João Pessoa
Dezembro ,2015
Seminário Teológico Evangélico Congregacional
João Pessoa
Dezembro ,2015
Título
Conteúdo
O livro Levítico está em uma divisão do pentateuco que obedece a ordem de Ex 1.1 até
Nm 10.10, que é a parte do pentateuco que trata da natureza e os termos do relacionamento
selado com a aliança que Deus fez com o povo no Sinai.
O livro pode ser dividido de diferentes formas, comentadores como os Drs. R. K. Harrison
e Russel Shedd entende que o livro tem duas divisões principais:
A primeira metade de Levítico (1-16), assim sendo apresenta uma série de ações
religiosas que pinta o caminho através do qual Deus redime os perdidos, separando-os
dos seus pecados e das consequências desses. [...] Porém, a salvação não consiste
meramente na separação do que é errado; envolve uma união positiva com aquilo que é
correto. Por isso é que a segunda metade de Levítico (caps. 17-27) apresenta uma série
de padrões prático aos quais os homens precisam moldar-se vivendo em santidade1
Alguns autores da teoria documentária argumentam que essas duas divisões existem
porque foi escrito por autores diferentes. A unidade literária, teológica, e disposição do
livro derruba essa teoria, Harrison defende que essas partes estão interligadas por meios
de referências de uma parte em relação a outra Cf. Lv 5.2 e 7.21.2
Uma outra divisão por temas tratado no livro, nos dá uma abordagem mais completa do
que o livro trata:
1
SHEDD, Russel. Bíblia Shedd. São Paulo: Vida Nova. SBB, 1997. P.138
2
Não tratamos de forma mais completa da teoria documentária por causa da extensão, para uma maior
compreensão, Ver: HARRISON, R. (Levítico Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova. 1983. PP. 13-
23) Primeiro ele refuta a teoria documentária das pp. 13-22, depois mostra a Unidade do Livro pp.23.
4. Liturgia e calendário para o Dia da Expiação 16.1-34
5. Leis com exortações à vida santa 17.1-26.46
6. Leis sobre dízimos e ofertas 27.1-343
O livro de Levítico começa com seus primeiros sete capítulos falando sobre os sacrifícios,
apresentando do primeiro ao quinto ensinos básicos sobre o sacrifício e do sexto ao sétimo
sobre detalhes administrativos.
As ofertar eram para Deus, pois ele havia dado sua lei e pelo fato do homem ser pecador,
ele cometeria desvios, então Deus estabelece essa medida reparadora. O animal seria uma
substituição do homem pecador, esse colocava as mãos sobre o animal simbolizando
assim a substituição pelos seus pecados, Paul Holf fala sobre essas medidas:
Ele coloca como uma lista de outras ideias relacionadas ao sacrifício, tais como: a
mordomia, pois a maior parte do animal era queimada sobre o altar, isso mostrava o
reconhecimento de que tudo pertence ao Senhor; A comunhão nas ofertas de paz, em que
era oferecido um banquete; A adoração também, pois através do sacrifício também se
prestava culto a Deus. A ideia do Sacrifício fazia sentido para o povo e apontava para o
futuro, isso é a o sacrifício de Cristo.
3
LASOR, Wiliam. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999. P.89
4
HOLF, Paul. O pentateuco. P. 72
Tipos de animais oferecidos e a forma em que se oferecia
Os sacrifícios que eram apresentados podiam ser de cereal ou alguns tipos animais, a
vaca, ovelha, cabra, pomba, rola eram os animais que oficiava no sacrifício, pois esses
eram animais puros e domésticos, a lei não permitia que outros animais fossem oferecidos
além desses.
A forma que esses animais eram apresentados diante de Deus, obedecia um padrão que
também foi estabelecido pela lei, Cf. Lv. 1.1-9:
1. Um animal era apresentado por um cidadão (v. 3); a oferta devia ser de qualidade
superior, tal como um macho sem defeito, semolina (trigo ou outro cereal moído), e o
melhor das primicias.15
2. O cidadão colocava a mão sobre a cabeça do animal (v. 4a). Com esse gesto o ofertante
identificava o animal como sua propriedade. Assim os ricos e os altos oficiais não podiam
apresentar sacrifícios enviando outra pessoa em seu lugar. Podemos presumir que o
cidadão pronunciava algumas palavras, identificando o propósito da oferta, confessando
qualquer pecado e afirmando crer em Javé.
3. O animal era morto pelo cidadão (v. 5a),
4. O sacerdote espargia o sangue no altar (v. 5b).
5. O cidadão tirava a pele do animal e depois o cortava (v. 6).
6. O sacerdote arrumava o animal e preparava o fogo (v. 7-8).
7. O sacerdote lavava as entranhas e as pernas (v. 9a).
8. O sacerdote queimava a gordura (v. 9b).5
Os tipos de Oferta
Havia cinco tipos de ofertas, que eram apresentadas por motivos diferentes: Holocausto;
Pacíficas que poderiam ser voluntaria, por ações de graça ou votiva; A oblação era uma
oferta de aproximação, era uma oferta de cereais; Pela culpa, era oferecida quando alguém
infligia o direito de Deus ou de propriedade alheia; Pelo pecado, se fosse por motivo de
ignorância.
5
LASOR, Wiliam. Introdução ao Antigo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1999. P. 90
NOME REF. OCASIÃO OFERTA DISPOSIÇÃO
Macho sem
mácula. As posses
Holocausto (‘olá) 1:1-17 Obtendo favor do indivíduo Tudo queimado
divino
determinavam o
tipo de oferta
Deus escolheu Arão e seus filhos para serem responsáveis sobre o Sacerdócio de Israel.
O sacerdócio seria hereditário, passaria de pai para filho, isso facilitaria a transmissão e
o cumprimento das leis que regiam o sacerdócio, futuros sucessores aprenderiam ao longo
da sua vida como oficiar no templo.
As funções dos sacerdotes eram diversas. Eram mediadores entre o povo e Deus, expiava
o pecado do povo por meio do sacrifício, serviam nas coisas sagradas no tabernáculo,
ensinava ao povo a lei de Deus, consultavam ao Senhor pelo povo afim de saber qual era
a sua vontade.
6
HARRISON, R. Levítico Introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova. 1983. P.34
Propósitos de Deus referente às regras de pureza e impureza
O propósito de Deus referentes a essas regras era que o povo aprendesse de que para só
pode cultuar a Deus com santidade, dessa forma a imundícia afastava o homem do
Senhor. O chama o povo a santidade “Sereis santos, porque eu sou santo” Cf. 11.44, o
povo permaneceria santo fugindo da imundícia. Com todas essas leis referentes como
continuar puro, sem dúvida “Deus queria ensinar o povo a discernir entre o santo e o
profano, entre o limpo e o impuro. Empregava as coisas materiais para ensinar verdades
morais e espirituais”7, a nação ainda era jovem e acabará de fazer uma aliança com o
Senhor, ela precisava aprender muito sobre a natureza do culto e de como se relacionar
corretamente com Deus.
O sangue era a representação da vida, como o sacrifício do animal era uma substituição
pela vida de outra pessoa, esse animal deu sua vida pela outra pessoa. Tamanho era a
importância do sangue que se alguém consumisse devia ser eliminado do meio do povo
Cf 17.11. O sangue ao longo do A.T simbolizava o sangue de Cristo que morreria de uma
vez por todos em nosso lugar na cruz, dessa forma não podia banalizar o sangue.
O texto chave para o significado do uso do sangue no sistema sacrificial e Levítico 17.11:
“Porque a vida do animal está no sangue: Eu vo-lo designei para fazer expiação sobre o
altar, por vossa vida, porque e o sangue que faz a expiação em virtude da vida”.20 Nesse
versículo faz-se um jogo com o termo vida ou pessoa (nepesh).21 A fonte de vida e o
sangue.22 Quando o sangue de um animal e derramado em sacrifício, esse animal dá a
vida pela pessoa que pecou. A vida do animal e derramada na morte, a penalidade para o
pecado, de modo que o apresentante possa continuar vivo. Ha, portanto, um elemento de
substituição na dinâmica do sacrifício. O princípio e vida por vida, significando que a
expiação e alcançada sobre um fundamento solido e justo. A culpa ou a condenação pelo
pecado cometido e assim satisfeita. E mais, a aspersão do sangue purifica o altar poluído
7
HOLF, Paul. O pentateuco. P.79
pelo pecado. O sangue possui esse poder purificador porque era o centro da vida do
animal. Pp.104-105
8
HAYFORD, Jack; MIDDLEBROOK, Sam; JERRY, Horner (Org.). Bíblia de Estudo Plenitude. São Paulo: SBB.
P.110
5.11). restaurando assim s reações entre Deus e os homens, que tinham sido rompidas
quando os homens violaram a lei de Deus, tornando-se réus da penalidade da morte que
a justiça divina exigia. O efeito desta obra de Cristo é a retidão e a vida eterna para o s
que a aceitam pela fé. Ef 2.8-10. No dia da expiação, os homens tomavam parte numa
cerimônia que prenunciava a morte de Cristo; da qual era símbolo, é que o removia. Cada
sacrifício era uma “nota promissória” do pagamento completo que Cristo havia de fazer
para liquidar as dívidas eternas dos pecadores. Este dia se repetia anualmente, quando o
seu povo (Hb 9.7); Cristo fez uma expiação eterna, uma vez para sempre, com seu próprio
sangre, e, sem ter pecados próprios, cumprindo a plenitude do significado daquelas
ofertas, tornou-as obsoletas.9
As festas que foi estão dispostas em Levítico, comemoram datas históricas importantes,
momentos solenes de adoração, rememoração da ação de Deus na vida da nação. Dois
quadros abaixo, trará uma melhor compreensão, relacionando os dias do ano Judeu e suas
respectivas festas com o calendário ocidental:
9
SHEDD, Russel. Bíblia Shedd. São Paulo: Vida Nova. SBB, 1997. P.
10
Tabela abaixo com a relação da festa, propósito e descrição:
Cancelamento de dívidas;
libertação de escravos e de
Ajuda aos pobres; Ano do Jubileu
servos obrigados por tempo
estabilização da sociedade
limitado; devolução de terras
ao primeiro proprietário
Comemorar o encerramento
Dia de convocação, descanso Assembleia de Deus
do
e apresentação de sacrifícios
Ciclo de festas
Lembrar aos israelitas o
Dia de alegria, de festa e de Purim
livramento da nação nos dias
troca de banquetes
de Ester
Tabela retirada do livro “Introdução ao Antigo Testamento” com modificações minhas 11
11
P.103
Conclusão