Índice
Eletroquímica 02
Pilhas 02
Pilha e Espontaneidade 08
Introdução à Corrosão 11
Causas da Corrosão 14
Agentes de Corrosão 15
Corrosão Eletroquímica 16
Formas de Corrosão 18
Aditivos de Tintas 41
Referências Bibliográficas 47
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CETÉS – Corrosão 2
ELETROQUIMICA
PILHAS
A Eletroquímica estuda o aproveitamento prático do fenômeno de transferência de
elétrons entre diferentes substâncias na interconversão de energia química para energia
elétrica e vice-versa.
A conversão de energia química em energia elétrica é um processo espontâneo, que
denominamos de pilha ou célula galvânica.
A conversão de energia elétrica em enérgica química é um processo não espontâneo,
que denominamos de eletrólise.
Pilha espontâneo
ENERGIA ENERGIA
A PILHA DE DANIELL
Em 1836, Daniell construiu uma pilha diferente, interligando eletrodos que eram
sistemas constituídos por um metal imerso em uma solução de seus íons.
Em cada eletrodo desse tipo se estabelece um equilíbrio, dinâmico entre o elemento
metálico e seu respectivo cátion.
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CETÉS – Corrosão 3
Nesse eletrodo ocorre o seguinte: o zinco metálico da placa doa 2 elétrons para o cátion
zinco da solução e se transforma em Zn2+.
Zn 2e - + Zn2+
O cation zinco que estava em solução recebe os 2 elétrons doados pelo zinco metálico
e se transforma em Zn metálico.
Zn2+ + 2e- Zn
Cu Cu 2+ + 2e -
Daniell percebeu que, se fizesse uma interligação entre 2 eletrodos desse tipo, feitos de
metais diferentes, o metal mais reativo iria transferir seus elétrons para o cátion do metal
menos reativo, em vez de transferi-los para os seus próprios cátions em solução.
Como o zinco é mais reativo que o cobre, se fizermos uma interligação entre os
eletrodos de zinco e os de cobre, através de um fio condutor, o zinco metálico irá transferir
seus elétrons para o cátion cobre, Cu2+, em vez de transferi-los para o cátion zinco, Zn2+.
Desse modo se estabelece uma passagem de corrente elétrica pelo fio condutor. Observe
o esquema abaixo, onde representamos uma pilha de zinco e cobre.
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CETÉS – Corrosão 4
No eletrodo de cobre ocorre o seguinte fenômeno: o cátion cobre, Cu2+, que estava em
solução, recebe os 2 elétrons doados pelo zinco, que vieram pelo fio condutor até a placa de
cobre.
Recebendo 2 elétrons, o cátion cobre se transforma em cobre metálico e passa a fazer
parte da placa.
Cu2+ + 2e- Cu (reação de redução)
A reação global da pilha será então a soma das reações parciais de cada eletrodo:
Zn 2e- + Zn2+
Cu2+ + 2e- Cu
Zn + Cu2+ Zn2+ + CU (reação de óxido-redução)
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CETÉS – Corrosão 5
• No eletrodo de cobre
A placa de cobre aumenta de massa ao mesmo tempo que a concentração de cátions
cobre em solução diminui.
Isso acontece porque o cátion cobre está recebendo elétrons e se transformando em
cobre metálico (Cu).
PONTE SALINA
As soluções de ambos os eletrodos perderiam a neutralidade elétrica e
interromperiam precocemente o funcionamento da pilha, se não fosse adaptada ao sistema
uma ponte salina.
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CETÉS – Corrosão 6
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CETÉS – Corrosão 7
EXERCICIOS
2. Responda a todas as perguntas do exercício anterior para uma pilha feita com
eletrodos de manganês metálico mergulhado em uma solução de MnSO 4 e
cromo metálico mergulhado em uma solução de CrCl3. A ponte salina contém
uma solução de NH 4 NO 3 .
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CETÉS – Corrosão 8
O cálculo da ddp (indicada assim, ou por E0, ou força eletromotriz fem) pode ser
feito com a fórmula:
PILHA E ESPONTANEIDADE
As reações que ocorrem em uma pilha são espontâneas, pois basta montar a
aparelhagem para que o processo se efetue por si próprio. E, em um processo espontâneo, o
valor de E0 é sempre positivo. Veja:
E0 red = E 0 oxid + E0 red = +0,25 – 0,14 = +0,11 (E0 >0 processo espontâneo)
EXERCICIOS DE APRENDIZAGEM
e que a lâmina de ferro- (Fe0) 0se dissolve, descubra o potencial padrão de redução
dos íons Fe . Fe + 2e Fe . E0 red =?
2+ 2+
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CETÉS – Corrosão 10
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CETÉS – Corrosão 11
INTRODUÇÃO À CORROSÃO
Diariamente, você descobre em sua casa vários locais onde aparece o resultado da
ação do que se costuma chamar de “ferrugem”.
Apesar de pintar grades, partes metálicas da bicicleta, engraxar peças de
máquinas, etc., você continua perdendo para essa “ferrugem”.
Em fábricas, escolas técnicas e laboratórios, são feitos estudos e testes para
diminuir ou tentar eliminar a ação de substâncias que provocam a corrosão metálica.
Após o estudo dessa unidade, você será capaz de identificar:
• O conceito de corrosão;
• A corrosão em relação ao meio ambiente;
• Os agentes de corrosão;
• As etapas necessárias na proteção contra a corrosão;
• Os tipos de impurezas na proteção contra a corrosão;
• Os processos de limpeza das impurezas;
• Os revestimentos metálicos;
• Os revestimentos não-metálicos inorgânicos e orgânicos;
• Os constituintes das tintas
• Os processos de pintura.
CORROSÃO
Os materiais, em contato com o meio modificado ou não pela ação do homem, são
corroídos, isto é, atacados quimicamente por esses meios, sofrendo alterações
prejudiciais.
Os prejuízos devido à corrosão são observados nos metais, quaisquer que sejam os
tipos de uso, como em refinarias, instalações industriais e embarcações, devido à ação dos
gases, dos líquidos e dos sólidos.
Nas refinarias de petróleo a corrosão é bem intensa, por causa do ambiente mais
poluído e da temperatura elevada empregada nos processos de refinação.
Nos navios há corrosão, sobretudo nos que navegam em água do mar. Nos
automóveis, principalmente nos que rodam em cidades à beira-mar.
A corrosão metálica é um fenômeno de oxidação dos metais. Na verdade, cada liga
metálica apresenta oxidação diferente, como, por exemplo:
• Oxidação do ferro ferrugem (Fe 2 O 3 )
• Oxidação do alumínio Al 2 O 3
• Oxidação do cobre CuO
• Oxidação do aço inoxidável Cr 2 O 3
A oxidação do aço inoxidável é curiosa e interessante, pois essa liga forma óxidos
de cromo na superfície, protegendo-a do meio ambiente.
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CETÉS – Corrosão 12
Na atmosfera
A corrosão provocada pela atmosfera, nas condições ambientes, é dita corrosão
atmosférica. A causa da corrosão é a umidade da atmosfera sobre o metal, devido à
queda da temperatura à noite. Atmosfera seca não corrói.
Atmosferas poluídas corroem mais que atmosferas não poluídas, como as rurais.
São poluentes atmosféricos: a poeira, o sal (atmosferas marinhas), o dióxido de enxofre
(atmosferas industriais), etc.
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CETÉS – Corrosão 13
No solo
Os solos também são mais ou menos corrosivos, dependendo da umidade, da
porosidade e da presença de correntes elétricas e bactérias. Solos bem secos, como areias
de deserto, não são corrosivos. De outro lado, solos que contenham certos tipos de
bactérias e, sobretudo por onde passam correntes elétricas, são os mais corrosivos.
Tubulações e cabos enterrados estão sujeitos à corrosão pelos solos.
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CETÉS – Corrosão 14
CAUSAS DA CORROSÃO
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CETÉS – Corrosão 15
O metal recoberto pelo produto aderente da corrosão inicial fica protegido contra
o prosseguimento da corrosão. Diz-se que ele está apassivado.
A corrosão inicial ao ar é, pois, uma corrosão protetora. Na temperatura ambiente
e na ausência de umidade, a corrosão protetora é suficiente para a proteção do metal.
Como a natureza não é seca, a corrosão inicial converte-se nos tipos de corrosão
prejudicial, pela variação da umidade e do calor.
AGENTES DA CORROSÃO
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CETÉS – Corrosão 16
CORROSÃO ELETROQUÍMICA
Chama-se corrosão eletroquímica àquela que opera da mesma forma que uma
pilha. Veja abaixo como é uma pilha e quais são seus elementos:
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CETÉS – Corrosão 17
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CETÉS – Corrosão 18
Fe 2 O 3 + 2 (H 3 O+OH-) 2 Fe(OH) 3 + H 2 O
FORMAS DE CORROSÃO
Cada uma delas tem uma causa específica: nas quatro primeiras formas e na
última, corrosão galvânica, o principal prejuízo sofrido pelo metal é a perda de massa. Na
quinta forma, de corrosão por hidrogênio, o principal prejuízo é a perda da resistência
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CETÉS – Corrosão 19
Corrosão Uniforme
São exemplos de corrosão uniforme o enferrujamento do aço na atmosfera e o
ataque sofrido pelo aço por um ácido.
Essas corrosões são ditas uniformes porque a superfície atacada perde massa de
maneira mais ou menos uniforme, em toda a sua extensão.
No primeiro exemplo, do enferrujamento do aço, o produto da corrosão – a
ferrugem – adere á superfície atacada.
No segundo exemplo, o ataque do aço por ácido, o produto da corrosão dissolve-
se no próprio ácido e não aparece.
A corrosão uniforme é a mais fácil de ser detectada. É visível e, por isso, é a menos
perigosa das corrosões. Seus efeitos podem ser previstos e levados em conta quando da
especificação de espessuras das paredes metálicas de tanques e de tubos. Essas
espessuras são superdimensionadas, considerando-se o metal que será perdido devido à
corrosão.
A corrosão ocorre assim: formam-se muitos ânodos (A) e muitos cátodos (C)
pequenos.
Depois de algum tempo, muitos dos cátodos iniciais transformam-se em ânodos.
As áreas anódicas da superfície do metal estão permanentemente trocando de lugar.
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CETÉS – Corrosão 20
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CETÉS – Corrosão 21
A corrosão por crévice é muito importante no caso do aço inoxidável. Por isso, se
tiver que operar em presença de água, ele não pode formar frestas nem apresentar
depósitos de qualquer natureza, inclusive tinta.
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CETÉS – Corrosão 22
O alumínio e o aço inoxidável, que resistem bem à corrosão provocada por vários meios
aquosos, são violentamente atacados pela corrosão por pites quando esses meios contém
cloretos dissolvidos, como o sal, por exemplo.
Corrosão intergranular
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CETÉS – Corrosão 23
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CETÉS – Corrosão 24
Corrosão fraturante
O meio adequado depende da natureza da liga. Assim, por exemplo, aço soldado,
que apresenta tensões residuais, pode fraturar-se por corrosão fraturante em meio
aquoso.
Corrosão Galvânica
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CETÉS – Corrosão 25
Para melhor compreender esse tipo de corrosão, vamos conhecer os metais mais
comuns e suas ligas, que estão distribuídos em quatro grupos de nobreza:
• grupo 1: magnésio e suas ligas;
• grupo 2: alumínio, zinco, cádmio e suas ligas;
• grupo 3: ferro, chumbo, estanho e suas ligas;
• grupo 4: cromo, níquel, cobre, prata, ouro platina e suas ligas e aços inoxidáveis.
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CETÉS – Corrosão 26
Nota-se, após algum tempo, que o produto da corrosão tende-se a depositar numa
região intermediária. Verifica-se que o ânodo de ferro, que é menos nobre, cederá os
elétrons que migram para o cátodo, mais nobre, na presença de um eletrólito. Eletrólito é
a substância que conduz corrente elétrica. Neste caso, estamos usando o cloreto de sódio
ou sal de cozinha (NaCl).
Se não forem tomadas medidas de proteção, o casco do navio sofrerá uma corrosão tão
intensa que pode provocar até o naufrágio da embarcação.
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CETÉS – Corrosão 27
CONSIDERAÇÕES GERAIS
CASOS
Casos relacionados com deterioração microbiana podem aparecer em diversos
materiais, metálicos ou não-metálicos, e para ilustrar a importância desses casos serão
citados alguns deles.
Deterioração de mármore e concreto. Observa-se que esses materiais podem
apresentar regiões com deterioração sob a forma de alvéolos ou de escamações. A possível
origem dessa deterioração pode estar associada à presença de ácido sulfúrico, H2SO4, que
reagirá:
• no caso do mármore, com o carbonato de cálcio, deteriorando-o:
CaCO 3 + H 2 SO 4 CaSO 4 + CO 2 + H 2 O
• com o concreto, destruindo seu caráter alcalino ou básico, pH = 12,5, e
causando a sua desagregação e posterior corrosão da armadura.
O ácido sulfúrico pode ser proveniente de:
• ar poluído contendo dióxido de enxofre, SO 2 que pode ser
oxidado a trióxido de enxofre. SO 3 , que com a umidade presente na atmosfera dá lugar à
formação de ácido sulfúrico:
• ação microbiana devida à presença de bactérias oxidantes de
enxofre que transformam o enxofre ou seus compostos em ácido
sulfúrico. como. por exemplo, oxidação de sulfeto.
H 2 S + 2O 2 H 2 SO 4
Pode-se também observar casos de deterioração de mármore e concreto devido à
presença de microrganismos que. pelo seu metabolismo, podem excretar ácidos
orgânicos que atacariam então o concreto e o mármore.
Deterioração microbiológica de madeira. Caso que pode ocorrer em madeira,
usada como enchimento de torres de refrigeração, que pode. sob ação de fungos, sofrer
biodeterioração.
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CETÉS – Corrosão 28
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CETÉS – Corrosão 29
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CETÉS – Corrosão 30
INTRODUÇÃO
Sob o ponto de vista econômico, existe a necessidade de que os materiais ferrosos
e não-ferrosos possuam resistência contra corrosão. Algumas ligas metálicas, por sua
natureza, possuem essa resistência, mas a maioria dos aços deve receber proteção contra
corrosão. Assim, quando estamos trabalhando na fabricação de uma peça de aço, e para
evitar que, no dia seguinte, a encontremos com pontos de ferrugem, devemos protegê-la
com um revestimento protetor, impedindo a ação da sujeira e da umidade.
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CETÉS – Corrosão 31
Limpeza de Impurezas
Uma superfície bem limpa é a melhor forma de se obter um bom revestimento
protetor. Para que se tenha boa limpeza, deve-se identificar os possíveis tipos de
impurezas presentes, como as oleosas, semi-sólidas e os óxidos.
Impurezas oleosas
São aquelas constituídas de óleos minerais, óleos graxos, emulsões, óleos de
laminação, óleos de estampagem e óleos protetores. Quando removemos o óleo protetor
de uma peça, observamos que esse óleo é impureza.
Impurezas semi-sólidas
São constituídas de parafinas, graxas, ceras, sabões, protetores pesados e outros
elementos que não apresentam dificuldade na remoção. Exemplos:
Impurezas sólidas
São aquelas resultantes de estampagens e polimentos ou resíduos carbonáceos,
além de outros. Por exemplo:
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CETÉS – Corrosão 32
Como a ferrugem formada, por exemplo, sobre chapas de aço estocadas, além de
óleos espessos, chamados carepas, presentes na superfície do aço laminado a quente,
forjado ou tratado termicamente.
Este processo é idêntico ao realizado diariamente por cada um de nós na lavagem das
mãos com sabonete. Os detergentes (o sabonete é um deles) envolvem as partículas de
sujeira formando dispersões coloidais, que são facilmente arrastadas pela água.
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CETÉS – Corrosão 33
A limpeza pode ser feita por imersão no solvente frio ou aquecido, ou, então, por
exposição aos vapores quentes do solvente. Este processo de limpeza apresenta o
inconveniente de não remover os produtos de corrosão aderentes à superfície do metal.
Decapagem ácida
Nesse processo de limpeza, empregam-se ácidos inorgânicos fortes: ácido
sulfúrico, ácido fosfórico ou ácido clorídrico. Em geral, acrescentam-se inibidores de
corrosão, chamados inibidores de decapagem, às soluções aquosas desses ácidos. Dessa
forma, os banhos decapantes removem os produtos de corrosão, por dissolução, sem
atacar em demasia os próprios metais.
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CETÉS – Corrosão 34
Decapagem alcalina
Neste processo de limpeza, emprega-se solução de hidróxido de sódio, que é capaz
de dissolver certos óxidos, como o de alumínio. Este processo é usado para limpeza de
alumínio e suas ligas, através do fosqueamento superficial. Assim, uma chapa de alumínio
brilhante, por exemplo, após o banho fica com as superfícies foscas.
Ácidos orgânicos, como o acético, cítrico, oxálico, tartárico e láctico, podem ser
usados na limpeza do aço porque eles dissolvem produtos de corrosão.
Ação mecânica
Os processos mecânicos de limpeza baseiam-se na abrasão. Eles são empregados
para remover incrustações de óxidos e outros produtos de corrosão em metais quando a
decapagem ácida não é suficiente ou não pode ser usada. Os processos mecânicos podem
ser manuais ou automatizados:
Processo manual
É usado com escovas, martelos, lixas, etc.
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CETÉS – Corrosão 35
Processo automatizado
Utilizam-se raspadeiras, lixadeiras, politrizes, etc.
O jato de ar comprimido pode conter, também, limalha angular de aço. Neste caso,
fala-se em jateamento com granalha de aço. O jateamento com granalha de aço deve ser
realizado em ambiente fechado.
Revestimentos
São aplicações que se fazem em superfícies metálicas, depois de removidas suas
impurezas, com a finalidade de proteger essas superfícies da corrosão.
Revestimentos metálicos
São revestimentos protetores de superfícies metálicas efetuados com outros
metais. Os processos mais utilizados são: imersão a quente, metalização e
eletrodeposição.
Imersão a quente
É o revestimento metálico que se obtém pela imersão do material metálico em um
banho de metal fundido.
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CETÉS – Corrosão 36
O aço, por exemplo, é recoberto por uma camada de estanho por imersão em
banho de estanho fundido. Esse processo chama-se estanhagem a fogo. O aço estanhado
é conhecido por lata ou folha-de-flandres.
Outro exemplo é a galvanização, processo em que o aço é imerso num banho de
zinco fundido, no processo conhecido como zincagem a quente. A galvanização é utilizada
no tratamento de chapas, tubos, perfis de aço, etc.
Metalização
É o processo que consiste na aplicação de revestimento com lançamento de metal
fundido por jato de ar comprimido sobre a superfície do metal a ser revestido.
Essa operação é efetuada com uma pistola de metalização que compreende uma
chama oxiacetilênica e é alimentada com metal na forma de arame, que passa pela chama
para fundir-se. O metal fundido é lançado por ar comprimido sobre a peça a ser recoberta.
O aço pode ser revestido com zinco, alumínio e outros metais que se fundem
facilmente, por metalização.
Existe também uma forma de revestimento chamada deslocamento, em que o
metal a ser protegido é imerso em uma solução que contém sal do metal a ser empregado
no revestimento.
Eletrodeposição
É o processo mais comumente utilizado, pois proporciona um revestimento muito
fino e relativamente livre de poros. Uma camada bem fina já oferece proteção adequada.
O metal a ser protegido é usado como cátodo em uma cuba eletrolítica, onde há
um sal do metal utilizado no revestimento, sendo o ânodo do metal a ser depositado.
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CETÉS – Corrosão 37
Anodização
É o processo eletrolítico empregado em vários metais, principalmente no alumínio
e suas ligas. Na anodização, a peça de alumínio a ser protegida é transformada no ânodo
de uma cuba eletrolítica. Assim:
O metal é então oxidado, formando uma camada que pode ter milésimos de
milímetro de espessura.
O óxido de alumínio formado por anodização é poroso e pode ser tingido para fins
decorativos. A anodização é também um bom processo para preparar a superfície do
alumínio para pintura. A camada de óxido formada, após um tratamento de imersão em
água quente, apresenta boa resistência ao desgaste mecânico.
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CETÉS – Corrosão 38
Fosfatização
É um processo de revestimento empregado para vários metais. Na prática, esse
processo é mais empregado no aço.
Geralmente, a fosfatização é realizada pela imersão do aço no banho fosfatizante.
Os componentes mais importantes do banho são o ácido fosfórico e sal solúvel de zinco.
Esses componentes atacam o aço e o produto desse ataque, fosfato de ferro e zinco,
forma a camada fosfatizada sobre o metal.
A camada fosfatizada é escura, quase negra, e muito porosa. Esses poros não
podem ser fechados como no caso do anodizado do alumínio. Por isso, é pouco protetora.
A fosfatização se constitui, porém, num excelente preparo de superfície do aço para
pintura. Assim, é usada em muitos produtos comerciais, como máquinas fotográficas,
armários de aço, carrocerias de automóveis, etc.
Proteção catódica
Existem dois processos de proteção catódica. Você vai conhecer a mais comum e
simples que é a proteção catódica galvânica.
A proteção catódica galvânica é a proteção de aço devido à corrosão galvânica,
conforme foi visto no conjunto casco-hélice do navio, quando o casco, sendo de aço, era
corroído por causa da hélice, de bronze.
Nesse caso, ocorreu proteção catódica, pois a hélice foi protegida pelo aço, que é
menos nobre.
Mas, é claro, a ninguém interessa proteger a hélice propulsora com o casco do
navio e provocar seu afundamento. Na verdade, é necessário proteger o casco do navio e,
para isso, colocam-se placas de zinco no casco. O zinco é menos nobre que o aço e o
bronze e protege catodicamente a ambos, como mostra a figura abaixo:
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CETÉS – Corrosão 39
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CETÉS – Corrosão 40
As tintas são misturas bem uniformes de pigmento, veículo, aditivo, carga e solvente:
Pigmentos
São os componentes responsáveis pela cores das tintas. São também componentes
importantes no revestimento que se forma sobre a superfície pintada após a secagem da
tinta.
Existem pigmentos que também desempenham a função de inibidores da
corrosão, como é o caso do zarcão, tinta avermelhada empregada para proteger grades e
outras estruturas de aço.
Veículos
São os componentes líquidos mais importantes das tintas na formação do
revestimento da superfície pintada, após a secagem da tinta. O veículo é o responsável
pelo nome da tinta. Assim, por exemplo, as tintas que contém veículo de resina alquídica
são chamadas tintas alquídicas, etc.
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CETÉS – Corrosão 41
Os veículos são produtos orgânicos naturais, como os óleos secantes, ou seja, óleos
de linhaça, extraído das sementes do linho, oiticica, soja, etc.
As resinas são veículos obtidos por síntese em grandes indústrias químicas.
Na figura acima está a formula do produto que compõe a tinta epóxi, que, por
polimerização, após a aplicação, constitui um revestimento que adere à superfície
pintada.
ADITIVOS DE TINTAS
Aditivo é um componente sólido ou liquido da tinta, a ela acrescentado em
pequena quantidade para desenvolver alguma propriedade especial.
Existem os aditivos secantes, que visam reduzir o tempo de secagem da tinta. Eles
podem, por exemplo, reduzir o tempo de secagem de alguns dias para algumas horas.
Existem também os catalisadores, que são aditivos que visam reduzir o tempo de
polimerização da resina da tinta para formar o revestimento com as propriedades
desejadas. Esses catalisadores podem reduzir o tempo para horas; na ausência deles, a
polimerização poderia levar várias semanas. Esses aditivos são chamados de catalisadores
de polimerização.
Existem, ainda, os aditivos anti-oxidantes, anti-espumantes e biocidas.
Solventes
São produtos cuja função é reduzir a viscosidade da composição do verniz para
facilitar sua aplicação.
Como a tinta é comercializada em forma de mistura de pigmentos, veículo, aditivos
e cargas, o solvente é acrescentado pelo usuário quando de sua aplicação, isto é, no
momento da pintura.
Há vários tipos de solventes, como aguarrás, terebentina, tolueno, tíner, etc.
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CETÉS – Corrosão 42
Tintas alquídicas
As resinas alquídicas que compõem o veículo dessas tintas são quimicamente
classificadas como poliésteres. Tem boa resistência à ação do tempo (sol, chuva e ventos),
à água e ao calor, sendo empregadas na pintura de automóveis.
Tintas epóxi
Assim como as tintas do tipo anterior, as tintas epóxi também são classificadas,
quimicamente, como poliésteres. Essas tintas são ligeiramente inferiores às alquídicas no
que tange à resistência às condições atmosféricas, mas apresentam resistência superior à
oxidação, à água e aos agentes químicos. Também são empregadas na proteção de
carrocerias de automóveis, sendo aplicadas manualmente, com pistola, ou em câmaras de
pintura automática.
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CETÉS – Corrosão 43
Tintas óleo-resinosas
São tintas cujo veículo é duplo, constituído por resina e óleo secante. Além disso,
elas contém aditivos secantes e solventes. São conhecidas também como tintas a óleo.
Possuem boa resistência à intempérie e à água. Não resistem, porém, aos ácidos, às bases
e à oxidação pelo ar atmosférico. São tintas relativamente baratas, de uso comum.
Tintas poliuretanas
São tintas relativamente modernas e que apresentam excelente resistência aos
meios corrosivos. São utilizados em tanques de armazenamento, em grandes
equipamentos de solo, na proteção de barcos, etc.
Tintas à base de silicones
São tintas muito resistentes ao calor, sendo essa sua principal propriedade. Elas
são, portanto, indicadas para proteger tanques e tubulações que recebem líquidos
aquecidos. São usadas também em chaminés de escapamento de gases quentes,
radiadores, aquecedores, etc.
Tintas vinílicas
São veículos típicos dessas tintas o cloreto de polivinila (PVC) e o acetato de
polivinila (PVA). São tintas de acabamento comumente empregadas em construção civil.
Sua resistência à água é muito boa. Apresentam, contudo, baixa resistência ao
calor.
Esquemas de pintura
Os esquemas de pintura são aqueles utilizados para aplicar tintas sobre as
superfícies metálicas. Logo, para pintar, devemos obedecer à seqüência a seguir.
• Limpa-se a superfície a ser pintada por um dos processos já mencionados.
• Em seguida, prepara-se a superfície, por exemplo, fosfatizando uma peça.
• Depois, escolhe-se a tinta de fundo. Essa tinta é aplicada diretamente sobre a
superfície. O revestimento deve ter alto poder de proteção e pode ter baixo poder
estético, por exemplo, o zarcão.
• Logo após, escolhe-se a tinta de acabamento, que é aplicada sobre o revestimento
anterior e deve possuir valor protetivo e estético.
• Em seguida, escolhe-se o processo de aplicação das tintas de fundo e acabamento.
Na escolha do esquema de pintura deve-se levar em conta, também, o tamanho da
superfície a ser pintada e a natureza do meio a que o revestimento deve resistir.
Processos para aplicação de tintas
Nos processos mais comuns e simples de aplicação de tintas empregam-se pincéis,
trinchas e rolos.
A pintura com pincéis e trinchas não exige muito preparo profissional do aplicador.
Geralmente, com pincéis e trinchas aplica-se tinta em tubulações, válvulas e outros
equipamentos instalados em locais fechados e sem ventilação.
A pintura com rolo é recomendada para grandes superfícies. Seu acabamento é
melhor do que o anterior.
Pintura por imersão
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CETÉS – Corrosão 44
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CETÉS – Corrosão 45
Pintura eletrostática
É o processo em que se utiliza uma pistola ligada ao pólo de um gerador e a peça a
ser pintada, no pólo contrário. Entre a peça e a pistola estabelece-se uma grande
diferença de potencial que eletriza a tinta quando esta é aplicada. A carga elétrica da tinta
é contrária à da peça e, por isso, a tinta é atraída pela peça.
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CETÉS – Corrosão 46
pelo bico, a grande velocidade, que pode ser regulada. A grande desvantagem desse
processo é o custo elevado, apesar de prestar-se à pintura de grandes superfícies planas.
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CETÉS – Corrosão 47
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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