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FACAMP – Faculdade de Campinas

Curso de Relações Internacionais


Laboratório de Pesquisa em Relações Internacionais – Lapri II
1º Ano - Turma B
Catarina Rodrigues Duleba RA: 200910938

Temas do Sistema Internacional


Recursos Hídricos, Recursos Energéticos, Instrumentos de Poder e Meio
Ambiente

Recursos Hídricos

Indispensável para todos os seres vivos, a água é um recurso natural


essencial, além de ser o ambiente de vida para vários animais e vegetais, e
também ser um fator de produção básico para o funcionamento econômico do
mundo moderno. Assim, os recursos hídricos são indispensáveis para as
atividades humanas. O acréscimo da utilização de recursos hídricos nos atuais
dias, indiscutivelmente, está na expansão demográfica. Isto faz com que haja
uma pressão para a ampliação das áreas voltadas para a produção de
alimentos e, por isso, cresce em todo mundo a irrigação que requer vastos
volumes de água. Cerca de 70% do consumo de recursos hídricos globais são
utilizados na agricultura e pecuária, e aproximadamente 20% vão para a
indústria e 10% para as residências. Porém, na competição pela água entre
esses setores, em vista da escassez hídrica, a agricultura pouco ganha.

Na China, que busca o crescimento econômico e os empregos gerados


por este, é visível o ganho no desvio da água da agricultura para a indústria.
No Oeste dos Estados Unidos, é cada vez mais comum a venda de direitos de
água de irrigação para os centros urbanos pelos agricultores.

No continente europeu, para se atingir uma boa qualidade das águas


subterrâneas e um bom estado ecológico para as águas de superfície, são
necessárias medidas destinadas ao setor agrícola, uma vez que a agricultura
tem forte impacto nas águas europeias e é, em muitas áreas, o fator com maior
influência. Contínuas e elevadas concentrações de nitratos e pesticidas nas
águas superficiais e subterrâneas podem ser explicadas por esse fator. A
agricultura pode trazer impactos negativos como poluição hídrica de pesticidas
e herbicidas para o plantio. Rios, lagos, massas de águas subterrâneas, águas
costeiras e marinhas da Europa sofrem um impacto significativo das atividades
humanas.

A industrialização, a manutenção dos ecossistemas e a urbanização


ampliam a demanda pela água. A indústria consome ainda mais água que a
urbanização e é um dos agentes que mais poluem, mesmo com algumas
políticas ambientais. Além disso, em relação à agricultura, a industrialização
oferece melhor remuneração pelo uso da água. Já no caso da urbanização, a
falta de tratamento de esgoto e gasto excessivo da água são alguns dos
principais problemas. Em média, 16% da captação total de água nos países
europeus destina-se ao uso urbano. Já na China, o Banco Mundial projeta um
aumento de 60% na demanda de água urbana, assim aumentará de 50 bilhões
de metros cúbicos, para 80 bilhões. Fatores como a urbanização, a taxa
projetada de crescimento econômico do país, e o grande número de
consumidores chineses ascendendo na cadeia alimentícia, praticamente
asseguram que, no futuro, a demanda pela água continuará a sobrepujar a
oferta. Mesmo com uma situação negativa em que a água continua se
deteriorando rapidamente em muitos países, provavelmente é este déficit
hídrico acelerado da China que irá afetar o mundo inteiro.

Os números evidenciam uma aceleração sem precedentes do


crescimento demográfico, o que resulta num crescimento exponencial e de
forma descontrolada do consumo de água. Porém não há como ampliar o
estoque natural das águas doces, assim há necessidade de se repensar a
utilização dos recursos hídricos. Na Europa, já há progressos na melhoria da
qualidade e quantidade dos recursos hídricos, particularmente na União
Europeia. Verificaram-se níveis reduzidos na captação de água destinada à
agricultura, indústria e utilização urbana, em países da Europa Central, durante
a última década. Também houve uma melhora na qualidade dos rios e lagos na
Europa.
Com grandes rios mundiais secando e deixando de alcançar o mar, a
escassez hídrica já é um problema bastante comentando. Podemos citar como
exemplo, o principal rio do sudoeste dos Estados Unidos, o rio Colorado. Já na
China, o Rio Amarelo não chega mais ao mar em certas épocas do ano. Além
do esgotamento dos rios, os lençóis freáticos estão em queda em todo o
mundo, já que a demanda pela água supera a produção sustentável dos
aquíferos. A excessiva extração é hoje generalizada em três países que hoje
colhem quase metade dos grãos mundiais. São eles: China, Índia e Estados
Unidos. A planície do norte da China, produtora de 25% dos grãos do país está
secando, os lençóis freáticos estão em queda. Nos Estados Unidos, ao sul das
Great Plains, a agricultura irrigada é baseada principalmente na água extraída
do aquífero Ogallala. Lentamente, a área irrigada está encolhendo em vários
estados que dominam a produção de alimentos do país como Colorado,
Kansas, Oklahoma e Texas.

Recursos Energéticos

A disponibilidade de fontes de energia é de suma importância para a


sociedade. Os textos trabalhados abordam questões de disponibilidade de
combustíveis e sobre este momento crítico no desenvolvimento das economias
mundiais que dependem deles. O carvão é, mais uma vez, o combustível com
o crescimento mais rápido em escala global entre as principais fontes de
energia. No atual ritmo de produção desta fonte de energia, reservas mundiais
de carvão são estimadas para durar por mais 150 anos. Dados do Inquérito
2004 de Recursos Energéticos mostram que as reservas norte-americanas
diminuíram 4 bilhões de toneladas, atribuídos ao desgaste gradual das
reservas dos Estados Unidos, enquanto reservas da Europa diminuíram 12
bilhões de toneladas, em que, mais da metade foi atribuído à Polônia. 1

O petróleo continua a ser o combustível primário mais importante em


termos de consumo mundial, respondendo por 36,4% do consumo de energia
primária do mundo (sem biomassa) (BP, 2006). 2 O petróleo bruto é uma mistura
natural constituída predominantemente por hidrocarbonetos que existe na fase
1
WORLD ENERGY COUNCIL, 2007 Survey of Energy Resources, p. 1-2. 2007, Londres.
2
Idem, p. 42
líquida em reservatórios subterrâneos naturais. Líquidos de gás natural são
hidrocarbonetos que existem em reservatórios como componentes de
gás natural, mas que são recuperados como líquidos.
Líquidos de gás natural incluem: etano, propano, butanos, pentanos,
gasolina natural e condensada, etc. 3 O recente crescimento de consumo de
petróleo na China, combinado com as previsões de aumento das importações
de petróleo, levaram a uma preocupação entre os líderes chineses sobre a
segurança de energia de seu país. A demanda crescente da China por petróleo
está mudando significativamente a geopolítica internacional de energia. O país
duplicou o seu consumo de petróleo entre 1995 e 2005, enquanto a demanda
mundial durante o mesmo período cresceu 20%. A China vem consumindo
mais petróleo do que o Japão desde 2003 e, sem dúvida, mais do que dobrará
seu consumo de petróleo e triplicar as importações nos próximos vinte e cinco
anos.4

O gás natural tem sido, por décadas, reservado principalmente para


usos industriais nobres, e basicamente sem possuir mercado cativo. Agora, tem
se tornado o combustível de escolha de muitos setores de consumo chave. 5

Comercialmente, o urânio é atualmente produzido em 19 países, embora


menos da metade produz em quantidades significativas. Os nove países
líderes em produção são: Austrália, Canadá, Cazaquistão, Federação Russa,
Namíbia, Níger, Uzbequistão, os Estados Unidos e Ucrânia. 6 A energia nuclear
nos Estados Unidos, no final de 2005, contava com 104 reatores nucleares
conectados à rede, com uma capacidade de geração total líquida de 99 988
MW(equivalente a cerca de 27% do total mundial de capacidade nuclear). As
centrais nucleares representaram 19,3% da produção de eletricidade em 2005
nos EUA.7

A energia hídrica é uma forma de energia hidráulica que resulta na


produção de energia elétrica, que provem da natural acumulação de água nos
3
Idem, p. 54
4
BUSTELO, Pablo. China and the Geopolitics of Oil in theAsia Pacific region. Real Instituto Elcano de
Estudios Internacionales y Estrategicos, n. 38, 2005.
5
WORLD ENERGY COUNCIL, 2007 Survey of Energy Resources, p. 145. 2007, Londres.
6
Idem, p. 199
7
Idem, p. 270
córregos ou reservatórios que são canalizados através de turbina hidráulicas 8.
O termo bioenergia denota o uso de matéria vegetal como fonte de energia,
que abrange uma variedade de combustíveis, com aplicações em todos os
principais setores de consumo – geração de energia, transporte, indústria, etc. 9
Fonte de energia mais abundante na Terra, a energia solar está disponível para
a utilização em suas formas diretas (radiação solar) e indiretas(eólica,
biomassa, hidráulica, etc.).10 São necessárias fortes lideranças políticas e
políticas públicas para fazer avançar a aplicação da energia solar e outras
tecnologias de energia renováveis. 11 O potencial anual de energia solar da
China foi estimado em 1 680 mil milhões de tep ou 19 536 000 TWh 12.

Embora a energia geotérmica é categorizada em tabelas internacionais


entre as 'novas renováveis', não é exatamente uma fonte de energia nova. A
energia geotérmica é, em sentido amplo, o calor natural da Terra. Imensas
quantidades de energia térmica são gerados e armazenados no núcleo da
Terra, o manto e a crosta. 13 Com a sua transição para uma economia de
mercado em rápido crescimento e também, com o aumento das preocupações
ambientais, a utilização de energia geotérmica na China continua a aumentar,
embora com investimentos privados, e não com fundos do Estado. 14

A energia eólica conta com ventos que são gerados por mecanismos
complexos como a energia e o calor do sol, os efeitos do resfriamento dos
oceanos e calotas polares, a rotação da Terra, gradientes de temperatura entre
a terra e o mar, etc. Este tipo de energia está sendo desenvolvida no mundo
industrializado, por razões ambientais e também é atrativa no mundo em
desenvolvimento, pois ela pode ser instalada rapidamente em áreas onde a
eletricidade é necessária.15

8
Idem, p. 277
9
Idem, p. 333
10
Idem, p. 381
11
Idem, p. 391
12
Idem, p. 402
13
WORLD ENERGY COUNCIL, 2007.
14
Idem, p. 448
15
Idem, p. 479, 481
Instrumentos de Poder

Durante o século XX, pudemos ver movimentos da diplomacia norte-


americana, sempre seguidos, por amplos deslocamentos militares. A questão
de uma “ordem mundial” deve ser tratada como um processo iniciado desde os
acordos feitos depois da Segunda Guerra Mundial. A institucionalidade,
construída a partir de arranjos econômicos, políticos e militares como com a
criação de tratados, acordos e organizações internacionais, que solidifica e
potencializa a existência de uma “ordem”. Foi através deste processo que se
baseou o acordo estratégico entre a União Soviética e o imperialismo buscando
estabilidade econômica e política sob uma ordem mundial, assim foi possível o
crescimento econômico e a estabilidade política na Europa, nos Estados
Unidos e no Japão. Porém este processo secular se mostrou insustentável e
pode-se afirmar que foi através deste em que a atual crise econômica e política
mundial encontrou suas raízes.

No governo Bush, o mundo assistiu ao desenrolar de um conflito militar


em larga escala, ameaças contra o Iraque e a tentativa de constituir um
governo de coalizão no Afeganistão, que apareceram como uma tentativa de
reconfiguração econômica, política e cultural do mundo contemporâneo, sob a
tutela do imperialismo, sendo assim, muito mais do que apenas o “combate ao
terrorismo” que se é falado.16

Para Luiz Carlos Bresser-Pereira, a guerra contra o Iraque ficará como


um dos grandes erros do governo na história dos Estados Unidos. De acordo
com o autor, houve uma vitória militar norte-americana, mas que resultou em
uma derrota política já que houve um conflito com a lógica básica da
globalização. O mundo da diplomacia do equilíbrio de poderes em que grandes
potências, até vizinhas, sempre viam no horizonte uma guerra potencial em
função de problemas de fronteiras, nada se parece com o mundo do século
XXI, no qual é baseado na globalização em que os países competem
comercialmente entre si e relacionam-se uns com os outros por meio de um
sistema multilateral complexo. Assim, práticas de guerra admitidas

16
BIANCHI, Alvaro. Os Neocruzados: a guerra no Afeganistão e a nova ordem mundial
anteriormente, se transformaram em atos de barbárie na visão desse novo
mundo, o que mudou a própria lógica das relações internacionais. 17

O século XX foi, portanto, o século da constituição do sistema global de


relações internacionais no qual não há interesse em guerras, só se deseja a
manutenção da ordem internacional, já que é dada importância ao comércio
internacional. A globalização impulsiona a competição entre empresas
apoiadas por seus Estados nacionais e estas devem competir a nível
internacional por meio do comércio, da tecnologia, dos investimentos diretos,
etc. Contudo, a globalização interessa principalmente aos países ricos, que têm
condições melhores de competir. Fazendo-se uso disso, por vezes,
governantes dos Estados Unidos que não tinham inimigos entre os seus
vizinhos, perceberam que o maior interesse do país era em aumentar a
abertura dos mercados. Desta forma, reduziram as despesas militares dos
Estados Unidos, uma vez que a guerra havia perdido relativa importância, sem
prejudicar, entretanto, o avanço de novas tecnologias, cuja sinergia com as
despesas militares é conhecida.

Em outubro de 1957, o lançamento do primeiro satélite artificial da Terra,


o Sputnik 1, marca uma evolução tecnológica importante e o início da Era
Espacial. A Guerra Fria impulsionava a corrida espacial entre os Estados
Unidos e a União Soviética e assim, gerava resultados científicos importantes.
Por um tempo considerável, os EUA e a URSS detiveram a capacidade de
explorar o espaço. O desenvolvimento de grandes foguetes estava ligado à
necessidade da produção de mísseis balísticos de longo alcance, deste modo
os sistemas de satélite e a tecnologia espacial contribuíram muito para o
mundo atual. A partir de 1970, a China lançou com sucesso dezenas de
satélites após desenvolver uma família de foguetes e por em órbita seu
primeiro artefato.18

Apesar de não ter forças militares muito eficazes, que são baseadas na
defensiva, a China atualmente, é uma potência emergente e uma economia de

17
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. O Gigante Fora do Tempo: a guerra do Iraque e o sistema global in
Política Externa

18
CARLEIAL, Aydano Barreto. Uma Breve História da Conquista Espacial
destaque. Mesmo investindo cada vez mais na produção bélica, a China ainda
não oferece grande preocupação a outras potências. Entretanto, há a
possibilidade de ser um competidor militar dos Estados Unidos com uma
formidável base de recursos a emergir na região ao entorno do Mar Cáspio que
é rica em gás natural, petróleo e urânio, e possui grandes reservas que ainda
não foram exploradas.19

Meio-Ambiente

O comércio e o meio ambiente seguem como temas prioritários para o


sistema internacional. Com a globalização, são grandes as proporções em que
se assumiram os fluxos de mercadorias, serviços, empréstimos, e
investimentos na economia mundial. 20 A atual lógica do mercado e do padrão
de consumo é resultado do desenvolvimento do capitalismo que busca chegar
ao máximo do valor da produção e do consumo. Entretanto, a ação antrópica
no meio ambiente diante da sociedade industrial tem alterado o clima da Terra.

É possível fazer uma análise das mudanças climáticas através de


documentos que resultam de Conferências Internacionais como a realizada em
Kyoto, em 1997. No Protocolo de Kyoto foi instituído o Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo (MDL) que propôs entre países desenvolvidos e
países em desenvolvimento uma cooperação para reduzir as emissões de
gases que causam o efeito estufa. O problema do efeito estufa, que é um
fenômeno natural, é quando há grandes concentrações de gases na atmosfera,
como o dióxido de carbono (CO2), processo que é resultado de uma maior
ação antrópica no planeta. Nos dias atuais, os processos de geração de
energia, industrialização, desmatamentos e queimadas alcançaram níveis
alarmantes de produção de poluentes. Assim, é preciso que sejam adotadas
por líderes mundiais, medidas que favoreçam o clima da Terra. Dentre essas
medidas, podemos citar a introdução de novas pesquisas para que se ampliem
fontes de energia alternativas e renováveis, como a eólica, a solar, das marés,
19
BIANCHI, Alvaro. Os Neocruzados: a guerra no Afeganistão e a nova ordem mundial, p.43

20
AMARAL, Sérgio Silva, "Meio ambiente na agenda internacional: comércio e financiamento, p. 237
etc. O problema do efeito estufa e das mudanças climática é, então, um desafio
enfrentado pela geopolítica internacional.21

Para analisar a relação crescente entre o comércio e o meio ambiente foi


criado na Rodada Uruguai um Comitê de Comércio e Meio Ambiente. É preciso
que se incorporem padrões internacionais, na agenda comercial do futuro,
sobre políticas ambientais. O Nafta é um acordo importante porque destina
recursos para realizar empreendimentos conjuntos que protejam o meio
ambiente.22 As Conferências Internacionais passaram a ter caráter ético-
político, além de fronteiras, já que foi a ação do homem no mundo inteiro que
provocou as mudanças no clima, assim, é preciso soluções globais. 23

O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas


(Intergovernamental Panel on Climate Change – IPCC 24) é um comitê científico
criado em 1988 pelo das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e
pela Organização Meteorológica Mundial (World Meteorological Organization)
que busca reduzir os impactos das Mudanças Climáticas, elaborando um
tratado mundial. O relatório de 2007 apresentou os impactos das mudanças no
clima, a capacidade de adaptação dos sistemas naturais e sua vulnerabilidade.
Concluiu-se no Relatório de Avaliação que há informações mais específicas de
sistemas e setores sobre a natureza dos impactos futuros, atualmente,
inclusive para lugares que não foram cobertos por avaliações feitas
anteriormente. É notado a partir da maior parte dos oceanos que muitos
sistemas naturais estão sendo atingidos por mudanças climáticas de sua região
como aumentos de temperatura. Se os aumentos da temperatura global média
ultrapassarem 1,5 a 2,5°C, provavelmente o risco de extinção crescerá de
cerca de 20 a 30% das espécies vegetais e animais avaliados até o presente
momento. É projetado que as terras úmidas litorâneas sejam afetadas de forma

21
BELINI, Leandro. "Mudanças climáticas e Relações Internacionais", p 1-2.

22
AMARAL, Sérgio Silva, "Meio ambiente na agenda internacional: comércio e financiamento, p. 238

23
BELINI, Leandro. "Mudanças climáticas e Relações Internacionais", p 2.

24
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima - Intergovernmental Panel on Climate Change –
(IPCC) dirige rigorosas pesquisa acerca de informações técnicas e publicações científicas do mundo
inteiro. Os Relatórios de Avaliação publicados pelo Painel são reconhecidos por sua credibilidade como
fonte de informação a respeito das mudanças climáticas
negativa pela elevação do nível do mar, principalmente quando limitadas no
lado voltado para a terra. Também se projeta que produções agrícolas locais,
especialmente em setores de subsistência nas latitudes baixas, sejam afetadas
de forma negativa pelos aumentos na freqüência de inundações e secas. É
bastante provável que haja alteração das frequências e intensidades de
eventos extremos de clima, tempo e nível do mar.

Na Europa foi documentada pela primeira vez projeções de uma


considerável série de impactos nas mudanças do clima: períodos de cultivo
mais extensos, deslocamento da distribuição das espécies, retração de geleiras
e uma onde de calor de magnitude sem precedentes que causa impactos na
saúde. É previsto que os impactos futuros das mudanças climáticas atinjam
negativamente quase todas as regiões da Europa e que essas mudanças
tornem mais amplas as diferenças nos recursos e ativos naturais europeus.
Entre os impactos negativos: inundações mais freqüentes no litoral e mais
repentinas no interior da região e o aumento da erosão. A adaptabilidade será
difícil para a maior parte dos organismos e ecossistemas.

Na América do Norte prevê-se que nos lugares que já enfrentam ondas


de calor, sofram ainda mais com ondas de calor de maior intensidade, número
e duração ao longo do século, podendo até provocar impactos negativos na
saúde. Projeta-se que devido ao aquecimento nas montanhas no Ocidente,
haverá uma redução da camada de neve, mais inundações no inverno e uma
redução dos fluxos no verão, provocando assim, uma competição por recursos
hídricos, que já são usados em excesso. É projetado um período mais longo de
forte risco de incêndios e grandes aumentos da área queimada nas florestas,
com perturbações provocadas por pragas, incêndios e doenças. 25

Na China, para atender às necessidades de alimentos que estão


aumentando, há uma combinação de lavragem e pastagem excessivas que
está criando uma região árida com propensão a tempestades de poeira.
Buscando manter sua autossuficiência em grãos, a China lavrou amplas
regiões do noroeste em áreas de alto nível de erosão, que jamais poderiam ter

25
IPCC - Intergovernamental Panel on Climate Change, Grupo de Trabalho "Sumário para os
Formuladores de Políticas Quarto Relatório de Avaliação do GT II do IPCC - Mudança do Clima
2007:Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade".
sido aradas. À proporção que cresce a demanda do país por produtos
pecuários, couro, lã, carne, também aumenta o número de gados, fazendo com
que se exceda até os Estados Unidos que tem igual capacidade de pastagem.
Assim, provoca-se um dano direto causado pela excessiva aragem e
pastagem, e além disso, a região norte da China está secando à medida que,
por excessiva extração, são exauridos os aquíferos.26

Devemos, à luz das Ciências Sociais, repensar uma sociedade


capitalista industrial que está diante dos impactos ambientais mundiais,
partindo de uma visão da geopolítica, buscando compreender as discussões
acerca da problemática do aquecimento global. 27

Hoje os vinte maiores poluidores mundiais são (emissão em toneladas):


Estados Unidos (1.489.648), China (913.768), Rússia (390.616), Japão
(316.164), Índia, (279.899) Alemanha (227.364), Reino Unido (142.096),
Canadá (133.890), Coréia do Sul (116.701),Itália (111.323) Ucrânia (100.427),
México, (99.964) Polônia (95.413), França (92.878), África do Sul (86.532),
Austrália (86.336), Brasil (78.666), Irã (785850), Arábia Saldita (72.616), Coréia
do Norte (68.794).28

Ainda existem países que relutem em adotar o Protocolo de Kyoto, como


os Estados Unidos, país que mais emite gases do efeito estufa, baseando-se
no argumento que sua ratificação iria causar um impacto negativo na economia
do país. Assim como, a Rússia que na Conferência realizada dezembro de
2003 em Milão, recusou-se a assinar o Protocolo, também com o mesmo
argumento. A adesão ao Protocolo de Kyoto poderia ser somente uma
consequência natural de uma ética voltando-se para a proteção do clima do
planeta, dispensando interesses econômicos que pudessem intervir de forma
negativa na busca de soluções para as mudanças climáticas globais.

As causas do efeito estufa, então, não são só pela pouca vontade de se


tratar desses temas politicamente ou pela falta eventual de se compreender os

26
BROWN, Lester. O futuro do Meio Ambiente.
27
BELINI, Leandro. "Mudanças climáticas e Relações Internacionais", p 4.
28
Fonte: Carbon Dioxide Information Center
riscos ambientais existentes. Há também falta de compromisso de autoridades
para negociar acordos de redução das emissões de gases de efeito estufa. 29

29
BELINI, Leandro. "Mudanças climáticas e Relações Internacionais
Referências Bibliográficas:

AGÊNCIA EUROPÉIA DE AMBIENTE. Os Recursos Hídricos da Europa:


uma avaliação baseada em indicadores. Disponível em:
<http://www.eea.eu.int>. Acesso em: 14 set. 2009.

AMARAL, Sérgio Silva, "Meio ambiente na agenda internacional: comércio


e financiamento", Revista Estudos Avançados 9 (23), 1995. Disponível em:
<http://www.iea.usp.br/iea/revista/coletaneas/relinter/index.html> Acessado em
novembro de 2009.

BELINI, Leandro. "Mudanças climáticas e Relações Internacionais". In: III


Encontro da ANPPAS - Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em
Ambiente e Sociedade, 2006, Brasília.

BIANCHI, Alvaro. Os Neocruzados: a guerra no Afeganistão e a nova ordem


mundial

BROWN, Lester. O futuro do Meio Ambiente. 24/jan./2002. Disponível em

<http://www.wwiuma.org.br>. Acesso em 9 de novembro de 2009

BUSTELO, Pablo. China and the Geopolitics of Oil in theAsia Pacific region.
Real Instituto Elcano de Estudios Internacionales y Estrategicos, n. 38,
2005.
CARLEIAL, Aydano Barreto. Uma Breve História da Conquista Espacial

IPCC - Intergovernamental Panel on Climate Change, Grupo de Trabalho


"Sumário para os Formuladores de Políticas Quarto Relatório de
Avaliação do GT II do IPCC - Mudança do Clima 2007:Impactos, Adaptação
e Vulnerabilidade". Secretariado do IPCC, abril de 2007. Disponível em:
<http://mudancasclimaticas.cptec.inpe.br/>
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. O Gigante Fora do Tempo: a guerra do Iraque
e o sistema global in Política Externa

WALDMAN, Maurício, Recursos Hídricos: Os Impactos da Produção de


Alimentos e dos Resíduos Sólidos, Iº Seminário de Pesquisa em Geografia
Humana da FFLCH-USP, Anfiteatro da Geografia, Depto de Geografia USP,
2003

WORLD ENERGY COUNCIL, 2007 Survey of Energy Resources, 2007,


Londres. Used by permission of the World Energy Council, London,
www.worldenergy.org

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