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Leonardo Gomes de Aquino

Advogado
Professor Universitário
Mestre em Direito

Legislação aplicada à Engenharia

Primeira Edição

São Paulo
2014
Dados Internaciononais de Catalogação na Publicação (CIP)

__________________________________________________

Aquino, Leonardo Gomes de.

Legislação aplicada à Engenharia / Leonardo Gomes de


Aquino.

1ª ed. – São Paulo : Perse, 2014.

238p.
Bibliografia.
1. Direito. 2. Direito – Engenharia.
CDU 340

__________________________________________________

Todos os direitos reservados

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Impresso no Brasil

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SUMÁRIO

PREFÁCIO............................................................................................... 5
APRESENTAÇÃO................................................................................... 7
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA.................... 8
INTRODUÇÃO....................................................................................... 9
UNIDADE I
NOÇÕES DE DIREITO............................................................................. 11
CAPÍTULO 1
CONHECENDO O DIREITO................................................................ 11
CAPÍTULO 2
FONTES JURÍDICAS........................................................................... 19
CAPÍTULO 3
DIREITO E MORAL............................................................................ 25
CAPÍTULO 4
RAMOS DO DIREITO......................................................................... 29
UNIDADE II
A EMPRESA DE ENGENHARIA............................................................... 34
CAPÍTULO 5
ATIVIDADE DO ENGENHEIRO........................................................... 34
CAPÍTULO 6
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL............................................................... 37
CAPÍTULO 7
PESSOAS JURÍDICAS (ASSOCIAÇÃO E COOPERATIVA) ..................... 50
CAPÍTULO 8
SOCIEDADE LIMITADA E EMPRESA INDIVIDUAL DE
RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) E SOCIEDADE ANÔNIMA............. 64
CAPÍTULO 9
MICROEMPREENDEDOR, MICROEMPRESA E EMPRESA DE
PEQUENO PORTE....................................................................................... 85
CAPÍTULO 10
REGISTRO PÚBLICO DA ATIVIDADE.................................................. 89
UNIDADE III
CONTRATOS NA ÁREA DE ENGENHARIA............................................... 96

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CAPÍTULO 11
REGRAS GERAIS DO CONTRATO...................................................... 96
CAPÍTULO 12
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO................................................................. 104
CAPÍTULO 13
CONTRATO DE EMPREITADA........................................................... 108
CAPÍTULO 14
CONTRATO DE ENGENHARIA........................................................... 113
CAPÍTULO 15
CONTRATO DE TRABALHO............................................................... 122
UNIDADE IV
DIREITO DE CONSTRUIR........................................................................ 155
CAPÍTULO 16
REGRAS DO DIREITO CIVIL PARA CONSTRUIR.................................. 155
CAPÍTULO 17
REGRAS DO DIREITO CONSUMIDOR................................................ 166
CAPÍTULO 18
LICITAÇÃO E TOMBAMENTO E DESAPROPRIAÇÃO.......................... 177
CAPÍTULO 19
DIREITO E O LICENCIAMENTO AMBIENTAL..................................... 190
CAPÍTULO 20
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ENGENHEIRO, DO EMPREITEIRO,
DO CONSTRUTOR, DO INCORPORADOR E DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 196
UNIDADE V
ÉTICA PROFISSIONAL............................................................................ 208
CAPÍTULO 21
ÉTICA E ÉTICA PROFISSIONAL DO ENGENHEIRO.............................. 208
CAPÍTULO 22
ÉTICA E AS FORMAS DE MEDIAR CONFLITOS.................................. 214
MODELOS DE CONTRATOS.................................................................. 220
REFERÊNCIAS........................................................................................ 230

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PREFÁCIO
Como uma inovação surge essa obra da lavra do Mestre Leonardo !

A interação entre as diversas áreas do saber é primordial e dentro dessa


perspectiva a presente obra se propõe a trazer os conhecimentos imprescindíveis
para o profissional da área de engenharia. Isso porque, quando esse profissional
estiver atuando dentro de sua área, dentro de seus conhecimentos técnicos, não
poderá ultrapassar a linha tênue entre a legalidade e a ilegalidade dos seus atos.

E como é previsto em nosso ordenamento jurídico, ninguém poderá alegar


desconhecimento da norma jurídica, é preciso então que os profissionais da área
de engenharia compreendam as normas jurídicas que lhe são afetas.

Buscando então, desvendar esses conhecimentos jurídicos específicos a


obra foi construída, partindo da necessidade de conhecer o direito e manejá-lo
por alguém sem conhecimento prévio, dessa forma, inicia-se a caminhada pelas
noções fundamentais do direito, abarcando as fontes jurídicas e traçando a
distinção fundamental entre o direito e a moral.

Como o engenheiro poderá abrir uma empresa, busca-se na segunda


unidade do livro, apresentar as diversas formas em que isso poderá ocorrer,
deixando assim, o engenheiro na posição de escolher o que melhor lhe convém.
Com informações precisas e fundamentais sobre a estrutura de cada uma das
espécies isso permitirá ao engenheiro que faça a opção que achar mais adequada
para o que pretende.

Dentre as diversas atividades no dia-a-dia, poderá o profissional da área da


engenharia se deparar com a necessária construção de contratos, assim, a terceira
unidade está centrada em solucionar esse problema, abordando, inicialmente, as
regrais gerais para os contratos e posteriormente os contratos afetos a essa
profissão.

A quarta unidade se propõe a apresentar e discorres sobre o direito de


construir, previsto no Código Civil, no âmbito do Direito do Consumidor, sob o
aspecto do direito administrativo e ambiental. São todas áreas que irão
influenciar na tomada de decisão dos engenheiros, servido assim, de um guia e ao
mesmo tempo de um alerta, sobre as implicações no momento de construir.

Como não poderia deixar de ser, a unidade cinco aborda a ética profissional
do engenheiro e apresenta as formas de mediar os conflitos que porventura
venham a surgir.

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Por fim, após toda a construção doutrinária, apresenta modelos de
contratos que poderão auxiliar na compreensão da presente temática.

De forma inovadora a estrutura desse livro, nos permite verificar que a


teoria ora apresentada pode ser analisada sob o ponto de vista de filmes que
venham a tratar do tema. Isso faz com que a compreensão do tema, torne-se mais
prazeroso, conferindo um diferencial a esta obra. Além do que, as questões
apresentadas servem para mensurar o grau de aprendizagem e com isso a
dificuldade que o leito venha a ter com a obra.

Sem sobra de dúvidas, a presente obra se destaca, tanto pela metodologia


desenvolvida quanto pela qualidade de suas informações, que são fundamentais
para que o profissional da área de engenharia venha a se destacar em sua
profissão.

Brasília, 05 de outubro de 2014.

Renata Malta Vilas-Bôas

Mestre em Direito Público, Professora e Advogada.

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APRESENTAÇÃO

Este livro é destinado aos profissionais da área de Engenharia e do Direito.


Não se trata de um compêndio do Direito ou mesmo da apresentação dos
institutos jurídicos, mas de uma obra com o resultado de pesquisa, da advocacia e
da docência em instituições de ensino superior do Distrito Federal.

Em linhas gerais, a interdisciplinaridade entre a Engenharia e o Direito


compreende um conjunto amplo de institutos não necessariamente apenas de
Direito Civil, mas de Direito Comercial, Direito do Trabalho, Direito Tributário,
Direito Administrativo, Direito Ambiental e Direito do Consumidor. Ademais, há a
questão ética que envolve a atuação do profissional em diversos aspectos de seu
desempenho com relação ao direito.

O livro apresenta, ainda, diversos modelos de contratos realizados na área


da engenharia.

Os assuntos abordados na presente publicação são atuais e necessários ao


exercício ético da profissão. As informações postadas no texto demonstram o
resultado intenso de um trabalho científico baseado na doutrina, na legislação e
nas decisões de diversos tribunais, tomando como base o exercício do profissional
de engenharia e suas consequências.

Desta forma, pretende-se, com a publicação deste livro, levar o leitor à


reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos,
possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação
continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe
ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se o presente livro com a intenção de torná-lo subsídio valioso, de


modo a facilitar, caro leitor, sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na
vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso
na carreira.

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ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO E DA PESQUISA
Para facilitar seu estudo, o livro foi desenvolvido e organizado em 05 (cinco)
unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente e, ao
final de cada capítulo, em regra, há textos para reflexões, questionamentos
provocativos, indicação de sites, leitura complementar e vídeo, para
aprofundamento dos estudos. Ao desfecho do livro, indica-se a lista de referências
utilizadas na sua elaboração.

Para refletir

Indagações inseridas para estimulara pensar acerca do assunto proposto. O


importante é verificar seus conhecimentos, suas experiências e seus
sentimentos. É fundamental que você reflita sobre as questões propostas.

Provocação

Pensamentos, inseridos no livro, para provocar a reflexão sobre a prática da


disciplina.

Textos para leitura complementar

Novos textos, trechos de textos referenciais, conceitos de dicionários,


exemplos e sugestões, para lhe apresentar novas visões sobre o tema
abordado no Livro.

Sugestão de leituras, filmes, sites e pesquisas

Aprofundamento das discussões e reflexões acerca da interdisciplinaridade


dos conteúdos.

Praticando

Momento de verificação da aprendizagem. Questões sugeridas, no decorrer


das leituras, com o objetivo pedagógico de fortalecer o processo de
aprendizagem.

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INTRODUÇÃO

O direito e a engenharia se correlacionam de forma ímpar nas relações do


dia a dia da comunidade. Assim, a ideia central do livro é apresentar que o ramo
do Direito empresarial é dinâmico e gira em torno do estudo da atividade
econômica organizada para a produção, e ainda, circulação de bens ou de
serviços.

Divide-se o livro em cinco unidades. A primeira trata das noções gerais do


Direito; a segunda dispõe sobre a empresa de engenharia; a terceira acerca dos
contratos na área de engenharia; a quarta refere-se ao direito de construir e suas
repercussões no direito e a quinta e última seção aborda a questão da Ética
profissional. Há ainda um tópico referente aos modelos contratuais na área de
engenharia.

A primeira unidade versará sobre as noções gerais do Direito, a concepção


do termo direito, as fontes jurídicas, o Direito e a Moral e os ramos do Direito.

Na segunda unidade se buscará observar a empresa de engenharia,


abordando a atividade do engenheiro, os tipos de empresários individuais, suas
obrigações gerais na atividade, as pessoas jurídicas (associação e cooperativa), a
sociedade limitada, a empresa individual de responsabilidade limitada, a
sociedade anônima, o microempreendedor, a microempresa, a empresa de
pequeno porte e o registro da atividade nos órgãos competentes.

É importante ressaltar a necessidade de apontarem-se os aspectos do


empresário individual e do direito societário na perspectiva da distinção entre
sociedade empresária e sociedade simples, bem como a sociedade personificada
e não personificada, sem esquecer a importância dada aos diversos tipos de
sociedades existentes no nosso ordenamento jurídico.

Estará reservado especial tratamento para a sociedade limitada, para a


Empresa individual de responsabilidade limitada (Eireli) e para a sociedade
anônima, concluindo com a análise do registro público da atividade. Enfim, o
direito empresarial será tratado em diversos diplomas legais, entre os quais, cita-
se: o Código Civil que regulamenta a existência da teoria da empresa em seu
tríplice aspecto, empresário, estabelecimento e empresa, além de identificar
alguns auxiliares da empresa e de propor critérios de responsabilidade para os
auxiliares. O Código Civil regulamenta os diversos tipos societários, permitindo a
aplicação da Lei 6.404/76 para as sociedades por ações (LSA).

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Assim, a dificuldade que paira sobre empresas de engenharia (os diversos
tipos de sujeitos) reside exatamente em sua amplitude e em sua relevância para o
dia a dia, tanto na prática dos tribunais como na doutrina.

Na terceira unidade a investigação se dará com base nos contratos


celebrados na área de engenharia. O livro apresenta as regras gerais acerca da
celebração do contrato e, em especial relevo, serão transcritos os contratos de
prestação de serviço, de empreitada, de engenharia e o contrato de trabalho.

Verifica-se a importância do estudo dessa temática na capacidade de


distinguir os diversos tipos contratuais, suas características, obrigações e direitos
para os envolvidos na atividade de engenharia.

A quarta unidade procurará contribuir com a análise do direito de construir,


amparado no Direito Civil, embora possua ramificações em outros direitos como o
Direito Ambiental (licenciamento ambiental) e o Direito Administrativo.

Ponto que merecerá destaque no livro é a análise das relações jurídicas


com a Administração pública, em especial a questão das Licitações, do
Tombamento e da Desapropriação.

Ainda, na quarta unidade será tratado o assunto da responsabilidade civil


dos envolvidos (Responsabilidade Civil do Engenheiro, do Empreiteiro, do
Construtor, do Incorporador e da Administração Pública) com atividade de
engenharia. Assim, o Livro traz as formas de responsabilidades, subjetiva,
objetiva, legal, contratual e extracontratual, suas características e penalidades
impostas ao profissional, passando pelo que reza o Código Civil e pelo Código de
Defesa do Consumidor, as legislações e os prazos vigentes com relação à garantia,
por exemplo.

A quinta unidade será composta dos aspectos éticos que o engenheiro deve
possuir para realizar as suas atividades, pois nas profissões, as entidades são
permeadas pelos preceitos éticos dos profissionais que as compõem.

E, por último, nessa unidade será observada a questão da mediação na


composição de conflitos.

O livro estará concluso com a exposição de modelos contratuais utilizados


nos diversos tipos de obras realizadas pelos engenheiros e pelas empresas de
engenharias.

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UNIDADE I – NOÇÕES DE DIREITO

CAPÍTULO 1 – CONHECENDO O DIREITO

A expressão direito não é utilizada em sentido único, pelo contrário, é


usada comumente em vários sentidos. A noção de direito está intrinsecamente
ligada à noção de norma (lei), justiça, faculdade, fato social ou mesmo
responsabilidade.

O Direito aparece, via de regra, como objeto da justiça quando se procura


dar a cada indivíduo o que lhe pertence. O conceito de justiça aparentemente é
mais acessível que a concepção jurídica de direito, embora ambos estejam
entrelaçados na concepção do sujeito.

A ideia fundamental do direito é assegurar a coexistência pacífica da


sociedade, por essa razão, é o fundamento da ordem social, ou seja, é a forma
que a sociedade possui para pacificar e regular a vida em sociedade.

1. Instrumentos de Controle social


Nenhuma sociedade poderia subsisitir se ela se omitisse diante do choque
de forças sociais e do conflito de interesse que se verificam constantemente no
seu interior. Não haveria vida coletiva se fosse permitido que cada indivíduo
procedesse de acordo com seus impulsos e desejos pessoais, sem respeitar os
interesses dos demais. Esse processo de regulamentação da conduta em
sociedade pode ser concebido como controle social. E os meios de que se serve a
sociedade para regular a conduta de seus membros nas relações com os demais
são os intrumentos de controle social como a religião, a moral, as regras de trato
social e o direito.

2. O Direito como instrumento de controle social


É de ressaltar, de início, que o Direito não é o único responsável pela
harmonia da vida em sociedade, uma vez que a religião, a moral, as regras de
trato social igualmente contribuem para o sucesso das relações sociais. Convém
dizer que o Direito nao é o único valor, nem o mais alto, ele é, contudo, a garantia
precípua da vida em sociedade.

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Se há outros instrumentos de controle social, cada um o é em sua faixa
própria. Preceitua Nader (2007, p. 31-49), a do direito é regrar a conduta social,
com vistas à ordem e à justiça, e somente os fatos sociais mais importantes para o
convívio social é que são juridicamente disciplinados. Assim, o Direito, não visa ao
aperfeiçoamnete interior do homem; essa meta pertence à Moral. Não pretende
preparar o ser humano para uma vida supraterrena, ligada a Deus, finalidade
buscada pela religião. Nem se preocupa em incentivar a cortesia, o cavalherismo
ou as normas de etiqueta, campo específico das regras de trato social, que
procuram aprimorar o nível das relações sociais.

O fato é que o Direito, dentro da faixa que lhe é própria, provoca, pela
precisão de suas regras e sanções, um grau de certeza e segurança no
comportamento humano, que não pode ser alcançado pelos outros tipos de
controle social.

3. Sociedade e Direito coexigem-se


Não pode haver sociedade sem Direito, isso porque nenhuma sociedade
poderia subsisitir sem um conjunto mínimo de regras capazes de nortear a vida
em comum. Assim, a vida em comum sem uma delimitação precisa da esfera de
atuação de cada indivíduo, de modo que a liberdade de um vá até onde começa o
direito do outro, é inteiramente inconcebível. O fato inegável é que as relações
entre os homens não se dão sem o concomitante aparecimento de normas de
organização da conduta social.

A convivência exige ser ordenada, e o Direito, mais do qualquer outro tipo


de controle social, corresponde a essa exigência de ordem, essencial à sociedade
e conatural ao ser humano; ele é a máxima expressão desse imperativo da ordem.
Em suma, assim, como não se concebe o homem fora da sociedade, igualmente
não se concebe o indivíduo convivendo com os demais sem o direito. Desta
forma, o Direito pode ser encarado como uma integração normativa de fatos
segundo valores.

Não há direito sem sociedade, pois o direito não tem existência em si


próprio; ele existe na sociedade e em função da sociedade. Por isso, é
inconcebível fora do ambiente social. É essencial à sociedade, mas não prescinde
dela. Se um indivíduo se isolar numa ilha deserta, a ele não importarão regras de
conduta. Não exitem relações jurídicas sem substrato social.

Porém, a convivência postula regras que disciplinam os comportamentos de


cada pessoa e transmitem a segurança necessária à vida de relação com os
outros. Tais regras corporizam a ordem social que importa estudar.
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O fundamento para a criação do direito (norma jurídica) é o mais variado.
Segundo Reale (2005, p. 93), a norma tem origem em fato que sofre uma
valoração e que se consubstancia na criação da norma. Vejam-se componentes da
Teoria de Miguel Reale: há um mundo do ser que aprecia a realidade social como
ela é de fato; há um quadro de idéias e valores; há um modelo de sociedade
desejado (mundo do dever-ser). E mais: o Fato refere-se às necessidades da
sociedade para que seja criada uma norma; o valor refere-se à ponderação feita
pelos criadores da norma em relação ao fato, por exemplo, é necessário criar
normas para fiscalizar a emissão de cheques de maneira a evitar as fraudes; e a
norma criada é o resultado da relevância do fato acrescida da ponderação do
valor necessário.

Preceitua Nader (2007, p. 40-49) que o Direito, ao separar o lícito do ilícito,


segundo os valores da convivência que a própria sociedade elege, torna possível
os nexos de cooperação e disciplina à competição, estabelecendo as limitações
necessárias ao equilíbrio e à justiça nas relações sociais.

O Direito procura, assim, responder às necessidades de ordem e justiça da


convivência em sociadade.

4. Conhecendo o Direito
Aos olhos do homem comum, o Direito é a lei e a ordem, isto é, um
conjunto de regras obrigatórias que garantem a convivência social graças ao
estabelecimento de limites à ação de cada um de seus membros. Assim sendo,
quem age em conformidade com essas regras comporta-se direito; quem age fora
dessas regras, age torto ou de forma ilícita.

Em sentido figurado, o Direito passou a designar o que estava de acordo


com a lei. As leis físicas indicam aquilo que na natureza necessariamente é. As leis

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jurídicas, ao contrário, indicam apenas aquilo que na sociedade deve ser. Por esse
motivo diz-se que o Direito é a ciência do dever-ser.

Entretanto, o Direito para se tornar lei, no sentido de norma jurídica, deve


passar pelo crivo do Poder competente para criá-lo.

A criação da norma (da lei) consiste no conjunto coordenado de disposições


que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na
produção das leis e dos atos normativos que derivam diretamente da Constituição
Federal (CF).

Em regra, a lei é criada pelo Poder Legislativo, porém, para a sua criação, a
proposta deve ser realizada por quem possui legitimidade. Nesse caso podem
propor projetos de leis: os Deputados, os Senadores, o Presidente da República,
as assembleias estaduais e distritais, o Supremo Tribunal Federal (STF), os
Tribunais Superiores e Tribunais de Justiça e os cidadãos.

Após o processo de discussão, votação e aprovação no legislativo, o Chefe


do Executivo pode sancionar (sanção; aprovar a Lei) ou vetar total ou
parcialmente; o veto é motivado, expresso, formal, supressivo e submetido ao
Legislativo e, sob certas condições, poderá ser revisto ou rejeitado.

O Executivo determina que se execute a lei com a declaração formal da


existência da lei (promulgação = atestado de legalidade). Assim, a lei é publicada
no diário oficial (publicação) e entra em vigor, conforme a vacatio legis (prazo
para entrar em vigor), tornando-se obrigatória (vigência).

Na omissão da lei, o prazo de vacatio legis no território brasileiro é de 45


(quarenta e cinco) dias e, nos estrangeiro, de 3 (três) meses após a publicação.

Na contagem do prazo de vacatio legis, deve-se incluir a data da publicação


(termo inicial do período de vacância) e o último dia do prazo (termo final),
entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação final (§ 1º, do art. 8º, da
LC nº 95/98).

5. Revogação do Direito
Pelo princípio da continuidade da norma, pode-se afirmar que a norma (lei)
só perde a sua validade (eficácia) em razão de uma força contrária a sua vigência,
ou seja, Uma lei deve ser aplicada até que seja revogada ou modificada por outra
(no Brasil, este princípio está positivado no artigo 2º da Lei de Introdução as
Normas do Direito Brasileiro).

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A revogação pode ser classificada em: total (ab-rogação) ou parcial
(derrogação). A ab-rogação ocorre quando a lei anterior é totalmente substituída
pela nova e a derrogação ocorre quando parte da anterior permanece em vigor.

Exemplo de Revogação Expressa


Código Civil prevê no art. 2.045 que
Revogam-se a
Lei n. 3.071, de 1º de janeiro de 1916 - Exemplo de Ab-rogação = Total
Código Civil
e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei Exemplo de Derrogação = Parcial
n. 556, de 25 de junho de 1850.

A revogação pode ocorrer da seguinte forma: expressa ou tácita.

A forma expressa compreende a situação em que existe uma declaração na


própria lei pela qual o legislador quer declará-la extinta em todos os seus
dispositivos, quer ao apontar os seus artigos, alíneas, incisos e parágrafos que
teve em vista abolir.

A forma tácita ocorre quando uma lei nova é incompatível coma lei
anterior, ou quando regula inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior.

Exemplo de Revogação expressa, tácita, parcial e total.


Lei (a) de 2008 Lei (B) de 2010 Lei (C) de 2014
dispõe dispõe dispõe

O horário de Revogação O horário de Revogação O horário de


funcionamento parcial funcionamento é total funcionamento
é das 7:00hs às das 8:00hs às é das 13:00hs
13:00hs. 12:00hs e das às 19:00hs
14:00hs às 18:00hs

É obrigatório o Proibido o uso de Revoga-se a Lei


uso de Revogações aparelho celular Revogação (B) de 2010
uniforme tácitas durante as aulas, Expressa
ficando liberado
Proibido o uso durante o intervalo.
de celular no
interior da
escola

Assim, quando uma lei é ab-rogada, desaparece e é inteiramente


substituída pela lei revogadora ou apenas se anula, perdendo a força de norma
jurídica a partir do momento em que entra em vigor a lei que a revogou

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