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Curso FMB – Defensoria Pública - Criminologia

Cauê Costa Uezo

1. Conceito de Criminologia

É uma ciência empírica interdisciplinar que se preocupa do estudo do crime, da


pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo.

Obs.: não confundir com multidisciplinar. Multidisciplinar quer dizer que são
várias disciplinas estudadas. Ela é interdisciplinar porque não basta o estudo
isoladamente de cada matéria

a) Matérias que se relacionam:

 Direito Penal
 Medicina Legal
 Psicologia criminal
 Antropologia criminal
 Sociologia criminal
 Politica criminal

2. Proposta de estudo da criminologia


a) O que é crime?
b) Por que há crime?
c) Como controlamos?

Criminologia x Direito Penal


Criminologia Direito Penal
Empírica Normativa
Realidade Valoração da realidade
Informação Observação da realidade

3. Objetos de estudo
a) Delito
b) Delinquente
c) Vítima
d) Controle Social

Delito

 Core offensas: São crimes em todas as sociedades


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 Ofensas penais: as do código penal


 Ofensas civis ou administrativas: ex.: multa de trânsito, danos morais
 Ofensas gerais: ex.: alguém peidando ou arrotando

1. Condições para a existência de condutas desviantes


 Consenso da sociedade
 Severidade proporcional
 Nível da lesão

2. Etiologia do crime
 Ofensa aos costumes tradições e crenças
 Infração à lei do estado
 Fenômeno biológico e social

Para o Direito Penal é fato típico, antijurídico e culpável

3. Por que há crime?

a) Escola Clássica
 Locke
 Rousseau
 Beccaria
 Carrara

b) Escola Positiva
 Lombroso – O Homem Delinquente
 Ferri – Substitutos penais

Questão:

Qual dessas instituições abaixo tem visivelmente todos os estudos de objeto da


criminologia?

a) audiência de instrução e julgamento


b) julgamento pelo STJ
c) tribunal do júri
d) julgamento por videoconferência
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Na letra a temos delinquente, delito, vítima e controle social, entretanto


somente o controle social formal.

Na letra b muitas vezes não tem a presença nem do delinquente nem da vítima,
há apenas o delito e o controle social formal.

Na letra c temos o delito (crime doloso contra a vida), o delinquente, a vítima ou


sua família e o controle social que temos no júri será o formal (jurídico) e o
informal (social).

Delinquente
1. Conceito:
Trata-se da pessoa do infrator.

2. Escola que priorizou os estudos sobre os delinquentes:


Escola positiva – Lombroso

*Falou em delinquente lembrar da escola positiva.

3. Motivo:
Tal Escola surgiu em um contexto de acelerado desenvolvimento das ciências
sociais (antropologia, psiquiatria, psicologia, sociologia)

4. Atualidade:
A moderna criminologia tem seus olhos mais voltados para o controle social, o
delito e a vítima.

5. Traços da valoração da pessoa do delinquente no Direito Penal


a) Art. 59  personalidade, conduta social (caiu na questão do CEI)

b) Exame criminológico:
Conceito: exame que estuda a personalidade do agente, sua disposição para
cometer crimes, sua sensibilidade para a pena que irá sofrer e sua possível
correção e reabilitação.

Regras do regime fechado: art. 34 do CP


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Art. 34 O condenado será submetido, no início do cumprimento da pena, a


exame criminológico de classificação para individualização da execução.

A situação carcerária no Brasil é precária e desse modo, com os presídios


abarrotados, necessário haver uma divisão lá dentro. Ex.: policiais, estupradores
não podem ficar misturados com outros presos.

Art. 7º da LEP: psiquiatra, psicólogo e assistente social.


Art. 7º A Comissão Técnica de Classificação, existente em cada estabelecimento,
será presidida pelo diretor e composta, no mínimo, por 2 (dois) chefes de serviço,
1 (um) psiquiatra, 1 (um) psicólogo e 1 (um) assistente social, quando se tratar
de condenado à pena privativa de liberdade.

Na progressão de regime, o MP ou o próprio juiz acaba requerendo exame


criminológico, que não é mais obrigatório, mas pode ser realizado.

Questão: qual recurso cabível e fundamentação para alegar a nulidade de um


exame criminológico que aponta apenas parecer do assistente social e do
psicólogo?

O recurso cabível em sede de execução penal é o agravo em execução, pois o


art. 7º da LEP requer relatório conjunto do psiquiatra, psicólogo e assistente
social.
O exame criminológico que não consta relatório e parecer conjunto dos 3 é
nulo.

6. Classificação apresentada pela Escola Positiva:


a) Criminoso nato:
Lombroso diz que alguns seres possuem a capacidade de voltar a serem
primitivos – Atavismo.
O criminoso nato é esse que exterioriza o atavismo.
Segundo Lombroso falta ao criminoso sentimento de pudor, de piedade, de
inibição.

b) Misdeísmo
Está relacionado ao soldado Misdéia e é um estudo de 1884. Tal soldado não
tinha vícios, era uma pessoa exemplar, e de repente ele matou 7 companheiros
e feriu mais 13 companheiros.
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O soldado apresentou traços de epilepsia e esquizofrenia.


Aquele que não tem como prever quando cometerá crimes.

c) Louco moral
Tem traços de inafetividade, é impulsivo. Atualmente classificamos como
sociopata ou psicopata.

d) Criminoso passional
Obra Delitos de Ímpeto de Lombroso. Criminosos que possuem tendências à
sinceridade sobre o crime que cometeu. Após o cometimento do crime também
acabam se matando.

Legítima defesa da honra e crimes passionais: a legitima defesa da honra são os


casos de homicídio que no júri são caracterizados como crimes passionais. De
cunho machista, atualmente é uma tese pouco utilizada e não aceita.

e) Delinquente ocasional
Não busca o delito mas é arrastado por uma situação.
 Pseudocriminosos: cometem os crimes sem querer (crimes culposos)
 Criminalóides: não buscam o crime mas se aproveitam. Ex.: pegar
dinheiro do caixa aberto.
 delinquentes habituais: incorrigível segundo Lombroso.

f) Mulher delinquente
Lombroso repudiava prostitutas, então falava que eram criminosas natas.

g) Delinquente político
Uma pessoa quando entra para governar acaba desviando.

7. Características e diferenças das personalidades criminosas

a) Personalidade antissocial e os biocriminosos


Biocriminosos são aqueles que possuem mais causas endógenas do que
exógenas. A criminalidade dele está ligada a fatores internos, genéticos,
patologias.
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A personalidade antissocial é de um individuo que possui uma anomalia no


temperamento, na formação do caráter (sociopatia). São egocêntricos,
agressivos.

b) Personalidade dissocial e mesocriminosos


Mesocriminosos são aqueles que se formaram mais por causas externas.
Geralmente são frutos da sociedade em que vivem.

Dissocial é o criminoso comum, que não tem alteração mental, geralmente é


influenciado por pressão e criação de fatores criminológicos.

Antissocial Dissocial

Aparecimento na infância Qualquer idade, depende da pressão social

Furtos sem necessidade, assassinos em série,


Tráfico, crimes patrimoniais, crimes passionais
crimes compulsivos

Ausência de culpa, medo, vergonha Arrependimento, medo, culpa, angústia

Presença de autocrítica, aprendizado variável,


Ausência de autocrítica, aprendizado, respeito as
possível reabilitação, embora tenha infringido as
normas
normas acredita nelas

Relações superficiais Relações sociais normais

Reações imprevisíveis e desproporcionais


Previsível e proporcional

Inimputável ou semi inimputável (exceto


Imputável
sociopatas)

8. Demais classificações para delinquentes:


a) Parafilia (sexuais)
 exibicionista: atentado violento ao pudor
 necrófilo
 pedófilo
 sádico:

b) mass murder: assassino em massa

c) spree killer: cometem crimes e depois matam novamente depois de um


tempo
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d) serial killer: o tipo de crime é sempre o mesmo

Vítima
1. Conceito: trata-se da pessoa ofendida pelo delinquente

2. Vitimologia:

a) conceito: estudo da vítima em seus diversos planos. Vitimologia é uma


ciência que estuda as vítimas em seus diversos planos sob o aspecto amplo,
integral e psicológico, econômico, social e jurídico.

Hoje a vitimologia já é vista como ciência autônoma da criminologia.

b) Vitimologia x Vitimodogmática:

Vitimodogmática são os efeitos jurídicos da vitimologia.

c) Objetos de estudo da vitimologia:

 personalidade da vítima
 complexo criminógeno:
 suicídio
 tendência vitimal
 tratamento da própria vitima e jurídico

Personalidade da vítima

Se era uma vítima agressiva ou calma, tímida ou não.

Complexo criminógeno:

Interação da vítima com o autor do crime.

Ex.: Um garoto está sempre no farol esperando pra assaltar. A vítima para no
farol com a janela aberta, o braço mostrado um relógio caro.

Há uma diferença patrimonial enorme entre eles, um busca ascender na


sociedade em termos de ganho.

Suicídio

Trata da vítima e somente dela.

Ex.: o maior índice de suicídios no Brasil é em Brasília. Estudos apontam que isso
ocorre em razão da disposição das construções, que são muito certinhas, as ruas
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não tem curva. No Japão em razão da cultura que é muito certinha e não admite
desvios..

Tendência vitimal

É aquela vitima que por seu comportamento rotineiro está sempre sujeita a ser
vítima.

Tratamento da vítima e jurídico

Como melhorar a vítima, que curso as secretarias de estado podem fazer para
orientar para que diminua o número de vítimas de determinado crime.

d) Objetivos da vitimologia

• advertir
• orientar
• proteger
• reparar

Advertir: há muitos crimes patrimoniais sendo cometidos na região da paulista.

Orientar: quando estiver na paulista fechar os vidros do carro.

Proteger: colocar mais policiamento na região.

Reparar: após a falha do Estado.

Qual núcleo dentro do Estado vai amparar a vítima? Quando se fala em


reparação estamos nos campo da vitimologia.
Ex.: Nudem e Nudedh (Núcleo de defesa da mulher e Núcleo de defesa dos
direitos humanos)

Questão: levando em conta o núcleo de direitos humanos, qual o objetivo da


vitimologia?
O objetivo de reparar. Sendo que o direito á reparação às vezes se estende à
família também.

d) Classificação das vítimas por Benjamim Mendelson


Tipologia de Mendelson

• Vítima completamente inocente ou vítima ideal


• Vítima de culpabilidade menor ou vítima por ignorância
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• Vítima tão culpada quanto o infrator ou vítima voluntária


• Vítima mais culpável que o infrator
• Vítima unicamente culpável

Questão: segundo a classificação de Mendelson em que categoria se encaixaria


a pessoa que levou um tiro de bala perdida?
Na categoria de vítima completamente inocente ou vítima ideal.

Vítima de culpabilidade menor ou vítima por ignorância: é a vítima que se


coloca em posição menor de risco.
Ex.: Tim Lopes. Entrou na favela para filmar o tráfico.

Vítima tão culpada quanto o infrator ou vítima voluntária: sem essa vítima o
evento criminoso jamais ocorreria. A pessoa se coloca em risco.
Ex.: vascaíno que vai o meio da torcida jovem do flamengo.

Vítima mais culpável que o infrator: é a vítima provocadora que tende a


prejudicar o agente, que apenas reage.
Ex.: a polícia está fazendo um patrulhamento de rotina, bandidos atiram neles.
Os policiais atiram de volta e acertam os bandidos.

Vítima unicamente culpável: suicídio, legítima defesa.

e) Classificação jurídica das vítimas:


• 1º grupo: vítima inocente
• 2º grupo: vítima colaboradora
• 3º grupo: vítimas culpadas

Nessa classificação o suicídio entra no grupo de vítimas culpadas.

Os Jecs focados na justiça restaurativa vêm dando mais espaço para as


vítimas.
Ex.: às vezes num crime de injúria o pedido de desculpas do agressor já basta,
para vítima as vezes o pedido de desculpas importa mais que a pena.

Justiça restaurativa é uma técnica de solução de conflitos que prima pela


criatividade e sensibilidade na escuta das vítimas e dos ofensores. Se trata de
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um processo colaborativo voltado para resolução de um conflito caracterizado


como crime, que envolve a participação maior do infrator e da vítima.

Onde é utilizada:
 escolas públicas e privadas, auxiliando na prevenção e na diminuição do
agravamento de conflitos;
 juízes aplicam o método para auxiliar nas medidas socioeducativas
cumpridas por adolescentes em conflito com a lei, conseguindo
recuperar para a sociedade jovens que estavam cada vez mais entregues
ao caminho do crime.
 crimes de pequeno e médio potencial ofensivo
 casos de violência doméstica.

O projeto não tem o intuito de substituir a prestação jurisdicional da Justiça


tradicional, nem semear a ideia de impunidade ao agressor, mas possibilitar
um método, com base no diálogo, para o reconhecimento e a
responsabilização dos atos praticados.

Como é feita:
A mediação vítima-ofensor consiste basicamente em colocá-los em um mesmo
ambiente guardado de segurança jurídica e física, com o objetivo de que se
busque ali acordo que implique a resolução de outras dimensões do
problema que não apenas a punição, como, por exemplo, a reparação de
danos emocionais.

Quem realiza a Justiça Restaurativa?


Não é o juiz que realiza a prática, e sim o mediador que faz o encontro entre
vítima e ofensor e eventualmente as pessoas que as apoiam. Não
necessariamente o mediador precisa ter formação jurídica, pode ser por
exemplo uma assistente social.

A Justiça Restaurativa só pode ser aplicada em crimes considerados mais leves?


Não, pode também ser aplicada aos mais graves.

Mas a Justiça Restaurativa implica o não cumprimento da pena tradicional?


Não, as duas coisas podem ser e frequentemente são concomitantes.
Pode ser feito antes do julgamento, mas a Justiça Restaurativa é um conceito
muito aberto. Há experiências na fase de cumprimento da pena, na fase de
progressão de regime etc.
Mas nos crimes de pequeno potencial ofensivo, de acordo com artigo 74 da Lei
n. 9.099, de 1995, o acordo pode inclusive excluir o processo legal.
Já quando falamos de infrações cometidas pelo público infantojuvenil há outras
possibilidades como a remissão ou a não judicialização do conflito após o
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encontro restaurativo e o estabelecimento de um plano de recuperação para


que o adolescente não precise de internação, desde que o resultado gere
segurança para a vítima e reorganização para o infrator.

Qual é a diferença da Justiça Restaurativa e da conciliação?

Em comum, podemos dizer que não são processos dogmáticos. No entanto, a


conciliação é mais voltada para resolver questões de interesse econômico. Os
conciliadores se permitem conduzir um pouco o processo para resultados mais
efetivos; a conciliação acontece com hora marcada na pauta do tribunal. Já na
mediação realizada pela Justiça Restaurativa não é possível estabelecer quando
vai acabar, pode demorar dias, meses, até se construir uma solução.

Então a Justiça Restaurativa não retira o direito da pessoa recorrer à Justiça


tradicional?
A intervenção restaurativa é suplementar: de par com o processo oferecemos
um ambiente para resolver demais problemas relacionados com o conflito.

Qual é o maior benefício da Justiça Restaurativa?


Em muitos casos, essas iniciativas alcançam a pacificação das relações sociais
de forma mais efetiva do que uma decisão judicial.

Fonte: CNJ

Resolução 12/2002 da ONU


Resolução 225/2016 do CNJ

Art. 2º São princípios que orientam a Justiça Restaurativa: a


corresponsabilidade, a reparação dos danos, o atendimento às necessidades de
todos os envolvidos, a informalidade, a voluntariedade, a imparcialidade, a
participação, o empoderamento, a consensualidade, a confidencialidade, a
celeridade e a urbanidade.

§ 2º É condição fundamental para que ocorra a prática restaurativa, o prévio


consentimento, livre e espontâneo, de todos os seus participantes, assegurada
a retratação a qualquer tempo, até a homologação do procedimento
restaurativo.

f) Classificação da vitimização CAI MUITO


Como a vítima se comporta durante todo o processo do crime. Qual o papel que
a vítima assume em cada uma das etapas.
 vitimização primária
 vitimização secundária
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 vitimização terciária

Vitimização primária é aquela que ocorre no cometimento do crime. É o direito


violado da vítima.
Ex.: Uma pessoa dá uma paulada na cabeça de outra. O primeiro efeito é o
sofrimento do golpe na cabeça.
São violados direitos da pessoa, físico, patrimoniais, psicológico.

Vitimização secundária: vem do sofrimento que o direito penal, sistema, causa


à pessoa. Ex.: a vítima tem que comparecer na delegacia, depois em audiência,
se o réu não foi citado devidamente ou se uma testemunha faltou, tem que
comparecer a outra audiência e por aí vai..
Os núcleos de apoio à vítima são importantes para auxilia-la a passar por essas
fases.

 Por causa dessa burocracia que acaba ocorrendo a cifra negra ou cifra
oculta.
Cifra negra ou oculta são aqueles casos que nem chegam ao judiciário.

Às vezes a pessoa não sofre a vitimização secundária.


Ex.: Ao ser furtada de algo sem grande importância a pessoa sequer vai à
delegacia.

Vitimização terciária: é a volta da vítima para a sociedade. É a falta de amparo


dos órgãos públicos, do estado para que a pessoa volte. Aí vem o amparo dos
núcleos especializados de apoio á vítima para que a vítima consiga voltar a
sociedade.

Pergunta de concurso: a garota que sofreu estupro salientou não ter ido até as
autoridades judiciais por vergonha e medo da reação que as pessoas teriam. O
trecho acima reflete qual das alternativas estudadas na vitimologia?
a) vitimização secundária
b) vitimodogmática
c) tendência vitimal
d) vitimização terciária

O medo dela não é da burocracia do processo, mas da reação das pessoas!


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g) Contribuições da vitimologia
 compreensão da dinâmica criminal
 prevenção vitimaria
 pesquisas de vitimização

Compreensão da dinâmica criminal


O papel da vítima pode influenciar na fixação da pena base segundo o art. 59
CP.
Art. 59 - O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do
crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja
necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime:

Prevenção vitimaria
Orientação da vítimas.
Ex.: cuidado com o local onde transita, procurar estar acompanhada, fechar o
vidro.

Pesquisas de vitimização
Pesquisa sobre a cifra oculta

Pergunta de concurso: através de pesquisas de vitimização, foram possíveis


determinar grandes parcelas de crimes que não chegaram ao poder do
conhecimento público, e por isso confrontam nossas estatísticas criminais.
O trecho acima reflete qual das alternativas estudadas na vitimologia?
a) vitimização secundária
b) vitimodogmática
c) cifra oculta
d) vitimização terciária

Controle Social

É a influência do grupo, das instituições, são todas as sanções que os grupos


sociais, a sociedade em si inflige sobre os seus membros.

É a influência do conjunto de instituições, estratégias e sanções do grupo social


em relação aos seus membros para que se submetam aos modelos e normas
comunitárias e assim não aja nenhum comportamento desviante.
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a) Histórico
 Século XIX
 Tema central da sociologia – como a sociedade pressionava os indivíduos
para que eles ficassem sempre dentro daqueles limites impostos.

b) Espécies de controle social:


 Formal: sistema de justiça estatal (força legal)
 Informal: sociedade, amigos, família (não possui coercibilidade)

c) Formas de atuação do controle social


I. Orientação – controle imperceptível. Ex.: não gritar num jantar, a roupa que
se usa em cada ocasião e lugar.
II. Fiscalização – feita pelo poder judiciário ou pela sociedade. Ex.: guarda do
bairro
Às vezes o órgão pode ser orientador e fiscalizador ao mesmo tempo. Ex.:
policia (dizer pro cidadão não usar joias no réveillon de Copacabana, e também
estar lá presente para coibir crimes)

I. Direto – ex.: policia


II. Indireto – a corregedoria recomenda o uso de armas não letais

I. Sanções formais – são as leis, normas, regulamentos


II. Sanções Informais – repressões naturais da sociedade quando alguém tem
uma conduta desviante. Ex.: arrotão

I. Meios positivos – são prêmios, incentivos. Ex.: estrelinha do comportamento


II. Meios negativos- são as sanções (caráter retributivo da pena)

I. Controle interno – autodisciplina. Ex.: não roubar bombom nas Americanas


II. Controle externo – o Estado manda a pessoa parar de fazer a conduta.

d) destinatários
 Controle difuso – é para todos
 Controle concentrado – é para um individuo ou um grupo determinado
de indivíduos
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Pergunta de concurso: a influencia do conjunto de instituições, estratégias e


sanções da sociedade em relação aos seus membros para que se submetam aos
modelos e normas comunitárias trata de que objeto da criminologia?
a) delito
b) delinquente moral
c) controle social
d) vitimização terciária

e) agentes fiscalizadores
 agentes estatais – guarda civil municipal não pode fazer revista em
ninguém, a sua função é proteger o patrimônio municipal. Obviamente
se houver crime em flagrante delito ele pode efetuar uma prisão (porque
qualquer um do povo pode fazer isso).

 sociedade civil – não jogar lixo no chão, catar o cocô do cachorro

Teoria do Labelling Aproach:

I. Conceito:
Também conhecida como Teoria do Etiquetamento. Trata-se da teoria mais
voltada ao controle social, pois entende que o crime é simplesmente aquilo que
o controle social deseja definir.

A culpa de todos os crimes é do Estado, porque foi ele que etiquetou.

Obra The outsiders.

Por que no furto caso haja devolução da coisa não há extinção da punibilidade e
no crime de sonegação sim, se em verdade houve um furto da sociedade? Como
é o Estado que etiqueta, e quem edita a lei é quem comete o segundo crime, ele
é mais brando.

Pergunta de concurso: DPE-SP/2012 Assinale a alternativa correta.

a) A criminologia crítica defende a análise individualizada da periculosidade


do agente como direito inerente ao princípio do respeito à dignidade humana.
(a criminologia crítica analisa a sociedade toda – crime, criminoso, vítima)
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b) A Escola positivista pregava a análise puramente objetiva do fato,


deixando em segundo plano as características pessoais de seu autor. (a escola
positiva focava no autor do crime)
c) A teoria retributiva dos fins da pena foi desenvolvida a partir dos estudos
de Lombroso e Garofalo, em meados do século XVIII. ( a teoria retributiva é
anterior a Lombroso)
d) A teoria do labelling approach dispõe-se a estudar, dentre outros
aspectos do sistema punitivo, os mecanismos de reação social ao delito e a
influência destes na reprodução da criminalidade.
e) A teoria finalista da ação é fruto da concepção positivista de livre-
arbítrio, que entende o homem como ser determinado pelas circunstâncias
sociais.

De acordo com o labelling approach a sociedade decide quais condutas devem


ser criminalizadas. Por isso na Holanda fumar maconha não é crime, mas no
Brasil sim.

Escolas criminológicas
1. Escola Clássica
2. Escola Positiva
3. Escolas Sociológicas
4. Teorias Modernas e Estudos Criminológicos

1. Escola Clássica

Surge no século XVIII, pouco antes do iluminismo. Quando a revolução francesa


acaba de acontecer e temos o fenômeno da urbanização. Essa urbanização é
descontrolada e acaba havendo uma divisão entre riqueza e pobreza.

As regras eram baseadas na religião – Demonologia, e havia poucas prisões. Foi


a época das inquisições, quem cometa crime estava “encapetado”.

Código de Sangue: basicamente a pena de morte era o que dominava.

1.1 Principais idealizadores:


a) Thomas Hobbes
 Leviatã – respeito ao soberano
 O homem é naturalmente mau e selvagem
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 Contratualismo

b) John Locke
 Direito natural: lei natural de cada ser humano de proteger a vida, a
liberdade e a propriedade
 O homem é bom por natureza – a sociedade é que o corrompe
 fundador do empirismo
 Tábula rasa: a mente do ser humano é vazia, uma folha em branco, e
através as experiências diárias que ele tem desde pequeno até a fase
adulta é que ele vai construir suas cognições.

c) Jean Jacques Rousseau


 contrato social – utópico (se todos tivessem acesso a todas as coisas não
haveria crime)
 discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os
homens

d) Jeremy Bentham
 utilitarismo: todas as formas de sanções deveriam ser úteis
 crítica ao contrato social
 panótipo: termo utilizado para se referir a penitenciária ideal.

e) Cesare Bonesana – Marquês de Beccaria


 Matemático e economista – principal representante do iluminismo
 “Dos delitos e das penas”
 Contrato social
 Livre arbítrio

 Proporcionalidade entre o crime e a pena: a pessoa faz um cálculo se vale


a pena ou não cometer o crime

 Pessoalidade e legalidade da pena retributiva: a pessoa tinha que saber


de antemão quando fizesse o cálculo da pena, pra ver se o crime
compensava ou não (anterioridade da lei).

 Negava a pena de morte e a tortura como meio de prova


 CP de 1830
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 O processo judicial deve ser público para que seja mais célere e haja
fiscalização.
 O objetivo da pena é a prevenção! Quem faz o cálculo já sabendo de
antemão que vai cumprir uma certa pena, não comete crime.

Prevenção

Geral Especial

Positiva Negativa Positiva Negativa

 Prevenção geral positiva: é a afirmação do direito penal positivo.


 Prevenção geral negativa: quer intimidar todo mundo (enforcamento em
praça pública).
 Prevenção especial positiva: ressocialização do indivíduo
 Prevenção especial negativa: caráter retributivo da pena – castigo.

f) Francesco Carrara

 advogado
 abolição da pena de morte
 CP 1889 Itália

Síntese dos postulados da Escola Clássica:

 Jusnaturalismo
 Delito como ente jurídico
 Livre arbítrio
 Pena como retribuição da culpa moral
 Objetos de estudo do direito penal: delito, pena e processo
 Crítica: ausência de estudos da vitima e do criminoso
 Proporcionalidade da pena
 Livre arbítrio como dogma
 O fim da pena é a repressão para a tutela jurídica
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 O direito penal emana somente da responsabilidade moral

Sistemas penitenciários da época

 No século XIX se iniciam as penas de prisão


 Nasce o nome de casa de correção
 Exclusão para dentro
 Ausência de disciplina, higiene e locais adequados
 Suicídio e demência – não havia separação entre dementes
 Burguesia mão de obra barata
 Iluminismo – prisão: repudia as penas capitais e de tortura
 John Howard “O estado das prisões na Inglaterra e no país de Gales:
primeira pessoa que se preocupou com a prisão e o mal que ela causa
 O preso deveria pagar sua hospedagem com trabalho

a) Sistema Filadélfico ou Pensilvânico:


Quakers (religiosos, puristas, humanistas)
Sistema baseado nos monges: ficar em silêncio e pensar no que fez

b) Sistema auburniano: trabalho.


Se assemelha ao quakers, mas os presos deveriam trabalhar.

c) Sistema progressivo: reintrodução na sociedade

O nosso sistema é uma mistura dos 3.

2. Escola Positiva

 Surgimento no século XIX


 Aumento da criminalidade – busca de teorias para ver se a criminalidade
baixa
 Positivismo de Augusto Comte
 Evolucionismo de Charles Darwin

Na escola clássica o controle social e o crime eram muito estudados enquanto


na escola positiva os olhos se voltam para o criminoso.

 Cesare Lombroso: fase antropológica


 Henrico Ferri: fase sociológica
 Rafael Garófalo: fase jurídica
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2.1. Cesare Lombroso:

 Ferri e Garófalo foram seus discípulos


 Médico militar
 Autópsia do criminoso Vilela – 1872: ele achou uma depressão na face
entre o olho e a testa e fez uma comparação que isso nos remetia aos
primatas e aos roedores o que significa involução.
 “O homem delinquente”
 Somente crimes violentos: porque na visão de Lombroso eles já nasciam
criminosos
 Atavismo (capacidade de voltar a serem primitivos – primatas ou
roedores): falta de desenvolvimento biológico do ser humano
 Antropometria
 Pena de morte: 2 fases. Ele diz que se for pra muitas pessoas é barbárie e
se for para poucas pessoas é inócua, então acaba negando a pena de
morte no final.

Tipos de criminosos por Lombroso:

a) Criminoso nato
b) Misdeísmo
c) Louco moral

d) Criminoso louco
alcoolista
histérico
loucóide

d) Criminoso passional

e) Delinquente ocasional
 Pseudocriminosos
 Criminalóides:
 Delinquentes habituais:

f) Mulher delinquente
g) Delinquente político
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a) Criminoso nato:
Sempre exteriorizava o atavismo. Não tinha pudor, piedade, probidade,
inibição.

b) Misdeísmo:
o soldado Misdeia era uma boa pessoa e do nada matou 7 companheiros,
descobriu-se que ele tinha esquizofrenia.

c) Louco moral:
Tem inafetividade, é impulsivo – sociopata e psicopata

d) Criminoso louco:
 Alcoolista: além de ter o vicio idolatra a bebida
 Histérico: mulheres
 Loucóide: não tem traços de louco (confunde-se com misdeísmo)

Nasce a cisão entre cadeia e manicômio.

d) Criminoso passional: tendência de confissão e suicídio.

e) Delinquente ocasional
 Pseudocriminosos: cometem crimes culposos
 Criminalóides: aproveitadores
 Delinquentes habituais: incorrigíveis

f) Mulher delinquente: prostitutas


g) Delinquente político

Manicômios judiciários e inimputabilidade:

CP Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou


desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da
omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de
determinar-se de acordo com esse entendimento.

Lei 12.216/2001 - Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras


de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental.

 Direitos – art. 2º
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 Responsabilidade estatal – art. 3º


 Subsidiariedade – art. 4º
 Objetivo – art. 4º, § 1º
 Tipos de internação: voluntária, involuntária e compulsória (art. 6º)
 30 anos?

Quando se fala em pena privativa de liberdade, o limite máximo é de 30


anos, entretanto, quando se fala em internação manicomial, tanto o CP
como a Lei 12.260 são silentes. A defensoria tem como tese o limite máximo
de 30 anos, já o MP diz que não há prazo definido.

CP art. 97 e LEP 175 e 176 falam dos exames de cessação de periculosidade,


que são anuais

Se o imputável que sabe o que fez pode ficar preso no máximo 30 anos,
muito mais razão tem o inimputável, que sequer tinha consciência do que
estava fazendo.

2.2. Henrico Ferri (1856-1929) – fase sociológica

 Pena indeterminada (de acordo com a duração da periculosidade do


agente)
 Delito = sintoma da personalidade criminosa (assim como Lombroso
ele nega o livre arbítrio – a pessoa nasceu criminosa e para cometer
crimes)
 Substitutos penais – prevenção. Estratégias de prevenção para o
crime. Ex.: para acabar com crimes sexuais cometidos por padres,
deve-se abolir o celibato.
 Colônias agrícolas – o preso deveria pagar o tempo que ele fica na
cadeia.
 Pena de multa
 Lei da saturação criminal. Ele não aceitava que o Estada não fizesse
algo para diminuir a previsão de crimes anuais

 Fatores criminógenos*

a. Antropológicos: os mais aprofundados pro Lombroso

b. físicos: ambiente insalubre, clima quente ou frio


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c. sociais: densidade populacional, alcoolismo, desemprego, injustiças, falta


do mínimo existencial

* Esses 3 fatores ainda são utilizados na criminologia.

Tipos de criminosos por Ferri:

 Nato: congênito- incorrigível- sociopata


 Louco: esquizofrênico
 Habitual: reincidente (crimes patrimoniais)
 Ocasional: se aproveita das situações (saques/enchentes)
 Passional: homem traído. Também defendia que a paixão poderia ser
por um país ou uma ideologia (traços de identificação com o
terrorismo)

 Direito penal do autor

Determinismo individual de Ferri: a pena seria um beneficio para o


criminoso e para a sociedade. Não precisaria ter tanta garantia
processual porque o individuo já estava determinado a cometer crimes.

2.3. Rafaelle Garófalo (1851-1934) – fase jurídica

 “Criminologia”- 1885
 Delito natural = ausência de probidade e piedade
 Pena de morte ou exílio

Tipos de criminosos por garófalo:

 Assassinos
 Violentos ou enérgicos: pequenos defeitos de piedade e probidade –
esses tinham recuperação
 Ladrões ou neurastênicos: meio + sociedade

Positivismo Biológico:
1. Evolução do positivismo biológico
 Hereditariedade
 Estrutura genética
 Tipologia corporal
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a) Famílias criminosas (Juke Family)

 Juke Family: Eram os caipiras. Ele achava que o cometimento de crimes


era hereditário.
 Em 1912 estudou a Família Kallikak (família que cometeu diversos furtos).
Segundo o Estado essa família deveria ser proibida de se reproduzir.
 Surgiram os estudos sobre QI. Quem tem QI muito baixo teria tendência
a cometer crimes.
 The English Convict: estuda 3.000 presos fazendo a separação dos que
tem deficiência mental.

b) Gêmeos

univitelinos: quando um dos irmãos comete crime 60% das vezes o outro
comete crime também

bivitelinos: quando um dos irmãos comete crime 40% das vezes o outro comete
crime também.

c) Crianças adotivas

1972 – Crowe

Filhos de criminosos, mesmo quando criados por outras famílias, 20%


cometeriam crimes.

2. Estrutura genética:

O duplo macho XYY (ocorre em 1 a cada 1000 homens) teria mais testosterona
que o normal. Apresentam crise de fúria.

Curt Lewin fala que o comportamento é igual a personalidade + meio onde ele
vive.

3. Tipologia corporal

Ectomorfo – magro – leptossomico: cometiam crimes de inteligência

Mesomorfo – atlético: criminosos brutais

Endomorfo- gordo- icnico: maníacos-depressivos

No Brasil tentaram encontra em Antônio Conselheiro traços Lambrosiano. Não


encontraram porque ele era mestiço, atávico.
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Renascimento atual do positivismo:


 Investigações de corte biológico: mapeamento de genes para descobrir
de onde vem o gene criminoso
 Deficiências da sociologia criminal
 Superação de reticências éticas: para ser um bom criminólogo deve-se
aceitar todos os tipos de estudos

Críticas à escola positivista: Ela paralisou o direito penal porque só voltou os


olhos para o criminoso.

Aula 8

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