Anda di halaman 1dari 46

+

Oral X Escrita

Aquisição da Escrita
+
Não continuidade fala/escrita

n Diferenças e semelhanças
n Fala
e escrita são parcialmente isomórficas
(escrita tenta representar fala num primeiro
momento, mas depois é a fala que vai tentar
simular a escrita)
+
n Masde que modo se opera essa
transformação de/em alguém que passa a
ver o que não e é assim capturado pela
escrita enquanto funcionamento simbólico?
Esta pergunta nos leva ao segundo ponto
desta reflexão. (...)...o pressuposto de não-
continuidade ‘natural’ entre linguagem oral
e escrita leva, no mínimo, à indagação
sobre o que é transmitido (e como).” (De
Lemos, 1998)
+
Etapas evolutivas da história da
escrita
n  1. Inexistência da escrita

n  2. Precursores da escrita: fase semasiográfica


n  2.1 sistema pictográfico
n  2.2 recursos de identificação mnemônica

n  3. Escrita plena: fase fonográfica


n  3.1 lexical—silábica
n  3.2. silábica
n  3.3 alfabética
+
2.1 sistema pictográfico

n Não
apresenta inicialmente relação direta
com a fala, mas se encaminha aos poucos
para isso, passando a ser um simbolismo
+
2.2 recursos de identificação
mnemônica

n Símbolos
heráldicos e símbolos usados por
indígenas para registrar tempo
+
Escrita plena: fase fonográfica

n  3.1 lexical—silábica

n  início 3 100 a. C., sistema pictográfico – formas


estilizadas para facilitar o traçado e aos poucos é
convencionalizado

n  Logogramas ou ideogramas: resultado desse


processo de convencionalização

n  Estilização retificou as linhas arredondadas

n  Logograma já tem estatuto de palavra e tb


representação fonética
+ Depois dessa fase é que o sistema silábico se
desenvolveu

n  Sistemaspictográficos que se desenvolveram em


escritas logográfico-silábicas: sumério, egípcio,
chinês

n  Povos
antigos, como os egípcios, tinham o papiro
(extraído do caule de uma planta de mesmo
nome), onde os sacerdotes escreviam os
hieróglifos.

n  Assírios, caldeus


e outros povos, utilizavam a
escrita cuneiforme, gravando seus escritos em
pequenos tijolos de barro, como se fossem livros.
Na cidade de Pérgamo, na Ásia, apareceu um tipo
de papel feito de couro de carneiro, chamado
pergaminho.
+

n  Embora não tenha sido um caminho fácil, a


passagem para o sistema silábico passou pela
técnica de rébus:

n  cara vela

caravela
+ n  Estamos apenas usando as propriedades fonéticas e
não semânticas dessas partes, o mesmo acontece
com os ideogramas

n  Foramos fenícios que partiram finalmente para a


escrita lexical-silábica, apenas de consoantes,
esporadicamente as semi-consoantes
representavam vogais

n  Umalíngua que ainda mantém sistema silábico é o


japonês

n  A
passagem para a escrita alfabética acontece pelas
mãos dos gregos que partem do silabário fenício e
normatizam a colocação da vogal depois da
consoante. Essa descoberta acontece no séc. X a. C.
+ n  Vygotsky: a grande descoberta: para aprender a
escrever a criança precisa descobrir que ela pode
desenha não apenas coisas, mas a própria fala

n  Língua Portuguesa deriva do ramo latino da escrita


grega

n  À primeira vista, poderíamos dizer que a nossa


escrita é alfabética, mas então como explicar as
diferenças existentes entre ela e o inglês? – tese de
doutorado
n  Motivação fonêmica
n  Motivação fonêmica e fonética
n  Motivação fonética
n  Motivação lexical
n  Motivação diacrônica
+
Motivação fonêmica

n Sonssão contextualmente determinados e,


assim, não distintivos
n Ex. casa

n  cama
+
Motivação fonêmica e fonética

n Um fonema só tem uma realização possível:


n Ex. /b/
(fonetica e fonemicamente
motivado)
+
Motivação fonética

n Cantocom “n”, campo com “m” : nos dois


casos temos a ortografia representando a
qualidade de nasalização
+
Motivação lexical

n Palavra
medicina: poderia ser com “ss”,
“sc” etc.,mas vem da mesma família lexical
(médico, medicando, medicinal etc.)
+
Motivação diacrônica

n Ex. palavra
homem tem “h” porque era
assim em latim
+
A fala e a escrita

n  A língua oral muda, mas a escrita é conservadora o que faz


com que haja um afastamento gradativo entre elas. Nesses
casos a motivação deixa de existir.

n  Há portanto um misto entre motivações e arbitrariedade


+
n  Zorzi
(1998) enfatiza tendência em se tomar a
escrita como transcrição da oralidade, sendo ainda
muito forte a idéia de que para escrever bem é
necessário saber falar bem. O autor acredita que a
linguagem escrita, ao contrário da oral não faz
parte da nossa hereditariedade, ou seja, se por um
lado nascemos para falar por outro precisamos
aprender a escrever. Dessa forma a linguagem
escrita é um bem cultural e não biológico (2002).
+ n  Autores como Cunha & Castro (1982) consideram que
uma linguagem verbal adequada, futuramente, dará
condições à comunicação escrita e à fixação de
conceitos. Afirmam ainda que a pronunciação correta
das palavras é importante não somente para
possibilitar a alfabetização, mas também para um bom
desempenho social da linguagem.\

n  Freire
(1997): o processo de aquisição da escrita tem
início ao nascimento e tem continuidade nas práticas
discursivas orais, fazendo com que a escrita passe a ter
uma função social.

n  Dessa
forma, apenas o domínio das regras do
português e do código gráfico não garante o uso
adequado da escrita (KRISTENSEN & FREIRE 2001).
+ n  Vygotsky (1979): linguagem escrita como uma
“função lingüística distinta, que difere da
linguagem oral tanto pela sua estrutura quanto
pela sua função”. Quando fala sobre escrita, o
autor diz que até seus estágios mais elementares
de desenvolvimento exigem um alto nível de
abstração.

n  PorémDa Silva (1991) afirma que a oralidade e a


escrita fazem parte de um mesmo processo
cognitivo, onde um tipo de conhecimento dá
origem a outro, fazendo com que durante um certo
período os conhecimentos da linguagem oral
sejam empregados como instrumentos de
assimilação da escrita.
+
n  Na
prática, Gallo explica que quando o estudante
entra na escola, sua produção lingüística se
inscreve no discurso da oralidade. Mesmo depois
de alfabetizado seus textos permanecem inscritos
nesse discurso, e assim permanecerão até o fim do
período de escolarização. E nada acontecerá a
esse aluno para que ele aprenda o discurso
escrito.

n  Zorzi
(1998) considera a escrita como sendo um
processo de formação de conhecimentos, onde o
aprender a escrever não se reduz a uma simples
associação entre letras e sons ou a fixar a forma
das palavras. Corresponde a um processo de
conceitualização de linguagem.
+
O Processo de desenvolvimento

n  Gobineau & Perron (1975): o desenvolvimento do grafismo


ocorre entre 6 e 11 anos e passa pelas seguintes etapas

n  Fase pré-caligráfica – ocorre entre 6 e 7 anos e a criança


passa por dificuldades motoras importantes;

n  Fase caligráfica infantil – ocorre dos 8 aos 9 anos, é


conhecida como domínio gráfico; nesta etapa a criança tem
um domínio relativo dos gestos e das dificuldades motoras;

n  Fase pós-caligráfica – vai dos 10 aos 11 anos e em função da


idade o equilíbrio gráfico torna a vacilar.
+ n  Frith (1925): o desenvolvimento da escrita e da leitura ocorre
em três etapas ou estágios :
Logográfico. Nesta, as crianças que são mais expostas à
escrita de logomarcas poderiam ler sem
problemas aquelas palavras que vêem com mais freqüência
(ex. coca-cola), ou seja, elas lêem de maneira visual direta; as
crianças não perceberão a troca de letra, desde que o
contexto e a forma visual global permaneçam iguais.

n  Alfabético. Aqui teria início o processo de associação entre


fonema e grafema, gerando a capacidade de decodificação
de palavras novas e a escrita de palavras simples. Neste
estágio, a criança aplica as regras da escrita intermediada
pelo som da fala, ou seja,começa a escrever como fala e
Ortográfico. Esta se caracteriza pelo estabelecimento das
relações entre grafemas, com o uso de seqüências de letras e
de um padrão de ortografia para o reconhecimento visual
das palavras pré-armazenadas, assim, a criança passa a ler e
escrever corretamente palavras irregulares.
+ Baseados na teoria de Piaget, Marsh et al.,Navas & Santos
(2004) descreveram o desenvolvimento da escrita em 4
estágios
1)  adivinhação lingüística: caracterizado pela aquisição de um
vocabulário visual, onde, a criança reconhece visualmente
palavras pequenas como se fossem desenhos.

2)  aproximação visual: reconhecimento de certas características


gráficas das palavras, encontrando similaridades que variam
desde o tamanho das palavras até a letra inicial.

3)  decodificação seqüencia: o início do processo de decodificação


que somente ocorrerá através da aquisição de regras de
correspondência entre fonema e grafema.

4)  decodificação hierárquica: a criança passaria a utilizar regras


contextuais para cada novo estímulo, pois neste acreditam que a
decodificação ocorre de forma completa.
+ Também vinculadas à teoria de Piaget, Ferreiro e
Teberosky (1999) dizem que a criança adquire as
habilidades de escrita à medida que vai
desenvolvendo suas hipóteses infantis. As autoras
apontam uma seqüência psicogenética de construção
da escrita, caracterizada pelas hipóteses

n  Pré-silábica: nesta, uma série de fatos revelam um


processo construtivo e criativo; as crianças chegam a
compreender as diferenças entre desenhar e escrever
mudam a qualidade do traçado gráfico, tentam
reproduzir e organizar as letras podendo mudá-las ou
posicioná-las de maneira diferente, de acordo com a
escrita a ser feita; nesta fase surge a relação entre a
quantidade de letras usadas e o tamanho do objeto.
+ n  Silábica: esta fase marca o início da fonetização da
escrita; aqui a criança descobre que a escrita
representa a fala que a quantidade de letras usadas
para escrever uma palavra corresponde às partes da
palavra falada; a criança passa a representar uma
sílaba por letra, sem a repetição de letras nem omissão
de sílabas, pois pé nesta fase que a criança se torna
mais atenta às características sonoras das palavras.

n  Silábico-alfabética: esta


fase de transição se caracteriza
pelo fato de a criança deixar de considerar a silaba
como uma unidade sonora e passar a compreender que
a mesma pode ser segmentada e analisada em
elementos menores que são os fonemas. Nesta fase a
criança descobre que algumas sílabas podem ser
representadas por mais de uma letra.
+ n  Alfabética: nesta fase ocorre uma correspondência
mais precisa entre letras e sons, levando as
crianças a perceberem que a escrita das sílabas
que compõem a palavra falada nem sempre
podem ser representadas por uma só letra.
Também é nesta fase que começam a aparecer as
dificuldades ortográficas.

n  As
autoras afirmam que a criança pode ser
considerada alfabetizada quando chega nesta fase,
pois aqui, a mesma já compreende a natureza da
escrita.
+ n  Marchesan & Zorzi (1999/2000) foram mais além e
afirmaram que para dominar a escrita a criança
deverá compreender que um mesmo som pode
ser escrito por diferentes letras, que as palavras
necessitam ser escritas separadamente, quantas e
quais letras são necessárias para escrever os sons
das palavras e ainda, dentre outros fatores, a
criança deverá discernir a posição das letras no
interior das palavras e diferenciar letras de formas
gráficas semelhantes.
+ A Produção da Escrita e os Erros Ortográficos

n  “Espera-se que ao terminar o primeiro grau, uma


criança já faça uso da escrita de forma
adequada” (JAKUBOVICZ, 2004), mas para que isso seja
possível, a criança deve ter conhecimento de todos os
símbolos gráficos que representam os sons falados,
entender a relação existente entre linguagem escrita e
linguagem falada, saber juntar os símbolos gráficos
para formar unidades lingüísticas com sentido e usar
corretamente a pontuação.

n  Conforme afirmou Zorzi (1998), “apropriar-se do


sistema ortográfico significa compreender e dominar
os aspectos que caracterizam a natureza alfabética da
escrita”.
+ Zorzi (1998) : analisou o material escrito de 514 alunos e
observou a presença de 21.196 alterações ortográficas,

n  Alterações
ou erros decorrentes da possibilidade de
representações múltiplas: foram os mais freqüentes e
corresponderam a 47,5% do total; tais erros se devem à
correspondência não estável entre letras e sons que
levam a uma série de erros (“cabesa” e “cabessa”);

n  Alterações
ortográficas decorrentes de apoio na
oralidade. Corresponderam a 16,8% e sofrem
influência dos padrões orais (quente por “queinti” ou
dormir por “durmi”); Omissão de letras qu
corresponde a 9,6% do total, estes erros caracterizam-
se por uma caligrafia incompleta (“sague” para
sangue; “deida” para deitada);
+ n  surgem
Erros por segmentação indevida, com ocorrência de 7,8%,
devido à insegurança da criança em saber onde a
palavra começa e onde termina (“siperder” para se perder;
“quatro sentos” para quatrocentos);

n  Erros por confusão entre as terminações “am” e “ão”.Estas


confusões aparecem com 5,2 % do total; neste caso é
observada a forte influência de padrões de pronúncia
devido a semelhança fonética entre am e ão (caíram pode
ser grafado como “cairão” );

n  Generalização de regras : apareceram com freqüência de 4,6


%, e devem-se ao fato de que a criança aplica regras
aprendidas, porém em situações não apropriadas (embora
fale “carru” a criança reconhece que o som final deve ser
escrito com a letra “o”, generalizando a regra para outras
palavras como”sumio”para sumiu);
+ n  Substituições evolvendo a grafia de fonemas surdos e
sonoros que tiveram uma ocorrência de 3,8% do total
de erros. Neste caso, ocorre uma substituição de
grupos de letras que tem em comum o fato de
representarem fonemas que se diferenciam pelo traço
de sonoridade (banana fica “panana”; cavalo fica
“cafalo”);

n  Acréscimo
de letras, com um índice de 1,3%. Contrário
ao que ocorre nas omissões, aqui a criança utiliza um
número de letras maior do que deveria usar em
determinada palavra (machucar vira “manchucar”);

n  Letras
parecidas, com uma freqüência de 1,3% estão as
palavras escritas de forma errada, em função da
semelhança com a letra que deveria ser usada (medo
por “nedo”; bicicleta por “bicicheta”);
+ n  Inversão de letras: 0,6% do total de erros
produzidos pelas crianças e dizem respeito à
mudança de posição da letra dentro da palavra
(acordou vira “arcodou”);

n  Outros erros, com uma correspondência de 1,2%,


foram incluídas alterações observadas em uma ou
outra criança, se restringindo à forma particular de
escrever (“jange” para sangue; “gurcha” para
bruxa)

n  Os autores Cuba dos Santos apud Berberian et al.


(2003) e Fonseca (1995) também relataram
algumas características de dificuldades na
aquisição e fixação de objetos escritos:
+
n Inversãona ordem das letras (ex. “calrão”
por clarão).;
n Adição de letras e sílabas (“fiaque” por
fique);
n Confusão entre letras de formas
semelhantes (“moite”por noite);
n Uniãode duas ou mais palavras
(“eraumaves” por era uma vez);
n Divisãode palavras (“a mi nversarrio” por
aniversário); Omissão de preposição e
outros.
+
Fonseca (1995) e Guerra (2002) relataram que na
prática clínica tem sido verificada a ocorrência de
falhas ortográficas de natureza cultural e
pedagógica, que ocorrem de fora para dentro e
não são caracterizadas como dificuldade de
aprendizagem da escrita:
+n  criança
As falhas culturais são oriundas da maneira como a
ouve a fala de sua família e comunidade.

n  Asfalhas pedagógicas ocorrem quando a criança troca


letras que apresentam a mesma realização sonora, ou
quando ainda não há entendimento de determinadas
regras gramaticais.

n  E
auditiva e visual, que são falhas de dentro para fora e
caracterizam uma disortografia.

n  Berberianet al. (2003) afirmam que para confirmar a


veracidade dos erros deve ser realizada uma avaliação
ampla e rigorosa das produções textuais. A autora
parte do pressuposto de que esses “erros” são indícios
do conhecimento que a criança tem da escrita, e
podem, portanto, oferecer material ao fonoaudiólogo
para compreender a relação que vem se estabelecendo
entre o sujeito e a escrita.
+ De acordo com Scliar-Cabral, os dois sistemas, tanto o
oral quanto o escrito, servem para a comunicação,
pelo fato de possuírem as propriedades da invariância
que é inerente à representação abstrata das unidades
mínimas.

Sendo assim,
“Seja quais forem as variantes determinadas pelo
contexto fonético circundante e/ou geográfico e/ou
social e/ou individual, as pessoas pertencentes a
uma mesma comunidade linguística intercambiam
mensagens orais inteligíveis, a não ser que
pertençam a universos especializados” (SCLIAR-
CABRAL, 1994, s/p.
+ Diferenças entre discurso relativamente não-
planejado (DRNP) e discurso planejado
(DP): Mary Kato (1986, p. 24)

DRNP DP

Dependência contextual Menor dependência contextual

Uso de estruturas morfossintáticas Menos uso de estruturas adquiridas


adquiridas cedo cedo, mais estruturas adquiridas
tardiamente

Uso de repetição Menor uso de repetição lexical

Menor uso de variação de forma e Maior uso de variação de forma e


conteúdo conteúdo
+
Linguagem oral versus linguagem escrita

a) a linguagem oral é altamente dependente de contexto,


enquanto que a escrita é descontextualizada;
b) a coesão, na linguagem oral, é estabelecida através de
recursos paralinguísticos e supras- segmentais, enquanto que,
na linguagem escrita, ela é estabelecida através de meios
lexicais e de estruturas sintáticas complexas que usam
conectivos explícitos.
+ Alguns elementos linguísticos encontrados nos dois
sistemas (oral e escrito) – SCLIAR-CABRAL (1994).

Retificação (correção):

Muitos autores acreditam que se trata de um dos traços distintivos da


escrita.

“[...] mas se aceitarmos a definição de D'Aquili (op. Cit. p.10) de que a


“conceituação como processo através do qual os atributos de um
objeto (inclusive os sentimentos interiores) são reificados, ou pelo qual
uma pluralidade de objetos externos são afirmados como idênticos de
alguma forma e esta identidade passa a ser compreendida por um
símbolo”, devemos concluir que o sistema oral também cumpre esta
função, inclusive reificação do próprio eu” (SCLIAR-CABRAL, 1994, s/
p.).
+ Metalinguagem:

Tanto a modalidade oral quanto a escrita podem ser usadas


como instrumento de reflexão sobre a própria língua ou
sobre qualquer outro sistema semiótico (a recíproca não é
verdadeira), mas existem limites empiricamente
comprovados para os não-alfabetizados, uma vez que eles
não podem evitar a percepção da cadeia da fala como um
continuum.

Os experimentos mostram uma influência recíproca entre a


consciência metafonológica e a aprendizagem do sistema
alfabéticos.

Ex: experimento que solicitava que os participantes fizessem o


apagamento da consoante e da vogal iniciais.
+ Transmissão Cultural
Embora ambos os sistemas sirvam como veículo para a
transmissão cultural, não existe dúvida de que, em virtude do
caráter permanente da modalidade escrita, ela pode registrar o
que aconteceu sem o risco das contínuas distorções que
ocorrem quando o texto é oralmente transmitido através de
sucessivas gerações de narradores.

O efeito mais importante sobre a transmissão cultural, se


considerarmos o continuum que vai da áudio-vocalidade ao
letramento, é determinado pelos limites das memórias
operacional e permanente; mesmo se alguém for perito em
recitar de cor poemas longos como o Ulisses, não podem ser
comparados com a massa de informação arquivada nas
bibliotecas.
+ As funções expressiva e estética

Quando comparamos as duas modalidades, concluímos que a oral


é mais adequada para a função expressiva do que a escrita.
Quanto mais o referente for mediatizado pela língua, mais as
emoções se tornam reificadas. Os meios orais permitem a
interpolação de sons inarticulados, bem como a presença da
expressão facial e corporal, além das modulações
paralinguísticas da voz.

A função estética está diretamente associada com a emoção, mas


sua característica principal é a ordenação dos materiais
disponíveis para a obtenção do prazer estético.
+
As articulações
São encontradas nos dois sistemas. Teoria da dupla articulação da
linguagem: Martinet.

1a. articulação da linguagem: são combinadas as unidades mínimas de


significação (morfemas).

2a. articulação: são combinadas as unidades destituídas de significado


(os fonemas).

Posteriormente, uma 3a. Articulação foi acrescida, uma vez que o


fonema não é mais considerado como unidade indissolúvel: é um
feixe de traços fonéticos distintivos.

Uma ou mais letras (os grafemas) representam fonemas e alguns de


seus alofones, que resultam nas unidades significativas da escrita
(segunda articulação) […] Analogicamente, a articulação das
unidades significativas escritas podem ser consideradas como a
primeira articulação.
+
A invenção do alfabeto representa a inferência do princípio
destas três articulações, pois cada letra é formada pela
combinação de uns poucos traços gráficos em relação a uma
linha imaginária. Para a obtenção da economia um outro
parâmetro foi adicionado: a rotação. Esses três traços
constituem, basicamente, a 3a. Articulação nos sistemas
alfabéticos.

A enorme economia para a estocagem e consequente


processamento, novamente, garantem a vantagem de uma
vasta difusão dos textos, mas o preço foi a dificuldade de
apreender seu princípio fundamental: como desmembrar o
continuum da cadeia da fala em seus constituintes mínimos,
os fonemas, e relacioná-los aos grafemas.
+ Produtividade
As articulações são a principal ferramenta para uma das
propriedades que é comum aos dois sistemas: a
produtividade, usualmente mencionada como criatividade.

A articulação de umas poucas unidades, em cada nível,


permite que, seja qual for o número de novas experiências
reificadas, seja possível representá-la através da linguagem
verbal ou oral ou escrita. Este potencial se alarga
enormemente pelo fato de que novos sentidos podem ser
atribuídos no contexto de uso.

Anda mungkin juga menyukai