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XVIII ENDIPE

Didática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira


XVIII Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino
Didática e prática de ensino no contexto político contemporâneo:
cenas da educação pública
Cuiabá-MT, 23 a 26 de agosto de 2016

A IMPORTÂNCIA DA DIDÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DA


EDUCAÇÃO SUPERIOR

Elci Nilma Bastos Freitas – SEMECSGC/UEFS


Márcia Suely de Oliveira Araújo – UEFS
Dagmar Ribeiro Duarte - UEFS

Resumo: Temos ciência de que a complexidade da sala de aula demanda do professor,


além do seu protagonismo, diversas habilidades para que a sua identidade profissional
possa se construir em bases sólidas. Acreditamos que a Didática propicia alguns
elementos importantes para a formação do professor da educação superior, visto que a
prática de ensino, no contexto contemporâneo, requer conhecimentos para além do
campo específico e da experiência do profissional docente. Este trabalho é oriundo de
uma pesquisa de abordagem qualitativa, cujo lócus empírico é o Programa de Pós-
Graduação stricto sensu – Mestrado Acadêmico de Saúde Coletiva de uma universidade
pública baiana. O objetivo deste estudo foi compreender a contribuição da Didática na
formação de professores da educação superior na área de Saúde Coletiva. Nessa
investigação, entrevistamos doze colaboradores no segundo semestre de 2015.
Entendemos que as dificuldades elencadas pelos mestrandos quanto à pouca carga
horária da disciplina Didática impacta negativamente em suas formações como docentes
ou futuros docentes da educação superior. O estudo fundamentou-se em autores como
Cunha (2004), Ribeiro (2009), Estrela (2001), Pimenta (2012), Vasconcelos (2000),
Pimenta e Anastasiou (2010), Tardif (2006), Cunha, Brito e Cicillini (2006), dentre
outros. Os resultados indicam que a Didática contribui, dentre outras questões, para
ampliar a visão do processo ensino-aprendizagem; nortear a prática de ensino e articular
o conhecimento teórico com a experiência em sala de aula; obter estratégias de ensino
para uma aprendizagem significativa dos estudantes da graduação e, por fim, ratificar o
desejo em atuar na docência universitária. Entretanto, embora a Didática apareça como
um componente importante e necessário ainda está conectado com a visão da
instrumentalização técnica dos referidos mestrandos, o que nos leva a refletir que a
Didática necessita de um debate mais ampliado dentro das universidades, buscando uma
perspectiva emancipadora da educação.

Palavras-chave: Formação Docente. Educação Superior. Didática.

Problemática da Pesquisa:
No contexto da sociedade contemporânea, espera-se que o professor seja um
profissional autônomo, protagonista, criativo, dotado de consciência crítica,
cooperativo, preparado para lidar com os conhecimentos e promotor de mudanças em
seus estudantes (ESTRELA, 2001). Esta demanda é ainda maior, quando se trata do
ambiente da educação superior.
Em contrapartida a este desejado cenário, Cunha, Brito e Cicillini (2006)
afirmam que a formação pedagógica para o professor da educação superior é quase
inexistente e isto recai na grande dificuldade de o docente enfrentar os desafios de sua

ISSN 2177-336X 9264


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profissão. Assim, evidenciamos que o professor da atualidade precisa alargar seu


repertório de conhecimentos, visto que ter o título acadêmico apenas não garante uma
atuação qualificada em sala de aula.
Nessa perspectiva, observamos que a Pós-Graduação stricto sensu deveria ser
lócus privilegiado para a formação inicial do professor universitário. No entanto, este
local tem priorizado a formação específica e em pesquisa, o que nos incita indagarmos
acerca dessa formação do docente universitário e de que modo a Didática contribui com
esta formação.
Temos notado que, na atualidade, a Didática tem sido bastante questionada
dentro das instituições da educação superior, visto que há uma discussão que trata tal
componente como um conhecimento menor e de pouca ou nenhuma relevância para a
formação de professores.
Contraditoriamente a essa ideia, salientamos que a Didática é um campo de
conhecimento que estuda o fenômeno do ensino e, consequentemente, o processo de
aprendizagem dos estudantes. Isto implica afirmar que esse componente curricular traz
em seu bojo reflexões imprescindíveis para a prática docente – objetivo precípuo do
trabalho do professor: o processo de ensino-aprendizagem.
Com efeito, Pimenta (2012) assevera que a Didática estuda o fenômeno do
ensino “[...] Sua ressignificação aponta para um balanço do ensino como prática social,
das pesquisas e das transformações que têm provocado na prática social de ensinar” (p.
178).
Nesse sentido, consideramos necessário avultar nossos conhecimentos sobre os
saberes da Didática, uma vez que esse componente curricular tem sido mencionado
como importante e necessário para a formação docente de estudantes de um mestrado da
área de Saúde Coletiva, em uma universidade pública da Bahia, realizada no período de
2015, cujo objetivo foi o de compreender a contribuição da Didática na formação de
professores/ futuros professores da Educação Superior, na área de Saúde Coletiva e,
também, almejamos refletir sobre a formação docente no âmbito da Pós-Graduação
stricto sensu – o caso do mestrado pesquisado e desvelar os saberes da Didática
atribuídos por estudantes de um mestrado da área de Saúde Coletiva.
Metodologia:

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A pesquisa que deu origem a esse texto foi do tipo qualitativa, descritiva
(MINAYO, 2006) e o lócus dessa investigação foi o curso de Mestrado Acadêmico em
Saúde Coletiva de uma universidade pública da Bahia e do universo de 15 estudantes
que estavam cursando a disciplina Estágio Docência, 12 participaram dessa pesquisa,
através de entrevistas semiestruturadas (MINAYO, 2006). E para tratar os dados
produzidos, recorremos à análise de conteúdo (BARDIN, 2011). Salientamos ainda que
utilizamos nomes fictícios para registrar os depoimentos de nossos colaboradores.
Discussão:
Uma das questões mais relevantes apontadas em nossa pesquisa diz respeito aos
saberes necessários para a docência universitária (TARDIF, 2006). Nesse quesito,
observamos que o professor que se preocupa com o processo de ensino-aprendizagem é
aquele que além de ter o conhecimento do seu campo específico, precisa de ter
conhecimentos didáticos, políticos e estar disposto a aprender com o outro (professor
experiente e estudantes da graduação), valorizando a prática de ensino e a consequente
aprendizagem de estudantes.
Nessa perspectiva, ratificamos a importância de uma formação docente
universitária que equilibre tanto os aspectos específicos da área que o professor atua/vai
atuar quanto os aspectos didático-pedagógicos. Entendemos que os saberes próprios da
área irão proporcionar o conhecimento necessário para a aprendizagem dos estudantes
da graduação, contudo, esses didático-pedagógicos, corroborando com o pensamento de
Vasconcelos (2000), propiciarão o comprometimento do professor com as questões
relativas ao ensino e a educação. Um depoimento que exprime essa ideia é o do
colaborador Lucas: “A Didática [...] é uma disciplina que vai te proporcionar mesmo
um contato com a ideia do ensino; [...] até se sentir pertencente à ideia de ser
professor, futuro professor, futuro docente”.
No nosso entendimento, a Didática é um componente essencial para a reflexão, a
epistemologia da prática (PIMENTA e ANASTASIOU, 2010) e o compromisso
consequente com a aprendizagem dos graduandos. Nesse sentido, a Didática tem uma
contribuição fundante na formação do docente universitário (CUNHA; 2004 e
RIBEIRO; 2009).
Apesar de uma visão ainda marcada pelos fundamentos da instrumentalização
técnica, observamos a tentativa de uma compreensão da Didática como um

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conhecimento que propicia a reflexão-ação na prática docente nas explanações dos


seguintes mestrandos: “A disciplina Didática em Saúde mesmo abriu os horizontes, no
sentido de você trabalhar com o ensinar, o aprender, trabalhar com as teorias
educacionais” (TEREZINHA); “[...] A disciplina foi pensada para nós, enquanto
formação para ser professor, enquanto mestrado acadêmico” (EMÍLIA); “[...] a
disciplina Didática em Saúde a que mais tentou contemplar essa habilidade de ser
docente” (ATHOS) e “[...] a disciplina de Didática nos possibilitou repensarmos,
refletirmos e até lançarmos mão de estratégias, de como seria a melhor maneira de se
relacionar com o aluno” (LICA).
Resultados:
Os resultados apontados por nossos colaboradores indicam que, dentre outros
elementos, a Didática contribui para a formação da docência universitária à medida que
alarga os saberes acerca do processo de ensino-aprendizagem; guia a prática de ensino,
articulando a teoria apreendida com a vivência da sala de aula; propicia a aquisição de
estratégias de ensino em benefício da aprendizagem significativa dos graduandos; e,
finalmente, fomenta o desejo de ser docente universitário. Entretanto, os depoimentos
de nossos colaboradores ainda estão bastante associados à instrumentalização técnica,
por isso acreditamos que o debate sobre o papel da Didática deve ser ampliado dentro
dos cursos de Pós-Graduação stricto sensu.
Considerações Finais:
A formação do professor universitário requer além dos saberes específicos da
sua área, saberes pedagógicos que embasam o campo da Didática, na perspectiva de
promover a reflexão-ação durante a prática de ensino no contexto da sala de aula. Neste
estudo, verificamos que os mestrandos de Saúde Coletiva consideram a Didática como
um importante componente formador da docência nesse nível de ensino.
Temos ciência dos limites de nossa pesquisa, pois o debate empreendido não se
esgota neste tempo e espaço, mas possivelmente colabora com a ampliação dos
conhecimentos no campo da Formação Docente e da Didática, como também pode
suscitar novas indagações e novas discussões.

Referências

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. São
Paulo: Edições 70, 2011.

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CUNHA, A. M. de O.; BRITO, T. T. R.; CICILLINI, G. A. Dormi aluno (a) acordei


professor: interfaces da formação para o exercício do ensino superior. In: SILVA, João
dos Reis; OLIVEIRA, João Ferreira de; MANCEBO, Deise (Orgs.). Reforma
universitária: dimensões e perspectivas. São Paulo: Alínea e Átomo, 2006. v. 1, p.
146-161.
CUNHA, M. I. Diferentes olhares sobre as práticas pedagógicas no ensino superior: a
docência e sua formação. In: Educação. Ano XXVII, nº 3(54). Porto Alegre, Set./Dez.,
2004, p. 525 – 536.
ESTRELA, M. T. Realidades e perspectivas da formação contínua de professores. In:
Revista de Educação, vol. XIV, nº 1, 2001, pp. 27- 48.

MINAYO, M. C. de S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 9.


ed. revista e aprimorada. São Paulo: Hucitec, 2006.
PIMENTA, S. G. e ANASTASIOU, L. das G. C. Docência no ensino superior. 4. ed.
São Paulo: Cortez, 2010.
PIMENTA, S. G. O Estágio na Formação de Professores – Unidade Teoria e
Prática?. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2012.
RIBEIRO, M. L. O mestrado em Saúde Coletiva e a formação de docentes
universitários. In: VIII Colóquio do Museu Pedagógico. Vitória da Conquista: UESB,
09 a 11/09, 2009. ISSN: 2175-5493
TARDIF, M. Saberes docentes e formação profissional. 6. ed. Petrópolis/RJ: Vozes,
2006.
VASCONCELOS, M. L. M. C. A Formação de Professor do Ensino Superior. 2ª
Edição Atualizada; Editora Pioneira; São Paulo, 2000.

ISSN 2177-336X 9268

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