhões de dólares. A referida média da evolução até 2007
seria alcançada graças ao retorno a um crescimento de dois dígitos: 11,7 por cento
para uma facturação na ordem dos 247 mil milhões de dólares. ● R.J.C.
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4 computadores .11
 .com
CA Portugal facturou 12 milhões
A Computer Associates Portugal anunciou os resultados rela-
tivos ao ano fiscal de 2004, que terminou em Março, tendo
registado um volume de negócios na ordem dos 12 milhões
de euros. Este volume de negócios resulta também de um
crescimento de cerca de 47 por cento nas receitas relativas
a licenças contratadas. Para além disso, foram também assi-
nados 50 novos contratos, dez deles com novos clientes. A
área relativa aos “mainframes” representou uma boa parte
do crescimento registado, já que o volume de contratos no
que se refere à solução Unicenter foi também bastante sig-
nificativo. As áreas de gestão da informação, gestão do ciclo
de vida aplicacional, armazenamento e segurança registaram
também um forte crescimento. Por outro lado, o negócio efec-
tuado através do canal de parceiros representou cerca de 15
por cento do total de licenças contratadas pela CA. José Pedro
Carvalho, director-geral da CA em Portugal, considerou que
“os resultados obtidos no ano fiscal de 2004 foram bastante
positivos, tendo em conta as dificuldade económicas e con-
junturais que o país atravessa”. ●
SCO Group regista perdas
O SCO Group, empresa de “software” que disponibiliza soluções
baseadas no seu próprio Unix, reportou perdas no segundo trimestre
fiscal do corrente ano devidas a um acentuado declínio das vendas,
bem como às elevadas despesas a que obrigou o seu processo
judicial, relacionado com direitos de autor, contra empresas que
usam e disponibilizam o sistema operativo Linux. Desta forma, a SCO
reportou perdas líquidas de 7,9 milhões de dólares no trimestre que
terminou no passado dia 30 de Abril. No mesmo período do ano pas-
sado, a empresa registara lucros líquidos na ordem dos 4,5 milhões
de dólares. Também as vendas da empresa desceram 53 por cento,
de 21,4 milhões de dólares registados no mesmo período do ano
passado para os 10,1 milhões alcançados este ano. Esse facto deveu-
se, sobretudo, a uma descida drástica das vendas de licenças — que,
no ano anterior, alcançaram os 8,3 milhões de dólares e, neste ano,
foram apenas de 11 mil dólares. Na batalha judicial que está a travar,
a SCO alega ser detentora de direitos de autor sobre o seu sistema
operativo Unix e defende que parte das distribuições de Linux viola
esses direitos de autor. Contudo, a SCO não tem conseguido persuadir
as empresas a pagar uma taxa de licenciamento pela utilização de
computadores .12
Linux. Só neste segundo trimestre, a empresa já gastou 4,4 milhões
de dólares com este processo judicial. ●
Sharp vai processar Teco
A Sharp anunciou que vai instaurar um processo judicial contra a
fabricante japonesa Teco Electric & Machinery alegando que esta
infringiu normas relacionadas com patentes relativas a ecrãs
de cristais líquidos (LCD). O processo foi entregue na passada
segunda-feira num tribunal de Tóquio e visa impedir a Teco de
importar, produzir e vender um modelo de televisor de LCD. Este
modelo possui um ecrã de 20 polegadas (51 centímetros) e usa
ecrãs de LCD fabricados pela AU Optronics, de Taiwan. Considera
a Sharp que esse modelo usa a tecnologia por si patenteada para
a corrigir o fluxo dos pixels nos ecrãs de cristais líquidos. O porta-
voz da Sharp adiantou que o propósito deste processo judicial
é “proteger a propriedade intelectual”. O modelo que desenca-
deou este processo é bastante mais barato no retalho do que
outros modelos semelhantes. Após a instauração do processo, a
Aeon, uma das principais cadeias japonesas de supermercados,
adiantou que irá suspender todos os negócios com a Sharp, que
não quis comentar esta decisão. ●
Axa escolhe Equant para solução global
A operadora ex-incumbente France Telecom e a sua subsidi-
ária Equant anunciaram que o grupo Axa, importante “hol-
ding” mundial na área da protecção e da gestão de activos
financeiros, assinou um contrato de soluções de serviços para
optimizar o desempenho e a eficácia da sua infra-estrutura de
telecomunicações. No valor aproximado de 400 milhões de
euros e por um período de seis anos, este acordo abrangente
fornecerá uma rede virtual privada Equant IP VPN para ligar
a sede do grupo Axa aos seus escritórios regionais, aos “call
centers” e às suas filiais na Europa Ocidental, na América do
Norte e na grande região da Ásia-Pacífico. Este acordo inclui
também uma parceria na investigação e desenvolvimento
(I&D) para assegurar a inovação contínua neste domínio
de articulação das telecomunicações com as tecnologias
de informação. Com esta parceria, o grupo Axa conseguirá
poupanças significativas nos custos e responder mais rapida-
mente às necessidades de mudança na sua actividade. ●
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4
Tech Data cresce na Europa…
A Tech Data Corporation, fornecedora de soluções de gestão
logística e de comércio electrónico, representada em Por-
tugal pelas suas subsidiárias Micrograf e Computer 2000,
anunciou na passada semana os resultados do seu primeiro
trimestre de 2004, findo em 30 de Abril passado. A empresa
assinala “um forte crescimento nos mercados europeus”,
que terá excedido as suas próprias expectativas de vendas
e resultados. As vendas neste trimestre totalizaram 4800
milhões de dólares, 23,2 por cento acima do valor registado
no período homólogo do ano anterior (3900 milhões de
dólares). Em termos geográficos, as vendas aumentaram 35,6
por cento na Europa — para 2800 milhões de dólares, o que
equivale a 57 por cento do total das vendas do grupo — e
9,7 por cento nas Américas face ao período homólogo do
exercício anterior. Os resultados operacionais do trimestre
cifraram-se nos 53,7 milhões de dólares (1,11 por cento das
vendas), acima dos 35,3 milhões de dólares de há um ano. O
lucro líquido apresentado no trimestre foi de 34,7 milhões
de dólares, 61,4 por cento acima dos 21,5 milhões de dólares
registados no mesmo período do ano anterior. ●
… graças a ‘uma apertada gestão dos custos’
“Conseguimos extraordinários resultados neste primeiro
trimestre , que excederam significativamente as nossas previ-
sões de vendas e expectativas de lucros para o período”, disse
Steven A. Raymund, presidente e CEO da Tech Data. “O nosso
desempenho europeu foi especialmente forte, reflectindo uma
boa execução na região e os lucros operacionais das vendas
adicionais. Toda a nossa equipa mundial produziu um exce-
lente trabalho de resposta às necessidades dos clientes, com
adequação dos preços, e mantendo uma apertada gestão dos
custos”. Segundo os responsáveis do grupo, as previsões para
o trimestre em curso, que terminará em 31 de Julho próximo,
“apontam para uma expectativa de vendas líquidas entre os
4400 milhões de dólares e os 4500 milhões de dólares, com
lucros líquidos esperados entre os 27,59 e os 30,5 milhões de
dólares”. A Tech Data — criada em 1974 e que, no último ano
fiscal facturou 17.400 milhões de dólares — dispõe de subsidi-
árias e de uma rede de mais de 90 mil revendedores nos EUA,
Canadá, Caraíbas, América Latina, Europa e Médio Oriente. ●
PINNACLE INTEGRA FUNÇÕES AVANÇADAS DE GRAVAÇÃO NO SEU NOVO RECEPTOR
Combinar o PC com a TV
A
PINNACLE SYSTEMS apre-
sentou recentemente
o seu ShowCenter 1.5,
uma nova versão do seu
receptor multimédia
digital, que, segundo a empresa,
transforma os computadores domés-
ticos em verdadeiros centros de
entretenimento. O ShowCenter 1.5
integra gravação avançada de vídeo
pessoal (PVR), rádio pela Internet,
compatibilidade com os ficheiros
DivX (incluindo o formato DivX 3)
e as funcionalidades avançadas de
visualização das fotografias e dos
“slide shows” no televisor.
O Pinnacle ShowCenter 1.5
constitui “um dispositivo de última
geração”, susceptível de ligação às
redes de área local (LAN) baseadas
nas normas Ethernet ou Wi-Fi (sem
fios) e permite o fluxo de ficheiros
multimédia a partir de qualquer
computador para qualquer televisor
ou equipamento de música. O Show-
Center acede ao PC através de uma
interface gráfica passível de visuali-
zação no televisor, para permitir mais
facilmente aos utilizadores navegar,
aceder e reproduzir filmes, música em
formato MP3 ou mostrar sequências
de fotos armazenadas no PC, no tele-
visor ou no equipamento de música.
PÁGINA DE TURISMO PARA ESTRANGEIROS SÓ FICARÁ ‘ON-LINE’ EM OUTUBRO
Um novo portal para turistas
O
TURISMO EM Portugal
vai ser tema de um
novo portal na Inter-
net que estará “on-
line” a partir de 15 de
Outubro. O projecto obrigou a um
investimento de 1,6 milhões de
euros e visa principalmente fornecer
informações turísticas aos visitantes
estrangeiros. Estranho é que tenha
perdido a oportunidade de servir os
incontáveis turistas que estão já a
visitar-nos, desde o início do Verão
(inesperado!) e os eventos (ainda
mais inesperados!) do Rock’n Rio e
do Euro 2004…
O Visitportugal.pt virá substituir
o actual Portugalinsite e foi apre-
sentado por Luís Correia da Silva,
secretário de Estado do Turismo, e
por Madalena Torres, vice-presidente
do Instituto do Turismo de Portugal
(ITP) e administradora do Icep Por-
tugal. A criação de um novo portal de
informações turísticas insere-se num
conjunto de iniciativas de promoção de
Portugal no exterior, nas quais irão ser
investidos cerca de 7 milhões de euros
ainda durante este ano.
O portal destina-se sovretudo a
turistas estrangeiros, embora os por-
tugueses também possam usá-lo. No
entanto, Madalena Torres prometeu
Segundo a Pinnacle, o ShowCen-
ter 1.5 traz avanços na facilidade
de utilização — controlo de volume
através do comando à distância e
visualização dos “slide shows”. Os
álbuns de fotos podem ser pré-visu-
alizados e modificados com rotação e
correcção da cor através do comando
à distância. Ainda de acordo com a
empresa, tanto o equipamento Sho-
wCenter como o “software” para PC
ShowCenter suportam agora uma
ampla gama de formatos MPEG4.
Usando o ShowCenter 1.5 com um
cartão da gama PCTV, da Pinnacle,
no PC, é possível beneficiar de carac-
terísticas avançadas de PVR, como o
“time shifting”, para programação de
gravações. A função Time Shifting
outras novidades para os turistas portu-
gueses, a serem apresentadas dentro de
pouco tempo. Ao portal juntar-se-á ainda
um banco de imagens, onde poderão ser
consultadas “on-line” mil fotografias de
Portugal, para além de cartazes e um
vídeo. O Imagesofportugal.com, nome
dado a este banco de imagens, poderá
começar a ser consultado já na próxima
quinta-feira, embora ainda só integre
220 fotografias.
Estas medidas integram-se no
Plano de Desenvolvimento de Turismo
(PDT) definido pelo Ministério da
Economia no ano passado e vem no
seguimento da apresentação de um
conjunto de medidas relacionadas
com o turismo português efectuada no
final de Janeiro. A administradora do
Icep explicou que, depois da promoção
e preparação do Euro 2004, é preciso
passar à fase seguinte e disponibili-
zar novos materiais promocionais. A
necessidade de substituir o Portuga-
linside resulta do facto de este existir
há já sete anos — “um período de vida
muito longo para um ‘site’ de Internet,
já que a tecnologia evoluiu muito e os
interesses dos turistas também”, refe-
riu Luís Correia da Silva.
O novo “site” está já a funcionar
numa fase experimental. O secretário
de Estado não quantificou os objecti-
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4
permite continuar
com a gravação na
TV e poder ver o que
já foi gravado. As
gravações são arma-
zenadas no disco
rígido do PC e acede-
se a elas através da
interface de televisão
no ShowCenter. Os
utilizadores também
podem arquivar as
gravações passando-
as para DVD em
formato MPEG2.
As funcionalidades de PVR do
ShowCenter 1.5 são compatíveis
com as soluções internas da Pinna-
cle PCTV Stereo, PCTV, PCTV Pro,
PCTV USB2; segundo a empresa, os
restantes cartões PCTV serão acres-
centados em breve — existindo uma
lista actualizada sobre estes aspectos
em www.pinnaclesys.com ).
O Pinnacle ShowCenter 1.5 está
disponível a partir deste mês de
Junho, a um preço estimado de cerca
de 280 euros (IVA incluído). Os utili-
zadores que já possuam um modelo
anterior do ShowCenter poderão
fazer gratuitamente o “download” do
“software” actualizado da página da
Pinnacle na Web. ●
vos, no que se refere a visitas aguar-
dadas, mas espera-se que ultrapasse
o milhão de visitantes, média que o
“velho” Portugalinside conseguiu nos
últimos meses, talvez devido aos even-
tos acima referidos.
A Cap Gemini foi a empresa res-
ponsável pela criação do portal após
concurso internacional para o efeito.
Os seus responsáveis frisaram que ele
se dirige às classes média e média-alta
por ser entre estas que se encontra o
maior número de utilizadores de
Internet. Quando o utilizador acede
ao “site”, é detectada a sua prove-
niência, apresentando-se depois a
página na língua de quem a pretende
consultar. Sol e mar, “touring”, “short-
breaks”, golfe, gastronomia e vinho e
arte e tradição são as principais áreas
versadas, com todas as informações
disponibilizadas em cinco línguas.
O portal será futuramente valori-
zado através de ligações para entida-
des privadas, como hotéis, agências
de viagens ou companhias aéreas,
de modo a que, escolhido o destino,
o turista possa marcar a sua viagem,
alojamento e visitas. Por isso, Luís
Correia da Silva salienta que “todos
os empresários poderão vir a ligar-se
ao ‘site’” mediante o pagamento de um
valor a estipular. ● R.J.C. com Lusa
computadores .13
 agenda classificados
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Data: 30-08-2004 a 1-09-2004 Mesa Digital AIPTEK
Local: Antuérpia, Bélgica Modelo Hyper Pen 5000u.
URL: www.imec.be/fpl/Welcome.shtml Com ligação USB; dimensões
4”x 5”; detecção de 512
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 JOGOS
‘NINJA GAIDEN’, ‘WAY OF THE SAMURAI 2’, ‘ONIMUSHA BLADE WARRIORS’, ‘HYPER STREET FIGHTER II’ E ‘GLASS ROSE’
Jogos à grande e à japonesa
J
Á NÃO É SURPRESA para ninguém
que os japoneses são grandes
criadores de videojogos. Nem que
a sua cultura tem ganho expressão
internacional à custa das produções
interactivas. Por isso, não é de estranhar
que cada vez mais produções tipicamente
japonesas atravessem o mundo e cheguem
às consolas europeias.
Histórias de samurais, ninjas,
artes marciais e afins despontam neste
quinteto de jogos, com a vitória numérica
a ser esmagadora para a Playstation 2
(PS2) e a Capcom, com 4 contra 1 — só
que este 1 não é um jogo qualquer, mas
sim “Ninja Gaiden”, uma fabulosa
criação de combate que tem tanto de
difícil como de cativante. É um jogo de
exploração e luta, de visual (e banda
sonora) tipicamente japonês, que tem
na sua componente adulta, na fabulosa
concretização técnica e no efeito surpresa
continuado os seus grandes trunfos.
Os cenários são algo de fabuloso
em termos gráficos, carregados de
uma aura de mistério. O personagem
movimenta-se de forma felina, com
movimentos inigualáveis e beleza
extrema. Os combates, então, são um
prodígio: frenéticos, imparáveis, são
tão duros de enfrentar como cativantes
de observar. O sistema de combate é
rico e criativo, permitindo ao jogador
um empenho a fundo e tornar-se um
verdadeiro mestre. A jogabilidade é
muito boa mas a dificuldade é mesmo
muito elevada. Por outro lado, trata-se
de um jogo de temática nitidamente
adulta. Não que seja raro ver sangue
a jorrar e inimigos a cair por todo o
lado; mas “Ninja Gaiden” é de uma
crueza impressionante, apesar de a
versão europeia ser mais “soft” que a
original: o volume de sangue é menor
(mas, mesmo assim, grande) mas algo
que é determinante no original — as
decapitações — foram “decapitadas”. A
censura de países como a Grã-Bretanha
ou a Alemanha levaram os produtores
a tornarem este “ninja” europeu menos
politicamente incorrecto. Perdeu-
se alguma coisa mas, mesmo assim,
continua a ser um jogo soberbo e uma
proposta obrigatória para a Xbox.
Do outro lado deste confronto nipónico,
temos quatro propostas da Capcom,
editora que tem criado uma forte imagem
de marca, muito ligada às raízes culturais
S E G U N D A - F E I R A . 2 1 . J U N H O . 2 0 0 4
Título “Ninja Gaiden”
Estilo Acção 9
/10
Plataforma Xbox
Produtor Microsoft
e, posteriormente, é até desmotivante. Se
Distribuidor Microsoft não há um grande objectivo concreto, as
Edição Maio 2004 sucessivas pequenas missões acabam por
não ser suficientes para continuar.
Título “Way of the Samurai 2” Outro jogo diferente é a aventura
Estilo RPG 7
/10 “Glass Rose”. Primeiro, porque é raro haver
Plataforma PS2 aventuras em consolas; depois porque o seu
Produtor Capcom ambiente é realmente diferente. O espaço
Distribuidor Electronic Arts fechado e obsessivo da acção combina com
Edição Maio 2004 uma mecânica toda assente nos diálogos
com os personagens, em alguma exploração
e interacção com os cenários e na gestão
Título “Onimusha Blade
Warriors” 7
/10
de um recurso (esgotável) que permite ler
o pensamento das outros personagens.
Estilo Combate
O conceito é muito interessante mas a
Plataforma PS2 concretização técnica não é fora de série e o
Produtor Capcom ritmo lento não é para todos.
Distribuidor Electronic Arts Pegando no tema “Onimusha”, a
Edição Abril 2004 Capcom produziu um entretém que dá pelo
nome de “Blade Warriors”. Ao contrário
Título “Glass Rose” do que ser possa pensar, não é um jogo
Estilo Aventura 5
/10 habitual da série mas um jogo de combate
Plataforma PS2 com os personagens mais famosos dos
Produtor Capcom dois primeiros capítulos de “Onimusha”.
Distribuidor Electronic Arts Com 24 personagens e mais uns quantos
Edição Abril 2004 desbloqueáveis, usa a clássica mecânica
de jogos de combate 2D mas permite um
deslocamento em profundidade. Golpes
Título “Hyper Street Fighter II
The Anniversary 8
/10
espectaculares, interface sem grandes
surpresas ou dificuldades e os modos de
Edition”
carreira ou confronto habituais fazem
Estilo Combate de “Blade Warriors” um jogo divertido e
Plataforma PS2 rápido mas sem surpresas.
Produtor Capcom Mas se o que procuram é um jogo
Distribuidor Electronic Arts de luta, daqueles à maneira antiga,
Edição Junho 2004 todo 2D, então “Hyper Street Fighter II
The Anniversary Edition” é a escolha
acertada. Comemorando 15 anos do
lançamento daquele que será o mais
japonesas, como é o caso de “Way of the famoso jogo de combate de sempre, a
Samurai 2”. Na pele de um guerreiro Capcom juntou num DVD para PS2
japonês, ao jogador é proposta uma vida os jogadores e golpes de toda a série,
de combate e aventura. Este “role playing cinco modos de combate e ainda o filme
game” leva o herói a construir a sua “anime” de 1994, para ver enquanto se
carreira de samurai, realizando missões descansa os músculos (dos dedos) entre
para diversos habitantes e grupos, combates. Um dos grandes trunfos do
envolvendo sempre combates. O sistema jogo é a familiaridade, pois até o aspecto
de combate é relativamente simples de visual se mantém idêntico ao original,
usar mas bastante rico em variedade. bem como a música “lo-fi”. Verdadeiro
O personagem vai evoluindo ao longo regresso ao passado, prova mais uma
do jogo mas a vantagem de haver pouca vez que um bom jogo depende menos
condução da acção — deixando grande da tecnologia do que de uma boa ideia e
parte da iniciativa do lado do jogador mecânica. Para todos os revivalistas e fãs
— acaba por criar alguma desorientação de jogos de combates. ● MIGUEL CRESPO
computadores .15
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