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ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PODER JUDICIÁRIO
TRIBUNAL DE JUSTIÇA

LRPJ
Nº 70026957332
2008/CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL. ACIDENTE DE TRABALHO.


CONCESSÃO DE BENEFÍCIO DE SALÁRIO-
MATERNIDADE. AÇÃO PROPOSTA CONTRA O
INSS PERANTE A JUSTIÇA ESTADUAL.
CONSOANTE PRECEDENTES DESTA CORTE, OS
RECURSOS CABÍVEIS DEVEM SER
ENCAMINHADOS PARA O TRIBUNAL REGIONAL
FEDERAL, DE ACORDO COM O DISPOSTO NO
ART. 109, §§ 3º E 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.
COMPETÊNCIA DECLINADA. UNÂNIME.

APELAÇÃO CÍVEL NONA CÂMARA CÍVEL

Nº 70026957332 COMARCA DE SÃO JOSÉ DO OURO

INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO APELANTE


SOCIAL

NEIVA DA SILVA APELADO

ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos os autos.
Acordam os Magistrados integrantes da Nona Câmara Cível do
Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em determinar declinar da
competência para o TRF – 4ª Região.
Custas na forma da lei.
Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes
Senhores DES.ª MARILENE BONZANINI BERNARDI (PRESIDENTE E
REVISORA) E DES. ODONE SANGUINÉ.
Porto Alegre, 17 de dezembro de 2008.
DR. LÉO ROMI PILAU JÚNIOR,
Relator.

RELATÓRIO
DR. LÉO ROMI PILAU JÚNIOR (RELATOR)

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Adoto o relatório constante da sentença (fls. 42/47), nos


seguintes termos:
“Vistos.
Neiva da Silva ajuizou a presente ação de concessão
de benefício de salário maternidade em face do
Instituto Nacional do Seguro Social – INSS alegando
que é “bóia-fria” (diarista) e que na data de 03 de maio
de 2005 nasceu sua filha Andrieli Zeli da Silva o que a
levou a pleitear junto ao INSS o benefício na condição
de agricultora, sendo indeferido o pedido sob o
argumento de não haver comprovação da atividade
rural. Postulou pelo deferimento do pedido,
condenando a autarquia ré a conceder o benefício
maternidade em um salário mínimo mensal, pelo
período de 120 dias contados a partir da data do
requerimento administrativo com correção e juros,
bem como pela concessão do benefício da Assistência
Judiciária Gratuita (AJG).
Foi deferido o pedido de AJG (fl. 11).
Citado, o réu apresentou contestação (fls. 15-17),
aduzindo que a autora não comprovou efetivo
exercício de atividade rural anterior ao nascimento de
sua filha. Postulou a improcedência do pedido.
Houve réplica (fls. 20-21).
No curso da instrução, foram ouvidas duas
testemunhas (fls. 33-36).
Encerrada a fase probatória, as partes apresentaram
memoriais (fls. 39-41).
É o relatório.”

Ao final, a ação restou assim julgada:


“... julgo procedente o pedido deduzido por Neiva da
Silva contra Instituto Nacional do Seguro Social, para
o fim de determinar que o requerido conceda à autora
o benefício de salário maternidade em razão do
nascimento de sua filha Andrieli Zeli da Silva, e para o
condenar ao pagamento das parcelas atrasadas,
desde a data da propositura da ação, corrigidas pelo
IGP-DI e acrescidas de juros moratórios de 12% ao
ano, a contar da citação.
Condeno o requerido ao pagamento das custas
processuais pela metade, de acordo com a Súmula
178 do STJ e com a Súmula 02 do extinto Tribunal de

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Alçada do Estado do Rio Grande do Sul, e de


honorários advocatícios, que arbitro em 10% sobre o
valor das parcelas vencidas, considerando-se como
tais aquelas já vencidas até a data da sentença, em
conformidade com a Súmula 111 do STJ e com o
artigo 20, § 3º, do CPC.
Dispensado o reexame necessário, nos termos do
artigo 475, §2º, do CPC.
Publique-se.
Registre-se.
Intimem-se.
São José do Ouro, 30 de novembro de 2007.”

Inconformado, apelou o INSS, referindo, em síntese (fls.


50/52), merecer reforma a decisão, porquanto a apelada não comprovou o
exercício da atividade rural em regime de economia familiar em período
imediatamente anterior ao nascimento do filho, de modo que se lhe possa
conferir o direito ao benefício. Frisa que a apelada não trouxe para os autos
documentos que pudessem servir sequer de início de prova documental do
alegado período laborado no meio rural, e por conseqüência, não
demonstrou a condição de segurada especial, nos termos do art. 11, inciso
VII, da Lei de Benefícios. Assevera que incumbia à apelada demonstrar o
labor no meio rural nos últimos 12 meses imediatamente anteriores ao
requerimento do benefício, sem o que não há o preenchimento do requisito
condição de segurada, imprescindível à obtenção do salário-maternidade.
Analise o documento de fl. 10 e afirma que, ao tempo do nascimento da
filha, a apelada residia na cidade de Machadinho e a atividade laboral era
“do lar”. Ao final, requer “provimento, com a conseqüente reforma da
decisão recorrida, para julgar improcedente o pedido da apelada”.

O recurso restou recebido no duplo efeito (fl. 53).

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Foram apresentadas contra-razões (fls. 55/56), nas quais a


apelada pugnou pelo desprovimento do recurso.

As razões recursais do INSS foram ratificadas por Procurador


Federal (fl. 63).

O Ministério Público, neste 2º Grau (fls. 65/68), opinou pelo


desprovimento do recurso.

Conclusos, vieram-me os autos.

É o relatório.

VOTOS
DR. LÉO ROMI PILAU JÚNIOR (RELATOR)
Compulsados os autos, verifica-se que, em que pese ter sido
classificado, na subclasse, como “acidente de trabalho”, tal não é.

Tendo em conta que o ato impugnado no presente recurso foi


praticado por Juiz Estadual, no exercício de jurisdição federal, a
competência para julgá-lo é do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nos
termos do artigo 109, §4º, da Constituição Federal.

Nesse sentido:

O feito deve ser redistribuído.


APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE CONCESSÃO DE
BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. SALÁRIO-
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MATERNIDADE. INSS. Correndo a ação proposta


contra o INSS perante a Justiça Estadual, os recursos
cabíveis serão sempre para o Tribunal Regional
Federal, consoante o disposto no art. 109, §§ 3º e 4º,
da Constituição Federal. Competência declinada para
o Tribunal Regional Federal. (Apelação Cível Nº
70022401970, Vigésima Primeira Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Marco Aurélio
Heinz, Julgado em 12/03/2008)

APELAÇÃO CÍVEL. BENEFÍCIO. SALÁRIO-


MATERNIDADE. INSTITUTO NACIONAL DO
SEGURO SOCIAL. COMPETÊNCIA. JUSTIÇA
FEDERAL. TRF. Compete ao Tribunal Regional
Federal o julgamento de recurso interposto contra
sentença prolatada pelo Juízo Estadual no exercício
de competência delegada por força do artigo 109, §
3º, da Constituição da República, em ação ajuizada
contra o INSS. Artigo 109, § 4º, da Constituição.
Competência declinada. (Apelação Cível Nº
70016193583, Vigésima Segunda Câmara Cível,
Tribunal de Justiça do RS, Relator: Maria Isabel de
Azevedo Souza, Julgado em 27/07/2006)

Assim, considerando que, por equívoco, o recurso foi remetido


a este Tribunal, voto no sentido de declinar da competência e encaminhar os
autos ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 4ª Região, conforme, aliás,
ordenado à fl. 53.

É o voto.

DES.ª MARILENE BONZANINI BERNARDI (PRESIDENTE E REVISORA) -


De acordo.
DES. ODONE SANGUINÉ - De acordo.

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DES.ª MARILENE BONZANINI BERNARDI - Presidente - Apelação Cível nº


70026957332, Comarca de São José do Ouro: "DECLINARAM DA
COMPETÊNCIA PARA O TRF 4ª REGIÃO. UNÂNIME."

Julgador(a) de 1º Grau: LILIAN RAQUEL BOZZA PIANEZZOLA

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