HIDRÁULICA GERAL II
Apontamentos para as Aulas Práticas
DOCENTES:
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 3
5. BOMBAS HIDRÁULICAS 30
3. REGIME CRÍTICO 41
ANEXOS 50
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INTRODUÇÃO
Este manual inclui uma breve introdução teórica de cada um dos capítulos leccionados nas
aulas teóricas da disciplina, seguida de um exemplo de aplicação dos conceitos teóricos com
as metodologias de resolução apresentadas nas aulas práticas.
Para cada um desses capítulos, apresenta-se uma Ficha de Trabalho com exercícios
propostos a realizar pelos alunos, (desejavelmente) antes e/ou durante as aulas práticas em
que essas matérias são abordadas.
No final deste manual incluem-se exercícios de revisão, retirados de exames de anos lectivos
anteriores, que deverão ser resolvidos pelos alunos durante o períodos lectivo, de modo a
poderem esclarecer, atempadamente, as dúvidas suscitadas por esses exercícios em que
surge a integração das várias matérias entretanto leccionadas.
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SUMÁRIO:
1.1 - GENERALIDADES
O movimento dos líquidos pode ser classificado de acordo com dois critérios distintos:
• Escoamento com superfície livre: a veia líquida tem parte ou todo (jactos) o seu contorno
em contacto com a atmosfera.
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• a perda de carga (∆H) entre duas secções é proporcional à distância (L) entre elas, sendo
constante a perda de carga contínua (também designada por perda de carga unitária ou
principal) ao longo da conduta: J=∆H / L.
Sabendo que a perda de carga contínua depende ainda das características físicas do fluido, teremos:
em que,
Ke é a rugosidade equivalente da conduta (ver nota pág. 7), em termos da perda de carga
provocada pelas várias rugosidades do material da conduta;
D é o diâmetro da conduta;
ν é o coeficiente de viscosidade cinemático do fluído;
τo é a tensão junto à parede da conduta.
em que ,
λ é o coeficiente de resistência (a designação "perda de carga" é errada), adimensional, que é
função dos números de Reynolds (Re), de Froude (Fr) e da rugosidade relativa (Ke/D).
NOTA: se a conduta não for circular, o diâmetro é substituído por um comprimento característico (4R)
igual ao quádruplo do raio hidráulico (quociente entre a secção recta da veia líquida e o seu perímetro
molhado (χ).
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Os valores do coeficiente de resistência (λ) podem ser obtidos através das equações de Prandtl e Von
Karmann ⎯ teoria da turbulência ⎯ e comprovados através das experiências de Nikuradze (Figura 1),
cujas conclusões principais são:
log λ
II
III IV
Re 0 Re 1 Re 2 log Re
2ª) A variação de λ com Re apresenta, para cada valor de (ε/D), quatro intervalos (I, II, III, IV) com
leis de variação distintos:
• Regime laminar (I) − (Re0 <2000 a 2500) − variação linear entre λ e Re, sem depender da
rugosidade da conduta, sendo neste caso válida a Fórmula de Poiseuille:
(3)
λ = 64 / Re
• Regime turbulento liso (II) há uma variação não linear de λ com Re, dada pela expressão:
(4)
1 2,51
= −2 log
λ Re× λ
• Regime turbulento de transição (III) há um crescimento do valor de λ com Re.
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• Regime turbulento rugoso (IV) o valor de λ mantém-se constante para cada valor de ε/D, sendo
válida a seguinte expressão:
1 ( ε / D) (5)
= −2 log
λ 3,7
3ª) Nos intervalos I e II, o valor de λ depende apenas do número de Reynolds; no intervalo III, λ
depende de Re e de ε/D; no intervalo IV, λ depende apenas de ε/D.
4ª) Os valores de referência Re1 e Re2 vão diminuindo à medida que a rugosidade relativa (ε/D)
aumenta.
NOTA: nas condutas comerciais não temos nem uma rugosidade teórica (artificial) - ε - nem constante.
Assim, definiu-se, para essas condutas, uma rugosidade equivalente (ke), que substituída na
expressão de cálculo de λ conduz (em regime turbulento rugoso) aos mesmos valores que são
obtidos experimentalmente (com a rugosidade ε). Estes valores estão tabelados para os
materiais das condutas e constam dos respectivos Documentos de Homologação, que são
fornecidos pelos respectivos fabricantes.
O emprego da fórmula universal foi bastante simplificada quer com o aparecimento de diagramas como
o de Moody, que, através da representação gráfica daquelas funções implícitas, permite a determinação
expedita e com suficiente rigor dos valores λ, quer com as potencialidades actuais das máquinas de
calcular programáveis.
a) Fórmula de Darcy-Weisbach :
f U2
J= × (6)
D 2g
em que,
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b) Fórmula de Hazen-Williams:
em que,
C é um coeficiente (experimental) que depende do material (rugosidade) da conduta.
Sempre que pretendermos fazer um cálculo rigoroso por via analítica devemos empregar a fórmula de
Colebrook-White:
1 2,51 Ke / D
= −2 log( + )
λ Re× λ 3,7 (8)
Esta equação implícita pode ser resolvida por um método numérico de determinação dos zeros de uma
função. Na resolução dos exercícios propostos, o cálculo do coeficiente de resistência pode ser
efectuado através do diagrama de Moody ou de um programa de cálculo automático, que sendo mais
rápido, requer sempre a prévia compreensão da metodologia de cálculo.
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‘Os valores do coeficiente de resistência situam-se no [0.008, 0.1]. Verificar no diagrama de Moody
a = .008
b = .1
'Calcula f(a)
x=a
GOSUB 1000
fa = fx
‘Calcula f(b)
x=b
GOSUB 1000
fb = fx
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fc = fx
IF fc * fa < 0 THEN
b=c
ELSE
a=c
x=a
GOSUB 1000
fa = fx
END IF
NEXT iter
'Escrita de resultados
PRINT "L="; x
PRINT "j="; x / d * u * u / 19.62
PRINT "Re="; u * d / niu
PRINT "k/D="; k / d
END
1000
‘ Fórmula de Colebrook-White
fx = 1 / SQR(x) + 2 * LOG(k / d / 3.7 + 2.51 / u / d * niu / SQR(x)) / 2.302585093
RETURN
NOTA: O factor 1/2.302585093 serve para converter o logaritmo natural (função LOG em Basic) em
logaritmo decimal.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E1.1 Determine a perda de carga principal numa conduta de aço de juntas soldadas, com revestimento
em betão centrifugado, admitindo que se escoa um caudal Q = 0,670 m3/s.
A conduta tem 1500 m de comprimento e 0,90 m de diâmetro. Despreze as perdas de carga
localizadas e considere ν = 1,15 ×10-6 m2/s.
E1.2 Numa albufeira com a superfície livre da água à cota 305 m existe uma conduta em fibrocimento
(k = 0.015 mm), com 450 m de comprimento e 150 mm de diâmetro, que transporta água para um
reservatório com o nível da superfície livre da água à cota 299 m. Considere ν = 1,15 ×10-6 m2/s.
Desprezando as perdas de carga localizadas, determine o caudal e a velocidade média do
escoamento
E1.3 Avalie o diâmetro teoricamente necessário para que num tubo, classificado como liso, se escoe um
caudal de 35 L/s, de um óleo com viscosidade cinemática igual a 10-5 m2/s, com uma perda de
carga unitária de 4 m/km. Despreze as perdas de carga localizadas.
NOTA:
Muitos dos exercícios relacionados com escoamentos em pressão, reduzem-se normalmente à
resolução de um ou vários problemas semelhantes aos que são apresentados nos exercícios E1.1, E1.2
e E1.3, em função dos dados e da incógnita respectivos. Ou seja:
E1.1 → dados Q e D, determinar ∆H (tipo I);
E1.2 → dados D e ∆H determinar Q (tipo II);
E1.3 → dados Q e ∆H determinar D (tipo III).
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As perdas de carga localizadas ocorrem em singularidades das condutas, ou seja, em trechos pequenos
da conduta em que se quebra a sua uniformidade. Estas perdas de carga dependem de diversos
factores (de difícil definição) ligados, fundamentalmente, às características do escoamento a montante e
a jusante da singularidade. Neste texto referem-se apenas algumas das singularidades mais comuns.
U2 (9)
∆HL = K L ×
2g
em que,
KL é o coeficiente de perda de carga localizada, sendo determinado experimentalmente para
cada tipo de singularidade.
ALARGAMENTOS
(Um − Uj )2
∆HL = 1,0 × (10)
2g
em que,
Um e Uj são as velocidades médias a montante e a jusante do alargamento brusco.
Na realidade, verifica-se que este valor de KL é ligeiramente superior à unidade KL∈ [ 1,0 ; 1,10 ],
verificando-se experimentalmente que KL = 1,0 quando S1 / S2 → 0 (entrada em grandes reservatórios).
b) Graduais:
Nestes casos, teremos de entrar com um coeficiente KL, em função do ângulo de inserção (β), que pode
ser obtido através duma expressão empírica resultante das experiências de Gibson.
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ESTREITAMENTOS
Nestes casos KL varia entre 0 (quando Sj / Sm = 1) e 0,49 ( para Sj / Sm = 0,01). No caso particular da
saída da água em reservatórios (Sj << Sm), considera-se KL = 0,50. Para as situações intermédias
devem ser consultadas tabelas e/ou ábacos, semelhantes aos do Manual de Hidráulica (pp. 56 a 73).
Se atendermos a que as perdas de carga contínuas (por atrito) são igualmente expressas em função da
altura cinética, basta atender a que:
(11)
∆H = (λ×L / D) × (U2/2g) ⇔ ∆H = K' × (U2/2g)
podemos considerar as perdas de carga localizadas como perdas contínuas ocorridas, por atrito, num
comprimento fictício de tubo com o mesmo diâmetro e para o mesmo valor da velocidade.
Este comprimento equivalente, L*, (em termos de perda de carga) obtém-se facilmente igualando:
(12)
2 2 * K ×D
K'× (U /2g) = (λ×L*/ D) × (U /2g) ⇔ K' = (λ×L*/ D) → L = L
λ
Analisando o valor dos comprimentos equivalentes (L*) para diversos tipos de singularidades e vários
diâmetros, conclui-se que é possível adoptar um valor médio de (KL/λ) para cada tipo de singularidade,
como se indica no quadro seguinte:
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EXERCÍCIO PROPOSTO
40.00 m
E V
R2
L 2= 800 m
∆H V =2.0 m
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SUMÁRIO:
3. ANÁLISE DE SISTEMAS COMPLEXOS:
• CONDUTAS EM SÉRIE
• CONDUTAS EM PARALELO
• NÓ DE CONDUTAS
Estes sistemas resultam da associação de várias condutas com características semelhantes ou distintas,
em que se conhecem diferentes grandezas, resultando sistemas estruturados com escoamentos
uniformes ou variados (condutas com distribuição de percurso).
D1 D2 D3 Dn-1 Dn
L1 L2 Ln
Num sistema com várias condutas em série (Figura 2), facilmente se depreende que o caudal escoado
é o mesmo (não havendo entradas ou saídas pontuais) em cada trecho de conduta com características
distintas e que a perda de carga total é dada pela adição de todas as perdas de carga contínuas ou
localizadas ocorridas nos vários trechos:
Q = U1 × S1 = U2 × S2 = ... = Un × Sn (13)
n n
∆H = ∑ ∆Hi = ∑ J i × Li
i =1 i =1
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D1,L1
Q1 D2,L2
Q2
Q A B Q
Qn
Dn,Ln
Q = Q1 + Q2 + ... + Qn
(14)
∆HAB =∆HAB1 =∆HAB2 =...= ∆HABn ⇔ ∆HAB = J1×L1 = J2×L2 =...= Jn×Ln
h2
h1
h3
L2,D2
hX
L1,D1
L3,D3 h4
hn
X
L4,D4
Ln,Dn
Figura 4 - Nó de condutas.
Neste caso de associação de condutas convergentes num nó (Figura 4), a condição a verificar é a de
que a soma algébrica dos caudais no nó X seja nulo (considerando sinais simétricos para as entradas e
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saídas do nó), ou seja que o valor da soma dos caudais afluentes seja igual à soma dos caudais
efluentes (princípio de conservação da massa, dada pela equação da continuidade).
Q1 + Q2 + ... + Qn = 0 (15)
Este problema, quando envolve três condutas provenientes de três reservatórios constitui uma
abordagem conhecida por problema de Bélanger, que pode ser formulado de diferentes maneiras,
visando a:
A resolução deste problema passa, geralmente, por arbitrar (processo iterativo) criteriosamente para a
energia total no nó X (convergência das 3 tubagens) um valor único, sendo necessário que se verifique a
lei da continuidade nesse nó, face aos caudais que circulam nas condutas (Eq. 15), para terminar o
processo iterativo.
Note-se que este processo iterativo, pode incluir outros processos iterativos correspondentes à
determinação dos caudais em cada conduta, caso se verifiquem problemas do tipo II ou III (ver pág. 11).
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EXEMPLO DE APLICAÇÃO
O abastecimento dum reservatório de distribuição de água a uma cidade é efectuado a partir duma
albufeira de grandes dimensões à cota 413 m (Figura). A adutora, em fibrocimento (ke = 0,015 mm), é
constituída por um trecho AB com 1600 m de comprimento e 300 mm de diâmetro e um trecho BC com
300 m de comprimento e 150 mm de diâmetro. Na junção dos dois trechos (em B) existe uma derivação
que fornece um caudal de 50 L/s a uma unidade industrial. Considere ν = 1,15 ×10-6 m2/s.
Determinar o caudal à entrada do reservatório, estando a sua superfície livre à cota 390 m.
413.0 m
L1=1600 m
D1=300 mm
A
390.0 m
B
50 L/s
C
L2=300 m
D1=150 mm
RESOLUÇÃO:
D1 = 300 mm ⇒ S1 = π×0,152= 0,0707 m2
D2 = 150 mm ⇒ S2 = π×0,0752 = 0,0177 m2
ke = 0,015 mm
νágua = 1,15×10-6 m2 s -1
L1 = 1600 m ; L2= 300 m
Temos uma equação com duas incógnitas ⇒ processo iterativo, condicionado à verificação de (1).
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2º) Processo iterativo para determinar J1 e J2 (fórmula universal das perdas de carga).
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E3.1 Um reservatório descarrega para a atmosfera através de uma tubagem composta por três trechos
de ferro fundido com 150 m de comprimento cada e diâmetros de 900 mm, 750 mm e 600 mm. A
boca de saída do último trecho encontra-se 2,7 m abaixo do nível da água no reservatório.
Determinar o caudal escoado.
E3.2 Na rede abaixo esquematizada, constituída por três condutas em paralelo de fibrocimento
(k=0,02 mm), circula um caudal total de água de 300 L/s.
Determinar os caudais que se escoam em cada uma das condutas e a perda de carga entre A e
B.
Dados: D1=300 mm ; L1=1500 m; D2=250 mm ; L2=500 m; D3=200 mm ; L3=1100 m
(1)
Q A (2) B Q
(3)
E3.3 Os reservatórios representados na figura estão ligados por adutoras em fibrocimento (k=0,015 mm)
com as características geométricas aí indicadas. Determinar os caudais que circulam em cada
uma dessas condutas.
140 m
130 m
L AD = 400 m
A D AD = 200 mm
(3) (2) C
D
105 m L CD = 700 m
(1) D CD = 150 mm
L BD = 1000 m
B D BD = 300 mm
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SUMÁRIO:
3. ANÁLISE DE SISTEMAS COMPLEXOS (cont.):
• REDES EMALHADAS (MÉTODO DE HARDY-CROSS)
• REDES RAMIFICADAS (REGIME PERMANENTE VARIADO)
• REDES MISTAS
As redes de condutas consideram-se sistemas complexos porque são constituídas por tubagens ligadas
em série e/ou paralelo, formando feixes ou malhas de condutas.
Estes sistemas aparecem normalmente nas redes de abastecimento de água municipais ou industriais e
nas redes de combate a incêndios.
Chama-se nó ao ponto de intersecção de três ou mais condutas, que convergem nesse nó.
Chama-se malha a todo o circuito fechado constituído por três ou mais condutas ligadas em série.
Diz-se que uma conduta tem distribuição de percurso quando abastece os edifícios por ela servidos,
sofrendo uma variação de caudal ao longo do seu percurso (escoamento em regime permanente
variado).
sem uniforme
EMALHADA só com malhas
com variado
sem uniforme
RAMIFICADA só com condutas em série
com variado
O dimensionamento duma rede de condutas consiste, tendo em consideração aqueles objectivos, em:
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• atribuir um diâmetro comercial (consoante o material escolhido para a tubagem) para cada
conduta, em função de:
1. valor máximo do caudal na conduta ;
2. critério económico (através da chamada velocidade "económica", que se traduz um intervalo de
referência com valores da velocidade que correspondem ao transporte de caudais elevados
sem produzir um desgaste precoce das paredes da conduta.
• verificar se as pressões atingidas nos nós da rede, para os caudais de projecto, estão dentro dos
valores regulamentares e/ou recomendáveis.
1ª) LEI DA CONTINUIDADE (ou lei dos NÓS): em cada nó os caudais afluentes (+) devem igualar os
caudais efluentes (-) (n = n.º de condutas ligadas ao nó):
n (16)
∑Q
i=1
i =0
2ª) LEI DE ENERGIA (ou lei das MALHAS): numa malha a soma algébrica das perdas de carga em
todas as condutas deve ser nula:
P (17)
∑H
i=1
i =0
NOTAS:
1. Um caudal concentrado num nó representa uma conduta "extra-malha".
2. As perdas de carga podem ser determinadas por ábacos de pontos alinhados ou fórmulas
empíricas, dado que no cálculo manual se pode admitir um erro de fecho (na verificação da
Lei das Malhas) até 0,5 m.
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Os três métodos mais utilizados na resolução dos problemas relativos aos sistemas de condutas são: o
método da Teoria Linear; o método de Newton-Raphson; e o método de Hardy-Cross. Os dois primeiros
baseiam-se no cálculo matricial e só podem ser resolvidos com o auxílio do cálculo automático. O
terceiro pode ser resolvido, manualmente, por iterações, sendo por isso um método aproximado (implica
a consideração dum critério de paragem).
MÉTODO DE HARDY-CROSS
∆Q = −
∑ ∆H i
∆H (18)
2∑ i
Q i
∑ ∆Hi ≈ 0 < 0,5 m ∧ ∆Q ≈ 0 < 0,1 L/s (critério de paragem a adoptar !!!)
NOTAS:
3. Nas condutas comuns a duas malhas a correcção é feita somando algebricamente a correcção
da própria malha e subtraindo a da malha adjacente (sse tiverem o mesmo sentido positivo)
4. Deve-se criar um quadro que sistematize os cálculos relativos à aplicação desta metodologia.
5. Havendo distribuição de percurso nas condutas da malha devemos aplicar a metodologia
a seguir exposta para o caso das redes ramificadas com escoamento em regime variado.
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Nas redes ramificadas existe geralmente distribuição de percurso, o que implica a existência duma
variação de caudal ao longo do percurso, e um escoamento em regime permanente variado.
Dado que estas variações de caudais dependem da "evolução urbanística" dum aglomerado, sendo
impossível prever tal evolução ao longo da vida útil da rede; simplifica-se o cálculo destas redes
considerando constante a variação do caudal ao longo do comprimento das condutas distribuidoras de
caudal. Assim, o dimensionamento dessas condutas é feito entre nós, trecho a trecho, para o respectivo
caudal máximo (que é o de montante).
Chama-se caudal unitário de percurso (q) ao parâmetro que traduz a variação média do caudal ao
longo da conduta:
Qm − Q j
q= ⇔ Qm = Q j + q × L (19)
L
Havendo uma variação da velocidade ao longo da trajectória, há uma variação (linear) do coeficiente de
perda de carga, que se traduz numa variação parabólica da linha de energia. Tal facto dificulta o cálculo
das perdas de carga em cada trecho da conduta.
Bresse ultrapassou esta dificuldade considerando um caudal equivalente (Qe) dado pela expressão
Qe = Q j + 0,55 × q × L (20)
Trata-se de um caudal fictício que, em movimento uniforme e para o mesmo diâmetro e material da
conduta, conduziria ao mesmo valor da perda de carga, que a verificada, na realidade, em regime
permanente variado, considerando os respectivos caudais.
NOTAS:
7. O caudal equivalente serve apenas para o cálculo de perdas de carga e não para a
atribuição de um diâmetro à conduta.
8. Em redes ramificadas, mesmo que Qe < 1 L/s, consideramos sempre a perda de carga para esse
valor mínimo.
9. O cálculo de redes ramificadas é feito, normalmente, de jusante (onde se conhecem os caudais)
para montante.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Considere a rugosidade equivalente do material das condutas igual a 0,001 mm e ν = 1,15 ×10-6 m2/s.
Note que a solução dos exercícios depende sempre do conjunto de diâmetros que seleccionar para as
condutas dessa rede.
E4.1 Dimensionar as condutas e determinar os caudais que circulam em cada uma das redes a seguir
esquematizadas.
20 L/s 10 L/s
5 L/s 1000 m
800 m
1000 m
600 m 1200 m
500 m 1500 m 600 m
40L/s
500 m
1000 m
15 L/s
1200 m 1200 m 25 L/s
10 L/s
5 L/s
E4.2 Considere a rede representada na figura, um caudal unitário de percurso de 0.002 L/(s×m) e uma
pressão mínima a garantir na rede de 0.2 MPa. Determine:
(229)
(235) 2000 m
500 m (230)
500 m
500 m (220)
1000 m (220)
500 m
R
(230)
(250)
500 m
500 m (217)
(228)
400 m
(210)
rede.
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E5.1. Na rede abaixo representada, as tubagens são de fibrocimento (k=0.015 mm) e o caudal unitário
de percurso é de 0.002 L /(s×m).
a) Dimensione as condutas da rede.
b) Determine a cota da superfície livre do reservatório R, de modo que a pressão mínima em toda a rede
seja de 0.25 MPa.
R [?]
2 [60 m]
[60 m] 1 3 [65 m]
6
[70 m] 4 [65 m]
Comprimento das condutas:
R-2 = R-1= 1-4 = 1-6 = 1000 m
2-3 = 3-1 = 4-5 = 1500 m
[70 m] 5
R [175 m]
[140 m]
500 m 500 m
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SUMÁRIO:
4.1. - METODOLOGIA
CUSTOS
E+I
Custo de investimento - I
Custo de energia - E
Deconómico DIÂMETRO
Figura 5 - Variação dos custos de investimento e energia com o diâmetro de condutas elevatórias.
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3. Cálculo dos custos de energia (actualizados ao ano 0) ao longo do período de vida da obra.
Neste ponto o recurso a uma folha de cálculo (Excel) facilita os cálculos a desenvolver.
4. Adição dos custos anteriores para os diversos diâmetros seleccionados e verificação de que o
conjunto de diâmetros seleccionados contém o diâmetro (comercialmente disponível) mais
económico. Para tal acontecer os custos associados aos diâmetros extremos seleccionados
deverão ser superiores a pelo menos um dos custos associados a um dos diâmetros intermédios.
EXERCÍCIO PROPOSTO
E6.1 Num sistema de abastecimento de água, pretende-se dimensionar uma conduta elevatória, em
polietileno de alta densidade (PEAD), com 3000 m de comprimento.
Estabeleceu-se um horizonte de projecto de 40 anos para as obras de construção civil e de 20 anos para
os equipamentos electromecânicos, prevendo-se a entrada em funcionamento do sistema elevatório no
próximo ano. Efectue o dimensionamento económico desta conduta tendo em conta os seguintes dados:
- Caudal a elevar no primeiro ano é de 10 L/s, crescendo anualmente a um ritmo de 0.205 L/s/ano;
- Desnível topográfico entre a tomada de água e o reservatório é de 60.0 m;
- Tempo máximo de bombagem no ano horizonte de projecto é de 16 horas;
- A eficiência dos grupos de bombagem é de 70 %;
- Custo da energia no ano de arranque é de 0,0965 €/kWh, crescendo anualmente a uma taxa de
4%;
- Taxa de actualização: 2%;
- Coeficiente dos custos de instalação da tubagem 200,00 €
Nota: diâmetros nominais do PEAD (mm): 160, 180, 200, 250, 280, 315, 355.
Sugestão: Recorra a uma folha de cálculo (Excel) para a resolução deste exercício. Proceda a vários
cálculos considerando diferentes cenários de taxas e períodos de vida da obra. A folha de cálculo
deverá permitir efectuar o cálculo automático das perdas de carga contínuas, dos custos de investimento
e de exploração do sistema, assim como determinar a solução do problema. Efectue vários cálculos
considerando diferentes cenários de taxas e períodos de vida da obra.
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5. BOMBAS HIDRÁULICAS
• CAUDAL:
Nominal - para o qual a bomba é projectada;
Óptimo - no ponto de eficiência óptima;
Máximo / Mínimo - valor permitido.
• ALTURA TOTAL ( H ) DUMA BOMBA
Nominal - altura total de funcionamento;
Óptima - no ponto de máxima eficiência;
Em vazio - no funcionamento em vazio (Q=0);
p − p e Us − U e
2 2 (22)
H = zs − ze + s +
γ 2g
em que,
s = saída da bomba (nas juntas c/ a tubagem )
e = entrada da bomba (nas juntas c/ a tubagem )
• ALTURA TOTAL DO SISTEMA (Hs): energia total introduzida pela bomba para manter o
caudal Q no sistema elevatório:
2 2 (23)
p j − pm U j − Um
Hs = z j − z m + + + ∆Hv
γ 2g
com,
j = jusante do sistema elevatório (após a conduta de compressão);
m = montante do sistema elevatório (antes da conduta de aspiração);
∆Hv = perdas de carga por atrito nas tubagens de aspiração e de compressão e perdas de carga
localizadas
• CAVITAÇÃO (N.P.S.H.)
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Nas bombas, tal pode ocorrer devido a reduções locais de pressão na entrada dos
impulsores, resultantes do aumento da velocidade de escoamento, nessa secção.
Designa-se por "N.P.S.H." (Net Positive Suction Head) a diferença entre a pressão estática
absoluta e a tensão de vapor do líquido (normalmente expressos em metros).
N.P.S.H.dis.: é a diferença entre a altura total e a altura de pressão de vapor (Po/γ) referida
ao plano de referência do valor do "N.P.S.H.".
• POTÊNCIA:
PQ = γ × Q × H (W ) (24)
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Hdin = + Hv
2g
1º) Definir o tipo de bomba a utilizar → através dum gráfico com a delimitação dos domínios
de aplicação de bombas ( "BUREAU OF RECLAMATON")
NOTA: o caudal que será efectivamente elevado e a altura de elevação só podem ser definidos com
rigor após o conhecimento das características da bomba. (daí a necessidade de "pré-seleccionarmos").
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E7.1 Determinar a altura total de elevação duma bomba em que as condutas de aspiração e elevação
tem diâmetro nominais de 50 mm e 65 mm, respectivamente. O caudal de água (ρ=1000 kg/m3) a elevar
é de 50 m3/h. Considere, ainda, que:
• O desnível entre as falanges de entrada e saída da bomba é de 0,30 m;
• Um manómetro colocado na falange de entrada indica uma pressão de 0,2 bar, enquanto
que outro manómetro colocado na falange de saída indica uma pressão de 5,4 bar ;
Solução: H = 51,67 m
E7.2 Considere um sistema elevatório composto por dois reservatórios, cujas superfícies livres
apresentam um desnível de 40 m, e por uma conduta em ferro fundido (k=1 mm) constituída por um
tramo de aspiração (D=150 mm e L=50 m) e outro de elevação (D=300 mm e L=500 m).
Considere ν = 1,15 ×10-6 m2/s e ρ=1000 kg/m3.
a) Determine a altura manométrica do sistema para um caudal de água a elevar de 100 m3/h.
b) Trace a curva característica do sistema.
c) Seleccione uma bomba hidráulica para elevar o caudal referido em a). (Utilize um catálogo de
fabricante à sua escolha).
E7.3 Num sistema elevatório pretende-se instalar uma bomba centrífuga, de maneira a elevar um caudal
de cerca de 20 L/s. O desnível dos reservatórios de montante e jusante do sistema elevatório é igual a
25.0 m, as condutas de aspiração e compressão são de PVC (k= 0.01 mm), com 80 mm de diâmetro e
50 m de comprimento total. Considere que as perdas de carga localizadas do sistema são equivalentes
a 8.0 m de comprimento de conduta.
a) De acordo com os dados fornecidos por um fabricante escolha uma bomba, com velocidade de
rotação superior a 2000 r.p.m.
b) Determine o caudal efectivamente elevado;
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SUMÀRIO:
1. CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DAS SECÇÕES.
2. REGIME UNIFORME (NORMAL)
3. REGIME CRÍTICO
4. REGIME GRADUALMENTE VARIADO
O estudo dos canais é muito diferente e mais complexo que o das condutas em carga, pois:
i ) Existe uma superfície livre, com capacidade de se deformar e movimentar;
ii ) A rugosidade das paredes do canal tem grande influência no escoamento e é de mais difícil
determinação;
O escoamento da água nos canais está intimamente ligado à inclinação do leito(θ).
Chama-se secção transversal dum canal a toda a secção plana normal à direcção da corrente líquida.
Define-se por:
a) Secção molhada : a intersecção da veia líquida no canal com o plano da secção transversal.
A superfície desta secção designa-se por área molhada (S).
b) Profundidade (altura na secção): é a distância máxima entre o talvegue (leito) e a superfície
livre, medida perpendicularmente ao talvegue (Y).
c) Perímetro molhado (χ): o desenvolvimento da linha de contacto do líquido com as paredes
sólidas da secção; ou seja, é o comprimento da linha de contacto entre a secção molhada e a
secção transversal.
d) Raio hidráulico (R): o quociente entre a área molhada e o perímetro molhado:
S (28)
R=
χ
Note-se que a área molhada, o perímetro molhado, o raio hidráulico e a profundidade média são função
da profundidade e da geometria do canal.
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Assim, para secções regulares, estes parâmetros têm já definidas as respectivas expressões de cálculo,
em função da profundidade e da inclinação lateral das paredes do canal. (consultar manuais de
Hidráulica).
Neste regime as trajectórias das partículas líquidas são rectilíneas e paralelas, sendo a distribuição das
pressões de tipo hidrostática em qualquer secção. No movimento uniforme teremos então:
• Velocidade média constante ao longo do canal;
• Distribuição das velocidades é independente da secção molhada (α constante ao longo do
canal );
• A superfície molhada é constante;
O movimento estabelece-se pela acção duma força constante − componente do peso do líquido na
direcção do escoamento − equilibrada pelo somatório das forças que se opõem ao movimento − atrito do
líquido no canal. Assim, a perda de carga (energia potencial) do líquido iguala a energia transformada
em calor (atrito e turbulência)
em que,
C é um coeficiente empírico que se pode obter através de várias expressões alternativas:
(32)
87 R
a) BAZIN : C= , CB- coeficiente de BAZIN ( Tabelado )
CB + R
(33)
100 R
b) KUTTER : C = , CK- coeficiente de KUTTER ( Tabelado )
CK + R
0,00155 1
23 + +
c) GANGUILLET-KUTTER : C= J n
0,00155 n (34)
1 + (23 + )×
J R
n = inverso do coeficiente KS (coeficiente de STRICKLER)
35
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Existe uma outra fórmula, muito utilizada, para determinação da velocidade média:
2 1 (35)
U = KS × R × i 3 2
→ fórmula de MANNING-STRICKLER
em que,
KS (m1/3⋅s-1) é um parâmetro (empírico) que traduz a rugosidade das paredes do canal e i≈J .
Assim, aplicando a lei da continuidade, ficamos com duas expressões alternativas para o cálculo dos
caudais:
2 1 (37)
Q = KS × S × R × i 3 2
NOTA: estas expressões são válidas apenas para secções simples, onde as tensões tangenciais ao
longo do perímetro molhado são constantes.
Para permitir o escoamento dum caudal Q, a secção mais vantajosa é aquela em que a sua geometria
conduz a um perímetro molhado mínimo, de modo a termos um raio hidráulico máximo (admitindo iguais
valores da rugosidade, secção e inclinação).
Do ponto de vista geométrico, a secção de mínimo perímetro, para uma dada área, é a circular.
Nestes canais teremos:
a) Velocidade máxima: y = 0,81×D
b) Caudal máximo: y = 0,95×D
Designam-se por normais os valores dos parâmetros (geométricos ou dinâmicos) que ocorrem nos
escoamentos em regime uniforme, os quais dependem do canal e dos caudais a escoar.
ou,
2 (39)
Q( y ) = ϕ( y ) × i , com ϕ( y ) = K S × S × R 3
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DADOS INCÓGNITAS
Q,y i
Q,i y
y,i Q
Resolução:
Secções com geometria simples:
2 1 (37)
Q = KS × S × R 3
×i 2
y1
Ψ (y1 Ψ (y
Para a resolução destes problemas consideram-se outros condicionalismos não hidráulicos, tais como:
• custo mínimo;
• características geológicas do terreno de implantação;
• topografia;
• existência de edificações ou vias de comunicação;
Nas secções compostas efectua-se a partição em secções simples, às quais é legítimo aplicar as
fórmulas de Chézy ou de Manning-Strickler.
Nas secções irregulares o caudal é obtido pelo somatório dos caudais elementares correspondentes a
cada uma das faixas verticais de largura ∆bi,, em que se divide a secção
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∆ bi
yA y
B
A B
n y A + yB U + UB (40)
Q = ∑( × ∆b i × A )
i=1 2 2
Nas secções heterogéneas, em que a rugosidade do canal varia ao longo do perímetro molhado, a
rugosidade equivalente é traduzida pelo parâmetro KS* calculada pela Fórmula de EINSTEIN:
2/3
⎡ ⎤
⎢ χ ⎥
=⎢ ⎥
*
KS (41)
⎢ χl ⎥
⎢ ∑l K 3 / 2 ⎥
⎣ l ⎦
em que :
K l é o coeficiente de Strickler correspondente à rugosidade do trecho l cujo perímetro molhado é χl .
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E8.1 Considere um canal de secção trapezoidal em que: a largura da base é de 4,00 m; a inclinação das
paredes laterais é de 45º; a rugosidade das paredes é caracterizada por CB=0,16 (Bazin); a inclinação
do talvegue é igual a 0,30 m/km; e a altura de água na secção é de 1,60 m.
Determine a velocidade média do escoamento e o respectivo caudal.
E8.2 Considere um canal rectangular com 4,00 m de largura em que a rugosidade das paredes é
caracterizada por Ck=0,25 (Kutter), sendo a inclinação do fundo do canal de 4%.
E8.3 Considere a secção transversal representada na figura, em que a rugosidade do leito menor é dada
por KS= 80 m1/3/s, e a do leito maior (de cheia) é de KS= 40 m1/3/s. A inclinação do talvegue é de 0,2%
a) Determinar a profundidade da água no canal (h) quando se escoa, em regime uniforme, um caudal de
25 m3/s.
b) Determinar o caudal que se escoa, em regime uniforme, numa situação em que a altura da água se
eleva 2,00 m acima do leito de cheia.
h 3:1 3:1
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40
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3. REGIME CRÍTICO
Do estudo da interdependência das variáveis, energia especifica, caudal e altura na secção, mantendo
uma delas constante, verifica-se que existe uma altura (dita crítica) para a qual o caudal que se escoa
em regime uniforme é máximo e/ou a energia específica é mínima para um dado caudal.
O regime associado a esta altura crítica designa-se por crítico e estabelece a transição entre o:
Q y mc
= SC × , α≈1 (42)
g α
A determinação da altura crítica (yC) , para um dado caudal, pode ser efectuada através de:
i) Expressões tabeladas: secções regulares simples;
ii) Resolução analítica de fórmulas implícitas;
ii) Método gráfico: secções compostas ou irregulares, considerando
Yc
Q Ψ (Y)
g
Determinada a altura crítica é fácil calcular os restantes parâmetros ditos críticos (secção molhada,
perímetro molhado, inclinação do talvegue, etc.).
41
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
E9.1 Considere um canal trapezoidal com as características a seguir descritas, onde se escoa um
caudal de 15 m3/s, em regime uniforme.
- largura da base: 2,00 m;
- inclinação das paredes laterais: 1/1;
- rugosidade das paredes (betão): CB= 0,16 ;
- inclinação do fundo do canal : 3 m/km;
Determine:
a) A altura crítica.
b) A altura normal e o respectivo perímetro molhado.
E9.2 Considere o canal com a secção trapezoidal representado na figura. As paredes são de betão
(Ks=65 m1/3/s) e a inclinação do talvegue é de 2m/Km.
a) Determine a altura crítica para um caudal de 120 m³/s, utilizando o método gráfico.
b) Determine o valor da altura da água na secção, de modo a que o caudal escoado em regime
normal e em regime crítico seja igual.
45 º 45 º
10.0 m
42
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Em regime permanente variado a velocidade média do escoamento não se mantém constante ao longo
do canal, quer por o caudal ser constante e a secção variável, ou por o caudal e secção serem ambos
variáveis. O regime permanente variado pode dividir-se em:
ii) Regime rapidamente variado – ocorre em trechos, geralmente curtos, de canais dotados de
singularidades, englobando diferentes situações: ressalto hidráulico - passagem brusca de regime
rápido a lento; escoamentos em descarregadores e em mudanças de declive (sem separação);
escoamentos em alargamentos e estreitamentos de secção (com separação); ondas oblíquas
como as originadas por mudanças de direcção das paredes do canal. Tem especial importância o
estudo do ressalto hidráulico e a determinação das alturas conjugadas associadas.
dy senθ − J
= , com y = y (s)
ds (1 − Fr ) cos θ (44)
sen θ − J y Λ( y l+1 ) + Λ( y l )
Λ( y ) = ; ds = ∫ Λdy ⇔ s l+1 − s l = ∫yll+1 Λ( y ) = × ( y l+1 − y l )
(1 − Fr ) cos θ 2 (45)
∂ J +J E − E2 (46)
(E + Z ) = − J ⇒ (E 2 + Z 2 ) − (E1 + Z1 ) = − 1 2 × ∆s ⇔ ∆s = 1
∂s 2 J1 + J2
−i
2
2 (47)
U2 ⎛ Q ⎞
Com, Ei = y i + e J = ⎜⎜ 2 ⎟
⎟
2g ⎝ KSR 3 ⎠
43
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y2 1 (48)
= ( 1 + 8Fr1 − 1)
y1 2
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EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1/3
E10.1 Num canal rectangular com 6.0 m de largura, KS= 60 m /s e i= 0.0015 m/m, a água escoa-se
com uma altura de 1.5 m. Em toda a secção transversal do canal existe um descarregador vertical de
soleira delgada com 75 cm de altura e um coeficiente de vazão igual a 0,45.
Calcule a altura da água numa secção 300 m a montante do descarregador.
Solução:.y = 1,90 m
E10.2 Faça um esboço da superfície livre num canal rectangular (KS=100 m1/3 /s) com 3,0 m de largura,
quando se escoa um caudal 9,6 m3/s, para as seguintes situações.
a) mudança brusca de declive de 0.0016 para 0.015 m/m;
b) mudança brusca de declive de 0.0016 para 0.0006 m/m. Neste caso determine para que distância a
montante da mudança de declive ocorre o regime uniforme;
c) mudança brusca de declive de 0.015 para 0.0016 m/m.
Solução: b) d =494 m.
Q 4.5 m 3.0 m
Planta
Q
2.0 m
1.4 m
Corte
E10.4 Um descarregador de soleira normal com 4.0 m de largura, descarrega um caudal de 20 m3/s. O
ressalto hidráulico que se forma no canal, a jusante do descarregador, possui uma altura de montante
igual a 1.2 m. Determine:
Solução: a) y = 1,55 m ,b) ∆E = 0,006 m ,c) U1= 4,17 m/s; U2= 3,23 m/s
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ER.1 A rede de distribuição de água apresentada na Figura foi calculada pelo método de Hardy-Cross.
Os caudais e as perdas de carga apresentados na figura correspondem aos resultados obtidos numa
das iterações.
a) Determine os caudais unitários de percurso nas condutas 1-3 e 3-5, sabendo que o caudal
equivalente na conduta 3-5 é de 2,2 L/s.
b) Determine os erros de fecho das duas malhas associados aos resultados apresentados e calcule os
caudais para a iteração seguinte recorrendo às correcções de Cross.
c) Calcule o factor de resistência da conduta R1-1, para que a pressão no nó 2 seja de 25 m.c.a.
(Recorra ao ábaco de Moody).
?
126.30
1 [80.00]
? [91.00] 13 L/s 3
R1 ∆ H = 1.60 m
5
L = 1000 m 4 L/s L =2000 m
2 L/s 1-3 3-5 [82.00]
D = 175 mm
9 L/s ∆ H = 3.10 m
L = 500 m
∆ H = 1.55 m
∆ H = 1.30 m
3 L/s [90.00]
5 L/s ∆ H = 1.40 m 4
2
[95.00]
10 L/s
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a) Dimensionar as condutas cujo diâmetro não está indicado e calcular a cota mínima da superfície
livre da água no reservatório R2, supondo a válvula V aberta.
b) Determine a rugosidade equivalente da conduta "2-3", supondo a válvula V fechada.
c) Qual o acréscimo de energia fornecido pela bomba B ?
d) Determine o caudal escoado na conduta R1-R2.
NOTAS:
1) Na determinação das perdas de carga contínuas, considere obrigatoriamente λ = 0 ,02 ;
2) O erro de fecho máximo admissível não deve ser superior a 10% da perda de carga máxima nas
condutas da malha.
3) Despreze as perdas de carga localizadas nas alíneas c) e d).
Solução:
a) D1-2=100 mm (Depende dos caudais no nó 1. São possíveis outras soluções.), D2-4=60 mm,
D3-5=80 mm, DR2-1=125 mm, ZR2 = 131.39 m.
b) K=0,08 mm
c) ∆B=88,9 m
d) Q=85,75 L/s.
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a) Sabendo que a energia no nó N é igual a 142.15 m, determine os caudais escoados nas condutas
R1-M,M-N e R2-N, e a cota da superfície livre no reservatório R2;
c) Nas condições da alínea b), determine qual deverá ser a cota de implantação do nó C no terreno, de
maneira a que a pressão no nó C seja igual a 20 m.c.a..
150.0 m
R1 V (Kv=46.4) z=?
M R2
5 L/s
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a) Determine a inclinação média do rio, sabendo que em situações de cheia (secção do rio representada
na figura) o rio transporta um caudal de 5,5 m3/s, com o mínimo de energia específica;
b) Considere que o escoamento no rio se estabelece unicamente no leito menor, e que a inclinação do
fundo é a determinada na alínea anterior. A estação elevatória bomba um caudal de 30 L/s do rio para o
reservatório R, desde que o número de Froude do escoamento no rio seja superior a 0,7. Neste caso
determine a altura mínima da água no interior do reservatório R.
104.0 m
R
BOMBAS
Rio com leito CONDUTA ELEVATÓRIA:
regularizado φ= 225 mm, L=2000 m
1:1 1:3
1.0 m 1.0 m
70.0 m
1:1
Soluções:
a) ic ≅ 2.18 ‰.
b) h = 4,39 m
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ANEXOS
50
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51
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NOTA: os materiais plásticos têm uma rugosidade muito baixa, com valores da ordem dos 0,001 mm.
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